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Ficha Catalogritca elabrada por Juans Fralner CRB 1 cog comin! eo ils eh Dee Anan at Gora (ons) “anal ABRAPSO Ina ikiogae -AASRAPSO tas aes Creative Commons Heal CCBY 0 AE sparta outros rear tp ch 3 ls tagtooga Produce Grae impessio: rangi (51) 33362466 Trager: 1000 exempores Sobre a ABRAPSO ‘A ABRAPSO & uma associagso sem fins luratves, fundada duran- te-2 32" Reunido da SBPC, no Rio de Janeiro, em Julho de 1980. Fruto ‘de um posilonamento citco na Psicologia Social, desde a sua cra {80, a ABRAPSO tem sido importante espaco para o intercdmbio en- {re estudantes de graduacdo e pés-graduarao, profissionals, dacentes « pesquisadores. Os Encontros Nacionais e Regionals da entidade tém atraido um ndmero cada vez maior de profissionais da Psicologia e possibiltam visualizar os problemas socials que a realidade braslelra tem apresentaco Psicologia Social. A revista Psicologia & Sociedade & © velculo de divuigacao cientiica da entidade, httpyiwwwabrapso.org.br/ DIRETORIA NACIONAL DA ABRAPSO Gestio 2016-2017 Presidente: Emerson Fernando Rasera - UFU Primeira Secretéria: Maristla de Souza Perera -UFU. Segunda Secretaria: Dolores Cristina Gomes Galindo - UFMT Primeiro Tesoureiro: Marco Antonio Torres - UFOP Segundo Tesoureiro: Marcos Mesquita - UFAL Primera Suplente: Marla dos Santos Amaral ~ CESUSC Segunda Suplente: livia Cristina Silveira Lemos UFPA uate, ?- A (2013, © deta humana comunicaéo: pela demexratizage domi da Petropolis Voce, Jvcheloviteh, 5. 2017) Ago comunicatv ¢ a imaginaro dag. oD. Hook 8. Franks & Bauer (0168), Apolo soil da camuncoo pp 0-210) Pet pols Voz. MarondesFiho-C (2016) Camuniass enfermacio: da canservagio 3 deste ‘iat, el legitnidede de urna cana da comunlagi, in . Mori W Jacks & Calin (Ors, Eastemoloiscamunicaaaeinfrmayao (pp. 15-22). Porto Alegre Sulina minozo P2017, 30 dejo. abs da guera poli vival. er Hora Recue ‘era de tp7amerohoracom rarp/S425458/s robosda-quera poco {ot Acesso em 13 de uh de 2017 Thompson, (1984) Studs inthe Theor of Mealogy Cambridge Poly Pes Wotton 0.2010). frmarndo¢comunta- Porto Alegre: Sula : ENSAIO4 CRITICA E POS-VERDADE Aone Gurnea CLALDE Banos ‘Ak proposta deste ensalo & tomar 0 termo “péeverdade” como ob- Jeto de uma problematizacéo crtca.Pretendemos explorar os sentidos, continuidades e descontinuidades em tomo deste fenémeno, buscando _destacar aspectos mais amplos e profundas que no vém sendo levados ‘em consideragdo até o momento. Nio perdemos de vita, todavia, a pro- ximidade histrica que mantemos com 0 fendmeno, @ que, sod muitos aspectos, pode nos pedir de ter uma visio privilgiada nesse momento Nossa intengo # mas oferecer uma abordagem possivel, um ponto de Partda, do que egotar o tema ou mesmo sugerirconclisdes ou apontar diego. Como este termo jd comecou a ser razoavelmente apropriado por certos seqmentos dos meios de comunicacio de massa, € experado que. Ji se tenha constituldo uma familaridade com seu uso, Por essa raz80, para conseguirmos empreender o exercicio crtico que pretendemos, piecisaremos, acima de tudo, romper com toda qualquer familirida- de, sobretudoa que mplique valoracses apressadas que desconsideram as inrincadas relacbes dese fendmeno complexo com a psicologia e 2 ‘comunicacio, Para fazermos a atencio voltar sobre a pés-verdade em si mesma, construiremos uma abordagem teérca que toma como ponte de partda ‘uma discuss8o em torno da noo de verdade e como as reverherac6os do conflto que opésflosofiae politica se atuallzam nessa dscusséo. Se {uiremos para o surgimento do termo, problematizando a sua deiniao € buscando estabelecerrelacbes entre a construgdo gramatical (0 fato de. ‘0 terme ser um adjetivo ou um substantive) oferecida pelo cicionsrio Ox ford seus atuals uros semsnticos-o sentido que se est dando 20 termo. Tendo em vista um contexto mais amplo em que nos encontramos em ‘uma sociedade miciatizada discutiremos a prépria condicio contemporé ea da nossa ea, bem como as ligagbes profundas da pds-verdade com 0 estatuto da nossa contemporaneldade, na qual desempenhem um papel fundamental os meios de comunicacio. Mostraremos como a midia con trou, por um lado, para transformar a nossa percepsao daqullo que "e- almente importa’, afirmando como mats relevante aquilo que acorre nos “bastdores" das relagdes sacais e como essa construgao da percepc30 possibidade de a jusicaprevalecer em melo a um mundo delxado &mer- ‘édosafetos e sensibilidades humanas. Em outras palavras, a condenacio de Sécrates evidenciou que o mado de vida propriamente faséfico era incompatvel com 0 mado de vida propriamente politico. Fis que, conta _a maxima sofista de que “o homem é a medida de todas as cols", latéo interpds:"a medida de todas as coisas é um deus". Tar do mundo hua: ‘no régua fundamental das relagSes humanase elegar aos céus 0 papel de guarciao da verdede criou um trindade ente o fésoo, a verdade ©0| gorerno, Antes de Platdo, «mesmo depois dele, poucos ousaram ser to expl- . EnquantoPlatéo ambicionauinstaura uma deocracia ito 6, um cor- ‘popoitico em que as les vlidasemabsoluto para todos seriam traducoes| dlretas do mundo verdadelroeeterno que somenteofilsofo poderiacon- ‘templar Sdcrates, por ua vez, no pretendia governar, muita menos tinh 8 pretensdo de fazer parece sua opinio uma verdade floséfica lis, & curio que Sécrates diza até mesmo serum esti ness sentido, ous, {que no possiria uma dova, eque erajustamente iso que Ihe permitia se ‘cupar coma doxa dos outros, audibles ‘pari uma doxa mais verdad "2.0 que Sécrates pretendla, em diretaoposigdo as pretensdes de Plato, ra torma 0s cidaddos mals verdadeiros para que juntos, eles pudessem estabelecee vivenciar 0 mundo comum, 0 que hes possilitara, incus- ‘vendo se submeterem a um governo ou estaista, preciso, todavia, afastar desse “tornar os cidadios mais verdadeiros" tudo 0 que herdamos dos preconceltos platonios a propésita da verde de. No se pode compreender essa verdade que Sécrates buscavatornar presente em Atenas sem dois de seus mais signcativos insights: "0 co- hece-te a timesmo"e 0 "é melhor estar em desacordo como mundo do {que consigo mesmo". Com esses insights a verdade socttica se mastra existencialimanente reltiva, em oposicao 3 verdade platénica, esta es sencial,transcendente e absolute. Para Sécrateso fldsofo no era isofo Por estabelecer uma relagao de amor com a verdade, mas sim por viven- ‘ar uma relaglo de amor 30s seres humanos. Enquanto Patio consider ‘a seus concidaddos obstécuos & busca do fildsofo pela verdade; Socrates ‘econheciajustamente aimpossbilidade de o lsofo ascender a verdade ‘sem ser por meio do dislago com seus iguals, por meio da sua dialetico, Aqui n6s verficamios uma postura radealmente oposta entre Plataoe So ‘rates, ndo s6 do ponto de vista ético, mas também politico, epstemal- ‘ico. ontolégico, (© que ests em dissenso entre eles éjustamente a natureza da elagSo {quenésestabelecemos com os outros, com o mundo e com nés mesmos, Para compreendermos a naturezaflos6fica desse dissenso precisamos ‘aprofundar a declaragao de Socrates de que ele era est, de que no possula uma dova. Se ele era 0 mais sibio dos sdbios, sera, entdo, nfo ter

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