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DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Dado que a ordem jurídica consolida o direito de se empreender um debate razoável sobre a legalidade
de condutas administrativas, afigura-se prudente que se aguarde o estabelecimento de um mínimo de
contraditório, a fim de se permitir uma ambiência mínima para uma decisão em tutela provisória, o que constrói
condições de possibilidade para uma pacificação, ainda que provisória, do conflito social. Contudo, se é
razoável permitir o exercício de um contraditório mínimo pelo réu, também não se pode admitir a alteração da
coisa agora sub judice (dado que, embora ainda no prazo para a manifestação prévia, o réu já está ciente da
propositura da demanda coletiva que tem a autoridade e legitimidade do Ministério Público, em atuação tipica
como representante da sociedade civil organizada. Trocando em miúdos, já estando sub judice, a composição
ambiental mencionada na demanda deve ser preservada, ao menos até a apreciação do pedido de tutela
antecipada, sob pena de configuração do atentado (no jargão processual, a alteração indevida sobre a coisa
litigiosa).
Em face do exposto, comino, a título cautelar, a obrigação de imediata paralisação das obras
referidas na inicial. Ressalvo que a presente cominação, de índole meramente processual, poderá ser
reapreciada à luz da ponderação para com as informações do réu e dos eventuais amici curiae que venham a se
manifestar voluntariamente nos autos.
Expeça-se mandado de intimação aos responsáveis pela obra referida na promoção ministerial
precedente, determinando a imediata paralisação das atividades.
A presente decisão é assinada eletronicamente, podendo ser desde logo exibida às autoridades
responsáveis, para imediata e inequívoca ciência.
Juiz de Direito
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