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Precursores: NORTH, CANTILLON, HUME SS ciasscsmo Socialize Utopico ‘OWEN, FOURER, SANTAIVON| Capituco 5 ) A ESCOLA CLASSICA — ADAM SMITH Neste capitulo, apresentaremos as contribuigées econdmicas de Adam Smith, que foi nao s8 © fundador da escola cléssica, mas também seu membro mais famoso. Nos préximos capttulos, discutiremos outros economistas clissicos importantes. A discussio sobre Smith é apresentada a seguir. Inicialmente, atentaremos para alguns de- talhes de sua vida ¢ conheceremos vérias influéncias importantes que recebeu. Posteriormente, analisaremos seu primeiro livo, The theory of moral sentiments, para explorar a relagio entre seu pensamento sobre 2 filosofia moral e sobre a economia politica. Por fim, examinaremos com detalhes seu monumental Wealth of nations, destacando suas opinides sobre (1) 0 laissez-faire ¢ a harmonia dos interesses, (2) a divisio do trabalho ¢ (3) as leis econdmicas de uma economia competitiva, DETALHES BIOGRAFICOS Adam Smith (1723-1790), o brilhante ¢ amavel fundador da escola clissica, nasceu na cidade industrial e portudria de Kirkcaldy, Escécia. Seu pai, fiscal de alfindega, morreu antes de seu 63 1 90 t®: Adam Smith morou com a mée, Margaret Douglas Smith, até ela falecer, em 1784, 405 90 anos, Smith freqiientou a Glasgow College muito Jovem, 20s 14 anos. Postetiormente, estudou continent € Politica linguas na Balliol College de Oxford Retomou Acasa de sua mae para continuar um cstudo independente por dois anos Depois se mudou para Edimburgo, onde fe Dalestas sobre resricae lieraura. Foi selecionarlo Professor de igica da Glasgow College em 1751 €, no ano seguinte,recebeu a cadeira de Filosofia Moral, que ocupou por 12 anos En 139; publicou a obra The theory of moral sentimenn & €m seguida, suas palestras se concen. “tunwe mais na jurisprudéncia e na economia polities de ‘que nas doutrinas éticas Smith renunciou & sua carrera no magiséio Para ser 0 tutor do enteado de Charles Townsend, ministro das Finangas, que, enariormente, ornou-se uma figura de destaque na América, na questio do imposto do ché colonial Smith passou mais de dois anos no cargo, ne Franga, onde esabeleceu lagos de amizade com os Fsiocrats,incluindo Quesnay eTurgoe. Apés erent 8 Escécia, Smith se aposentou com uma penoto anual de 300 libras, que a utoria the rendeu para o resto de sua vida, Em 1776, Smith publicou sua obra An ‘nguity into the nature and causes of wealth of na. par ate tinha inicado, na Franga, dex anos antes, O sucesso do livro foi imediato ¢ iso estas beleceu definicivamente o prestigio de Smith APés a publicagto de seu livzo, Smith passou dos an 'os em Londres, onde se uniu aos in- tclectuais de renome daquelaépoca. Depois as oy clesignado encarregado da aftndega na Es. 8cia, foi morar em Edimburgo com sua mae Acredita-se que muito de sua renda foi gasto se. mrenumente em caridade, Smith tha sempre prazer em ‘eceber os amigos em scus jantares, até don dag nant no 08 convidavaformalment, ess antag a0s domingos, foram celebra- dos durante muito tempo em Edimburgo, Entre, honras que recebeu, estava sua eleigio con zo ner dt Glasgow College. Pouco antes de sia more cy, 1790, muitos de seus manuscritos ‘0 publicados foram destruidos, de acordo com sea descjo e sem explicagao, INFLUENCIAS IMPORTANTES © Pensamento de Smith reccheu vétas influéncas importantes. A primeira e talvex a princi: Pal, foi o clima intelectual geral foi 0 periodo conhecido como iluminismo Esse movimento i crgu y e dade de raciocinio das pessoas Fevolugdo cientifica asso- Giada a Newton estabeleccu que a ordem ea haney ia caracterizam 0 universofisico, Por meio do raciocino sistematico, as pessoas poderiam cescobrir ndo apenas esas leis fiscas, mas vam. bém aquelas que governavam a sociedade. O, Pensadoresiluministas foram, poreanto, otimin. tas cles, geralmente, acreditavam que o pens mento € a energia humanos poderiam produsis lum progeesso quaseilimitado, A segunda influéncia que Smith recebeu foi dos fisiocratas, especialmente de Quesnay ¢ Targor. Ele logiou o sistema fisiocrético “con ‘oda sua imperfeicio” como “talver 0 mais pré- ilo da verdade que jétivesse sido publicado sobre Ssunto da economia politica’, O araque Gos Fisioeratas ao mercantilisma e suas proposts Para remover as bareiras comerciais ganharam Set admiragio. A parte desses pensadores, cle descreven © tema da riqueza como “os bens de Soosine reproduzides anualmente pelo trabalho da socied ade”, a desejdvel interferéncia mi. a Scola Classica E) nima do governo na economia ¢ conccito do processo circular de producio ¢ de distribuicao. Ele tinha planejado dedicar sua obra The wealth of nations a Quesnay, se este tivesse vivido axé o livro ter sido concluido. Francis Hutcheson, instrutor de Smith na Glasgow College, foi a cerceira influéncia sig: nificativa que Smith recebeu. Hutcheson acreditava que as préprias pessoas poderiam descobrir © que era eticamente bom, a vontade de Deus, 20 descobrir as agdes que serve para o bem da humanidade Finalmente, Smith foi influenciado por seu amigo David Hume que, por meio de cartas converses particulates, contribuiu para 0 desenvolvimento intelectual e as idéias econdm de Smith, A TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS The theory of moral sentiments foi publicado 17 anos antes de The wealth of nations. Porter sido publicado em seis edigées durante a vida de Smith, ea tilkima delas no tiltimo ano de sua vida, no se pode dizer que The theory of moral sentiments representava suas idéias introdutérias, e The wealth of nations, suas idéias mais recentes. Os livros ficam lado a lado, mostrando-se diferentes, mas com facetas complementares de seus pensamentos. Enquanto Mont! sentiments discutia as forsas morais que restringiam o egoi am as pessoas em uma sociedade trabalhista, The wealth of nations supunba a cxisténcia de uma sociedade justa ¢ mostrava como o individuo é guiado ¢ limitado pelas forgas econdmicas. ‘Moral sentiments comega com o capitulo “OF sympathy” (Da solidariedade), A soli dariedade, afirmou Smith, supera até mesmo o egoismo. A solidariedade (ou empatia ou sentimento de companheirismo) desperta nosso interesse pelo sucesso dos outros ¢ faz a fe licidade deles necesséria para nds. Isso é verdade, apesar de nao recebermos nada da Felic dade dos outros, exceto o prazer de vé-la. O sofrimento ¢ a alegria nos outros estimulam emogbes similares em nds mesmos. Se nos colocarmos no lugar do outro, nossa imaginaso pode evocar a simpatia por uma situagéo da qual a outra pessoa est inconsciente. As pes- soas que enlouquecem podem rir e cantar ¢ estar inteiramente insensiveis a qualquer sofri- mento, Assim, a angistia que sentimos ao observar tais pessoas nao vem do seu sofrimen to, mas da nossa consciéncia de sua sicuagéo por meio do nosso poder de razio © de julgamento. Isso € a solidariedade, Sentimos solidariedade aré mesmo diante dos mortos, porque imaginamos nossa alma vivendo nos corpos inanimados e, entdo, entendemos co- mo nossas emogées ficariam diante dessa situagio. © medo da morte envenena nossa feli cidade, mas restringe a injustiga da humanidade. Esse medo aflige ¢ atormenta o individuo, mas vigia e protege a sociedade. De acordo com Smith, ha paixBes nio sociais e sociais. Por exemplo o édio € 0 ressenti mento sio nao sociais. Com relagio a essas paixoes, dividimos nossa compaixo entre a pessoa que as sente © aquela que € objeto delas, pois os interesses desses dois individuos sio contra- ditérios. As paixdes sociais sio a generosidade, a bondade, 0 carinho, a misericérdia e a meirua clagio de amizade e de estima. Essas paixdes agradam aos espectadores indiferentes em quase codas as ocasi6es, porque sta simpatia pela pessoa que sente essas paixdes coincide exatan com sua preocupagio pla pessoa que é objeto delas. Sempre temos muita simpatia pelas paixSes benevolentes, pois elas nos parecer agradveis, em todos os sentidos, Como as pessoas esto dispostas ase identificar mais com nossa alegria do que com sa tristeza, exibimos nossas riquezas e escondemos nossa pentiria. Muito do trabalho ds da agitagio deste mundo ¢ responsavel no por suprir nossas necessidades, mas por sats nossa vaidade. Queremos set observados, estar presentes, ser notados com simpatia aprovasio. Os ricos se glorificam em suas riquezas porque chamam a atengéo do mundo meio delas. Os pobres ficam envergonhados de sua pobreza, que os deixa no anonimato, Sm declarou: Essa disposigdo em admirare quase adorar os ricos os poderosos e em menosprezar ou, pe lo menos, desdenhar as pessoas mais pobres, embora ambos sejam necessirios para estabele- cer € manter 2 distingio de classes ¢a ordem da sociedade, ¢ aa mesmo tempo a maior ¢ a ‘mais universal causa da corrupsio dos nossos sentimentos morais(..) Freqiientemente, vemos as atengées respeitosas do mundo vigorosamente direcionadas & riqueza e a0 poder ¢ nao ao sibio e 20 virtuoso. Vemos, freqiientemente, 0s vicios ¢ a est Pidex.dos poderosos serem menosprezados mais facilmente do que a pobreza ¢ a fraqueza de tum inocente, Merecer, adquitir ¢ desfrutar 0 respeito e a admiracio da humanidade so os :maiores objetos de ambigao ¢ de rivalidade. Duas diferentes trajet6rias s2o igualmente apre- sentadas.anés, levando i obtengao desse tio desejado objeto. A primeira, pelo estudo da cién- cia © pela pritica da virtude, ea outra, pela aquisiglo da riqueza e da grande (..) Para alcangar essa situagdo invejada, freqlentemente os candidatos & fortuna também abandonam os caminhos da virtude pois, inflizmente, a primeira ¢a segunda trajet6rias se encontram algumas vezes em direedes opostas. Mas o homem ambicioso elogia tanto asi mes ‘mo que, na situagio espléndida para a qual ele avanga, teré muitos meios de direcionas o res Peito ¢ a admiragio da humanidade e serd capaz de agit com graga e propriedade superior, ¢ ‘lustre de sua conduta futura cobrrd inteiramente ou apagard.asujeira dos passos através dos (quais ee chegou aquela honraria’ AAs pessoas, dizia Smith, podem existir apenas na sociedade. Elas esto expostas as injiias muituas e precisam da ajuda de alguém. Quando a ajuda necesséria ¢ reciprocamente oferecid Por amor, gratido, amizade e estima, a sociedade se desenvolve e fica feliz. Até mesmo se a afeigo e © amor miituos estiverem ausentes, de qualquer maneira a sociedade pode continuat a existir por causa de sua utilidade, apesar de ficar menos feliz e agradavel. Mas isso no pode exist entre aqueles que estéo a toda hora prontos a prejudicar e ofender o outro. Assim, o sis tema de justiga € requerido, Caridade, entio, é menos essencial para existéncia da sociedade do que a justia. A sociedade pode subsistr, apesar de ndo ser o estado mais conforcével, sem caridade; mas a prevaléncia da injustia deve desteut-la totalmente Smith, entio, considerou o problema inquietante de seu préprio egoismo e como isso po- dia ser restringido e controlado. 1. Adam Smith. The theory of moral sentiments, 10, ed. Londres: Strahan and Preston, 1804, p. 119-122, 126 127. [Publicado originalmente em 1759.) 2. Idem, ibidem, p. 17 A Escola Classica — Adar Para as paixoes origins e egoias da natura humana a perda ou 0 ganho de uma vantagem muito pequena, que para ns parece ser de muita importéncia,estimmula muito mais uma aegsia ou pesi, um deseo ou aversio muito mais ardente do que a grande preocupagio com 6 outro com quem nio temos ligagio dire. O interese de um individuo, desde que observado do seu ptéprio ponto de vst, nunca deve scr comparado com os noses prépios, no deve nos impedir de fuze o que quer que queiramos, independentemente de quo ruinoso seja para ee ‘Vamos supor que o grande império da China, com seu grande niimero de habitances, fos se, de repente, engolido por um terremoro ¢ vamos considerar como um homem da hu smanidade na Europa, que nao tivesse nenhum contato com aqua parte do mundo, seria afe ado a0 receher a informagio dessa calamidade medonha. Inicialmente cle expresaria muita tristeza pela desgraga daquelas pessoas infelices, fava vias reflexes melancélicas sobre a pre caricdade da vida humana a vaidade de todos os trabalhos do homem, os quaisposeriam, ntio, ser aniquilados no momento. Tae, s¢fosse um homem de negécios, ele também se preocupasse com os efetor que este desastre poderia produzit no coméscio da Fuuropa e no coméfcio do mundo em geral E quando toda ess boa filosofia teminasse, quando todos es seus nogécios ¢ seus prazcres, teria todo o seu sono ou sua distragio de volta com a mesma facilidade ¢ tranqiilidade de antes. O desastre mais frivolo que poderia acontecer com ele cocasionaria uma maior turbuléncia rel. Se el Fosse perder seu deco mindinho amanha, nse dormitia hoje & noite; mas como cle nunca os conheceu, ressonard com a mais profunda se- guranga sobre a desgraca ds milhdes de semelhantes, e a destruigio daquelaimensa multi- clio parece ser um objeto menos interessante do que sua propria insignificante desgraga. (..) ‘© que provoca a generosidade em todas as ocasides e 0 mal em muitas para sacrificar 0 in teresse proprio em nome dos maiores interesses dos outros quando estamos freqilentemente muito mais abalados com nossa propria preocupagio, do que com a dos outros, por qualquer que seja? Nao ¢ 0 poder brando da humanidade, nio € aque fasca fraca de benevoléncia que « Natureza acendeu no coragio humano que € capaz de neutralizar os impulsos mais forces do amor-préprio, E um poder mais fort, um motivo mais vigoroso, que exerce asi ‘mesmo sobre tas situagées. Ea razio, o principio, o habitante do coracéo, o homem em seus limites, o grande jixe drbitro de nossa conduc. ( Quando a flicidade ou a tristeza dos outros depende em todos os sentidos de nossa con: duta, nio ousamos, como o amor-pr6prio poderia nos sugerie,prferr ointeresse de um in- dividuo a0 de muitos. © homem dentro de nds nos alera imediatamente de que nos va lorizamos muito e valorizamos muito polico as outras pessoas e, a0 fazer isso, tormamo-nos (0s préiprias objeros do desprero e da indignacio (.) Smith esté dizendo que as nossas faculdades morais impoem regras de conduta que tes: eringem nossas agbes de egoismo. Essas regras podem ser consideradas dominios e leis da divin dade. Se violissemos as leis de Deus, serfamos punidos pelos tormentos da vergonha interior e pela autocondenagio, Se obedecermos aos desejos de Deus, seremos recompensados com a conscién- cia tranqiiila, contentamento ¢ auto-satisfagio. Assim, Deus promove a felicidade do ser humano. Na passagem que parece ser a mais famosa no livro The wealth of nations, Smith declara que 0s ricos tendem a economizar e a reinvest, portanto consomem menos do que os traba- hadores. Os ricos, inadvertidamente, compartilham 0 produto de todos os seus melhoramen- tos com os trabalhadores mais pobres, -m, ibidem, p. 274-280, HISTORIA DO PENSAMENTO ECONOMICO _ tembora eles estejam preocupados somente com sua pripria conveniéncia, embora 6 nico fim que cles proponham dos tabalhos de todos os milhates que empregam seja a gratificagZo de sua prépria vaidade e dos seus desejos insaciveis, Ele continuou essa idéia da seguinte forma: (Os negociantes] (..) sio levados por uma mao invisva a fazer quase a mesma distibuiggo das neceasidades da vida que teria sido feta se a tera tvese sido dividida em partes igaie entre todos os seus habitantes;¢ assim, sem pretender, sem saber, promove o interesse da so ciedade ¢ fosnece os meios para a multiplicago das espécies (.,) Tanto Moral sentiments quanto Wealth of nations reconciliam o individuo com o interes social por meio do principio da méo invisivel ou da harmonia natural e do principio da liber dade natural do individuo ou do dircito por justia. Em Moral sentiment, a compainio ea benevoléncia impedem o egoismo; em The wealth of nations, a compettividade direciona a proprio inccresse econémico a0 bem social A RIQUEZA DAS NACOES O tratado econdmico de 900 paginas de Smith, An inquiry into the nature and causes of the ‘wealth of nations surgiu em 1776, 0 ano da Revolucéo Americana. Foi o livro que o consagrow como um dos principais pensadores na histéria do pensamento econdmico. Por isso, as re contidas em The wealth of nations exigem um exame cuidadoso. A diviséo do trabalho imeiro capitulo do livo The wealth of nations é intitulado “OF the division of labour” (Da dlvisto do trabalho), uma frase pouco eonhecida na época de Smith. A primeira passagem & seguinte O maior aperfeigoamento nos poderes produtivos do trabalho ea maior parce da técnica, ha- bilidade e julgamento com os quais estejam direcionados ou aplcados em qualquer lugar parecem ter sido os efeitos da divisio do trabalho' Reconhecendo sua importincia para seu tema geral, Smith aplicou esse conceito em uma deralhada descrigto de uma fibrica de alfinetes: Tomemos como exemplo, portanto, uma insignificant fabricagao, mas em que a dvisio do trabalho tem sido notada freqiientemente, a fabricagio de alfinetes; um trabalhador nao ins. do para esse negcio (para o qual a divisio de tabalho tem trazido uma ocupacto dife rente), nem informado sobre o uso do maquindrio cmpregado nele (que aconteceu devido a «ssa mesma divisio do trabalho), poderia acabar,talvee, com sua industria mais importante fazer um alfinete por dia certamente nao poderia fazer 20. Mas no caminho cm que esse 4. Idem, ibidem, p. 386, 5. Adam Smith, An inguiry into the nature and cause ofthe wealth of nations, Nova York: G. P Putnam’ Sons 1877, p. 19. [Publicado originalmente em 1776, afia a ponta para colocar a és operagbes, para revesti-la¢ uma operacao pe- até mesmo uma funsdo especifica para colocé-los de fer alfinetes esté, desse modo, dividido em tintas que, em algumas fabricas, so todas fetas por diferentes mos, embo- nesmo trabalhador fard duas ou trés delas, Vi uma pequena manufatura desse penas dex homens trabalhavam e onde alguns deles, consegiientemente, rea us trés operagbes. Mas, embora eles nio fossem muito hdbeis e, portanto, fa com 0 maquinario, cles poderiam, se se esforcassem, fazer juntos 12 libras de or dia. H, em uma ibea, mais de quatro mil alfinetes de tamanho médio. Aque sous, portanto, poderiam fizer juntas acima de 48 mil alfinetes por dia. Poreanto, soa, ao fazer a décima parce dos 48 mil alfinetes, poderia ser considerada produtora 4.800 alfinetes por dia. Mas se clas tvessem trabalhado separada e independentemente € nrenhuma delas ter sido treinada para essa operacio em particular, certamente eada uma 2s no poderia fazer 20 alfinetes, talvez nem um por dia divisio do trabalho, disse Smith, aumenta a quantidade de produgdo por trés razées », cada trabalhador desenvolve uma habilidade maior na realizagao de uma simples tare & scpctitivamente, Segundo, cconomiza-se tempo, pois se o trabalhador no puder ir a0 tta- outro fard sua fungio, Terceiro, 0 maquindrio pode scr desenvolvido para aumentar a sutividade, uma ver que as tarefas tenham sido simplificadas feitas habitualmente por meio ° do trabalho. Aqui, percebe-se a énfase na produsio manufaturada e na produtividade balho. Lembre-se de que os mercantilistas estavam preacupados, principalmente, em co roca de bens, uma ver. produzida, poderia contribuir para o bem-estar da nacio, Os f- ratas, por outro lado, concentravam-se na produsio agricola. Ao comesat seu livro com a ussio sobre como'o mesmo ntimero de trabalhadores poderia produzir, substancialmente s produtos, ao dividir seu trabalho, Smith imediatamente esclareceu que The wealth of na. fa uma quebra das principais nogbes de economia entdo existentes A harmonia dos interesses e o governo limitado Smith ressalrou que os participantes da economia tendem a ir atrés de seus interesses pessoas, negociante busca o lucro: “Nao é da benevoléncia do agougueiro, do cervejeiro ou do padeiro Ic nds esperamos nosso jantar, mas da sua considerasio de seu préprio interesse”. © con midor procura encontrar 0 prego mais baixo por um bem, de acordo com sua qualidade, © abalhador tenta encontrar salitio mais alto, de acordo com seu trabalho. Mas, escondida nd arene caos da atividade econémica, esté a ordem natural, Hé uma mao invisivel que dire NRT. Embalagem 8.£ imporcante norar que a prodiutividade na fabricagio de alfinetes tem exeacido desde a época de Smith, um {ue no o surpreenderia. Em 1980, a producio dittia de alfinetes na Inglaterra era de 800 mil por ta balhador, um aumento de 167 vezes sobre os 4.800 por tabalhador estimados por Smith para sua poca Mico desse aumento pode ser atribuido a0 equipamento de capital melhorado. Veja Clifford F. Pratten, The manu: fall HISTORIA DO PENSAMENTO ECONOMICO. ciona o comportamento do interesse préprio para um tal camino que o bem social emerges Preste atenco em Smith (Cada individuo, necessriamence, rabalha para face 2 receta anual da sociedade tao grande {quanto ele poss. De fato, cle geralmente no pretende promover o interese piblico nem saber quanto sti provendo para a socedade. Ao preerie apoiar a inddstria nacional & ind tra estrangeia, ele deseja apenas sua prépria seguranga ¢, so ditigir aquela industria de rmaneira que sua produgio possa ser de maior valor, almeja apenas seu proprio luco e nisso, como em uttos 230s, éguiada pela mo invsivel para promover um final que nao faz parte de suaintengéo. Nem sempre €0 pir para a sociedade no fazer parte dela. Ao perseguir seu préprio interesse,o individuo, reqientemente, promove mais eficazmente aquea sociedade ddo que quando realmente pretende promové-la, Nunca vi muito bencficio realizado por aque- les que simulavam comercilizar para o bem pliblico. E uma simulagio, de fto, nao muito comum entre os mercadores, bem poucaspalavras podem ser empregadas para dissuadilos A chave para 0 entendimento da mio invistvel de Smith é o conceito de compettividadey A acio de cada produtor ou mercador que esté tentando obter lucro é contida por outros peas durores ou mercadores que estdo, provavelmente, tentando ganhar dinheiro, A competitividadl redux o prego dos bens e, conseqiientemente, o lucro de cada vendedor. Em situages em qui hi, inicialmente, apenas um tinico vendedor, o lucro extraordinério atrai novos concorrental que aumentam a oferta e eliminam os lucros excessivos. Em um caminho anélogo, os empry gadores disputam os melhores trabalhadores, empregados disputam os melhores empregos & consumidores disputam pelo dircito de consumir os produtos. Dito em termos da economia contemporinea, 0 resultado é que os recursos sio alocados para suas aplicages mais valiosas ficiéncia econdmica prevalece. Além disso, devido &s economias ¢ aos investimentos dos hau mens de negécios — novamente, afora seus préprios interesses —., o capital acumula ea econ mia cresce. A busca do préprio interesse, restrta pela competitividade, tende, assim, a produ «© bem social de Smich, a produgo maxima e o crescimento da economia Essa harmonia de interesses significa que a intromissio do governo na economia & desnecessira e indesejsvel. De acordo com Smith, os governos sio esbanjadores, corruptos, ine cientes e concessores de privilégios de monopélio em detrimento de toda a sociedade. E evidente que todo individuo pode, em sua posicio particular, julgar seu proprio interesse econémico muito melhor do que qualquer estadista ou legislador pode fazer por ele. O es- tadista, que deveriatentar direcionar as pessoas na forma como elas deveriam empregat seus ‘apitais, nfo s6 se sobrecarregaria com a mais desnecesséria atengio, mas também assumiria uma autoridade que seguramente no seria confidvel, nfo s6 por usm individuo, mas por ne- nhum conselho ou assembléia, qualquer que seja, ¢ que em nenhum lugar seria tio perigosa ‘como nas mos de um homem que fosse insensato ¢ imprudenteo suficiente para desejar que cle proprio exerceste essa posicio' A desconfianga do governo, por parte de Smith, est mais refletida em suas referéncias a seu préprio governo, um regime que a maioria dos historiadores julga ser um dos mais honestae e eficientes no mundo naquela época 10. Idem, ibidem, p. 354 11 Idem, sbidem, p. 354 Mas, embora a esuberincia do governo deva, sem divid, ter retardado © progresso da Inglaterra em diresio 3 riqueza ao descnvolvimenco, ela nfo eracapaz de parar 0 pais. A produgio anual de sua terrae wabalho é, sem divida, muito maior tualmente do que era na restauragio ou na revollucio, Pertanto, o capital empregado anualmente no cultivo da terrae na manutengio dest trabalho deve ser provavelmente muito maior. No meio de todas as ex- corsbes do governo, ese capital tem sido slenciosa¢ gradualmente acumulado pelo come- dimento e bos conduca dos individuose pelo esforgo ger, continuo e inincerrupto para me- Ihorar sua prépria condo. E esse esfrgo, protegio pela lei epermitido pela liberdade de cexercé-lo de maneira mais vantajosa, que tem mantido o progresso da Inglaterra em diregio fingirem lar pea economia das pessoas e por impeiem a despess dels, ou plas pomporas leis ou por probir a importacio dos luxos estangero,Eles mesos slo sempre e, em ex Smith propagou sua crenga na harmonia dos interesses ¢ laisez-faire para 0 comércio in- acional: A riqueza de uma nasio vizinha, de qualquer forma, emboraperigosa na guerra na poit-

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