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3200009000699 090000909009 09999089 233939939 3293939I393FIIIIII : Diretrizes de Praticas em Enfermagem Cirtirgica e Processamento de Produtos para a Sade 7? edigdo revisada e atualizada 2017 Manole 3960009900030 9009900090990090900099999939933933939999393999 Abertura Introdugso Capitulo 1 Capftulo 2 Capitulo 3 Capitulo 4 Capitulo 5 Capitulo 6 Capitulo 7 a 72 73 74 Abertura Introdugz0 Capitulo 1 Capitulo 2 Capitulo 3 Capitulo 4 Capitulo 5 Capitulo 6 Capitulo 7 Capitulo 8 Capitulo 9 Capitulo 10 Capitulo 11 SUMARIO Introdugao geral PARTE |- CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAGAO (CME) Aspectos organizacionais do centro de materiale esterlizacio Recursos humanos no centro de material e esterlizagao Limpeza de produtos para a sade Desinfeccdo de produtos para a satide Preparo de produtos para a saude para esterlizacao, rastreabilidade, armazenagem e cuidados apés o processamento Esterilizac3o de produtas para a satide Produtos especiais Endoscopios gastrointestinais flexiveis Instrumental para cirurgia oftalmolégica Materiais de videocirurgias, cirurgias robdticas e dliversos Retiso de produtos para a sade fabricados para uso Unico, PARTE II - CENTRO CIRURGICO (CC) Sistematizacio da assisténcia de Enfermagem perioperatoria (SAEP) Sequranca do paciente, pracessos de acreditagdo e indicadores de qualidade em Centro Cintirgico Estrutura fisica do Centro Cintirgico Recursos humanos no Centro Cirtirgico Satide do trabalhador no ambiente cirirgico Prevencio e controle de infeccao de sitio cirdrgico Sala operatéria: montagem, circulagao e desrontager Aquisigao e utilizaco de equipamentos cirtirgicos Anestesiat classificaco dos tipos e atuacao da Enfermagem Posicionamento cirurgico do paciente Prevengio da hipotermia perioperatéria 85. 109 133, 135 149 159 7 183, 185 197 201 2 221 233 243 269 281 a 329 353 PARTE Ill SALA DE RECUPERAGAO POS-ANESTESICA (SRPA) Abertura Introdugio Capitulo 1 Aspectos organizacionais da sala de recuperacéo pos-anestésica Capitulo 2 Processo de cuidar no periodo de recuperacso pos-anestésica Capitulo 3 Petiodo de recuperacao pés-anestésica dos pacientes submetidos 208 principais procedimentos cirurgicos Capitulo 4 Desconfartos no periodo de recuperagao pos-anestésica Capitulo 5 Complicagées no perlodo de recuperacdo pos-anestésica Capitulo 6 Periodo de recuperacio pés-anestésica do paciente pediatrico Capitulo 7 Periodo de recuperacéo pos-anestésica do paciente geriatrico, Capitulo 8 Presenga do acornpanhante ou familiar na sala de recuperacao pos-anestesica Capitulo Alta para a unidade de destino Capitulo 10 Indicadores de qualidade da assistencia de Enfermagem para a sala de recuperagao pds-anestésica 359 361 365 375 385, 419 439 453 465 475 479 483 EECEECCEELECCECEEC EE EEC EEE OEE OEE OECEECODOOCOCOOOODO 680900900000 000909900939000009999939I999939393393993333535599 3 INTRODUGAO GERAL ‘A 7 edigio das priticas recomendadas da SOBECC tem como objetivo ampliar sua importin. «cia nfo 6 como item essencial de consulta e orienta- ‘40 para os atuantes da Enfermagem Perioperatoria e do Centro de Material e Esterlizagio (CME), como também propor, com base nas mais recentes evidén- cias cientifcas, pardmetros para a melhor atuagio da cequipe de Enfermagem de Centro Ciringico (CC) e de Recuperagio Pés-anestésica (RPA) © aperfeigoamento do contetido produzido 20 longo dos anos e a inovagéo desta edicio motivaram a alteragio, inclusive, do titulo da publicacio. Temos agora, em maos, a obra Diretrizes de Prdtcas em En- Jermagem Cirirgca e Processamento de Produtos para « Saiide - SOBECC. METODO Estas diretrizes foram desenvolvidas por um gru- po de especialistas atuantes nas éreas de CME, CC ¢ RPA provenientes de servigos ¢ universidades de di- versos estados do pais. ‘Em 2016, foram elencadas questées clinicas de re levincia para a atuacio da equipe de Enfermagem perioperatdria e CME, que foram respondidas a par: tir de busca criteriosa na literatura A pattir dai, os grupos reunidos por sua afinida. dde em relagio as areas que compaem 0 presente veo desenvolveram a leitara critica da literatura ¢ classifi caram as evidéncias encontradas. CLASSIFICACAO DA QUALIDADE E FORCA DE EVIDENCIA Foram aplicados conceitos da pratica baseada em evidencia, em que a qualidade da evidéncia cientifica disponivel atualmente foi avaliada e, a partir dela, fo. ram tragadas recomendagées para a p A construcio das recomendagdes (Tabela 1) foiins pirada no material proposto pela American College of Cardiology e American Heart Association (ACCI AHA), no qual as evidéncias sio sumarizadas, de acordo com a qualidade das pesquisas sobre 0 tema, em tes niveis (A, B eC). A partir da avaliagio da qualidade da literatura produtida, foram tragadas re- comendagdes, que vio da classe 8 clase IIe retta- tam a seguranga com que determinads intervengio pode ser realizada, Nivel Miltiplos ECR, revisbes sistematicas rmetanalises Nivel B Um ECR ow estudos no randomizados. Nivel € Consenso de espedalisas, estudos de 2505 ou agbes da pita, sem evidéncia enti SUPERIOR AO ISCO 0 procedietol ‘ratamento deve ser realizadol amistad, 0 procedimentot tratamento € til eletivo, Existe evidéncia de tndltiplos ECR ou metaralises. 0 procedimentay tratamento € diy efetiva Existe evidéncia de tum dnco ECR ou de estudos no randomizados. O procedimentar tratamento ¢ dtl efetivo. Existeevidenca de consenso de especialstas estudos de casos ou acbes da pratica, sem evidéncia entica, ECR ensaio dnc randomiade, Foe adaptada de Sone N Robinson J, Lichtenstein AH, Baiey Merz CH, Blum CB, Eckel RH, tal 2013 ACCIAKA Guideline on the Tet ment of lood Cholesterol to Reduce Atherosclerotic Cadovascular Rsk in Adults: Report ofthe American Collegeof CacclogyAmerican Heart Associaton Task Force on Practice Guidelines. Am Col Cadi. 204 jl. 163025 PL 8):2868 934, OBENEFICIO E SUPERIOR AO RISCO Sao necessiios| estudos adicionals sobre a tematia. E sensato realizar 0 rocedimentol tratamento, Ester recamendagées de queo procedimental ‘ratamento possa ser Atvefetivo Aigum confit de cevidéncia entre slips ECR ou rmetanalises. Existem recomendagies de que o procedimental ‘ratamento possa ser ‘tlefetva, ‘Algum conflto de evidéncia entre um Siico ECR ov de estudos no randomizados, Existem recomendagies {que 0 procedimento/ tratamento passa ser ‘aefetive Existe evidéncia de divergente fundamentada em consenso de especialstas estudos de casos ou agbes da pratica, sem evdéncia dentfica, CO BENEFICIO € SUPERIOR (OU IGUAL AO RISCO So necessitios estudos adicionais amplos sobre a tematica 0 procadimental tratamento pode ser feito, RRecomendagies sobre utlidade ou eficicia do Procedinentofratamento a estéo bem estabelecidas, Grande conflite de evidéncia entre maiplos ECR ou metandiss. Recomendagées sobre utlidade ou eficicia do procedimentoftratamento do estdo bem estabelecidas. Grande conto de cevidéncia entre um nico ECR ou de estudos nao randomizados. Recomendacées sobre utlidade ou efcdca do procedimentoltratamento no estdo bem estabelecids, Grande conto de cevidencia fundamentada em consenso de specialists, cestudos de casos ou _agbes da pita, sem evidencia cent SEM BENEFICIO O procedimento! tratamento NAO AIUDA (O PACIENTE. PERIGO 0 procedimentod tratamento CAUSA, MALEFICIOAO PACIENTE ou custo excess que nao 0 Justiique. Recomendagbes que o procedmeniof ‘uataresto nda € oti cu pode se danoso, Erte evidincia de ipl ECR ou mmetadises. Recomendagées de {que 0 procedimento! tratamento nda € dil ow pode ser danas. Existeevidéncia de um ‘nico ECR ou de estudos no randomizados. Recomeniagoes de que 1 procedimentoy tratamento nao iti ou ode ser danos. stem apenas cevidéncias de consenso de especaitas,estudos de casos ou aches da ptica, sem evidencia Centica EOCOOCECHOOCCOOOD ff COECECE EEC ECCEEC EEC ECE EC CEOERCECOOECOEEEEE 9996000000 90300090900080990099099993939993I3339393993399090935 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZACAO (CME) Revisoras ténicase coordenadoras: Prof Dr Kazuko Uch Dr, Giovana Abrahdo Aialjo Moriya Costa De. Mita Marques ibe Mestre Reginaldo Adabest Luz Revisores da eicdo 2017: Profs, Dx. Kazuko Ucikawa Graziano Mestre Eliane Molina Psaltis Introdugao Capitulo 1 Aspectos organizacionais do centro de materiale esterilizacao Capitulo 2 Recursos humanos no centro de materiale ester Capitulo 3 Limpeza de produtos para a save Capitulo 4 —_Desinfeccio de prodlutos para a satide Capitulo 5 Preparo de produtos para a sauide para esterlizacao, astreabilidade, armazenagein e cuidados ap6s 0 processamento Capitulo Ester de produtos para a satide Capitulo 7 Produtos especiais 7.1 Fndloscopios gastrointestinas lexis 7.2 Instrumental para citurgia oftalmotégica 7.3. Materais de videocirurgias, cirwgias tobdticas e divers 7.4 Refi de produtos para a saide fabricados para uso tino 96599 99999999999990999999999999939999999939399999 999090090900009990009908093099900993999399933333599393I33333 ‘|ntroducao METODOLOGIA DE CLASSIFICAGAO DAS PRATICAS RECOMENDADAS _ As prticas recomendadas pertinentes a todos 08 capltulos desta Parte I foram classificadas pela meto- dologia proposta pelo American College of Cardiolo ‘gy ¢ American Heart Association (ACCIACH)', que categoriza a forga das recomendagées € a qualidade das evidencias A forca da recomendagio pode ser clasificada em: + forte, quando 0 beneficio € muito maior que 0 + la: moderada, quando o beneficio € maior que 0 + Tbs fraca, quando bene cco maior ou igual ao risco; + Il recomendagdo contréria, por ser sem beneficio un oferecer rise. pode ser de um pou- © nivel de qualidade de evidéncia é classificado + Acestudos controlados randomizados de alta qua- lidade e metanslises desses estudos + BR estudos controlados randomizados de quali dade moderada e metanalises desses estudos; + BNR: estudos nao randomizados bem desenha- dos ¢ executaddos e metanzlises desses estudos; + C-LD: estudos nao randomizados com limitagoes {quanto a0 desenho e execugio; + C-BO: consenso de opinio de especialistas basea. do em experiéneia, A classficagdo da forga da recomendagao e da qua- lidade da evidéncia sio independentes, pois ha priti- cas fortemente indicadas para as quais ndo ha como executarestudos clinicos controlados randomizados, com claro beneficio cinico ou que sio determinadas ppor normas sanitérias nacionais, REFERENCIA 1. AHA, Applying class of commendations and level oe dence to lintel staegies, interventions ealments, or Aiagnoetic testing inpatient cae. ne Guidelines for CPR 8 ROC [Internet], AHA, 2015 (Acesso 2017 jun. 28). isp- vel ene: hips//eeguidelines heart orgindex php tales applying: class of recommendstions-and level of eviden: ce-to-lnial-stestepc-interventons-treatments-or dag nostic tstng-in-patint- cael 39900000000 9000990003009999933999399393395339339333 Missa da contin de materiale esterizacio ‘Metodologia de classificacao das praticas recomnendadas Area fisica Praticas recomendlades Localzagao | | Intvoducio | Patica recomenclada Elernentes construtivas, Praticas recomendadas Sola de vecenc20 ¢ fimpeza Aves exclusiva pata plodutos consignados, sala de prepavo e esteilizagiio Avea de estertizacao Sala de desinfecgao quimica Avea te monitoramento do proceso de esterlizagio Sala de armnazenamento € distituicao de rmateriais esterilzados INTRODUCAO MISSAO DO CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZACAO © Centro de Material e Esterilizagdo (CME) tem [por missio prover todos os servigos assistenciais € de diagnéstico de produtos para saide (PPS) proces sados, garantindo a quantidade ¢ a qualidade neces sérias para uma assisténcia segura. Os PPS criticos ever obrigatoriamente ser processados pelo CME; aqueles que pertencem & categoria dos semicriticos € nio eriticos podem, opcionalmente, serem proces- sados no local onde a assisténcia acontece (unidades Aspectos organizacionais do centro de material e esterilizacao neat \cabarnento da consteucao Pratieas recomend Comite de processamento de produto para seiice CPPS. Protica wecormondodt Seguranca do trabalhador do CME Praia recomendaxha Ambientes de apoio Praticas recomendockas Dinamica e fluxo no CME Praia recomendada Gerenciamento de residuos Praticas recomendads LUmpeza ambiental do CME Paaticas recomendadas, Resultados da reviséo sistematica Tereerizaxain do processamente S cousiguados | Referénclas ites), mediante procedimento operacional pa drao elaborado pelo CME! (que se espera como resultado da implementagio das boas priticas recomendadas no processamento dde PPS 60 paciente livre de eventos adversos relacio nnados 20 uso de PPS, incluindo infecgio. METODOLOGIA DE CLASSIFICAGAO DAS PRATICAS RECOMENDADAS: Aspriticasrecomendadas pertinentesatodososca pitulos desta Parte I foram clasificadas pela metodo- logia proposta pelo American College of Cardiology «¢ American Heart Association (ACC/AHA)*, que ca tegoriaa a forga das recomendagdes a qualidade das evidéncias ‘A forga da recomendagio pode ser clasificada em: + I forte, quando o beneficio é muito maior que o + Tia: moderada, quando o beneficio € maior que 0 + lib: fraca, quando o beneficio pode ser de um pou- 0 mator ou igual 20 Fisco; + Ill recomendagdo contrivia, por ser sem beneficio on oferecer rise, 0 nivel de qualidade da evidencia € classificado + Acestudos controlados randomizados de alta qua lidade e metandisesdestes estudos; + B-K estudos controlados randomizados de qual- dace moderada e metanlises destes estudos, + B-NR: estudos nio randomizados bem desenha- dose executados e metanilises estes estudos; + C-LD: estudos nao randomizados com limitagbes quanto a0 desenho e execugio; + C-BO: consenso de opinito de especialstas basea do em experigacia A classificagdo da forga da recomtendagio e da qua: lidade da evidéncia sto independentes, pois hi prit «as fortemente indicadas para as quais nao hé como ‘executar estudos clinicos controlados randomizados, ‘com claro beneficio clinico ou que sio determinadas por normas sanitériasnacionais * AHA. Applying class of recommendations and level of evidence to clinical strategies, interventions, treat ‘mens, or diagnostic testing in patlent cae, In; Guide lines for CPR 8 ECC [Internet]. AHA, 2015, (Acesso 2017 jun, 29), Disponivel em: inips/foceguideines, hheart.org/index php/table/applying-class-of-vecom- ‘mendations-and -level-of evidence-to-linical-strate sics-interventions treatments-or diagnostic testing n-paient-care. nc te Brodin para Se = Oni AREA FISICA © CME tem importancia destacada ha varias dé- cadas tanto do ponto de vista técnico-administrativo quanto econdmico, pela complexidade das atividades executadas, para as quais necessita de condigdes am- bientais eestrutura organizacional adequadas, geran- tindo 2 qualidade do processamento dos PPS. © CME & caracterizado como uma unidade de assisténcia indireta e de apoio téenico para o cuida do ao paciente. A Resolugio da Diretoria Colegiada (RDC) n. 15, de 15 de margo de 2012, da Agéncia Na cional de Vigilancia Sanitéria (ANVISA)’, que regu: lamenta os requisitos de boas prticas para 0 proces- samento de produtos para saide, define o CME como uma tinidade funcional destinada a0 processamento de produtos para said, 0 que consiste no conjunto de agdes relacionadas a pré-limpeza, recepgao, lim: peza, secagem, avaliagéo da integridade © da fun- cionalidade, preparo, desinfecgdo ou esterlizacé, armazenamento edistribuigo para as unidades con sumiddoras dos Servigos de Saide (SS). Embora com finalidade e objetivos claramente de finidos, o CME néo existia no passado como unidade independente ¢ aulénoma como é visto na alvali- dad; era a unidade do Centro Cirurgico (CC) que, slém de centralizar as salas de operagées, também se responsabilizava pelo processamento, inchuindo a ‘sterilizagdo de PPS necessérios para a prestacio de assisténcia a todos os pacientes hospitalizados ou em tratamento ambulatoriaP, A diferenciagio das ativi- dades reaizadas pelo CME ¢ pelo CC, associada a0 intenso desenvolvimento tecnolégico dos ltimos anos ¢ aos avangos do conhecimento no campo da infeccio hospitalr, determinou a separagio dessas ‘duas unidades, tornando o CME uma unidade hospi- talarindependente eautOnoma, que procura atendet ‘gualmente a todas a5 unidades consumidoras, mes- ‘mo aquelas com menor demanda de materiis, mas tio importantes quanto 0 CC. Assim, os hospitals passaram a organizar essa uni dade separadamente do CC; 0s hospitais de grande Porte foram se readequando, na busca da racionali zagio do trabalho ali desenvolvido. CELCECOCECC CECE CECEEE CEGECCEEOCECOCOO € CCECKCCEECEC CECE CE 3909090900090 00996039000830909999339399393959I993393339359I9335 Desde enti, a histéria do CME nos hospitais bra sileizos vem acompanhando 0 desenvolvimento dos Servigns de Saide (SS). No inicio da década de 1940, o CME era organi- ado de forma parcialmente centralizada, response- bilizando-se apenas pela esterilizago dos produtos para satide, enquanto a limpeza, o preparo e o acon- dicionamento desses produtos eram realizados pela cequipe de Enfermagem das préprias unidades de in- ternagio do hospital. J nas ikimas décadas do sé- callo XX, 0 CME passou a ser centralizado, em razio da exigéncia de um local nico e apropriado para o processamento desses produtos, assim como pessoal ‘ais qualificado, uma ver.que os PPS tém se tornado ‘ada vex mais complexos ¢ soisicados, PRATICAS RECOMENDADAS 1. Reconhecer as vantagens do CME centralizado. ~ Forga da recomendagéo: I ~ forte; qualidade da evidéncia: C-EO, Justficativa: o CME centralizado apresenta como vantagens a otimizagéo dos recursos materiais ce humanos; maior seguranga para o trabalhador e para o paciente, pois favorece o desenvolvimento de técnicas seguras ¢ eficientes; malor produtivi- dade; facilidade de supervisio etreinamento; além. deadequagio como campo de ensino e pesquisa 2. Reconhecer as desvantagens do CME parcial- ‘mente centralizado, ~ Forea da recomendagia: I - forte; qualidade da evidéncia: C-EO. Justificativa: as desvantagens esto relacionadas A diversidade de procedimentos executados pelas, unidades usuérias dos PPS nas etapas da limpeza, inspego e preparo, podendo comprometer a ga- rantia da estrilizagto', LOCALIZACAO Sempre que um SS contar com CC, centro-obsté- ‘rico efou ambulatorial, hemodinamica, emergéncia Ass te emgan de alta complexidade e urgéncia, o CME deveré exis tir, podendo localizar-s fora desse SS ou servir-se de ‘empresas tercerizadas de processamentot, desde que tio haja nenhum prejuizo para a qualidade do pro- duto finale sua pronta disponibilizagio. PRATICA RECOMENDADA 1. Garantir a melhor localizagao para o CME, prio- rizando 0 acesso As unidades usuras ~ Forga da recomendagéo: I - forte: qualidade da evidéncia: C-EO. Jusificativa: @ recomendagio clissica € que 0 ‘CMB esteja localizado o mais proximo possivel das uunidades usuérias do PPS ~ especialmente o CC - «também préximo das unidades fornecedoras (a moxatifedo ¢ lavanderia)’. Contudo, atualmente, com a ampliagio do uso de campos cirrgicos, aventais e compressas descartaveis eo aumento de oferta de materiais para pronto uso, essa recomen- dagio vem perdendo forcas. A concepgao contem. porinea mais aceta é que o CME pode se localizar em qualquer local, independentemente da prox rmidade com as unidades consumidorase fornece ddoras, prorizando o espagofisco para o desenval- vimento de seus processos de trabalho. Para isso, deve contar com sistemas de comunicagao geis € competentes, principalmente com as unidades consumidoras, como monta-cargas,elevadores & corredores exclusivos, sem prejuizo na provisio de materiais, especialmente para 0 CC ELEMENTOS CONSTRUTIVOS __ A rea fisica dessa unidade deve ser planejada e construida de formaa atender aos requisitos dos pro ccessos de trabalho que nela sio executados para se gaantir resultados satisfatdrios. PRATICAS RECOMENDADAS 1. Considerar os seguintes critéros para o plane jamento da area fisica do CME: demande dié- ria de produtos a serem processadas, mimero e especificdade de leitos do hospital, existéncia dde CC, quantidade de salas de operagies © mé- dia didria de ciraryias, especalidades ciirgicas « serem atendidas, adogio ou nfo de material de uso tinico, inventatio do arsenal cirdrgico e forma de armazenagem e distribuigio dos pro- utos esterilizados as unidades consumidoras. Adicionalmente, recomenda-se prever uma érea fisica estendida para recebimento, conferéncia € devolugio de materia consignados para aqueles ‘CME de hospitais que realizam cirurgias com 6r- teses, prdteses materials especias, Forga da recomendagao: I~ forte; qualidade da cevidéncia: C-EO, Justificativa: esses critétios influenciardo a di- ‘mensio da area fisica do CME, pelo volume de proclutos para saide a serem processados e arma venados, Segundo Donabedian’, a estraturafisiea devidamente dimensionada &0 ponto-chave para ‘que os processos de trabalho acontegam satisfa- Aoriamente, esultando em produtos gualificados. 0 SS que contar com CC, centro obstéttica elou ambulatorial, hemodinamica, emergéncia de alta complexidade e urgéncia deverd ter 0 CME ov se servir de enypresa terceirizada de processamen {to que siga as normativas da RDC ANVISA n. 15720124 Forga da recomendacio: | - forte; qualidade da evidéncia: C-B0. Justficativa: essa determinagio € da RDC AN- VISA n. 307, publicada em 14 de novembro de 2002%, ¢ pela RDC ANVISA n, 15/2012, tendo «in vista a seguranga do paciente no quesito con- trole de infecgao relacionado a PPS, Reconhecer 4 clasticagio dos CME em classes Tell orga da recomendagio: I ~ forte; qualidade da Justificativa: a RDC ANVISA n, 15/2012, que regulamenta os requisitos de boas préticas para 6 processamento de PPS, classifica os CME em classe Ie Il CME classe I €aguele que “realiza o processamento de PPS nao criticos, semicriticos © aticos de conformagio nao complexa, passiveis de processamento, por exemplo, em consultérios ¢ Unidades Bésicas de Saide” 0 CME classe If € aquele gue “realiza 0 processa- mento de PPS nao criticos, semicriticose crticos de conformagio complexa e no complera, Passiveis de processamento”, Assim, o CME 96 poderd processar proxutos que sejam compatt- veis com sua capacidade técnica operacional de acorda com sua clasificagio. ssa RDC da ANVISA define PPS criticos de conformagio complexa como agueles PPS que possuam li men inferior a cinco milimetros ox com fundo ‘cego,espagos internos inacessiveis para a frieglo direta, reentrancias on valvalas. Como PPS de conformagao nao complexe, estio aqueles cujas superficie internas e externas poctem ser ating das por escovagao durante o processa delimpeaa e tenham diimetros superiores a cineo miline tros nas estruturas tubulares. Para o CME classe I, hd uma série de exigéncias, com destaques para a obtigatoriedade de separar fisicamente a area de recepgio ea area de limpeza dos PPS das demas dteas; poss lavadora ultrassonica com conector para canulados e que utilize tecnologia de fluxo intermitente; dispor de agua purificadas possuir secadora de PPS e pistolas de ar compri- ido medicinal de gis inerte ou ar filtrado, seco « isento de dleo; ter seladoras de embalagens; dentre outras. . Distinguir os cinco setores que, minimamente, os ‘CME classes Ie I dever possi. Forga da recomendagio: I - forte; qualidade da evidencia: C-EO. Os cinco setores sto: ~ Recepgao elimpeza; ~ Preparo eesterilizagio; ~ Desinfecgéo quimica, quando aplichvel = Local para monitoramento do processo de esterilizagio; 1 CE CCE CE CECE OCKCOECEEOHOTCHOOOOONNOS i | CCLCECCKEECCRCERKEEEE 380990060000 99003900939999099999999933939339339393393939359 = Armazenamento ¢ distribuigio de materiais cesterlizados. Justificativa:essas areas so propostas pela RDC ANVISA n. 15/2012!, em consondncia com a RDC ANVISA n. 307/2002, tendo em vista 1 organizagio e a otimizagio do processo de tra balho, asim como a separagio de rea contami nada - destinada a receber materiais sujos, pro ceder a limpeza e secagem dos mesmos - da irea limpa, onde os artigos sio inspecionados, prepa rados,acondicionados, esterilizados, uardadose dlstibuidos, minimizando os riscos de contami- nnagio cruzada", Asdreas do CME classe I deve ser determinadas em fungio da demanda e dos métodos de processamento utiizados, e possuit, no minimo, barreira técnica entre 0 setor sujo € 08 setores limpos', entendida como conjunto de medidas comportamentais dos profissionais de saiide visando & prevengio de contaminacio cruzada entre o ambiente sujo ¢ 0 ambiente tim. po, na auséncia de barreiras fisicas, Para o CME classe Il, conforme citado anteriormente & obri- gatdria a separagio fisica da area de recepgio € limpeza das demais reas SALA DE RECEPCAO E LIMPEZA A sala de recepgio ¢ limpeza éo local mais conta ‘minado do CME, onde se centralizam grande quan- tidade e variedade de materials sujos com sangue, secregies e excregies. AA Grea destinada para recepgéo deve se localizar dentro da sala de recepgio limpeza; ea ére de lim ppeza é onde se realiza alimpeza dos PPS, Praticas recomendadas 1, Na tea para recepgo, dispor de um lavatériosa- bonete liquido, papel toalha e um dispensador de solugio aleodlica em gel a 70% (pIv). Forca da recomendagio: I ~ forte; qualidade da evidéncia: C-£0. Justificativa: possibilitar efacilitar aos trabalha ores a higienizagio frequente das mios, proce dimento eficaz para a seguranga do trabalhador ¢ o controle de contaminagio cruzada, >. Na dea de limpeza, dispor de, pelo menos, uma bancada com dimensdes que permitam a con. feréncia dos materiais; possuir recipientes para descarte de eventuais materiais perfurocortantes, assim como residuo biol6gico’ orga da recomendacio: I ~ forte; qualidade da evidéncia: C-EO. Justficativa: © tamanho da bancada deve ga rantira seguranga do processo; ea existéncia de recipientes favorece o descarte apropriado, redu- zindo 0s riscos ocupacionais 3. Dispor de pontos de égua fria e quente, com a qualidade exigida para os processos de limpeza Forca da recomendacio: I ~ forte; qualidade da evidéncia: C-LD. Justificativa: a RDC ANVISA n, 15/2012! traz recomendagies destacedas para dgua de enxigue dos PPS. A Association for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI)" chamta aten-

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