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q Dey, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL — Notas de Aula — Prof. DSc. Erinaldo Hilario Cavalcante (Colaboragao: Prof. DSc. Michéle Dal Toé Casagrande) Home Page: http:/www.ufs.br E-mail: erinaldo@ufs.br Aracaju — SE, Janeiro de 2006. REZ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL vee, armas MECANICA DOS SOLOS II - Notas de Aula Sumario 1. TENSOES NOS SOLOS 1.1. Tensbes Geostaticas 1.2, Distribuigdo de Tensdes Devido a Aplicagao de Cargas 1.2.1. Tensées de Espraiamento ou Hipstese Simples. 1.2.2. Bulbo de Tensoes. 1.2.3. Distribuigdo Baseada na Teoria da Elasticidade. 1.2.3.1, Solugao de Boussinesq...... 1.2.3.2. Solugao de Carothres. 1.23.3. Solugao de Steinbrenner. 1.2.3.4, Formula de Love 1.2.3.5. Abaco de Newmark 1.2.3.6, Grafico de Fadum.. 1.2.3.7. Grafico de Osterberg 2. CAPILARIDADE 2.1. Definigao 2.2, Teoria do Tubo Capitar 2.3, Férmula Empirica de Hazen .. 2.4, Importancia dos Fenémenos Capilares 3, PERMEABILIDADE 3.1, Definigao . 3.2. Lei de Darcy (1856). 3.3. Coeficiente de Permeabilidade. 3.4. Intervalos de Variagéo do Coeficiente de Permeabilidade.. 3.5. Determinacao do Coeficiente de Permeabilidade. 3.5.1. Férmulas Empiricas.. 3.5.1.1. Formula de Hazen (para areias fofas e uniformes), 3.5.2, Ensaios de Laboratério... 3.5.2.1. Permeametro de Nivel Constante (indicado para solos permedveis: arenosos). 3.5.2.2. Permeametro de Nivel Varidvel (indicado para solas fines: argilosos). 3.5.3. Ensaios de Campo (In Situ). 3.5.3.1, Ensaio de Bombeamento 15 15 16 16 17 17 17 AB 18 18 18 19 19 19 20 20 3.5.3.2. Ensaio de "Tubo Aberto” 20 3.5.3.3, Ensaio de “Tubo Aberto" com Carga Constante 2 3.6. Infléncia da Temperatura no Valor do Coeficiente de Permeabilidade a1 3.6.1, Equagao de Helmholtz. v2 3,7. Permeabilidade em Terrenos Estratificados. 2 3.7.1. Fluxo Paralelo a Estralificagao. 22 3.7.2, Fluxo Perpendicular a Estratificagao ... dd PERCOLAGAO DE AGUA NOS SOLOS 24 4.1, Tipos de Escoamento .. si 4.2, Fluxo Unidimensional 24 4.2.1. Conesito de Carga 24 4.2.2, Tensdes Efetivas em um Solo com Fluxo......... eT 4.2.2.1, Condigao Estatica ar 4.2.2.2, Considerando Fluxo Ascendente 2T 4.2.3. Forga de Percolagao. 28 4.3. Areia Movediga (Quicksand) 28 FLUXO BIDIMENSIONAL ... 1.30 5.1. Equagdo Diferencial do Fluxo (Solo Isotrépico ky = ky) 30 5.2, Resolugao da Equagao de Laplace .. 130 5.3. Método Grafico. 31 5.3.1. Fluxo em um Solo Anisotr6pico (k; + ky): 32 COMPRESSIBILIDADE. 33 6.1, Compressibilidade. 33 6.1.1. Ensaios de Compressao. 34 6.1.1.1. Ensaio de Compressdo néo Confinada 34 6.1.1.2. Ensaio de Compressao Parcialmente Confinada 35 6.1.1.3, Ensaio de Compressao Totalmente Confinado ..... 38 TERIA DO ADENSAMENTO UNIDIMENSIONAL DE TERZAGHI a7 7.1. Adensamento 37 7.2. Grau de Adensamento (U)... 37 7.2.1. Variagdo Linear do indice de Vazios com a Tenséo Efetiva 38 7.2.2. Percentual de Adensamento em Fungao da Poropressao. 38 7.2.3. Coeficiente de Compressibiidade 39 7.3. Dedugdo da Teoria do Adensamento de Terzaghi 29 7,84. Gondigées de Contomo para a Solugéo da Equacao Diferencial do’ Adensamento Unidimensional onl 7.3.2. O Fator Tempo (T). at 7.4. Tabela do Fator Tempo em Fungo do Grau de Adensamento. 43 7.5, Relagées Aproximadas entre os Recalques e o Fator Tempo... ary 7.6. Drenagem sé por uma Face 44 7.7. Ensaio de Adensamento (EDOMETRICO) 44 7.7.1. Principais Resultados do Ensaio de Adensamento. 45 7.7.1.1. Determinagao do Coeficiente de Adensamento (C,) 46 7.7.1.2, Tensao de Pré-Adensamento (6,’)... AT 7.7.1.3, Razo de Pré-Adensamento (RPA) ou Over Conservation Ratio (OCR). a7 7.8. Determinagao do Coeficiente de Permeabilidade (K). 48 7.9. Recalque 48 7.9.1. Determinagao do recalque total. 48 7.9.2. Solos Normalmente Adensados (OCR = 1) AD 7.8.3. Solos Pré-Adensados (a,' > a’) 49 7.9.4, Solos Sub-Adensados (OCR < 1). 50 7.9.8. Adensamento Secundario 50 7.10, Aplicagdo de Drenos Verticais para Acelerar 0 Adensamento.... 50 7.11, Aplicagao de Sobrecargas para Acelerar o Adensamento. nnn 8. RESISTENCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS 52 8.1. Introdugo 8.2, Parcelas da Resisténcia dos Solos. 53 8.2.1. A Resisténcia do Atrto... 8.2.2. A Resisténcia Coesiva... 8.3. Critérios de Ruptura 8.4, Ensaios de Cisalhamento .... 8.4.1. Ensaio de Cisalhamento Direto 58 8.4.2. Ensaio de Compressao Simples (nao confinada) 60 8.4.3. Ensaio de Compressao Triaxial (confinada). 61 9. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. 75 Tensdes nos Solos Mecanica dos Solos I 1. TENSOES NOS SOLOS Qs solos so constituidos de particulas e forcas aplicadas a eles so transmitidas de particula a particula, além das que séo suportadas pela agua dos vazios. Nos solos, ocorrem tensdes devidas a0 peso proprio e as cargas aplicadas. 1.1. TENSOES GEOSTATICAS ‘S40 tensées devido ao peso do proprio solo, = Tensi efetiva (0'): € a tensdo suportada pelos grdos do solo, ou seja, é a tensdo transmitida pelos contatos entre as particulas; " Prasso neutra (1): 6 a pressao da égua, também denominada de poro-pressao 6 originada pelo peso da coluna d’agua no ponto considerado (1 = ye:H): = Tensdo total (a): ¢ a soma algébrica da tensao efetiva (a') ¢ da pressdo neutra (1). Principio das Tensbes Efetivas de Terzagh a) A tensao efetiva, para solos saturados, pode ser expressa por: o'=o-y b) Todos os efeitos mensuraveis resultantes de variagdes de tensées nos solos, como compressao, distorgdo e resisténcia ao cisalhamento sao devidos a variagdes no estado de tensdes efetivas, Exemplo 1: Pressées devidas ao peso préprio do solo sem a influéncia do nivel d'agua. hy % he Ye ie hy 1s eH ‘Sendo y (ou 7) 0 peso especitico aparente = P,/ V (determinado pelo frasco de areia). Exemplo 2: Pressdes devidas ao peso préprio do solo com a influéncia do nivel d’agua Ponto A> 1 =0; 0 =0; 0'=0 NA- hy Ponto B> =0; 0=7,-h; 0" yt ah, Yeat h, Ponto C= 72g O= 7B + Hgts OO Ma (1+ ous Iy) (Yun) =H Bt Hap he ; Prof. Erinaldo H. Cavalcante 1 Tensdes nos Mecanica dos Solos I Exemplo 3: Determinar as tensées totais, tensdes neutras ¢ tenses ofetivas nos pontos A, B, Ce D para o perfil de solo da figura abaixo e tragar os diagramas, Adotar 7. = 1,0 tfim*, Perfil do Solo: Diagrama de Tensdes A NT 15m) 8 y= t7tim® ¢-NA Area amide 3.0m] t= 2ttfim? Aria sturada 36m) tae = NOt Agia 2) Pressbes 9,45 efetivas Resposta: Ponto A Ponto B Ponto C Ponto D o=0 | G=1,7x1,5=2,55 | o=2,55+2,1x3=8,85 | =8,8542x3,6=16,05 f/m? H=0 H=1,0x3=3,0 = 1,0%6,6=6,6 tf fm? 9 | ptao—p=2,55 | o7=8,85-3,0=5.85 | 5116,05-6,6-9,45 of /m? “Pressdes em tim’. Exemplo 4: Resolver o exercicio 1 considerando que a A A camada de areia acima do NA esta 15m B teas 21m? ENA saturada devido & ascenséo capilar 3.0m) Yea = 2th? Adotar yas: = 2,1 tim® para a areia. 3.8m] Yao = 1.0m? Resposta’ Ponto A Ponto B Ponto Ponto D o=0 o=15x2,1=3,15 | 6 =3,15+2,1x3=9,45 | 7 =9,45+2,0%3,6=16,65 M=-1,5x1,0=-1,5 | u=0 =1,0%3=3,0 H=1,0x6,6=6,6 o'=0-(-1,5)=1,5 | o'=315 o'=9,45-3,0=6,45 | o'=16,65-6,6=10,05 "Presses em tflm?. OBS.: A sucgao do solo provoca um fluxo em dirego contraria a gravidade provocando aumento na pressao efetiva Exemplo 5: Resolver o exercicio 2 considerando: a). Inundagao (NA = NT}: b) O nivel d'égua esta 2,0m acima do NT. Respostas: Prof. Erinaldo H. Cavalcante 2 Tensdes nos Mecanica dos Solos I Item a: Ponto A Ponto B Ponto D o=0 o=1,5x2,1=3,15 9,45 | =9,45+2,0x3,6=16,65 a0 H=10x1, Hu H=1,0%8,1=81 o'=0 6,65-8,1=8,55 Item b: Ponto A Ponto B Ponto Ponto D H=2,0 | w=10%x35=35 | w=10x6,5=6,5 H=1,0%10,1=10,1 7 =2,0 | o=245xQ1=515 | o=5,15+2,1x3=11,45 1,45+2,0%3,6=18,65 a'=0 o'=515-35=1,65 | o'=11,45-6,5=4,95 | o'=18,65-10,1=8,55 *Pressées em tfim’. 1.2. DISTRIBUIGAO DE TENSOES DEVIDO A APLICAGAO DE CARGAS NT NT sescavaggo NT a 4 ee oie oot a "bao Aos Plas - A+ dog 0 = tensio devida ao peso préprio do solo; Acs = alivio de tensao devido a escavagao; Ac, fensdo induzida pelo carregamento “a ‘Ao se aplicar uma carga na superficie de um terreno, numa area bem definida, os acréscimos de tensdo numa certa profundidade no se limitam & projegao da area carregada. Nas laterais da area carregada também ocorrem aumentos de tens4o, que se somam as anteriores devidas ao peso proprio. 1.2.1, TENSOES DE ESPRAIAMENTO OU HIPOTESE SIMPLES Uma pratica corrente para se estimar 0 valor das tensdes em certa profundidade consiste em considerar que as tenses se espraiam segundo Areas crescentes, mas sempre se mantendo uniformemente distribuidas. ‘Onde: ¢ ingulo de espraiamento. Solos muito moles $y < 40°; Areias puras $= 40° a 45°; Argilas rijas e duras do = 70°: Rochas $o > 70°, Prof. Erinaldo H. Cavalcante 3 Tensbes nos Solos Mecanica dos Solos I Exemplo 6: Calcular a tensao no plano situado a profundidade de § metros, considerando que a area carregada ter comprimento infinito, Considerar areia pura (( = 40°). 9,89m Bb 100x1,5 9,89 517 f/m? Obs.: Esse método deve ser entendido como uma estimativa grosseira, pois as tensées em uma determinada profundidade nao so uniformemente distribuidas, mas se concentram na proximidade do eixo de simetria da area carregada, apresentando a forma de um sino. Po nr 1.2.2. BULBO DE TENSOES: Denominam-se isébaras as curvas ou superficies obtidas ligando-se os pontos de mesma tenséo vertical. Este conjunto de isébaras forma o que se chama BULBO DE TENSOES ie 7 1.2.3. DISTRIBUIGAO BASEADA NA TEORIA DA ELASTICIDADE Consideram o solo como um material: - Homogéneo: mesmas propriedades em todos os pontos; = Isotrépico: mesmas propriedades em todas as diregdes; ~ Elastico': obedece a Lei de Hooke, E x « (tens6es proporcionais as deformagées). Regime eléstico: as tensde: rescem linearmente com 2s deformagées @ 0 corpo recup Prof. Erinaldo H. Cavalcante 4 Tensdes nos Mecanica dos Solos I 1.23.1. SOLUGAO DE BOUSSINESQ A equagao de Boussinesq determina os acréscimos de tensées verticals devides a uma carga pontual aplicada na superficie. Exemplo 7: Utilizando a solugo de Boussinesq, determinar os acréscimos de presso nos pontos A eB. Solugao: 10 tf nr ; % tg0=— => 0 = 36,87" B 4 ami cos" 0" = 0,298 if /m? A 3 s : 3m oy pence (36,87) = 0,098 f/m’ 7m ao 1.2.3.2, SOLUGAO DE CAROTHRES Determina os acréscimos de tensdes verticais devidos a um carregamento uniformemente distribuido ao longo de uma faixa de comprimento infinito e largura constante. p (tfim2) =2.(senda-cos2f-+2a) PE * S25 bissetriz No eixo da carga tem-se: P (sen2a+2a) © Sendo a em radianos. Exemplo 8: Uma fundago em sapata corrida com 2m de largura é carregada uniformemente por uma tensao igual a 2,5 kgf/cm’, Determine os acréscimos de tensdo vertical (0,) devido ao carregamento em um ponto situado a 3 m abaixo do centro da fundagao. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 6 Tensdes nos Mecanica dos Solos I Solugao: = 2,5 tim? 3m 1.2.3.3. SOLUGAO DE STEINBRENNER Steinbrenner construiu um grafico integrando a férmula de Boussinesq que permite a determinagao deo, a uma profundidade z abaixo do vértice A de um reténgulo de lados a e b (a > b), uniformemente carregado por uma tensao p. (0 Abaco de Streinbrenner é a solugdo grafica da seguinte equagao: 2 arctg|® a(a’ +b?)—2az(R-z) , te On z (@+8)(R-z)-2(R-2) | +2 (a+ Onde: R=a? +b? +2" =p-l (tim) oP az Entrar no abaco: = ¢ => / Abaco —> Caputo, Vol. 2, Cap. 3, Pag. 66 Para o calculo em qualquer outro ponto, divide-se a area carregada em retangulos com uma aresta na posigao do ponto considerado e calcula-se separadamente o efeito de retangulo. o; sera a soma das agées de cada uma das areas. 1.2.3.4. FORMULA DE LOVE Determina o acréscimo de tenséio em pontos ao longo de uma vertical passando pelo centro de uma {rea circular uniformemente carregada. % o.=p-41-|—_. 14(84) ‘Onde R ¢ 0 raio da area carregada e z a profundidade considerada. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 6 Tensdes nos Solos Mecanica dos Solos I 1.2.3.5. ABACO DE NEWMARK Determina o, a uma profundidade z abaixo de uma vertical passando pela aresta da érea relangular. ‘So definidas as seguintes relagdes com os pardmetros me n: b m=2 Zz a e nas Zz Em fungao destes parametros, a solugao de Newmark é: p | 2mm +n? +1 m+n? +2 2mnym? +n? +1 An Vat ata mage ee 4n |e Hl meee +l m+n men +1 Considera-se a tensdo como uma fungéio dos parametros me n e toda a expressao acima pode ser tabelada, de forma que: ¢, =p. , sendo que | se encontra tabelado”. Para 0 célculo em qualquer outro ponto, divide-se a area carregada em retangulos com uma aresta na posig&o do ponto considerado e calcula-se separadamente 0 efeito de ret€ngulo. «, seré a soma das ages de cada uma das dreas, 1.2.3.6. GRAFICO DE FADUM Permite determinar 0 acréscimo de tensdo vertical (a,) sob um carregamento triangular de ‘comprimento finito, Com as indicagdes da figura e o grafico de Fadum®, obtém-se: _ = Aol Sendo: Ao =7xh ‘Onde | 6 um coeficiente dado em fungao de dois parametros m e n que de acordo com a figura sao: b a m=— e@ n=— Zz ® Tabela e ébaco: Souza Pinto pag. 110 ¢ 111 ou Abaco: Mion Vargas pag. 227. Grafica de Fadur Vol 2, Cap. 3 Prof. Erinaldo H. Cavalcante 7 Tensbes nos Solos Mecanica dos Solos I 1.2.3.7. GRAFICO DE OSTERBERG Permite calcular 0 acréscimo de tensfo devido a uma carga em forma de trapézio retangular, infinitamente longo. ‘Com as indicagées da figura € o grafico de Osterberg’, obtém-se: o,=Ao-1 * Grafica de Osterberg: Caputo, Vol 2, Cap. 3. Prof. Erinaldo H. Cavalcante a Tensbes nos Solos Mecanica dos Solos I ABACO DE STEINBRENNER Prof. Erinaldo H. Cavalcante ° ‘Tensdes nos Solos Mecanica dos Solos Il ABACO DE NEWMARK 02s ] oll Ap ox iy » HH oz + om 018 oar 016 098 007 008 095 098 + 0.93 oot eee aul Hl oe 099 = L 3 4 S678et 2 3 4 567801 2.3 4 8678s oa 19 0 Prof. Erinaldo H. Cavalcante 10 s Mecanica dos VALORES DE “I” EM FUNGAO DE “m” e “n” PARA A EQUAGAO DE NEWMARK n= azoum=bie nom] of] 02] 03] 04] 05] 06] 07 | 08] 08 Gt] 0005 | 0008 | O0Ts | O017 | 0020] 0022 | 0240] 0076] Oar 0,2 | 0,009 | 0,078 | 0,026 | 0,033 | 0,039 | 0,043 | 0,047 | 0,050 0,053 0,3 | 0,013 | 0,026 | 0,037 | 0,047 | 0,056 | 0,063 | 0,069 | 0.073 | 0.077 04 | 0.017 | 0,033 | 0,047 | 0,060 | 0,071 | 0,080 | 0,087 | 0,093 | 0,098 0,5 | 0,020 | 0,038 | 0,056 | 0,071 | 0,084 | 0,095 | 0,708 | 0.110 | 0,116 0,6 | 0,022 | 0,043 | 0,083 | 0,080 | 0,095 | 0,107 | 0717 | 0,125 | 0.101 0,7 | 0,024 | 0,047 | 0,068 | 0,087 | 0,103 | 0,177 | 0,728 | 0,107 | 0,146 0,8 | 0,026 | 0,050 | 0,073 | 0,093 | 0,110 | 0,125 | 0,137 | 0,146 | 0,154 0,9 | 0,027 | 0,053 | 0,077 | 0,098 | 0,116 | 0,131 | 0,744 | 0,154 | 0,162 1,0 | 0,028 | 0,055 | 0,079 | 0,101 | 0,120 | 0,136 | 0,749 | 0,160 | 0,168 1.2 | 0,029 | 0,057 | 0,083 | 0,106 | 0,126 | 0,143 | 0,157 | 0,168 | 0,178 7.5] 0,030 | 0,059 | 0,086 | 0,110 | 0,131 | 0,140 | 0,764 | 0,176 | 0,186 2,0 | 0,031 | 0,061 | 0,089 | 0,113 | 0,135 | 0,153 | 0,760 | 0,161 | 0,192 25 | 0.031 | 0,062 | 0,090 | 0,115 | 0,137 | 0,165 | 0,170 | 0,163 | 0,194 3,0} 0,032 | 0,062 | 0,090 | 0,115 | 0,137 | 0,156 | 0,771 | 0,164 | 0,105 5,0 | 0,032 | 0,062 | 0,090 | 0,115 | 0,137 | 0,156 | 0,172 | 0,185 | 0,196 10,0 | 0,032 | 0,062 | 0,090 | 0,115 | 0,137 | 0,156 | 0,172 | 0,185 | 0,196 = | 0,032 | 0,062 | 0,090 | 0.175 | 0,137 | 0,156 | 0,772 | 0185] 0,196 10,0 | 0,205 | 0,216 | 0,230 | 0,240 | 0,244 | 0,247 | 0,249 | 0,250 | 0,250, Prof. Erinaldo H. Ci " Mecanica dos Solos I VALORES DE tz ABACO DE FADUM ALE BEE, Prof. Erinaldo H. Cavalcante nsdes nos Mecanica dos Solos I ABACO DE OSTERBERG b/z=0= —— ~ ane —t 2 ago} — — =. a pot 038 Ls = os < c apo fd pd | 3 z s z | oe 2 oasf 8 tod |! & | fos eof °: gy S 3 10 tit. oy 008 3 4 567600 2 o Prof. Erinaldo H. Cavalcante 13 Mecanica dos Solos I ‘Acréscimo de Tensao devido a Carregamentos de Aterros. Aa, = Ao, +Aa,,+Aa,, | = f(z/by; x1/b1) Is = f(z/bs; Xa/bs) Ao, = o,,(1, +1, +h) lz = f(zibog; X2/ba) eat 1 (Coutcients, (ou, ) pra Vala ex Py (00 by) =19 [-05] 09 [as | 050 | 07s | 099 | 100 | a | as | 20 | 25 00 | 000 [ ooo | 02s | oso | o7s | 099 | 030 | om 000 900 | 990 | 09s | 025 | 04s | 073 | 053 | ox? | os 0.00 200 | o00 | 008 | 026 | oss | os | 037 | os | O40 00 220 | op2 | 0,3 | 026 | oar | oas | 037 | 03s | o33 op 002 | obs | 03s 034 | axe | out | nae | nan ne 053 | ths | 8:6 O28 | os | 0.8 | 028 | oas ops 993 | oos | ous 030 | o20 | ois | cas | cae 006 ons | ons | 013 ots | one | ols ous oor 096 | ons | 010 eto | ou | o10 bao oor 096 | on | os 029 | ons | ops | one | oo8 0.08 003 | 006 | ons 906 | ons | ope | ope | ope 005 ome | o0s | ons 995 | 00s | 09s | eas | ons 05 NOTA: dinténcia x ¢neptva quando a abel € viata pur 6 elo de tees devs 2 um crsgamento wap Ges que nfo estamos coon Sr ‘Cette pan Valores de 2/6, oo o | eas | oa | os | os | ors | ro | as | 20 00 | 100 | 190 [1m | 030 | oo | ono | ono | 000 | op0 ono | 099 | ose | oss | oso | o4¢ | ome | ono | om | op0 025 | 096 | og | os: | oso | oss | om | oar 00 050 | os2 | oye | o30 | o4s | 04s | 03 | one 900 ors | ogy | ost | oae | 4s | ono | os | ons op apo | oss | ost | oa2 | om: | o4o | 03s | cay 003 azs | oas | oa | o38 | o37 | o37 | o32 | 020 pas uso | o4o | o3¢ | os | ose | 033 | oan | oat 006 us | o3s | ose | os: | oat | om | oar | aaa on 20 | 031 j ose | 029 | om | oas | oas | oar ope 300 | o21 | oat | o20 | 020 | o39-| oue | oar 10 4m | on | on | ois | oas | ous | ou | on 010 soo | ous | oas | oz | o12 | oa2 | one | a2 008 600 | on | oa | oto | oxo | 08 oi | cao | o10 | ops wooo | cise | one | ons: | ons | os | ons | cer | 0062 | case Prof. Erinaldo H. Cavalcante 14 Capilaridade 2. CAPILARIDADE 2.41. DEFINIGAO Ascensao da agua acima do nivel freatico do terreno, através dos espagos intersticiais do solo, em um movimento contrario a gravidade, 2.2, TEORIA DO TUBO CAPILAR Onde: P = peso da coluna d’agua; F = forga de ascensao capilar; gua T, = tensdo superficial da agua por unidade de linha de contato entre Agua e o tubo (= 0,0764 gicm para Agua pura e vidro limpo); altura de ascensao capilar; imetro do tubo; eso especifico da agua = Angulo de contato (No caso de agua e vidro limpo este angulo é zero). Tipo de Solo he (em) Valores tipicos de Areia Grossa he<5 altura de ascensao ‘Areia Média Beh <12 capilar, de acordo ‘Areia Fina 12 yp = didmetro efetvo em em, 2.4, IMPORTANCIA DOS FENOMENOS CAPILARES, - Na construgao_de pavimentos rodovidrios: se 0 terreno de fundagéo de um pavimento & constituide por um solo siltoso e o nivel freditico esté pouco profundo, para evitar a ascensdo capilar da agua é necessario substituir 0 material sitoso por outro com menor potencial de capilaridad: - A.contragéio dos solos: quando toda a superficie de um solo esta submersa em agua, nao ha forga capilar, pois a = 90°. Porém, a medida que a gua vai sendo evaporada, vao se formando meniscos, surgindo forgas capilares que aproximam as particulas. - Coeséo aparente da areia imida: se for seca ou saturada a areia, a coesdo se desfaz. Os meniscos se desfazem quando o movimento entre os gros aumenta e as deformagées so muito grandes. = Sifonamento capilar: observado em barragens, o sifonamento capilar consiste na percolagdo da ‘gua sobre o niicleo impermedvel da barragem. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 16 Permeabilidade Mecanica dos Solos 3. PERMEABILIDADE 3.1. DEFINIGAO Capacidade que tem 0 solo de permitir 0 escoamento de agua através de seus vazios, sendo a grandeza da permeabilidade expressa pelo coeficiente de permeabilidade do solo, k. 3.2, LEI DE DARCY (1856) ‘Onde: com que a Agua passa através do solo; lm k, = coeficiente de percolagao; Vp = velocidade real de percolago ou velocidade td oN h, i = gradiente hidréulico. Sold 2 Ah = diferenga de carga (perda de carga por percolagao no comprimento L); L = comprimento de solo na diregdo do ‘escoamento, 3.3, COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE Define-se 0 coeficiente de permeabilidade k como sendo a velocidade média aparente “V" de escoamento da agua através da drea total (sélidos + vazios) da segao transversal do solo, sob um gradiente unitario (i= 1). - Vazao (Q) “Ay Onde: Ay = area de vazios: Q=v-A Onde: v= velocidade aparente de escoamento; A rea da segdo transversal da amostra de solo; veki ‘Onde: k = coeficiente de permeabilidade; Prof. Erinaldo H. Cavalcante 17 Permeabilidade Mecénica dos Solos YA A | Ak, k,-i-A,=k-i-Al A, k ‘Admitindo a proporcionalidade entre as areas @ os volumes, temos que: A_YS, 1 A, y Observacao: - Na prética, é mais conveniente trabalhar com a area total rea média dos vazios; da segdo transversal do que com a - Avelocidade real de escoamento “v," é maior que “V’, pois a area de vazios ‘A,’ é menor que ‘A’ 3.4, INTERVALOS DE VARIAGAO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE pemeabiidade alta. | média | baixa | | 2 2 4 3 we tot TOF 10K orseg) pedreguno | ela | Areas muito fines, sitos,| —argias rmistura de ambos e argila Considera-se impermeavel o solo com k = 1,3 x 10° cms. 3.5. DETERMINAGAO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE 3.5.1. FORMULAS EMPIRICAS 3.5.1.1. FORMULA DE HAZEN (PARA AREIAS FOFAS E UNIFORMES) k=C(d,) Onde: k= coeficiente de permeabilidade (em cris); dio = didmetro efetivo (em cm); C= coeficiente de Hazen (100 < C < 180); Prof. Erinaldo H. Cavalcante 18 Permeabilidade Mecénica dos Solos I 3.5.2. ENSAIOS DE LABORATORIO 35.2.1. PERMEAMETRO DE NIVEL CONSTANTE (INDICADO PARA SOLOS PERMEAVEIS: ARENOSOS) coeficiente ‘k’ é determinado medindo-se a quantidade de agua, mantida a nivel constante, que atravessa em um determinado tempo ‘t' uma amostra de solo de segao ‘A’ e altura ‘L’ conhecidas. ~~a ona L, ul © volume de agua 'V’ que atravessa a amostra em um tempo 't, 6 dado por: veka VoL ee aa 3.5.2.2, PERMEAMETRO DE NIVEL VARIAVEL (INDICADO PARA SOLOS FINOS: ARGILOSOS) A descarga ‘V’ & medida na bureta de seco ‘a. Durante um certo intervalo de tempo dt o nivel decresce de um certo valor dh dV = ~a- dh} + descarga através da bureta sinal negativo devido ao ‘h’ que decresce quando o tempo cresce. E: a = area de segdo transversal da bureta. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 19 Permeabilidade Mecénica dos Solos dV =k-—-A-dt L |-+ descarga através da amostra Dat: ‘ -a a= 1-2 A-dt | inap =|KAxt} nl Da [-2- Ala” kA h inh, -Inh, = (th) 3.5.3, ENSAIOS DE CAMPO (IN SITU) 3.5.3.1, ENSAIO DE BOMBEAMENTO Utiizado para a determinagao “in loco’ da permeabilidade de estratos de areia e/ou pedregulho, situados abaixo do lengol freatico. POGOFILTRANTE _ POGOS TESTEMUNHAS CCURVA DE REBAAMENTO IMPERMEAVEL, 2,3-q:log(x, —x,) 2 x 3.5.3.2, ENSAIO DE “TUBO ABERTO" Este ensaio consiste em cravar um tubo de sondagem no terreno alé a profundidade desejada e enché-lo com Agua, medindo-se a velocidade com que a agua se escoa pelo tubo e se infiltra no terreno segundo superficies esféricas concéntricas, Prof. Erinaldo H. Cavalcante 20 Permeabilidade Mecénica dos Solos I Para uma esfera de raio ' pode-se escrever: 4-a-Mh-r, 3.5.3.3. ENSAIO DE “TUBO ABERTO" COM CARGA CONSTANTE E indicado para terrenos em que a permeabilidade ¢ tAo alta, areias grossas e pedregulhos, de modo a dificultar a medida exata do abaixamento do nivel d’agua. D, Pai e-2- F-h, f Onde: h, Q = vazao (volume de gualtempo) necesséria para manter 0 NA constante (ri fur fanter 0 NA constante (na boca do furo}: NA he = carga hidraulica; = fator de forma depende da geometria do tubo; Para tubos circulares: F = 2,75 * D. 3.6. INFLUENCIA DA TEMPERATURA NO VALOR DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE Quanto maior a temperatura, mais facilmente a agua escoa entre os vazios do solo, devido 4 diminuigao da viscosidade da agua, de forma que ficou estabelecido que os valores de ‘k’ séo sempre referidos a temperatura de 20°C, através da seguinte relagao: Onde: kao = coeficiente de permeabilidade a temperatura de 20°C; Prof. Erinaldo H. Cavalcante 21 abilidade Mecanica dos Solos I k, = coeficiente de permeabilidade a temperatura T; zo = viscosidade da Agua & temperatura de 20°C; y= viscosidade da agua a temperatura de T 3.6.1. EQUAGAO DE HELMHOLTZ ‘A equagao empirica de Helmholtz permite 0 calculo da viscosidade da agua em fungao da temperatura, da seguinte maneira: 0,0178 [” "10,0337 + 0,000227" Com m em g.siem? e T em °C. 3.7. PERMEABILIDADE EM TERRENOS ESTRATIFICADOS Em virtude da estratificagao do solo, os valores de K sao diferentes nas diregées horizontal e vertical. 3.7.1. FLUXO PARALELO A ESTRATIFICAGAO NA Na dirego horizontal, todos os estratos estdo sujeitos ao mesmo gradiente hidrdulico, F=NADtG bt Ty hy Vt AZ hyip A, thy i, A, +k, i, A, DAA, i, i Prof. Erinaldo H. Cavalcante 2 Permeabilidade Mecénica dos Solos I 3.7.2. FLUXO PERPENDICULAR A ESTRATIFICAGAO NA £ ta K, 4% Ly Ke Je | fu h Ka | fi, Ky pm | fbn a 4 Na diregao vertical, sendo 0 escoamento continuo, a vazio através de cada estrato é igual. Portanto: GN HHH = hah +h, +h,+. qn Sabe-se que: qakiAnk 2 Ane Lt L kA ‘Substituindo: Exemplo 9: Para 0 terreno abaixo, determinar os coeficientes de permeabilidade na direcao horizontal e vertical am) Ky=1x10%oms am) K=1x10%cm/s 2m) KE txt0Fomis 3m 1x 10% emis Resolugdo: k,,,, = 0,032 = 3,210" cm/s kyy, = 3,12x10% om/s Prof. Erinaldo H. Cavalcante 23 olagao de Agua nos Solos Mecanica dos Solos 4. PERCOLAGAO DE AGUA NOS SOLOS 44. TIPOS DE ESCOAMENTO - Regime Permanente: nao ha influéncia do tempo. A descarga 6 constante em qualquer tempo. Ex.: Operacao normal de uma barragem de terra. M - Regime Transiente: varia com o tempo. Ex.: Rebaixamento do NA. - Regime Laminar: a trajetéria das particulas é suave. As trajetérias nao se cruzam. - Regime Turbulento: as trajetérias das particulas se interceptam, 4.2. FLUXO UNIDIMENSIONAL, As particulas de um fluido em movimento num meio poroso possuem uma quantidade de energia resultante de trés tipos de trabalho cedidos ao fluido que correspondem a trés tipos de energia: = Energia Cinética: trabalho cedido @ particula de um fluido para aumentar sua velocidade de uma velocidade de referéncia para aquela em que se encontra no momento. - Energia de Pressdo: trabalho cedido @ particula para aumentar sua pressao de um valor de referéncia para sua pressdo no momento. - Energia de Elevagio: trabalho cedido a particula para eleva-la de uma cota de referéncia para sua cota no momento. 4.2.1. CONCEITO DE CARGA E uma medida correspondente a cada parcela de energia. E a energia por unidade de peso do fluido. - Carga de Pressao ou Carga Piezométrica (h,): energia de pressio _u-(b-c)-1_wV |, _# alk, peso do fluido vy, -(b-c)-1 oy, -V Vo Prof. Erinaldo H. Cavalcante 24 olagao de Agua nos Solos Mecanica dos Solos I - Carga de Elevacao ou Carga Altimétrica (h,): energiade elevagio ‘peso do fluido Ys = Carga de Velocidade ou Carga Cinética (h,) by mv’ 2 y? _energiacinética" "/. __m-v' _ pesodo fluido m-g 2-m-g 2g = Carga Total (hy 2 h=h, th +h, a ee Ya 2g RN. Teoria de Bemoulli; hd conservagao da carga total no escoamento de fluides ideais e incompressivels ‘em regime permanente. Ou seja’ h, +h, +h, =cte sh, =hy v2 ye Bag Ma Hea 4 ‘a 28 YF, 2g = Nos escoamentos em meios porosos: hy =h,+h An = perda de carga entre A e B De maneira geral, nos problemas de fluxo em meios porosos, a perda de carga devida a velocidade desprezivel. Assim, pode-se obter: Ha, Ya Fru = hy + he => otal Exemplo 10: ca Prof. Erinaldo H. Cavalcante 25 Percolay de Agua nos Solos Mecanica dos Solos I Exemplo 11: ‘agua Exemplo 12: Fluxo Vertical Descendente [a 06m, ‘SOLO -3,0m| |k=5,0x10" om 3S Nota-se que s6 ha variagao de carga tolal onde ha perda de energia, isto 6, ao longo da amostra de solo, Observacées: + A diego do fluxo 6 determinada pela diferonga da carga total. 0 fluxo 6 dado sempre no sentido da maior carga para o de menor, "Toda a perda de carga acontece no solo; " Qualquer elevagao pode ser selecionada como RN para a determinagao das cargas de elevagao. Exemplo 13: Fluxo Vertical Ascendente wan aa Ham =5,0x1 0" em nets [fem | br=3,6m &_|foom 3 j= hfl=1,2/18=2/3 > v=k-i=0,5x(2/3)=0,33 om/s vy = v/n=(W3)/(1/3) =Lom)s Prof. Erinaldo H. Cavalcante 26 nica dos Solos I de Agua nos Exemplo 14: Fluxo Horizontal 0.3m 03m 06m Ponto B Ponto ¢ Ponto D h.=0,9 =24m hr= 24m hr=2,4m br 4.2.2. TENSOES EFETIVAS EM UM SOLO COM FLUXO Tana in na A a Ile SOLO tee |e ie t 4.2.2.1, CONDIGAO ESTATICA 4.2.2.2. CONSIDERANDO FLUXO ASCENDENTE PontoA | PontoB | Pontoc | PontoA | PontoB Ponto ¢ he=z4h he= he=0 zee he=0 ; hy ztL | heo ztL+h beszel | bezel | byezel | bpezek | hr=ztl bre2tlth + Célculo das Tensdes: 1) Condigao Estatica: Ponto A Ponto C u=0 (2+L) 0 o'=0 FH L-Yy (2th) +742 o=0 on, % OHV aq LFV QZ Prof. Erinaldo H. Cavalcante 27 olagao de Agua nos Solos Mecanica dos Solos 2) Condigao de Fluxo: Ponto A Ponto B Ponto u=0 Baye Heh 2% (ZthL) o'=0 o'=0 "= Yay Lg 2-74(Z+h+L) o=0 Cte 2 oar bret 4.2.3. FORGA DE PERCOLAGAO de Percola o(S)=% f= perda de carga =Y AL = gradiente hidraulico; Forga de percolagao por unidade de volume A rea da segdo transversal, E uma forgam que atua nas particulas, tendendo a carregd-las. S6 nao o faz porque o peso das particulas a ela se contrapée, ou porque a areia é contida por outras forgas externas. 4.3. AREIA MOVEDICA (QUICKSAND) Quando uma areia é submetida a uma condigao de fluxo que resulta em tensdo efetiva nula, a resisténcia do solo torna-se zero, ha um afofamento do material, rompe-se 0 equilibrio dos graos e solo experimenta uma situagao de instabilidade. A tensao efetiva 6 nula quando a pressao neutra se iguala a tensdo total. Para que isto ocorra cexistem duas situagdes: 41) Na existéncia de um fluxo ascendente de tal magnitude que a resultante das et Forgas [peso do solo — (empuxo + forga de percolagao] seja nua; f+ 2) No caso de uma areia fofa saturada ser submetida a um choque (ou vibragdes) | | que provoque um sibito decréscimo de volume e a transferéncia da tensfo efetiva P para a pressao neutra. v Onde: E=Ly, A fahycA (peso do solo saturado) (empuxo) ( forga de percolagao) gradiente hidrdulico necessario para provocar a condicao de areia movedica pode ser determinado por: Prof. Erinaldo H. Cavalcante 28 olagao de Agua nos Solos Mecanica dos Soles I P-(E+f)=0 Yo AL(7p AL thy, A)= Lars (Yano) b= PKs Lit . de forma que um gradiente hidraulico unitério causaré condig&o de areia movediga em um solo nao carregado. 86 ocorre 0 estado de areia movedica quando o gradiente atua de baixo para cima, No sentido contrario, quanto maior gradiente, maior a tensao efetiva, © combate a situacdo de areia movediga pode ser feito reduzindo-se o gradiente hidrdulico ou ‘aumentando-se a tenso sobre a camada susceptivel. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 29 Fluxo Bidimensional Mecanica dos Solos Il 5. FLUXO BIDIMENSIONAL, Em geral, 0 fluxo de gua através do solo é tridimensional. Consideremos um “elemento” de solo no plano e que o fluxo através dele seja bidimensional. 5.1, EQUAGAO DIFERENCIAL DO FLUXO (SOLO ISOTROPICO Kx = Ki) ah Bh Hh oh ax Oy? Esta 6 a equacao geral do fluxo ou Equacao de Laplace, para o plano, segundo a qual se rege 0 movimento dos liquidos em meios porosos. A solugao da Equacao de Laplace 6 representada por duas familias de curvas (linhas equipotenciais ¢ linhas de fluxo) que se interceptam ortogonalmente formando a chamada Rede de Fluxo. + Rede de fluxo: representagdo grafica dos caminhos percorridos pela agua. & constituida por linhas de fluxo (trajetérias das particulas) e por linhas equipotenciais (linhas de igual carga total). + Canal de Fluxo: regido entre duastinhas de fuxo tinea rss + Perda_de Carga: na rede de fuxo, a perda de carga enire dues lnhas equpotencais € igual a uma cerla nes Easels quantidade “Ah” da perda de carga total “h’ 5.2, RESOLUGAO DA EQUAGAO DE LAPLACE (Os métodos para a determinagdo das redes de fluxo sao: a) Métodos Analiticos: resultantes da integragao da equacdo diferencial do fluxo. Somente aplicavel ‘em alguns casos simples, devido a complexidade do tratamento matematico. b) Solucdo Numérica: aplicagao de métodos numéricos para a solucdo da Equacéo de Laplace através de programas de computador. Ex: Método dos Elementos Finitos: criada uma rede de elementos finitos, pode-se calcular com razoavel preciso a carga total em cada ponto. ©) Modelos Reduzidos: consiste em construir num tanque com paredes transparentes um modelo reduzido do meio que vai sofrer percolacao. d) Solug&o Grafica: 6 o mals comum dos métodos (Rede de Fluxo). Para qualquer método adotado € necessario definir previamente as condigdes limites (de contorno) do escoamento que geralmente sao: = Superficie de entrada e superficie de saida: linhas equipotenciais. = Linha de fluxo superior e linha de fluxo inferior Prof. Erinaldo H. Cavalcante 30 Fluxo Bidimensional Mecénica dos Solos I Exemplo 15: 2: linha equipotencial 6-7: linha equipotencial 2-3-4 ~5—6: linha de fluxo superior 8-9: linha de fluxo inferior Rocha Impermeavel 5.3, METODO GRAFICO Consiste no tragado, & mao livre, das diversas possivels linhas de fluxo e equipotenciais. As linhas equipotenciais cortam as linhas de fluxo segundo Angulos retos, onde os elementos gerados so aproximadamente quadrados. Arrede de fluxo define: = Ndimero de canais de fluxo (Nj); = Namero de faixas de perda de potencial (Ns). Para uma rede de figuras “quadradas” A Q Ah=—; sQ=s wy Ao Ny Ah ih LON, -L AQ=k-i-A N, N, ok he =k-h.c * Ver figura a seguir. ]Q ny," Q NL, Exemplo 16: Calcular a vazo de agua que atravessa o solo por baixo da cortina de estacas. c=50 Cortina de { Ea estacas Proncha N=4 N,=8 “i h = 900-150 =750 cm © =5000 cm 6 4 Q=(0,5x10 ) «7505000 x5 Q=0,94 cm*/s Rocha Impermedvel Prof. Erinaldo H. Cavalcante at Fluxo Bidimensional Mecanica dos Solos I 5.3.1. FLUXO EM UM SOLO ANISOTROPICO (Kx # Ky): oh 4, Fh kK, 22 Bet hy Bay Equagao bidimensional do fluxo, em um meio saturado © com fluxo estacionério. No caso em que os coeficientes de permeabilidade ndo sejam iguais nas duas diregies (k, = ky), a8 linhas no sao mais perpendiculares as equipotenciais. Para o tragado da rede de fluxo nesta situagao, recorre-se a uma transformagao do problema. Efetua-se uma alteragao de escala na diregao x Segao Real ‘Segao Transformada ti ZS Azaxc KY hag = hy i k= kk, ‘A permeabilidade na dlregao horizontal tende a ser maior que a vertical Prof. Erinaldo H. Cavalcante 32 Compressibilidade Mecanica dos Solos 6. COMPRESSIBILIDADE 6.1. COMPRESSIBILIDADE Propriedade que tém os materiais de sofrerem diminuigao de volume quando thes sao aplicadas forgas externas, Uma das principais causas de recalques 6 a compressibilidade do solo, A variago de volume dos solos por efeito de compressao é influenciada pelos seguintes fatores: granulometria, densidade, grau de saturagdo, permeabilidade © tempo de ado da carga de ‘compressao, A influéncia de cada um destes fatores ¢ do seu conjunto sobre a compressibiidade pode ser simulada de forma didatica pelo Modelo Analégico de Terzaghi Euros ak A BD reciente [> indetormavel py onvel No Mois 7 Analogia: + As molas representam a estrutura do solo. Molas resistentes e/ou previamente comprimidas representariam um solo mais compacto ou mais rijo e vice-versa. + Os furos no émbolo representam os vazios do solo. Furos de pequeno diametro so andlogos a uma estrutura de vazios muito pequenos como os de argila (solo com baixa permeabilidade), furos grandes se aproximam de areias ou pedregulhos (solo com alta permeabilidade), + A gua representa a agua nos vazios do solo. O recipiente totalmente cheio representa um solo saturado. Descreve-se a seguir algumas experiéncias a partir da compressao do émbolo. 1° experiéncia: - Furos fechados e 0 recipiente cheio (S = 1); [Pao - Aplicada uma carga “P" de compressao e sendo a agua incompressivel, toda a carga seré absorvida pela agua. WZ Assim: o 0 experiéncia: ~ Furos abertos ¢ 0 recipiente cheio (S = 1); ~ Aplicada a carga “P*, esta de imediato (t = 0) se transmite a agua. Como a agua pode escapar pelos furos ocorre um processo de deformacao por compressdo, as molas vao se comprimindo e, Prof. Erinaldo H. Cavalcante 33 Compressibilidade Mecanica dos Solos conseqiientemente, absorvendo a deformacéo. ~ O processo finaliza, a Agua deixa de sair e as molas ndo se deformam mais, quando toda a carga "P” tiver sido transferida da égua para as molas. ty >M=0; o'=0 o- u(t) Au=u(t)- Hy Condlu 1s: No solo real, & medida que o processo de compressio ocorre, ha uma transferéncia de too pressao da agua para a estrutura sélida dos solos e a tensdo total vai se transformando em tensao efetiva, do que decorre a deformagao do solo, E quanto menos permesvel for 0 solo mais demorado seré o processo de compressao e vice-versa. 3° experiéncia: = Furos abertos e o recipiente parcialmente cheio (S + 1); - Aplicada a carga “P’, esta sera transmitida as molas de imediato. A deformagao sera rapida porque se trata da expulsao de ar dos vazios. = Expulso 0 ar e tendo encostado o émbolo na agua, o processo passaré a ter as caracteristicas, da 2* experiéncia. 6.1.1, ENSAIOS DE COMPRESSAO As propriedades de compressibilidade dos solos podem ser definidas a partir de ensaios de compresso, que podem ser classificados de acordo com o grau de confinamento, ou seja: - Nao confinados; + Confinados parcialmente; = Confinados integralmente. 6.1.1.1, ENSAIO DE COMPRESSAO NAO CONFINADA Este ensaio também é chamado de ensaio de compressao simples ou compressao uniaxial. O ensaio consiste na moldagem de um corpo-de-prova cilindrico @ no seu carregamento pela agao de uma carga axial. A carga é aplicada em uma Unica dire¢do, dando liberdade ao corpo de prova para deformar-se nas outras diregdes sem qualquer restrigao. an Prof. Erinaldo H. Cavalcante 34 Compressibilidade Mecanica dos Solos Registrando-se as tensées no plano horizontal (carga dividida pela area da segao transversal) pela deformagao longitudinal, a, obtém-se a seguinte curva: © solo nao é um material elastico, mas admite-se freqtientemente um comportamento elastico-linear para 0 solo, definindo-se um médulo de elasticidade, , para um certo valor de tenséo e um coeficiente de Poisson, v. 6.1.1.2, ENSAIO DE COMPRESSAO PARCIALMENTE CONFINADA, E normaimente conhecido como ensaio de compressao triaxial. Neste caso aplicam-se, além da tensdo axial, presses laterais que impedem parciaimente a liberdade de deformagao. Em geral, 0 corpo-de-prova ¢ cilindrico, com retagéo alturaldiémetro (hid) minima igual a 2.5. © médulo de elasticidade do solo depende da pressao a que o solo esta confinado. Tal fato mostra como ¢ dificil estabelecer um médulo de elasticidade para um solo, pois na natureza ele esta submetido a confinamentos crescentes com a profundidade. © ensaio consiste inicialmente na aplicacao de uma pressao confinante hidrostatica (3), depois se mantendo constante a pressdo confinante, aplica-se acréscimos Acna dire¢do axial. Durante o carregamento medem-se, em diversos intervalos de tempo, o acréscimo de tensao axial que esta atuando e a deformagao vertical do corpo-de-prova. Adiante esse assunto voltard a ser discutido, no item referente @ Resisténcia ao Cisalhamento dos Solos. Presséo axial “_Pistdo Placa imnecmesivel amare com sarede LL ene Pressc asta o/s Membrane de borracho of es, Ms “ Seca meses! Tr Notas: "Como ordem de grandeza, pode-se indicar os valores apresentados na tabela a seguir, como médulo de elasticidade para argilas sedimentares saturadas, em solicitagées répidas, que nao permite a drenagem da mesma, Prof. Erinaldo H. Cavalcante 36 Compressibilidade Mecanica dos Consisténcia Médulo de Elasticidade (MPa) Muito mole <2,5 Mole 2545 Consisténcia Média 5a10 Rija 10.220 Muito Rija 2040 Dura > 40 + Para as arcias, os médulos de elasticidade que interessam sao os correspondentes & situacao drenada, pois a permeabilidade ¢ alta em relagao ao tempo de aplicagao da carga. Os ensaios devem ser feitos com confinamento dos corpos-de-prova. A tabela a seguir mostra uma ordem de grandeza de seus valores, para pressao de confinamento da ordem de 100 kPa: Descrigao da Areia Médulo de Elasticidade (MPa) ‘Compacidade Fofa ‘Compacta Aveias de gros frageis, angulares 15 36 Areias de gréos duros, arredondados 55 100 6.1.1.3, ENSAIO DE COMPRESSAO TOTALMENTE CONFINADO ‘Também chamado de ensaio de compressao edométrica, Neste caso, 0 corpo-de-prova a comprimir € colocado dentro de um recipiente (anel) indeformavel, sendo aplicada extemamente a tensao axial. O anel impede qualquer tendéncia de deformagao lateral ¢ o confinamento ¢ total Neste ensaio as tensdes laterais so desconhecidas, Essas tensdes so geradas em decorréncia da aplicagao da tensao axial e pela conseqiiente reagao das paredes do anel edométrico. ‘As amostras, geralmente indeformadas, podem ser coletadas em blocos ou com auxilio de tubos amostradores de paredes finas, denominados tubos Shelby. Muito cuidado deverd ser tomado para que a amostra no sofra nenhum tipo de perturbagao desde a coleta até a moldagem e laboratério. Se for perturbada a amostra, pouco ou quase nada se podera extrair sobre 0 comportamento do solo no seu estado natural. Este ensaio simula 0 comportamento do solo quando ele 6 comprimido pela agao do peso de novas camadas que sobre ele se depositam (Ex.: quando se constréi um aterro em grandes areas). (© ensaio de adensamento é realizado de acordo com a Norma MB 3336 (1999). O ensaio é geralmente realizado em 6 a 10 estagios de carregamento, sendo que cada estagio dura ao menos 24 horas. O descarregamento ¢ feito em 4 a 6 estigios, seguindo os mesmos procedimentos de leitura empregados quando da aplicagao dos estagios de carregamento, Portanto, um ensaio edométrico completo dura ao menos uma semana. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 36 Anexo 2 — Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos 7. TERIA DO ADENSAMENTO UNIDIMENSIONAL DE TERZAGHI 7.4. Adensamento E um proceso lento e gradual de redugao do indice de vazios de um solo por expulsao do fluido intersticial e transferéncia da pressao do fluido (agua) para o esqueleto sélido, devido a cargas aplicadas ou ao peso proprio das camadas sobrejacentes. Compactacio: processo manual ou mecanico de redugao do indice de vazios, por expulsao do ar. Hipéteses simplificadoras admitidas por Terzaghi: (O desenvolvimento da Teoria do Adensamento se baseia nas seguintes hipéteses: + Qsolo é homogéneo e completamente saturado; + Agua e os graos sao incompressiveis; - Oescoamento obedece a Lei de Darcy e se processa na dirego vertical; =O coeficiente de permeabilidade se mantém constante durante 0 proceesso; +O indice de vazios varia linearmente com o aumento da tenséo efetiva durante 0 processo do adensamento. - Acompressao 6 unidirecional e vertical e deve-se a saida de agua dos espacos vazios; - As propriedades do solo nao variam durante o adensamento, 7.2, Grau de Adensamento (U) E a relagao entre a deformago (c) acorrida num elemento numa certa posigao ou profundidade z, num determinade instante de tempo t e a deformagao deste elemento quando todo 0 processo de adensamento tiver ocorride (2), ou seja: use oO) e A deformagao instantanea do elemento pode ser expressa através da relagdo entre a variagdo da sua altura (AH) e sua altura inicial (H). =a Oy ‘A deformagao final do elemento devida ao acréscimo de tensao pode ser expressa pela equagdo seguinte: @) re Prof. Erinaldo H. Cavalcante 37 Anexo 2 ~ Teoria do Adensamento Mecénica dos Solos I Num instante t qualquer também, o indice de vazios sera “e” e a deformacao correspondente ocorrida até aquele instante sera: o te; (4) ‘Substituindo-se (4) e (3) em (1), obtemos: tet ace A meee, 6) 7.2.1. Variagdo Linear do indice de Vazios com a Tenséo Efetiva Um elemento de solo que esta submetido a tensao vertical efetiva a’, com seu indice de vazios e;, ao ser submetido @ um acréscimo de tensdo Ac, surge instantaneamente uma pressao neutra de igual valor (u), @ nao ha variagdo no indice de vazios. Progressivamente, a pressao neutra vai se dissipando, até que todo o acréscimo de pressao aplicado seja suportado pela estrutura sélida do solo (a2'= 0y"+ Aa) @ 0 indice de vazios se reduz a ex. Por semelhanga dos tridngulos ABC e ADE, tem-se eye AB BC oo} @12¢2 AD” DE” op -0; O Da equagao (6) conclui-se que 0 Grau de Adensamento ¢ equivalente ao Grau de Acréscimo de tensdo efetiva. 7.2.2, Percentual de Adensamento em Fungao da Poropressao No instante do carregamento: or’ -0y" =u, No instante t: 02-0" =U €0"-0 Prof. Erinaldo H, Cavalcante 38 Anexo 2 ~ Teoria do Adensamento Mecénica dos Solos I U, = 1 Boe a” 2-01 ‘Temos, portanto, quatro expressdes disponiveis para 0 célculo do Grau de Adensamento dos solos. 7.2.3. Coeficiente de Compressibilidade Considerando linear 0 comportamento da curva indice de vazios x tenso vertical efetiva, pode-se definir a inclinagéo da reta corespondente como um coeficiente que dé indicagses da compressibilidade do solo, Esse coeficiente ¢ denominado Coeficiente de Compressibilidade vertical, ,, definido conforme a equagao: eineg__eimeg__ oo ®) 02-0; 92-0, do Como a cada variagao de tensdo efetiva corresponde uma variagao de pressao neutra, de mesmo valor mas de sentido contrario, pode-se dizer que: oe aaa (9) 7.3. Dedugo da Teoria do Adensamento de Terzaghi 0 objetivo ¢ determinar, para qualquer instante de tempo e em qualquer posigdo da camada que esta adensando, 0 Grau de Adensamento, ou seja, as deformagées, os indices de vazios, as tensées efetivas e as pressdes neutras correspondentes, Considere 0 elemento de solo submetido ao proceso de adensamento indicado na figura a seguir. 0 fluxo tridimensional num solo saturado, sem variagao volumétrica, é dado por: nw my ah) ath) PL hy oy dye (10) No adensamento, ha variagao de volume e admite-se que o fluxo 86 ocorre numa dirego, a vertical, uma vez que a gua e as particulas sélidas so consideradas incompressiveis. A equagao do fluxo neste caso sera’ Prof. Erinaldo H, Cavalcante 39 Anexo 2 ~ Teoria do Adensamento Mecénica dos Solos I (1) A variagao de volume do solo é expressa em termos de variagao de seu indice de vazios, conforme segue: pig wae 4 dx. ay. de re dy dz Volume de sélidos pipet i Volume de vazios =;° adyaz; Volume total Assim, a variagao de volume com o tempo é dada por: (12) conde %2% ¢ igual ao volume de sbidos, que ndo varia com o tempo. Igualando-se (12) a (11), obtemos: = 13) So a carga que excede a hidrostatica provoca fluxo, Portanto, a carga h pode ser substituida por u dividida pelo peso especifico da agua (y,). Vimos também, da equagao (9) que de = a,.du. Assim, temos: (14) A parcela 1) reflete caracteristicas do solo tais como permeabilidade, porosidade e (15) Logo, a equacdo diferencial do adensamento assume a seguinte expressao: Aw Oa a (16) ‘A equagao (16) expressa a variago da pressao neutra, ao longo da profundidade, no decorrer do tempo. A variagao da pressao neutra esta associada & variagao das deformagoes, Prof. Erinaldo H, Cavalcante 40 Anexo 2 ~ Teoria do Adensamento Mecani 7.34. Condigées de Contorno para a Solugéo da Equacao Diferencial do Adensamento Unidimensional i) Hé completa drenagem nas duas extremidades da amostra; Paraz=0 ez=2Hs= Us= (drenagem no topo e na base) li) A sobrepressdo neutra inicial, constante ao longo de toda a altura, é igual ao acréscimo de pressao aplicado. Inicialmente (t = 0) toda carga é transferida para a gua (U = Unica). NOUIZAN tI Na integragao da equagao diferencial (16), a variavel tempo "t’ aparece sempre associada ao c, € & maior distancia de percolago, ou seja: c tl oT a7 O simbolo “T” ¢ denominado de Fator Tempo. T é adimensional, t 6 expresso em segundos, Hy em ‘om ec, em emis. © resultado da integracaio da equagao (16) para as condigdes de contomo acima definidas ¢ dado pela seguinte expressao: (18) onde M=5(2m+1) @ U; expressa o Grau de Adensamento ao longo da profundidade “2”, A expresso (18) revela que quanto mais proximo um elemento se encontra das faces drenantes mais rapidamente as presses neutras se dissipam. 7.3.2. O FATOR TEMPO (T) Para o problema do adensamento unidimensional, as condigées limites s40 as seguintes: a) Existe completa drenagem nas duas extremidades da amostra; b) A pressao neutra inicial, em t = 0, 6 constante ao longo de toda a altura, sendo =o". E para t =< tem-se o'= 7, constante ao longo da altura. Numa extremidade Z=0 ¢ na outra Prof. Erinaldo H, Cavalcante a Anexo 2 ~ Teoria do Adensamento Mecainica dos Solos I 2=2-H,, sendo Hy a metade da espessura da amostra H. Hy indica a maior distancia de percolagao da agua, Drenagem Dupla: Drenagem Simples: instante t Instante t Instante t 2H6 A Figura seguinte mostra a solugdo da equacao (18) para diversos tempos apés a ay 1980 do ‘carregamento. Ela indica como a pressao neutra se encontra ao longo da espessura para diversos instantes apés 0 carregamento, a partir de curvas correspondentes a diversos valores do Fator ‘Tempo (T). Essas curvas so chamadas de isécronas (mesmo tempo). As curvas também mostram ‘como as deformagdes ocorrem muito mais rapidamente nas proximidades das faces de drenagem do {que no interior da camada 88,15 afte 9, nie O1 02 03 04 08 06 o7 08 08 10 Porcentagem de adensamento, U, © recalque que se observa na superficie do terreno é 0 resultado da somatéria das deformagdes dos diversos elementos ao longo da profundidade. Portanto, se calcularmos a média dos Graus de ‘Adensamento, ao longo da profundidade z, obteremos 0 Grau de Adensamento médio, que & dado pela equacao 19. Prof. Erinaldo H, Cavalcante 42 Anexo 2 ~ Teoria do Adensamento Mecénica dos Solos I Exemplos: ParaT=040ez=Hy => U,=0,52; ParaT= 04002 1,5 Hi=> U:=067. vee U também ¢ denominado de Porcentagem de Recalque, visto que ele indica a relacdo entre o recalque sofrido pela camada até o instante ‘t’ considerado e o recalque total provocado pelo carregamento. A Figura seguinte mostra graficamente a curva de variagéo da porcentagem de adensamento para diversos valores do Fator Tempo T, o mesmo sendo apresentado na Tabela 8, eT (19) Percentagem de recalque, U seeae 01 02 03 04 05 06 o7 08 Fator tempo, T 7.4. TABELA DO FATOR TEMPO EM FUNGAO DO GRAU DE ADENSAMENTO Tabela 8 Fator Tempo em funcao da Porcentagem de Recalque por Adensamento pela Teoria de Terzaghi Ue T Ue T UT T UT T Ue T. 1 [noo [21 | oaa6 [at [oreo [02a at [os 0.000322 | “0.038042 [0.138 [62 | “0307-82 [ 0.610, '3_| 0.000723 [0.041543 [0.74563 [0.3i@ | a3 0.633 ‘4 | -0.0013_ 24 [0.045244 0.75264 [0.32924 | 0.658. | 0.002025 [0.049145 [0.75965 [0.34085 [0.684 6 | -0.0028- [26 [0.053146 [0.16666 [0.351 | 86 [ori 7 | 0.003827 [0.057247 [0.47367 [0.364 a7 [0.742 ‘| -0.0050- 28 [0.061648 otat_—68 [0.37788 [ora a A 10—|-0,0078-|-—30 [0.0707 50_|~o.ta7_|- 70 [0.40390 | 0.848. ti] 0.0095 Jat [0.075551 0.20871 | oate far .a0t 12 [0.0113 | 32 [0.080452 [0212 | 72 [04st] 920.938 43 | -0.0133 J —33 [0.0855 [530.221 73 [0.445 [93 [0.902 44|-0,0154 | 34 [0.0908 —54_[~ 0.23074 [0.461 | 94 [1,054 15 __|-o.0177- | 35 [0.0962 [55 [0.23075 | o477_| 95 [1.128 16 | 0.0201 | —36 [0.102 56 [0.248 | 76 [0.49396 [1.219 17_| 0.0227 | 37 [0.108 57__| 0.25777 _|_0.510_|_97__| 1.335 18_|~0,0254 | —~38 [0.113 58__[ 0.266] 78 [0.528 | 98 [1,500 19 | 0.0283 | 39 [0.119 ||_59 [0.27679 _|0.547 [99 [1.781 20 [00314 [40 | 0126 | 60 | o2er | a0 | ose7 | 100 © Prof. Erinaldo H, Cavalcante 43 Anexo 2 — Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos 7.5, Relagdes Aproximadas entre os Recalques e o Fator Tempo Duas equagées empiricas ajustam-se muito bem @ equagao tedrica do adensamento de Terzaghi, cada uma a um trecho dela, Sao elas: a u~@ | 7 ~ Quando u <60% > T= uv 0 2 50__|_ 0,197 90 |_0.848 = Quando U> 60% -» 1 =~0,9332log(1—U) —0,0851 100 *Ver tabela no tem 7.6. 7.6. Drenagem sé por uma Face Na pratica, pode ocorrer também que s6 uma das faces soja permedvel, enquanto a outra pode ser uma argila rija ou uma rocha impermedvel. A solugao para este caso ¢ igual a situagao anterior (drenagem por ambas as faces da camada), Basta apenas que s6 se considere a metade do grafico que relaciona a percentagem de recalque a profundidade, pois na solucdo original, a linha intermediaria (z = H,) delimitava as regides do fluxo de gua, Acima dela, a agua percola para cima e abaixo dela a agua percola para baixo. Havendo drenagem s6 por um lado, Hy passa a sera espessura da camada, que é também a maxima distancia de percolagao. Comparando-se as duas situagdes (dupla face de drenagem com simples face de drenagem), para uma mesma espessura de camada, conclui-se que o valor total do recalque é 0 mesmo, porém, quando existe uma sé face de drenagem, o tempo em que ocorre o valor do recalque 6 quatro vezes maior do que quando a drenagem se faz nos dois sentidos (ver equago 17). 7.7. ENSAIO DE ADENSAMENTO (EDOMETRICO) © ensaio de adensamento tem por objetivo a determinagao experimental das caracteristicas do solo que interessam a determinago dos recalques provocados pelo adensamento. + Apareiho utlizado: edémetro; core Pea poss + A.amostra geralmente 6 indeformada e com altura pequena em relagao ao diémetro; ae i Sock 7 + Ramosra 6 confnada por um ancl rio 9 denagom & pl i feita por duas pedras porosas (superior e inferior); Fre de dronager = Aplicam-se varios estagios de cargas verticais: (1/10; 2/10; 4/10; 8/10,...) kgflom?. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 44 Anexo 2 — Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos "Cada estagio de carregamento deve durar tempo suficiente a dissipago de “praticamente” todo 0 ‘excesso de pressao noutra, As deformagées sao registradas no extensémetro em t = (0s; 15; 30; ‘Amin; 2; 4; 8; 16; 32...) No final de cada estagio as tensées so praticamente efetivas, ou seja, 0! A cada estagio de carga corresponde uma redugao de altura da amostra, a qual se expressa segundo a variagao do indice de vazios. (1), Quando o material retirado do campo, sofre um allvio de tensées. No laboratério, reconstitul-se as Curva de recompressto (1) condig6es de campo iniciais. Reta de compresso (2) Corresponde 4 primeira compressao do material em virgom (2) sua forma geolégica. ‘Adensamanto ‘secundio (3) (3) Ocorre, quando 0 excesso de presséo neutra & logo’ praticamente nulo =O e a tensdo efetiva é ‘Adonsamento, ‘Adensamento primario ‘secundério praticamente igual a tensdo total o' = Inicial Final V=Hy-A V,=Hy-A __ & e Hy Hy Vv, e | ee lte l+e, l+e, . H,-A Hod Hy => H,(I+e,)=H, (1+e,) Ite, l+e, H, (l+e)—H, > &; =———|_ — | (Indice de vazios final para cada estagio de carga) H. (ln Pe i ga) 0 7.7.1, PRINCIPAIS RESULTADOS DO ENSAIO DE ADENSAMENTO a) Para cada estagio de carregamento: * Cy (Coeficiente de adensamento vertical): determinados pelos métodos de Casagrande Taylor. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 45 Anexo 2 — Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos b) Com os resultados dos estagios: = indice de conressio (C2): C. 6 a incinagao da reta de compressao virgem. Alogo “Considerar Ae = €, —e, + Coeficiente de campsites (8s): “Considerar Ae Ao" 7.7.1.1, DETERMINAGAO DO COEFICIENTE DE ADENSAMENTO (Cy) (1), Método de Casagrande: | | t testy too too log bo U=50% — T=0,197 0,197-H,” bo Altura do corpe-de-prova (H) Sendo 0,197 0 Fator Tempo correspondent a 50% de adensamento, ts) 0 tempo em que ocorreu 50% de recalque © H, a metade da altura média do corpo-de-prova (com drenagem pelos dois lados). (2) Método de Taylor: Baseia-se em uma curva da altura do corpo-de-prova em fungo da raiz quadrada do tempo. Do inicio do adensamento primério, traga-se uma reta com abscissas iguals a 1,15 vezes as abscissas correspondentes da reta inicial. A intersecgdo dessa rela com a curva do ensaio indica 0 ponto em que teriam ocorrido 90% do adensamento. {U=90% > T=0,848 c= 2848: Hy = |G Altura do corpo- de-prova (em) bog Prof. Erinaldo H. Cavalcante 46 Anexo 2 — Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos 7.7.1.2. TENSAO DE PRE-ADENSAMENTO (o4') E a maxima tensao efetiva pela qual o solo foi submetido no passado (est na “meméria” do solo). (1) Método de Casagrande: Determinagao de o, = Prolongar a reta virgem; = Pelo ponto de curvatura maxima, tragar horizontal, tangente e bissetriz; o,,' 6dada por rb (2) Método de Pacheco Silva: Determinacdo de o,' = Prolongar a eta virgem até a horizontal correspondente ao indice de vazios inicial da amostra; - Do ponto de intersecao, abaixa-se uma vertical até a curva de adensamento e deste traga uma horizontal; = A intersegao desta horizontal com o prolongamento da reta virgem 6 considerada o ponto de pré- adensamento, 7.7.1.3, RAZAO DE PRE-ADENSAMENTO (RPA) OU OVER CONSERVATION RATIO (OCR) Onde: «,’ & a pressdo de pré-adensamento determinada pelo método de Casagrande ou Pacheco Silva ec’ é determinada através do perfil do terreno levando em conta o solo existente quando a amostra fol retirada. OGR > 1 (a,' > ') + 0 solo jd esteve sujeito a cargas maiores do que as atuais, sendo chamado pré- adensado; OCR = 1 (o.' = 0’) + a camada argilosa ¢ dita normalmente adensada; OCR < 1 (o,' < o') -> trata-se de um solo que ainda nao atingiu as suas condigdes de equilibrio, tem- se assim um solo parcialmente adensado ou sub-adensado, Principais causas do pré-adensamento: = efosdo da camada superficial (a’ diminui); - elevacao do nivel d’agua, Prof. Erinaldo H. Cavalcante 47 Anexo 2 — Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos 7.8, DETERMINAGAO DO GOEFIGIENTE DE PERMEABILIDADE (k) © coeficiente de adensamento vertical pode ser expresso da seguinte forma: pe a) MT, Mya 4, ‘Onde m, 6 0 coeficiente de variagao volumétrica: I+e, 0,197-H? i E a, 6 0 coeficiente de compressibilidade. Sendo: , tem-se que: k(1+e,) _0,197-H, 0,197-H,4,-%, 7 feo fa -(I+e) 4, 7.9, RECALQUE E a deformagao vertical da superficie do terreno, proveniente da aplicagao de cargas ou devido ao peso préprio das camadas. Tipos: = Imediatos: por deformacao elastica (solos arenosos ou solos argilosos nao saturados); - Por adensamento: devido a saida de agua do solo (solos argilosos); - Por escoamento lateral: deslocamento das particulas do solo das zonas mais carregadas para as menos solicitadas (solos nao coesivos), Causas: - Cargas estaticas (pressao transmitida pelas estruturas, peso préprio do solo, etc.); - Cargas dinamicas (cravagao de estacas, terremotos, etc.); + Erosdo do subsolo; = Variagdes do nivel d'égua (rebaixamento). Efeitos: Danos & estrutura (Aparéncia; Funcionalidade; Establidade) 7.9.1. DETERMINAGAO DO RECALQUE TOTAL Quando uma camada de solo sofre o efeito de uma sobrecarga ela se deforma, em conseqiiéncia da diminuigao do valor de seu indice de vazios inicial (e0) para um valor final e,, motivada pela sua compressibilidade. Sua espessura passa, portanto, de um valor inicial He para um valor final H., cuja diferenga (AH = Ho - H:) corresponde ao recalque total sofrido. Prof. Erinaldo H. Cavalcante 48 Anexo 2— Teoria do Adensamento Mecanica dos Solos I te, Ite, 1H H,(l+e,)=H, (1+e) > AH=H,-H, n) (H,-AH)-(1+e,) " Rocha oy =H, + Hye - AH (1+e) ae H,-Ae Hy-(e~e AH = AH = > be=e,-e, 142, Recalque no tempo “t’: AH (1) =AFlos U(1) Hoo = recalque total =n U (t) = % de adensamento no tempo “t. > U(%) > AH(t) 7.9.2. SOLOS NORMALMENTE ADENSADOS (OCR Ae —_ ao) + Ae=C.-Alogo’ Toga? (ioe de compressio) + Ae=C,-Aloga ay tarde AH 7.9.3. SOLOS PRE-ADENSADOS (o,' > 0") Quando o carregamento ultrapassa a tensdo de pré-adensamento, o recalque é calculado em duas tapas: da tensdo existente até a tensdo de pré-adensamento e deste alé a tensdo final resultante do carregamento, Prof. Erinaldo H. Cavalcante 49

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