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RICHARD T. FROYEN VATA AVYAAIVAYIE i | , } \ we LAVA LIV 5 O Sistema Keynesiano (1): O Papel da Demanda Agregaga O efgito da Depressio sobre a economia Figura 5.1, qu ais de desemprego dos anos 1929-1941. A taxa de desemprego subiu de 3 foorga de trabalho, em 1929, para forga de trabalho, em 1933, 0 ponto mais baixo da atividade econdmica durs a Depressio. O desemprego permaneceu acima de 10% duran © produto nacional bruto (PNB) real caiu 30% entre 1929 ¢ 1933, endo voltou a retomar ao nivel de 1929 antes de 1939. © cconomista britinico John Maynard Keynes, cujo livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda éa base do sistema keynesiano, foi mais do pelos eventos de seu proprio pais do que pelos dos Estados Unidos, Bretanha, o alto desemprego comesou nos primeiros anos da déeada de 1920 ¢ ppersistiu por toda a década de 1930'. Os altos indices de desemprego na Gri mostra as taxas toda a década, 1A taxa de desemprege na Gri Bretanka ji rade 10% em 19236, exeeto por uma breve redo ‘para 9.8%, permancceacima de We ate 1936, ano ein que A econ gral oi publica eI Bretanha levaram a um debate entre economistas ¢ responsiveis pelas politicas econdmicas sobre as causas € os remédios apropriados contra o aumento no desemprego. Keynes foi um eminente participante deste debate, durante 0 qual desenvolveu sua revolucioniria teoria macroecondmica. Figura 5.1 — ‘Taxa de Desemprego nos Estados Unidos (em %) De acordo com a teoria de Keynes, 0 alto desemprego na Gri-Bretanha, Estados Unidos ¢ em outros paises industrializados era resultado de uma insufi ciéncia de demanda agregada. A demanda agregada estaria muito baixa em #4230 da inadequada demanda por investimentos. A teoria de Keynes forneceu a base das politicas eeondmicas de combate a0 desemprego. As politcas econdmicas deveriam ser delineadas de forma a estimular a demanda agregada. Na época da Depressio, Keynes apoiou medidas de politica fiscal para estimular a demanda, principalmente os gastos do governo com obras piblicas. De maneira geral, a teoria keynesiana defende o uso das politicas monetitia e fiscal para regular 0 nivel da demanda agregada. Para entender © cariter revolucionsrio da teoria keynesiana ¢ Gil considerar 0 estado do pensamento econdmico com relagio 20 problema do desemprego, enquanto uma questio de politica econdmica, a épo- «a de seu desenvolvimento, (Os economistas clissicos reconheciam claramente os custos humanos do desem prego, como posto com extrema sensibilidade, por exemplo, por Aled Marshall: Ainterrupgio forgada do trabalho é um mal lamentivel, Aqueles que tém tum sustento seguro obtém said fisica © mental em ferias felizes e bem aproveitadas. Mas a vontade insatisfeita de trabalhar, com longa ¢ conti- nua ansiedade, consome as melhores forgas de um homem, sem nada acres- cer, Sua esposa emagrece; ¢ su filhos ganham, como que, wma macula terrvel em suas vidas, que talver nunca consigam superar" ‘Mas Marshall tinha pouco a dizer sobre as causas do desemprego. Ele notou. que 0 desemprego existiu desde o comeso dos tempos ¢ afirmou que o investi- ‘mento em conhecimento seria a cura para esse mal. O conhecimento aumentaria as capacitagoes para o trabalho € também impediria que os trabalhadores ¢ fir ‘mas cometessem erras em suas decisdes eeondmicas,evitando faléncias e desem: prego. Quando Marshall sugeriu formas de reduvir as flutuagdes do emprego, iniciou com a seguinte prescrigio: ‘As causas das descontinuidades que nos preocupam, e que podem ser remediadas, estio, de uma maneira ou de outra, associadas principalmente A necessidade de conhecimento; mas hi uma que € obstinada: a moda. Até pouco tempo atris, somente 0s ricos podiam trocar suas vestimentas de acordo com as voliveis recomendagdes dos costureiros — mas agora to- das as classes fazem isso. As historias do comércio da alpaca, o comércio da renda, 0 comércio de chapéus de palha, o comércio das ftas, ¢ uma miriade de outras, ilustram explosdes de atividade febril alrernadas com periodos dle sepuleral ociosidade’. Ao leitor modemo, essa analise deve parecer estranha; dificilmente poderia, scr uma base sélida para obter solusdes apropriadas para o problema do de: semprego na Gri-Bretanha dos anos 1920, Marshall ¢ os outros economistas que se apoiavam na teoria clissica de equilibrio nio tinham muito mais a oferece ‘A maior parte dos debates sobre politica econdmica na Gri-Bretanha da quele tempo tratava da questio da conveniéncia dos gastos governamentais em obras piblicas para solucionar 0 desemprego, algo que atualmente deno: rminariamos de politica fiscal expansionista. O argumento colocado por Keynes «outros foi que tais ages aumentariam o produto € o emprego. Esses gastos cstimulariam 0 produto e o emprego, direta ¢ indiretamente, porque aumen: tariam a renda e, por conseguinte, os dispéndios dos consumidores emprega dos em obras piiblieas, gerando ainda mais emprego. 2. Aled Manhll, Money, Credit and Commerce: Loss, Mac 3M (Os que argumentaram contra a opiniio de Keynes basearam-se principal: mente na anslise clissica que apresentamos. Os aumentos nos gastos do gover no, a menos que fossem financiados pela criagio de moeda €, portanto, por ‘mudlangas na politica monetiria, ndo afetariam 0 emprego ou o nivel de presos. Se os projetos de obras puiblicas fossem financiados pela criagio de moeda, so- mente o nivel de pregos seria afetado, mantendo-s¢ inalterados os niveis de pro: duto © de desemprego. A tcoria clissica lastreou a posigio oficial do Partido Conservador da Gri-Bretanha, que ficou no poder durante a maior parte dos anos 1920 e inicio da década de 1930, Como Winston Churchill explicava: “ dogma ortodoxo do Tesouro, mantido de maneira inabalivel, que quaisquer ‘que scjam as vantagens politicas ou sociais, muito pouco emprego pode, de fato € como regea geral, ser criado por empréstimos € gastos estatais™ Nos Estados Unidos, preceitos de politica cocrentes com a posigio clissica também exerceram influéncia. Longe de tentar aumentar a demanda e estimular © produto e o emprego, em 1932, durante o auge da Depressio, a administra- «gio de Herbert Hoover planejou um grande aumento nos impostos. A razio de Hoover para aumentar as aliquotas de impostos era a busca do equilibrio orga- mentirio. Eram necessirias aliquotas tibutarias mais altas para equilibrar 0 orga- mento 3 medida que as reccitas tributarias comegaram a diminuir com a redusio do nivel de atividade. Como a politica fiseal nio tina nenhum efeito sobre a renda, na opiniio da teoria elissica, administrar © orgamento com prudéncia passou a significa, simplesmente, equilbrar os gastos com as reeitas tibuti- elt disputou a presidéncia dos Estados Unidos ele atacou seu adversitio por ter falhado no equilibrio do orgamento € defendeu eortes nos gastos do governo, Uma elevagio no im- posto de renda ou uma diminuigao nos dispéndios nio reduziriam a demanda agregada, © produto € 0 emprego? No sistema clissico nao, pois 0 produto € 0 ‘emprego eram determinados exclusivamente pela oferta, Eim todo caso, no mo: elo clissico a politica fiseal nao afetava a demanda agregada, Como veremos, as politicas de aumentos de impostos ou redusio de gastos correspondem exata- mente a0 oposto das politicas consideradas apropriadas a0 «aso, no modelo keynes Recapitulando, a situagio de desemprego macigo no inicio dos anos 1930 rio foi bem explicada pela teoria classica, que também nio conseguiu oferecer qualquer solugio razoivel para ela, Economistas e politicos defenderam varias agoes de politica econdmica, ineluindo a realizagio de obras piblicas, para ten 4. Tso ignora os efeitos do ado da oferea de uma mudanga na aliquota do impos, examinada na Secio 413. Como expicao al, a economists elisscon dram poncaimportinka ces efit, ‘que, conrad, tornaram se importante tpico de politica evondmica em anos recente. tar aumentar a demanda agregada, Os economistas clissicos salientaram que «ssas politicas ndo iriam funcionar no sistema clissico, onde 0 produto € 0 em prego nao sio determinados pela demanda, Como indicou Keynes: “A forga da escola do ajustamento automitico decorre do respaklo de quase todo 0 corpo do pensamento organizado € da doutrina econémica dos dltimos cem anos”. Keynes classificava a si mesmo entre os inerédulos a visio clissiea das proprieda des de auto-ajuste no sistema ccondmico. Sobre os incrédulos, ele escreveu: cs estio profinndamente insatisfeitos. Acreditam que a mera observagio seja sufciente para mostrar que 0s fatos nio correspondem ao raciocinio ortodoxo. Propdem solugdes incitadas pelo instinto, pelo faro, pelo bom senso, pela expe- riéncia do mundo — parcialmente certas, quase todas, parcialmente erradas™: Keynes achava que os incrédulos nunca venceriam até que Fosse achadla a falha da teoria ortodoxa clissiea. Na opiniao dele, essa filha era a falta de uma teoria cexplicita de demanda agregada e, por conseguinte, do papel da demanda agre gada na determinagio do produto e do emprego. A seguir examinaremos a teo- ria desenvolvida por Keynes ¢ seus seguidores visando suprir essa lacuna do sis tema clissico, ‘Nossa anilise do sistema keynesiano prossegue desta forma: no restante deste capitulo analisamos uma versio muito simples do modelo, que seri itil no de senvolvimento dos elementos bisicos da teoria da demanda agregada de Keynes. Nosso modelo simplificado nao leva em conta as complicagdes que resultam da incorporagao da moeda e dos juros no modelo, além de desconsiderar 0s das mudangas no nivel de pregos € nos salirios nominais. No Capitulo 6, a smoeda ¢ as taxas de juros s1o introduzidas no modelo. O Capitulo 7 analisa os efeitos de politica econdmica no modelo keynesiano. No Capitulo 8, que leva em conta os efeitos dos presos ¢ as mudangas salariais, exph keynesiana da oferta agregada. 5.2 0 Modelo Keynesiano Simples: Condigées para o Produto de Equilibrio ma nogio fundamental do modelo keynesiano € que, para que © pro | duto esteja em equilibrio, € necessirio que 0 produto seja igual a demanda agregada. Em nosso modelo simples, essa condigio de equi- Ibrio pode ser expressa como 5. John M. Keynes, Collected 1 6. p A889. 11973, p. 489. eer Y=DA 6a) onde Y'é igual a0 produto total (PNB) € DA é igual 4 demanda agregada, aos dlispéndios desejados. A demanda agregada (DA) consiste em trés componentes: © consumo por parte das familias (C), a demanda por investimentos desejados plas firmas (1) ¢ a demanda de hens e servigos por parte do setor governamental (G). Portanto, em equilibrio temos Y=DA=C4+14+G 62) [A forma simples de (5.2) das identidades examinadas mais adiante resulta dda desconsideragao de varios detalhes nas definigdes do PNB ¢ da renda nacio: nal, Essas simplificagdes, discutidas no Capitulo 2, sto brevemente relembradas. aqui. As exportagdecs ¢ as importagies nio aparecem na Equagio (5.2). Estamos lidando com uma economia “fechada”, omitindo o comércio exterior» A depre: ciagio também € omitida, de modo que nio precisamos fazer a distingao entre PNB ce produto nacional liquid. Também supomos que o PNB e a renda nacio- nal scjam equivalentes, Isso significa que nio ineluimos no modelo itens que cau- sem discrepaincia entre 0s dois totais (principalmente os impostos indiretos). Uma suposigio final diz respeito as unidades nas quais cada uma dessas varveis é medi dda, Neste capitulo supomos que o nivel agregado de presos € fxo. Todas as varié ‘eis e alteragies em seus valores sio medidas em termos reas. Com o produto nacional ¥ correspondendo a renda nacional, podemos escrever yec+S+T 63) A Equasio (5.3) é uma definiso contibil ou identidade que afirma que a renda nacional — cuja totalidade se supde seja paga 3s familias em troca dos servigos de seus fitores de produsio — € consumida (C), poupada (S) ou paga «em impostos ( 7)", Adicionalmente, pelo fato de Y ser 0 produto nacional, pode: mos eserever YeC+l+G 64) |A Equasito (5.4) define o produto nacional como sendo igual ao consumo, (©), mais 0 investimento realizado (1), mais os gastos do governo (G) 7. Os papéis das importagdes e exporagies no modelo keynesano simples So consierados no apenulice deste capitulo, Note tamism que, para uma economia fechas no precisamos diteren ‘ar produto nacional brato « produto imtemo beuro, a outra medida de produto definida no ‘Capitulo 2 8. 0 modelo nto admite lates retdon, Supde-se que todos es Iucrossejar dstbuidos. Por ‘outro liso, supe se que as frmas no fam pagamentos de impostos — tos os imposton so pon pels familias. 93 3) € (5.4), podemos reesere 10 determinado na Equagio 2) de duas formas aternativas, faiitando a comprcensio da natureza do eq librio no modelo. Como, por (5.2), em equilibrio ¥deve ser igual a(C+ I+ G) €, por (5.3), Yé definido como (C+ + T) em equilibrio, Utilizando as definigdes dadas nas Equagiies ( ver a condigio para um nivel de renda de equi ( CHS+T2V=CHI+G ou, equivalentemente, S+T= 4G 65) De modo similar, pelas Equagdes (5.2) ¢ (5.4) podemos ver que em equili- brio C44 GaV=CsIeG ou, cancelando termos, Let 66) Entio, hi trés formas equivalentes de expressar a condig0 de equilibrio no, modelo: Y=C#l4G 62) S+Tal+G 65) 1 66) ‘Vamos observar o flaxograma da Figura 5.2 para faciltarainterpretagao dessas condigdes. Cada um dos valores da figura (cada uma das variveis de nosso mode: lo) € uma variivel de fluxo. As variiveis s30 medidas em unidades monetirias por intervalo de tempo, por exemplo, bilhoes de reais por trimestre ou por ano. O fluso marcado com a seta mais alta na parte superior do diagrama é a renda naci nal, fluindo das firmas para as familias, Esse flixo consiste em pagamentos mone: Lirios aos servigos dos fatores (salirios, juros, aluguéis, lucros). A soma desses pagamentos € igual A renda nacional, que, por sua vez, € igual ao proxtuto nacio: nal. Hi um fluxo real correspondent das familias para as firmas, que consiste nos servigos de fatores de produsaio que as familias fornecem. Esse fluxo outros similares nio so mostrados no diagrama, por nio serem fluxos monetirios. A renda nacional é distribuida pelas familis em trés fluxos, Ha um fluo de dispéndios monetirios com consumo que volta as firmas soba forma de deman- dda pelos bens ¢ servigos produzidos. Portanto o ciclo interno de nosso diagrama ilustra um processo pelo qual as firmas produzem o produto (¥), gerando um ‘montante igual de renda para as familias, que, por sua vez, geram a demanda pelos produtos fabricados, Cs Figura 5.2 Fluxo Circular da Renda e do Produto Renato W) t como ane roma) sp J ‘Nem toda a renda nacional volta diretamente para as firmas, como demanda por produtos, Além dos dispéndios com consumo, hi dois outros fluxos que saem das familias: o fluxo de poupanga ¢ 0 fluxo dos pagamentos de impostos Se considerarmos o ciclo interno de nosso diagrama, que vincula as familias (como fornecedoras de serigos de fatores de produgio e que precisam de produ- tos) € as firmas (como fornecedor de produtos € que precisa dos servigos dos fatores de produsio) como o cere do mecanismo gerador de renda e produto, 65s fluxos de poupanga ¢ impostos so como vazamentos desse ciclo central. © vazamento da poupanga flui para os mercados financeiros, ou seja, a parte poupada da renda é mantida sob a forma de algum ativo financeiro (moeda, epésitos bancirios, titulos, agdes etc.). O fluxo de impostos € pago a0 setor governamental, O fluxo de impostos do diagrama é medido em termos liquids, fu seja, os pagamentos brutos de impostos menos os pagamentos de transferén cias do governo as familias (beneficios da Previdéncia Social, seguro desempre: {go ete.), Desta forma, quando fizermos referéncia a aumentos ou redugdes nos impostos, isso poder ser interpretado como uma alteragio nos pagamentos de transferéncias, na diresio posta. Apesar de nio ser necessirio que cada unidade do produto ¢, portanto, da renda nacional gere diretamente uma unidade de demanda por produto pelas familias, isso ndo significa que a demanda total € menor que o produto. Hi demandas adicionais pelo produto oriundas das proprias firmas, os investimen: tos, bem como do governo, Em termos do fluxo circular, es83s S20 injegdes no ciclo central de nosso diagrama, A injesio de investimentos € mostrada como tum fluxo partindo dos mercados financeiros em diregio as firmas. De fato, 0s compradores dos bens de investimento sio as proprias firmas. Contudo, essas ompras cevem ser financiadas por empréstimos obtidos nos mereados finance ros. Portanto, 0 montante dos investimentos representa um fluxo equivalente de fiandos emprestados as firmas. Os gastos do governo representam uma de- 95 manda por produtos das firmas, sendo mostrado como um fluxo monetirio indo do governo para as firmas, Agora estamos em condigdes de examinar as trés expressdes equivalentes de ‘equilibrio dadas pelas Equagdes (5.2), (5.5) ¢ (5.6). A produgio de um nivel de produro Y gera um nivel de renda equivalente para as familias. Uma porsio dessa renda, igual 4 demanda por consumo (C), volta diretamente as firmas, «como demanda por bens servigos. O nivel de produto seri de equilibrio se essa demanda gerada diretamente (C), quando somada aos dispéndios das firmas com 0s investimentos desejados (1) € a0s gastos do governo (G), produzir uma ‘demanda total igual a Y, ou seja, se Y¥=C+I+G 62) Na segunda versio da condig3o para renda de equilibria S+T=14+G 65) vemos que um fluxo de produgo estari em equilibrio se os vazamentos ($+ T) do ciclo central de nosso diagrama forem compensados exatamente pelas injeydes (+ G) a0s fluxos de renda € produgdo centrais. Isso assegura que a renda que as familias nao gastam em produto ($ + 7) ¢, portanto, © produto que é produzido ‘mas nao € vendido as familias (Y— C= $ + T)€ igual 0 que os outros dois setores dlescjam comprar (I + G). Isto equivale a dizer que o produto total é igual & ‘demanda agregada e, por conseguinte, € equivalente a primeira forma de expres: Sio da condigio de equilibrio, A terecira forma de expressar a condigao de equilibrio (Equasio 5.6) afirma ‘que 0s investimentos descjados devem ser iguais aos investimentos efetivos ou realizados, em equilibrio. O que significa a existéncia de uma diferenga entre 0s investimentos desejados ¢ 0s investimentos realizados? A contabilidade nacional calcula os investimentos como 0 volume toral de dispéndios das firmas com plantas ¢ equipamentos, mais os investimentos em estoque, o aumento (ou declinio) dos estoques’, Podemos supor que os dispéndios desejados com plan- tas © equipamentos sejam iguais aos dispéndios reais registrados contabilizados no PNB. E nessa diltima categoria, investimentos em estoques, que 0s totais descjados ¢ realizados podem apresentar diferengas. As contas nacionais regis tram todos os bens que sio produzidos mas mio vendidos pelas firmas como investimentos em estoques — fenham esses investimentos sido plancjados ow io. 9. Aqui para manera argumentaea0 simples, estamos gpiorand os investimentos cm constragso de residencas. No Capitulo 6, o conceit de ivestimento scr amplad Para ver como os investimentos realizados ¢ plancjados em estoques podem ser diferentes, vamios considerar © que acontece quando um nivel de produto (Y= C+ 1,+ G)é produzido em exeesso i demanda agregada (DA = C+ I+ G), Nese caso Y>DA C++ G>CrI+G on I> é 0 actimulo nio planejado de estoques. O valor pelo qual o produto excede a demanda agregada (I, — 1) corresponde 4 produgio no vendida que ultrapassa o valor dos investimentos em estoques descjados pela firma, Esse ex lo nio planejado de estoques. Na situagio inversa, onde a demanda agregada excede produto, temos DA>¥ CHI4G> CH 4G 68) Tol, onde I~ 1é a escassez de estoques nao planejada, A demanda € maior que 0 produto ¢ as firmas vendem mais do que o planejado. Os estoques acabam fican do abaixo do nivel descjado. O ponto de equilibrio (I= 1.) é um nivel de produ: to que, depois de todas as vendas terem sido efetuadas, deixa os investimentos ‘em estoques exatamente no nivel desejado pelasfirmas, Como se pode observar nas Equagdes (5.7) ou (5.8), este € 0 nivel em que o produto ¢ igual a demanda agregada e, portanto, é equivalente a0 obtido pelas outras duas formas de ex: pressar a condigio de equilibrio. ‘Analisando a terceira forma da condigio de equilibrio no modelo, é facil ver arazao pela qual nio pode haver um equilibrio em nenhum outro ponto, Se em tum determinado nivel de produto as firmas estiverem acumulando estoques indesejados, ou se seus estoques forem se esgotando, haverd uma tendéncia para 4 produgio mudar. Se o produto exeeder a demanda (Y'> DA)sas firmas estio acumulando estoques indesejados (I,> 1), ¢ 0 produto tende a cair A medida que as firmas vio reduzindo a produsio para desovar 0s estoques. Se, alternativa mente, a demanda estiver excedendo a produgio (DA > ¥), haverd uma insufi ciéncia de estoques (1, < 1}, € © produto tender a aumentar, pois as firmas tentario evitar maiores quedas em seus estoques. Somente quando a demanda agregada for igual ao produto as firmas ficario satisfeitas com seu nivel de pro- dugio corrente. Nao ha nem acimulo nao planejado de estoques nem insu cigncia de estoques, ¢, portanto, nenhuma tendéncia para mudanga no produto, E isso que denominamos equilirio. 5.3 Os Componentes da Demanda Agregada E xpressamos a condigio de equilibrio no modelo keynesiano, mples em termos dos componentes da demanda agregada. Para ver 0s fatores que 4 determinam o nivel de renda, precisamos considerar os fitores que afe tam os componentes da demanda agregada: 0 consumo, © investimento € os gastos do govemo, Vamos examinar um de cada vez, Os determinantes da pou- Panga € © papel dos impostos também entram em nossa analise Consumo (Os dispéndlios os consumidores costumam ser © maior componente da deman- da agregada, somando de 60% a 70% do PNB em anos recentes nos Estados Unidos. © consumo desempenha um papel central na teoria keynesiana de determinagio da renda. Keynes acreditava que o nivel de dispéndios por parte dos consumidores fos: se uma fungio estavel da renda disponivel. A renda disponivel (Y,), em nosso ‘modelo simples, €a renda nacional menos os pagamentos liquidos de impostos 1)". Keynes nio negava que outras variveis além da renda afetassem ‘© consumo, mas acreditava que a renda era o fator dominante para a determina ‘io do consumo, Numa primeira abordagem, outras influéncias podiam ser dei xadas de lado. A forma especifica da relago renda-consumo, denominada fango consu- ‘mo, proposta por Keynes era a seguinte: Caa+by, a>0 O 0), mas que o aumento no consumo sera ‘proporcionalmente menor que o aumento na renda disponivel (b < 1) Figura 5.3 ‘A Funcio Consumo Keynesiana Ce aebyy ‘| : ens Degonve! ‘A tango consumo mosra 0 nivel de consume (Q correspondent a cada nivel de renda disponive (Y). A Incimagdo da fungi consumo (AC/AY,) € a propensio marginal a consumir (bo, a vaiaio no consumo por aument unite de rend depen O intercept da funho consumo (2) @0 adel paste) de consumo que ocoteria a um nivel de renda disponive gala 20 A partir da definigio de renda nacional que estudamos antes, YeC+S+T 63) Y-T=C+S (an que mostra que, por detinig30, a renda disponivel ¢ igual a0 consumo somado i poupanga, Assim, uma teoria da relagio renda-consumo também determi plicitamente a relagio renda-poupanga. No caso da teoria keynesiana, temos . s a+ (bY, (6.12) a oL © consumo para ¥,, igual a zero é de a unidades, neste ponto SaY,-C=0-a =-a Se um aumento unitirio na renda disponivel leva a um aumento em b unida des no consumo, o residuo da elevag2o unitiria na renda (1 ~ b), corresponde a0 aumento na poupanga: AS = ay, Esse incremento da poupanga por aumento unitério na renda disponivel (J ~ b) € denominado propensio marginal a poupar (Mg). O grifico da fungio poupanga é mostrado na Figura 5.4 -b 6.13) Figura 5.4 Fungio Poupanca Keynesiana | tomaplon (oly eas OM, ‘uncéo poupanca mostra o nivel de poupanca (5) correspondent a cada nivel derendadsponivel (7). A Ininacéo da toncio poupanca & a propensio marginal a poupar (1 ~ B, © aumento na poupanca por ‘aumento uitro da rend dsponel 0 intercept a undo poupanca(-2) 0 nivel negatvo) de poupan- {2 quando a rena dspoivel€ nua Investimento © investimento também era uma varidvel-chave no sistema keynesiano, Na opi nio de Keynes, a mudanga nos dispéndios com investimentos desejados era um «dos principais fatores responsiveis pelas alteragdes na renda, Como observamos anteriormente, Keynes acreditava que © consumo fosse ‘uma fiangio estivel da renda disponivel, Isso ndo implicava que os disp ‘com consumo nao iriam variar no decorrer do tempo. Os dispéndios com const ‘mo nio seriam, contudo, uma fonte independente e importante para explicar a Variabilidade da renda, admitindo a auséncia de outros fatores forgando alteragbes rE 101 ‘nessa variivel. O consumo eta, fundamentalmente, um dispéndio induzido, dependente do nivel de renda, Para explicar as causas subjacentes aos movimentos da demanda agregada e, por conseguinte, da renda, Keynes procurow pelos componentes auténomos dda demanda agregada, determinados, em grande medida, independentemente da re. Quando esses componentes dos dispéndios se alteravam, a renda variava, Ki ditava que os investimentos eram o componente auronomo da demanda agregada que exibia a maior variincia. Ele aehava que a variabilidade dos dispéndios com investimentos era a principal responsive pela instabilidade da renda A Tabela 8.1 contém ciffas sobre investimentos e consumo, sob forma de porcentagens do produto nacional bruto em anos selecionados, para os Es tados Unidos. Os anos mostrados na tabela comparam oy dispéndios com in- vestimentos € consumo em anos de prosperidade (1929, 1955, 1973, 1979, 1989) aos dispéndios correspondentes em anos de depressio ou recessio sub- intes (1933, 1958, 1975, 1982, 1991). Os dispéndios com investimen: 1m ser mais voliteis, sendo uma eseolha lgiea como fator que explica a variabilidade da renda. A pergunta permanece: O que determina os investi: mentos? 1es sugerity duas varidveis como determinantes fundamentais dos dis- péndios com investimentos no curto prazo: a taxa de juros.e as expectativas das Investimento Consumo 157 m8 25 a2 ma 5 Bs 645 161 626 125 640 160 27 Ba 653 no on. 96 685 Ao explicar a relas3o entre os investimentos ¢ a taxa de juros, a anilise de Keynes nio diferiu da visio clissica, De novo, supde-se que o nivel de investi :mentos esteja inversamente relacionado com o valor da taxa de juros. Para taxas de juros mais altas, hi menos projetos de investimento com taxas esperadas de retoro alts o suficiente para justifcara contratago de empréstimos para finan los, Esse vinculo sera importante no Capitulo 6. Por enguanto, como nao ana- lisamos os processos de determinagio da taxa de juros no modelo keynesiano, desconsideramos 0 efeito dessa variivel sobre os investimentos, concentrando ‘nossa anilise na questio dos retoros esperados dos projetos de investimento. As expectativas dos administradores das firmas sobre a rentabilidade Futura ddos projetos de investimento tém papel central na anslise Keynesiana sobre as fontes da instabilidade econdmica. Keynes enfatizou a questio do “conhecimento incerto™ sobre © qual precisam estar baseadas as expectativas com relago a0 futuro, Para determinar a luctatividade de um projeto de investimento produti vo com duragio de 20 ou 30 anos, o administrador precisaria conhecer 0 futuro a demanda futura pelo produto, 0 que exigiria conhecimentos sobre as prefe réncias dos consumidores ¢ o estado da demanda agregada no futuro. Precisaria, ainda, antecipar os custos fururos, inclusive salirios, raxas de juros € aliquotas de impostos. Uma previsio bem fundamentada e precisa dessas variiveis para um prazo de 20 ou 30 anos, como parece praticamente impossivel Contudo, decisdes sobre investimento sto tomadas. Keynesachava que, diante «da necessidade de decidir em um contexto de tamanha i ores racionais formavam suas expectativas ut 1, Eles se inclinavam a extrapolar as tendéncias do passado para o futuro, igno- rando as possiveis mudangas futuras, a menos que tivessem informag cificas sobre alguma mudanga prevista *Sabendo que nosso proprio julgamento individual nao tem valor, esforgamo: nos para recorrer ao julgamento de outros que, talvez, estejam mais bem nformados. Ou seja, procuramos agir em conformidade com © comporta ‘mento da maioria, ou da média. A psicologia de uma sociedade de individuos ‘na qual cada um esti tentando imitar os outros leva ao que podemos chamar, rigorosamente, de julgamento convencional”" Keynes acreditava que expectativas formadas dessa maneira teriam a seguinte propriedade: Em particular, basear-se num fundamento tio fragil é sujitar-se a mudangas repentinas ¢ violentas. A pritica da calma e da imobilidade, da certeza eda seguranga, de repente entra em colapso. Sem aviso, novos reccios € esperangas 11, Tohn ML. Keynes, “The General Theory of Employment”, Quarterly Jounal of Fevmomics, fevers de 1937, p. 214, ne co 103 tomam conta da conduta humana. Repentinamente, as forgas da deceps30 podem impor uma nova base convencional de avaliagio, Todas essas técnicas bonitas e bem-comportadas, feitas para uma sala de reunides bem decorada, podem ruir. Em todas as épocas, 0s vagos receios de panico € as igualmente ‘Yaga esperangas nao esto realmente adormecidas, encontrando-se logo abaixo da superficie" Resumindo, as expectativas de Ineratividade futura dos projetos de investi- mento apoiavam-se sobre uma base de conhecimentos muito preciria, ¢ Keynes achava que essas expectativas mudariam com muita freqiiéncia, eventualmente de forma dristia, em resposta a novas informagdes € eventos. Consequente ‘mente, a demands por investimentos seria instivel. Os dispéndios com investi- :mentos si0 0 componente dos dispéndios auténomos que Keynes acreditava ser responsivel pela instabilidade da renda Gastos do Governo e Impostos Os gastos do governo (G) constituem o segundo elemento dos dispéndios autd- nomos. Supde-se que os gastos governamentais sejam controlados pelos formuladores de politica econdmica e que, portanto, nao dependam diretamen: te do nivel de renda Supomos que a arrecadagio tributiria liquida (7) também seja uma varisvel «le politica econdmica controlada pelos mesmos formulacores de politica. Uma suposigio mais realista € que o formulador fixe a aliquota de imposto € que receitas tributirias variem de acordo com a renda. Isso complicaria um pouco. nnossos cileulos, mas no mudaria as principais conclusdes (estruturas tibutarias mais complexas sio examinadas no Capitulo 19, onde analisamos mais detalhadamente a politica fiscal). 5.4 Determinando a Renda de Equilibrio renda (produto) de equilibrio", A primeira forma da condigao para 0 _gora temos todos os elementos necessirios para determinar o nivel da L L cequilibrio de renda é Y¥=C+14+G 62) 12. Ihgp. 2145, 13. Lembre-se de que, no imbito das sposigbes que fizemos, o produto €arenda nacionas sto ‘lénicon. Exes termos so utilizados de modo intercambiivel em nessa anise A renda de equilibrio (Y) é a variavel endégena a ser determinada. Os termos dos dispéndios auténomos Fe G, assim como 0 nivel de T, sto dados; cles 830 variiveis exdgenas, determinadas por fatores externos a0 modelo. O consumo é, tem stia maior parte, um dispéndio induzido determinado endogenamente pela Fangio consumo C= a4 bY, =04 bY-bT 69 nD. abstituindo a equagto do consumo (5.9) na condligio de equilibrio (5.2), podemos resolver a equagio para Y,o nivel de equilibrio da renda, da seguinte forma: onde a segunda igualdade utiliza a detinigio de renda disponivel (¥,, Y= Crl+G Y= a4 b¥-0T+1+G Y-bY = a-bT+14G Y(1—b) = a-bT+14G 1 = (@-bT 4146 5 t D (5.14) Na Figura 5.5, a determinagio da renda de equilibrio ¢ representada grafica mente. © nivel de renda é medido no eixo horizontal, € os componentes da cdemanda agregada sio medidos no eixo vertical. A linha dos 45° € tragada para dividir 0 quadrante positive do grafico. Todos os pontos ao longo dessa linha tém a propriedade de que o valor da variével medida no cixo vertical é igual a0 valor da vativel medida no cixo horizontal, A fiangio consumo (C= a+ bY;,) aparece no grifico, ¢ também tragamos a curva de demanda agregada (C+ I+ Gi) A curva de demanda agregada ¢ obtida pela soma dos componentes dos dispén- dios auténomos — os investimentos € os gastos do governo — ¢ dos dispéndios com constimo, para cada nivel de renda. Como os componentes dos dispénios auténomos (1, G) ndo depencem diretamente da renda, a curva (C+ I+ G) fica acima da fianglo consumo, a uma distancia constante. De modo semelhante, a linha que representa isoladamente os componentes de dispéndios auténomos, a linha I + G,¢ horizontal, reletindo o fato de que seu nivel nao depende de YA linha final, rotulada no grifico por $+ T, mostra o valor da poupanga somada 40s impostos. Essa curva tem inclinagio positiva, pois a poupanga varia positiva mente com a renda, CO nivel de equilibrio da renda é mostrado no ponto onde a curva (C+ I+ G) ‘cruza a linha dos 45°, sendo entio a demanda agregada igual 4 renda (1), Nesse ponto, a curva ($+ 7) deve cortara curva (I + G). Iso reflete a equivaléncia das Ee diversas formas de exprimir a condigdo de equilibri, ji vista na Segao 5.2. ficamente, a distancia entre a curva de consumo € a linha de 45°, por definigao (= C+ $+ T),€ sempre ($+ T). A distancia entre a curva de consumo ea linha (C+ 1+ G) é sempre igual a (I + G). No ponto onde a curva (C+ 1+ G) encontra a linha de 45°, essas duas distancias, ($+ T) e (I+ G), io equalizadas. Observe também que, em ¥, o investimento real & exatamente igual a0 investi mento desejado (C+ 1+ G= ¥= C+ I, + G portanto, I= 1) Figura 5.5 Determinagéo da Renda de Equilibrio ‘nivel de equllrio da renda & Y,sendodeterminado no pont onde a curva C+ 1% G= A cota a linha ‘de 45 Nesse ponte, a demandaagregada ¢ igual a0 produto (C +/+ G= DA). Também em ¥, as curs ‘$+ Te + Ge cruzam, de mode que $+ T= 1+ G. Para ivels de renda abuto de, como em, 3 ‘éemanda agregada excedeo produto (C+ 1+ G> 1. Nos pontosacima de ¥, 0 produto excede a demanda agtegaa, A consideragio dos pontos fora do equilibrio facilita a compreensio das pro: priedades da renda de equilibrio. Considere um nivel de renda abaixo de ¥; por exemplo, o ponto marcado ¥,, na Figura 5.5. O montante de consumo gerado pela renda ¥, pode ser observado na fung30 consumo. Quando esse nivel de con: sumo € somado aos dispénclios auténomos (I + G),a demancla agregada excede a nda, ou seja, a curva (C+ I + G) fica acima da reta de 45°. Equivalentemente, nesse ponto, 1+ G T, como se pode observar no grafico, Infere se, ainda, que sea demanda exceder produto, os investimentos desejados exee- dderio os investimentos reais, em pontos como ¥,(C+ I+ G> Y= C+ 1+ G portanto, I> 1). Haverd uma insuficgncia nio planejada de estoques nos pontos abaixo de Ye, por conseguinte, uma tendéncia para o aumento no produto. De modo inverso, em niveis de renda acima de ¥, na Figura 5.5, 0 produto excederi a demanda (a linha dos 45° ests acima da curva C+ 1+ G), € estario ‘ocorrendo investimentos em estoques nio plancjados (Y'# C+ I+ G> C+ I+ G portanto, I,> 1) de forma que o produto tenderi a eair. Somente em Yo produ to € igual 3 demanda agregada; nio hi escassez nem actimulo nao planejado de estoques ¢, portanto, nenhuma tendéncia para a alteragio do produto. Voltando 3 expressio da renda de equilibrio, a Equasio (5.14), podemos reescrevé-Ia numa forma que tradu a esséncia da visio keynesiana sobre o pro- cesso de determinagio da renda. Nossa expressio para 0 equilibrio consiste em dduas partes: Y= (a-bT +1+G) 1-6 ‘multiplicador dos ) x (cea) ¥ 6.15) dispéndios auténomos, autdnomos: © primeiro termo, 1/(1 ~ b), € 0 que chamaremos de multiplicador dos dispéndios auténomos. Observe que b € a fragio de qualquer incremento 3 renda disponivel que iri para 0 consumo, 0 que designamos por propensio marginal a consumir (PMgC). O termo 1/(1 ~ b) ou 1/(1 ~ PMgC) ¢ igual a 1 dividido por um nimero entre 0 € 1 e, por conseguinte, algum maior que 1. A seguir, alguns exemplos: = ole Tb ~ 1-09 = 01> Denominamos esse termo multiplicador dos dispendios auénomos, pois cada tunidade monetiria de dispéndios autonomos € multiplicada por esse fator para ‘obter sua contribuigio para a renda de equilibrio, ‘O segundo termo da expressio € 0 nivel de dispéndios auténomos. Ji exami ramos dois clementos dos dispéndios auténomos, os investimentos (1) € 0s gastos do goveno (G). Os dois primeiros termos (a ¢ ~b7) exigem algumas Capitulo 5 === 107 palavras de explicagao, Esses termos medem © componente auténomo dos dis péndios com consumo (a) € 0 efeito autonomo das cobrangas de imposto sobre a demanda (-67), que também funciona através do consumo, O consumo & composto, em sua maior parte, por dispéndios induzidos, como explicamos an teriormente. No entanto, os dois termos (2 € 67) afetan mnsumo para um determinado nivel da renda (¥). Nos termos da Figura 5.5, eles deter ‘minam a altura da Fungo consumo. Como Ge [eles afetam o nivel da demanda agregada para um determinado nivel de renda, em vez de serem eles mesmos diretamente determinados pela renda. Portanto, sio incluidos, corretamente, como fatores autonomos que afetam a demanda agregada, A teoria de Keynes, em sua forma mais simples, pode ser expressa da seguinte forma: o consumo é uma fungio estavel da renda, ou seja, a propensio marginal 4 consumir € estavel. As mudangas na renda resultam principalmente de mudan: as no instivel componente investimentos, Uma determinada mudanga num. ‘componente auténomo da demanda agregada causa uma mudanga ainda maior na renda de equilibrio, devido ao multiplicador, por motives que explicaremos mais adiante, A Equagio (5.15) deixa claro que, na auséncia de politicas do governo para estabilizar a economia, a renda fica instavel em funng3o da instabi lidade dos investimentos. Na Equagio (5.15) podemos ver também que, mediante muslangas corretas nos gastos do governo (G) € nos impostos (7), 0 governo poderia neutralizar os efeitos das mudangas nos investimentos, As mudangas adequaclasem Ge Tpoxleriam manter constante a soma dos termos entre parén- teses (dispéndios auténomos), até em face das muidangas indesejiveis do termo 1. Essa ¢ a base das conclusdes por politicas econdmicas intervencionistas a que chegou Keynes. Antes de darmos exemplos dessas politicas de estabilizag3o, vamos considerar 6 funcionamento do multiplcador dos dispéndios auténomos com maiores de talhes. 5.5 Mudancas na Renda de Equilibrio amos considerar 0 eféito de uma mudanga na demanda por invest ‘mentos auténomos sobre a renda de equilibrio. Supomos que 0s ou- tros determinantes dos dispéndios autnomos, os demais itens entre parénteses na Equayio (5.15), sejam fixos, Resolvemos para a mudanga na renda de equilibrio a partir da Equagio (5.15), da seguinte forma: 6.169) ac ou AE 126 a7) ‘Uma mudanga em uma unidade nos investimentos causa uma mudanga na renda de 1/(1 ~ b) unidades. Se 6 for 0,8, por exemplo, ¥ muda em cinco ‘unidades para cada alteragio de uma unidade nos investimentos. Por que a ren da é mudada por um miiltiplo da mudanga nos investimentos, e por que muda pelo exato valor de 1/(1 ~ 6)? Para explicar © processo subjacente ao multiplicador, é itil a analogia do “efeito ondulagio” de uma peda jogada num lago. Primeiro hao efeito inicial do distirbio provocado pela pedra na Agua, Soma-se a este 0 efeito sobre 0 restante da superficie da Agua, quando o distirbio causado pela égua destocada pela pedra espalha-se pela érea circundante, com uma intensidade que diminui proporcionalmente 4 distancia do ponto do impacto inicial, A mudanga nos investimentos € 0 distrbio inicial; vamos assumir que seja igual a 100 unidades. A medida que algumas firmas vio experimentando um aumento na demands, resultante doaumento nosinvestimentos, sua produigio aumenta. Em conseqiién cia, seus pagamentos aos fatores de produgio (salirios, alugueis, juros, dividen- ddos) aumentam, Para as familias este & um aumento na renda e, como os impos tos estio fixos, um aumento igual na renda disponivel. Entio 0 consumo cresce, porém menos que o aumento na renda, Este dos efeitos indiretos do choque. Sendo AT igual a 100, como suposto, se a PMgC for 0,8, por exemplo, de imediato 80 uniidades adicionais serio demandadas pelos consumidores. 0 proceso nio pira por aqui, pois essas 80 unidades de novos dispéndios por parte dos consumidores, com o resultante aumento no produto, geram uma segunda rodada de aumento na renda, para algumas familias, de 80 unidades. Havers um novo aumento na demanda por consumo (64 unidades se a PMgC for 0,8). Portanto, o motivo pelo qual a renda aumenta mais do que ¢ mento dos investimentos auténomos é que o aumento nos investimentos leva a aumentos induzidos na demand por consumo, 3 medida que a renda aumenta, Por que 0 aumento na renda por unidade de aumento nos investimentos € ‘exatamente igual a 1/(1 ~ b)? Como os outros elementos dos dispéndios auto- hhomos estio fixos, podemos eserever a mudanga na renda de equilibrio 3 medi dda que o investimento vai variando como AY=Al+AC 6.18) Para restaurar a igualdade da renda com a demanda agregada, a renda de cquilibrio deve aumentar num montante igual ao aumento nos investimentos (AD), mais o aumento, induzido pela renda, da demanda por consumo. Rearran. jando 0s termos da Equagio (5.18) temos AY-AC= Ar AS = Al 6.19) Também pode-se observar que a condigio (5.19) resulta da segunda forma de expressr a condigio para a renda de equilibri: S+T=14G 65) Com Tc G fixos, para que 0 equilibrio seja mantido, $ deve aumentar pelo nivel do aumento em I, como exige a Equagio (5.19). Para restaurar 0 equi brio, a renda deve aumentar o suficiente para gerar nova poupanga igual ao novo investimento, Posto de modo diferente, o aumento na renda deve ser tal que, satisfeita a demanda induzida pelo consimo, a prodluso adicional seja su te para satisfizer a maior demanda por investimentos. ‘Como AS é igual a (1 ~ B)AY, temos, pela Equasio (5.19), (bays ¥ 1 1 Top MgC 7 Pvgs (5.20) Se, por exemplo, b for igual a 0,8, a propensio marginal a poupar € igual a 0,2(PMgS = 1 ~ b). Cada SI de aumento na renda gerara $0.2 de nova poupan- «5a, sendo necessirio um aumento em $5 na renda para gerar $1 de poupanga, reequilibrando © aumento inicial de $1 nos investimentos. O valor do multi plicador, nesse caso, € 5 © efeito de um aumento nos investimentos autonomos esta ilustrado na Fi: {gura 5.6. Inicialmente, com os investimentos em J, € 05 gastos do governo € 0s impostos em G, ¢ T,, a renda de equilibrio ¢ ¥,. Agora, suponhamos que © investimento passe a0 nivel mais alto [,. A curva de demanda agregada (DA) é deslocada para cima pelo valor (AI = 1,~ [,), de DAy(= C+ 1,+ G,) para DA, (= C+ I, G,). Acurva (I+ G) desloca-se para cima pela mesma quantidade. ‘equilibrio é restaurado em ¥, onde a renda passa a ser igual 20 valor mais alto da ‘demanda agregada. Observe que 0 aumento na renda ¢ igual ao aume dos investimentos somado a0 aumento induzido no consumo (AC mostra 0 grifico, Observe também que no novo equilibrio a poupanga teve © ‘mesmo aumento que os investimentos (AS = AD) 14, Observe que 4 arrecadagio tibutana est, por suposigao, fia. Dese mola, AY = AY, €, portanto, AY=AY, # AC+ ASe, assim, AY AC = AS. Oo Figura 5.6 Efelto de um Aumento nos Investimentos Auténomos sobre a Renda de iim aumento nos ivstimenosauténomos de pr desl cara de demandaareada para cna, de Co 4G DA para C++ G= DA, Acar I> Ge dsoads par ca e+ 6, pr + G Aranda de ‘quoi sabe de , para, 0 aumento ma renda¢ ig 20 aumento inca ns investinetos (AN 50 mado a0 aumento no consumo induid pla renda (AC), 3 medida que nos movemos de Y, par Y, na {unch consuma, Note também que em Y, a varlaco napopanca ¢ gual ds imestnents(A5~ A © conccito do multiplicador é essencial na teoria de Keynes, pois explica a forma pela qual os deslocamentos nos investimentos, eausados por mudangas nas ‘expectativas das firmas, desencadeiam um processo que causa variagdes nao 86 nos ‘mas também no consumo. O multiplicador mostra como os cho- ques num setor sto transmitidos para toda a economia. A teoria de Keynes tam: tm di a entender que outros componentes dos dispéndios auténomos afetam 0 nivel total da renda de equilibrio, © efeito sobre a renda de equilibrio de uma ‘muclanga em cada um dos dois elementos dos dispéndios auronomos controlados pela politica econdmica — os gastos do govemo e os impostos — pode ser cal lado pela Equagio (5.15). Procedemos da mesma forma que fizemos quando consideramos os efzitos de uma mudanga no investimento, deixando que um dos componentes dos dis péndios autonomos mude, enquanto os demais sd0 mantidos constantes. Para ‘uma mudanga nos gastos do governo (G), temos (6.21) ay AG l-b Para uma mudanga nos impostos, temos (8.22) Vemos que um aumento unitirio nos gastos do governo tem exatamente 0 mesmo eféito, sobre a renda de equilibrio, que um aumento unitirio nos inves timentos, Ambos So aumentos de uma unidade monetiria nos dispéndios autd- nomos. O processe multiplicador, pelo qual o aumento inicial da renda gera aumentos induzidos no consumo, € 0 mesmo para um aumento nos gastos do {governo € nos investimentos. Nos termos da Figura 5.6, um aumento em AG unidads deslocara a curva na mesma distineia que um aumento em igual valor nos investimentos. Pela expresso dada na Equasio (5.22) vemos que o efeito de um aumento hos impostos ocorre na dires3o oposta 20s efeitos de um aumento nos dispé «dios pablicos ou nos investimentos. Um aumento nos impostos reduz 0 nivel da renda nacional (1). Isso desloca a curva de demanda agregada para baixo, pois redutz os dispéndios com consumo para qualquer nivel de renda. O efeito sobre a renda de equilibrio resultante de um aumento nos impostos esta ifustrado na Figura 5.7. Partimos da suposigio que os impostos aumentem em AT, de T, para 7, A curva de demanda agregada € destocada para baixo, de (C+ 1+ G), para (C4 I+ G),. Esta éa conseqiiéncia do deslocamento para baixo da funga0 consumo, que a Figura 5.7 mostra como resultado do aumento nos impostos, de T, para T,, A renda de equilibrio cai de Y, para ¥, Observe que a curva de demanda agregada é destocada para baixo, em (B47), ou seja, em apenas uma fragao (b) do aumento nos impostos. Isso por- ‘que, para um dado nivel de renda, um aumento unitario nos impostos reduz a renda disponivel em uma unidade monetiria, mas reduz 0 componente const mo da demanda agregada em somente b unidades monetarias. restante da redugo unitiria na renda disponivel ¢ absorvido pela queda em (1 ~ b) unidades rmonetirias na poupanga. Ao contririo das mudangas nos gastos do governo ¢ ‘os investimentos — que tém um efeito “um para um" sobre a demanda agrega: dda auténoma—, uma mudanga em uma unidade monetitia nos impostos deslo- aa curva de demanda agregada em somente uma frag (~b) por unidade mo: netiria. E essa fragio (-b) vezes © multiplicador dos dispéndios autonomos, 1/(1 ~ b), que di o efeito de uma alteragio unitaria nos impostos sobre a renda de equilibrio, -6/(1 ~ b) Figura 5.7 Efelto de um Aumento nos Impostos sobre a Renda de Equilibrio cia ‘Um aumento nos impostos de T, para T,dsica acura de consumo para babo, de Ca O(Y~ T) para (C= a b(Y= T) Acura de demanda agregada também tem deslocamento para bao, de (C+ 1+ Gpara (C+ 1+ @), Atenda de equi cide ¥, para ¥,. Hi uma relagdo entre 0s valores absolutos dos multiplicadores dos impostos € dos gastos do governo, que pode ser vista nds exemplos a seguir 1 © muhiplicador dos impostos é, em valor absoluto, igual a um menos o ‘multiplicador dos gastos do governo, Esse fato tem uma conseqiiéncia interes sante para os efeitos le um aumento nos gastos do governo acompanhado por tum aumento igual nos impostos, um aumento equilibrado do orgamento. Para dlescobrit os efeitos de uma determinada combinasio de mudangas nas politics, somamos os dois multiplicadores para ober a seguinte expresso: ay, ay AG AT © aumento de uma unidade monetiria nos gastos do governo finaneiado pelo aumento de mesmo valor nos impostos, aumenta a renda de equilibyio em apenas uma unidade monetiria. Esse resultado, denominado multiplicador do orgamento equilibrado, relete o fato de que as musdangas nos impostos tém tum impacto menor sobre a renda de equilibrio, por unidade monetira, do que asmudangas nos gastos, O valor de I do multiplicador decorre de o multpli dos impostos ser, em valor absoluto, igual a um menos 0 multiplicador dos {gtsts, O iltimo resultado no se mantém em muitos modelos mais complexos, mas a conclusio de que o efeito das mudangas no imposto sobre a demanda aagregada é menor, por unidade monetiria, que as mudangas nos gastos do go- verno € bastante geral 5.6 Politica Fiscal de Estabilizagao como a renda de equilibrio ¢ afetada pelas mudangas nos gastos do go: Cc cro ¢ no impton, ees isrumentor da plc el pse sr usados de virias formas, visando eliminar os efeitos das mudangas inde: sejiveis na demanda privada por investimentos. Em outras palavras, 0 governo pode utilizar esses instrumentos da politica fiscal para estabilizar os dispéndios auténomos totais ¢ também a renda de equilibrio, mesmo que @ componente investimentos dos dispéndios autinomos mostre-se instivel ‘Um exemplo de politica de estabilizagio fiscal estéilustrado na Figura 5.8. Supde-se que a economia esteja em equilibrio em nivel de pleno emprego (po tencial) Y,, sendo a demanda agregada em Da, igual a (C+ I, + G,) Si que, a partir desse ponto, os investimentos autsnomos caiam de [, para I,, como resultado de uma mudanga desfavoravel nas expectativas das firmas, Na auséncia de uma acio de politica, a demanda agregada cai para DA, igual a (C+ + G,) Em ¥,o novo nivel de equilibrio da renda ests abaixo do nivel de pleno em prego. somos Figura 5.8 Um Exemplo da Politica Fiscal de Estabilizacio BhealCs be G)a(C+1,+G) mn=(Cehoa) 2 queda nos dsp com avestimeros tomes ep soa» demand grep pra abo, 4'04,-(C* 1,» G) pre OA~(C> 6) Um aumento compensate nes gases do ger de Gu 6; revere descamento da cana demands gregaa pn C* I ,~ DA CoG vende de seule de nv oY A Politica Fiscal na Pratica ‘Um exemplo de politica de estabiliza- naquele ano, em sua primeira tentat- fo fiscal dentro da estrutura key: va para o cargo. A administracao nesiana € 0 corte nos impostos da ad- Kennedy tomou passe em 1961, com ministracéo Kennedy-Johnson, em um programa para “colocar a econo- 11964, nos Estados Unidos. Uma grave mia de novo em movimento” ~ desi ‘recessio havia ocorido em 1958, du- nado “a nova economia” ~, que se ba- ‘ante a qual taxa de desemprego atin- seava na apicago da teoria heynesiana glu 6,8%. A recuperacio dessa ‘politica macroeconémica Ela props ‘ecessio teve vida curta. A economia um grande corte nos impostos da pes: voltou a afundar numa recessio em soa fisica ejuridica (familia firms), 1960, 0 que, na opinido de muitos, Consultores econdmicos acreditavam ‘ustou a Richard Nixon a presidéncia que a demanda agregada estvesse PRB gcd Cn ‘muito baa para que a economia ope- posto em 20% para as pessoas fsias ‘asse em nivel de pleno emprego ou € 10% para as juridicas, no ino de de produto poten. A taxa de de- 1964, Depis,o produto e o emprego semprego em 1961, por exemplo, foi cresceram rapidamente, com ata de 42 6,7%, comparada com os 4,0% con- _desemprego caindo pare 48% n0 ink siderados naquele ano como “pleno” co de 1965 e para 38% em 1966, prego. Nos termos da Figura 5.8, Este foi o ponto alto de inluénca da 2 economia americana no inicio da teora kenesana da politica fiscal. ‘écada de 1960 estavanesse ponto A medida que crescia 0 envoimento ‘em ¥,, 0 corte nos impostos tinha a dos Estados Unidos na Guerra do Vietna finalidade de deslocar a curva de de- no periodo 1966:1968, aumentaram ‘manda agregada para cima, para le os gases do governo com deesa Esse ar a economia a produto potencial aumento na demanda agregada, com (Y,, ma Figua 5.8). 2 economia js em Seu produto poten- (0s corts de imposes no fram apro- cal, gerou presses infaconiis. Nos vados pelo Congress, princpaimen- termes da Figura 58, 2 cura de de- te porque os lderescongressstas es manda agregadaestva sendo empur- tavam preocupados com o défi or rada param do nivel compative om ‘amentiio que iriam crar. Apés 0 0 produto potencal (Os anos 1960 assassinato de Kennedy, o presidente demonstraram que, na pritic, a pole {Lyndon Johnson convence 0 Congres: tia fiscal poderia tanto dsesabiizar $0 a dar forga de lel a0 corte nos im- Dentro do modelo, uma resposta de politica econémica adequada seria aumen: taros gastos do governo o suficiente para recuperar 0 equilibrio em Y,. No grifico, © gastos do governo, de G, para G, ,lesloca a curva de demanda agreygada de volta para DA,, agora igual a (C+ I, + G,). Alternativamente, poder-se-a utilizar de um corte nos impostos para recuperar 0 nivel inical de demanda agregada. Como 0 ‘multiplicador dos impostos é menor, o corte apropriado dos impostos precisaria ser maior que o aumento necessirio nos gastos para gerar os mesmos efeitos finais, mas, ‘em tese, isso niio apresentaria nenhum problema em particular 5.7 Concluséo keynesiano, Varias caracteristicas do sistema keynesiano, contudo, sio coloca das em destaque pela considerasio desse modelo simples, ¢ elas serio trans portadas para modelos mais complexos. ‘O modelo simples ilustra claramente o papel da demanda agregada na determi- nagio da renda no sistema keynesiano. Como veremos mais adiante, ele exagera 0 papel da demanda agregada, Entretanto, um aspecto-chave de todos os modelos kkeynesianos que consideramos € que a demanda desempenha um papel vital na ddeterminagio da renda. Na visio keynesiana, as mudangas nos componentes a rnomos da demanda agregada, especialmente a demanda por investimentos, si0 fatores-chaves causadores de mudangas no nivel de equilibrio da renda. Mediante © processo multiplicador, essas mudangas nos dispéndios autonomos também in- duzem mudangas nos dispéndios com consumo. A insufiiéncia de investimentos, tem consegiténcia de um baixo nivel de demanda agregada, foi a explicagio keynesiana para o desemprego macigo na Depressio dos anos 1930. ‘0 modelo também ilustra © papel da estabilizagao fiscal na administragio da demanda agregada, para amortecer 0 produto de equilibrio contra as mudangas da instivel demanda por investimentos. Apesar de as expressoes simples que derivamos para os multiplicadores dos gastos do governo € dos impostos exigi- rem modificagdes na anilise subseqiiente, os principios que as fundamentam permanecerio intactos. oe 1. Explique como as origens da revolugio keynesiana associam-se a0 proble- ma do desemprego. 2. Interprete cada uma das trés formas de expressar condigao para renda de ‘equilibrio no modelo keynesiano simples — Equagies (5.2), (5.5) ¢ (5.6). Explique por que as trés formas de expressio da condisio de equilibrio sio cequivalentes. 3. Explique cuidadosamente a diferenga entre investimentos realizados © de- scjados. Em qual componente dos investimentos ocorre a discrepincia en- tre 0s dois torais? 4. Explique a teoria de Keynes sobre a forma pela qual as expectativas afetam a demanda por investimentos. Como se relaciona essa teoria com a visio de Keynes de que a demanda agregada seria instivel na auséncia de politi- cas estabilizadoras do governo? 5. Considere os niimeros da Tabela 5.1 que apresentam 0 consumo como ‘uma porcentagem da renda nos anos de prosperidade nos Estados Unidos (1929, 1955, 1973, 1979 e 1989), comparado com os anos de recessio (1933, 1958, 1975, 1982 ¢ 1991). Note que, em cada caso, 0 consumo & ‘maisalto como uma porcentagem da renda nos anos de recessio.F isso que 10. Ct vocé preveria com base na fungi consumo de Keynes, expressa pela Equa- sao (5.9)? Explique. No modelo keynesiano simples, um aumento unitirio nos dispendios aud rhomos fara com que a renda de equilibrio aumente por um miltiplo desse aumento, Explique 0 processo pelo qual isso acontece. Explique cuidadosamente por que o multiplicador dos impostos [AY/AT = =b/(1 ~ b)] € negativo, ¢ por que ele & menor, em valor absoluto, do que o rmultiplicador dos gastos do governo [AY/AG = 1/(1 ~ 6} Suponha que, para uma determinada economia, durante um certo periodo, 6s investimentos tenham sido iguais a 100, que os gastos do governo te- inham sido iguais a 75, que os impostos liquidos tenham sido fixados em 100, ¢ que o consumo (C) tenha sido expresso pela funsio consumo C=25+08Y, onde Y,, € a renda disponivel e Yé o PNB. 4) Qual € 0 nivel de renda de equilibrio (1)? ) Qual € 0 valor do multiplicador dos gastos do governo (AY/AG)? Eo rmultiplicador dos impostos (A¥/AT)? ©) Suponha que os investimentos tenham caido em 40 unidades, para um nivel de 60. Qual seri o novo nivel de renda de equilibrio? Suponha que, inicialmente, a renda de equilibrio tenha sido de 200 unida des, ¢ que este também tenha sido o nivel de renda de pleno emprego. Suponha que a funs20 consumo seja C=25 +08, € que, a parti desse nivel inicial de equilibrio, enhamos uma queda em 8 Uunidades nos investimentos. Qual ser o novo nivel de renda de equilibrio? Qual seria 0 aumento necessirio de gastos do governo para restabelecer a renda no nivel inicial de 200? Alternativamente, qual redugao de cobrangas de impostos seria suficiente para restabelecer um nivel de renda de 200? Suponha que os gastos do governo tenham sido aumentados em 10 unida- des © que esse aumento tenha sido financiado por um aumento em 10 Lunidades nos impostos. A renda de equilibrio mudaria como resultado des ‘sas duas ages de politica econdmica? Se a renda de equilibrio mucasse, em ‘qual diresio ela se moveria, ¢ em quanto? Suponha que, em vez de um nivel de impostos fixo, tivéssemos um imposto de renda tal que ‘oncle ¢,fosse a aliquota do imposto de renda. Seguindo © procedimento da sglo 54, derive uma expressio para a renda de equilibrio (Y) andloga a (5.14) para esse caso, onde © nivel de cobrangas de impostos depende da renda, Qual é a expressio equivalente ao multiplicador dos dispéndios aut nomos [1/(1 ~ b)] para esse caso? 12. Na Pergunta 8, suponha que, comesando pela posigio inicial de equilibrio (investimentos iguais a 100, gastos do governo iguais a 75, ¢ impostos liquids fixados em 100), houvesse uma queda auténoma no consumo € lum aumento na poupanga, de modo que a fuangao consumo mudasse de c 25+ 0.8Y,, para C=5+08Y, a) Caleule a mudang: rénomo na poupanga. b) Caleule o nivel efetivo de poupanga, bem como os niveis anterior € pos: or A mudanga verificada no consumo ¢, portanto, a fungde poupan- ‘explica esse resultado? renda de equilibrio resultante desse aumento au- Como ve As Exportagdes e as Importacdes no Modelo Keynesiano Simples Aqui consideramos os elitos da introdugio das exportagdes ¢ importagdes no modelo keynesiano simples. O enfoque esta no papel das importasdes ¢ exporta- .gdes na determinagio da renda de equilibrio. Também veremos que a expressio do multiplicador dos dispéndios autonomos se alters quando levamos em conta 0 fat inclui produtos importados além dos de produsio interna. Lembramos no Capitulo 2 que 0 PNB ou PIB (¥) consiste em consumo, investimentos ¢ gastos do govemo, mais exportagdes liquidas (exportagdes me ‘nos importagdes). Portanto, a condigao para o produto de equilibrio na econo: aberta (inclusive exportagdes ¢ importagées) & de que © consume =DA=C+1+G4+X-Z asa ‘Comparada com (5.2), condigio de equilibrio na economia fechada, soma: mos as exportagies ( X) A demanda agregada e subtraimos as importages (Z). AS exportagdcs s30 a demanda estrangeira por produto domésticos ¢, portanto, Ce ‘correspondem 4 demanda agregada. Por outro lado, como as importagdes esto incluidas em C, Le G, mas mo sto demandas por bens domésticos, devemos subtrailas da demanda agregada, Para achar uma expressio do PNB de equilibrio no modelo de economia aberta, seguimos o mesmo procedimento que empregamos para 0 caso da eco- nomia fechada: consideramos Gs investimentos ¢ os gastos do governo como ‘exégenos — como componentes dos dispéndios aurénomos. O consumo é dado pela fungao consumo G a+ bY (A52) ‘onde omitimos os impostos, por nio desempenharem nenhum papel essencial «em nosso estudo especifico, e, portanto, nto precisamos diferenciar PNB (¥) © renda disponivel (¥, = Y~"T). Para computar o produto de equilibrio para o «aso da economia aberta, precisamos especificar os determinantes das importa ses € exportagdes, Para simplificar nossa analise, supomos que as importagdes consistam unica _mente em bens de consumo. Supostamente, a demanda por importagdes depen- de da renda ¢ de um componente autnomo Zau+v¥ u>0, O

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