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mecanica Informagao profissional Pd Bi sila sia se Ll mera ee LU) Da eae eee FIAT FIRE CI Pea aay Os motores & combustiio interna, que equipam os veiculos, so méquinas térmicas capazes de con- verter a energia armazenada pelo combustivel em trabalho witil. Essas méquinas esto em constante evolugao, desde a sua origem, com a patente ini- cial proposta por Otto em 1876, somando até en- to, mais de 130anos. Para que haja um funcionamento otimizado do motor é necessério que ele seja produzido dentro de limites dimensionais ou de tolerdncias previa- ‘mente analisadas e determinadas em seu projeto. Certamente, ao longo de sua utilizagio, 0 motor estard sujeito ao desgaste e com isso, as toler‘in- cias do projeto, aplicadas na sua producdo, serao cexcedidas até os limites do desgaste admissivel Logo, conhecer tais caracteristicas de um determi: nado motor, o que de fato, sio dados personaliza: dos de cada projeto, é de fundamental importan- ciano diagnéstico e, sobretudo, na sua reparacio. Os procedimentos corretos para desmontagem de ‘um motor, andlise, selego dos servicos (a serem adotados na reparacéo) e sua posterior monta- gem também sao imprescindiveis para uma repa- ragao eficiente, ‘Uma reparagio eficiente ¢ aquela em que a exe ccugio dos servigos segue procedimentos recomen- dados pela “boa técnica” eem menor tempo. Lem- bramos que um veiculo imobilizado, por tempo demasiadamente longo, em uma oficina, é prejut 20 para o reparador, uma vez que envolve maiores custos (por conta de ocupacio de espaco) eriscos agregados, além de afetar diretamente a confiabi- lidade do cliente com a qualidade do servigo em execugao. As propostas e decisbes a serem adota- ddas também devem ser transparentes. Eo cliente deve ficar atento a correta elaboragio dos orga- ‘mentos, ao cumprimento dos prazos, as recomen- dagdes indispensdveis, as revisdes e garantias o- fertadas, inclusive referentes a pecas e servigos de terceiros, Neste segundo volume, a série “Mecénica 2000 - Motores” mostra as caracteristicas técnicas da fa- rilia de motores FIAT FIRE, eas intervengies ne- cessérias para manté-los em perfeitas condigdes deuso. Omotor FIRE, de origem italiana, é produzido no eee Brasil desde o ano de 1999. Ao longo de todos es- ses anos, foram lancadas varias verses, Estes mo- tores sao produzidos em uma linha de montagem de alto nivel de tecnologia e com equipamentos de ultima geragdo, para atenderem as exigéncias dos projetos. Com este material, esperamos oferecer um treina- ‘mento completo sobre esta familia de motores, possibilitando o conhecimento de toda sua estru- tura e funcionamento, e ampliando a capacitagio do profissional automotivo. abe ainda esclarecer: “o CDTM adverte que os dados contidos neste manual so fornecidos em cardter indicativo, e que poderdo ficar desatua- lizados em consequéncia das modificacoes técni: cas ou comerciais realizadas pelo fabricante do motor”. m. [DE cme aie Corpo editorial Diregdo geral: Marcley Lazarini Desenvolvimento técnico: Eduaido Rosas Colaboragaio técnica: Rodrigo Bekerman ‘Administracao: Daniel Marques Coordenagio e marketing: Cléudio Lazarini Diagrama¢ao: Fabiana Bomtempo e Haroldo Mainenti Colaboragao: Gil Braz e Emerson Neves Programagio visual e capa: Pedro Bonneau Revisio ortogréfica: Genoveva Xavier GEnoREWY + KLANNY Apoios oe hy el ss SCHADEK eh Poa nn al Realizacio Automotive ‘CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DDETECNOLOGIA MECANICA Televendas: (31) 3123-0700 www.mecanica2000.com.br 27 3608 Motores FIRE = Inte Introdugéo 1 - Histérico do Motor FIRE 1.1 -O motor FIRE - 16 valvulas 1.2 -O motor FIRE - 8 valvulas 2 -Procedimentos Iniiais de Manutengio 2.1 -Procedimentos operacionais ‘3 Desmontagem dos Componentes - Motores 16 Valvulas 4 Remogio dos Fixos Comandos das Valvulas - Motores 16 Valvulas ‘5 Desmontagem do Cabegote Inferior - Motores 16 Valvulas 6 Desmontagem dos Componentes - Motores 8 Valvulas 7 Inspeglo dos Componentes do Motor 7.1 -Controles dimensionais do bloco 7.2.- Didmetro dos clindros 7.3 - Controles dimensionais dos mancais fxos- classes dimensionais no bloco 7-4 - Controles dimensionais do eixo de manivelas- classes dimensionais 7.5 - Comtroles dimensionais das bielase pistbes 7.6 -Gontroles dimensionais dos cabecotes 8 -Procedimentos de Usinagem (retifca) 8.1 - Retifica do eixo de manivelas 18.2 - Retifica do bloco do motor 8.3 - Retifica do cabecote 8.4 Inspegao da bomba do éleo 9 -Procedimentos de Montagem dos Motores FIRE 9.1 - Montagem do motor parcial 9.2 - Montagem do conjunto pistio e biela '9.3- Montagem dos anéis de segmento ‘9.4 Montagem do motor semicompleto {9.4.1 - Montagem do cabegote 8 valvulas 9.4.2 - Montagem do cabecote 16 valvulas 10- PartidaIncial do Motor 11-Caracteriseasprincipas dos motores familia FIRE e sistema de alimentagfo 12. Wentfcago dos Motores FIRE 13 - Partiularidades na Reparagio e Retfca dos Motores FIRE [Apéndice - Dados téenicos dos Motores FIRE Selegao das bronzinas dos mancaisfixos dos motores FIRE Dados técnicos dos cabecotes FIRE 16 vélvulas Dados téenicos dos eabecotes FIRE 8 vAlvulas Dados técnicos do cabecote FIRE 1.4 - 8 vélvulas FLEX ‘Torques de aperto - FIRE 16 valvulas ‘Torques de aperto - FIRE 8 valvulas 27 27 27 29 35 37 37 39 46 46 55 o 7" ™ 1 75 as sees oma Wi setsrco ‘Motor FIRE A familia de motores FIRE teve a origem do seu projeto na Itlia, no ano de 1980, que se estendew até 0 final do ano de 1984, com a participacio intensa em pesquisas do GRF (Centro Ricerche Fiat ou Centro de Pesquisas da Fiat). Esse projeto pos- ‘sufa caracteristicas inovadoras para sua época, as ‘quais, ainda hoje podem ser analisadas como uma mudanga no conceito de se construir motores. © termo FIRE (Fully Integrated Robotized Engine - ‘Motor integrado e totalmente robotizado) expri- me a caracteristica produtiva deste motor, que contava desde entdo, com um elevado indice de automatizagdo, além de ter sido projetado através de técnicas computacionais também inovadoras para sua época, entre elas, 0 uso da técnica de MEF - “Método de Elementos Finitos”. Esse méto- cdo computacional foi desenvolvido para a andlise na drea estrutural, solucionando problemas de elasticidade pelo uso de “malhas computacionais, estruturadas” do tipo triangular. Essa técnica per- rmitia, desde ento, que problemas em geometrias complexas pudessem ser resolvidos, tal como as exigEncias do projeto de um motor. (O motor que dew origem a esta “familia” preserva, ainda hoje, as caracteristicas principais de seu conceito inicial, que era de se projetar e construir lum motor compacto, muito leve e extremamente robusto. Esse motor era o “FIRE 1000”, de quatro cilindros em linha, com 999 centimetros cibicos (dimetro do cilindro x curso = 70,0 mm x 64,9 mm), 8 val- vvulas, alimentado por um carburador de corpo duplo e dotado de um sistema de ignigéo dina- mica, com distribuidor acoplado ao cabecote ¢ acionado diretamente pelo eixo comando de val- vulas. Sua poténcia iniial era de 45 ev a 5000 rpm (algo ‘muito satisfatério na década de 80), e fornecia um. torque maximo de 8,2 kgfm a apenas 2750 rpm. Esse compacto motor pesava somente 69 kg, com- pleto, Seu bloco, fabricado em ferro fundido' cin. zento, participava com apenas 18 kg, gracas a um projeto inovador, que permitia o uso de paredes comespessuras de apenas 4mm. ‘Foran ang cng oro ncn concrete Os suportes de sustentagéo dos mancais fixos do bloco foram construidos em forma de “pontes”, ¢ no mais uma estrutura maciga, 0 que permitia elevada robustez, baixa transmissao de vibragbes , consequente, reducao do peso. utra preocupagao, no projeto desse motor, foi a redugéo do atrito interno, principalmente entre pistes e cilindros, com uma poténcia passiva ma- xima inferior a 10%. Essa importante caracteris- tica garantia boa poténcia efetiva e extensa vida ‘itildo motor. Cabe ainda destacar outra caracteristica marcante de seu processo produtivo automatizado, as “refe- réncias iniciais de usinagem”, as quais permitem ‘uma maior preciso de trabalho e redugdo nas to- lerancias de fabricacdo. 0 bloco é usinado tendo como referéncia principal 0 posicionamento dos cilindros, e nao mais planos ou pontos externos no bloco. Os furos de fixagdo do cabecote foram ali- mhados aos furos de fixacio dos mancais fixos do cixo de manivelas no bloco. Essa técnica de pro- Jeto permitia minimizar os esforcos provenientes do funcionamento do motor, tanto de origem me- cénica, quanto térmica, distribuindo de forma mais uniforme as tens6es produzidas. “Pontos” em forma de pequenas saliéncias sio ut- lizados para se obter a profundidade de cada cé- ‘mara de combustdo. Assim, o computador deter- mina a média da profundidade entre as cAmaras de combustdo e, entdo, calcula o plano de referén- cia para a usinagem. Esses pontos sao previamen- te confeccionados nas bases das cémaras de com- ‘bustio no processo de fundicao do cabecote. Es- se provedimento ja garantia, desde o langamento do motor, uma variagdo maxima de 1% entre os volumes das camaras de combustdo de um cabe- ‘ote, além de dispensarretrabalhos posteriores de usinagem, O eixo de manivelas, com cinco munhdes e quatro contrapesos, pesava jé usinado somente 5,93 kg. Ele foi sendo exaustivamente ensaiado durante seu desenvolvimento em simulacées severas de esforcos de fadiga. Tal pega demonstrava, desde entdo, elevada confiabilidade e baixa vibragao (devido a correta distribuicéo de massa), sendo sua matéria-prima o ferro fundido nodular ed er =

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