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Guia Pratico do OVINOCULTOR Retomada da Ovinocultura Este Guia Prético do Ovinocultor, produzido pela Camara Setorial de Ovinocultura da Secretaria da Agricultura, Pecuatia e Agronegécio- SEAPA eAssociagio Brasileira dos Criadores deOvinos~ARC.O.,oferece aos ovinocultores gatichos uma ferramenta para auxiliar no correto manejo da criacéoe contribuir nestemomento de retomada daovinoculturagaticha. Surge no momento em que, depois de muitos anos, a ovinocultura volta a crescer. Nao temos, hoje, os 13, milhoes de ovinos que tinhamos no passado. Mas, ja saimos dos pouco mais de 3,5 milhoes de 201! para quatro milhdes decabecas. Acarne vive momento de valorizacao e ala, de recuperacao dos seus precos. Areativagio da Camara Setorial, sob a coordenacao do Governo do Estado, serviu para envolver todos os segmentos da cadeia produtiva na anélise dos problemas, discusséo das solugées e elaboragio de acdes que apontem parao desenvolvimento de ovinocultura no Ric Grande do Sul. Foi a partir deste debate que se decidiu a retomada do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura - FUNDOVINOS, fundo criado para centralizar recursos financiadores das politicas de fomento, e que jé destinou mais de RS 2 milhées paraprojetos que persequem este objetivo. ‘Também, da mesma forma, se criouo programa Mais Ovinos no Campo, que proporcionou a aquisicao ou retencéo de aproximadamente 350 mil ovinos por aproximadamente 2.500 produtores, que estdo investindo, com o apoio da Secretariada Agricultura, Pecudria e Agronegécio, maisde R$ 57 milhdas na ovinocultura. A uniéo do Governo do Estado com entidades de classe representativas dos produtores, érgéos de pesquisa ¢ iniciativa privada tem resultado em agées consistentes para a qualificacdo cada vez maior da ovinecultura gaticha. Associacao Brasileira dos Criadores de Ovinos Secretaria da Agricultura, Pecudria e Agronegécio PAD ila NP ee) HOMENAGEM Aovinocultura, na maioria dos casos, mais do que uma atividade econémica, é uma paixdo enraizada na culturade milhares de produtores quese dedicem nodia‘a-diaatrabalhar comovelhas em nosso Estado. Muitos sd0 aqueles que contribuiram e contribuem para o desenvolvimento do setor. Neste trabalho, a Secretaria da Agricultura, Pecuaria e Agronegdcio quer reconhecer 0 papel desempenhado pelos técnicos que levam 20s produtoresnovos conhecimentos, atuando para melhorara produtividade e aumentaraproducao. Por isso, foros buscar na Historia da propria secretaria o nome do Engenheiro Agronomo Joao Carlos Paixdo Cértes, profissional formado na Universidade Federaldo Rio Grandedo Sul, queatuou comoOvinotecnista da Secretaria da Agricultura, além de ser, também, Classificador Oficial de Las e emprestado seus conhecimentos paraatipificacio decarcacas,cortese desossaovina. Foi, ainda, divulgador da Tosquia Australianaeda gastronomiada caine de cordeiro. Em nome de Paixao Cértes a nossa homenagem a todos que, de uma ou outra forma, se empenharam para fazer daOvinocultura umaatividade produtiva prazerosae que tem paixdo pelactiagao ovina. Trabalhos de Paixado Cortes TOSQUIA AUSTRALIANA MeeTnE ove eects ns oe ANMMEUTIB CAUCHA EE oneonnalaeer nomics ‘SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUARIA EAGRONEGOCIO -ASSOCIACAOBRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS Camara Setorialda Cadeia Produtiva dos Ovinos ARCO. Avenida Getollo Vargas, 1384-Bairro MeninoDeus,PortoAlegie-RS Avenida 7de Setembro, 1159. -Centvo, Bagé-FS CEP:90150.900 ‘CEP:96400-901 Fone:(51) 32886200 CaicaPostal 145 wwwagriculturars.gov.br Fone: (53)3242.8422 -Fone/Fax:(53)3242.9522 www facebookcorrVegriculturars-www.twittercom/agricultura_rs werwarcoovinos.com.br ovinocuturagagriculurarsgov.br areo@arcoovinos.comar do Guia do Ovinocultor ‘AUTORES: José Galdino Garcia Dias -Médico Veterinario-UFRGS -CRMV-RSn°4125 Eduardo Amato Bemhard - MédicoVeterinério- UFRGS-CRMV-RSn°6174 ‘Marcelo Spinelli Grazziotin- Médico Veterinério-UFRGS-CRMV-RS n?5260 (Camara Setorial da Cadeia ProdutivadosOvinos Grupo deTrabalho: Manejo reprodutivo.e nutricional Entidades Participants: EMBRAPA, UFRGS, FEBROCARNE, ARCO, FEPAGROe EMATER. Diagramagio/PlanejamentoGrafico: Alexandre Hernandez -Seapa Fotografiasdo Guia: Antonio Vilmar da Rosa-Seapa Femando Dias Kluwe -Seapa 4os6PauloSoute Dias-S0 Gabriel RS i>¢73 as DICAS Dez dicas para uma boa criacéo 1 - Qualifique e treine sua mao-de-obra; 2 - Tenha boas cercas e instalagGes adequadas; 3 - Proteja de predadores em potencial; 4 - Disponibilize sombra, agua fresca e alimentacdo de qualidade; 5 - Utilize as boas praticas de manejo; > 6 - Faca uma boa selecao do rebanho; 7 - Invista em animais de boa procedéncia e qualidade reconhecida; 8 - Preocupe-se sempre com o bem-estar dos seus ovinos; 9 - Produza de forma sustentavel e sempre respeitando o meio-ambiente; 10 - Sempre tenha na ponta do lapis o seu custo de producao; MANEJO DO REBANHO 12573) REPRODUGAO E ATENGAO AO CORDEIRO Enea SANIDADE 58 - 83 ASPECTOS GERAIS Categorias Ovinas eee Gina ove: aide esa Pars ial ahare a comerceiagic tone 061 una dotdude eom dense line sinds &consderadocomaccordeico ] macho jovem,selecionado pre reprodujaopatirdo desmame Pode ser dente de ete ou 2 dents. BEE HR teres over selecionada para reprodito, parte dodesmame ao primero panto (12-24 meses er Femea adulta, apés prime panto, PETER Michoaduko,apanirde2 anos deidade ut sdo paraa teproducio. Ber Macho aduko castiado + Rufido: Machotnfénilou femea prepatada para a denice deo ANATOMIA/CATEGORIAS OVINAS 7 Determinacao da idade pela denti¢gao a LF alee ets Crcrnes eae eet Pore etn ASPECTOS GERAIS ell Drees eee ere Ey es Desgaste anual na denticao dos ovinos Pane ees Cn nee Retr aug sole te ee eRe Cees pe ‘ eee eae DESCARTAR Porn en EME USL Animais com defeito de mordedura "queixo curto” ou "queixo para frente”, devem ser eliminados, pois terdo dificuldade na alimentacao e por c ba produtividade. Estes defeitos maioria das vezes, genéticos e vdo se presentar nas geracdes seguintes Ce Mo eon) animal e sua capacidade de realizar a monta, apoiando- See uuu eed garrdes (jarretes) e animais "sentados” sobre os garrées sio alguns defeitos em que se recomenda 0 descarte dos animais. pois certamente apresentardo dificuldade Ce cone Oe te nm Cea eC produtividade do animal. , Pcie eee) Normal Defeitos Normal efeitos sn WA Vista Lateral rec Deteltos ai Ne eNO RAR 351) aE MANEJO DO REBANHO Como agarrar e conter ee an nnn arte Pere rar inde a produtividade do ebanho. ee een rd a Sceuar peo lance ou 90 pes eee ee a bs serutlzad poraani ‘Segre oovinocalocando mao esquerd firme Pen ee ee Rese ed Pee ee ere ear eee ee ee eer Maneira pratica de derrubar um ovino CONTENCAO 13 Casqueamento Anatomia do casco eT To eon ieke eiesitt eect tet Chines reo e apropriada, afiada, podendo contar MANEJO DO REBANHO Como aparar 0 casco dos ovinos x > eee CASQUEAMENTO 15 MANEJO DO REBANHO Como aplicar medicamentos ee eee ene arent ne een cues Cone eee cnc ketene cet Me cic ken rea) Nowsode agulhasde metal esterilzaratavésdocalrouprodatosdesifetanes ralzando atrecasitericsa cada WOanimaistratads: coidadede pode jor calbve dasagulus para ovaosede corde coma vade splcaraoev Descatarasagulhasqus apresentrem em mascondiges (tras semfioewenferrnd) teatados Nunca miscraredcamenos nun mesmeseringa/ pistol Algun redins quande combina podem Naaplcacao de medicamentosori.a pistol devese lisa com cela paraewtaraacerréndade estes ns boca das vinos Ets ests podem evr aformacso de abacesos.cemalgun cs is, lec deaplicaciodosprons deve sehipenizaloatiavsde slgadio upaze embebidosem sclucdesantsépicas pica bes alfa de medcamennas causa demas acest at edo de nervosio locale apicaco,fevandoa dor. queds vo consunodealmena ena ganto de PSOne epee errs FALSAVI a puinena) ENDOVENOSO Cee Peal ee ee Ty ee er TOPICA eee SUBCUTANEO ee enens RoE en 0 chee oP Se ee S| Ay Reece rend ety APLICACAO DE MEDICAMENTOS 17 BUNUN SeLCLEAISS Locais de eeicao: Parte interna do Conn ere er ens eCea 13x10 e 15x10 one aie Ponca esac cry a MANEJO DO REBANHO Identificacdo ieee ce Locais Regulamentares das Tatuagens utilizados pela AR.CO IDENTIFICAGAO 19 MANEJO DO REBANHO Avaliacdo da condicdéo corporal Cue eer cece Cree eMac d center Oe Meera eed Ce ee meme Mn COT Mem ean eer CT ince ie Ree tees oid espinhosos so proeminentes e com bordas Br M Cisco mcs eed has cne ene ance To Coe Mer CO a eeoerser Peau een a eee Nn coos ie eae eects Cee cee ecelaee ee Occ aE ER ee est) cobertos e sao sentidos com muita cet MRSC es iret irra ie scat rattan) ‘camada de gordura, tendo uma linha dura OER MCN nes on etd pe teu once cee ect lombar bem convexo @ com grossa capa de Pee Kea Re eae Encarneiramento | Pré-parto | Lactagao |" Desmame Carneiros Cordeiros p/ abate SNe Reon Neo eceoey Coke een see ee WTS eon Ramen Ae Cree Oe aa aot Ee Sen OMe ic ec) Ce Re CR es Mn eset eer relacionada a uma maior Deen ne eC Pee Om eu ol Pees AVALIAGAO CORPORAL 21 }O DO REBANHO Castracao e corte da cauda (eet ieee EWN T Teele rota Confi Efe) se os t rR Lee} Cordeiros machos que forem destinados ao abate até os 4 : Frere acura seis meses de idade, nao necessitam o corte da colaea castragio. Pomc ets fiquem Center ten) enero oltr ac) Gee Corte da cauda com borracha © corte da cauda é uma medida higlénica para racas ovinas de la, evitando © actimulo de sujidades na regio do perineo e facilitando no momento da cobertura, do parto eda ome LER ern: ony Oren anes orene Ret aC neta) borrachaantes do 15° dia de vida. Manter sempre os anéis de borracha em um recepiente de boca larga, submergidos em solucao antisséptica. Utiizar sempre anéis de borrachacom bordos arredondados. Reece aes ene ee Reena Cesare Rt dels) eo No macho para abate costuma-se COC cee tL} ec ae c mec Med ines Colocar o anel Abrir o elastrador Dre elena ctelelg ENCE el Rey a espessura da cola el eee ag Neier dentro da borracha medir 0 comprimento Ban ete CORO vai ser colocada. Ene cobrindo a vulva. CASTRAGAO E DESCOLE 23 y NUTRICAO Anatomia do aparelho digestivo RUMEN OMASO RUMINANTES sao classificados como animais de estémago composto por 4 compartimentos rimen (bucho), reticulo, omaso (mil folhas) e abomaso (coalheira). A absorco dos nutrientes pelos ruminantes em grande parte depende da populacéo microbiana ruminal (microrganismos que se multiplicam no rtimen e intestino grosso). RUMEN: Funciona como uma camara de fermentac4o, que possui uma grande numero de microorganismes (bactérias), responsavels pela degradacéo da parede celular dos vegetais, disponibilizando nutrientes paraa digestao. RETICULO: Atua em conjunto com o rumen na fermentacdo e funciona como regulador da atividade ruminal. OMASO: Tem sua parede coberta por mucosa curiosamente disposta em folhas. E onde ocorre a absorcio do excesso de agua do bolo alimentar, que é passado ento para o abomaso Nos cordeiros 0 desenvolvimento do rumen ocorre até os 45 dias de idade, quando este passa a serum ruminante completo. ANATOMIA DO APARELHO DIGESTIVO 25 Fontes de Energia Miho Triguilho Arroz Melaco de Cana Cevada _Farinha de Trigo Trigo Caldo de Cana Aveia — Acuicar Triticale _Lecitina de Soja Oleos Vegetais (Soja, Arroz, Girassol) VOLUMOSO CONCENTRADO Feno de Tifton Casca de Soja Silagem de Cana _Roléo de Milho BagacodeCana _Residuo de Milho Silagem de Milho Residuo Colheita de Feno de Gramineas S0ja Silagem de Sorgo _ Residuo Pré-Limpeza Feno de Coast Cross Gréos Casca de Arroz Rama de Mandioca Abdbora Batata Doce Fontes de Proteina Farelo de Soja Farelo de Girassol Feno de Alfafa Farelo de Girasol Levedura de Cerveja Coes CALCIO E FOSFORO Fosfato Bicdlcico Farinha de Ostra OUTROS MINERAIS Sal Comum Sal Mineral para Ovinos Concentrados sao os alimentos de elevado teor | energético ou proteico, utilizados como complementa das dietas volumosas. ee Amero (CONCENTRADO ‘Aroz.grdos ‘rox farelo sonm6| aso | e740_| 1240 |_a00 | 198. rea 304% | 1460 | 8190 | 1620 | 008 | aa (vac aan | 000 | 7770270" | ons | oa | Laranja-polpa a77o%6| 610 | 7a40_| 770 ‘ho gra waz%6|—e90 | e250 | 900 | aps _| oar ‘Miho -espigas com paiha picada | 3030% | “480 69.40 760. Miho sxbugo «rio 2570%6| 640 | 7320 | 740 | ope | ame Tilbo=farelo s04%6| 50 | eo40| 90 | aoa | ars 300% | 3270 [e760 |" 3790 |-075 | 09 s290%¢| aa20 | s200_|- «790 |_a27 [a6 woa%6| —e50 | 6100 | 1400 | 095 | a31 5m! 1110 | noo | 1920 [oe | a5 s030%| 1230 | eg90_| 1640 | a0 | 120 Evnsaccniiss FORRAGENS VERDES ed |FORRAGENS VERDES:

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