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CAPITULO VETORES 1.1 Reta Orientada — Eixo Uma reta r é orientada quando se fixa nela um sentido de percurso, considerado positivo ¢ indicado por uma seta (Fig. 1.1). ee Figura 1.1 O sentido oposto é negativo. Uma reta orientada é denominada eixo. 1.2 Segmento Orientado Um segmento orientado é determinado por um par ordenado de pontos, o primeiro chamado origem do segmento, o segundo chamado extremidade. segmento orientado de origem A ¢ extremidade B serd representado por AB e, geome- | tricamente, indicado por uma seta que caracteriza visualmente 0 sentido do segmento (Fig. 1.2-a). B _ Figura 1.2.8 z Geometria analitica 1.2.1. Segmento Nulo Um segmento nulo é aquele cuja extremidade coincide com a origem. 1.2.2 Segmentos Opostos Se AB é um segmento orientado, o segmento orientado BA é oposto de AB. 1.2.3 Medida de um Segmento Fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento orientado pode-se associar um nimero real, ndo negativo, que ¢ a medida do segmento em relagdo aquela unidade. A medida do segmento orientado € 0 seu comprimento ou seu mddulo. O comprimento do segmento AB 6 indicado por AB. Assim, 0 comprimento do segmento AB representado na Figura 1.2-b é de 5 unidades de comprimento: — Figura 1.26 Observacdes @) Os segmentos nulos tém comprimento igual a zero. b) AB=BA. 1.2.4 Diregdo @ Sentido Dois segmentos orientados ndo nulos AB e CD tém a mesma diregdo se as retas suportes desses segmentos so paralelas (Figs. 1.2-c 1.24): Fetores 3 Figura 1.2-¢ Pigura 12-4. ou coincidentes (Figs. 1.2.2 e.2-f) Observagoes a) 86 se pode comparar os sentidos de dois segmentos orientados se eles tém mesma diregio, 5) Dois segmentos orientados opostos tém sentidos contrérios. 13 Segmentos Equipolentes Dois segmentos orientados AB © CD sido equipolentes quando tém a mesma ditegio, o mesmo sentido ¢ mesmo comprimento (Figs. 1.3.2 ¢ 1.3), Se os segmentos AB e CD nao pertencem 4 mesma reta. Fig. #.3-b, para que AB seja equipolente a CD 6 necessirio que AB//CD e AC/BD, isto 6, ABCD deve ser um paralelograma, Figura 13-0 Figura 1.3-b 4 Geometria analttica Observacées a) Dois segmentos nulos so sempre equipolentes. 5b) A equipoléncia dos segmentos AB e CD é representada por AB~ CD. 1.3.1 Propriedades da Equipoléncia 1) AB~AB (reflexiva). II) Se AB~CD, CD ~AB(simétrica). Ill) Se AB~CD e CD~EF, AB ~EF (transitiva).. IV) Dado um segmento orientado AB e um ponto C, existe um tnico ponto D tal que AB~CD. 14 Vetor Vetor determinado por um segmento orientado AB € 0 conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes a AB (Fig. 1.4-a). — en — ee —_— Figura 14-2 * Se indicarmos com ¥ este conjunto, simbolicamente poderemos escrever: V= {XY/XY ~AB} onde XY 6 um segmento qualquer do conjunto. O vetor determinado por AB é indicado por AB ou B-A ou v. Vetores Um mesmo vetor AB. ¢ determinado por uma infinidade de segmentos orientados, chamados representantes desse vetor, e todos equipolentes entre si, Assim, um segmento determina um conjunto que é 0 vetor, ¢ qualquer um destes representantes determina o mesmo yetor, Portanto, com origem em cada ponto do espago, podemos visualizar um representante de um vetor. Usando um pouco mais nossa capacidade de abstragdo, se considerarmos todos os infinitos segmentos orientados de origem comum, estaremos caracterizando, através de represen- tantes, 2 totalidade dos vetores do espago. Ora, cada um destes segmentos é um representante de um sb vetor, Conseqiientemente, todos os vetores se acham representados naquele conjunto que imaginamos. ‘As caracteristicas de um vetor ¥ so as mesmas de qualquer um de seus representantes, isto 6:0 médulo, adireedo € 0 sentido do vetor so 0 médulo, a diregao ¢ o sentido de qualquer um de seus representantes. O médulo de ¥ se indica por |¥| . 1.4.1. Vetores Iguais Dois vetores AB e CD. sao iguais se, e somente se, AB~CD. 1.4.2 Vetor Nulo Os segmentos nulos, por serem equipolentes entre si, determinam um tinico vetor, chamado vetor nulo ou vetor zero, e que é indicado por 0 1.4.3 Vetores Opostos Dado um vetory”= AB, 0 vetor BA €0 oposto de AB ese indica por -AB ou por -V. 1.4.4 Vetor Unitério Umvetor v 6 unitdrio se \v| 1.4.5. Versor Versor de um vetor ndo nulo ¥ 0 vetor unitério de mesma diego ¢ mesmo sentido dev. 6 Geometria analitica Por exemplo, tomemos um vetor V_ de médulo 3 (Fig. 1.4-b). y Figura 1.4-b Os yetores Ue Uda figura so vetores unitérios, Pois ambos tém médulo 1. No entanto, apenas i tem a mesma direco e © mesmo sentido de ¥. Portanto, este é 0 versor de ¥. 1.4.6 Vetores Colineares Dois vetores ue V sao colineares se tiverem a mesma direpdo. Em outras palavras: Ue ¥ sao colineares se tiverem representantes AB e CD pertencentes a uma mesma reta ou a retas paralelas (Fig. 1.4-c) a y Figura 14-c 1.4.7 Vetores Coplanares Se os vetores ndo nulos U,V © W (0 niimero de vetores ndo importa) possuem represen- tantes AB, CD e EF pertencentes a um mesmo plano 7m (Fig. 1.4-d), diz-se que eles sao coplanares. Vetores 7 Figura 14-4 Guardemos bem o seguinte: dois vetores i © V quaisquer sdo sempre coplanares, pois podemos sempre tomar um ponto no espago e, com origem nele, imaginar os dois representantes de U e V pertencendo a um plano que passa por este ponto. Trés vetores poderdo ou ndo ser coplanares (Figs. 1.4-e e 1.4-f). +> >.> U,¥ ew sfo coplanares U,¥ © W nao sio coplanares Figura L4e Figura 14 1.5 Operagées com Vetores 1.5.1 Adigao de Vetores Sejam os vetores ue V representados pelos segmentos orientados AB e BC (Fig. 1.5-a). B > v v A v S Figura 1.5-a Os pontos Ae C determinam um vetor que é, por definigdo, a soma dos vetores Ue ¥, istoé, Su +¥. 8 Geometria analitica 1.5.1.1, Propriedades da adi¢ao 1 Comutativa, U+¥=¥ +0 | ~reiar II) Associativa: (u +¥)+w=u +(¥ tw) IID) Existe um s6vetor nulo 0 tal que para todo 0 vetor vse tem: VadeTevav > > >, IV) Qualquer que seja 0 vetor V, existe um s6 vetor -V (vetor oposto de v) tal que 1.5.2 Diferenga de Vetores Chamase diferenca de dois vetores Ue V, © se representa por d=U-¥, ao vetor > uty). Dados dois vetores ue ¥, representados pelos segmentos orientados AB e AC, respec: tivamente, ¢ construido o paralelogramo ABDC (Fig. 1.5-b e Fig. 1.5-c), verificase que a soma 2=T+Y 6 representada pelo segmento orientado AD (uma das diagonais) ¢ que a diferenca d =u -¥ 6 representada pelo segmento orientado CB (a outra diagonal). > > B ¥ D B a D * 4 “ — v 2 rs = c A > c Figura 1.5-b Figura 1.5-¢ 1.5.3 Multiplicagdo por um Namero Real Dado um vetor ¥ #6 e um némero real k #0, chama-se produto do mimero real k pelo vetor ¥ ovetor p = kv, tal que: a) modulo: [pl = [kv I= IKI IV; b) diregdo: a mesma de v; ¢) sentido: omesmo de ¥ se k>0, e contrério ao de ¥ se k<0 (Fig. 1.5-d). Vetores 9 <3 Figura 15-4 Observagies a) Se k=O ou V=0, o produto € o vetor 0. ») Soja um vetor_kv, com v0. Sefizermos com que o niimero real k percorra o conjunto IR dos reais, obteremos todos os infinitos vetores colineares a ¥, ¢, portanto, colineares entre 8, isto €, qualquer um deles ¢ sempre miltiplo escalar (real) do outro. Reciprocamente, dados dois vetores u © Vv, colineares, sempre existe kEIR tal que U=KV. A Figural.5-e mostra um exemplo desta tiltima afirmagao (@ = v= < a). z eo Figura 1.s-¢ Vouu “Ti (Fig. 1.5-f). De ¢) Oversor de um vetor v # 0 €ovetor unitario y= fato ele é unitario, pois: Iv | [FR] Figura ise Dai, conclui-se que v = |v|u, isto é,0 vetor V é 0 produto de seu médulo pelo vetor unitario de mesma direcao e mesmo sentido de V. 10 __Geometria analitica 1.5.3.1 Propriedades da multiplicag3o por um nGmero real Se Ue ¥ sio vetores quaisquere a ¢ b niimeros reais, temos: 1) a(bv) = (aby _,__ (associativa) I) (aby =av + bv (distributiva em relagdo a adigGo de escalares) 5 a I) a(W+v) = au +av — (distributiva em relagdo a adigGo de vetores) IW) Ww=¥ (identidade) 16 Problemas Resolvidos +s. ae 1) Dados os vetores J, ¥ € W, de acordo com a figura, construir 0 vetor 2u 3H +e = els a4 v Solugao: a” <4 ey 2) O paralelogramo ABCD é determinado pelos vetores ZB ec AD, sendo M e N pontos médios dos lados DC e AB, respectivamente. Completar convenientemente: a) AB +A -. a sehtdmetye ees D M c ») BA +DA = o) KC -BC = GAN FBC Ho. 2 z= 5 + te Z| m > Zz . Vetores u Solugao = a) AC b) BA + DA= CD +DA=CX c) AC - BC = AC + CB =AB d) AN +BC = AN +NM=AM ¢) MD + MB = MD + DN = MN —> lo — <> A BM - LDC = BM + MD = BD Observagao Sabese que dois vetores quaisquer Vy e Va, ngo colineares, so sempre coplanares. Como av, tem a diregGo de ¥j © a¥2 a diregdo de Vz, 0 vetor ay¥, +a,¥2 seré sempre um yetor representado no mesmo plano de ¥, ¢ V2, sejam quais forem os reais a; ¢ 3 (Fig. 1.6-a) a2v2 7 _ > ene ay¥, Hane Reciprocamente, qualquer vetor representado no plano de v; @ V2 serd do tipo at : ayV, tag¥2, para a; © ay reais. Vamos acrescentar a estes dois vetores um terceiro vetor ¥3. Entéo, pode ocorrer uma das situagdes: a) ovetor V3 estd representado no mesmo plano de ¥, © Vz 2+ + Neste caso, como o vetor ay¥i +a¥2 std no plano de ¥, ¢ Vz esendo aava, também deste plano, 0 vetor a,¥, +a;¥2 +a3¥9_ estard representado no mesmo plano de Vy e Vas b) ovetor v3 ndo estd representado no mesmo plano de ev. LS 12 Geometria analitiea Neste caso, a soma do vetor ay¥, +az¥2 (que estdno plano de J, © ¥;) como vetor do espago, conforme mostra aFigura 1.6-b. a3V3, isto é, ayv; taa¥a 4+a3¥3, seré um vetor 3 aqyy +922 +a3¥3 ayvy + ave 4 17 Angulo de Dois Vetores 0 dngulo de dois vetores Te V no mulos (Fig. 1-7-4) € 0 Angulo @ formado pelas semi- retas OA e OB (Fig. 1.7-b)e talque O<0 dois vetores cujas diregdes sejam as de ¥; € V2 € cuja soma seja v. Em outras palavras, iremos determinar dois ntimeros reais a, € a; tais que: Exemplos 1) Dados os vetores ¥, e ¥2 nio colineares e ¥ (arbitrério), a figura mostra como ¢ possivel formar um paralelogramo em que os lados so determinados pelos vetores a,¥; © a2V2 € portanto, a soma deles ¢ 0 vetor V, que corresponde a diagonal desse paralelogramo: 1S 16 Geometria analitica ava es / -------» “1 av Ve ay, +a,¥y 2) Na figura seguinte os vetores Vv, €¥2 so mantidos ¢ consideramos um outro vetor Vv: avi -------> 7 ’ ‘ / , 7 / / zy of) Pocecceeteence Para esta figura, temse: ay >0 € a; <0. 3) Se, mo caso particular, 0 vetor ¥ tiver a mesma diregdo de ¥, ou de V2, digamos de ¥;, como na figura, V ndo pode ser diagonal do paralelogramo e, portanto, a, deve ser igual a zero: V = ary + Op ve — >> =A Vea Quando o vetor ¥ estiver representado-por: v= aii + a2V2 Qa dizemos que V € combinagdo linear de ¥; © V3. O par de vetores ¥; © V2, no coli- neares, é chamado base no pland. Aliés, qualquer conjunto {¥,,¥2} de vetores nfo coli- neares constitui uma base no plano. Os ntimeros a, e a, da representagdo (2.1) sao Vetores no R? eno R217 chamados componentes ou coordenadas de V em relagio a base {¥,,¥2}. Ebom logo esclarecer que, embora estejamos simbolizando a base como um conjunto, nés a pensamos como um conjunto ordenado. O vetor 4,¥1 ¢ chamado rojedo de ¥ sobre V, segundo 4 direpio de Vz. Do mesmo modo, a¥) é.a projepio de ¥ sobre Va segundo a diregao de V, (Fig. 2.1-a). v1 avy Figura 2.1-a Na pratica, as bases mais utilizadas so as bases ortonormais. Uma base {e, 2 } € dita ortonormal se os seus vetores forem ortogonais ¢ unitdrios, isto fez | = 6 Ley e le, Na Figura 2.1-b consideramos uma base ortonormal (1,82) no plano xOy e um vetor ¥ com componentes 3 ¢ 2, respectivamente, isto ¢, v = 3¢, +2ey. Figura 2,1-b 18 Geometria analitica No caso de uma base ortonormal como esta, os vetores 3¢, © 2€) so projecdes orto- gonais de V sobre e; € e7, respectivamente. Existem naturalmente infinitas bases ortonormais no plano xOy, porém uma delas ¢ parti- cularmente importante. Trata-se da base formada pelos vetores representados por segmentos orientados com origem em O e extremidade nos pontos (1,0) ¢ (0,1). Estes vetores sao simboli- zados com? ej eabase {1,]} & chamada candnica (Fig. 2.1-c). Figura 2.1-¢ Em nosso estudo, a menos que haja referéncia em contrério, trataremos somente da base can6nica. Dado um vetor V=xi ty} (Fig. 2.1-d) no qual x ey. sf0 as componentes de ¥ em relagdo base {7,7}, 0 vetor xi € 4 projegio ortogonal de ¥ sobre 7 (ou sobre o eixo dos x) © Yj € a projegao ortogonal de ¥ sobre } (ou sobre 0 eixo dos y). Como a projegao sempre serd ortogonal, diremos somente projegao. Figura 2.1-d Vetores no IR? ¢ no IR® 19 2.2 Expressdo Analitica de um Vetor Ora, fixada a base {f,j}, fica estabelecida uma correspondéncia biunivoca entre os vetores do plano ¢ os pares ordenados (x,y) de mimeros reais. Nestas condigées, a cada vetor ¥ do plano pode-se associar um par (x,y) de miimeros reais que sifo suas componentes na base dada, razdo porque define-se: vetor no plano é um par ordenado (x,y) de ntimeros reais e se representa por: V=(@y) que é a expressio analitica de v. A primeira componente x ¢ chamada abscissa e a segunda, ordenada. Por exemplo, em vez de escrever v= 3i ~ 5], pode-se escrever ¥ = (3,-5). Assim também, F47 = (aay 31 = 0,3) -10i =(-10,0) e, particularmente, 1 = (1,0), } = (0,1) e T= (0,0). Observagéo Deve ter ficado claro que a escolha proposital da base {i,j} } deve-se a simpli icagdo. Assim, para exemplificar, quando nos referimos a um ponto P(x, y), ele pode ser identificado com o vetor v= OF = xi +y}, sendo O a origem do sistema (Fig. 2.2). Figura 2.2 Desta forma, 0 plano pode ser encarado como um conjunto de pontos ou um conjunto de vetores. 20 Geometria analttica 2.3 Igualdade e Operagaes 2.3.1 Igualdade Dois vetores u =(xs, 1) € ¥ = (x2, y2) sHo iguais se, e somente se, x1 = x € ¥: =yz,e a escreve-se U = Exemplos 1) Os vetores =e, 5) e V=(3,5) so igus, 2) Se o vetor U=(x+1,4)6 igual ao vetor ¥=(5,2y—6), de acordo com a _definigsio de igualdade dos vetores, x+1=5 © 2y-6=4 ou x=4 e y=5. Assim, se U=Vv, entéo x=4ey=5 2.3.2 Operagées Sejam os vetores U =(x1,y1) € ¥ = (Kaya) € aE IR. Define se a) Us¥ E(x +Xa,¥1 +¥2) 5) au = (axy, ays) Portanto, para somar dois vetores, somam-se as suas coordenadas correspondentes,e para multiplicar um vetor por um mimero, multiplica-se cada componente do vetor por este nimero. Exemplo Dados os vetores ¥ = (4,1) e V=(2,6), calcular u+v¥ e Qu. A Figura 23-2 mostra, geometricamente, que u +¥ = (4,1) + (2, 6)=(4 +2,146)=(6, 7), © a Figura 2.3-b que 20 =2(4,1)=(8,2). Figura 2.3-a Vetores no IR? ¢ no IR? 2 Figura 2.3-b As definigoes acima e as operagGes algébricas dos mimeros reais permitem demonstrar as propriedades citadas em 1.5: +> 3 a) para quaisquer vetores u,v e w, temse 5) para quaisquer vetores Ue ¥ eos niimeros reais ae b, temse a(bv) = (ab), Ga tb)y= ad + bi a + ¥)=al tav Ww-¥ 2.3.3. Problemas Resolvidos 1) Determinar o vetor W na igualdade 3w+2u=1V+4w, sendo dados 0 =(3,-I) ¢ poke V=(-2,4). 7 Solugao Esta equagdo 3w +2u WW +W pode ser resolvida como uma equagdo numérica: + 2 zy ow +40 Ble <4 <4 <4 - ow - ' is a, ey 4 ay " <1 ' ey 22 Geometria analitica itn Substituindo e ¥ na equagdo, vem oo) = 4¢2,4)-6.-) w= (4,1)-@-1) 51)-G, W = CL+Ga,1 +) W=ChD 2) Encontrar os mimeros a; e a tais que oot Meat 7 @ = at tayv, sendo w= (1,2), V=G,-2) e w = (1,8). Solugéo Substituindo os vetores na.igualdade acima, temos: (-1,8)= ai (1,2) + a2(4, -2) (-1, 8) = (a, 2a1) + (a2, -2ar) (-1, 8) = (a, +4a2, 2a; - 2a2) Da condigdo de igualdade de dois vetores, conclui-se que: ay 4a, = -1 2a, - 2ag = sistema de solugdo a; =3 € a, =-1. Logo, w =3¥; -¥2. 2.4 Vetor Definido por Dois Pontos Inimeras vezes um vetor 6 representado por um segmento orientado que nao parte da origem do sistema. Consideremos 0 vetor AB de origem no ponto A(x;,y:)€ extremidade em B(x2,y2) (Big. 2.42) Vetores no IR? ¢ no IR? 23 De acordo com 0 que foi visto em 2.2, 0 vetores OA e OB tém expresses analiticas: OA=(x1,y1) © OB =(x2,y2). Por outro lado, do triangulo OAB da figura, vem: OA + AB = OB donde AB = 0B — OA ou: AB = (%2,¥2) — (iyi) AB = (X2-X1, Y2-¥1) Figura 2.42 isto é, as componentes de AB sio obtidas subtraindo-se das coordenadas da extremidade B as coordenadas da origem A, razo pela qual também se escreve AB =B - A E importante assinalar que as componentes do vetor AB, calculadas por meio de B-A, sio sempre as mesmas componentes do representante OP com origem no inicio do sistema. Este detalhe fica claro na Figura 2.4-b onde os segmentos orientados equipolentes AB, CD e OP representam o mesmo vetor (3,1)- AB=B-A= (1,4) — 2,3)= (3,1) B= d-c= (43) — (1,2)=(3,1) pas Figura 2.4-b 24 Geometria analitica 2.4.1. Problema Resolvido 3) Dados os pontos A(-1,2), B(3,-1) ¢ C(-2,4), determinar D(x,y) de modo que CD =5.A8. AB. 1 > Solugéo WD =D-C=(xy)- (2,4) = (2), ¥ +4) = (RHZY-A) AB =B-A=(3,-1)-(-1,2)= (3 +G1),-1 #2) = 4-3) logo: (42,y-4) 46,3) (x+2,y-4)=Q,- Pela condigao de igualdade de dois vetores x#2=2 y-4=-35 x 5 sistema cuja solugdoé x=0 € Y= >- Por conseguinte: DOD 2.5 Decomposigao no Espago Todo o estudo de vetores feito até aqui, no plano, pode ser realizado no espago de forma andloga, consideradas as adequag&es necessérias.. No plano, qualquer conjunto {¥1,¥_} de dois vetores, ndo colineares, € uma base e, portanto, todo vetor ¥ deste plano & combinagio linear dos vetores da base, isto é, sempre Vetores no IR? e no IR? 25 existem os mimeros a, € a) reais tais que V =a,¥, +a)¥2. No espago, qualquer conjunto {Vi,V2.Vs } de trés vetores ndo coplanares é uma base e, de forma andloga, demonstra-se que todo vetor ¥ do espago ¢ combinagdo linear dos vetores da base, isto ¢, sempre existem ntimeros reais a,,a2 @ a3 tais que: Vv =ayV, taz¥p +a3v. iV +a2V2 asV3 onde a,, 3 € a3 s40 as componentes de V em relagdo A base considerada. Uma base no espago ¢ ortonormal se os trés vetores forem unitérios e dois a dois, ortogonais Por analogia ao que fizemos no plano, dentre as infinitas bases ortonormais existentes, escolhe- remos para nosso estudo a base candnica representada por {7,},k }. Consideremos estes trés vetores representados com origem no mesmo ponto O e por este ponto trés retas como mostra a Figura 2.5-a. A reta com a direcdo do vetor 1 € 0 eixo dos x (das abscissas), a reta com a diregdo do vetor | € 0 eixo dos y (das ordenadas) ¢ a reta com a direcdo do vetor k é 0 eixo dos z (das cotas). As setas indicam o sentido positive de cada eixo. Estes eixos so chamados eixos coordenados. Figura 2.5.4 Cada dupla de eixos determina um plano coordenado. Portanto, temos trés planos coordenados: o plano xOy ou xy, 0 plano xz ou xz eo plano yOz ou yz. As Figuras 2.5-b, 2.5-¢ 2.5-d dio uma idéia dos planos xy, xz ¢ yz, respectivamente. yy NS XN X_N : 7 NN Vetores no IR? ¢ no IR? 27 Estes trés planos se interceptam segundo os trés eixos dividindo o espaco em oito regiGes, cada uma delas chamada octante. A Figura 2.5-¢ dé uma idgia do 19 octante, a Figura 2.5-f do 29 octante e a Figura 2.5-g do 39 octante. Figura 2.5-€ Figura 2.54 Figura 2.5 ‘A cada ponto P- do espago vai corresponder uma terna (a, b,c) de niimeros reais, chama- das coordenadas de Pe denominadas abscissa, ordenada e cota, respectivamente. Para obter a abscissa de P, tracemos por P um plano paralelo ao plano yz; 0 ponto de intersegao deste plano com o cixo dos x tem, nesse eixo, uma coordenada a, que é a abscissa de P 28 __Geomerria analitica (Fig, 2.5-h). Para obter a ordenada de P, tracemos por Pum plano paralelo ao plano x7 0 ponto de interseggo deste plano com 0 €ix0 dos y_ tem, nesse eixo, uma coordenada b, que é a ordenada de P (Fig. 2.5-i). De forma andloga, a0 traga! POT P um plano paralelo ao plano xy, fica determinada a coordenada c, que é a cota de P (Fig. 2.55). Figura 2.50 Figura 2.5-1 | Pigura 2.54 Com este procedimento de tragar os trés planos pelo ponto P, fica determinado um paralele- pipedo retangulo como o da Figura 2.5). $e oponto fosse P(2,4,3), com idéntico procedimento, teriamos o paralelepipedo da Figura 2.5-4. Vetores no IR? ¢ no R* 29 Com base nesta figura, temos: ‘A(2,0,0) — um ponto P(x, y,2) esté no eixo dos x quando y=0 € 2=0; C(0, 4, 0) — um ponto esti no eixo dos y quando x=0 ¢ z=0; (0,0, 3) — um ponto est no eixo dos z quando x=0 € y=0, B(2, 4,0) — um ponto esta no plano xy quando D(0, 4,3) — um ponte esta no plano yz quando x= F(2,0,3) — um ponto estd no plano xz quando y = 0. O ponto B é a projegdo de P no plano xy, assim como D e F sfo as projegdes de P nos planos yz xz, respectivamente. O ponto A(2,0,0) ¢ a projeco de P(2,4,3) no eixo dos x, assim como C(0,4,0) e E(0, 0,3) séo as projecdes de P nos eixos dos y € dos z, respectivamente. Estd claro que um ponto do plano xy € do tipo (x, y,0). Ao desejarmos marcar um ponto no espago, digamos A(3,-2,4), procedemos assim: 19) marca-se 0 ponto A‘(3,-2,0) no plano xy; 20) desloca-se A’ paralelamente ao eixo dos z, 4 unidades para cima (se fosse -4 seriam 4 unidades para baixo) (Fig. 2.5-m). Para completar nosso estudo, consideremos um vetor Jextty}+2k, onde xy ez sfo as componentes de ¥ na base canénica {i,j,k}. Da mesma forma como fizemos para BIBLIOTECA UNI-BH Re (14930 30___Geometria analitica Figura 2.5-m © plano, este vetor ¥ é igual ao vetor OP com 0 (0,0,0) € P(x, y,z). Na Figura 2.5-n, 0 vetor ¥_ comresponde a diagonal do paralelepipedo, cujos Iados sfio determinados pelos vetores xi, y}_ e zk. B, para simplificar, escreveremos ¥=(y,2) que é a expressio analitica de V. Vetores no IR? e no IR? 31 Em vez de escrever v =3]+K, podese escrever v =(2,-3, 1). Assim, também, tind = (1,-1,0) 2-K = (0,2,-1) 4K = (0,0,4) e,em particular, 7 = (1, 0,0), = (0, 1, 0)e k = (0,0, 1) Tendo em vista a correspondéncia biunivoca entre 0 conjunto de pontos P(x,y,z) do ee espaco e 0 conjunto de vetores v= OF = xi + yj +k, 0 espago pode ser encarado como um conjunto de pontos ou um conjunto de vetores. Diz-se que este espago tem trés dimensdes ou que ele € tridimensional, porque qualquer uma de suas bases tem trés vetores e, portanto, 0 nimero de componentes de um vetor é trés. De forma andloga, o plano tem dimensio 2 ou é bidimensional. Fica fécil entender que a reta tem dimensao 1 ou € unidimensional. © conjunto formado por um ponto e por uma base constitui um sistema referencial, Em particular, que € 0 nosso caso, 0 conjunto formado pelo ponto O e pela base {i,j,k} é chamado referencial ortonormal de origem O ou, ainda, sistema cartesiano ortonormal Oxyz. Este sistema (Fig. 2.5-a) é indicado por (0,1,j,k). Por analogia, no plano, o sistema (0.7.3) € chamado sistema cartesiano ortonormal xOy ou, simplesmente, sistema cartesiano xOy. Por outro lado, sabemos que a representagGo geométrica do conjunto IR dos reais a reta, por isso também chamada reta real (Fig. 2.5-0). R —— Figura 2.5-0 O produto cartesiano IRxIR ou R? € 0 conjunto IR* = {(x,y)/x,y €IR} e sua representagdo geométrica € 0 plano cartesiano determinado pelos dois eixos cartesianos ortogonais x e y (Fig.2.5-p). Figura 2.5-p 32___ Geometria analitica O produto cartesiano IR x R x IR ou RR? é oconjunto R?= {(x,y,2/x,y.2ER} € sua representagdo geométrica ¢ 0 espago cartesiano determinado pelos trés eixos cartesianos, dois a dois ortogonais, Ox, Oy ¢ Oz (Fig. 25-4). Figura 2.5-q 2.6 — Igualdade — Operagées — Vetor Definido por Dois Pontos Da mesma forma como tivemos no plano, teremos no espago: 1) Dois vetores U=(X1,¥1,%1) € V=(%2Y2,22) so iguais se, e somente se, x1 =X2, Yi =Yo € Uy = 225 Il) Dados os vetores = (x15¥1521) € ¥ = (2,2, 22) @ 2 EIR, definese: Wt = (Xp Xa, Ys T¥2 21 +22) au = (ax;,ay, 4%) III) Se AGxy,¥1,21) € BCX, ¥2, 22) S40 dois pontos quaisquer no espago, entdo: AB = (x2 - X15 Yo -Yay 22 721)

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