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Marco Antonio Moreira Teorias de Aprendizagem pi DIORA PEDAGOGICA URIVERSITARIA LTDR. | Capitulo 5 Objetivo ‘A finalidade deste eapftulo é dar ao leitor uma visio suméria das, Introdugio Bruner étalvez mais conhecido por ter dito que “é posstvel ensinar {qualquer assumnto, de uma maneira honesta, a qualquer crianga em qual- quer estégio de desenvolvimento” (1969, 73, 76), do que por qualquer ‘outro aspecto de sua teoria. Ao iat quis dizer {que o assunto poderia ser ensinado em sua forma final, ¢ sim que seria sempre possivel e , desde que se levasse em consideragao as di- ‘versas etapas do desenvolvimento 6 caracterizada por um modo partic pela qual o individuo visualiza o mundi sim, a tarefa de ensinar determinado cot ‘a de representar a estrutura deste contetido em termos da ue a crianga tem das coisas r,o que € relevante em uma matéria de ensino € sua ¢ relagdes fundamentais. ri, aparente- Bruner a respeito do que ensinar. (Apare justo deste trabalho, 120 papel da estrutura.) Quanto & questo de como ensinar, Bruner destaca o proceso da descoberta, através da exploragio de altematives, ¢ o currfculo em espiral. Segundo Bruner, “o ambiente ou contetdos de ensino tem que serpercebidos pelo aprendiz em termos de problemas, relagdes e lacu- nas que ele deve preencher, a fim de que a aprendizagem seja conside- rada significantee relevante, Portanto, o ambiente para aprendizagem por descoberta deve proporcionar a recimentoe percepedo, pelo aprendiz, de relagBes idades, entre as idéias apresentadas, que nao foram previamente reconhecidas..a descoberta de um principio ou de uma relagio, por uma crianga, € ent idéntica — enquanto processo— A descoberta que um faz em seu 973, p. 34). Curr espiral, porsua vez, s deve ter oportunidade de ver 0 mesmo tépico mais de fundidade e em diferentes modos de representagio, Desenvolvimento intelectual to intelectual ocupa umn lugar fundam ‘ensinar 6, em sintese, um esforgo para moder o desenvolvimento” e “uma teoria de ensino versa, com ef sobre as varias maneiras de auxiliar o desenvolvimento” (1969, p. 15). "Ao se referirnatureza do desenvolvimento intelectual, ele con- sidera, entre outros, os seguintes aspectos (1969, pp. 19-21): A idéia de desenvolvim na teoria de Bruner, pois, para —"O desenvolvimento intelectual caracteriza-se por indepen- déncia crescente da resposta em relacio & natureza imediata do estimulo.” —“O desenvolvimento intelectual baseia-se em absorver even- tos, em um sistema de armazenamento que cozresponde 20 meio Do ponto de vista de B: senvolvimento é a d volver, deve adqui ente, Deve ser capaz de rente da estimulagdo do meio, ¢ também de recuperar por meio desse mesmo modelo. De loga 20s periodos propostos por Piaget (pré-operacional, operacional concreto ¢ operacional form: er distingue trés modos de representagao do trabalho men lecer relagdes entre a expe ‘manipular 2, Representagdo aanga consiste principalmente em esta rigncia e a agHo; se jo da agio (1973, p. 32) Esta eta didoentrea em idade pr certs idéias fanga aguilo que a escold de Genebra denominou de reversibilade ‘Assim, a crianga nfo corsegue entender que a massa e o peso de um ‘objeto se conservam, mesmo quando se altera a forma deste objeto. 28, Representagio iténica: escola; trata-se de ume: aganterior que ‘no sentido den nulagio direta de objetos, ou te simbolos que representam coisas ¢ obter, na mente, dados spbr. organizados e utilizados let operagio pode, neste estigio, ser uma aco, ca do estdgio anterior porque agora ¢ interio ada, porque por meio de um processo direto de TRETKLHRTAETAAAATeKeeeraaeerrerececere entalmente, por pri ages econdmicas dessa organizagao (1969, p. 25). corresponde 20 periodo designado pela escola de Genebra. primeiro crianga era capaz de resolver seus ago purae simples. Ela possuia um modo de repre- i era capaz de inter ;oblema podiam ser| seu poder simbélico era limitado. A crianga era capaz ediatamente presente, nfo estando idades novas. Somente no tercei tentativas de resolucao de um te.No de estruturar apenas a realidade mente apta a tratar de pos fo & que isso se da ividade intelectual da cri jesse ponto, 2 ‘numa capaci do que em permanecer restrita 20 qu tem diante de si A crianga pode, entio, pensar ares siveis varidveis ¢, até mesmo, deduzir relagbes potenciais que, ‘de, podem ser verificadas pelo experimento ou pela ob- .¢20, Nesta fase, as operagbes intelectuais parecem apoiar- se na mesma espécie de operacées l6gicas que constituem 9 ins- trumental do logicista,ciemtista ou pensacor abstrato. Neste pon- to é que a crianga esté apta a dar expressao formal ou axiomitica fs idéias concretas que, anteriormente, orientavam a resolugo néo podiam ser descritas, ou formalmente Depreende-se desses duos passam por trés estégios de processamento e representago informagSes — um earacterizado pe seio € ago, outro pel corganizagdo perceptiva c imagens, € bolos. Segundo Bruner internas do desenvolvimento, Embora est seqilencialment m uma a outra. Como a 84 108" como andar de bi principalmet simbolicam ‘ow como dar uma tacada em um jogo de , em termos de nosso corpo — bilidades estio “representadas” em nossos miiscul por meio de (cones ou simbalos. Por out jo menos trés modos dis- nossas experiéncias sen- 162), ara repr nas também nossos pensamentos (Leftangois, 1982, Caracteristicas de uma teoria de ensino Bruner arguments que a5 t esenwolvimento so descitivas, enquant além de levar em conta tas teria, ser preseritiva. Deve prin concentrar.se em como otimizara aprendizagen ou a recuperagdo de informagées. Deve também estabelecer regras concementes 2 melhor manera de ober conhecimentos ¢ ténicas Ele cipais de uma teoria de ensino (1976, p. 48): iro lugar, deve apontar as experincias mais efetivas iuo a predisposigdo para a aprendiza- ‘ou qualquer caso particular dela. gem — aprendizagem em ger Deve, em segundo lugar, especificar como deve ser estruturado uum conjunto de conhecimentos, para ido pelo A ‘estrutura 6tima’ serd constitufda de uma série de proposigées da qual poder decorrer um conjunto de conheci- ‘mentos de maiores dimensdes, sendo caracteristica adependéncia da sua formulagao para com o grau de adiant ara apresentar as matérias ura da teoria da Apresentando inicialmente matérias concre~ sspertar curiosidade sobre as regularidades como deve f tas, de maneira a aplicagao dos prémios ¢ punigdes, no processo de aprendizagem € ue, com o progresso da aprenci ega-se a um pontoem que € melhor abster-se de premiagSes cextrinsecas — como elogios do professor, em favor da recompensa intrinseca, inerente 2 soluso de um problema complex.” Cada uma destas caracteristicas serd di , com algum deta- Ihe, a seguir: Predisposigdes Embora reconheca a grande influéncia de fatores cul vacionais e pessoais no desejo de aprender e de tentar so blemas, Bruner concentra Sua atengo na predisposigdo para expl rar alternativas, Partindo da premissa que 0 estudo ea resolugio de problemas baseiam-se na exploragdo de alternativas, propde que a instrugdo deverd facilitar e ordenar tal processo por parte do aluno. Existem ttés fatores envolvidos no processo de exploracéo de alternativas:ativagdo, manutencdoe diregdo. A ativagao & aquilo que dé inicio ao processo, a manutengdo o mantém e a diregao evita que ele seja castico. ‘Segundo Bruner (1976, p. 51): “A condigdo bésica para ativar a exploragdo de alternativas, era uma tarefa, é ter um nivel étimo de incerteza. Curiosidade é uma resposta incerteza e & ambigilidade, Rotinas esclerosadas provo- eam pouca ou nenuma exploragio; rotinas por demais incertas espertam confusio e angiistia, reduzindo a tendéncia a explora. ‘Uma vez iniciada a exploragio, sua manutengio exige que 0s beneficios das alternativas exploradas excedam os riscos envol- vidos. Aprender qualquer coisa com 0 auxilio de um instrutor, desde que o ensino seja eficiente, deveré implicar menos perigo (ou sactificio que fazé-lo por conte prépria, ou seja, as conseglién- ciias dos erros, a0 explorar falsas alternativas, devern ser abran- dadas em um regime de instrugZo, ¢ os resultados a obter, nas altemativas corretas, correspondentemente aumentados. diregzo consciente & exploracdo baseia-se em duas conside- ies interdependentes: o sentido da meta de uma tarefi € 0 Co- fecimento da importincia de verificar as alternativas para atin- gir tal meta, Para dar diregio i exploragao, em resumo, 0 objeti- ‘vo da tarefa precisa ser conhecido, com alguma aproximacao, ¢ a io das as deverd sempre informar a posig2o ‘com refer8ncia a0 citado objetivo.” , por exer "por outro, no devem tam- ‘bém ser totalmente desestruturados deixando o aluno “perdido”. Deve haver um compromisso/entre instrugées detalhadas a ser seguidas asso a paso que deixam o aluno sem saber 0 que fazer, As instrugdes devem ser dadas de modo a explorar alternativas que levem a solugdo do problema ou & “descoberta”. Jado, um guia de I aio deve ser do tipo “rec Estrutura e forma de conhecimento Bruner apresenta quatro razées para ensinar a estrutura de uma, disciplina (Bruner, 1973, p. 21): ntos torna a matéria mais compre em fisica e matemética, mas igualmen- teratura. , ) A segunda razio relaciona-se cdma meméria humana. Talvez © que de mais bisico se pode dizer sobre a meméria humana, pds um século de pesquisa intensiva, € que rapidamente se e3- {quece um pormenor, a ndo ser que esteja colocado dentro de um padrdo estruturado, Os pormenores conservam-se na meméria, sragas a uso de modos simplificados de representé-los. Essas representagées sit .das possuem 0 que se pode chamar de carter regenerativo. Aprender 0s prinefpios gerais ou fundamen- tais assegura-nos de que a perda de meméria nfo significa uma pesda total, pois com o que nos fica (0 principio geral) podemos econstruir os pormenozes, quando for necessério. Uma boa teo- ria é veiculo no apenas para a compreensdo de um fendmeno, como também para sua rememoraga0 futura ¢) Uma compreensid de principios ¢ idéias fundamentais, como .¢ observou anteriormente, parece ser o principal caminho para a adequada ‘transferéncia de aprendizagem’. Compreender de um caso mais geral —que é 0 -a compreender um principio ou estrutura mais funda- — é ter aprendido nao s6 alguma coisa especifica, mas ara a compreensio de outras coisas seme- ncontrar. Pelo reexame te do que estiver sendo ensinado nas es- rias e secundérias em seu cardter fundamental, é possi- 37 EERTARETATATUADCAULETAUUARAULTE KL ELCELEE!

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