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SUMARIO Introdugéo soe Caracterstcas fislolégicas dos suinos modernos CComportamento de consumo dos suinos Exigéncias nutricionais ... Exigéndias de energia Exigéncias de proteina/aminosciées . Manejo nutrcional na reprodugle vrnnn Nutro na pré-gestagio e gestacSo Nutrigdo nas Fases de partoe lactacio.... Nutrigho de leities na pés-desmama «.. NutrgBo nas fases iniil, crescimento e terminagl0 ... 315 316 319 324 325 330 331 332 334 336 337 Nutri Aplicada de Suinos Introdugao A suinocultura tem tido considerével desenvolvimento no Brasil, com a introducao de hibridos comerciais de alto potencial genético para deposicéo de carne magra e com alta eficiéncia, ‘Ao mesmo tempo, ainda permanece o modelo de cruzamentos alternativos de ragas puras, com bons resultados de desempenho. Na Tabela 13.1, so indicados os ganhos de carne magra de suinos Classificados de acordo com o seu potencial de producao. Tabela 13.1 Classificagéo dos suinos de acordo com seu potencial de producdo de carne’. Potencial Ganho de carne magra, gidi Elevado > 340 Médio 275.340 Baixo <275 * Universidade de Oklahoma /PIC. 03 hibridos modernos so mais precoces e devem ter a sua nutricgo diferenciada no sentido de se poder explorar 0 seu maximo desempenho. AS formulagées de rages para esses animais _requer tentendimentos com referéncia as reais necessidades nutricionals para melhor expressao do seu potencial genético e a qualidade dos ingredientes, para suportar uma adequada ingesto dos nutrientes necessdrios.’Do ponto de vista das formulagies, o importante é a selego dos ingredientes com base na sua composi¢go nutricional, ‘a sua disponibilidade de mercado e 0 seu preco. AS férmulas baseadas em milho e farelo de soja s8o as mais adequadas, em razdo de uma combinacao de nutrientes complementares que esses, dois ingredientes apresentam. Além desse fato, as necessidades nutricionais dos suinos so baseadas em ensaios experimentais com dietas a base nestes ingredientes, de maneira que, a incluso de qualquer outro substituto ou alternativo, deve ser realizada varios, ajustes, inclusive nos niveis nutricionais de suplementagio de Vitaminas, como exemplo. A formulacao com base nos aminodcidos digestivels seria indicada também nestes casos. 315 Nutrigio de Monogastricos Os suinos hibridos de alto potencial de ganho de carne magra possuem a sua fisiologia de crescimento diferenciada em relacdo ‘408 animais de menor potencial. Normaimente, possuem malores hecessidades para mantenca e crescimento do tecido magro (proteina) e menores necessidades para acréscimos de gordura ha carcaca. O maior acréscimo de carne magra, resulta em menor necessidade de ingestdo de energia para o ganho de peso. ‘© mercado brasileiro possul hibridos com caracteristicas nutricionais e de alimentac8o diferentes, em razo da linha de acdo ‘genética de cada um. Existem animais com grande capacidade de ingestao de alimentos, se comportando bem com dietas contendo menor nivel energético, Por outro lado, existem animais com balxa capacidade de consumo, que Implica na necessidade de elevar os contetidos nutricionais da racSo, para poder recompor as necessidades para melhor desempenho desses animais. Do outro lado, esto os consumidores, que exigem carcacas mais magras. ‘Assim, os animais de maior potencial de deposicao de carne magra, vo ganhando cada vez mals, maior espaco nas criagdes. Caracteristicas fisiolégicas dos suinos modernos No nascimento, 0s leitées apresentam porcéo muscular em mais da metade do seu peso corporal, sendo a fracéo gordura representando em média 7,5% do total. Esse contetdo vai aumentando durante o crescimento do animal, podendo chegar & metade do seu peso corporal. Assim, é preciso conhecer a fisiologia de crescimento dos animais para observar tanto a velocidade de crescimento como também, qual tipo de tecido que o animal esta depositando (gordura ou carne). ‘As necessidades de manutencdo podem ser variaveis. No entanto, 2 quantidade de nutrientes necessarios para esse fim & minimizada quando se observa condicao de ambiente favordvel 20 crescimento do animal. Animals que apresentam maior velocidade de ganho de peso, crescerdo mais rapido e o gasto de nutrientes para mantenga seré menor, resultando neste caso, em melhor conversao alimentar do rebanho. ‘Apesar de todo esforco da genética para produzir animais com carcagas com mais carne magra, ainda persistem problemas relacionados com esta caracteristica. Quando se faz selecdo ‘somente para carne magra e ndo para ganho de carne magra, podem resultar em animais com baixa capacidade de consumo, afetando, assim, 0 crescimento e a idade de abate, fatores que prejudicam 316 NutricSo Aplicada de Suinos © criadores. 34, as linhagens selecionadas para crescimento rapido, com grande capacidade de consumo, podem levar a maior deposicio de toucinho, indese}ével para 0 consumidor, caso néo se tome medidas nutricionais para resolver este problema. O sexo do suino também pode afetar o tipo de carcaca a se produzir.O potencial maior de deposicao de came magra est com os ‘machos intelros, sequidos pelas fémeas e os machos castrados. Por ‘outro lado, 0s machos inteiros no podem ser abatidos como tai por problemas de odores da carne durante cozimento. Pare aproveltar @ anabolismo orgéinico dos animals inteiros, tem sido pesquisada a técnica da imunocastragéo, com resultados promissores. As diferencas de crescimento entre machos inteiros e femeas podem chegar a 15 % na fase de terminago. Quanto ao consumo, 0s machos castrados consomem mais racéo, crescem mais répido e apresentam pior conversdo alimentar e menor percentagem de carne magra do que as fémeas. A criaco com sexos separados pode ser vantajosa, considerando esses fatores, aliado também a melhor resposta das fémeas quando se eleva os nivels de energia das racbes. Nas Tabelas 13.2 € 13.3 s8o apresentadas algumas recomendagbes para criacéo de machos e fémeas separadas a partir de 30 kg de peso vivo de Tabela 13.2 Recomendacées nutricionais médias para suinos de médio e alto potencial de ganho de peso sendo os aminodcidos na forma total e expresso em %/Mcal de ED da racdo. Potencial genético Nutrientes Médio Alto Macho Fémea Macho Fémea —_ Fase 30-60 kg Proteina 5,145 5,400 5,353 5,630 Lisina 0.272 0,285 0,283 0,297 Met + Cis 0,154 0,162 0,161 0,169 Treonina 0.17 0,185 0,184 0,194 Triptofano 0,050 0,052 0,082 0,054 Calcio 0,225 0,225 0,225 0,225 Fosforo total 0,170 0,170 0,170 0,170 ‘Sédio 0,050 0,050 0,050 0,050 ‘Adaptado do NRC, 1998. a7 nutrigo de Monogdstricos Exemplo de uso da Tabela 13.2 Nutro Aplicada de Suinos Exemplo de uso da Tabela 13.3 Potencial genético Potencial genético Nutrientes Médio _ Alto Nutrientes: Médio Ao Macho _Fémea ‘Macho _—Fémea Macho _Fémea Macho —-Fémea Fase 30-60 kg Fase 60-100 kg ED, Keallkg 3350 3350 3400 ‘3400 ED, Kealikg 3380 3380 3400 3400 Proteina.% 17.23 18,09 18,20 19.44 Proteina,.% 13,61 1432 14,42 16,00 Lisina.% 0911 0,957 0.962 4,010 Lisina,% 0.642 0676 = 0.680 0,755 Met+Cis.% 0.516 0,543 0,547 0.575 Met + Cis.% 0375 0,398 = 0,388. 0.aaa Treonina,% 0,593 0620 0,626 «(0,660 Treonina.% 0.433 0456 0.459 0,810 Triptofano.% 0,168,174 0.177 0.184 Triptofano.% 0.118 0,125 0,125 0,138 Calcio, % 0.754 0,754 0.765 0.765 Calcio, % 0650 0,850 0,650 0.650 Fésforo total% 0,570 0.870 0.578 0.578 Fosforotot% 0.475 «0.475475. Sédio.% 0.167 0167 _0,170__—_—0.170 S6di0,% 0.155 0,185 01550155. é nos de alto Tabela 13.3 Exigéncias nutricionais médias para suinos potencial de ganho de peso sendo 0s aminodcidos na forma total expresso em %/Mcal de ED de racéo. Nutrientes. Proteina 4,238 4,240 4,708 Lisina 0,200 0,200 0,222 Met + Cis 0,117 ont7 0,130 Treonina 0,135 0,194 0,150 Triptofano 0,037 0,037 0,041 Calcio 0,190 0,190 0,190 Fosforo total 0,140 0,140 0,140 Sédio 0,046 0.046 ‘Adaptado do NRC, 1998. 318 acordo com o potencial genético, segundo informacies adaptadas do NRC (1998). Verifica-se que as necessidades nutricionais das fémeas se aproximam das do macho inteiro. As diferencas sexuais de exigéncias nutricionais sdo mais pronunciadas a partir de 50 kg de peso vivo, como relata Fuller et al. (1989). ‘A deposic§o de tecido magro depende diretamente da genética e do suporte adequado de nutrientes para alcancar © potencial maximo. Por outro lado, 0 excesso de consumo de nutrientes, além dessa capacidade, é transformado em gordura e, neste caso, a conversao alimentar piora sensivelmente. Os suinos gastam, normalmente, quatro vezes mais alimento para produzir lum quilograma de gordura em comparacdo a carne magra. 'Na fase de terminaco, os animals conseguem ingerir mais alimento que é necessério para atingir 0 potencial maximo de deposicao de came. Neste caso, é preciso adequar os niveis de energia e nutrientes para evitar que os excessos possam prejudicar a qualidade da carcaca. Comportamento de consumo de suinos © comportamento de consumo depende das caracteristicas genéticas das linhas comerciais, porém, outros fatores podem ser 319 nutrigdo de Monogdstricos importantes para se obter ingestéo adequada de nutrientes. O nivel de consumo de animais em grupo é bem maior do que quando est alojado individualmente e, depende, também, do numero de entradas no comedouro. ‘Através de sensores localizados na orelha dos animais e com ‘comedouro especial acoplado a0 computador, pode-se realizar um trabalho interessante quanto ao comportamento de consumo dos ‘animais (Figura 13.1). Nesse trabalho foram utilizados machos @ fémeas hibridos (linha Dalboar 80) © da linha Pietrain de alto potencial genético em ensaio de avaliacdo do comportamento ‘alimentar apés a saida da creche aos 56 dias de idade. Os hibridos Sempre apresentaram maior consumo em relacéo a linha Pietrain (PI) até 80 dias da saida da cheche. Figura 13.1 Modelo para avaliagéo do comportamento de consumo em suinos. A curva de consumo de racéo por dia (Figura 13.2) € a quantidade consumida por vez (Figura 13.3) indicam estabilidade de ingestlo de racdo a partir de 80 dias depois da saida da creche, com peso vivo aproximado de 80 kg. J, o maior consumo por cada Vez due 0 suino visitou 0 comedouro, ocorreu com 80 dias apés a saida da creche, sendo que, a partir dessa idade, reduz 0 nivel de ‘consumo por acesso ao comedouro, 320 Nutro Aplicada de Suinos 300 3200 fs 050 om mG mm Dias apés sada de creche (55 as) Figura 13.2 Curva de consumo de ragéo dos suinos criados para abate. Pee Dias apée sida da erche (56 as) Figura 13.3 Nivel de consumo de racéo nas 24 horas do dia. © perfodo em que os animais permaneceram mais tempo no comedouro atinglu pico entre 40 e 60 dias da saida da creche (Figura 12.4), sendo que a quantidade de ragdo em gramas por minuto (Figura 12.5) fol aumentando a partir desse periodo, 321 nutngso de Monogastricos ° Minwos por vez Dias apés sida da creche (56 cas) Figura 13.4 Tempo em minutos, para cada vez que os animais visitavam os comedouros. 8 8 {Gramas por minuto Figura 13.5 Quantidades de racéo consumida por minuto de acordo com a fase apés creche. 322 ‘NutrigS0 Aplicada de Suinos A frequéncia com que os animais foram ao comedouro reduziu ‘com o avangar da idade (Figura 13.6), estabilizando também a partir de 80 dias apés creche. Existe uma diminuigao das atividades de movimentacao na baia com o avancar do peso vivo dos animais. ‘Assim, cada vez que frequienta o comedouro, aumenta a quantidade ingerida (Figura 13.7), Estabilizando por volta de 80 kg de peso Outro fato interessante quanto ao comportamento de ‘consumo, € que 0s animais atingem o maior consumo de racio por volta das 2 horas da tarde, e nao no periodo da manh, como era de se esperar (Figura 13.7). Convém ressaltar também, que, ‘esses ensalos (3), foram realizados em ambiente com temperatura préxima da média da zona termoneutra para esses animais (23 °C, UR de 65%). Visitas ao comedouro por dia Dias apés sida da creche (56 dias) Figura 13.6 Visitas a0 comedouro até 100 dias da saida da creche. 323 Nutrcdo de Monogéstricos Consumo (ginora) 0 2 4 6 8 1 42 14 16 18 20 22 m4 Horas Figura 13.7 Quantidades consumidas por visita ao comedouro. Exig@ncias nutricionais As exigéncias nutricionais dos suinos hibridos depende de varios fatores incluindo © potencial genético de crescimento de tecido magro, a propenséo para deposicdo de gordura, a eficiéncia de utiizacdo dos nutrientes, condicSes de ambiente, entre outros. De maneira eral, a selecdo genética para ganho de tecido magro leva em consideracdo dois fatores importantes. Animals normalmente selecionados para menor teor de gordura na carcaca possuem também baixo nivel de consumo de racéo. Por outro lado, animais com selecSo para ganho maximo, possuem maior capacidade de consumo, levando a altos ganhos, porém, com problemas de deposicéo de gordura que podem ser minimizados Com alteragdo da concentracéo energética da ragdo ou limitaso do consumo dso, ionale doe unos “podem ser mendagies nutricionals dos _ sui m encontradasemvarastabelas coma AEC, (1987), INRA, 1989), NRC, (21998), Rostagno et al., (2011), além das indicagBes das linhagens, comerciais. Nas tabelas 13.5 'e 13.6, estdo as recomendacdes futricionals médias sugeridas para suinos (NRC,1998), sendo apresentados valores nutricionais em %/Mcal de ED da racéo, para facltar formulacées diversas quanto ao contetido de energia 324 "Nuricdo Aplicada de Suinos Exigéncias de energia As necessidades de energia para suinos podem ser expressas em ED ou EM. Existe preferéncia no uso de ED, em razdo do maior numero de dados desta unidade para maior numero de ingredientes, além de essa determinacio ser mais facil e mais precisa do que 3 dde EM. Por outro lado, & possivel estimar os valores e EM para os alimentos, a partir da formula, segundo o NRC (1981): EM = ED x (96 - [0,202 x % PB) Onivel de energia das races de suinos exerce papel importante no seu desempenho. Esses animais, a semelhanca das aves, consomem certas quantidades de racao para atender primariamente as suas necessidades de energia. Suinos consumindo maiores Quantidades de alimento em dietas com menores contetidos de energia podergo estar ingerindo mais gramas de proteina ou outros nhutrientes, do que sua exigéncia, sem nenhum beneficlo a producéo, e, podendo ser prejudicial & eficiéncia da dieta. No entanto, efeitos indesejaveis também podem ocorrer quando os suinos consomem Pequenas quantidades racdo com alto nivel energético, pols isso Poder limitar 0 consumo de outros nutrientes. O controle de ‘consumo pelo nivel de energia é observado somente para os animals considerados adultos do ponto de vista de desenvolvimento do seu trato digestério, que ocorre a partir de 30 kg do PV. Para os animals abaixo dese peso, o incremento do nivel de energia afeta 0 ganho de peso e a conversao alimentar dos animais. Assim, as dletas para leltées da pés-desmama e até a fase de saida da’ creche devem conter 0 maximo de energia possivel, para se obter bom resultado de desempenho e uniformidade de lotes. Dietas com altos teores de energia também séo utilizadas para mmatrizes em lactagéo para incrementar a produgao de lelte © se obter bom desempenho dos leitdes @ desmama. Por outro lado, 0 nivel de ED de dietas de matrizes em gestacao, no afeta o ntimero de leltes nascidos vivos, podendo influenciar somente no peso ao nascimento. As dietas de matrizes em gestaco, normalmente so de baixa ED (3250 kcal/kg) com altos teores de fibra bruta (5-6%). ‘A utllizagéo de racdes de menor contetido energético para 285 porcas em gestagao resulta em menores custos de producéo do leitdo e evitar que a fémea engorde muito, podendo prejudicar © parto. Nives altos de energia em rages de matrizes logo apés 2 concepcdo pode acarretar morte embrionéria, com redugo do rndmero de leitdes nascidos. Por outro lado, alta ingestao de energia 325 Nutrgio de Monogdstricas na fase pré-ovulaco, resulta em elevacéo da taxa ovulatéria. ‘Os suinos adultos possuem o Intestino grosso desenvolvido, principalmente a regio denominada célon, onde ocorre fermentacd0 Bnaerobica, produzindo dcidos graxos volateis (AGVS), tipo acético, propidnico e butitico, que podem ser absorvidos, contribuindo com parte das necessidades de energia de mantenca. Essa contribuigso pode variar de 5 a 28% das exigéncias de mantenca dos animais, Segundo Kass et al. (1980) e Kennelly et al. (1981). 'As necessidades de energia dos suinos hibridos modernos so menores, em relacdo 20 tamanho metabdlico do animal, quando Comparadas com animais que necessitam depositar malores ‘Quantidades de gordura na carcaga. Esses animais, devido a maior Geposigao de tecido magro e gua conjuntamente, resultam em menores necessidades de energia por quilograma de ganho de peso. No entanto, o nivel de energia da racdo é determinante da taxa de ganho de técido magro. © aumento do conteido energético da racéo Fesulta em aumento nessa caracteristica, porém, existe um nivel maximo que deve ser observado (plateau) e, a partir desse ponto, focorre prejuizo, com deposicfo de gordura’na carcaca, segundo Quiniou etal. (1999). Esses animais regulam a sua ingestao energética Ge acordo com as suas necessidades, porém, as ragoes com malores feores de energia so de maior densidade nutricional e menor incremento caldrico,levando 0 animal a exceder as suas necessidades tenergeticas, prejudicando a qualidade da carcaca, principalmente para fos genétipes com maior capacidade de consumo. A manutencéo da relacdo nutriente/caloria € essencial para a manutengo da ingesto [Adequada de todos 0s nutrientes. Existe equilibrio nutricional entre 6s aminoscidos e o conteddo de energia das dietas. © descompasso desse equilrio prejudica a qualidade da carcaca, ‘De maneira geralo nivel de energia das rages de suinos exerce fungéo importante no seu desempenho como jé mencionado. Na ‘Tabela 13.4, est3o apresentadas equacées de exigéncias nutricionais de sulnos hibridos modernos para maximo desempenho, levando fem consideragdo as necessidades de acordo com a energia € faixa de peso dos animais segundo o NRC (1998). Com essas equacdes @ possivel fazer um programa de alimentagio de acordo com as necessidades de campo. ‘Nas Tabelas 13.5¢ 13.6, est&o apresentadas asrecomendacées hutricionais de suinos para abate e reproducéo, respectivamente. Os valores também séo apresentados obedecendo a relacéo nutriente/caloria para todos os itens da dieta, 326 Nutrice Aplicada de Suinos Tabela 13.4 Equacées de exigéncias nutricionai: ir desmama ao abate’. para suinos da Nutriente Equagées re Proteina Bruta Y=7,0241 - 0,03220 x 0,93 Lisina Y = 0,3972 - 0,00230 x 0.94 Metionina + Cistina Y= 0,2384 - 0,00150 x 0.84 Treonina Y= 0,2527 - 0,00140 x 0,92 Triptofano Y=0,0713 - 0,00040 x 0,94 Vatina Y= 0,2752 - 0,00160 x 0,92 Arginina Y= 0,1606 - 0,00110 x 0,95 Fenilalanina = 0,00140 x 0,93 CAlcio Y= 0,2353 -0,00111 x 0,90 Ester ta Y= 0,1940 -0,00080 x 0,90 _ 0.56 17 ¥= do uent/ncalda Bd ao; x= pes vio mina ae Equagdes adaptadas do NRC (1998). “ Nas fases de crescimento e terminacao, a elevacéo do de energio sa roebo cause reducbo do consume e melhera da converséo alimentar, no tendo efeitos significativos sobre ganho de peso, quando se observa a relagdo nutriente/caloria das dietas. Nessas fases, 0 suino consegue manter 0 nivel de ingest&o de energia, pela variagio do nivel de consumo da ragdo, desde que, os niveis de energia nao sejam extremos como abaixo 3150 e acima de 3550 kcal de ED/kg de racdo. Nessas fases ¢ importante a redugio do custo por unidade de ganho, que pode variar em fungéo do custo da energia da racdo. No entanto, races com altos teores de energia na fase de terminacSo, resultam em maior deposicao de gordura na carcaga, 0 que, pode ser prejudicial para a classificagao da mesma (Bertechini . et al., 1986). Assim, € preciso observer que para linhas genéticas de alto consumo de ragéo, a restriglo alimentar ou 0 uso de rages com menor conteddo de energia na. fase final da terminagso € importante, para evitar acimulo de gordua plore acentuada na converse almenta, em razio incipalmente, ao gasto metabilico dessa ém de prejudicar a qualidade da carcaca. Genesio, além a 327 ‘Nutrigdo de Monogéstricos Tabela 13.5 Recomendagées nutricionais médias para suinos (de 5a 100kg de PY.)!. Nutrgio Apticada de Suinos Tabela 13.6 Recomendagées nutricionals médias para matrizes em gestacao, lactacdo e reprodutores*. ___Fases Inicial Crescimento Terminagao Nutrientes. Peso Vivo (kg) 4010-30 30-60 %i Meal de EM da Rago: Proteina Bruta 6782 6541 5,575 4.448 Lisina 0,380 0,351 «0,294 0,213 MetioninatCistina 0,227 0,208,171 0,118 Treonina 0.242 0,225 0,190 0,141 Triptofano 0,068 0,063 (0,053 0,039 Arginina 0,152 0,141 0,116 0.072 Histidina 0,123 0,115 (0,096 0,087 Leucina 0375 0,945 0,115 0,067 Isoleucina 0.207 0,195 0,187 0,113 vatina 0,263 0,243 «(0,208 0,147 Fenilalanina 0,225 0,207 0,172 0,123 Calcio 0,227 0,213 (0,186 0,147 Fésforo Total 0,188 0,178 0,188 0,130 Sédio 0,049 0,0459 0,038 0,038 mgikg de ragao Cobre 6,00 00 4,00 3,00 Jodo O14 0,14 0.14 0.14 Ferro 100,00 80,00 60,00 45,00 ‘Manganés 4,00 3,00 2,00 2,00 Zinco 100,00 80,00 60,00 50,00 Selenio 0,30 0.16 0,16 1 Valores adaptados do N.R.C. (1998). 328 Nutriontes Se Sasori ™ Gestagio Lactagéo _Reprodutores ‘%l Meal de ED da Ragéo ~ Proteina bruta 3,600 5,200 4,200 Lisina 0,133 0,305 0,201 Metionina* cistina 0.079 0,147 0.115; Treonina 0,104 0,194 0,142 Triptofano 0,026 0,055 0,040 Axginina 0,042 0,173 0.121 Histidina 0.046 = 0,120 0,082 Leucina 0,125 (0,335 0,212 Isoleucina 0,103 0,170 0,134 Valina 0,128 0,261 0,173 Fenilalaninattirosina _0,140___0,341 0,236 %I Meal de ED da Rago Calcio 0,258 (0,263 0,240 Fésforo total 0,190 0,183 0,186 Sédio 0.047___0,057 153 mg / kg de Ragao Cobre 10,0 10,0 10,0 odo 0,50 0,50 0,50 Ferro 60 10,0 80,0 Manganés 15,0 25.0 15,0 Zineo 60 100.0 80,0 Seléri 0.25 25 0,25 4/ valores adaptados do AEC (1987) © N.R.C. (1998). Os reprodutores devem receber ragio com nivel_baixo de energia, para evitar que ganhe muito peso e prejudique as coberturas. Animais em servico devem aumentar 0 consumo de energia pelo aumento da quantidade de racio didria. 329 Nutro de Monogéstricos Exigéncias de proteina/aminodcidos ‘As exigéncias proteicas de suinos variam de acordo o estagio fisiolégico, funcio fisiolégica, sexo, temperatura ambiente, entre outras. O nivel protéico da dieta pode variar de 12%, indicado para porca em gestacao, até 23% em dietas pré-inicial de leitdes. ‘Onivel de proteina das dietas de suinos suporta duasfinalidades basicas, que sdo a de proporcionar quantidades de aminoacids essenclals para manter o metabolismo organico e nitrogénio, para a biossintese dos aminoacidos dieteticamente dispensaveis. Apesar das tabelas de recomendagdes de exigéncias indicarem os niveis de proteina que podem ser praticados, € possivel reduzir esses hiveis pela da adic3o dos aminodcidos limitantes. A pergunta seria de quanto se poderia reduzir 0 nivel protéico? A resposta esté na suplementagao dos aminodcidos limitantes em quantidades € numero deles. E possivel, por exemplo, reduzir 0 nivel protéico de uma dieta em funcdo da adicao de lisina e metionina sintéticos, que representam a 12 e 28 limitacao pratica em rages a base de milho @ farelo de soja. Por outro lado, poderia se reduzir mais ainda, caso adicione 0 3° limitante que poderd ser a treonina ou o triptofano, dependendo do perfil de ingredientes utilizados na base de calculo ea fase de criacdo. ‘Normalmente, as fontes de energia das races contribuem com certas quantidades de proteinas para as rades dos suinos. 0 milho, por exemplo, pode contribuir com 30% da proteina de uma racdo inicial (15 - 30 Kg de peso vivo) e chegar a 50% de uma raco de terminagéo (60 - 100 Kg de peso vivo). ‘0 bom desempenho dos suinos depende nao somente de quantidades adequadas de aminodcidos essenciais bem como, da ingestdo correta de energia e outros nutrientes. ‘As necessidades de aminodcidos séo altas para porcas em lactagio ¢ leites nas fases pré-inicial e inicial de crescimento. orcas em lactaco, por exemplo, exigem quase quatro vezes mais gramas de lisina, em comparacdo com as gestantes, enquanto ‘que, os leitdes na fase pos-desmama, necessitam aproximadamente 3 vozes mais desse aminodcido/ kg de peso vivo do que os suinos na de terminacéo. ‘Os animais com maiores taxas de ganho de tecido magro, so mais sensivels quanto a mudancas do nivel de consumo dos ‘aminodcidos essenciais, devendo dispensar_maiores culdados na hora da formulagdo das races para desses animais. 330 Nutrgdo Aplicada de Suinos Manejo nutricional na reprodugéo ‘As fémeas hibridas modernas tém apresentado altas taxas de crescimento, sdo provenientes de linhagens com maior ganho de tecido magro, resultando em matrizes precoces quanto ao eso e com baixos teores de reserva lipidica para sustentar bom desempenho reprodutivo inicial. Esse aspecto deve ser levado em conta quanto ao periodo ideal para se realizar @ primeira © sucesso da criagéo dos suinos depende diretament do fence reprodtva co rebanho, Nav fabela 13,7, estdo apresentados exemplos de dados que evidenciam a produtividade de um plantel, relacionados com 0 niimero de suinos produzidos por cada matriz no periodo de um ano. Tabela 13.7 Desempenho reprodutivo por matriz e produtiv do plantel. or matriz e produtividade Suinos Conversio kg de Gastototal Gasto total Terminados ‘alimentar suinos de fade de race Po yon predusidos 49) (ka) por matrizlano rebanho por ano banho suing porane _tonminsde 3 RSE 80007650285 2 260-2000 7540260 2 26h 2800730228 2728827007236 (288 2 272800707227 2 2782500000298 2 280 = 2400S 6720S«280 23284 2800658228 2228206336208 veancnefttite, séequnda c 9 genéica so ce dole fatores sponsdvels pels altos Indices de desempenho observ suinos hibridos modernos. " ‘ados nos 331 Nutri de Monogastricos Nutricdo na pré-gestacio e gestacso desmame e vai até a concepco (periodo de servico). O manejo de energia. A idéia de reducdo da ingestao antes da desmama eects castes let a aes desmama. Apés a desmama, é indicado fornecer ragao 8 vontade, dias, ocorre uma pequena dilatagao do intervalo entre partos, que, dependendo do manejo da granja, nao afetaria a produtividade do plantel. fémeas eram alimentadas a vontade com alto consumo de energia, jia, durante o periodo de servico. Assim, existe um aumento do numero de leitdes nascidos entre 1 e 2 por leitegada, podendo 332 ‘Nutriglo Aplicade de Suinos ‘embrionéria, providenciar suficiente aporte de nutrientes para o bom desenvolvimento e crescimento fetal, do titero, gléndulas mamiérias e reservas para futura lactacio. © metabolismo gravidico da matriz durante a gestacéo, favorece 0 anabolismo organico, melhorando a eficiéncia no aproveitamento dos nutrientes, sempre objetivando a futura produco de leite na fase de lactaco. A capacidade de producao de leite da matriz est correlacionada com 0 periodo de gestacdo. Pesquisas recentes indicam que o numero de células secretoras da glandula mamaria € determinado durante os ultimos 50 a 60 dias pré-parto. O consumo de energia nessa fase é muito importante para determinar 0 escore corporal desejado. Por outro lado, o excesso de ingestéo calérica pode levar a acimulo de gordura na glandula maméria e dessa forma, obstruindo a multiplicaggo das células secretoras e prejudicando a capacidade de produggo de lelte durante a lactacao. Cuidados com 0 escore corporal devem. ser constantes, para evitar matrizes muito gordas, que levariam também a problemas metabélicos apés o parto. O escore corporal, avaliado por processo visual, deve-se levar em conta que a condi¢ao corporal pode ser boa ferramenta para regular o nivel de Ingetéo de racdo (nutrientes), Normalmente, pode-se considerar um escore variando de 1 a 5, sendo os extremos, indesejaveis. Dessa maneira, deve-se fazer um manejo alimentar que priorize este escore. Para fémeas com escore abaixo de 3, deve-se elevar 9 nivel de consumo de racéo, e, acima desse, abaixar O nivel de fibra bruta da racdo de gestacio deve ser pelo menos 5 %, com @ finalidade de exercitar o trato gastrintestinal, principaimente no sistema de confinamento total, onde a movimentacdo da matriz bem como 0 acesso ao verde ¢ imitado. As matrizes possuem boa capacidade de fermentaco da fibra da racio, com aproveitamento dos AGVs produzidos no intestino grosso, Races de baixa fibra podem resultar em constantes constipacées, com possibilidades de prolépsos retais. Por outro lado, quando nao se tem material fibroso, como palhas, feno de alfafa, glitem de milho, aveia com casca e farelo de trigo, pode-se usar racdo a base de milho e farelo de soja, com adicao de 1,5% de MgS04 (sulfato de magnésio/ sal amargo) até 2/3 da gestacao aumentando para 2,5 a 3,0% no terco final, para melhorar a movimentacio intestinal e evitar os problemas de constipacai A quantidade de racéo didria deve variar de acordo com a deposi¢ao de gordura medida principalmente na posicao P2. Para 333, uteigo de Monogdstricos i ir de ragéo, por medidas maiores que 20 mm, reduzir 0 consumo a outro lado, fémeas com menores espessuras, devem ‘recebe tmaiores quantidades. Na Tabela 13.8, estao sugeridas quantidades de racdo em Fungo do peso vivo e espessura do toucinho no ponto P2. Trshuabe gen ape elt wea wee ee Nutrigio nas fases de parto e lactacio 30 pré-parto tem a finalidade de favorecé-lo, (alta higroscopicidade intestinal) 2 a 3 dias que antecede ° par to, e evitar transtornos que possam causar natimortos. Quando ndo se (Sulfato de magnésio) no nivel de 3,0% nesse periodo. . ‘Apés 0 parto, 0 manejo da alimentacéo deverd seguir a: aumentada a quantidade, até o limite de consumo diario, evitando 334 ‘utrigd0 Aplicada de Suinos ‘obras que possam fermentar. A racdo de lactaco deve ser especial, ois, 2 producao de leite esté diretamente relacionada com a sua qualidade. Nos casos de baixa capacidade de consumo na lactacao, seria indicado iniciar com essa dieta antes do parto para maior adaptacao alimentar. A matriz necessita de ingerir racSo com altos teores de energia, lisina e rica em minerais e vitaminas. Pesquisas evidenciam maiores pesos & desmama e maior uniformidade dos leitées @ desmama para matrizes que receberam racdes com altos contetidos de energia em relagio as que ingeriram menores ‘quantidades de energia didria. A palatabilidade da racdo também Pode influenciar no nivel de consumo. Mesmo com altas ingestdes de energia, a matriz ainda remove reservas organicas para ‘aumentar a0 maximo a sua produgio de lelte. Essa perda de peso € maior ou menor, dependendo do aporte nutricional que a racdo oferece. Porcas muito magras no final de lactago indicam ingestio insuficiente de nutrientes e, principalmente, energia, durante essa fase. A queda muito répida de peso durante a lactacéo, prejudica 0 intervalo entre partos, reduzindo a longevidade e a produtividade da matriz. © manejo adequado na reprodugao ¢ importante em todos os seus segmentos. Nao adianta elevar a taxa ovulatoria para aumentar. © numero de leitées nascidos vivos, se no se prioriza também 2 alimentago durante a lactag3o. O aumento do nuimero de leitdes implica também em aumento da producdo de leite para manter 0 Peso € a uniformidade da leitegada. Pode-se desmamar mais de 12 leit6es/porca, porém, a desuniformidade destruiria esse indice, caso no se tome o cuidado durante a fase de amamentacao. Na fase de desmama, nao se deve reduzir a quantidade de ragSo para a matriz. Quanto mais leite produz sem ser consumido pelos leitdes, mais rapidamente paralisa a biossintese na glandula mamaria, Assim, retiram-se os leitées e continua com a racio de lactag8o até a secagem do leite, que ocorre no maximo em tres dias. Os machos reprodutores, também no devem ser esquecidos quanto a0 manejo alimentar. Nas granjas modernas onde se ‘acquire machos j4 formados, seria importante realizar 0 manejo indicado pelos fornecedores, evitando reprodutores obesos que Prejudicaria o seu desempenho reprodutivo. A utilizago de racdes de menor contetido energético para as Porcas em gestacdo resulta em menores custos de producao do leitdo, sem afetar 0 ntimero de leitdes nascidos vivos, além de evitar 335 utrgio de Monogdstricos que a fémea engorde muito, podendo prejudicar 0 parto. Niveis altos de energia em races de matrizes logo apés a concepcdo pode acarretar morte embrionéria, com reduco do numero de leitées hnascidos. Por outro lado, altas ingestdes de energia (flushing) na fase pré-ovulacéo, resultam em elevacao do numero de foliculos ‘ovulados como mencionado. ‘Algumas vitaminas esto mais estreitamente relacionadas com a reproducdo. O acido félico melhora a prolificidade por elevar @ sobrevivéncla embrionaria. A vitamina A, agindo na reparacdo & recomposicdo uterina influindo no crescimento dos embrides © os fetos. A biotina, com diminuigao do periodo de servico e a vitamina E, particularmente importante nos processos de ovulogénese © espermatogénese, agindo com fator antioxidante e manutencao da integridade dos epitélios. Na fase de lactacdo, deve-se dispensar maiores cuidados com 05 niveis de energia proteina e lisina da racéo. As necessidades de fenergia para a mantenga de porcas em lactacéo é semelhante das ‘que esto em gestacao, por outro lado, as exigéncias para producéo de leite so muito altas, chegando a mais de 70% das necessidades totals (NRC, 1998). Nao fosse a reserva energética durante 0 metabolismo gravidico, as porcas em lactacéo nao conseguiriam suficiente caloria para manter alta producéo de leite. A remocao Gessas reservas auxilia a producgo de lete, principaimente em ‘condigdes de estresse caldrico, onde essas fémeas no conseguem ingerir suficiente quantidade de energia para tal. Porcas com peso inadequado ao parto podem ter 2 sua leltegada com baixo peso 0s 21 dias de idade, principalmente quando em temperaturas ambiente elevadas. Podem-se calcular as necessidades de energia das porcas em lactagio, pela projecdo de gastos para mantenca e ganho de peso dos leltdes (NRC, 1998). . ; ‘Os reprodutores devem receber racdo com nivel balxo de energia, para evitar que ganhe muito peso e prejudique as coberturas. Animais em servico devem-se aumentar 0 consumo de energia, pelo aumento da quantidade de racdo diria. Nutrigdo de leitdes na pés-desmama Pode-se considerar que a nutri¢do dos leitdes na fase logo apés a desmama é uma verdadeira arte. A ciéncia esté no fornecimento de uma quantidade de nutrientes via dieta, de forma adequada ‘a capacidade digestiva e absortiva desses animais, evitando 336 ‘utrigB0 Aplicada de Suinos deficiéncias que podem afetar 0 desempenho e a resisténcia organica € 0 excesso, havendo influxo para o Intestino grosso, resultando em diarréias. A parede intestinal, além da fungSo de absorc&o dos nutrientes, também serve como barreira contra a entrada de microbiota patogénica bem como de substancias Rocivas ao organismo como toxinas, substdncias alergénicas entre outras. A transicao da alimentacao liquida de alto valor nutricional Para sélida, causa transtornos fisiolégicos que resultam em problemas intestinais. A dieta pés-desmama deve ser palatavel 0 suficiente para um consumo normal e conter ingredientes de alta digestibilidade e qualidade nutricional. Os subprodutos lécteos ‘s0 0s mais indicados por somar palatabilidade e nutrientes de alto valor biolégico. Também so utilizados os soros de leite, 0 plasma sanguineo, a farinha de peixe, lactose, acidos orgénicos, Acido glutémico, glutamina, entre outros. Estes dois tltimos so importantes como fonte de energia imediata para o metabolismo dos enterécitos, melhorando o suporte de energia para o processo absortivo. Também sao importantes para a sintese proteica na mucosa, beneficiando o sistema Imune dos leitdes. Nutric&o nas fases inicial, crescimento e terminacao Nas fases de crescimento e terminago, a elevacéo do nivel de energia da racdo causa reducao do consumo e melhoria conversao alimentar, ndo tendo efeitos significativos sobre ganho de peso, quando se observa a relacao nutriente/ caloria das dietas. Nessas fases, 0 suino consegue manter o nivel de ingestdo de energia, através da variagao do nivel de consumo da rasio, desde que, os niveis de energia no sejam extremos como abaixo 3150 e acima de 3550 kcal de ED/kg de racio. Nessas fases, importante é a reduco do custo por unidade de ganho, que pode variar em func3o do custo da energia da ragio. No entanto, races com altos teores de energia na fase de terminagdo, resulta em maior deposigao de gordura na carcaca, 0 que, pode ser prejudicial para a classificaco da mesma (BERTECHINI et al., 1986) ‘As exigéncias proteicas de suinos variam de acardo 0 estédio. fisiolégico, fungéo fisiolégica, sexo, temperatura ambiente, entre outras. O nivel protéico da dieta pode variar de 12%, indicado para Porca em gestacdo, até 23%, em dietas pré-inicial de leitdes. © termo proteina engloba varias substancias com composiclo quimica semelhante, porém, com fungées fisioldgicas muito 337 Nutro de Monogéstricos distintas. Nutricionalmente, o que caracteriza as proteinas é a sua ‘composigo em aminoacidos. Onivel de proteina das dietas de suinos suporta duas finalidades basicas, que sdo a de proporcionar quantidades de aminodcidos essenciais para manter 0 metabolismo orgénico e nitrogénio, para a biossintese dos aminodcidos dieteticamente dispensavels. Ressalva deve ser feita sobre esse nitrogénio, que néo pode ser 0 ‘nao protéico, como uréia e blureto. Seria o nitrogénio contido nos aminoacidos nao essencial presente nas dietas. Normaimente, as fontes de energia das races contribuem ‘com certas quantidades de proteinas para as ragées dos suinos. 0 milho, por exemplo, pode contribuir com 30% da proteina de uma racio inicial (15 - 30 Kg de peso vivo) e chegar a 50% de uma aco de terminacao (60 - 100 Kg de peso vivo). ‘Apesar das tabelas de recomendagSes de exigéncias indicarem 0s niveis de proteina que podem ser praticados, é possivel reduzir esses niveis, pela através adicao dos aminodcidos limitantes. © ‘timo desempenho dos suinos depende nao somente de quantidades ‘adequadas de aminodcidos essenciais bem como, da ingesto correta de energia e outros nutrientes. ‘As necessidades de aminodcidos séo altas para leitdes nas fases pré-inicial e inicial de crescimento. "A importancia da nutrigéo mineral dos suinos aumentou apés ‘a mudanga do manejo e sistemas de criagéo modernos. Nesses sistemas a0 animais séo confinados e sem contato com o solo, principal fornecedor de minerais para esses animais. Os primeiros estudos de exigéncias de minerals, foram realizados com os macroelementos e em especial calcio e fésforo. Esses tém a maior importéncia no desenvolvimento e manutencdo sistema esqueletico, além de outras fungées fisiolégicas importantes. ‘A adequada soma de calcio e fésforo bem como a relacdo entre os dois deve ser considerada nas formulacdes de rages dos suinos. Quanto aos microelementos, devem-se dispensar malores cuidados com a suplementacao de zinco, principalmente quando as rages séo a base de cereals e farelos de oleaginosas. A presenca fitatos nos ingredientes vegetais, leva a formacso de quelatos de zinco, tornando esse microelemento indispensavel para o animal. {As fontes proteicas vegetais, principalmente a de maior uso, que @ farelo de soja, possui grandes concentracdes de fitato, que prejudica a utilizagao de outros minerais. Nesse caso, recomenda-se duplicar as recomendacSes das tabelas para evitar 0 aparecimento 338 Nutri¢do Aplicada de Suinos paraqueratose nos leitdes. Nas dietas dos machos reprodutores, deve-se adicionar quantidades extras de zinco, devido a sua importéncia produgo do sémen do suino, Na Tabela 13.9, esté apresentado umm exemplo de férmula de suplemento microminerais, que poderé ser utilizado nas diversas categorias estadio de desenvolvimento dos suinos. As races de terminacgo poderdo conter niveis inferiores aos indicados, por outro lado, os microelementos representam pouco no custo das diets, nao Sendo economicamente 2 redugdo ca supiementa nessa fase. * ° 0 Tabela 13.9 Exemplo de suplemento mineral para racio de lactagio, “Wicro- Suplementagao uplemento. mineral tom Fonte Sains ta) Zineo 00,0 Oxide de zinco (72%) 138,90 Cobre 10.0 Suifato de cobre (25%) 40.00 Ferro 100.0 Sulfatoferroso (21%) «476.20 Manganés 25.0 Sulfato manganoso oe 96,20 lodo 0.50 lodato de Potéssio (69%) 08s Selénio 0,25 selenito de Sédio (45.6%) 0.55 Veiculo q:s.p.(quantidade suficiente para completar) 100,00 OBS.: Nivel de uso =0,1% (1 Kg / tonelada de raga0) _ iS vitaminas desempenham papel importante no metabolismo organico e so divididas em dois grupos, de acordo com a solubilidade. As vitaminas apolares ou soldveis em gorduras e solventes orgénicos desempenham papel importante no crescimento do tecido e so armazenadas no organismo. Por outro lado, as vitaminas polares ou hidrossoliveis, com exceco da colina, todas a5 outras participam de reacdes metabélicas e s80 exigidas como enzimas. Participam das reages logo em seguida eliminadas do organismo, no sendo armazenadas. As necessidades de vitaminas na dieta esté na dependéncia de uma série de fatores como temperatura ambiente, nivel de energia ago, destruiglo nos alimentos e no trato digestério entre outros. 339 utrigdo de Monogéstricos {As vitaminas hidrossoliveis so consideradas de mantenca e 2s lipossoliveis de crescimento, sendo que as primelras possuem reserva hepatica para algumas, sendo que a maioria é excretada logo apés sua participacéo metabdlica. No caso das lipossolivels, existe bom armazenamento no figado e a sua deficiéncia somente € notada por periodos maiores. De qualquer forma é importante 3 manutengo de adequados niveis vitaminicos ndo somente para 2 manutencéo do bom desempenho, mas também, para poder methorar a qualidade nutricional da carne. As recomendacies que 580 apresentadas nas Tabelas 13.10 e 13.11, podem ser utilizadas para o bom desempenho dos animais e sua qualidade de carne. Na Tabela 13.12, est apresentado um exemplo de suplemento vitaminico para suinos na fase inicial. Tabela 13.10 Niveis suplementares de vitaminas sugeridos para suinos de 5 @ 100 Kg de peso vivo em Ul ou mg /kg da racdo’, Fases — Vitaminas —_Pré-nicial® Cregcimento Terminagio ‘x ur #0000-20000° 7000-10000 5000-8000 Dut 11800-2000 1500-2000 1000-1600 e.ul 60-100 40.60 30-50 Kk’, mg 24 15-3 145 Bt.mg 35 12 “15 82, mg 6-10 5-10 38 86, mg 48 24 153 212.9 4070 2040 15.30 Acido Pantoténico, mg 20-40 20-40 20-40 Niacina, mg 4060 2080 20.80 Folacina, mg 1525 06-4 05-1 Biotina, ma 0,15-040 0,15-0,25 _0,100,20 colina, mg 300-800 150.900 100-200 C.mg 100-200 100-200 _ "Rago a base de milho efarelo de soja. = Adicionar em caso de estresse calérico. 340 Nutrgio Aplicada de Suinos Tabela 13.11 Niveis suplementares de vitaminas sugeridas para matrizes em gestacéo, lactacdo e reprodutores em UI ou mg por kg de rac" Vitamina = —--___Categorias _ Gestagao _Lactagao e Reprodutores Au 10000-15000 ‘10000-15000 ~ D, Ul 1500-2000 1500-2000 Eu 60-80 60-80 kg 12 12 Bt, mg 12 12 82, mg 59 59 86, mg 35 35 B12, ug 20-40 20-40 Acido Pantoténico,mg 18-25 18-25 Niacina, mg 25-45 25-45 Folacina, mg 35 35 Biotina, mg 0,30-0,50 0,30-0,60 Colina, mg 00-800 500-200 C,mg 200-500 200-500 TRagBes @ base de milho e fardo de sof. * Adicionar em caso de estresse calérico, Os ingredientes de races contém niveis variados das vitaminas hidrossoldveis. A biotina, por exemplo, est contida no milho em torno de 65 j19/kg, atendendo parcela significativa das necessidades dos suinos em crescimento. Deve-se ter a preocupacio com os alimentos alternativos como sorgo e raspa integral de mandioca, que so pobres nesta e outras vitaminas, devendo-se aumentar 2 suplementacéo. ‘A suplementao vitaminica deveré estar adequada para cada categoria e estagio fisiol6gico do animal. As dietas pré-inicial, inicial @ lactagso, devero conter maiores niveis de vitaminas, Principalmente lipossoliveis, podendo ser diminuidasnas fases mais adiantadas da criagao. Essa reducio é importante para edequar a Nutrigo dos animais além da reduco do custo das dietas. © contedédo de cinza (minerais) corporal aumenta com idade do animal, devido a intensiva mineralizagéo do esqueleto além do 341 ‘nutrigdo de Monogastricos Tabela 13.12 Exemplo de suplemento vitaminico para dietas de suinos fase inicial. 0 omento Vitaminas —Suplementagao rants... Suplement “ul 78.000000° 500.000 vg —~30,00 D3, Ul 2.000.000 00.000U1 4,00 eu 60,000 500g 120,00 1.9 30 50% 6,00 B19 40 91.0% 4,362 82.9 80 80.0% 10,000 86,9 49 82.9% 4,960 812, mg 400 ra/ko 40,000 Acido co 25.0 80% 31,250 Acido Nicotinico 50,0 97% 51,546 Folecina, 9 20 100% 2,000 Biotina 9 0,150 2% 7,500 Colina, 3000 53% 566,000 Antioxidante’ 30,00 Veiculo as.p. 1000.00 (Obs. Nivel de uso SBHT/BHA. 196 (1 Kg / tonelada de raco). ‘aumento desse, em relago ao peso vivo do animal. Problemas de nutriggo mineral, principalmente de célcio fésforo, refletem diretamente no contetido das cinzas dsseas. Mais de 80 % do total das cinzas est nos ossos. Apesar disso, os minerais esto também istribuidos amplamente nos tecidos moles como figado, sangue ‘e musculos. O figado e 0 sangue possuem composigao varidvel de minerals, dependendo da funcdo fisiolégica do animal. Porcas em lactasio possuem altas necessidades de célcio e fésforo para a formacao do leite. Essa observagao também é valida para formacao do ovo por galinhas poedeiras 342

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