You are on page 1of 11
‘A revolucio das relagdes humanas ‘A empatia tem a reputacao de ser uma emocio vaga, agradavel. Muitos a equiparam bondade ¢ sensibilidade emocional e a atitude afetuosa ¢ " atenciosa para com 0s outros. Este livro propée uma concepeao muito "diferente. A empatia é, de fato, um ideal que tem o poder tanto de trans- formar nossas vidas quanto de promover profundas mudancas sociais. A ‘empatia pode gerar uma revolucdo. Nao uma daquelas revolugdes anti- _quadas, baseadas em novas leis, instituicdes ou governos, mas algo muito ‘mais radical: uma revolugao das relagdes humanas. ‘Ao longo da iiltima década, houve uma explosio de pensamento € "_agdo empaticos no mundo todo, gerada por ativistas politicos e autores de colunas de conselhos pessoais, gurus dos negocios e lideres religiosos. Ma- nifestantes que participaram do movimento Occupy na Gra-Bretanha e nos __ Estados Unidos ergueram “tendas da empatia” e promoveram oficinas so- bre “ativismo empético”. Uma novela de ridio em Ruanda, acompanhada toda semana por 90% da populacio, insere em seu enredo mensagens so- bre hutus e titsis que vivem em aldeias vizinhas, num esforgo para evitar um ressurgimento da violéncia étnica. Centenas de milhares de criancas ‘em idade escolar aprenderam habilidades empsticas por meio do Roots of Empathy, um programa canadense de educagio hoje também praticado na Gri-Bretanha, na Nova Zelandia e outros paises, que coloca bebés em sala de aula e os transforma em professores. Um empreendedor social da Alemanha criou uma rede mundial de museus em que guias cegos condu- ziram mais de 7 milhdes de visitantes por exposigdes mergulhadas em total 0 (0 poder da empatia escuridao, para que passassem pela experiéncia de ser um deficiente visual. “Todas essas iniciativas so parte de uma onda histérica de empatia que est desafiando nossas culturas extremamente individualistas e obcecadas por ssimesmas, em que nos tornamos, na maioria, excessivamente absortos em nossas préprias vidas para dedicar muita atencao a qualquer outra pessoa. Mas o que € exatamente empatia? E como ela é na pritica? Em primeiro lugar, vamos deixar claro o significado: empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginagdo, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensao para guiar as préprias agées.! Portanto, a empatia é distinta de expressdes de compaixio ~ como piedade ow o sentimento de pesar por alguém -, pois estas no envolvem a tentativa de compreender as emogdes ou 0 ponto de vista da outra pes- soa. A empatia tampouco é 0 mesmo que a Regra de Ouro, “Faca para os outros o que gostaria que eles fizessem para vocé”, pois isto supde que seus prdprios interesses coincidem com os deles. George Bernard Shaw observou isso em seu estilo caracteristico ao gracejar: “Nao faca aos outros ‘que gostaria que eles Ihe fizessem ~ eles podem ter gostos diferentes dos nossos.” A empatia é uma questdo de descobrir esses gostos diferentes. Se vocé quer compreender exatamente o que significa dar o salto ima. ginativo da empatia, permita que eu Ihe apresente Patricia Moore, uma fi- ‘gura pioneira para os ativistas empéticos de hoje. Em 1979, Moore trabalhava como designer de produtos na mais importante empresa de Nova York, a Raymond Loewy, responsivel pela criacdo da sinuosa garrafa de Coca: Cola e pela iconica logomarca da Shell. Com 26 anos e recém-formada na faculdade, ela era a tnica designer do sexo feminino entre 350 homens no escritério em Manhattan, Durante uma reuni3o de planejamento com © propésito de promover ideias para um novo modelo de geladeira, fez ‘uma pergunta simples: “Nao poderiamos projetar a porta de tal maneira que uma pessoa com artrite pudesse abri-la com facilidade?” Um de seus colegas mais velhos virou-se para ela e respondeu com desdém: “Pattie, ndo projetamos para essas pessoas.” A jovem ficou furiosa. O que ele que- ria dizer com “essas pessoas"? Exasperada com a resposta do colega, ela decidiu conduzir o que veio a ser um dos mais radicais experimentos sobre empatia do século XX, Iria descobrir como era ser uma mulher de 85 anos. (O poder radical da empatia " “Bu no queria ser apenas uma atriz fingindo ser uma pessoa idosa”, disse-me cla, “queria uma verdadeira imersao da personagem, uma perso- nagem empitica, através do qual eu pudesse realmente me pér na pele de outra pessoa.” Assim, com a ajuda de um maquiador profissional, Moore se transformou. Aplicou sobre o rosto camadas de latex que a fizeram parecer velha e enrugada, usou dculos velados que Ihe borravam a visio, obstruiu ‘0s ouvidos de modo a nao poder ouvir bem, colocou suspensérios € enro- Jou bandagens em volta do torso para ficar encurvada, prendeu nos bracos pernas talas que a impediam de flexionar seus membros e arrematou iq disfarce com sapatos desiguais que a obrigavam a ter um andar tropego € ‘= precisar de uma bengala. ‘Agora estava pronta Patricia Moore, quando jovem, em seus vinte anos, etransformada em uma senhora de 85 anos. © poder da empatia Entre 1979 e 1982, Moore visitou mais de cem cidades da América do Norte encarnando seu personagem, com o objetivo de entender o mundo 4 sua volta e descobrir quais eram os obstaculos cotidianos que os idosos enfrentavam e como eles eram tratados. Tentou subir e descer escadas ingremes de metrd, viajar em dnibus lotados, empurrar portas pesadas de lojas de departamentos, atravessar ruas movimentadas antes que o sinal fechasse para pedestres, usar abridores de latas ¢, é claro, abrir geladeiras. © resultado dessa imerséo? Moore levou o design internacional de produtos para uma dire¢do completamente nova. Com base em suas ex- periéncias, foi capaz de projetar uma série de produtos inovadores que se prestavam a ser usados por pessoas idosas, inclusive aquelas com maos artriticas. Uma de suas invengdes foi uma linha de descascadores de batatas € outros utensilios de cozinha com grossos cabos de borracha, que agora podem ser encontrados em quase toda casa. Ela é considerada a funda- dora do design “inclusivo” ou “universal”, em que produtos sao projetados para pessoas com todos os tipos de deficiéncia, quer tenham cinco ou 85 anos. Moore foi além, transformando-se numa especialista no campo da gerontologia e numa influente militante pelos direitos dos cidadios ido- sos: ela contribuiu para a aprovacio da Lei dos Americanos Portadores de Deficiéncias (ADA, na sigla em inglés). Ao longo de toda a sua carreira, foi motivada mais pelo desejo de melhorar a vida de outras pessoas do que pelos atrativos do sucesso financeiro, Agora na casa dos sessenta anos, seu mais recente projeto é o planejamento de centros de reabilitaco nos, quais soldados americanos que retornam do Afeganistao e do Iraque com membros amputados ou lesGes cerebrais possam reaprender a viver de ‘maneira independente, praticando as mais diversas atividades, da compra de alimentos ao uso de um caixa eletrénico. Moore tornou-se famosa por seu “modelo empético”, que inspirou toda uma geracio de designers, que agora reconhecem a importancia de tentar olhar através dos olhos das pessoas que usaro os produtos que criam. “O design universal é movido pela empatia’, diz ela, “uma compreensio de {que 0 tamanho nico nao serve para todos ~ e foi em torno disso que toda ‘a minha carreira girou.”* ‘para “empatistas” do futuro. O esforgo para olhar através dos olhos {tro pode ser pessoalmente desafiador — e por vezes extremamente 0 -, mas tem também extraordinario potencial como uma forca a mudanca social. ‘Os seis hibitos de pessoas extremamente empaticas ‘Moore descobriu o poder da empatia nos anos 1970. Entio por de repente tantas pessoas comecaram a falar sobre isso agora? A ideia empatia nio € nova. Ela ganhou proeminéncia pela primeira vez no o XVIII, quando 0 filésofo e economista escocés Adam Smith escre- ‘que nossa sensibilidade moral origina-se de nossa capacidade mental “trocar de lugar com o sofredor na imaginacio”, Mas a recente ex: 0 de interesse deve-se em grande medida a descobertas cie1 rias sobre a natureza humana. "Nos tiltimos trezentos anos, pensadores influentes, de ‘Thomas Hobbes ficas und Freud, vém nos dizendo que somos criaturas egofstas por de- preocupadas em se autoproteger, voltadas para seus préprios fins ividualistas. Com o tempo, esta sombria descricio dos seres humanos éla foi deixada de lado por evidéncias de que somos também Homo icus — fisicamente equipados para sentir empatia.” A recente desco- de nosso ego empético é uma das hist6rias mais extraordindrias na ‘moderna. Vou cont 3s sem precedentes em trés frentes. Neurocientistas identificaram Ja no proximo capitulo, mas houve, em suma, 0 cérebro um “conjunto de circuitos da empatia” com dez seqoes 0s animais sociais que evoluimos naturalmente para ser empéticos ¢ ativos, como nossos primos primatas. E psicblogos revelaram que mesmo criancas de trés anos so capazes de sair de si mesmas € ver 0 poder da empatia a partir das perspectivas de outras pessoas. f evidente ento que temos em nossa natureza um lado empitico, to forte quanto nossos impulsos internos egofstas. Essa mudanca radical em nossa concep¢io de quem e do que somos ‘comecou a se infitrar na vida pablica, inspirando um novo modo de pensar sobre como educar nossas criancas, como organizar nossas instituiges € (© que realmente precisamos para nosso bem-estar pessoal. “Cuidar de si mesmo” esta se tornando uma aspiracio ultrapassada a medida que come- ‘amos a perceber que a empatia est no cerne do ser humano. Estamos no meio de uma grande transicio da era cartesiana de “Penso, logo sou” para uma era empitica de “Vocé é, logo sou’.* No entanto, a despeito de toda a cobertura da midia e da discussio piblica sem precedentes sobre a empatia, resta uma questo vital sobre a qual poucas pessoas estdo falando ~ e ela est no cerne deste livro: Como podemos expandir nosso potencial empdtico? Podemos, sem diivida, ser fisica- mente equipados para a empatia, ainda ativar nossos circuitos. precisamos pensar em como Passei os iltimos doze anos buscando uma resposta para essa questo, explorando pesquisas sobre a empatia em campos que vao da psicologia experimental & historia social, da antropologia a estudos literérios, da po- litica & ciéncia do cérebro. Ao longo do caminho investiguei as vidas de “empatistas” pioneiros, muitos dos quais vocé encontraré nestas paginas, inclnsive 1m revolucionério argentino, um romancista americano best- seller ¢ o mais famoso jornalista investigativo da Europa. Fiz também trabalho de campo, conversando com pessoas de todos os meios sobre suas experiéncias de empatia, ou auséncia delas. Quer tenham sido en- fermeiros de trauma ou banqueiros de investimento, policiais, moradores de rua do centro de Londres ou abastados donos de plantations da Guate- ‘mala, quase todos tém uma historia para contar sobre colocar-se no lugar de outra pessoa. (© que descobri é que pessoas extremamente empéticas tém algo co- ‘mum. Blas se esforcam para cultivar seis habitos ~ um conjunto de atitudes € priticas didrias que animam os conjuntos de circuitos empaticos em seus 1 empathicus que reside dentro de cada um de nds, é desenvolver ‘seis hibitos o melhor que pudermos. "05 SEIS HABITOS DE PESSOAS EXTREMAMENTE EMPATICAS Dé o salto imaginative forgo consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas enossos “inimigos” ~ para reconhecer sua humanidade, individualidade jusque aventuras experiencials jase culturas diferentes das nossas por meio de imersao direta, via- e cooperagao social. ique a arte da conversa¢ao losidade por estranhos e a escuta radical. e tirar nossas mascaras sie em sua poltrona }0-nos para as mentes de outras pessoas com a ajuda da arte, da o cinema e das redes sociais na internet. re uma revolucao tia numa escala de massa para promover mudanca sociale estender 0 poder da empatia Hi habitos que condizem com todos os temperamentos e perso- nalidades, quer vocé seja extrovertido ou introvertido, um aventureiro disposto a correr riscos ou um connaisseur da intimidade e de emocdes, sutis. Torné-los parte de sua vida cotidiana mudar a maneira como vocé pensa, sente e 0 que faz. Vocé ficara fascinado ao entrar na mentalidade das pessoas ¢ tentar descobrir por que elas pensam como pensam ~ seus motivos, aspiragdes e crencas. Sua compreensio sobre 0 que as move se expandira sem limites ¢, como muitos dos que so extremamente ‘empiticos, talvez vocé comece a achar os outros mais interessantes do que vocé mesmo. Nao ha nada de ut6pico em viver segundo esses seis habitos: a capaci- dade de empatizar é um dos maiores talentos ocultos que quase todo ser humano possui. Quase todos nés o temos ~ mesmo que nem sempre 0 utilizemos. Apenas uma mindscula proporgio das pessoas exibe o que 0 psicélogo Simon Baron-Cohen chama de “zero grau de empatia’. Entre elas estdo os psicopatas, que tém a capacidade cognitiva de entrar em nos- sas mentes, mas no estabelecem ligago emocional conosco (pense em. Hannibal Lecter), e pessoas com disttirbios do espectro do autismo, como sindrome de Asperger. juntas elas correspondem a ndo mais do que cerca de 2% da populacio geral. Os outros 98% da humanidade nasceram para empatizar e so equipados para estabelecer conexiio social.* ‘Também experimentamos empatia com frequéncia muito maior do que jamais imaginariamos, Em geral exercitamos nosso cérebro emp’ tico todos os dias, embora muitas vezes nao tenhamos consciéncia disso. Quando voce percebe que uma nova colega de trabalho est nervosa antes, de uma apresentacio, tente talvez imaginar a ansiedade e a inseguranca ‘que ela esté sentindo ¢ tranquiliza-la. Vocé vé alguém mendigando debaixo de uma ponte, mas em vez de apenas apiedar-se (lembre-se, isso € com- paixio), pense sobre como é dormir ao relento numa noite fria de inverno, ‘com pessoas passando a seu lado sem sequer se dar ao trabalho de olhé-lo ros olhos. Mas a empatia nao envolve apenas uma consciéncia da dor e do sofrimento & nossa volta. Ao escother um presente de aniversério para sua tia favorita, vocé pensa sobre o tipo de coisa que ela realmente adoraria — ou convencido de que nao podemos explicar um grande niimero dda vida social sem reconhecer a realidade e a importincia da do dia a dia, Tente simplesmente imaginar um mundo em que mundo insensivel nao é aquele em que vivemos. Abra os olhos | empatia e perceberd que ela est por toda parte, é a matéria em ) A qual nos movemos. Mas se é assim, qual é 0 problema? Por que (08 nos preocupar em cultivar os seis habitos das pessoas extre- ‘empiticas? Porque neste momento da histéria estamos sofrendo “déficit de empatia” crdnico, tanto na sociedade quanto em nossa al. atacar 0 déficit de empatia das eleic6es presidenciais de 2008 nos Estados Unidos, Barack na fez da empatia um de seus principais temas de campanha: Se muito neste pais sobre o deficit federal. Penso, porém, que deveria- falar mais sobre nosso défict de empatia ~ nossa capacidade de nos colo- ‘no lugar de outra pessoa, de ver 0 mundo através dos olhos daqueles io diferentes de nés:a crianca que sente fome, o metaliirgico que perdeu Prego, o imigrante que limpa seu quarto no dormitério universitirio.. mos numa cultura que desestimula a empatia, uma cultura que com ‘demasiada frequéncia nos diz que nossa principal meta na vida é ser rico, TO, jovem, famoso, seguro e estar sempre se divertindo* 0 poder da empatia Embora a administracao Obama possa ter tido um desempenho irre- gular no combate ao déficit de empatia (0 campo de detenco de Guan. tanamo continuou aberto durante todo o seu primeiro mandato, apesar da promessa de feché-lo), ele sem diivida estava certo ao destacé-lo como ‘um importante problema social. Um estudo feito na Universidade de Mi- chigan revelou enorme declinio nos niveis de empatia nos jovens ame- ricanos entre 1980 e hoje, com a queda mais acentuada nos tiltimos dez. anos. A mudanca, dizem os pesquisadores, deve-se em parte ao fato de ‘ais pessoas morarem sozinhas e passarem menos tempo envolvidas em atividades sociais e comunitarias que promovem a sensibilidade empética. Psicélogos perceberam também uma “epidemia de narcisismo”: um em dez americanos exibe tracos narcisistas de personalidade que limitam seu interesse pelas vidas de outras pessoas. Muitos analistas acreditam que paises europeus esto experimentando declinios semelhantes em empatia ¢ aumentos no narcisismo a medida que a urbanizacao continua a frag mentar comunidades, o engajamento civico diminui e ideologias de livre- comércio aprofundam o individualismo? Essas tendéncias sio especialmente preocupantes porque se acredita que o desenvolvimento de redes sociais ¢ da cultura on-line esté nos tor- nando mais conectados e globalmente conscientes do que em qualquer momento na historia. O Facebook pode ter atraido mais de um bilhio de usuarios, mas nao serviu para reverter o declinio empitico, ¢ talvez esteja até contribuindo para ele. As redes sociais sao boas para dissemt- nar informagio, mas ~ pelo menos até agora - menos competentes em difundir empatia. Evidéncias do deficit de empatia na sociedade esto em toda parte. No ‘més em que escrevo estas palavras, mais de 5 mil civis foram mortos na guerra da Siria, Abro o jornal e leio sobre o escdndalo dos padres catdlicos nna Irlanda, acusados de molestar criancas. Novos nimeros revelam que dois tercos dos paises com alta renda tém um abismo entre ricos e pores maior do que tinham em 1980, enquanto um estudo da Universidade da California mostra que quanto mais rico voce é, menos empatico tende a ser — parece que nada como a riqueza para nos tornar insensiveis & privacio € mento humano.*E ndo esqueca as negociacées internacionais para as emissGes de carbono que continuam sem progresso, evidéncia incapacidade de nos pér no lugar de futuras geracdes que terao de as consequéncias de uma crise ecoldgica por cuja criago somos etivamente responsaveis, Violéncia politica e étnica, intolerdncia religiosa, pobreza e fome, dos direitos humanos, aquecimento global - hé uma necessidade de utilizar o poder da empatia para enfrentar essas crises e trans- divisdes sociais. Isso exige que pensemos sobre a empatia nao ape- mo uma relacZo entre individuos ~ como € tipicamente descrita em de psicologia -, mas como uma forca coletiva que pode alterar os os da paisagem social e politica. ou esperancoso com relacio as possibilidades, Olhando para tris da historia, ndo ha davida de que podemos ver momentos de colapso empitico, da matanca das Cruzadas aos horrores do Ho- to e do genocidio ruandés. Mas houve também ondas de floresci- fo empitico coletivo, como a revoluco humanitéria na Europa do © XVIII, com o desenvolvimento do movimento em prol da aboli¢ao idfo, o declinio da tortura no sistema judicidtio, melhores con- ‘erdrias € crescente interesse pelos dircitos das criangas e dos dores, Essa revolugio moral, escreve Steven Pinker, teve raizes no olvimento da empatia e do respeito pela vida humana”? Deveria- Voltar para exemplos como este — ¢ para outros que descreverei ‘em busca de inspiracZo e por a empatia a servico do enfien- o das grandes questoes de nosso tempo. lado do deficit de empatia que aflige a sociedade contemporinea ha menos dbvio que existe no nivel de nossas vidas individuais. Esse mais pessoal toma a forma de um fracasso em agarrar a enorme dade que a empatia nos oferece para melhorar a qualidade de ia cotidiana, Precisamos reconhecer que a empatia nao ape- i bons ~ ela nos faz bem, além disso. Muitos especialistas t-estar comecam a reconhecer esta regra fundamental da arte de les esté 0 economista Richard Layard, que defende “o cultivo poder da empatia Aeliberado do instinto primitivo da empatia” porque “se vocé se importa ‘mais com 0s outros que consigo mesmo, tem maior probabilidade de ser feliz”. De maneira semelhante, 0 pensador sobre desenvolvimento pessoal Stephen Covey afirma que a “comunicagao empatica” ¢ uma das chaves para o aperfeicoamento das relagdes interpessoais."° Sendo assim, o que a ‘empatia pode realmente fazer por nds? Para comecar, ela tem o poder de curar relagées desfeitas. Tantas re- lagdes se desfazem porque pelo menos uma pessoa sente que suas ne cessidades e seus sentimentos nao esto sendo ouvidos e compreendidos. Uma dose saudével de empatia, dizem os conselheiros de casais, é um dos ‘melhores tratamentos disponiveis. A empatia pode também aprofundar as amizades e ajudar a criar outras —o que ¢ especialmente til num mundo ‘onde uma em quatro pessoas softe de solidao. O pensamento criativo também melhora com uma injecdo de empatia, pois ela nos permite ver problemas e perspectivas que de outra maneira permaneceriam ocultos. E, como as historias deste livro vio revelar, nao ha nada como olhar com os olhos do outro para nos ajudar a questionar nossas suposigdes e preconce- tos ¢ incitar novas maneiras de pensar sobre nossas prioridades na vida." Estes sio os tipos de beneficio que esto estimulando um ntimero cres- cente de pessoas a adotar a empatia como filosofia de vida, transformando seus déficits pessoais de empatia num saudavel excedente. Elas podem seguir o exemplo da designer Patricia Moore, que me explicou exatamente por que a empatia é to importante: A empatia & uma consciéncia constante do fato de que nossos interesses no sio os interesses de todo mundo e de que nossas necessidades nao so as necessidades de todo mundo, e que algumas concessbes devem ser feitas 4 cada momento. Nao acho que empatia seja caridade, nfo acho que seja sacrificio pessoal, no acho que seja prescritiva. Acho que a empatia é uma ‘maneira em permanente evolucio de viver tio plenamente quanto possivel, Porque cla expande nosso invélucro e nos leva a novas experiéncias que nfo poderiamos esperar ou apreciar até que nos fosse dada a oportunidade."* je por certo ser um caminho para a boa vida, mas de- ‘teconhecer como ela pode nos tornar bons, moldando éticas. Ha muito filésofos e pensadores soci ‘das maneiras mais eficazes que temos de expandir as fron- 3s universos morais. Logo apés os ataques de 11 de setembro, ta Ian McEwan escreveu: “Imaginar como é ser uma pessoa is consideram a estiver em ctivida, ou seu ego pesar demais em vocé, aplique 0 te teste, Lembre-se do rosto do homem mais pobre e mais fraco que -visto ¢ pergunte a si mesmo se o passo que esti pensando em dar utilidade para ele. Ganharé ele alguma coisa com isso? Isso algum controle sobre sua vida e seu destino? Em outras pala- ‘conduziré a swara[liberdade] para os milhdes de famintos ¢ espiri te carentes? Vocé ver’ entio suas diividas e seu ego desaparecerem.™ mento mental empitico de Gandhi oferece um poderoso ~ descobriram também que ha pensamento empitico na ‘morais em culturas pelo mundo todo. Um provérbio dos anos cheyennes aconselha: “Nao julgue seu vizinho antes ‘com os mocassins dele.” A maior parte das linguas faladas Pacifico possui expressdes que denotam o sentimento de obaseado na capacidade de compreender as emogdes de outra har o mundo a partir de sua perspectiva, como a expressio te da pelo povo banabano de Fiji¥ No sul da Africa, a filosofia 0 poder da empatia humanista do Ubuntu é conhecida por seus elementos empiticos. “Na ética do Ubuntu’, explica Desmond Tutu, “ficamos diminuidos quando outros so humilhados ou diminuidos ‘Ubuntu tem a ver com nossa interconexao.” Em tiltima anilise, a melhor razao para desenvolver 0 habito de empa- tizar € que ele pode criar os lacos humanos que fazem valer a pena viver. Depois que realmente reconhecemos que somos Homo empathicus, animais sociais que florescem em conexao, nao no isolamento, faz pouco sentido reprimir 0 lado empatico que possuimos. Nosso bem-estar depende de sairmos de nossos préprios egos e entrarmos na vida de outros, tanto pessoas que nos sio préximas quanto estranhos distantes. Os prazeres que {sso proporciona sao reais e profundos. Sem lacos empaticos somos seres menores, ¢ apenas parte do que poderiamos ser. Ou, como se expressou © poeta John Donne no século XVI ‘Nenhum homem & uma ilha,isolado em si mesmo; cada homem ¢ um pe- ‘daco do continente, uma parte do todo, Se um torrio é arrastado pelo mat, Europa fica menor, tal como se fosse um promontério, tal como se fosse co solar de teus amigos ou 0 teu proprio: a morte de qualquer homem me diminui, porque fago parte do género humano, ¢ por isso nunca procures saber por quem os sinos dobram; eles dobram por ti Da introspeccio a “outrospeccao” Aonde chegamos até agora? Em poucas palavras, empatia é importante. Precisamos it além de uma compreensio cientifica da empatia e reconhe- cer que ela é uma ferramenta poderosa que pode tanto criar mudanca social radical quanto dar maior profundidade e significado as nossas vidas. Isso deveria ser causa suficiente para colocé-la bem no topo de nossa “lista de tarefas”. Mas antes de dar inicio & exploracao dos seis habitos de pessoas, empéticas, ha um panorama que precisamos levar em considera¢io, uma razio abrangente pela qual a empatia merece estar no centro de nosso da autoajuda e a cultura da terapia promoveram a ideia de maneira de compreendermos quem éramos, e como de- ‘yiver, era olhar para dentro de nés e nos concentrarmos em intos, experiéncias ¢ desejos. Essa filosofia individualista, ssou a dominar a cultura ocidental, ndo conseguiu proporcionar a maioria das pessoas. Por isso 0 século XXI precisa ser diferente. introspeccdo, deverfamos criar a Bra da OutrospeccZo, na qual ‘um melhor equilibrio entre olhar para dentro e olhar para ““outrospeccio” entendo a ideia de descobrir quem somos ¢ como viver saindo de nés mesmos e explorando as vidas e perspectivas Nio estou sugerindo que deveriamos rejeitar por completo Podemos claramente aprender muito sobre nés mesmos de autorreflexio, ¢ um exame cuidadoso de nossos pensamentos ajudar a nos libertar de preconceitos e tragos egoistas que ssa empatia. O problema é que o péndulo avangou demais em ‘ntrospeccio. Permita-me explicar 1a das consequéncias da revolucio freudiana foi popularizar o olhar tro, em especial a ideia de solucionar problemas pessoais investi- interior inconsciente de nossa infincia, de nossos sonhos esquecidas. Essa crenca na importancia de buscar dentro de varias formas de psicanslise yrnow-se uum prinefpio essen se desenvolveram nos anos apés a morte de Freud, em 1939. do desenvolvimento da cultura da terapia foi impressionante, em ar nos Estados Uniclos. Em 1940, 4% da populagao americana havia psicoterapia, mas no final dos anos 1950 esse ntimero crescera Entre 1950 ¢ 1975 0 ntimero de terapeutas em atividade multi- ‘ito. Mais extraordinéria ainda foi a crescente proporcio de terapeuta nao para lidar com doencas frequentava um psi 0a depressdo, mas para encontrar sentido e conexio humana © poder da empatia em suas vidas. “Os americanos estavam cada vez mais substituindo aqueles jicionalmente ajudavam a resolver o problema — amigos e confi- dentes — por terapeutas de curto prazo”, segundo o estudioso da medicina Ronald W. Dworkin, de modo que nos anos 1970 “o terapeuta havia se tornado na vida americana um amigo substituto para pessoas infelizes".” Um observador astuto desse fendmeno foi o fildsofo australiano Peter ‘Singer. Apés mudar-se para Nova York nos anos 1970, ele ficou impressio- nado com o grande mimero de colegas académicos que estavam fazendo terapia. Muitas vezes eles viam seu terapeuta diariamente, e alguns che- ‘gavam a gastar até um quarto de seus salarios anuais para desfrutar 0 pri ‘mais nem menos perturbadas que seus amigos e colegas de trabalho em. Melbourne ou Oxford. Diante disso, perguntou-lhes por que faziam aquilo. “Bles disseram que se sentiam reprimidos’, lembrou Singer, “ou tinham tensdes psicol6gicas nao resolvidas, ou achavam a vida sem sentido.” problema, escreveu Singer, € que temos pouca probabilidade de encontrar sentido e propésito olhando para dentro de nés mesmos: légio, Singer achou estranho que essas pessoas no parecessem nada Pessoas passam anos em psicandlise, muitas vezes de maneira completa- ‘mente infrutifera, porque os psicanalistas io formados no dogma freudiano que os ensina a situar os problemas nos estados inconscientes dos proprios pacientes e a tentar resolver esses problemas por introspeccdo. Assim os pacientes sio orientados a olhar para dentro de si mesmos quando deveriam, na realidade, estar olhando para fora ... A obsessio com 0 eu foi o erro psico- ogico caracteristco da geracio dos anos 1970 € 1980. Nao nego que problemas do eu sejam vitalmente importantes; o erro consiste em procurar respostas para esses problemas concentrando-se no eu. Singer pensava que seus colegas estariam se sentindo muito mais feli- zes caso se dedicassem a uma causa que fosse maior do que eles mesmos. “Se esses nova-iorquinos competentes ¢ afluentes tivessem apenas se le- vvantado dos divas de seus analistas, parado de pensar sobre seus préprios problemas e saido para fazer alguma coisa com relacio aos problemas reais, or pessoas menos afortunadas em Bangladesh ou na Etiépia mo em Manhattan’, escreveu ele, “eles teriam se esquecidio de us problemas e talvez tornado 0 mundo um lugar melhor também."* inger foi longe demais em sua rejei¢ao a introspeccao, A maioria de do equilibrar as coisas, ¢ que estariamos precisando de um movimento ara fora — 0 que chamo de “outrospeccao” ~ para descobrir a boa vida. trospecrao. seu lado estava 0 critico cultural Tom Wolfe, que descreveu os anos © como a “década do eu”, quando a obsessio com o ego atingiu novos -niveis histéticos: velho sonho alquimico era transformar metais sem valor em ouro. O novo sonho alquimico é: transformar a prOpria personalidad ~refazer, re- ‘modelar, clevar e polir nosso proprio ego ... e observé-lo, estudé-lo e babar porele. (Eul)!* Wolfe afirmou que trinta anos de prosperidade econémica pos guerra haviam libertado um bom ntimero de pessoas de preocupacées materiais cotidianas para criar um boom no narcisismo. Um nimero cada vez maior de gente estava olhando no espelho de seus proprios sentimentos e desejos. Isso era expresso ndo apenas na popularidade da psicandlise, mas em mo- ‘vimentos comunais de terapia como Grupos de Encontro e o EST (Erhard Seminars Training), bem como cfrculos de ioga e retiros para meditacio. A introspec¢do comecou a permear a sociedade ocidental. Expressdes como “autoaperfeioamento”, “autorrealizacao”, “autoajuda” e “fortaleci- ‘mento pessoal” tornaramse parte da conversa cotidiana. O radicalismo Politico dos anos 1960 deu lugar, pouco a pouco, a uma preocupagao com © “estilo de vida” individual. Acrescentada & mistura havia a crescente influéncia da cultura de consumo, que se alimentava da maior obsessio, 0 poder da empatia pelo eu (“Compre um carro que expresse quem vocé é!”). Cada vez mais, ‘as pessoas expressavam sua identidade pessoal por meio do consumo de Iuxo, que Ihes dava uma prova de fortuna, status e privilégio. Foi um ideal sintetizado pelo slogan da artista Barbara Kruger: “Compro, logo sou”? ( resultado foi toda uma geracio atraida pela ideia de que a satisfacio do interesse pessoal ~ especialmente a satisfacdo de desejos materiais — era ‘© caminho ideal para a felicidade. “O que ha af para mim?” tornowse a questo que definia a época, Essa abordagem introspectiva, auto-orientada, a arte de viver refletiu-se nna nova onda de pensamento sobre a “felicidade” que emergiu no final dos anos 1990. Suas figuras fundamentais formulavam tipicamente a busca da felicidade como uma atividade individualista e punham a satisfaco pessoal ‘num pedestal. Por exemplo, o livro de Martin Seligman Felicidade auténtica (2002) tem o subtitulo “Usando a nova psicologia positiva para a realiza¢io permanente”, ao passo que Seja mais feliz (2007), de Tal Ben-Shahar, tem o subtitulo “Aprenda os segredos da alegria de cada dia e da satisfaco perma nente”. Esses livros so sobre “eu”, nfo sobre “nés”. Eles s4o os descendentes diretos da “década do eu” dos anos 1970. Ben-Shahar, cujo curso sobre felicidade em Harvard foi um dos mais requisitados na histéria recente da universidade, é franco sobre sua filoso- fia: “Nao sou nenhum altrufsta’, insiste ele, “a principal razo para que eu faca alguma coisa ~seja passar o tempo com meus amigos ou realizar um, trabalho filantrépico —€ o fato de ela me fazer feliz.” Nossas ages, escreve ele, “deveriam ser guiadas pelo interesse pessoal”, nao pela “moralidade do dever", As ideias de Ben-Shahar refletem as da pensadora libertéria de direita Ayn Rand ~ele fundou uma organizacdo em Harvard para difundir as ideias dela —e exemplificam a abordagem extremamente individualista € autocentrada preferida por muitos dos gurus da felicidade de hoje.** Em- bora alguns pensadores sobre a felicidade como Martin Seligman tenham uma perspectiva mais ampla e discutam a importincia de ter empatia e compaixio pelos outros, para a maioria tragos como estes raramente esto no centro do palco, ¢ so em geral considerados um meio para o fim da realizacio pessoal? ue a Era da Introspecsio, com seu intenso foco no ev, nio lade ocidental a terra prometida da felicidade. Apesar das eias no setor de autoajuda das ivrarias e de uma avalanche s bem intencionados de especialistas em felicidade, iniimeras sentem que falta alguma coisa em suas vidas, e que elas no undo tudo a que tém direito do raro dom da existéncia, As evi- 9 esmagadoras. Os niveis de satisfacdo com a vida praticamente nos paises ocidentais, apesar ce mais de meio século de incia material. Mais da metade dos trabalhadores sentem- itos em seus empregos. A taxa média de divércio alcangou 50% ré crescente de depressio ¢ ansiedade: cerca de uma em qua- sna Europa e nos Estados Unidos experimentard um problema em algum ponto da vida" Isso dificilmente poderia ser ‘uma situagio feliz sou a hora de ir além da Era da Introspeccio e tentar algo dife- de 2 mil anos, Sécrates aconselhou que o melhor caminho ‘bem e com sabedoria era 0 “conhece-te a ti mesmo”, Pensamos ara conhecera si mesmo é preciso tanto introspeccio quanto outrospecsio.** convencionalmente que isso exige autorreflexo: que olhemos para den- tro de nés e contemplemos nossas almas. Mas podemos também passar a nos conhecer saindo de nés mesmos e aprendendo sobre vidas e culturas diferentes das nossas. E hora de forjar a Era da Outrospeccio, ¢ a empatia nossa maior esperanga para fazer isso. O desafio empatico ‘Mas nfo sejamos ingénuos. A empatia ndo é uma panaceia universal para todos os problemas do mundo, nem para todas as lutas que enfrentamos em nossas vidas. & importante ser realista com relacdo ao que ela pode endo pode realizar. E por isso que, a medida que explorarmos os seis habitos de pessoas extremamente empaticas, estarei também tratando dos desafios. & possivel ter excesso de empatia? A empatia ndo pode ser usada para manipular pessoas? Podemos realmente aprender a nos tornar ‘mais empaticos? E 0 que dizer sobre a tendéncia de nos preocuparmos muito mais com os que esto mais préximos de nés e nos sio mais ca- tos do que com aqueles que vivem em lugares distantes sobre os quais pouco sabemos?** Esses desafios também existem para mim num nivel pessoal. Nao estou escrevendo este livro como alguém que dominou a arte da empatia e que pratica todos os seis habitos com facilidade. Longe disso. Comecei a me interessar por empatia aos vinte e poucos anos, apés viver um curto periodo com indigenas maias refugiados na selva guate ‘malteca, logo ao sul da fronteira mexicana. Vi criancas morrendo por no teracesso algum a cuidados médicos. Ouvi casos sobre massacres levados a cabo pelo Exército. O fato de testemunhar a privagdo e a inseguranca que cles enfrentavam na vida didria fez com que eu despertasse para a empatia. Mais tarde, como cientista politico e sociélogo, convenci-me, ouco a pouco, de que a maneira mais eficaz de promover uma profunda mudanga social nao era pelos meios tra jonais da politica partidaria ¢ pela introdugio de novas les e politicas, mas pela mudanga do modo como m umas is outras num plano individual —em outras ‘meio da empatia. 6 depois de deixar o mundo académico e pesquisar a empatia cinco anos que finalmente compreendi por que ela era tio te para mim. Um dia eu estava pensando sobre como fora afe de minha mae, quando eu tinha dez, anos. Nao s6 perdi de minhas lembrancas de antes dessa idade ~ como ocorre de repente tive uma epifania. Meu interesse por empatia no te ao que eu havia visto na Guatemala ou a quaisquer académicas a que tinha chegado sobre mudanca social, mas realmente de um desejo inconsciente de recobrar o eu empa- wia perdido quando crianca, continuo procurando maneiras para acionar os circuitos emp4: itidos no meu cérebro e atingir meu potencial empatico o mais te possivel. ceito de empatia tem diferentes conotagdes morais. Mas quando os na exploracao dos seis hébitos podemos pensar na expe- € empatia mais como uma forma original e estimulante de via- nfo ser ousado e viajar para a vida de outra pessoa, € ver $0 afeta quem vocé é ¢ quem deseja ser? Em vez de se perguntar posso ir da proxima vez?”, pergunte “no lugar de quem posso ‘proxima vez?”. Espero que este livro vViagens empiticas, conduzindo-o a destinos que no podem spire a embarcar em em nenhum guia turistico, Se um niimero suficiente de 108 Viajantes empiticos, é provavel que descubramos que ormando o mundo em que vivemos.

You might also like