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SUMARIO UNIDADE 1 - INTRODUGAO UNIDADE 2 - CURRICULO.. 2.4 CURRICULO: CONCEITOS E DEFINIGOES...... 2.2 EVOLUGAO HISTORICA ATRAVES DOS TEMPOS 2.3 ABORDAGENS CURRICULARES. 2.4 NiVEIS E TIPOS DE CURRICULO .. 2.5 CURRICULO X PRATICA PEDAGOGICA....s.sstststnentntniesniesesestntstnesenene 2.6 DESENVOLVIMENTO, ELABORAGAO E PLANEJAMENTO CURRICULAR.......00-s0esseeeesee02 21 UNIDADE 3 - OS TEMAS TRANSVERSAIS . UNIDADE 4 - INTERDISCIPLINARIDADE 4.1 A METODOLOGIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR ...essssssecssssesessssecesssseessssecesaneeess G4 4.2 AS VANTAGENS DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR.. 4.3 ORGANIZANDO AS DISCIPLINAS POR PROJETO! UNIDADE 5 - OS REFERENCIAIS NACIONAIS DA EDUCACAO INFANTIL UNIDADE 6 - INTERDISCIPLINARIDADE DE ACORDO COM OS PCNS UNIDADE 7 - INTERDISCIPLINARIDADE NOS PCNEM. . UNIDADE 8 - PROJETO INTERDISCIPLINAR DE PRATICAS CORPORAIS... 50 Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengaio internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utlizada, seja por meios eletténicos ou mec&nicos, inclusive fotocépias ou gravagses, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem 0 consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 1 - INTRODUGAO Curriculo e interdisciplinaridade! Temas recorrentes, _interessantes, instigantes e que ainda levantam muitas polémicas. Para curriculo, ndo ha unanimidade em conceitua-lo, 0 certo é que temos definigdes diferentes, cada uma, comprometida ou nao com sua época, com uma corrente pedagdgica e até mesmo de acordo com alguma teoria da aprendizagem Um fato que nao podemos negar é que, ainda hoje, o curriculo escolar se apresenta como © agente principal na construgao do saber e na liberdade a ser alcangada através do conhecimento. Historicamente, o termo curriculo foi encontrado em registros do século XVII, sempre relacionado a um projeto de controle do ensino e da aprendizagem, ou seja, da atividade pratica da escola. Desde os seus primérdios, curriculo envolvia uma associagdo entre o conceito de ordem e método, caracterizando-se como um instrumento facilitador da administragao escolar (ROCHA, 2014). No entendimento de Moreira e Silva (2000), 0 curriculo ¢ permeado de ideologias, cultura e relagdes de poder, ou seja, 0 curriculo nao é um elemento inocente e neutro de transmissao desinteressada de conhecimento social. O curriculo esta implicado em relagdes de poder, 0 curriculo transmite visdes sociais particulares. O curriculo produz identidades individuais e sociais particulares. O curriculo ndo é um elemento transcendente e atemporal — ele tem uma histéria, vinculada as formas especificas e contingentes de organizagao da sociedade e da educagao. curriculo também é considerado um conjunto de experiéncias, vivéncias ¢ atividades na escola, convergentes para objetivos educacionais, e, por isso, estas devem ser trabalhadas de forma inter e transdisciplinar de modo a facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Inter transdisciplinaridade nos encaminham como nao poderia deixar de ser para a questéo da interdisciplinaridade e, por conseguinte, para o trabalho com projetos. Ressalte-se de imediato que o ensino baseado na interdisciplinaridade proporciona uma aprendizagem muito mais estruturada e rica, pols os conceitos Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. esto organizados em tomo de unidades mais globais, de estruturas conceituais metodolégicas compartilhadas por varias disciplinas (ABUD, 1999). Pois bem, ao longo deste médulo, apresentaremos definigées para curriculo, 08 tipos existentes, seu planejamento, e relagdes com a pratica pedagogica. Quanto interdisciplinaridade, vamos analisé-la de acordo com os Parametros/Orientagées Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental Ensino Médio. Os temas transversais também teréo um momento especial de estudo e claro, faremos a ponte para a Pedagogia de Projetos. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita académica tenha como premissa ser cientifica, baseada em normas e padrées da academia, fugiremos um pouco as regras para nos aproximarmos de vocés e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas nao menos cientificos. Em segundo lugar, deixamos claro que este médulo é uma compilacao das ideias de varios autores, incluindo aqueles que consideramos classicos, ndo se tratando, portanto, de uma redago original e tendo em vista o caréter didatico da obra, nao sero expressas opinides pessoais. Ao final do médulo, além da lista de referéncias basicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 2 - CURRICULO Ao refletirem sobre histéria das disciplinas escolares e histéria da educagao, Souza Junior ¢ Galvao (2005) ponderam em suas consideragées finais que a constituicdo dos saberes escolares especificos a cada disciplina do curriculo é resultado de um processo complexo que envolve consentimentos, conflitos, diferentes tipos de mediacao entre diversos sujeitos ¢ instituigdes, diante dos papéis que, em cada época e sociedade, sao atribuidos a escola. Esse é nosso mote para comegarmos a discutir a questo do curriculo que nos levara a uma longa caminhada que culminara com o trabalho interdisciplinar baseado na pedagogia de projetos, ou seja, a complexidade que envolve a questéo do curriculo e sua evolugao ao longo dos tempos. © termo curriculo advém da palavra latina sourrere, que pode ser traduzida como correr, referindo-se a curso a ser seguido, mais especificamente a ser apresentado (GOODSON, 1995). Provavelmente, a compreenséo mais antiga do termo curriculo foi encontrada em fontes da Universidade de Glasgow, na Escécia, em 1663, que Ihe atribui 0 significado de atestado de graduagao outorgado a um mestre dessa instituigéo de ensino (GOODSON, 1995; SAVIANI, 1994) Segundo Saviani (1994), com o tempo, o termo curriculo evolui da ideia inicial de registro de vida estudantil de cada aluno [...] para indicar © conjunto dos novos tragos ordenados e sequenciais da escola do século XVI. Na atualidade, num sentido mais corrente, 0 curriculo passa a ser compreendido como um conjunto daquilo que se ensina e daquilo que se aprende, tendo como referéncia alguma ordem de progressdo, podendo referir-se para além do que esta escrito/prescrito oficialmente (FORQUIN, 1996). © curriculo pode também ser considerado como um processo informal de interagao entre aquilo que é deliberado, o que é interpretado e 0 que ¢ efetivado, as vezes de maneira transformada ou até mesmo subvertida (GOODSON, 1995). Enfim, 0 curriculo amplia o sentido de organizagao disciplinar, no sentido de regras de conduta, para o sentido de organizagao disciplinar, compreendendo objetos, partes e matérias do ensino. Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.4 Curriculo: conceitos e definicées Voltemos ao exposto na introdugao: curriculo 6 um campo de polémica, permeado de ideologia, cultura e relagdes de poder. Segundo Moreira e Silva (2000), ideologia € a veiculagdo de ideias que transmitem uma viséo do mundo social vinculada aos interesses de grupos situados em uma posigao de vantagem na organizagao social. Curriculo também é inseparavel da cultura, Tanto a teoria educacional tradicional quanto a teoria critica veem no curriculo uma forma institucionalizada de transmitir a cultura de uma sociedade. Para Silva (1996), 0 curriculo ¢ um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder; representacdo e dominio, discurso e regulacdo. E também no curriculo que se condensam relagdes de poder que sao cruciais para o processo de formacao de subjetividades sociais. Em suma, curriculo, poder e identidades sociais esto mutuamente implicados. © curriculo corporifica relagées sociais, © curriculo € um terreno de produgao e de politica cultural, no qual os materiais existentes funcionam como matéria-prima de criagdo e recriagao, e, ; SILVA, 2000). © curriculo escolar tem ag&o direta ou indireta na formagdo e desenvolvimento do aluno. Assim, é facil perceber que a ideologia, cultura e poder nele configurados sao determinantes no resultado educacional que se produzira. Devemos, ainda, considerar que 0 curriculo se refere a uma realidade sobretudo, de contestagdo e transgressao (MOREIR) histérica, cultural e socialmente determinada, e se reflete em procedimentos didaticos, administrativos que condicionam sua pratica e teorizagao. Enfim, a elaboragao de um curriculo ¢ um proceso social, no qual convivem lado a lado 0s fatores légicos, epistemolégicos, intelectuais e determinantes sociais como poder, interesses, conflitos simbélicos e culturais, propésitos de dominagao dirigidos por fatores ligados a classe, raga, etnia e género. E viavel destacar que o curriculo constitui o elemento central do projeto pedagogico, pois ele viabiliza 0 processo de ensino e aprendizagem. Contribuindo com esta analise, Sacristan (1996, p. 61) afirma que 0 curriculo é a ligagao entre a cultura e a sociedade exterior a escola e a educagao; entre o conhecimento e cultura Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (ideias, suposigées e aspiragées) e a pratica possivel, dadas determinadas condigées. © tratamento do curriculo, na contemporaneidade, pressupde que se observe sua problematica a partir da reflexdo sobre: que objetivo se pretende atingir, © que ensinar, por que ensinar, para quem sao os objetivos, quem possui o melhor acesso as formas legitimas de conhecimento, que processos incidem e modificam as decisdes até que se chegue a pratica, como se transmite a cultura escolar, como os contetidos podem ser inter-relacionados, com quais _recursos/materiais metodolégicos, como organizar os grupos de trabalho, o tempo e o espago, como saber 0 sucesso ou ndo e as consequéncias sobre esse sucesso da avaliagao dominante, e de que maneira é possivel modificar a pratica escolar relacionada aos temas (SACRISTAN, 2000). John Kerr, citado por Forquin (1999), define © curriculo como “toda aprendizagem organizada ou conduzida pela escola, que se efetua no contexto de um grupo de maneira individual, no interior ou no exterior da escola”. Nesta mesma concepeao, Paul Hirst, também citado por Forquin (1999), conceitua curriculo como “um programa de atividades dos professores e dos alunos, concebido de maneira que os alunos alcancem na medida do possivel certos fins ou certos objetivos educativos", onde se nota o entendimento de que existe uma estrutura organizada, disposta sequencialmente, com fins predeterminados. Pode-se aprender que as definigdes de curriculo séo distintas. Alguns autores enfatizam 0 aspecto prescritivo e intencional do curriculo, outros, o plano afetivo e social. Stenhouse, também citado por Forquin (1999), menciona que nao seria o mesmo definir 0 curriculo como um programa de estudos ou de aprendizagem regularmente prescrita por uma instituigéo de educagio formal e Gefini-lo como aquilo que acontece objetivamente ao aluno como resultado da escolarizagao enquanto experiéncia de vida. Com isso, entende-se que o curriculo extrapola o aspecto da formalidade e se expressa também por meio da pratica Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Guarde... A palavra curriculo associam-se distintas concepgées, que derivam dos diversos modos de como a educagao ¢ concebida historicamente, bem como das influéncias tedricas que a afetam e se fazem hegeménicas em um dado momento. Diferentes fatores socioeconémicos, politicos e culturais contribuem, assim, para que curriculo venha a ser entendido como: a) Os contetidos a serem ensinados e aprendidos. b) As experiéncias de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos, c) Os planos pedagégicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais. 4d) Os objetivos a serem alcangados por meio do processo de ensino. e) Os processos de avaliagao que terminam por influir nos contetidos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarizagdo (MOREIRA; CANDAU, 2007). 2.2 Evolugao histérica através dos tempos As influéncias das correntes de pensamento que orientaram a configuracao do ensino e precisamente do curriculo tiveram origem no comego dos tempos modernos, na Europa. Ou seja, a escola elementar surgiu para atender, sobretudo, as necessidades da nascente burguesia urbana que se constituia naquele momento Sendo assim, 0 curriculo surge de maneita sistematizada, tendo como objetivo atender 4 demanda de um determinado grupo que comega a emergir no inicio do século XVIII. Tendo como parametro esse século, é possivel perceber, por meio da histéria que os pequenos comerciantes tinham necessidade de ler, escrever e expressar raciocinios matematicos em lingua vernacula. Para Santos (2005, p. 177) 0 modelo curricular de ent&o no conduzia a nenhum grau de ensino médio ou superior, e sim tinha como objetivo Gnico preparar os alunos para a nova ordem social que se estabelecia. Temos entdo, a partir do renascimento, da reforma luterana e do empirismo de Bacon, a origem da escola primaria comum e 0 condicionamento do curriculo. Ja em fungao das ideias do liberalismo, de fazer com que todos conseguissem, de modo geral, situar-se em relacao ao conjunto dos fatores naturais Todos os direitos so reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. € sociopoliticos, 0 curriculo foi ampliado, sendo fundamental a formagao comum, a aquisigdo das técnicas basicas de ler e escrever, associadas 4 necessidade do calculo elementar. Segundo Moreira € Silva (2000), a origem do pensamento curricular no Brasil iniciou-se a partir dos anos 20 e 30 do século XX, tendo como parametro diferentes teorias, principalmente a dos Estados Unidos, sob influéncia das ideias de John Dewey e Kilpatrick, que criticavam © curriculo tradicional, elitista e defendiam ideias progressivistas. Faz-se necessario enfatizar que os contetidos escolares no Brasil, até entdo, tinham uma forte ligagdo com a concepgao jesuitica do periodo colonial em relagao & educacdo, ou seja, reinava absolutamente o curriculo tradicional na primeira metade do século XX. A partir da Primeira Guerra Mundial e das grandes crises econémicas do comego do século XX, que abalaram a sociedade ocidental moderna, a educagdo passa a ser proposta como o mais poderoso instrumento de reconstrugao social, politica e moral responsavel pela melhoria social e bem-estar coletivo A escola passa a ser enfatizada como parte fundamental da comunidade, a qual vive em sociedade, e que deve ser o ambiente privilegiado. Segundo as correntes renovadoras, europeia e norte-americana, a escola primaria deveria ter como objetivo primordial, os processos de desenvolvimento das ctiangas e ndo as matérias de ensino. A escola deveria ser viva e ativa. Assim, por intermédio de Anisio Teixeira, as ideias de Dewey chegam ao Brasil, mas somente na década de 30, a educagao e o curriculo passaram a merecer atengao dos intelectuais que ousaram questionar 0 chamado “principio cristéo" da educagao catdlica No conhecido “Manifesto dos Pioneiros da Educacéo Nova’ (1932), os escolanovistas cometem, aos olhos da Igreja Catélica, uma heresia, ao defender que € dever do Estado tornar a educagdo obrigatéria, publica e gratuita (MOREIRA, 1996). Ainda segundo Viana Filho (1990, p.68), Anisio Teixeira defende 0 curriculo centrado na crianca e vé a educagao como crescimento, e consequentemente, educagao, como vida. Todos os direitos so reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Algumas reformas aconteceram na Bahia, pelas méos de Teixeira; em Minas gerais, organizada por Francisco Campos e Maria Casassanta, quando se redefiniu © papel da escola elementar, enfatizando que as criangas tinham seus proprios interesses e precisavam ser respeitadas € estimuladas; e, no Distrito Federal, a interacdo entre escola e sociedade foi bem mais explorada, pois eram constantes os contatos entre escola e comunidade, trazendo essas trés reformas, um importante rompimento com a escola tradicional (SANTOS, 2005, p.186). © curriculo escolar, como conjunto de conhecimentos e experiéncias de aprendizagem, oferecido aos estudantes, passa por varios niveis ou instancias de elaboragéo. Fora da escola, estabelecem-se prioridades a partir da politica educacional, organizam-se diretrizes, leis, orientacdes e indicagdes dos contetidos de ensino; os saberes sao selecionados, organizados, sequenciados e frequentemente detalhados em materiais como livros didaticos. Nos anos 80, registrou-se um movimento de reorientagao curricular no Brasil que teve amplas repercussées. Lideradas por estados da regio sudeste e sul no periodo de transi¢&o democratica, as reformas curriculares geradas nesse contexto expressavam, por um lado, 0 anseio de amplos segmentos da populagéo de participar mais diretamente dos assuntos que diziam respeito aos interesses mais gerais da populagao em todas as esferas. Por outro lado, fruto de governos de oposi¢do ao regime central militar, elas davam grande énfase a necessidade de recuperar a relevancia social dos contetidos veiculados no curriculo, contrapondo-se as orientagdes tecnicistas da década de 70, que valorizavam os métodos e as estratégias de ensino. © discurso a favor das classes populares passa a fazer parte dos documentos oficiais, dentro do clima, segundo o qual, a nova ordem que se queria instalar no pais tinha 0 compromisso de resgatar a imensa divida social com os milhées de brasileiros excl jos dos beneficios sociais pelo regime autoritario A partir dos anos 90, 0 entendimento da democracia passou a pender para a valorizagao do interesse das minorias. O discurso das igualdades é substituido pelo discurso das diferengas. Se antes 0 democratico era buscar a igualdade basica, agora o democratico é reconhecer as diferengas. Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 Até a década de 90, as orientagdes curriculares provenientes do governo federal eram muito genéricas. Nao passavam de diretrizes muito amplas, que asseguravam a articulagao entre os diversos sistemas de ensino e determinavam uma base comum e uma parte diversificada do curriculo, a fim de que fossem contempladas a diversidade regional, as peculiaridades locais e as caracteristicas da clientela. A partir da segunda metade dos anos 90, além das diretrizes de curriculo feitas pelo Conselho Nacional de Educagdio, o MEC passou a elaborar referenciais que incluem o detalhamento de contetidos curriculares para todo 0 ensino basico. O processo de elaboragdio desses referenciais ou parémetros curriculares nacionais, como sao chamados, foi muito criticado pela comunidade académica, pelo fato de ter passado apenas por uma discussdo restrita entre os educadores, Esse material traz, porém, novos marcos para a educagao brasileira, afinados com as tendéncias contemporaneas do curriculo (BARRETTO, 2006). 2.3 Abordagens curriculares Para entender melhor as ideologias e concepgdes em relagao ao curriculo, temos em McNeil (2001) uma classificagdo para curriculo em quatro abordagens, que foram sendo construidas ao longo do tempo, tendo como pardmetro os aspectos de natureza politica, cultural, social e intelectual e que vale a pena dar atengao. a) Curriculo Académico: é, dentre as varias orientagdes curriculares, a que possui maior tradigao histérica. Para os adeptos desta tendéncia, o nucleo da educagao € 0 curriculo, cujo elemento irredutivel é 0 conhecimento. Sua abordagem basela-se na estrutura do conhecimento, como um patriménio cultural, transmitide as novas geracdes. As disciplinas cléssicas, verdades consagradas pela ciéncia, representam ideias e valores que resistiram ao tempo e as mudancas socioculturais. Segundo McNeil (2001), a finalidade da educagao, segundo o curriculo académico, 6 a transmissao dos conhecimentos vistos pela humanidade como algo inquestionavel e verdade absoluta. A escola cabe desenvolver o raciocinio dos alunos para 0 uso das ideias e processos mais proveitosos ao seu progresso. b) Curriculo Humanistico: a atengao do contetido disciplinar se desloca para 0 individuo. © aluno é visto como um ser individual, dotado de uma identidade Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. rt pessoal que precisa ser descoberta, construida e ensinada; e o curriculo tem a fungdo de propiciar experiéncias gratificantes, de modo a desenvolver sua consciéncia para a libertagao e autorrealizagdo. A educagéio é um meio de liberagao, cujos processos, conduzidos pelos préprios alunos, esto relacionados aos ideais de crescimento, integridade e autonomia. Ou seja, a autorrealizagdo é 0 ceme do curriculo humanistico. Para consegui-la, o educando devera vivenciar situagdes que Ihe possibilitem descobrir e realizar sua individualidade, agindo, experimentando, errando, avaliando, reordenando e expressando. ¢) Curriculo Tecnolégico: a educagao consiste na transmissio de conhecimentos, comportamentos éticos, praticas sociais e habilidades que propiciem © controle social. Ao professor, detentor do conhecimento, cabe planejar, programar € controlar 0 processo educativo; ao aluno, agente passivo, compete absorver a eficiéncia técnica, atingindo os objetivos propostos. Esse curriculo tem, como fungdo, identificar meios eficientes, programas e materiais com a finalidade de alcangar resultados predeterminados. 4) Curriculo Reconstrucionista soci de acordo com McNeil (2001), 0 reconstrucionismo social concebe homem e mundo de forma interativa. A sociedade injusta e alienada pode ser transformada 4 medida que o homem — inserido em um contexto, social, econémico, cultural, politico € histérico - adquire, por meio da reflexdo, consciéncia critica para assumir-se sujeito de seu préprio destino. Por esse prisma, a educagao € um agente social que promove @ mudanga. A visdo social da educagao e curriculo consiste em provocar no individuo, atitudes de reflexdo sobre sie sobre © contexto social em que esta inserido. Enfatiza as relagées sociais, amplia seu Ambito de ago para além dos limites da sala de aula, introduzindo o educando em atividades na comunidade, incentivando a participagao e cooperagao. 2.4 Niveis e tipos de curriculo De acordo com alguns estudos realizados a partir das décadas de 1960 1970, destacam-se a existéncia de varios niveis de Curriculo: Formal, Real, Oculto e outros. Esses niveis servem pata fazer a distingdo de quanto o aluno aprendeu ou deixou de aprender. Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 a) O Curriculo Formal refere-se ao curriculo estabelecido pelos sistemas de ensino, 6 expresso em diretrizes curriculares, objetivos e contetidos das areas ou disciplinas de estudo. E o que traz prescritas institucionalmente os conjuntos de diretrizes como os Parametros Curriculares Nacionais. E 0 previsto, documentado, recomendado, que sofreu varias reelaboragées e servird como grande parametro para organizar a ago no ambiente da escola, mas no sera exatamente replicado, repassado, ou distribuido para os alunos. Isso porque a escola nao executa simplesmente decisées curriculares tomadas fora dela; também elabora seu curriculo, que é mais do que o recorte de cultura organizado pare ser distribuido na escola. Davini (1989) chama educagao formal a que é ministrada formando parte do sistema de educagao oficialmente reconhecido, com estrutura e organizagéo aprovada pelos organismos competentes e cujos produtos (aprendizagem ou desempenhos alcangados pelo aluno) séo verificados por meio de avaliagdo e legitimados por diplomas ou certificados. Ja que a educagao escolar se constitui basicamente de um processo institucional de transmissao de conhecimentos e de inclusao de valores socialmente aceitos, uma caracteristica notével que comprova esta afirmagao é observada no fato de que, através do seu desenvolvimento historico, os sistemas educativos vém conservando 0 essencial, ou seja, uma metodologia genérica de ensino que se fundamenta na passagem de informagdes de professores para alunos; e, um plano de ensino que se organiza em disciplinas isoladas e divididas simultaneamente (estrutura horizontal) e correlativamente (estrutura vertical). Dentro deste marco, as disciplinas que compdem o curriculo s4o campos de conhecimentos especificos, delimitados € estanques, que devem ser esgotados por professores e alunos em prazos convencionalmente estabelecidos, de um semestre ou um ano. Geralmente, estes setores de conhecimentos se classificam em disciplinas cientificas e disciplinas técnicas ou aplicadas, sendo mais frequente as primeiras antecederem as segundas e as atividades praticas se realizarem em laboratérios ou espagos educativos onde se reproduzem, simultaneamente, os problemas da realidade (DAVINI, 1989). Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Ainda de acordo com a mesma autora, a caracteristica principal deste tipo de curriculo é 0 formalismo, que se define por transmitir conhecimentos que foram parcelados em disciplinas; estudar isoladamente os problemas e processos concretos do contexto social em que estdo inseridos e transmitir aprendizagem por acumulagdo de informagées obtidas em livros. Outras caracteristicas do curriculo formal e muito importantes sao: o convencionalismo e a tigidez. No processo de ensino sao estipulados prazos e periodos estereotipados pelo habito, que se constituem verdadeiros obstaculos da aprendizagem. Finalmente, este tipo de curriculo se fundamenta em uma concepgao pedagégica para a qual aprender 6, em grande medida, memorizar informagées ou executar mecanicamente determinados procedimentos. Para finalizar, Davini (1989) infere que 0 curriculo que se sustenta na estrutura formal do conhecimento tera que enfrentar sempre a contradicao que se estabelece entre o conhecimento parcelado e a realidade como instancia totalizadora, entre os dados abstratos e a pratica. b) O Curriculo Real é aquele que se desenvolve na escola, toma forma e corpo na pratica pedagégica, se materializa na sala de aula com professores e alunos a cada dia em decorréncia de um projeto pedagégico e dos planos de ensino. © curriculo formal é transformado e reorganizado para adequar-se @ realidade da escola, articulando as opgées dos professores e as necessidades dos alunos ao tempo das disciplinas no quadro curricular. A divisdo do tempo diario em aulas, aos materiais e recursos disponiveis, as formas de controle e acompanhamento dos alunos, aos valores preservados e vividos no cotidiano escolar, enfim a todo um modo de vida na escola. Essa reorganizagéo dos saberes a serem ensinados é também fruto de negociacdes, opcées, decisées que envolvem os educadores e viabilizam a proposta pedagégica nas condigées reais da escola. c) O curriculo Oculto é 0 termo usado para denominar as influéncias que afetam a aprendizagem dos alunos ¢ 0 trabalho dos professores. O curriculo ooulto representa tudo o que os alunos aprendem diariamente em meio as varias praticas, atitudes, comportamentos, gestos, percepgdes, que vigoram no meio social e escolar. Ele € chamado de oculto porque néo aparece no planejamento do professor. Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 4d) O curriculo integrado pode ser definido como um plano pedagégico e sua correspondente organizacao institucional que articula dinamicamente trabalho e ensino, pratica e teoria, ensino e comunidade. As relagdes entre trabalho e ensino, entre os problemas e suas hipdteses de solugao devem ter sempre, como pano de fundo, as caracteristicas socioculturais do meio em que este processo se desenvolve. © Curriculo Integrado é uma op¢ao educativa que permite: + uma efetiva integragao entre ensino e pratica profissional; + areal integracao entre pratica e teoria e 0 imediato teste da pratica; + um avango na construgao de teorias a partir do anterior; + abusca de solugdes especificas e originais para diferentes situacdes; + a integragéo _ ensino-trabalho-comunidade, plicando uma imediata contribuigao para esta tiltima; + a integragao professor-aluno na investigagao e busca de esclarecimentos & propostas; + a adaptacao a cada realidade local e aos padrées culturais préprios de uma determinada estrutura social (DAVINI, 1989, p. 284). Se a intengdo é aderir a uma pedagogia que pretende preparar o aluno como sujeito ativo, reflexivo, ciativo e solidario, os processos de memorizagao de informagdes @ a execugao mecdnica de certos comportamentos deverao ser deixados de lado. O que importara sera a criagdo de condigées para que o aluno possa construir ativamente o seu préprio conhecimento. Assim, a aprendizagem se dara como resultado da assimilagao ativa a partir da propria pratica do sujeito e das sucessivas mudangas provocadas pela informacdo gradativamente assimilada. Em relagao ao tipo de curriculo podemos falar em composigao curricular, ou seja: a) Multidisciplinar — modelo fragmentado em que ha justaposicao de disciplinas diversas, sem relago aparente entre elas; no qual os alunos recebem informagées incompletas e tém uma visdo fragmentada e deformada do mundo (ANDRADE, 2007). Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Ja no entendimento de Abud (1999), “na multidisciplinaridade, recorremos a informagées de varias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupagdo de interligar as disciplinas entre si’ Segundo Fleck (2007), é um termo que pode ser utilizado quando da integragdo de diferentes contetidos de uma mesma disciplina. Ex.: meio ambiente (agua-ar-solo), tendo ainda como outra possibilidade, a justaposigao de diferentes conteuidos de disciplinas distintas, sem preocupagao de integragao, 0 que no seu entendimento nao levaria a uma pratica cooperativa. b) Pluridisciplinar — quando se justapdem disciplinas mais ou menos vizinhas nos dominios do conhecimento, formando-se areas de estudo com contetidos afins ou coordenacao de area, com menor fragmentago, tem o curriculo pluridisciplinar (ANDRADE, 2007). Fleck (2007) considera que nessa pratica ja existem pequenos sinais de cooperagao entre as diferentes disciplinas, mas os objetivos continuam distintos, ¢ cita como exemplo, a Copa do Mundo, na qual cada disciplina trabalha aspectos que Ihe so inerentes, sem que haja correlacao e integragao. Contudo, 0 conhecimento no foi integrado. c) Interdisciplinar - com nova concepgao de divisdo do saber, frisando a interdependéncia, a interagéo e a comunicagao existentes entre as disciplinas e buscando a integragdo do conhecimento num todo harménico e significative. Mais adiante refletiremos melhor sobre a interdisciplinaridade. d) Transdisciplinar — quando ha coordenagao de todos as disciplinas num sistema légico de conhecimentos, com livre transito num campo de saber para outro. Tem-se o curriculo transdisciplinar quando ha coordenagao de todas as disciplinas num sistema Idgico de conhecimentos, com livre transito de um campo de saber para outro (ANDRADE, 2007). Na transdisciplinaridade, a cooperagdo entre as varias matérias ¢ tanta, que nao da mais para separd-las: acaba surgindo uma nova “macrodisciplina’. Um exemplo de transdisciplinaridade so as grandes teorias explicativas do funcionamento das sociedades. Esse ¢ 0 estagio de cooperagao entre as disciplinas mais dificil de ser aplicado na escola, pois ha sempre a possibilidade de uma disciplina “imperialista” sobrepor-se as outras (ABUD, 1999). Todos os direitos so reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 Na prdtica transdisciplinar, bastante utépica, haveria uma proposta de sistema sem fronteiras entre as disciplinas, sendo impossivel distinguir onde uma comega e outra termina. Para Fazenda (2003), este nivel de abrangéncia negaria a possibilidade do didlogo, condigao “sine qua non” para o exercicio efetivo da interdisciplinaridade. Entretanto, Hernandez (1998) percebe que a pratica da pesquisa nas ciéncias e na tecnologia leva a efeito cada vez mais a transdisciplinaridade, no momento de organizar grupos e projetos de pesquisa; ele argumenta que essa realidade vem acontecendo na area biomédica, na ecologia, na paleontologia, entre outras, mas reconhece a dificuldade de exercé-la adequadamente no contexto escolar, sem que se efetivem mudangas estruturais nas escolas e nos cursos de licenciatura. © modelo multidisciplinar, presente na escola, ainda hoje desconsidera as caracteristicas e necessidades do desenvolvimento do ser humano. Para resgatar essa inteireza perdida e possibilitar uma visdo da totalidade do conhecimento é que estamos propondo o modelo interdisciplinar. Jolibert (1994) analisa que quanto mais se acelera a produgéio do saber humano, mais se faz necessario garantir que ndo se perca a visdo do todo. As escolas, de modo geral, trabalham com coordenagéo de area, numa tentativa de superar as deficiéncias do curriculo multidisciplinar. Mas, na pratica, 0 que vemos acontecer é a simples “coordenagéo de matéria’ (reunides de professores que lecionam o mesmo contetido em séries distintas), garantindo-se, assim, a integracdo vertical — de uma série para outra, mas ndo a superacao do modelo multidisciplinar. No entanto, a coordenagdo de area, bem conduzida, poderia ser o primeiro passo para a transformagao curricular rumo a um modelo interdisciplinar. A verdadeira coordenago de area consistiria em reunir-se os professores de contetidos afins, para planejarem em conjunto seu programa, a partir de um eixo comum, teérico ou metodolégico. Por exemplo, a coordenagao de area de linguas poderia ser estabelecida a partir do eixo da Linguistica, que é a base do ensino e da aprendizagem do Portugués e do Inglés, e/ou do eixo metodolégico, pela didatica do texto. © que ndo Todos os direitos so reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. uv € possivel ¢ submetermos os alunos a uma aprendizagem tradicional da lingua estrangeira, quando o professor de Portugués ja avangou em sua proposta metodolégica — ou vice-versa, A medida que garantimos a integragao dos contetidos, estamos garantindo também a sua significagao para os alunos. Consequentemente, crescerd o interesse dos alunos pela escola, que, cada dia mais, perde espaco para a midia e para todos 08 atrativos tecnolégicos € eletrénicos dos meios de comunicagao, computagao e diversao, Erich Jantsch, em 1980, preocupado com a fragmentago do saber e a especializagéo da ciéncia modema, define a transdisciplinaridade como a consequéncia normal da sintese dialética provocada pelo esforco integracionista e interdisciplinar entre os vatios contedos e didaticas e elabora o seguinte grafico demonstrativo sobre os termos levantados (WEIL; D'AMBROSIO; CREMA, 1993). Vejamos a seguir, o modelo de Jantsch. Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18, Transdisciplinaridade - Modelo de Jantsch MULTIDISCIPLINARIDADE Sistema de um sé nivel e de objetivos O O O miltiplos; nenhuma cooperacao. PLURIDISCIPLINARIDADE Sistema de um s6 nivel e de objetivos + miiltiplos; cooperagao mas sem coordenagao INTERDISCIPLINARIDADE Sistema de dois niveis e de objetivos ¥~ f \ multiplos; cooperag4o procedendo de Ces] nivel superior. TRANSDISCIPLINARIDADE Sistema de niveis e de objetivos miltiplos; coordenagao com vistas a.uma finalidade comum dos sistemas. Fonte: Krohling (2007, p. 203), 2.5 Curriculo x pratica pedagégica César Coll (1996) apresenta um modelo de Projeto Curricular que nos mostra como podemos integrar planejamentos de longo, médio e curto prazos, para conduzir 0 processo educacional em diregao a seus objetivos. Para ele, 0 curriculo um elo entre a declaracao de principios gerais e sua tradugao operacional entre a teoria educacional e a pratica pedagégica, entre o planejamento e a ago, entre 0 que é prescrito e o que realmente sucede nas salas de aula. E légico, portanto que a Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utlizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 elaboragaio do curriculo ocupe um lugar central nos planos de reforma educacional e que frequentemente ele seja considerado como ponto de referéncia para guiar outras atuagdes (por exemplo, formagao inicial e permanente do corpo docente, organizagao dos centros de ensino, confecgao de materiais didaticos, entre outros) ¢ assegurar, em ultima instancia, a coeréncia das mesmas. E preciso salientar que as escolas devem funcionar em torno de uma grande equipe, que inclui professores, orientadores, coordenadores, diregao, administracao (incluindo aqui compras, manutengo e limpeza, gréfica, secretaria escolar, atendimento as familias, entre outros), tendo sempre em vista seu objetivo maior: a educagéo. E devemos lembrar que a educagao escolar é algo que ocorre, principalmente dentro das salas de aula. Mesmo uma atividade de campo nao se prestara a boas aprendizagens se os alunos néo estiverem com certo espirito de sala de aula que Ihes proporcione um aprender divertindo-se, Portanto, de acordo com Signorelli (1997), é preciso lembrar que a Escola & uma instituig&o complexa onde diversos aspectos se encontram relacionados: organizacionais, administrativos, pedagégicos e outros, e todos devem ser coordenados de modo a produzir um processo de aprendizagem o mais efetivo possivel Um professor para agir deve considerar 0 estado inicial de seus estudantes, a partir do qual ele construira propostas de ensino com o propésito de desencadear nos alunos um processo cognitive e emocional que envolva os contetidos eleitos no planejamento, de modo a provocar construgdes de conhecimento — ou seja, aprendizagens — relacionadas aqueles contetidos. O estado inicial dos alunos é definido pelos conhecimentos prévios que eles possuem sobre os conteudos envolvidos em cada proposta de ensino e aprendizagem. Conhecimentos esses que seréo a base com a qual os alunos poderdo fazer relagées e construir significados para aquilo que estdo aprendendo Para que haja construgéo de conhecimentos e, portanto, aprendizagem efetiva, é preciso que os alunos aprendam também o que é aprender. Esta preocupagdo deve se refletir na pratica pedagdgica através de atividades que permitam realizar reflexGes de natureza metacognitiva, isto é, aquelas que tratam de explicitar 0 que se esta fazendo para aprender e por qué. Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. E importante ter bem clara a distingdo entre ensinar e aprender. Aquele que ensina, planeja, faz escolhas, prepara propostas de ago, enquanto aquele que aprende deve estabelecer relagdes riativas com os contetidos tratados, envolvendo-se com 0 trabalho, questionando-se, construindo novos significados e representacées. A avaliagdo 6 um processo que envolve sempre dois lados: é impossivel avaliar a aprendizagem, sem avaliar ao mesmo tempo o ensino. Em outras palavras, se a avaliagdo detecta problemas na aprendizagem de um determinado contetido, a questéo a seguir deve ser: 0 que deve ter ocorrido durante o processo de aprendizagem que gerou esse problema e como aprimorar as propostas de ensino anteriormente planejadas para superd-lo com os alunos envolvidos, e evita-lo no futuro? Contetides escolares incluem todas as formas culturais que a escola considera importantes para a formagao integral do cidaddo e envolvem a aprendizagem daquilo que devemos saber (0s fatos, conceitos e principios), aquilo que devemos saber fazer (0s procedimentos) e aquilo que devemos ser (valores, atitudes e normas). © professor precisa trabalhar com objetivos que possuam diferentes abrangéncias e duragées. Deve-se ter objetivos gerals mais duradouros, que orientem a acdo pedagégica em diregao a uma educagao do individuo. Mas deve-se também traduzir esses objetivos de longo prazo em propostas de trabalho para o dia-a-dia. Para isso é preciso definir os contetidos a ensinar e em que profundidade € abordagem ensind-los (objetivos finais e didaticos). Voltamos ao curriculo! Devemos ter um curriculo que combine esse planejamento de longo prazo, necessariamente mais estavel, com as propostas de ensino e aprendizagem que devem ser definidas em fungao da realidade concreta da sala de aula, onde o professor considera seus alunos, o lugar onde eles vivem, a escola em que estudam, suas histérias escolares e sociais, entre outros. Somente o professor pode tomar essas decisdes de maneira coerente, sem transformar a educagéo numa sequéncia de instrugdes técnicas e sem sentido para ele e para 0 educando. Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. E importante ressaltar, segundo Signorelli (1997), que 0 trabalho educacional ocorre em um tempo muito longo com cada aluno. Em nossa constituigéo, podemos dizer que temos a educagao basica como obrigatéria, os nove anos do ensino fundamental ¢ os trés anos do ensino médio devem ser aproveitados da melhor maneira possivel. Nesse periodo, um aluno tera, no minimo, de dez a vinte professores. Isso se ele ndo mudar de escola e no passar por retengdes. O trabalho desenvolvido por esses professores deve ser coordenado da melhor forma, pois sabemos que muitas aprendizagens sé se completam com anos de esforgos conjuntos, como é 0 caso, por exemplo, da formagao de bons leitores e escritores. Enfim, a pratica pedagdgica constitui-se o eixo articulador do curriculo com a cultura. E nela que se formam e se organizam os processos escolares. E por ela que se estabelece, implanta-se e se consolida um curriculo escolar, que determina toda formagao dos educandos (GHEDIN, 2012). A pratica condiciona um modo de vida que precisaré de anos de reflexdo para que possa ser alterado, caso essa formacdo ndo se dé de modo adequado. Ao final do préximo tépico, falaremos sobre o planejamento curricular tao importante e que tem por objetivo orientar 0 trabalho do professor na pratica pedagégica da sala de aula 2.6 Desenvolvimento, elaboracao e planejamento curricular Um dos textos mais conhecidos e utilizados no Brasil para a organizagéo curricular € 0 classico *Principios Basicos de Curriculo e Ensino’, que, embora datado do final da década de 40, fundamentou a construgdo de propostas curriculares por varias décadas. Nesse texto, Ralph Tyler (1974) se propée a desenvolver uma base racional para considerar, analisar e interpretar o curriculo e 0 programa de ensino de uma instituico educacional. A base racional proposta pelo autor centra-se em quatro questées fundamentais que, uma vez respondidas, permitem a elaboragao de qualquer curriculo ou plano de ensino: > Que objetivos educacionais deve a escola procurar atingir? > Que experiéncias educacionais podem ser oferecidas que tenham probabilidade de alcangar esses propésitos? > Como organizar eficientemente essas experiéncias educacionais? Todos os direitos so reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. > Como podemos ter certeza de que esses objetivos estdo sendo alcangados? Essa base racional para a elaboragao de programas de ensino ndo se preocupava com a organizagao do sistema, pressupondo-a como dada. Por exemplo, se utilizamos 0 modelo de Tyler para organizar o curriculo de uma escola de ensino fundamental, ndo temos informagées sobre como dividimos os anos ou os ciclos escolares, sobre se organizamos a escolarizagdo por disciplinas ou por niicleos tematicos, sobre como selecionar as disciplinas que deveriam constar do curriculo. Essas decisées precedem, para Tyler, 0 processo de elaboragao curricular, Ainda hoje, as questées formuladas por Tyler tendem a servir de guias para a maioria dos projetos curriculares elaborados por administradores ou supervisores dos sistemas educacionais. E verdade, também, que nem sempre as respostas apontam os mesmos caminhos trilhados por Tyler, cuja matriz basica era o comportamentalismo. Se observarmos os Parametros Curriculares Nacionais (PCN), propostos pelo MEC, verificamos que, a despeito da matriz construtivista, a organizagéo do material segue uma racionalidade que em muito pouco difere daquela enunciada por Tyler. Todos os documentos apresentam a mesma estrutura basica com objetivos, contetido, critérios de avaliagao e orientagées didaticas. A primeira pergunta de Tyler encaminha a resposta aos dois primeiros elementos dessa estrutura: objetivos e conteudos; a segunda e a terceira nos permitem definir orientagdes didaticas e ordena-las seguindo os principios de coeréncia horizontal e vertical; ¢ a quarta, aponta para os procedimentos de avaliacdo dos programas implementados. O modelo curricular sobre 0 qual se assentam os PCN’s foi elaborado pelo psicélogo espanhol César Coll (1996) e tem uma légica muito proxima das preocupacées de Tyler. Nao vamos analisar 0 modelo, pois nossa intengao é caminhar para os temas transversais e, na sequéncia, o trabalho interdisciplinar por meio de projetos, nosso principal objetivo. Quanto a elaboracao do curriculo, é importante entender que nada mais é do que preparar sua divulgagao organizando os saberes escolhidos de modo a serem desenvolvidos na situagao escolar; é planejar situagdes de ensino e aprendizagem, cuidando da articulagéo entre contetide e forma, com vistas a apropriagéo do Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. conhecimento pelos alunos. & preciso, pois, ter toda a atengdo para ndo correr riscos como o de buscar uma forma ideal, ou uma metodologia genérica de ensino, como se fosse possivel ter uma formula para resolver toda a complexidade da aprendizagem escolar. © modelo de ensino baseado apenas na transmissdo coletiva consegue dosar 0 conhecimento em porgdes que cabem no tempo descontinuo de aulas ~ séo explicadas, resumidas, memorizadas com apoio dos livros didaticos, que organizam os contetidos em ligdes e exercicios de fixagdo, mas tal modelo néo parece favorecer a aprendizagem real dos alunos. Para que sejam apropriados, contetidos especificos pedem formas especificas de organizagao e apresentagdo, ou seja, de ensino; e pessoas diferentes respondem de modos diferentes diante de situacdes de aprendizagem. Para falarmos em planejamento curricular, devemos voltar um pouco a compreensdo de que o curriculo é 0 desenho, modelo, expectativa de um ser humano que 6, que esta sendo e que tem o poder de fazer ser para além daquilo que € num determinado contexto. Pensar no curriculo como o poder de fazer ser dar a ele a constituigaio de um elemento que conjuga nossa visdo de mundo e de ser humano que vive o conflito ideolégico no cotidiano da escola, procurando tatear uma diregdo que se orienta pela tradigao historicamente construida por um passado que nos lanca diante de um futuro (GHEDIN, 2012). © curticulo, seja ele explicito ou implicito, nos permite construir o presente como perspectiva do futuro que no abdica de seu passado enquanto instrumental sistematico para ler as condigdes do contexto onde nos encontramos. Nesse caso, ¢ no contexto da pratica pedagégica que o curriculo se constréi. Por essa razao, faz~ se necessério estabelecer uma intima relacdo entre curriculo, cultura e pratica pedagogica que perpassa evidentemente o planejamento, E pelo contexto da complexidade da pratica pedagégica que poderemos estabelecer os oritérios que nos permitem avaliar o curriculo que estamos produzindo na conjuntura da escola. A pratica tem revelado que o curriculo proposto no coincide com o curriculo praticado. Muitos impedimentos para a produgo de um curriculo critico, ou melhor, de uma pratica critica que institui a inteligéncia como arma contra a forga se da no campo da pratica, Nesse patamar, as teorias Todos os direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. explicativas do curriculo s4o reelaboradas pelos docentes como um discurso que mascara 0 modo como eles préprios lidam com as questées curriculares. curriculo tem se tornado um discurso que justifica um conjunto de praticas contraditérias entre si e contrarias as teorias que se supdem como suporte para a justificativa de nosso fracasso. A falta de planejamento e organizagao da pratica pedagégica ¢ um dos grandes entraves que merecem destaque no processo de ensino-aprendizagem. Planejamento malfeito, sem sistematicidade, reduzido a decisées sem discussées e reflexées, disperso so todos elementos que irdo influenciar na pratica pedagégica. E preciso haver preocupagao tanto da parte dos professores, quanto direcao em discutir coletivamente 0 contetido proposto, afim de que, em conjunto, sejam descobertas novas maneiras de dirigir com mais eficiéncia o ensino-aprendizagem. Nesse caso, ndo ha possibilidade de estabelecer praticas interdisciplinares e nem transdisciplinares, pois ndo se cria espaco e oportunidade para que isso ocorra no espaco da organizagao pedagdgica da escola. © problema dessa situacéo € que os professores sao “isolados” com a institucionalizagao dessa forma de conduzir 0 processo educativo. Esse isolamento favorece a auséncia de critica e 0 debate sobre o significado e 0 sentido daquele conteudo para a vida dos escolares. Um contetido que nao resiste ao debate piiblico entre os pares nao deve ter espago na formagao escolar. Ao reivindicar a presenga e necessidade de um trabalho coletivo, estamos interpelando para que a legitimacao do curriculo se dé a partir do coletivo da escola tendo em vista os sujeitos que Ihe compéem e nao uma proposta autoritariamente imposta pelo sistema de ensino. Guarde... Planejamento Curricular tem por objetivo orientar o trabalho do professor na pratica pedagégica da sala de aula. Definir o curriculo a ser desenvolvido em um ano letivo, é uma das tarefas mais complexas da pratica educativa e de todo o corpo pedagogico das instituigdes (COLL, 2004). Planejar o curriculo para seu desenvolvimento em praticas pedagégicas concretas nao s6 exige ordenar seus componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as préprias condicées do ensino no contexto escolar ou Todos os direitos so reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. fora dele. A func&o mais imediata que os professores devem realizar é a de planejar ou prever a pratica do ensino (SACRISTAN, 2000). Todos 0s direitos sao reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convengao internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrénicos ou mecénicos, inclusive fotocépias ou gravagées, ou, por sistemas de armazenagem e recuperagao de dados — sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.

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