RBEP v. 1, N. 2, 1944

You might also like

You are on page 1of 90
REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS PUBLICADA PELO ‘INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS PEDAGOGICOS MINISTERIO DA EDUCACAO VOL. I AGOSTO, 1944 Ne 2 REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGO- GICOS, orgao dos estudos ¢ pesquisas do Ministério da Edu- cacao, publica-se sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos Pedagégicos, e tem por fim expor e discutir ques- tes gerais da pedagogia ¢, de modo especial, os problemas da vida educacional brasileira. Para isso aspira a congregar os estndiosos dos fatos educacionais no pais, ¢ a refletir o pen- samento de seu magistério, REVISTA BRASILEIRA DE, ESTUDOS PEDAGOGICOS publica artigos de colaboragao, sempre solicitada; registra, cada més, resultados de trabalhos realizados pelos diferentes orgiios do Ministério e dos Depar- tamentos Estaduais de Educagao; mantém seco bibliografiga, dedicada aos estudos pedagégicos nacionais ¢ estrangeiros. ‘Tanto quanto possa, REVISTA BRASILEIRA DE ESTU- DOS PEDAGOGICOS deseja contribuir para a renovagio cientifica do trabalho educativo ¢ para # formagio de uma esclarecida mentalidade piblica em matéria de educagio. Duar: Profesor Lowrengo Filho, Diretor do Institue Nacioal de Bsuios Pedagigices. Cosnssio me RenncZo: Dr. Abgar Reval, Dirctor do Deprianento Neclnal de Euasdo; Dr. M.A. Teistva de Pretas, Digan”, do Servigo de Estatistica da Educagdo ¢ Saidey Profess ‘Armonto Higiran, ehefe desde tei do In tte’ Nocional de Bsados. Peiapégicas; De. Alearo ‘Neio,écuzo do mesmo Instn. . * ee * ‘Toda correwondénca celiva a REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS deverh ser enereads 20 Dirgjor do Tnstito Nocona de Es tals Podagégicoy, Cairn puta! u? 1660, To. de. Janeiro, Bead. nr “Ne dd-44 (Inefiturc' Naaror al jf onicem 274 . & oaTa Estuaos Sevagugicos f-—=——— REV IS-‘t-A— EIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS Vat. Agosto, 1944 wee SUMARTO loi eo eine « debates: A, Canveino Leko, A educagio para 0 apés-guerra 108 Panes Leowes, Feancs, S. J As universidades ¢ a defesn da civilizagio cident ° 181 Eovicio PLascitaKo, Aspectos atuais da psicolonia © pedagoain de trabalhn 180 M. Manaues we Ca Aspectos do ensing numa universade norte= americana. «203 Euisa Dias Veutoso, A apresentagio das questBes nas proves de nivel mental 213 Orientacto pedag Sica Laure Fo, Modis de elas gras. seses ees a Bosse: ‘ T confetti de sito‘ Dios de Beno. 26 igi gedaan, bravia (191-1880 ne i rote .% licens nO ge ts os nfrmagte dot Esaon sts Tater deems soe He Binuocnaera: Heloisy Morinko, 8 lingunges so peéescolar; Juan Man focani, La educaeion y sus tres problemas; Julio Pret, Bt deste Tullo somatometrica de los esealares en Lint; Leis do ensino pri- miro x0 ——— MHVISTEPIO TA EDUCAGFG |}CI@EC - PERIODICO |m-£000 9% 162 REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS [Avnavis mas sevistas # sonvals: Fr, Sebastido Toncin, Universidade, ese ‘cola de mestres; Wolter Bavioni, Aperfeigoamento le professires rimirios; Evasio escolar; A tuberenlose © 0 estudante; Insist ‘Gio © ttabstho; Everard Backhewsce; A campana do tivro no easily © analfahetisno, ealamidade pica Atos oficsis: LLoctsta¢So minenat: Decteto-lei n® 6.650, de $7.44; Decreto-tei n® 6.679, he 13-7-944; Decreto-ei n® 15989, de 22-6-048; Decreto-ei n 11.299, de 131048 A 1 CONFERRNCIA DE MINISTROS E DIRETORES DE EDUCACAO DAS REPOBLICAS AMERICANAS Congresses pora a solucio de problemas pottices, e reunides vote: alas a0 estido des citncias, das artes e da téenica, tornarainse jritica habitual entre as nasdes. Nunca, porém, antes da 1 Conferéncia do Afi- nistros ¢ Diretores de Educacéo das Repiiblicas Americanas, celebrada no Panand, em 1943, havia 0 mundo assistide a uma assembléia de adii- nistradores ¢ tienicos de educagéo de todo um contiente, fara a dts cussio dos protlemas de organizecio geral da cultura, melhor entens dimcnto e ausitio mituo na obra da preparacdo das novas gerucies Ocorria sce memarével fato estando, como eatiy o mundo em guerra, agitodo pele mais crucuta e terre tnta que a histéia ja registrou, ¢ da quel a América, cle propria, pantcipa. linda que resuliados prélicos ‘ossent da rennido, certo & gue o seu aalor simbélico por si sé « justificaria, Demonstrava, antes de tudo, que as Nagdes slmericanas, fitis aos principios de fraternidede continental, muito embora em face de smiento conjlito, aninacam-se a congregar scus representantes para tsculir © assentar tarcfas da pas, “as mais beles tarefas da pas, que io os fa educagio ¢ da cultura”. lugur escolhido para a reunigo facia crescer essa jarea vimbilica. As ne convocacdo fartire da Govérno to Pancind, e, naguete isto, que jd a concepcio genial de Bolivar hax ‘tia marcato para sede dos entendimentos do Continente ~- "0 istito que couviia n nnir” — haverian de ressoar as voces pela concdrdia do nunuido, © haveriem de aquecer-se os coracies no descja de que, a todos os homens da Aimérica, sejam oferccidas iguais oportunidades para a utilizacao dos mais altos resultados da experiéncia husnana, das bens da civilizagto © da cultura. Congregando esperialistas de todes os palses, seria a Conferéncia uma afivmacde de confianca nos destinos dos povos americanos, enimados do desejv de trabatho e de paz. Porque “a pas, Lundasento do progresso — praclamou, ao instalar-se a histérica assem Uiia, © Presidente da Repiblica Panamenha — descansa sibre a edu- 164 REVISTA RASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS casio ; porque n espirito de inguérito, a anilise ponderada e 0 debate respeitoso, 56 possideis pela educacio do pove, castumam desalo;ar os argumentos da farca, onde quer que tenham tomado o lugar daquoles princfpios, que dao forma e vigor & consciéucia democritica”. O Pre- sidente La Guardia evocava 0 pesamento de outro ilusire estadista de ‘sua forra, para ajirmar que “ndo hd mal que a pas ndo cure, nem agrace que, na orien, wo possa encontrar reparacio”; © nesse conceito on- contrava preségio otimista ao trabalho que ali sc encetava para a procure das mais vficientes formas de educacdo das novas geracies, destinadas, bor certo, a viver man mundo melhor e-em paz permanente e digna. Mas, por maior que tonha sido ésse valor simbélico, os trabalhas de Conferéucia deveriam evidenciar, desde logo, grate alcance pritico, ndo 6 pelo conkecimento fresseat que estabelecia cutre mumerosos tra- bathadores da cducacio na América, mas tombén polas providéncias de ordem concreta que ali se assentavam. Pelo texto da ata final dos traba- thos da Confortncia, que Revista Brasiverma pe Estcpos Pepsco: c1cos publica, ng presente nimero, seré dado aguilatar da oportunidade ee relevdusin dus resolucdes, recomendasdes, acordes © convensdes, ai firmadas, ow encaminkedas para ulteriores estudos ¢ ajustes. O exame desse notdvel documento interessa sobremodo avs educadores brasilei~ ros. De wna parte, consigra éle os melhores sentimentos de amizade de uma para com as outras Nagdes Americans, sentimentos asses que ra alma brasileira encontram aprojundadas raices histéricas, ¢ que, por isso mesino, esto presentes, de forma muito natural, no labor de nossas escolas ¢ centros dc elaboracdo da cultura, De outr npre grate av coraciéo das educadores de nosso pais verificar que nwmerosas resolucdes da Couferéncia om tudo coincidem com 0 ja estabelecido em suites de nosses leis de ensino, ¢ com as tendéncias de renovagio que inspiram ¢ aninam 0 trabalho da maioria de nossos mestres. O fato de haver a asccwsbléia escolhide para sede da II Conferéncia a cidade do Rio de Janeiro representa alto incentivo a todos quantos agui se empe~ forte, seni s ham wa reconsirugio educacional, ¢, ainda, homenagen aos senti- montos de comprovusio americana, sempre demonsirados pelo nosso pais. Na verdade, os delegados das demais Nagdes Americanas podia assentar nessa escotha, certos de que a nora reunido poderé prolongar, nna capital brasileira, o mesmo ambiente de entenddimento, @ 0 mesino es forco tendente a estabelecer um clermdo “sontida americano de cdu- eagio". Idéias ¢ debates: A EDUCACAO PARA O APOS-GUERRA (*) A. CARNEIRO LEAO awrronugio. Comtava-nos Anatole France, com aquéle pitoresco tio seu) 0 as- sombro de um ilustre oriental, em Paris, ao verificar que os grandes hhomens franceses nao possuiam 0 amor da profecia, acrescentando: quanto niio ganharia Monsieur X, se f6sse profeta? ‘Nao estd na mentalidade ocidental, em nossa mentalidade, nem mesmo quando falamos da tribuna de prestigiosas instituigfes coma 0 PBN Clube do Prasil, sob a presiténcia solicita ¢ entustéstica de Claudio de Sousa, e em um curso, estimulado pelo ardor, tantas vézes temepinio; de Hermes Lima, profetizar, ler no futuro. Que ousadia aventurar, no mundo atual, de mutabilidade estonteante, um pressigio, um aconteci= vento a virl Em educagdo no hi milagres. © guia mais seguro nesses dominios, a visdo mais acertada & aqueln que, dentro das contingéneias humans, analisando o passado, encarando © presente ¢ auscultanda as aspiragées Para o futuro, procurand escudarse na psicologia e na sociologia, to ‘gnoradas da maioria dos letrados e, sobretudo, dos chamados estadistas, Iinsca compreender as razées do naulrigio da pax e do equilibria ¢ ver claro, no emaranhado ¢ na eonfdsid eriada pelos homens de ma , pela cia ciéncia, tao pretensiosa quanto nefasta, pela telmosia das fansticos, Tela ambigio dos tarados, pela candura das massas ¢ pela dn incompreensi de todos aw de quase todos né twister relembrar que do nada nla se tira ¢ a geragio espontinea € um credo irremediivelmente desmoralizado. A sociedade, a nagio, © mundo sie agregados hhumanos em ago e reagio continias, na preo- 4°) “Confcréncia realizada ma Academia Brasileira de Letras, na série pros movida po P-E-N, GLU DO BRASHC pra eatulo de proms eatees a ‘Organizagao do mando no“ apoe ghee 166 REVISTA MRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGGGICOS capagio de se realizarem da mancira mais profieua ao bem de cada gal © a0 bem de todos. Nao precisamos de mais para concluirmos que Ini-de ser no entendimento, a um tempo na conduta das partes © do conjunto, que residirt o equilibrio tantas vézes almejado. 1 ingenuidade supor podermos voltar ao individualismo do Séelo XVITT, da “Declaragio da Inlependéncia Americana”, dos “Direitos do homem” da “Revolugio Francesa”, mas nije é menos cxato também constituir uma ilusio que as prerrogativas do. povo, as xigéncias dia a dia maiores da associagio, os reclamos legitimos do ssripo imponham uma mentalidade geupal, uma conduta ponirgica, um predominio do poderio do Estado como superesteutura, pairando acina dos interésses dos individuos © dos designios voluutitios das colt dacles, coustruida pela vontade inteligente e eonsentida de todos. dat e receher do individuo e do Estado, no qual egoismos pessoais nto medrardo em frente a conseiéneia coletiva desperta © atenta, como 0 arbitrio de ma férga alheia e acima dos individwos ato se agiientard Giante da opiniio pablic viva dos soeif, eémcios de que a finalidade do grupo, o objetivo do estado nie é a exploragio do homens, a realizagio de uma entidade aThein ao lem estar dos cidadios seniio, ao contritio, a Felicidade de todos, em geral, e de cada qual em particular. E? 9 bem estar do individuo como eriatara humana, como uwidade do todo, inexequivel sem um sadio ¢ feliz ambiente soc tesultante do bem estar do conjunto, justamente pela expansio das qualidade do individuo, de sua coparticipagio voluntiria © alerta na cobra colctiva. zoveagho & rsrixire rémico A educagio tem de formar a consciéucia de que o bom cidadio nfo o\critico displicente, o deblaterador comotista dos homens piiblicos, 0 ntos, senfio aquéle que, difamador das instituicdes, dos emprendi Ce um modo ou de outro participa, em atitude de constrgie, das btas politicas, da elaboragio dos_programas, da realizagfio das empresas, possui conviegio hem fundada, tem a firme determinagio de exercer fem seu setor a influéucia possivel, por meios honestos, na opi piblica, Qual a autoridade do homem que, nko tentando reagir de naneita serena e positiva para a construcio nacional, se permi cingdes depreciativas © condenagdes sem apélo & agio dos que trabalham e aluam no bom ott no maw sentido? REVISTA HRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS 167 Compreende-se a estranheza de Somerset Maugham quando, couvinda seus amigos na Franca lamentarem a carrupgao sa politiea de sett pais € perguntando-lhes porque éles proprios nio se apresentavam andidatos a uma fungfo piblica, recebia a resposta de que o negocio sujo que déle no poderiam esperar coisa alguma. era Parece dificil esperar tum govérno honesta quando os honestos se ‘nstém. A tarefa é da educagio. Ni muito mais atilados, Perceberam © poder da educagio como fora cendutora dos povos no bom ou no mau eaminho, e trataram de formar ia terem reduzido a instramento 0, nazistas, fascistas e marxistas foram a juventude, dentro de seus princip‘os, dle suas finalidades. IE se triunfaram edueando para a subordina cega, o ideal da imolagio a uma grandeza nacional imaginéria, est gue de ragas, de ¢ de povos ‘mum pedestal argamassado com 0 snteiros, néio mais é licito deserer das possibilidades quando 9 objetivo £ dar mais liberdade, expansto maior, compreensio mais perfeita, entre ndividuos, grupos © nagées. Ao contrario, eremos, com Jefferson, que dese & “0 regime em que todos os homens ao apélo das leis atuariain ripidamente e, de acérdo com a expectativa geral, iriany a0 eneontro «lus inimigos da ordem ptibica, como se se tratasse de um gssunto puramente pessoal”. E_acrescentamos: ordem social ¢ naciorfil, como mternacional. A atwalidatle ¢ a ligio das nagies anglo-saxénias ao a prova dos tiove ao postulado jefersoniano das democracias autéaticas. Néo acreditamos difiel ealeular a difieuldade da tarefa. N&o pa- rece impossive! compreender ser muito mais Feil moldar uma sociedade nb a agi slo pinico, pelos principios predeterminados de uma filosofia da firea, inspirada na obediéneia coga, no primarismo de certas con- ccepgées de antoridade e de submissio, sobretudo em povos inteiramente stheios & pritica da liberdade, do que educar para a democracia, incen- fivando a civersidade, estimulando a independéncia, a livre critica, a autondmia do pensamento © da agio. Enquanto uma dispie de um campo sniforme, de mentaidades ientifcadas pelo mesmo objetivo dle anteméo impésto, usando da violéncia com os diserepantes usados, a outra encontra diante de si uma infinidade de orientagées, de voutades, de expresses, de caracteres, eonsvientes de seus direitos e prontos a pr clami-los e defendé-los. © problema nio aqui amortecer a conseign individual, nas inspirar, revigorar e dar predomindncia aos interésses da comunidade, estabelever a certeza de que o valor da liberdade de ‘expresso, da liberdade de pensamento ¢ da liherdade de agir, consiste 168, KEYISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGGGICOS 5 no interésse de todos, em poder dirigi-las na criagio de uma sociestade wna e inteiriga. Eneontra-se de fato na unidade e na harmonia do todo 0 maior bem estar de todos nds, individual» mente, Nao sabemos de iniqiiidade maior do que construir a ventura de jastamente em poder us alguns a0 prego da desgraga de muitos. Dai a importineia da educagio para a democracia. Os totalitérios podem contentar-se com 0 adestramento, Seus processos de persuasiio ais drastieas no tratamento com os homens do que’os aplicados pelos Comadores as feras mais bravias © fanatismo dominando, a agdo de determinades principios agindo sébire 0 individuo desdé o despertar da conseiéneia, embebida em mentiras, falsidades geogrificas, histéricas, antropologicas, socioldgicas, econimi- cas, politicas, e continuando sua atuagio nefasta pelos anos em fora, todos os dias, completa com dlesenvoltura e facifidade sua obr Na demoeracia, como regime de vida, em que tados vem com seus préprios olhos, pensam com seu proprio cérebro, expressam-se com sta prépria linguagem, o problema se nos afjgura muito mais complicado © mais sério. Sobretudo numa democracia corrigida dos vicios © sonegagdes que ainda a desiouram pelo mundo em fora. A DEMOCRACIA EM CRISE Afirma-se hoje, com insisténcia intencfonal, que a democracin esti em crise. Convem, porém, no esquecer, ao contririo acentuar, que sto precisamente as difiemldades da democracia que oferecem as niaiores e melhores oportunidades & educagio. Ese, até agora, a educa~ so tem incapacitado para a vida polities nas. demoeracias, vida pofitiea ‘que €a vida coletiva em sua manifestagio perene, ou ha defeito na pelitica ov ba defeito na educagio. A necessidade em nosso caso € que individuos e grupos sociais, do is humilde ¢ mais restrito ao mais rico e mais amplo, vivam, eresgam, interdependentes e harmnicos. Isso 86 se realizar se o homem respeitar © bomem, se o homem dieigir © homem no sentido de seus préprios interésses, aptidées e possibilitades, visando uma existéneia enz comut. Isso 36 se realizar se os grupos acatarem o socius, convencidos de que um meio para fins estranhos, mas om fim em si mesmo”, buscando ajudi-lo em seu crescimento e em stia agio, no set ido das possibilidades reais de cada qual e se intercomunicarem de REVISTA DRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOaICOs 169, grupo em grupo com o objetivo exclusivo de coparticipagio, de respeito mito, de viver harmon.oso, em pro! da tranqi Jidade e da paz internacional reciproco, de au: A primeira medida € levar os pais, os educadores ¢ a poder piiblico a perderem 0 aso patriarcal de determinarem que os filhos, os alunos, 65 cidadaos sejam isso on sejam aquilo, menos 0 que cles. realmente yederfo ser, pelas aptidées natural 0.4 menos evidente pela capacidade limitada e mais Cuiosa subversio de tudo, quando os pais predeterminam a0 filho, que mat acaba de nascer, a carreira a seguir na vida: 0 grupo forga a crianga a um tipo combinado pelo adulto, o estado projeta um cidadio & quem se nega a participagio das foreas vivas do individuo. Nao pax rece entio de admirar a mentalidade geradlora da comcepgio — do Ino instrumento para a cultura ow 0 g6z0 de outro on de outros; do grupo para instramento de afirmagio, de exploragéo de outro grupo: do estado instrumento ox, para usar a expressio dos tempos, “espaco vital” de outro Estado! A educagio para o “apés-guerra” s6 pode ser uma educagio demo- itiea. IE a demcracia, coma o regime politico no qual todos, podem ser chamados a tidas as posigdes, exige a mais ampln ¢ a mais completa educagio. fle, mais que qualquer outro regime politico, tem de prover a8 maiores oportunidades para tédas as racas, tédas as classes © todas as culturas, Dai a urgéneia de promover uma edvicacio assentada sibre a triplice base ds liberdace, da igualdade e da fraternidade ou, melhor, ‘ia justiga entre os homens Liberdade e iguatdade serio complensentares? Serio antagénicas? Diante das diferengas individuais, atestadas experimentalmente pela cicncia, qual a solugio a aconsethar? A nossa filosofia exige, antes de tudo, no cidado o desenvolvimento Farmonioso de dias qualitades supostas contradlitérias: — individua- Tidade © senso social. Para obté-las nada mais eficaz do que dar a todos 98 meios de tirar © miximo partido de suas apsidées, de suas possbili dades, faclitando-thes antes, nio s6 0 canhecimento de aptidGes e possi Dilidastes, mas o desenvolvimento, o aperfeicoamento ¢ a aplicago no sen- do do bem estar do individuo e também do grupo. 170 REVISTA BRASILEIEA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS Nao parece necessirio acentunr quanto o progress da vida social ¢ nacional depende da edducagio de todo © povo, do aproveitamento inte- ligente de tirlas as forgas socia's, ¢ de tédas as culturas e habilidades Mas, igualdade nao implica uniformidade, que € ideal de rebanhos © nao de grupos humanos livres. Igualdade significa iguais direitos ao desen~ ‘volvimento ¢ as regalias a que fazem jus as tendéneins e as condicies reais do individu, Para que todos féssem conducidos uniformemente fora mister fazer os homens em série, redhizi-los a molas da mesma riiquina. ° |, entretanto, & que ninguém possa ter aptidoes sxstadas, comprometidas por privilégios de outros ow por inpedimentos conémicos ¢ materiais. A teoria pegando no dominio individual ¢ alargando-se ao ambiente grupal, nacional, internacional, cheganos facilmente & concepeio das culturas ¢ das ragas eleitas. Nao se escudam noutras razies as determinagées da nova ordem européia, do papel privi- legiado que a si mesma se conferia a Alemanha, a principio na Europa, ‘e mais tarde em tiga a terra e no qual a nérdico germanico predestinado devia encarvegar-te das fungies superiores da civilieagio, do govérno dos povos, da utiizagio das inteligéneias, da eiéncia aplicada as gran- dies indistrias, atrbuinds as outras ragas mais ott menos ¢ despreziveis as tarefas simples da agricultura © pequenas evivadas, Essa igtaldade nin escamoteia a reatidade, nfo desconhece a exis- téncia de potencais hamanos mais rieos e menos rieos, de diferengas qua litativas € quantitativas ao contririo, busea descobrilas para_melhor empari-las, aproveiticles ao servigo delas préprias e da eoletividade em geral, Aos que maturesa foi prédiga, distriboi facilidades para uma expanstio & altura das reservas efetivas; aos que a natureza foi vara procara amparar na diregio adequada, nfo como earidade senso como solidariedade numa agio defensiva do grupo pela defesa¢ proveitamento do individuo inferiores indistrias © problema persiste na descoberta das capacidades de cada yual € de todos para facilitar-thes a expressio ¢ 0 desenvolvimento. tuemos, ndo buscando estahelecer um tipo cerebrino, de valor conv ional para bitolar por éles os tipos hnmanos, os mais diversos, desvir- taando a maioria, provocando © desperdicio de energias © as deforma- goes mais desastrosas, no terreno individual e to terreno social, empo- brecendo o grupo, a nagiio, 0 mundo, uy visto snilateral das neces sidades ¢ solicitagGes humanas as mais levitimas no divilindo os incli- REVISTA RRASILEIRA DE: ESTUDOS PEDAGHGICOS ii viduos, as comunidades, as nagies em dois clans, de antemao mais ou menos predestinados: para as profissies liberals, de preparagio uni forme, de culttras elaboradas dentro de moldes rigidos, sem Tigagio com fa realidade nem individual, nem social, nem nacional, cuttro para as escolas téenico-profissionais, para as profissGies manzais sm mundial; e mecinicas, & mingua de cultura geral, a revelia de disposigdes ¢ tendéncing adequadas. Ou seja, na linguagem corrente: educagio Hberat versus educagio utilitiria, FE? tempo de acabar com ésse dualismo anaeronico, perpetuador de preconceitos de classes € comprometedor da eficiéncia econdmica € social dos povos. © remédlio s6 pode ser encontracla no acesso de todos — ricas e pobres — aos cursos secundrios, 4 segunda educagio, despida de pretensio selecionadora (1) ¢ suficientemente variada para atender as dificuldades individuais e¢ 4 muttiplicitade das solicitagies EpUCAGTO PARA UM MUNDO LIVRE Jip hi como clidie o problema no nomento se quisermos realmente educar para 0 mundo democritico que, segundo tédas as. aparéncias, serio mundo de apésguerra. E pio se nos afigura justo pensar em mundo diferente com a vitéria das nagdes unidas, & afirmagio ds prin cipios esteritipados na famosa Carta do Atlantio. Educar para a liberdade é conduzir a educagio respeitando as per snalidades, descobrindo-Ihes as aptides, os interésses, a capacidae, realizando o livre desenvolvimento do homem no nitido em que Ge se possa expressar mais ampla, mais completa ¢ mais efieazmente a si ¢ a coletividade, Educar para a igualdade nfo é dar a todos 0 direito on o dever de seguirem a mesma tilha, alistarem-se no mesmo tipo de edueagio, coustruindo a mesma escola para todos, forganfo téda a gente ‘mesma cultura. Nenhum constrangimento seria mais tremendo em con- seqiiéncias. Nao lei dois individuos rigorosamente iguais. Obrigi-los tordos a0 mesmo tipo de eduicagio mais que um contra-senso seria um ccrime de lesa humanidade. A igualdade a que nos referimos, devemos insistir, ¢ do direito de geal oportunidade para todos. Em tal regime a educagio leva 0 individuo até onde sua inteligencia, suas possibilidades bioligicas ¢ seciais 0 possam conduzir, (1) “Selecionadora com o signifieada de priviligio de classe © nio de ay does, capes e nterésses. e ane 172 [REVISTA DRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGécrCOS A niinguém, no mundo democritico, se poder, sob pena de traigio A democracia, recusar meios para o aproveitamento até os miximos limites de stias possibilidades, de suas encrgias, de suas aptiddes, Negar a igualdade de oportunidade para todos é negar a liberdade de tender as diferengas individuais © as capac uiente perda da personalidade de ada individuo © imenso prejuizo de ecchomia, de progresso social e espiritual para o bem estar da socie- dade. Todavia, a igualdade € de dirvitos, de desenvolvimento nu ‘campo individual e nfo. de quatidades, de predicados, de maneira de ser, 0 que redundaria em anti-natural © monstruoso. Seria forcar 0 mundo, se tal politica fésse possivel, & uniformidade, & monotonia, ‘20 empobrecimento © A decadéncia mais Iamentiivel. Tmagine-se um undo em que todos os individuos estndassem as mesmas disciplinas, frvessem as mesmas coisas, trilhassem a mesma rota! ‘A multiplicidade de planos de educagio, a flexibilidade de cursos para que os individuos diferentes disponham de meios dife- rentes de formacio e aperfeicoamento ¢ as vocagées tardias e os impe rativos falais da vida se reeduquem, se redirijam no sentido do melhor aproveitamento individual ¢ social, sio verdades proclamadas ¢ accitas por todos os regimens politicos. Nao importa que os abjetivos de todos iio sejam idénticos, a verdade € que todos descobriram as vantagers no rendimento para o individuo como para a sociedade. Se os regimes fos se servem dessa vantagens neganda 20 cida- individualmente, os direitos & seguranca € ao bem estar que éles The deveriam proporcionar ¢ as emprega no revigoramento do poder do estado, para maior cereeamento dos movimentos individuais e maior ameaga a outros estados, o fato Jastinsivel no invalida 0 valor do processo, apenas repuidia © sistema politico capaz de tamanha contrafagio. Una sociedade aristocritica, na qual os individuos © os grupos se encontram de antemao colocados em Ingares predeterminados para sua patticipagio. na vida social; um estado totalitério, no qual todos so ‘atrelados & mesma carga, embora em diregies diferentes, se hi neces- sidade dle descobrir aptidées, de distinguir, ndio € no interesse do duo do soeiws, mas de, ajustando-0 de modo mais perfeito A sua profissfo, condicionar-The melhor os misculos ¢ a inteligéncia aos instru- muentos de trabalho, Na democracia, porém, cuja finalidade € a eons- trugio humana © 0 rendimento miiximo, a preocupagio € respeitar as diferencas individuais para que satisfagio dos individuos redunde na satisfagio do grupo. A preocupagio, aqui, ‘entio nem hierarqui- REVISTA URASILEIRA DE ESTUBOS PEDAGOGICOS. 173 zat, distinguir para colocar um antes antro depois, um na frente € outro atras, como ma sociedade aristoeritica, nem tio pouco deseo- Driclas para exauri-las em holocansto a ésse novo Baal — 0 Estado Todo Poderoso — mas para permitir a eada qual a expression mit- jma ea oportunidade feliz de se expressar livremente, resultando fem beneficio do grupo que, pela maior eficiéneia de todos, obtera efi- maiores. A educacio do individuo deve ser {cits na diretriz do grupo, mas a educagio nfo pode esquecer nem anular a personalidade do individu, cuja ventura, enfim, @e proprio se criow. Nao basta todavia ésse entendimento entre o individuo ¢ a comu- nidade, os secii € seu grupo, 0 ci dio e o Estado. Torna-se indispen- sivel, para que o homem seja realmente o arquiteto de sua feticidade € da felicidade social, que os grupos se compreendam e se alieisy que os cestados se entendam ¢ se vinculem, trabalhem juntos para a construgao de tay ambiente men de todos. Cabe a0 Brasil, por iniciativa da “Comissio Juridica Tnteramerieana dlo Rio de Janeiro", um planejamento, no dominio do pensamento jure ico ¢ politico para 0 mundo de apés-guerra, elaborado por wm rupo ilustse de Homens da América, sob os auspicios e as Inzes de ASrgnio de Melo Franco e de Charles Fenwiek, euja doutrina e eujos térmos hos ealo~ |, liberto de rivalidades, propicio ao eongragamento ‘cam imediatamente dentro de nosso tema. Ai se abre caminho para a nossa esperanga de conquistarmos um aparelhamento capar de tornar a educagio uma das garantias da pacifieagio dos espiritos, do entendi~ niento internacional pela formacéo do homem, das colctividades regio~ nais ¢ da comunidade humana, dentro de principios e de priticas, de ‘espeiteunitwo © de coparticipagio consentida e orientada pelos superiores jnerésses internacionais. fisse documento que, pela propria logica das coisas surgiu na Amé- rica e, dentro dela, no Brasil, — continente pais eujas atitudes, com raras excesdes, sempre se mostraram: na esfera macional, pela tolerancia © congragamento de eredos, de ragas e de culturas, ¢, na intercacional, pela copartieipagio consentida € construtiva de entendimento generoso e de arhitragem, recomienda a claboragio de uma instituigio eapaz de animar tum espirito suficientemente esclarecido e justo para salvaguanlar os interésses dos individuos ¢ dos povos, em toda terra, Para a defesa dos direitos individuais inalieniveis, quand vio se choquem com os interesses sociais legitimos, basta anotar: — “o Estado 174 REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGécICOs existe para o bem dos individuos que nfio poder priv inerentes & personalidade humana porque tais diteitos nao the furem. extorgades por ée” Para a construgio de um espirito internacional, erescenda a0 lade ddos direitos navionais, sera bastante assinalar que: as falsas teorias de nacion: “Deverdo ser abolidas mo, por meio das quais algans governos fomentam em seus povos a erenga em sta superioridade cm relicio a outros povos © no direito que proclamam Thes eaber de impor sta cealtura””, No intuito de concretizar tais principias vetermina: “Yodo ato de agressfio contra um Estado sera considerado como ato de agressio contra feos os membros da Comunidade Internacional”. E mais: “Os Estados procurarao elevar » padrio de vida de seus swacionais © garantirthes um gray de seguranga cconémica que thes 7er~ anita viver eon a abastonga e a tranguilidade necessirias 10 desenvelvi- mento de sua personailidade © no giz0 das beneticios da liberdade espi itwal ¢ material a que todos tém direito — “A realizagho désses ohje- tivos abe, em primeira lugar, a cada um dos Estados, porém, sé uma cio internacional paralela tornard possivel sua concolidagio” Para a realizagio désses intuitos, a declaragio a que nos estamos reportanda chega a afirmagio corajosa de restringir, em defesa de todos, 0 principio nevrilgica da soberania dos Estados, ““A soberania do Estado, declara-se ai, dever eatender-se em forma adequada & necessidade suprema de manutengio da paz, da ordem € Ga justica entre os Estados. No exereieio da soberania ¢ Estado deve xeconhecer € acatar 6 prinefpio da prioridade da tei moral e os post lndos fondamentais de direito internacinal dela derivados e pata aleangat 4 unidade moral da Comunidade Titersacionai e a efetiva colaborng entre sens membros, © exercieio da soberania deverd hrarmonizar-se cam 4 imterdependéncia dos Estados", » afinal: “Os Estados, tendo em vista que 0 desarmamento moral € uw fator importante da pas, deverdo oriewtar os sistemas educactonaés no sentido da compreensio reciproca entre as nagies ¢ promover, dentro cm seus respecticos territérios, ¢ por todos os meios a seu alcence, os sontimentos de cooperacao ¢ de sotidariedade internaciais” RENACIONAL DE ENEEAGKO Nao s idee poderia projetar mais alto nem espressar com mais n 2 maior hmmanisino as relagGes entre os povos para o apds-guerra. REVISTA DRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOcICOS 1s A eaducagio no & apenas um problema moral, Quanto mais ela se realize eoneretamente, dentzo da vids, quanto mais os individuos vivam, fisica, mental ¢ moralmente em comunho uns com 08 outros, quando tuelhor se entendam no planejamento da formasio e preparagao de sets fithos, tao mais objetivo e realizdvel o plano se tornari, Contaxdo uma coisa est assente e pelo eonsenso de mma com rcilete © pensamento americano, 0 sentir de vinte © uma nagdes coganizagio de um Departamento Internacional para 0 estido e 0 exame continuo des problemas da educagio e da extra na Sociedade das nce. A aspitacio nia € nova, (2) Sem nos reportarmos ao Cédigo Pansi- fico, no séeilo XVIT, nem ao projéto de par universal do abarte Saint- Prerre em 1729 na qual o venerando sacerdate preconizava tima orga nivagao da educacio para 9 congracamento dos povos, vamos encontrar nas “Esquisses et owes prétininaires d'un oucrage sur Veducation pablicada ¢m Paris em 1817, (3) um plana no qual Mo= sieur Mare Antoine Jullien propie o estabelecimento ce sima “Comissto Especial de Eduengio” para aconselhar wm projeto e publicar umn models capa de governar aquéles que, desejaiss informarse say cuuligGes da compar cio nos diferentes p ises da uropa, se sentissem inclinades a ajudar o-bom entendimento ¢ a boa solugio do problema et seu aspecto iniernacional ¢ humano. Nesse plano, entre outras providéneias, propugnava'se pela supres- no ensino da historia, de fatos ¢ glirins nacionis perigosas as boas relagdes entre os povos. Inielizmente a abre de Fichte, entio enr plenis lorescimento. a creulho germinico ferido, a consciéncia da sua missio providencial de inho de stper-homens, nfo deisava ihisdes a Alemanha, com © fito de inspirar e desenvolver o speito da viabilidade de sotthos senyeliantes, ena Fr nga, ¢ nowtras paises do yelho Conti nexite, 0 sentido da cooperacio ¢ da solidariedade ji nneontrasse funda- mentos. ‘culo ¢ meio de nac’o- n 1919, passados cem anos, depois de um ador, no faltara a fundagio de uma agénela internacional de edacagi., rafismo, dia a dia mis i desejos © esforgos: para ae na espi (@) Vite: 1, 1 Carnegie: Edo Kandel — “International Conciliation’ at for Tntervatinnal Peace — New York, pis. GB) Bate periodo posterior & tompestade wapoledniea tem hoje p siguiticagio. politica © moat, Apel 1943 — 176 REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGOGICOS Clearing House para coligir © disseminar informagies quanto ao anda ‘mento da agio edueativa, através do universe, Ainda no boletim de Abril de 1912, da comissdo Carnegie para a Paz, 0 Professor I. L. Kandel, da Universidade de Colimbia, em Nova York, assinala ¢ lamenta 5 impedimentos surgidos para a realizagio dessa grande medida, fiadora io ¢ da trangiilidade entre os povos. As impaciéncias do nacionalismo no. permitians injungéies em as- suntos da exclusiva competéncia e interésse nacionais Triste contigéncia dos fados! Ningiiem compreendia porque as vestais, defensoras do fogo sagrady dla soberania nacional, tho intransigentes em edueagio, admitiam e admi- tiram um “Departamento Internacional do Trabalho", solv as vistas da ra das Nages” (4). A intervengio de debates, a curiosidade e até a devassa no reginie dlo trabalho, dentro das frontefras de uma nagio, nio eram por esta considetado atentado a sua soberania, intromissi0 nos negécios pecaliares ao Estado. Entretanto 0 maleficio & comsunhio dos povos, a ameaca 4 harmonia internacional, a hei estar geval

You might also like