You are on page 1of 49

Paulo Brito

AMBIENTE
ECONÔMICO
GLOBAL
Noções de economia
Economistas notáveis
Prêmios Nobel de Economia

Salvador-2004
SUMÁRIO
Apresentação, 3
Introdução, 4
1. Conceitos básicos, 5
2. Os fundamentos da economia, 6
3. Senso comum, ideologia e ciência econômica, 7
4. Leis econômicas, 8
5. Dilemas dos custos de oportunidade, 9
6. A ordem natural e o estado, 9
7. A geopolítica, 10
8. O sistema econômico, 10
9. Os modelos econômicos, 10
10. Os mercados, 11
11. As elasticidades econômicas, 12
12. Produção e produtividade, 12
13. Superação Rendimentos decrescentes, 12
14. Esfera real, esfera monetária e inflação, 13
15. A moeda, funções e controles, 13
16. Os meios de pagamento, 13
17. A contabilidade nacional, 14
18. A repartição da renda nacional, 14
19. Equações macroeconômicas gerais, 15
20. Sistema tributário e dispêndios públicos, 16
21. Nível de emprego do capital e do trabalho, 16
22. A formulação de Philips, 16
23. A síntese neoclássica, 18
24. A teoria dos jogos, 18
25. Economia brasileira e economia internacional, 19
26. A história dos célebres autores para a economia, 19
27. Os prêmios Nobel de economia, 26
Conclusões, 46
Referências bibliográficas, 47
APRESENTAÇÃO

O ambiente econômico global é a área da globalização onde ocorre o circuito econômico da


produção, comércio, consumo e distribuição de renda. Há diferentes correntes para o seu
entendimento, sendo mais destacados as discussões das questões ecológicas, regionais e dos blocos
de países que praticam entre si o livre comércio ou protegem a suas áreas geo-econômicas e
geopolíticas.
O propósito deste texto é apresentar um embasamento de teoria econômica, aqui chamado de noções
de economia, que não tem a pretensão de definir regras e modelos para o debate econômico.
Em seguida, propõe os estudos do considerados pais da economia. E são muitos. Escolheu-se, neste
momento, dez deles.
O que do seu estudo se pode entender do ambiente econômico global? Séria a macroeconomia?
Há mais de cem anos que são destacados sábios ou gênios ou privilegiados cidadãos do mundo, para
receber na Suécia os prêmios Nobel de física, química, medicina e da paz, desde 1901. O valor dos
prêmios anuais advém dos juros da riqueza deixada em testamento por Alfred Nobel.
A notoriedade sueca é tamanha que, o Banco Central da Suécia regulamentou, o que assim o Rei
decidiu, que seriam anualmente premiados os maiores sábios do campo econômico, a partir de 1969.
Os agraciados até 2003 chegam a 53. Aqui, no que for possível serão referenciados, naturalmente,
por tratar-se dos maiores cérebros atuais do mundo econômico globalizado.

-3 -
INTRODUÇÃO

A cada dia se encontram questões econômicas. As pessoas as sentem, mas, se não as entendem,
muito menos as sabem explicar. O que se tem de muito são palpites. Lógico, palpites errados, pelas
próprias leis das probabilidades.
Nas escolas se estuda a disciplina economia. A extensão do termo economia possui grande
elasticidade científica, em razão da sua associação com todas áreas vitais. Sim, todas, já que o
excesso aqui tem seu contraponto oposto na ausência de condições de sobrevivência.
Etimologicamente, economia vem do grego ou de quaisquer outros signos que unem as palavras
oikos mais nomos. Vale dizer, oikos seria a direção, gestão, administração, controle ou coordenação.
Nomos seria uma reunião de pessoas, uma casa, um lar, uma nação.
Deduz-se que a economia como organização é a redução de custos. Ou, mais simples assim, parece o
conceito, de economia como poupança.
Mas, como entender a economia sem saber o seu OBJETO. Não existe ciência sem objeto. Assim,
qual seria o objeto econômico? Logo o seu objeto é a chave ou a primeira lei do seu entendimento.
Isto é, a falta de recursos.
Dessa maneira, a economia tem como escopo à escassez dos recursos. Como entender a escassez sem
conhecer seus conceitos básicos? É o que se procurará mostrar em seqüência.

-4-
1. Conceitos Básicos.

O primeiro conceito é o de necessidade humana, que é o sentimento de falta de bens ou de


serviços. A necessidade pode ser pública, tal como a segurança; coletiva, a exemplo do
transporte; natural, tal como o vestuário; social, decorrente da divisão do trabalho ou do lazer
cooperado; primária, a exigência alimentar, secundária, como o conforto; supérflua, como a
maquiagem.
Expandindo ou não o conceito de necessidade o fato correto é que são ilimitadas em número,
variando com as idiossincrasias, usos, costumes, educação e cultura.
Os bens e os serviços satisfazem as necessidades humanas de forma direta ou indireta. Assim,
os bens e os serviços são finais, a exemplo dos alimentos; duráveis, tal como o automóvel; não
durável, tal como o leite; intermediários, conhecidos como aqueles que são insumos
(subprodutos), que comparecem á produção e ficam nos meios do processo, tais como o
cimento, o ferro, a cola, o prego; de capital, são bens conhecidos com máquinas, equipamentos,
móveis, utensílios. Há ainda os bens ou serviços intangíveis, tais como a marca, patente, a
tecnologia. Outro conceito fundamental também é o de utilidade. Isto é, a capacidade que um
bem ou serviço tem de satisfazer as necessidades humanas. Em seguida, todo o conjunto da
economia precisa de uma constelação de recursos produtivos, os chamados também de fatores
de produção. Em ordem são eles: os recursos naturais, o trabalho, o capital, a tecnologia e a
capacidade empresarial.
O espelho dos fatores de produção é o dinheiro, todos fatores de produção podem ter
equivalentes gerais deles. Formando o sistema econômico, com a constelação dos recursos
produtivos, têm-se os agentes ou elementos e a ordem institucional.
Os agentes ou elementos são os produtores, comerciantes, consumidores, capitalistas,
empresários, fundações, empresas, governo. Mais organizações não governamentais, países,
organismos internacionais, compondo conjunto imenso de agentes chamados pelos manuais de
resto do mundo.
A ordem institucional se estabelece com a lei maior do país, a constituição, bem como as leis
federais, estaduais, resoluções dos ministérios públicos, regulamentos, normas e
procedimentos. Aqui é bom se situar a economia doméstica. Já a economia internacional é
mais complexa, com suas regras regionais.
Na classificação clássica de Montesquieu, há busca da harmonia entre os três poderes,
executivo, legislativo e judiciário. A eles se associam leis internacionais decorrentes da
convivência mundial.

-5-
2. Os Fundamentos da Economia
Segundo os livros do Fiodor Dostoyevsky fica patente que a coisa mais difícil do mundo é a relação
humana. O homem é um ser social de complexos relacionamentos. Estes se dão através de símbolos,
contatos, registros. A semiótica, arte da comunicação, tem sido cada vez mais ensinada. Contudo, o
ser humano precisa de mitos, paradigmas, modelos, leis, e obviamente, das ciências. Mas para haver
ciência, antes é preciso de fundamentos, de sobrevivência.
Há quatro grandes vertentes fundamentalistas do mundo. Referidos conhecimentos vêm antes dos
conhecimentos científicos. São dogmas. No entanto, todos eles entendem as leis econômicas, que
lhes são inerentes, como serão vistos em seguida.
O fundamentalismo cristão possui muitas correntes. São católicos, protestantes, enfim, todos
chamados de evangélicos. Uma lição original agrega o conjunto dos cristãos, é o chamado
ecumenismo, ensinado pelo Papa João XXIII. Vale dizer, crê em Deus, em Cristo, unindo todos os
fiéis. Chegam perto de dois bilhões de pessoas.
O fundamentalismo islâmico possui múltiplas tendências. Possui o livro sagrado Alcorão, que
estabelece leis, princípios, regras milenares. Possui mais de um bilhão de devotos.
O fundamentalismo judaico é importantíssimo e ultra-ortodoxo. Vêm do início da humanidade e se
contrapõe ao fundamento islâmico, na sua base, não reconhece o cristianismo. No entanto, compõe-
se de milhões de cidadãos espalhados pelo mundo.

O fundamentalismo budista, é o que reúne a maior população do globo. Prega a volta do homem à
natureza. É o mais simbolista. A cada ano associa a regência de um animal (doze diferentes), que
teria visitado Buda em sua longa meditação.
Precisando também de dogmas, as ciências também buscam seus fundamentos, os quais não são
religiosos, são abstratos e materialistas. Assim, os fundamentos da economia, por exemplo, se dão
em generalizações de dois níveis de complexidades: as ilimitadas necessidades humanas e a escassez
de recursos. O homem não tem limites. Ele se impõe. Ele não se conforma. Os recursos produtivos
envolvem escolhas e custos de oportunidade.
As necessidades humanas são ilimitadas em número. Mas, os recursos produtivos disponíveis têm
limites. A necessidade é o sentimento de carência ou falta de recursos, os quais, combinados, trazem
como resultados a produção de bens e serviços.
Coloquem num mesmo ambiente a necessidade, a utilidade, o bem, o serviço, o grau de satisfação, o
hábito, a idiossincrasia, de mais de seis bilhões de pessoas. Quais são as restrições? Coloquem
fronteiras, usos, costumes, gastos. Quantos sistemas ingressam em operação? Quantas cadeias de
ações, reações e interações?
Em suma, os fundamentos da economia ocorreram por suas leis férreas, as quais são derivadas de
escassez de recursos e das necessidades humanas ilimitadas. Logo, o interesse econômico se torna
primordial.
Resumidamente e para exemplificar com o divulgado no País, evidencia-se, quotidianamente, alguns
fundamentos, tais como o risco do Brasil, o índice da bolsa de valores, a taxa de juros básica, o
índice de custos de vida, o índice de desemprego e a flutuação da atividade econômica.
Em síntese, não obstante o que é divulgado em jornais e revistas, monografias, teses de mestrados e
dissertações de doutorado, o que interessa mesmo como fundamentos da economia são o emprego, a
renda, a qualidade de vida e o desenvolvimento humano.

-6-
3. Senso Comum, Ideologia e Ciências Econômicas.
É conveniente que se tenha bem às fronteiras do que seja o senso comum, que a é postura de
consenso ou de bom senso, como de boa conduta ou conduta aprovada pela maioria. A ideologia é o
conjunto de idéias que o cidadão tem sobre a sua vida. Seu conjunto de crenças, sua postura
partidária ou não. Fazem contraponto com a ciência, que é todo conhecimento fundamentado;
acreditado e validado pela maioria dos cidadãos. Além de informes do mundo real, que são
examinados à luz da lógica e sobre os quais são feitas induções e deduções.
A ciência econômica possui objeto próprio, definido durante o circuito econômico: produção,
comercialização, consumo e distribuição de renda.
Especificamente, a ciência econômica tem vertentes afirmativas, composta de história econômica ou
economia descritiva; teoria econômica, desdobrada em microeconomia e macroeconomia; bem como
da sua vertente normativa, a política econômica. A política econômica pode ser desdobrada em
muitos segmentos, dentre os quais se destacam as políticas de desenvolvimento, as do comércio
internacional, a dos juros, da moeda, do crédito, do emprego, das finanças públicas, dentre outras.
A história econômica é a descrição dos fatos econômicos em ordem lógica e cronológica. Também
chamada de economia descritiva, ela é um conjunto de conhecimentos que explica do passado ao
presente.
A teoria econômica é a sistematização dos fundamentos e leis econômicas. Também chamada de
economia política. Bifurca-se entre microeconomia e macroeconomia. A microeconomia apresenta o
comportamento do consumidor, o comportamento da firma e suas inter-relações. A macroeconomia
compreende a teoria do produto, da renda, do emprego, dos juros, da moeda, do crédito e da busca do
equilíbrio parcial ou geral.
Examine o texto a seguir:

“Meu Nome é Dinheiro”


“Nasci em um país da Ásia Menor, por iniciativa de Creso, rei da Líbia, que
teve a idéia de transformar-me em moeda.
Sofri várias metamorfoses com o passar dos anos.
Fui cunhado em ouro, prata, cobre, bronze e níquel.
Cada país cuidou de dedicar à minha confecção cada vez maior atenção e
requinte. Fui entregue a gravadores peritos em sua arte.
No Brasil, comecei a ser cunhado na Casa da Moeda da Bahia, já nos tempos
coloniais.
Um dia, seguindo minha evolução, virei papel-moeda.
Ajudei, durante todos esses séculos, no desenvolvimento social e econômico
do Homem.
Construí muita coisa. Destruí muita gente...
Provoquei ambição, criei guerras, escravizei os Homens.
Mas juro, não era este o meu objetivo, gostaria de estar nas mãos dos justos,
dos bondosos, daqueles que me utilizassem para o bem e para o verdadeiro
progresso do ser humano.
Porque para isso fui criado.
Gostaria que as pessoas refletissem que sou um simples pedaço de papel, uma
lasca de metal.
Que elas sim, é que valem muito.
Porque no fundo, o que eu compro dura pouca, e daqui ninguém vai me levar”.

(Autor desconhecido)
-7-
Prezado Leitor,
O texto sobre dinheiro é o senso comum.
O que seria ciência?
O dinheiro surgiu como uma necessidade humana. Era preciso que houvesse um bem que dividisse
todos os outros bens; que fosse um equivalente geral entre todos os bens; que possuísse aceitação
geral; que, guardado, representasse reserva de valor ou riqueza; que, enfim, facilitasse a
concorrência, as trocas. Porém, ele serviria também como um bem econômico, um bem raro para
muitos e abundante para poucos. Tratá-lo, tornou-se científico. Enfeixa ele um grande número de
conhecimentos teóricos, conhecido como teoria monetária, bem como práticos, chamados de política
monetária.
Ideologicamente, é utilizado como fonte de poder, chamado de poder da lei econômica (força) e a lei
do poder (representatividade).
A ciência econômica se associa com as ciências sociais, sendo portanto, as ciências econômicas.
Associa-se também com a matemática e estatística, chamando-se de econometria. Enfim, pode
associar-se a qualquer campo do conhecimento, usando o progresso social. Exemplos, ecologia,
ecomedicina, ecofísica, ecobiológica, dentre muitos.

4. Leis Econômicas.
O sentido de lei econômica é o de regra de formação, tal como vemos na lógica, na matemática e em
todas as ciências, mas com um caráter protabilístico, não determinístico.
A primeira lei é fundamental. É a lei da escassez, já referida. Segue-lhe a das necessidades ilimitadas,
também citada em conjugação com os recursos produtivos limitados.
O primeiro exercício se faz com a lei da demanda, depois com a lei da oferta. Conjunto denominado
de as leis dos mercados. A demanda indica que os preços e quantidades variam inversamente. Já,
para a oferta, os preços e as quantidades variam diretamente. Logo, as leis de mercado são a
concretização do encontro delas.
A partir destas duas leis, está estabelecido o sistema econômico semelhante a uma teia de aranha.
Conforme os autores mais citados da teoria, algumas leis econômicas se assemelham a definição das
demais partes do corpo humano. Na verdade, os primeiros economistas foram médicos, matemáticos
e físicos.
A lei da divisão social do trabalho é tão óbvia que nos permite entender por que há especialistas e
generalistas. Da simbiose deles, em ponto distintos, é que se tem o modelo em campos definido.
Assim está formado o trinômio: divisão do trabalho- especialização- trocas.
A lei dos rendimentos decrescentes advém da combinação do fator trabalho adicional combinados
com recursos naturais fixos (limitados). Os rendimentos podem começar crescentes, constantes, mas,
fatalmente serão decrescentes.
A lei da eficiência produtiva implica maximizar o emprego dos recursos escassos, traduzindo-se em
menores custos de produção possíveis. A trajetória da empresa é de expansão, em busca incessante
de economias de escala. Claro, forçando-se o tamanho, pode-se ingressar em deseconomias de
escala.
A lei da eficácia é a de maximizar resultados. Aqui se responde a questão de: como produzir? Qual a
melhor combinação dos fatores e das possibilidades de produção? Como se distribui a renda ou
produto?
-8-
A lei do custo de oportunidade que é a do custo alternativo da escolha entre meios e fins. A escolha
envolve o procedimento e, ao mesmo tempo, renúncia. Não se pode ocupar o mesmo lugar, espaço e
tempos diferentes ou, um corpo não pode ocupar dois lugares no mesmo espaço, segundo clássica lei
física incorporada a economia.
A lei dos custos crescentes é o inverso da tendência secular da lei dos rendimentos decrescentes,
depois podem se tornar constantes, mas, fatalmente, forçando recursos, eles se tornarão crescentes.
Existem outras leis, inúmeras, mas as referidas acima são as básicas. Contudo, pelo menos, duas
outras leis férreas devem ainda ser registradas: lei rigor dos salários (os salários reais sempre tendem
à baixa), bem como a lei da moeda, a qual a moeda lastreada expulsa a moeda espúria. A lastreada é
o de confiança (ouro, prata, dólar) e a espúria é aquela especulativa ou inflacionária. Por isso, é
sempre importante estabelecer a confiança na moeda.

5. Dilemas dos Custos de Oportunidades.


O primeiro dilema é o de alocações entre as áreas civil e militar. O que, quando, como, onde, quando,
para quem produzir? No esforço de paz ou de guerra? O segundo dilema é entre consumo, poupança,
investimento. Há curvas de fronteiras de produção, como elas se deslocam?
O terceiro dilema é o de como resolver o círculo vicioso da pobreza? Como aumentar a taxa de
poupança? Como canalizar o investimento em atividades que proporcionam maior valor agregado? A
sociedade rica é a do desperdício. A pobre é de extrema carência. Assim, as questões-chave mais
importantes da economia, superando todas as outras acima referenciadas é em síntese a de para quem
produzir? Como distribuir melhor a renda e a riqueza?
Há grandes dificuldades em lidar com demandas sociais, em um conjunto de nações organizadas em
blocos econômicos. Geralmente, a prática falseia o discurso. Dizem os ricos “o que eu digo (sejam
liberais no comércio), mas não façam o que eu faço (somos protecionistas)”.
Evidencia-se acima que o custo de oportunidade é o custo alternativo que define a economia, o gasto
é um só, a poupança única e o investimento produtivo. Se improdutivo, não é econômico, é perda,
desperdício.

6. A Ordem Natural e o Estado.


Segundo considerado o primeiro pai da economia, Adam Smith, há um ordenamento natural, em que
a racionalidade, as virtudes individuais, a concorrência leal e os jogos cooperativos são
automaticamente conduzidos à economia em equilíbrio estável. Grande contribuição comparável ao
estudo da mecânica sem atrito.
O modelo acima, no entanto, também só serve mesmo para raciocinar, face às imperfeições, vícios e
externalidades positivas e negativas, instabilidades, ineficiências, incapacidades e informações
privilegiadas. Agregue-se a isto o fato de que há a interferência do estado no mercado. Portanto,
quando há equilíbrio, ele é instável. Porém Adam Smith é o ponto de partida, para que se entenda o
complexo quadro da globalização.
A ideologia de esquerda, quanto mais radical, quer a presença onipotente do estado. Em
conseqüência, não há como mesmo o equilíbrio de mercado, a não ser como referência do ideal.
Dessa maneira, a economia de mercado é aquela livre, onde atuam forças naturais. Contudo, no
mundo real há maior ou menor interferência do estado. As economias de comando central, como as
dos países como a Rússia, Cuba e China, cabem aos estados a direção do sistema produtivo. É bem
verdade que há hoje a introdução de vários mecanismos, de controles diretos e indiretos em qualquer
país. Os próprios socialistas fazem reformas.

-9-
A ONU tem 184 países afiliados, cada um tem seu estágio de desenvolvimento, o grau de liberdade
dos mercados é maior nos países ricos e menor nos pobres. No mundo socialista também está
diminuído o papel do estado. Em síntese, os dois modelos extremados estão se aproximando em
busca do progresso social.
A ilusão que não se deve ter é de se acabaram os impérios econômicos, em todo o curso da história
eles sempre estiveram em diferentes lugares, não necessariamente contíguos e, muitas vezes, em
lugares longínquos, eqüidistantes, opostos, triangulares, de diferentes formas, mas sempre de acordo
com a sua geopolítica.

7. A Geopolítica
Em todas as épocas existiram impérios. Tiveram início e fim. Todos praticam “A arte da Guerra”,
opúsculo de milênios editados como de autoria de Sun Tzu e comentado por muitos (o último em
2003). Todos se pautaram por uma geopolítica. O termo significa a definição da área de influência do
país líder. Hoje, parece que a geopolítica está se organizando em grandes blocos econômicos. Sejam
eles o Nafta, o Euro, o Asiático, o Mercosul, o Andíno, mas com a presença de liderança dos Estados
Unidos da América, que busca respaldo no chamado G-7. Países com os maiores produtos nacionais
brutos, a saber, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá e Itália.
Conciliar a expansão das multinacionais com a competitividade que os grandes conjuntos de países
de interesses comerciais comuns é a grande questão. Enquanto isso se especula: virá outro império
em substituição ao americano? Será do Euro? Será o Asiático? Ou o da China? Ou da Ìndia? Não é
algo para curto ou médio prazo?
Na medida em que há a degradação ambiental, é básico evitar ou reduzir (impossível eliminar) os
conflitos bélicos. No entanto, os Estados Unidos insistem em impor a arte da guerra, agora na versão
mais cruel, qual seja via tecnologia da informação associada a mais dura intervenção bélica, ao
tempo em que acena com uma união das Américas (a ALCA) e uma paz a ser alcançada no âmbito
da ONU.
O fato é que todo o império costura uma série de alianças. O dos Estados Unidos se unem hoje ao
Reino Unido, com influência em mais de 120 países, definindo blocos, tais como o G-7, em decisões
militares e políticas, com os blocos econômicos e a provável ALCA.

8. Sistema Econômico.
Um sistema se define pelos seus elementos. Os principais elementos dos sistemas econômicos são: os
trabalhadores, os empresários, os consumidores, os governos, o resto do mundo. Da interação deles
surgem propostas, resultados e problemas. Assim ele é infinito em número de elementos. O
importante é captar a lógica ou as regras que o movem. Daí, a necessidade de modelagem.

9. Modelos Econômicos.
Rebuscando a teoria econômica é o conhecimento comprovado. A prática econômica é a política
econômica. O óbvio é o de que o ser humano mais apto em economia é aquele que a estudou
profundamente. Fez graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado, livre-docência, estudos
especiais, procurando unir a teoria à realidade. Em economia não tem essa de que o prático tem
condições de conduzi-la. Assim, o economista elabora e aplica o modelo econômico. Em qualquer
campo, o modelo é uma simplificação da realidade, um ordenamento das casualidades, dos efeitos,
dos meios e fins. Um modelo tem dois compartimentos: o diagnóstico e o prognóstico. O modelo é
aquele que se utiliza de variáveis quantificáveis (ex. preço, renda, dentre outras) para estabelecer
sistemas equacionais. Contudo, é possível também introduzir no modelo econômico variáveis
qualitativas, tais como a intensidade do fenômeno não medido, a casualidade, a extemporaneidade
- 10 -
(exemplos: os hábitos, costumes, usos, “dummies”). Evidentemente, que o modelo econômico para
um lar seria muito simples. Um orçamento doméstico, apenas contudo, quando se pensa em todos os
lares, associados aos governos, regiões, países, seus desvios, contradições, o modelo econômico se
torna complexo e, em certos casos, não se pode oferecer um controle. Logo, terá de ser alterado; o
modelo econômico alterado passou por uma prova prática. Mas, antes, ele passou por uma prova
teórica quando foi verificada a sua consistência. Assim, modelos sem consistência podem levar a
desastres.

10. Os Mercados.
Os grandes mercados são classificados como: os dos fatores de produção; os de bens e de serviços;
os financeiros; os monetários; os cambiais; os especulativos e os virtuais.
Milhões de formas se apresentam no mundo real. Teoricamente, podem ser sistematizados em nove
formas de regimes de relacionamento, a saber:
1. Concorrência pura. Regime em que há um grande número de vendedores e compradores. Desde
a antigüidade e até hoje é importantíssimo para a sociedade. O melhor exemplo é o de uma feira
livre. Não há nada melhor para se entender o que é livre comércio. Parte do seu exemplo é o
discurso dos países ricos, que agregam a liberdade encontrada neles, o progresso da humanidade
e apregoam que todos devem segui-lo. No entanto, fazem o contrário e são essencialmente
protecionistas.
2. Concorrência perfeita. Grande número de vendedores e de compradores, não havendo barreiras
ao conhecimento. A palavra “perfeita” é a chave para explicar como a informática pode trazer o
bem estar. Contudo, existe a figura dos “insiders tradings”, consoante se vê no filme Wall Street,
de Oliver Stone, com Michael Douglas, premiado com o Oscar de melhor ator, há mais de dez
anos atrás. Recentemente, o livro “Pai rico, pai pobre” (2000), “best seller” que apresenta os
figurantes “insiders” como bons para os mercados. Divergências à parte, o exemplo fiel a este
regime é a bolsa de valores.
3. Concorrência monopolista. Maior número de vendedores e de compradores do que os sistemas
acima. Como é sistema de micros, pequenas e médias empresas, correspondem à mais de 90% do
número delas no mundo. Vale dizer que todos concorrem pelo monopólio, mas não o tem. Neste
regime o monopólio só existe na cabeça do concorrente ou na mente do consumidor. Exemplo,
comércio de calças jeans, de genéricos (hoje tudo que é semelhante).
4. Monopólio. Um só vendedor. Vitrine para pancadaria. Péssimo, não há quem o aprove. Só há
disfarces. Muito embora é o que quase “todo mundo” quer.
5. Monopsônio. Um só comprador. Exatamente o inverso. Aqui, todo mundo assume. Ele se diz e
se considera o "salvador da pátria". Sem ele, ninguém venderia nada. É o sistema fortíssimo. Há
inúmeros exemplos: uma indústria de petróleo. Atravessador único.
6. Oligopólio. Alguns vendedores. Trata-se do mais refinado sistema de concorrência. É tão
organizado que se chama de cartel. Faz imagem de bonzinho, mas é quase todo mau. Há quatro
tipos. Ver LEFTWICH (1970).
7. Oligopsônio. Alguns compradores. Mais forte ainda. De todos, o de maior força. Exemplo, os
atravessadores. São o clímax do mercado.
8. Duopólio. Dois vendedores. É o jogo de pingue-pongue. Eu e o outro podemos mesmo ser
vitrines. Fácil e complexos.
9. Duopsônio. Dois compradores. Versão simples do oligopsônio. O seu número é pequeno. Mas é
o paradigma do oligopsônio ou oligopólio, as formas chamadas de capital monopolista, quer
dizer, é o clímax do controle dos mercados, estas três citadas formas acima.
- 11 -
11. As Elasticidades Econômicas.
Os economistas desenvolveram as maiores aplicações de matemática que são conhecidos no campo
financeiro. São exercícios determinísticos e probabilísticos. Deve-se a Alfred Marshall (1898) a
invenção do conceito de elasticidade econômica.
Não serão vistos aqui as diferentes formas de elasticidade. São inúmeras.
No entanto, a mais conhecida é a da elasticidade preço da procura. Classicamente, Marshall mostrou
que a variação relativa na quantidade da procura do bem x varia inversamente à variação relativa no
preço do bem x. logo, a razão é negativa, o que deve ser modulada; vale dizer, a interpretação não
leva em conta o sinal.
O conceito matemático da elasticidade é expresso pela fórmula ∆qx/qx/∆px/px.
Se a razão total for maior do que 1 o bem é elástico. Se for igual a 1 o bem tem elasticidade neutra.
Se for menor que 1 é inelástico. Então para que serve? Serve a inúmeras aplicações, principalmente
em modelos econométricos.
Uma grande lição é saber a relação entre a elasticidade preço da procura do bem com sua receita
total. Os exercícios revelam que os bens elásticos maximizam seus resultados, na medida que os seus
preços caem, são barateados no tempo, já que, por serem tão queridos, os consumidores os preferem
mais do que os outros. São bens com bons substitutos, de elevado conteúdo tecnológico, industriais,
geralmente mais produzidos pelos países ricos. Exemplos, automóvel, computadores, televisores, o
inverso é verdadeiro para os bens inelásticos. São bens que não tem bons substitutos, precisam ser
tratados ou industrializados e são geralmente produzidos por países pobres. Não interessam a estes
redução de preços, e sim os seus aumentos, já que eles maximizam, desta forma, a receita total.
Infelizmente, uma seca, enchente, má safra, praga, doença, cataclisma, os tornam raros e caros.
Exemplos, café, laranja, cacau.

12. Produção e Produtividade.

A produção é resultado do uso dos recursos humanos e materiais. A pujança é revelada pela
produção. A produção física é a quantidade. A quantidade vezes o preço equivale a receita. Receita
bruta, com impostos. Receita líquida, sem impostos. A produtividade é relativa. É a comparação
entre variáveis. Exemplo, a produtividade da terra: é quantos quilos de um bem se retirará de hum
hectare. Ou seja, é o rendimento da terra. Cinqüenta sacos de milho por hectare. Se, no ano seguinte,
for 60, a produtividade aumentou.

13. Superação de Rendimentos Decrescentes.


Os rendimentos físicos (a mesma coisa que quantidades produzidas), podem ser crescentes,
constantes e decrescentes. São crescentes se a produção for sempre eficiente e cada vez mais recursos
se agregam ao processo produtivo. São constantes, se um padrão de eficiência é repetido inúmeras
vezes. Contudo, sabemos que os recursos são escassos. Portanto, se existir um fator variável
(trabalho) e outro fixo (terra), haverá situações em que os rendimentos serão crescentes, constantes e,
fatalmente, decrescentes, já que um fator ficou fixo. No mundo real há sempre um ou mais fatores
limitados. Logo, a combinação dos fatores produtivos levará inevitavelmente a rendimentos
decrescentes. A propósito, fatores ou recursos produtivos são: a natureza, o trabalho, o capital, a
capacidade empresarial e a tecnologia. Sem dúvida, este último fator tem sido básico para que não se
ingresse em rendimentos decrescentes. O importante é ver que há limites para a inovação
tecnológica. Porém, é a eterna perseguição pela eficiência que fará sempre que seja superada a lei dos
rendimentos decrescentes.
- 12 -
14. Esfera Real, Esfera Monetária e Inflação.
Até então tem sido referida a esfera real da economia como o seu lado da produção. No entanto, é
preciso, na equação das trocas, ficar evidenciado que o lado real tem que corresponder ao lado
monetário, o que decorre do uso do dinheiro. Assim, a produção deve ser valorizada em moeda, que
é o equivalente geral. Uma equação fundamental da economia nos diz que o lado real (quantidade
vezes preços), deve ser igual ou próximo do lado monetário, quantidade de moeda vezes sua
velocidade de circulação. Se fossem iguais os dois termos da equação, não haveria inflação. A
inflação é justamente o desequilíbrio entre essas duas esferas. Ela se reflete via aumento do nível
geral de preços. Teoricamente e, em situações especiais, poderia haver deflação: queda do nível geral
de preços.
Dessa maneira, a inflação não é bruxaria. É um fenômeno real de ajustamento dos preços às
quantidades e velocidades das diferentes formas de moeda. A situação se complica por que as
moedas têm formas e prazos diferentes de repouso. Isto é, há um conjunto de haveres financeiros e
cada um deles é fator ou de expansão ou de retenção da moeda. Portanto, o busílis é controlar as
formas diferentes dela. Isto se chama de política monetária. Leva a processos brandos ou violentos.
Exige-se a existência de um banco central que regulamenta, avalia e prevê tudo o que deveria passar-
se com os diferentes tipos de moeda. Os desdobramentos da atuação do Banco Central são inúmeros.
Controlar dinheiro envolve um “mundo” de relações. Basta só lembrar que o FED (Banco Central
dos Estados Unidos) é tão forte ou mais do que uma secretaria do governo americano. Um presidente
do FED pode passar por vários governos. O que importa é que ele tenha apoio dos diferentes
congressos nacionais a que submete a política que julga adequada para a época.

15. A Moeda, Funções e Controles.


Historicamente, o homem sempre precisou de um padrão de comparação entre os bens. Este padrão é
a moeda. Ou seja, todos os bens podem se medidos por uma unidade de conta. Como todo bem tem
valor de uso e de troca, exceto a moeda, que só tem valor de troca, ela se tornou um bem especial e
que todo mundo deseja com o fito de alcançar todos os seus desejos. Existiram vários tipos de
moedas. O sal, as conchas, até o boi, foram exemplos delas, até chegar-se à moeda metálica, papel-
moeda e moeda escritural. São funções das moedas: 1) equivalente geral; 2) meio de pagamento; 3)
reserva de valor; 4) pagamentos diferidos no tempo.Inúmeras são as formas de moeda, sejam elas de
forma material, em menor número, as virtuais e as representadas, em maior número por cheques e
títulos de débitos e créditos. Portanto, logo surgiram os seus controles através do Banco Central. Este
aumenta ou diminui os seus volumes em função dos requerimentos dos bancos, os quais demonstram
as ofertas e as demandas por moeda da sociedade.

16. Os Meios de Pagamento e a Equação de Trocas


A moeda, o dinheiro, os haveres financeiros ou meios de pagamentos refletem os mercados
financeiros. Os meios de pagamento são classificados para fins de estrito controle do banco central
de todo o país.
São cinco grandes conceitos:
• Base monetária é o saldo de papel em poder do público mais os recursos bancários (moeda
manual nos bancos). É o dinheiro para as transações imediatas.
• Meios de pagamentos nº 1, M1, é a moeda manual (papel moeda e moeda metálica em poder
do público) mais a moeda escritural (depósitos à vista).

- 13 -
• Meios de pagamentos nº 2, M2, é o M1 mais: as aplicações no fundo de aplicações financeiras
(FAF), mais o fundo de investimento financeiro de curto prazo (FIF-CP), mais o fundo de
renda fixa de curto prazo (FRF-CP), mais os títulos federais, estaduais e municipais em poder
do público, com exceção daqueles pertencentes as carteiras do banco central e dos próprios
bancos aplicadores.
• Meios de pagamento nº 3, M3, é igual ao M2 mais: depósitos de conta corrente de poupança
(Há poupança vinculada, é bom lembrar).
• Meios de pagamento nº4, M4, é igual ao M3 mais: depósito a prazo, letras de câmbio e letra
hipotecárias, exceto aquelas que compõem as carteiras das instituições financeiras.
• Coube a Irving Fisher (1920), elaborar melhor a equação das trocas, qual seja a troca de
haveres monetários por bens e serviços. Assim a equação quantitativa da moeda é:
MV = PY, onde
M = meios de pagamento
V = velocidade da circulação dos meios de pagamentos
P = nível geral de preços
Y = volume das transações
Esta equação permite compreender as ações do banco central de qualquer país, na execução da
política monetária.

17. A Contabilidade Nacional.


As representações econômicas são abstrações da realidade, o que vale dizer são aproximações das
verdades absolutas, são cálculos aproximados das virtudes, defeitos, convicções, acertos e erros, do
que representam o produto nacional, a renda nacional, o consumo global e muitos outros importantes
agregados.
Dessa forma, cabe aos institutos de estatísticas fazer as coletas de dados, apresentações e
demonstrações dos resultados colimados. Por mais que se questionem os erros, com seus vieses, não
pairam dúvidas que as estatísticas se aproximam da verdade e permitem conclusões normalmente
aceitas. Por mais cética que seja uma pessoa, ele não duvida do índice da pesquisa que indica a
vitória de um candidato ou da satisfação ou insatisfação popular. A matemática e a estatística
corrigem os erros.
Assim, a contabilidade nacional é um conjunto de contas agregadas dos setores produtivos, que
partem de bases diárias, semanais, mensais e anuais, contando os desvios, descontando sazonalidades
testando os resultados.
A todo dia vê-se no rádio, jornal, TV, revistas, dentre outros, dados sobre os índices de preços (IGP,
IGP-S, IGP-M, IGP-DI, IPC, INCC, IPA, IPC-FIPE), produto interno bruto (PIB), desemprego,
inflação, juros, salários, exportações, importações, poupança, investimento, moeda, crédito, os quais,
no agregado fazem parte da contabilidade social.

18. A Repartição da Renda Interna Bruta e as Três Óticas da Renda


Um conceito fundamental é o Produto Interno Bruto (PIB), que ó conjunto de bens e serviços que são
produzidos por um país dentro de um ano e que não são revendidos. O PIB é distribuído por setores
produtivos (primário, secundário, terciário). A Renda Interna Bruta (RIB) é composta dos seguintes
agregados: salários, juros, lucros, aluguéis, depreciação e tributos. O PIB é igual a RIB, em termos de
valores, não de conteúdos, já que são agregados diferenciados. A rigor, o PIB é o fluxo de bens e
serviços vezes seus preços, já a RIB é a repartição da renda dos bens e serviços entre as classes
sociais. A repartição, portanto, é muito importante porque mostra uma determinada distribuição de
- 14 -
renda. Mais, ainda, demonstra a evolução da distribuição da renda, quando comparados anos
seqüenciados. É possível saber se um país está melhor (renda melhor distribuída) ou pior
(concentração de renda). Como visto até agora a renda e o produto são duas óticas de como se altera
a riqueza, mas do lado da oferta agregada do país. Cabe acrescentar o lado da demanda efetiva ou
agregada, que é o conjunto do consumo, investimento, gastos do governo, exportações e importações.

19. Equações Macroeconômicas Gerais.


Os institutos de estatísticas trabalham há mas de um século aperfeiçoando os agregados
macroeconômicos. Nasceram de abstrações e vão ficando cada vez mais próximos, não se tornando
únicos, mas afirmativos, vez que obedecem às determinações, matemáticas, físicas, químicas e às
estatísticas dignas de credibilidade.
Relembrando e incluindo novos agregados.
Os principais conceitos da economia são:
PIB = Produto interno bruto
PIL = Produto interno líquido
Yn = Renda nacional
Ypc = Renda per capita
D = Depreciação
C = Consumo
S = Poupança
I = Investimento
G = Gastos do governo
T = Tributos
X = Exportações
M = Importações
RLFE = Renda líquida dos fatores do exterior
Sugere-se a leitura de textos de contabilidade social, tal como o de ONOFRE (1986) que explica
detalhadamente a contabilização de um país. O fato é que o PIB, leva à última determinação, que é a
renda per capita. A renda per capita é o PIB dividido pelo número de habitantes. Já a ONU calcula
outros indicadores, tais como educação, saúde, no índice de qualidade de vida (IQN) e o índice do
desenvolvimento humano (IDV). Daqui para frente indica-se muitos exercícios, diferentes equações
e funções como as agregadas acima.

Do exposto é possível estabelecer algumas equações básicas a seguir:

1. PIB = C+S+T+X-M
2. PIB = C+T+G+X-M
3. S+T = I+G
4. C = a + b Yd
5. C = Y- S
6. q = f (p)
7. p = f (II)
8. X = f (PIB)
9. M = f (PIB)

- 15 -
As notações são:
PIB = Produto interno bruto, ângulo de vazamento na equação 01 acima.
PIB = Produto interno bruto, ângulo das aplicações na equação 02 acima.
C = Consumo; a = consumo autônomo; b = consumo injeções.
S = Poupança, vazamento de renda.
T = Tributos, vazamento de renda.
I = Investimento, injeção para o produto
G = Gasto do governo, injeção para o produto.
Y = Renda.
q = Quantidade
p = Preço
II = Impostos Indiretos
yd = Renda disponível
X = Exportações
M = Importações.

20. Sistema Tributário e Dispêndio Públicos.


Há necessidade de ficar claro que os governantes, ao evoluírem no tempo, criaram formas múltiplas
de gastos públicos que, muitas vezes, foram guerras, desperdícios e investimentos. Os governantes
foram democratas, autoritários, maquiavélicos ou carniceiros, justiceiros ou enganadores, patriotas
ou tecnocratas. Logo, os gastos públicos sempre seguiram a forma de governo. Antecedendo aos
gastos é preciso definir como arrecadar tributos. Assim, desde a primeira sociedade que o homem
elabora o código tributário. Os tributos são: impostos, taxas e contribuições da melhoria.

21. Nível de Emprego do Capital e do Trabalho.


Há vários mercados, entre os quais convém distinguir os mercados de fatores de produção, os
mercados de produtos e mercados financeiros os mercados de câmbio. Em todos os mercados é
possível admitir-se níveis de emprego que assegurem o progresso. Caso o contrário, vem a recessão e
dificuldades sem par.

22. A Formulação de Philips.


Uma referência respeitosa a Philips (1958), que estudou por mais de cem anos a economia do Reino
Unido.
O gráfico a seguir, demonstra as suas observações no tempo lógico. É fácil entender na curva a sua
inestimável contribuição. Façam o exercício.

- 16 -
VARIAÇÃO DA CURVA

PARECIDA COM UMA HIPÉRBOLE

INFLAÇÃO

O D
DESEMPREGO

- 17 -
23. A Síntese Neoclássica
Trata-se do modelo IS/LM

O MODELO IS – LM

I
L S

I M

0 YN
Este é o modelo mais simples do raciocínio econômico geral instável, qual seja dos demonstrativos
da possibilidades de obtenção de moeda, face a sua velocidade, bem com ás possibilidades de
poupança, canalizada no investimento, em decorrência das variações de renda nacional (YN).

24. A Teoria dos Jogos


Um dos grandes recursos da economia é a teoria dos jogos. Tanto serve para o mercado de produtos,
como exemplo, a bolsa de valores, como para o mercado financeiro, bastando ver o mundo dos juros.
Um bom exercício é assistir ao premiado filme, intitulado como “Uma mente brilhante“. A tese de
doutor de John Nash “Equilibria’’, que se reporta ao pai da economia, Adam Smith. O jogo do bar é
excelente pensamento da decisão coletiva adequada ou equilibrada.
Há jogos com amizade, chamados cooperativos. Os acordos entre os participantes são permitidos, o
cartel. Há jogos de sortes, tipo loteria. Há jogos onde não há possibilidades de acordo, chamados não
cooperativos.
Estes últimos são os mais estudados. O clássico é o dilema dos prisioneiros onde a teoria do
“segundo melhor” é comprovada. Ou seja, o “primeiro melhor“ é a do acordo. O “segundo“ é a
lógica do erro. O dilema dos prisioneiros é taxativo para provar que os homens, em geral, tem
aversão ao risco.

- 18 -
Exemplo:
a) Houve um crime.
b) Dois presos em celas separadas.
c) Tanto um como o outro não sabe da decisão do parceiro. Há três opções: confessar e pegar cinco
anos de prisão o outro livre; negar o crime e pegar dez anos de prisão; ficar em silêncio e pegar
um ano de cadeia.
d) O silêncio seria melhor para ambos. Contudo, nada garante que um não confesse. Logo, ambos
confessaram, ficando cada um com cinco anos de cadeia.
Evidente que os presos não sabem um do dilema do outro.

25. A Economia Brasileira e a Economia Internacional.


Inúmeros trabalhos podem ser referenciados dos livros de Celso Furtado, Maria da Conceição
Tavares, Francisco de Oliveira, Antonio Delfim Netto, Maria Henrique Simonsen, dentre muitos
autores.
Um dos livros mais atuais é o de LACERDA et alii (2004), que examina a economia brasileira, a
partir do marco básico traçado por Celso FURTADO (1957) que analisa o Brasil a começar em 1500
e terminam no final dos anos quarenta do século XX.
O autor possui o texto, publicado pelo ATLAS, “Economia brasileira: planos econômicos e políticas
econômicas básicas”, BRITO (2004), o qual examina o Brasil após 1949, isto é, desde o início do
primeiro plano econômico brasileiro, o Plano SALTE, até o Plano REAL.
O importante a reter sobre o Brasil é o de que há três etapas: a (1ª) primária-exportadora, de 1500 a
1930, compreendendo a fase colonial, com destaque para os ciclos de açúcar, da mineração e da
pecuária; a fase imperial, com o advento e crescimento do ciclo de café; a fase da república velha
(república do faz-de-conta), com os auges do ciclo de café e da pecuária mineira (também chamada a
política do “café-com-leite”). A (2ª) da indústria substitutiva das importações, de 1930 a 1980, com
uma fase nacionalista, até 1964, uma fase dependente, associado ao capital internacional, de 1964 a
1980. A (3ª) a do embrulho fiscal, com endividamento interno e externo, a fase atual, de quase um
quarto do século de baixo crescimento econômico chamada por PEREIRA (2003) de crise
fiscal.
Uma boa compreensão da economia internacional pode ser tida com o estudo de KLUGMAN (2003),
associando o progresso mundial com os ciclos do Brasil.

26. A História de Célebres Autores para a Economia

26. 1 - Os Primeiros Registros da Idade Antiga


Para entender a economia é preciso conhecer a história e seus principais contribuidores na seara
econômica. Na idade antiga há a generalizada escravidão. O trabalho é árduo e penoso.
É consenso mundial de que a China parece ser a nação mais antiga do mundo ou de que as primeiras
idéias econômicas são encontradas em escrito tais como o Tao Te King de Lao Tse, os Anacletos de
Confúcio (séc. VI a.C.) e a Arte da guerra de Sun Tzu (séc IV a.C.).
Os chineses não davam muita importância à economia. Acreditavam que eram procedimentos de
subsistência e, portanto, deviam os aspectos econômicos serem encarados de acordo com uma ordem
natural (laissez faire). Havia uma aversão a trabalhos artesanais enquanto a prática agrícola era
exaltada.
Há milênios os hindus tinham procedimentos econômicos opostos aos dos chineses. Eles eram
intervencionistas do mercado, proibindo preços acima dos preços justos. Regulavam o trabalho com
leis severas, com uma rígida divisão do trabalho entre as castas.
- 19 -
Antes de Cristo, os judeus tinham leis contra usura, isto é, empréstimos a juros, mas estes poderiam
ser cobrados a estrangeiros. As leis hebréias eram detalhistas quando se referiam ao dinheiro.
Os árabes, japoneses, persas e egípcios também não apregoavam na antiguidade a intervenção do
Estado.
Ainda no século IV a.C., os gregos procuravam filosofar sobre a sociedade ideal. Destaca-se Sócrates
com suas idéias. Platão com seus escritos. Dois livros de Platão são bem citados: Protágoras e a
República. Platão rompe com o materialismo e fica no campo das idéias. Já o seu discípulo
Aristóteles desenvolveu noções econômicas interessantes. Aristóteles via a economia natural como o
segmento que se articula com a economia artificial (a crematística), através dos laços, gerando
riquezas.
Há uma lacuna sobre quase dez séculos de crescimento dos povos árabes e seus dominados, no que
se refere a evolução do conhecimento econômico. Mas, a grande contribuição histórica deles foi a
invenção do sistema de números.
A segunda etapa do feudalismo se deu a partir do século XII com as grandes navegações. Estas foram
decorrências da necessidade dos feudos se comunicarem, trocando seus excedentes, de refundarem as
cidades, mas sob nova conformação, com categorias bem claras de indivíduos, sejam eles da corte,
do clero, do senado, das cooperativas, associações, servos, senhores e escravos. As cidades
desenvolveram o comércio e a atividade financeira.
O grande crescimento econômico, com o sistema de rodízio agrícola, levou a uma enorme expansão
demográfica na Europa. Em cerca de três séculos a população triplicou. Os excedentes de riqueza e
de população, trazem as separações maiores entre as classes sociais.
Dos pensamentos dos cristãos bíblicos, desde Paulo, Lucas, Agostinho (séc. V) até Tomas de Aquino
(séc XIII), desenvolve-se nos mosteiros, entre os séculos XIII e XIV, grandes mestres escolásticos. A
exposição do ideário deles decorre de deduções pela lógica, fé e autoridade. A economia é
vista pelos escolásticos como a resolução da questão moral.
A matriz ideológica dos outros escolásticos se baseia em Aristóteles. O raciocínio deles encontram
respaldo no lado da demanda: nos pensamentos de Tomas de Aquino, defendendo a lei de usar (juros
de 12% ao ano) e preços justos; Henry de Friemar, percebendo uma demanda agregada face à
escassez; Jean Buridan, demanda efetiva, utilidade e mercado. Já do lado dos custos: Alberto Magno,
calculando trabalho e despesas; John Duns Scotus, criticando a teoria do preço justo; Geraldo
Odonis, raridade e habilidade do trabalho.
A acumulação de riqueza era claramente realizada mediante uso do trabalho escravo.
No século V a.C. os romanos têm idéias muito interessantes sobre a intervenção do Estado na
economia, indo do idealismo ao materialismo, defendendo a propriedade privada. Em 55 a.C.
Marcus Jullius Cícero pontificou cinco regras de conduta: “o orçamento nacional deve ser
equilibrado; as dividas públicas devem ser reduzidas; as arrogâncias das autoridades devem ser
moderada e controlada; os pagamentos a governo estrangeiros devem ser reduzidos, se a nação não
quiser ir à falência; as pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta
pública”.

26.2 - A Evolução das Idéias Econômicas na Idade Média


O divisor de águas entre a idade antiga e a idade média é o surgimento do trabalho servil. O grande
desgaste que era a guerra de conquista, gerando a escravidão, trazia um grande desgaste humano.
Todos os grandes impérios da antiguidade ruíram e os povos de então viviam praticamente em
estagnação econômica.

- 20 -
O declínio do império romano, como o advento do cristianismo, recolocou as relações sociais
reconhecendo o valor do trabalho, a caridade e a irmandade. O cristianismo tinha na sua pregação
inicial o ideário comunista. Após três séculos de perseguição, em 313, o imperador Constantino
legalizou o culto cristão. Roma viria a ser a sede do cristianismo.
A invasão dos bárbaros germanos e eslavos na Europa é o fio condutor do ingresso do cristianismo
no velho mundo. Surgem as vilas rurais. Do séc IV ao séc. XV, período chamado de idade média,
desapareceram as cidades antigas e surgiram os vilarejos. Há um fechamento da vida econômica de
subsistência, onde não haviam muitas trocas externas e até não circulava a moeda.
A primeira etapa do feudalismo vai do séc. IV ao XII. Este período conhecido como idade dos trevos
coincide com o crescimento do islamismo. Os árabes fizeram um grande império, incorporando a
Espanha o sudeste da França, passando pelo norte da África, o Oriente Médio, chegando à China e à
Índia.

26.3-As Primeiras Doutrinas Econômicas: Mercantilismo, e Cameralismo


Da antiguidade à idade média conviveram com trabalho escravo, evoluindo para o trabalho servil,
com um interregno de aproximadamente dois séculos de ideologias, até a instituição do trabalho
salarial, na idade moderna. Nesse grande período intermediário, surgiram as primeiras doutrinas
econômicas: mercantilismo e cameralismo.
O mercantilismo tem como ideário o nacionalismo e a intervenção do estado na economia. O
nacionalismo é a organização de vilarejos em cidades, e destas em um país, isto é, o surgimento e
consolidação do Estado-Nação. A intervenção do estado é a regulação e a produção direta dos
governos.
Os diferentes países que se formaram nos séculos XVI/XVII, tais como: Inglaterra, França, Holanda,
Alemanha, Espanha, foram celeiros de inúmeros autores, com pensamentos bastante heterogêneos.
Acreditavam os mercantilistas que a população mundial deveria crescer sem tréguas, com um ávido
comércio entre os povos, cujos os excedentes produtivos eram pagos com metais preciosos. A idéia
metalista não só serve de base à riqueza como permite o desenvolvimento do sistema financeiro,
impulsionando o sistema produtivo. Defendiam ainda salários ao nível de subsistência e que a
economia tinha uma racionalidade própria, não construindo ainda um modelo econômico científico.
O mercantilismo vigorava em países ocidentais da Europa. Já na Europa Central, em países de língua
alemã, mais atrasados, desenvolveu-se o cameralismo. Assemelhava-se a quase tudo do
mercantilismo, mas desenvolveu muito mais intervenções nas finanças públicas (tarifas, taxas) do
que no comércio mundial.
A maioria dos mercantilistas era panfletária. Não se aprofundaram no modelo científico. Já os
cameralistas, tinham a maioria pragmática. Por sua vez, os nacionalistas aprofundaram a intervenção
dos interesses das comunidades comuns.

26.4 - A Escola Fisiocrata Já na Idade Contemporânea


A partir do século XV há um grande desenvolvimento das ciências naturais. As grandes navegações
também trouxeram grandes problemas, tais como a exploração de minérios, a criação da artilharia
pesada, armazenamento, grandes embarcações, todos eles aguardando um crescimento da ciência
física.
Os cientistas do renascimento seguiram a lógica aristotélica, buscando assim o método científico, o
qual parte da observação causal, fixando premissas e fazendo deduções. Dessa forma, isola-se o que
é essencial do evento dos seus aspectos acidentais. Agrega-se aos pensamentos de Galileu, Kleper,
Arquimedes, Bacon, Descartes, Newton, com aqueles políticos e sociais, de Maquiavel, Hobbes,
- 21 -
Locke, Mandeville, Boisguillebert e Cantillon, para que os fisiocratas, em meados do século XVIII
surjam, na França, como o primeiro grupo de pensadores organizados formalmente como uma escola
de economia. Foram eles os primeiros a se chamarem de “economistas”.
A palavra fisiocracia significa governo (ou regra) da natureza. Relembrando, a palavra economia tem
origem em governo (ou regra) da casa (ou sociedade). Etimologicamente, hoje se deduz que a
fisiocracia está contida na economia.
A fisiocracia defende que a sociedade e a economia (sentido restrito) funcionam de acordo com uma
ordem natural. Todos os fatos sociais e econômicos estão ligados a leis inevitáveis. A fisiocracia
defende a economia obedecendo as leis da natureza, a exemplo da circulação do sangue no corpo.
Claro, que isto não é verdade, a economia tem a maior parte sobre intervenção direta e indireta do
Estado (a economia formal).
É muito grande a contribuição dos fisiocratas, destacando-se Jacques Turgot, que criou uma análise
do valor; Marquês de Mirabeau, que cunhou a expressão mercantilismo; Mercier de la Rivière,
filósofo político-econômico; François le Trosne, utilitarista; Nicolas Bandeau, jornalilsta; Du Pont de
Nemours, que criou a multinacional 3M (emigrou para os Estados Unidos) e, o maior deles, François
Quesnay, que escreveu “O Quadro Econômico”, primeira matriz da contabilidade nacional.

26.5 - Dez Autores das Maiores Contribuições à Ciência Econômica na


Contemporaneidade.
A maioria dos autores considera o livro “Investigações e Causas da Riqueza das Nações”, de Adam
Smith, publicado em 1776, como o marco da criação da ciência econômica.Os muitos autores já
citados contribuíram para a construção do modelo de análise econômica. Porém, Adam Smith
sistematizou o que se buscava: uma ciência com seu objeto e suas leis.
Depois dele, que viveu no início da idade contemporânea, muitos autores fizeram a economia se
notabilizar, até ser distinguida com o Prêmio Nobel, a partir de 1969.
Dessa forma, escolheu-se aqui dez economistas célebres que antecedem ao Nobel. Os detentores do
citado prêmio serão vistos no tópico 27. Logo, começa-se com o pai da economia.

ADAM SMITH (1723-1790)


Considerado o fundador da escola clássica da economia, apresenta a solução para o seu
funcionamento através das leis de mercado, na interação dos interesses individuais e na concorrência.
Criou a “mão invisível” do mercado para designar as tarefas que realizam consumidores e
vendedores em busca de realizar o contrato, onde entram em acordo quanto ao preço e quantidade. O
ajustamento seria automático, não precisando de intervenção estatal.
Com o seu liberalismo, defendia a divisão e especialização do trabalho como alavanca para a
eficiência. Adam Smith via na acumulação de lucros o motor que impulsiona o progresso.
O seu livro é bem sugestivo pelo próprio nome “Investigações e Causas da Riqueza das Nações”, de
1776, em plena revolução industrial.
Nasceu na Escócia, estudou ciências morais e políticas em Oxford. Professor famoso, pouco antes de
seu falecimento determinou a destruição dos seus manuscritos. Acredita-se que ficou pressimista
pelo fato de ver a “mão invisível” conholada ou manipulada pelo estado.
- 22 -

THOMAS ROBERT MALTHUS (1766-1834)


Economista clássico, famoso pelo seu artigo “Princípios da População”, de 1798, quando
desenvolveu o seu pessimismo quanto ao futuro da humanidade, face aos vícios, a miséria, a pobreza,
a fome e a alta taxa de natalidade.
O seu axioma de que a população, quando não controlada, cresce à taxa geométrica, enquanto a
produção alimentícia cresce, quando cresce, à taxa aritmética assustou muitos futurólogos (e ainda
assusta), já que antevia cataclismas tais como se apresentaram (não que ele os previsse) as guerras
mundiais do século XX e as bombas atômicas jogadas no Japão.
Era também pastor protestante, e recomendava controle da natalidade. O curioso é que ele teve dez
filhos.
Em 1820 publicou “Os Princípios da Economia Política”, preocupando-se com uma insuficiência de
demanda, já que a renda estava concentrada, propugnando que o Estado interviesse para regular a
oferta.
Inglês, estudou matemática em Cambridge e foi professor de história e economia política.

DAVID RICARDO (1772-1823)


Economista clássico, atraído para a economia após estudar “A Riqueza das nações”. Vendo que
Smith interessava-se pelos preços absolutos, ele estudou os preços relativos, desenvolvendo
importante estudo das vantagens produtivas que um país tem no comércio internacional, face à
relatividade dos preços. Um país deveria especializar-se naqueles produtos que tivessem custos
comparativos mais baixos.
Ricardo trouxe importante contribuição também com a teoria da renda da terra. É dele a primeira
formulação da lei dos rendimentos decrescentes, a qual significa que, fixa a terra, adicionando-se
trabalho seqüencialmente, os rendimentos começam crescentes e fatalmente serão
decrescentes.Como corolário, o inverso acontece com os custos. A acumulação de capital se daria a
partir de lucros, desenvolvendo também fundamental teoria dos salários nomínais e reais.
Nasceu em Londres. Estudou na Holanda. Começou a trabalhar na bolsa de valores aos 14 anos, com
seu pai. Aos 19, por sua conta, alcançou grande fortuna, claro, financiado pelo pai.

KARL MARX (1818-1883)


Economista clássico, até então o maior crítico do capitalismo.
O modelo de Marx procura demonstrar que o capital explora o trabalho com suas leis de movimento,
mediante a concentração e centralização de capitais.
A divisão da sociedade em classes está determinada por aquilo que se produz, como se produz e
como se troca a produção. A concepção materialista da história parte do princípio de que as
revoluções políticas são buscadas pelos métodos de produção e de troca.
Para Marx o capitalista extrai do trabalhador a mais-valia, que é a diferença entre o salário que
recebe do bem que produz.A mais-valia é o trabalho não pago e que fortalece a acumulação
capitalista.
Suas idéias influenciaram os comunistas dos séculos XIX e XX, tais como Frederich Engels, seu
parceiro em vários trabalhos, Lênin, Trotsky, Stalin, Mão-Tse-Tung, Che Guevara, Rosa de
Luxemburgo, Fidel Castro, dentre outros, que influenciaram as revoluções socialistas em seus países.

- 23 -
Nasceu na Prússia. De família judia. Estudou direito, história e filosofia nas universidades de Berlim
e Bonn. Doutorou-se aos 21 anos em Berlim, em filosofia, com a tese sobre Demóstenes e Epicuro.
Exilado na Alemanha, estudou em Paris o socialismo, bem como a economia política inglesa, onde
fixou residência até a morte.
Em 1848 escreveu com Engels “O manifesto comunista”. Tornou-se jornalista e ativista político.
Em 1867 publicou o primeiro volume de “O Capital”. Depois de sua morte, Engels publicou seus
manuscritos e os volumes II e III de “O Capital”. Freqüentou durante anos as salas de leitura do
Museu Britânico, acreditando-se que até à morte, por pobreza aguda.
Face ao exposto, é mais fácil escrever sobre a sua trajetória do que sobre a sua extensa obra em
vários idiomas.

LEON WALRAS (1831-1910)

Economista neoclássico, um dos primeiros e mais notáveis criadores da economia no campo abstrato,
desenvolvendo um sistema de equações simultâneas que levam a economia a uma solução
matemática determinada. Seus postulados são: livre mercado, concorrência perfeita e perfeita
mobilidade de fatores de produção.
O modelo de Walras é muito bom em um leilão coletivo, de forma que as condições de cada troca
são anunciadas. Claro, irreal para a maioria das relações econômicas, mas um bom exercício.
Nasceu em Lousanne, Suíça. Estudou minas, jornalismo e matemática. Ocupou a cátedra de
economia na universidade pátria.

WILIAM STANLEY JEVONS (1835-1882)

Economista neoclássico que critica Ricardo, na sua teoria do valor do trabalho, escrevendo que o
trabalho é heterogêneo, elevados custos em trabalho não conferem alto valor à mercadoria e que
mercados com oferta fixa são raros e com suas críticas aproxima-se de Walras, bem como de Carl
Menger (1840-1921), Jevons foi um dos enadores da economia marginalista , tido como uma
revolução teórica para a época .
Quer dizer os marginalistas passam a conceituar uma série de indicadores anunciados e não
trabalhados mais a fundo por Ricardo, tais como produto marginal, custo marginal, chegando ao
conceito de utilidade marginal.
As explicações marginalistas introduzem conceitos subjetivos, tais como gostos e preferências na
análise econômica.
O interessante é que as idéias objetivas de Marx não foram conhecidas por Jevons, Menger e Walras.
Jevons, na Inglaterra, Menger na Áustria, Walras na Suíça, todos contemporâneos.

ALFRED MARSHALL (1842-1924)


Economista neoclássico, fundador da moderna economia, exposta mediante representações gráficas.
Realizou uma grande síntese, procurando combinar o melhor da economia clássica com o
pensamento marginalista.
Os supostos do seu esquema analítico é de que a determinação dos preços no mercado tem do lado da
oferta, o lucro máximo, bem como os consumidores, do lado da demanda, querem a máxima
utilidade.
- 24 -
Dentre as suas contribuições destaca-se mais a teoria das elasticidades, tanto da demanda como da
oferta, com seus reflexos nas receitas totais, custos totais e lucros máximos.
Nasceu na Inglaterra. Estudou matemática e economia em Cambridge. Em 1890 publicou “Princípios
da Economia”, traduzindo no Brasil, por Rômulo Almeida, para a coleção os economistas do ABRIL.

JOHN GUSTAV KNAT WICKSELL (1851-1926)


Economista pré-Keynesiano cuja contribuição maior é a análise do papel da taxa de juros no
equilíbrio dos preços, o reconhecimento da contribuição potencial do estado e do banco central na
estabilidade dos preços e o moderno fenômeno monetário.
Wicksell acreditava que a taxa de juros nominal depende da oferta de capital e da demanda de capital
real
Quando os bancos ingressam no processo eles não estão limitados aos fundos próprios, nem aos
fundos colocados a sua disposição. Eles têm o arbítrio de ampliar os empréstimos a taxas de juros
muito baixas. Isto diminui a poupança, aumentando o consumo, gerando pressões inflacionárias.
Natural de Estocolmo. Estudou matemática, física, literatura, filosofia e economia na universidade de
Upsala.

IRVING FISHER (1867 – 1947)


Economista monetarista. A sua grande contribuição se deu com a formulação da teoria quantitativa
da moeda, vista no tópico 14. Relembrando que a oferta monetária (MV) deve ser levada ao encontro
da demanda de bens de serviços (PY). Ou seja, a esfera monetária, deve corresponder à esfera real.
A atuação do estado, via banco central, é básica no controle dos estoques dos ativos financeiros, na
fixação da taxa mínima de juros e nos decorrentes controles de preços e produção.
O modelo acima só não é forte para a teoria do ciclo econômico que vai ser desenvolvida por
Keynes.
A propósito, Fisher perdeu 9 milhões de dólares na bolsa de Nova Iorque, em 1929, por não prever
tão séria a depressão.
Nasceu nos Estados Unidos e foi analista econômico de Wall Street. Estudou matemática e se
converteu em economista.

JOHN MAYNARD KEYNES (1883-1946)


Economista pragmático criou uma nova escola. Quase todos os livros classificam os economistas em
clássicos, marxistas, neoclássicos e Keynesianos, respectivamente. Um paralelo com os políticos:
liberais, não liberais (revolucionários), neoliberais e pragmáticos. Um pararelo com papel do estado
seria, fora da atividade econômica ou do livre mercado, revolucionário ou economista, e presença do
estado mínimo e a presença do estado interventor e direcionador dos investimentos, respectivamente.

O livro "Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda", publicado por ele em 1.936, é tão
importante como a “Riqueza das Nações de Adam Smith, "o Capital" de Karl Marx, nos seus séculos
respectivos. Admitindo a incapacidade da economia em gerar o pleno emprego, Keynes afirma que o
equilibrio se dá com desemprego. O equilíbrio é dado pelo gasto público , mediante déficit
orçamentário como socorro nas situações críticas.
Desenvolve Keynes a teoria do multiplicador do investimento público na geração de renda e
consumo adicionais.
- 25 -

Keynes outorga ao estado vasto papel estabilizador e propulsor do crescimento econômico.


Nascido na Inglaterra, aluno de Alfred Marshall e também filho de destacado economista. Estudou
em Cambridge. Chefiou a comissão do seu país na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI)
e do Banco Mundial (BIRD).
Foi reconhecido ainda em vida como Lord e ficou rico na bolsa de valores. É dele uma das grandes
máximas econômicas das bolsas: "eu compro quando todos vendem e vendo quando todos
compram".

27. OS PRÊMIOS NOBEL DE ECONOMIA


Alfred Nobel (1833-1896), inventor da dinamite, deixou, em testamento, uma fortuna de coroas
suecas, equivalentes hoje a 165 milhões de euros ou a 220 milhões de dólares, para que fosse criada a
Fundação Nobel, a qual caberia distribuir os rendimentos da fortuna, aos cidadãos que prestarem
relevantes serviços à humanidade, nos campos da literatura, química, física e paz (sua idéia era a de
reduzir ou abolir os exercícios militares).
Somente após anos de controvérsias é que a Fundação Nobel passou a administrar o capital, cabendo
a academia sueca de literatura, criada em 1786, bem como a academia de ciências, criada em 1739,
para os prêmios de química e física. Já para o prêmio de medicina, foi designada a Assembléia Nobel
do Instituto Karolinka. O prêmio da paz é escolhido pelo comitê Nobel Norueges, de Oslo.

Além da fama, associado ao substancial valor do prêmio, iniciado em 1901, a Suécia resolveu
promover-se mais ainda. Assim, a partir de 1969, o Banco Central da Suécia passou a patrocinar e
conferir o prêmio Nobel de economia.

1969
FRITSCH, Ragnar (1895-1963), Noruega, Universidade de Oslo. TINBERGEN, Jan (1903-1994),
Holanda,
The Netherland School of Economics, Roterdã.
Os dois professores tem um traço muito comum; foram matemáticos, estatísticos e se destacaram no
campo da econometria. Ganharam o prêmio, segundo o governo sueco, pelo desenvolvimento e
aplicação de modelos dinâmicos para análise de processos econômicos.Explicação muito genérica.
Na verdade, a contribuição deles é muito densa e profícua.

1970
SAMUELSON, Paul A (1915), Estados Unidos, MIT (Massachussets Institute of Tecnology),
Cambridge, MA.
Reconhecido pelo desenvolvimento de uma teoria econômica estática-dinâmica e pela contribição
para elevar o nível de análise na ciência econômica.
O professor Samuelson, dentre outros textos, tem um livro de Indrodução à Economia conhecido no
mundo inteiro.
- 26 -
1971
KUZNETS, Simon (russo naturalizado nos Estados Unidos), Universidade de Harvard, MA (1901-
1985).
Prêmio concedido por suas interpretações do crescimento econômico com bases empíricas, que têm
permitido compreender melhor o desenvolvimento econômico das nações.
Sua última publicação foi Economic Growth of Nations:total output and production
structure,Harvard University Press, Cambridge (USA) 1971.

1972
HICKS, Sir John R. (1904-1989 ), All Souls College, Oxford, Grã-Betanha ARROW, Kemeth J.
(1921), Universidade de Harvard, MA. Estados Unidos.
Prêmios dados à notoriedade e de grande valor teórico. Modelos econômicos da teoria do bem-estar e
da teoria do equilíbrio macroeconômico.

1973
LEONTIEFF, Wassily (1906-1999). Rússia, Universidade de Harvard, MA. Desenvolvimento do
método input-output e sua aplicação em importantes problemas econômicos.
O seu primeiro grande feito foi a publicação da "Estrutura da Economia Americana", em 1932. Foi
pioneiro, ainda em 1932, ao usar um computador mecânico de larga escala. Pioneiro, também em
1943, ao usar uma grande computados eletrônico.
É indélevel e sua contribuição pelo uso combinado de matrizes de contas nacionais em economia.

1974
MYRDAL, Gumnar (1898-1987), Suécia
VON HAYEK, Friedrich August (1899-1992), Aústria.
O ano de 1974 contemplou dois economistas bem diferentes. MYRDAL estudou o círculo vicioso da
pobreza, atribuindo aos países ricos a dependência que impõe aos países pobres.
VON HAYEK, pela sua ortodoxia em entender a economia, a partir da esfera monetária, analisando a
interdependência dos fenôminos econômicos sociais e institucionais.

1975
KANTOROVICH, Leonid Yitaluyevich (1912-1986 ), URSS , Academia de Ciência de Moscou.
KOOPMANS, Tyalleng C. (1910-1986), Holanda, Universidade de Yale, CT, Estados Unidos.
Modelos de programação linear e de logística resultante na contribuição a teoria da alocação ótima
de recursos Kantorovich defendeu na Rússia o planejamento descentralizado e seus estudos serviram
para que os teóricos ocidentais criassem os "preços-sombra". Ou seja, há preços privados e preços
sociais (preços sombra), passa-se dos primeiros para os segundos via fatores de conversão. Já
Koopmans foi contratado pelo governo americano para fazer a logística do transporte aliado durante
a guerra, procurando minimizar custos e melhor qualidade dos produtos.
Sem dúvida, prêmio a dois estrategistas.
- 27 -

1976
FRIEDMAN, Milton (1912) - Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL.
Contribuição no campo da análise do consumo, teoria e história monetária, além de demonstrar a
complexidade da política de estabilização.
O professor Friedman é bastante conhecido por ser um paladino da liberdade econômica. Possui
vários livros, dentre os quais se destaca a "Liberdade de Escolha". É sua a famosa frase: "não existe
almoço grátis", que significa, em geral " tudo tem seu preço".
É considerado o principal teórico monetarista vivo. Para ele, a explicação dos fenômenos
econômicos ocorre a partir da oferta monetária e não pelas intenções de investimento. Cabe ao estado
o controle da moeda, crê que tudo mais se auto regulamentará, a exemplo do que ocorre nos
mercados de câmbio e financeiro.

1977
OHLIN, Bertil, Suécia (1899-1979), Stockholm School of Economics MEADE, James E. (1907-
1995), Universidade de Cambridge, Grã-Bretanha.
Novas óticas de perceber a teoria do comércio internacional e dos movimentos internacionais de
capitais.
Concepções teóricas para facilitar o conhecimento de políticas internacionais e dar embasamento ao
sistema de trocas entre países.

1978
SIMON, Herbert A (1916), Estados Unidos, Universidade de Carnegie-Mellon, Pittsburg.PA.
Pesquisas sobre os processos de tomada de decisões nas organizações econômicas. Seu livro “Ação
Administrativa” é referenciado como de inestimável valor.

1979
SCHULT, Theodore W. (1902), Estados Unidos, Universidade de Chicago, LEWIS, Sir Arthur
(1915-1991), nasceu em West Indies, Grã Bretanha. Universidade de Princeton, NJ, Estados Unidos.
Pesquisas de desenvolvimento econômico, com destaque para os países subdesenvolvidos.
Ambos foram muito estudiosos da agricultura.
Vão mais além, são grandes pensadores que realizaram teorias do desenvolvimento econômico.

1980
KLEIN, Lawrence R. (1920), Universidade da Pensylvania, Philadelphia, PA.
Criação de modelos econométricos para aplicações em politicas econômicas e em flutuações do nível
de atividade.
Econometrista puro. Vale fazer, fino modelo preditor.

- 28 -

1981
TOBIN, James (1918), Estados Unidos, Universidade de Yale, New Haven, CT.
Análises de mercados financeiros suas relações com a tomada de decisões, emprego, produção e
preços. Recentemente declarou que se fosse taxar o comércio internacional em 1%, isto serviria para
reduzir a miséria e a fome no mundo.
Tobin vai mais além. Apregoava o progresso comum.

1982
STIGLER, George J. (1911-1991), Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL.
Estudos do sistema de preços, de estruturas industriais, funcionamento dos mercados, causas e efeitos
da regulamentação pública.
No mundo acadêmico é muito conhecido o seu livro de microeconomia, intitulado “A Teoria dos
Preços”.

1983
DEBREU, Gerard (1921, Calais, França), Universidade da Califórnia, Berkeley, CA
Elaborou rigorosa reformulação da teoria do equilíbrio geral, bem como introduziu novos métodos
analíticos de teoria econômica.

1984
STONE, Sir Richard (1913-1991), Grã-Bretanha, Universidade Cambridge.
Contribuição ao desenvolvimento dos sistemas de contas nacionais e aperfeiçoamento das bases da
análise econômica empírica.
No mundo acadêmico seu livro “Introdução à Economia” é muito utilizado.

1985
MODIGLIANI, Franco (1918-2003), Estados Unidos MIT (Massachusetts Institute of Technology),
MA.
Em primeiro lugar, pela análise do comportamento dos poupadores domésticos e, em segundo, pelo
teorema Modigliani – Miller de Finanças Corporativas. Defende que a renda familiar ao longo da
vida é utilizada conforme uma curva em forma de sino. Assim, uma pessoa tomaria emprestado
quando jovem, pouparia na meia idade, quando obteria maiores ganhos, gastaria durante a velhice,
quando os ganhos fossem menores.
No caso do autor, foi a primeira vez que a Suécia premiou um economista pós-keynesiano.
Modigliani esteve no Brasil em 1974, no 21º aniversário do BNDE, quando Mário Henrique
Simonsen lhe falou que o governo utilizava um imposto de rápida eficácia, o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF), tendo ouvido: “Ah, entendo. Trata-se de um imposto sobre o
desenvolvimento econômico, pois taxa ao mesmo tempo a poupança e o investimento”.

- 29 -

De novo no Brasil, em 1986, ouviu de Dilson Funaro que o governo ia buscar no pasto os bois
subtraídos à oferta durante o Plano Cruzado. Propôs, então, a Funaro: “O senhor não tenta me ensinar
economia e eu não tento ensinar-lhe como dirigir o Brasil”.
Antes do escândalo na bolsa das ações de alta tecnologia, as chamadas ponto.com, indagado por um
repórter sobre a duração da alta, parafraseou Keynes: “Quanto tempo ainda vai durar esta loucura, eu
não sei; mas sei que já vendi todas as minhas ações”.

1986
BUCHANAN, Jr., James M. (1919), Estados Unidos, Center for Study of Public Choice, Fairfax,
VA.
Pelo desenvolvimento das bases contratuais e constitucionais para a teoria econômica e para a
tomada de decisões políticas.
Nos últimos anos tem participado de debates sobre a separação das cotações das ações da Wall
Street, medidas pelo Índice Dow Jones, daquelas chamadas de nova economia, acompanhadas pelo
índice Nasdaq. Para ele, não há diferenças substantivas entre a “nova” e a “velha” economia.

1987
SOLOW, Robert M. (1924), Estados Unidos, MIT (Massachusetts Institute of Tecnology), MA.
Por suas contribuições à teoria do crescimento econômico.
Sua principal contribuição foi a de desenvolver um modelo explicativo do crescimento econômico a
partir da função Cobb-Douglas, função homogênea linear muito conhecida pelos acadêmicos, a qual
introduz a inovação tecnológica, o que foi denominado no modelo Cobb-Douglas de resíduo de
Solow, explicando o crescimento econômico além dos fatores capital e trabalho.
Trata-se também de um pós-keynesiano.

1988
ALLAIS, Maurice (1911), École Nationale Superieure des Mines de Paris
Por suas contribuições pioneiras à teoria dos mercados e a eficiente utilização de recursos.
Trata-se de um economista neoclássico seguidor de Leon Wabras. Declarou, há sete anos: “As
perversões do socialismo, arruinaram as sociedades do leste europeu. Evitemos que as perversões do
liberalismo arruinaram as sociedades ocidentais”.
No melhor estilo ortodoxo trouxe explicações para o melhor uso da teoria quantitativa da moeda.

1989
HAAVELMO, Trygve (1911), Noruega, Universidade de Oslo
Contribuição aos fundamentos da econometria na teoria das probabilidades e por sua análise das
estruturas econômicas simultâneas.

- 30 -
1990
MARKOWITZ, Harry M. (1927), City University of NY, NY
Teoria da escolha do portfólio
MILLER, Merton M. (1923), Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL
Teoria da finança corporativa.
SHARPE, William F. (1934), Estados Unidos, Universidade de Stanford, CA.

Modelos de avaliação de ativos financeiros.


O trabalho de Markowitz tem demonstrado sua aplicabilidade tanto na área pública como na área
privada, estabelecendo que a riqueza pode ser melhor investida nos recursos que variam nos termos
do risco e retorno previstos, segundo a máxima de que “não se deve apostar tudo no mesmo cavalo”.
As suas premissas são: os investidores são avessos aos riscos; os mercados são eficientes; a análise
de um portfólio é mais eficiente do que a de um só título; há sempre uma combinação ótima de ativos
para cada nível de risco.
Merton Miller que já tem uma contribuição expresiava com outro Nobel, Modigliani (Teorema M-
M), partiu do trabalho de Markowitz para determinar uma estrutura ótima de capital para cada
empresa de corporação. A estrutura ótima de capital deve perseguir o ponto limite em que os
benefícios dos impostos superam os custos advindos dos empréstimos tomados.
William Sharpe desenvolveu o modelo de precificação de ativos de capital, em 1964, desde então
muito utilizado na análise da performance dos investimentos. O índice de Sharpe, criado em 1966, é
um dos mais utilizados na análise dos fundos de investimentos.

1991
COASE, Ronald H (1910), Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL.
Pela descoberta e compreensão dos significado dos custos de transação e dos direitos de propriedade
para a estrutura e funcionamento da economia.

1992
BECKER, Gary S. (1930), Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL.
Contribuição para a ampliação do domínio da análise microeconômica, de acordo com as relações
humanas, dentro e fora do mercado.
Nos anos 70 desenvolveu a teoria microeconômica, calculando custos de consumo e do investimento
do indivíduo. Na época, já esboçava o modelo de quanto custa financeiramente um filho. Hoje a
preocupação é grande. A VEJA de 18/02/04 apresenta o valor de R$ 350.000,00 (cerca de US$
120.000,00) de quanto custa um filho até cursar a faculdade, próximo de 24 anos.
Já no que tange ao investimento no cidadão ele escreveu no início dos anos 70 um livro intitulado “O
Capital Humano”.
A sua tese nos anos 90 tem sido muito polêmica, qual seja a descriminalização das drogas. Quer
dizer, deve haver um espaço para o seu consumo legal e o governo, para regular (ou evitar, ou inibir),
deve taxar altamente as drogas.

- 31 -
1993
FOGEL, Robert W. (1926), Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL.
NORTH, Douglass C. (1920), Estados Unidos, Universidade de Washington, St. Louis, MO.
Renovação da pesquisa da história econômica, mediante uso da econometria, visando explicar as
mudanças econômicas e institucionais.
Esteve no Brasil Douglass North, demonstrando a sua vertente da economia descritiva, quando nas
páginas amarelas da VEJA, de 07/11/03, destacou que o país historicamente desenvolvido pouco
alterou a sua constituição de leis e, muito menos, fez medidas provisórias ou emendas constitucionais
em profusão, falando mesmo para o Brasil.

1994
HARSANYI, John C. (1920, Budapeste), Estados Unidos, Universidade da Califórnia, Berkeley, CA.
NASH, John F. (1928), Estados Unidos, Princeton University, NY.
SELTEN, Reinhard (1930), Alemanha, Universidade de Rheinische Friedrich Willelms, Bonn.
Contribuição expressiva para a teoria dos jogos não-cooperativos.
Os três autores acima trilharam o caminho aberto por John von Neumann (1903-1957), nascido em
Budapeste e celebrizado na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Escreveu ele o clássico
“A teoria dos jogos no comportamento econômico”, que lhe concedeu da sociedade matemática
americana o prêmio de Bocher.
Os autores acima premiados seguiram no estudo da variante da teoria dos jogos não-cooperativos.
Devido às suas peculiaridades, John Nash foi escolhido para ser objeto de um filme, “Uma mente
brilhante”. O filme, embora romatizado, é um bom exemplo da explicação do uso dos conhecimentos
matemáticos em economia, para a solução de muitos problemas. Nash chamou tais questões de
dinâmicas governantes.

1995
LUCAS, Robert E. Jr. (1937), Estados Unidos, Universidade de Chicago, IL
Pela introdução do modelo das expectativas racionais, para subsidiar as decisões de política
econômica.
Foi Keynes quem trabalhou inicialmente com o modelo das expectativas racionais, mas não chegou a
desenvolvê-lo, já que se preocupou mais com a macroeconomia de curto prazo.
Assim, Lucas tornou-se um dos mais respeitados pós-keynesianos a elaborar o modelo de
expectativas racionais (econométrico), para o longo prazo.

1996
MIRRLEES, James (1930), Escócia, Universidade de Cambridge, Grã-Bretanha.
VICKREY, William (1914), Canadá, Universidade de Columbia (EUA).
Pela contribuição fundamental à teoria econômica de incentivos sob informações assimétricas, já que
um grande número de economistas neoclássicos ainda insistem sobre o modelo do equilíbrio
econômico geral.

- 32 -
Os autores partiram dos exemplos de grupos sociais que detêm mais informações do que outros,
usando-as estrategicamente, provocando distorções de mercados.
A Suécia mantém a coerência, desde 1994, mostrando os modelos verdadeiros de particularidades do
mundo econômico. Não adota o modelo do equilíbrio geral como solução

1997
MERTON, Robert C., Estados Unidos, Universidade de Harvard.
SCHOLES, Myron S., Estados Unidos, Universidade de Stanford.
Consolidou estudos de precificação de opções ou valor dos derivativos, como é chamado os negócios
em bolsas de valores e de mercadorias, para os mercados futuros.
As opções são contratos de curto prazo, variando de 30, 60, 90 dias nas referidas bolsas.
Sem dúvida, são jogos não cooperativos cujos riscos são bastante altos.
No Brasil, em 2003, na Revista FORBES, Myron S. Scholes procurou se defender da falência da
empresa que era sócio, em 1998, a Hedge Long Term Capital Management, tendo o FED (Banco
Central dos Estados Unidos) convocado instituições financeiras a cobrir um roubo de US$ 4 bilhões.
Deste rumoroso caso, o primeiro da falência de um Nobel, Scholes se defende dizendo que não era
dirigente, só investidor.
Continua Scholes em outra empresa de derivativos, a Cak Hill Capital Management, empresa que
atua na gestão de recursos e em “private equity” (fundo de participação em grandes empresas).
Mais sobre Scholes, já que é notícia recente. Como palestrante internacional ele inaugura uma nova
era no Nobel de economia, dando palpites e até discordando do Bill Clinton que, assessorado por
economistas, acredita que o mundo precisa de nova arquitetura financeira.
Não bastasse isto, defende que os países emergentes, tipo Brasil, adotem o orçamento de risco, na
contramão dos acordos com o FMI.

1998
SEN, Amartya (1934), Índia, professor em Harvard, em Oxford e London School of Economics.
O prêmio foi concedido pela excelente bandeira do combate à fome, que defende, bem como a
economia do bem-estar.
Mais uma vez a concessão do Nobel sai das peculiaridades econômicas e encara a teoria geral, desta
vez em direção aos países pobres. Foi uma grande evolução humanista. Sen é considerado o
idealizador do índice de qualidade de vida da ONU.

1999
MUNDELL, Robert A., Universidade de Columbia, NY.
Prêmio devido ao seu aporte de valiosas teorias das políticas monetária e fiscal, em diferentes
regimes de taxas de câmbio.
Voltou o Banco Central da Suécia a premiar um ortodoxo de primeira, que defende a adoção de
poucas moedas no mundo, uma por bloco.

- 33 -
2000
HECKMAN, James J., Estados Unidos, Universidade de Chicago, NY.
McFADDEN, Danill, Estados Unidos, Universidade da Califórnia.
Desenvolvimento de teorias de amostras seletivas (para o primeiro), e de amostras discretas (para o
segundo).
Mais do que nunca, um retorno à ortodoxia.

2001
AKERLOF, George – Universidade da Califórnia Berkeley.
SPENCE, Michael – Universidade de Stanford.
STIGLITZ, Joseph – Universidade de Columbia (1945).
Consolidaram um conhecimento chamado de economia da informação, que começou a ser premiado
pelo Nobel em 1996, pelo uso de informações assimétricas, definindo agora nova área.
Akerlof, estudar situações em que vendedores tem mais informações do que os compradores.
Exemplifica com um banqueiro, que tem mais informes do que os tomadores de crédito, ou de
discriminação de minorias no mercado de trabalho.
Spence analisa os “sinais” dos atores, tais como as empresas que pagam freqüentes dividendos. Ou,
pessoas que cobram por informações.
Stiglitz apresenta atores menos informados, buscando informes dos bens informados. Exemplifica os
mercados dos seguros, do racionamento do crédito e do desemprego.
Todos colocam os seus trabalhos como um leque, mostrando como se dão as assimetrias.
Dos três acima, Joseph Stiglitz, por ter sido economista-chefe do Banco Mundial, de 1997 a 2000,
tem recebido convites e deixado a falar mundo afora. Tem defendido que o unilateralismo
protecionista americano é incoerente com a proposta de globalização dos mesmos americanos. Para
ele, os americanos vão endurecer na formação da ALCA, via OMC.

2002
KAHNEMAN, Daniel, Israel, naturalizado americano, psicólogo.
TVERSKY, Amos – Universidade de Stanford.
A contribuição do impacto da psicologia na economia, tanto nas decisões individuais como coletivas
para realizar investimentos. Ao contrário de um calculista racional, acredita-se que o investidor é
uma vitima dos seus próprios erros. “As pessoas tendem a olhar para quadros incompletos, ignorando
os riscos e considerando somente os fatores positivos” disse Kahneman, em palestra no
BANKBOSTON em São Paulo, agosto/2003, fazendo quatro recomendações:
1º) Admita seus prejuízos. Isto para o mercado de ações. 2º) Evite o excesso de confiança. Há
enorme número de eventos que são aleatórios, a semelhança do que aconteceu em setembro/2001. 3º)
Pense em profundidade. É pouco trabalhar só com duas variáveis. Não vá na onda que a ação é uma
“barbada”. 4º) Não mude de idéia muito freqüentemente. O investidor tende a superestimar a sua
capacidade intelectual. EXAME, 03-09-03.
Tversky, assim como Kahneman, é responsável por uma revolução que se desenvolve desde 1971, na
disciplina de psicologia cognitiva, disciplina esta, que estuda os mecanismos da psique que formam
ou afetam as maneiras como se lidar com conhecimento no dia a dia.
- 34 -
2003
ROBERT ENGLE (1943), Estados Unidos.
OLIVE GRANGE (1932), Inglês.
Por terem elaborado métodos para análise de séries temporais com volatilidade estacional conhecidas
pela sigla ARCH. Por referidos métodos, os dados são usados pelos economistas como seqüências
cronológicas, para evidenciar as relações e provar as hipóteses da teoria econômica.
Essas séries temporais demonstram o desenvolvimento do PIB, dos preços, das taxas de juros, das
cotações das ações e de outros parâmetros, principalmente com projeções a partir da década de 1980.

28. Política Monetária do BC para atender ao FMI


No livro sobre a Economia Brasileira, este autor (BRITO, 2004), apresenta um capítulo só sobre
política monetária. O Banco Central, mensalmente, demonstra a evolução recente dos haveres
financeiros dos pais.
As planilhas a seguir se encontram no site do Banco Central do Brasil. São mensalmente atualizadas.
Tratando-se de tabelas oficiais são reproduzidos ipis literis.
As tabelas podem ser objetos de exames dos controles monetários, sua composições e
evolução recentes. A tabela 9 apresenta a síntese da política monetária restrita e cautelosa,
recomendada pelo FMI, já que as velocidades dos diferentes meios de pagamento vêm se
reduzindo nos últimos cinco anos, levando a uma desaceleração da economia. O que vale
dizer, baixas taxas de inflação e com reduzidas taxas de crescimento econômico.
- 35 -
1 - Fatores Condicionantes da Base Monetária
##

Fluxos em R$ milhões
Período Tesouro Depósitos Operações Outras Variação da base
Nacional Operações Operações Operações
1/
com títulos do setor com contas
de redes-
públicos externo conto do Instituições derivativos - Papel- Reservas
Total Total
federais Banco 3/ Fundos de
2/ financeiras investi- Ajustes moeda bancárias
Central
mento
emitido

1999 Dez 221 13 672 - 2 759 - 15 8 - 8 - - 35 8 213 2 880 11 093


2000 Dez - 90 9 095 - 1 942 - - 127 - - 127 - 20 7 092 - 137 6 955
2001 Dez 8 398 1 537 - 2 232 - - 614 - - 614 - - 66 7 602 - 580 7 022
2002 Dez 197 15 954 - 4 982 - 1 - 276 - - 276 1 707 144 8 859 3 884 12 743

2003 Jan 1 056 - 17 800 3 342 - 0 1 259 - 1 259 3 677 - 466 - 6 292 - 2 640 - 8 932
Fev - 5 371 10 755 - 2 918 2 - 274 - - 274 937 - 7 24 3 100 3 124
Mar - 2 491 2 662 - 1 009 - 3 1 858 - 1 858 - 2 360 - 119 - 3 754 2 292 - 1 462
Abr - 6 998 20 048 - 256 - 0 481 - 481 - 11 076 - 2 - 862 3 058 2 196
Mai - 7 569 873 1 467 - 0 1 548 - 1 548 392 174 - 231 - 2 884 - 3 115
Jun 1 156 - 990 13 43 964 - 964 - 2 551 90 - 18 - 1 258 - 1 276
Jul 4 059 - 1 883 - 26 - 43 885 - 885 924 88 433 3 571 4 003
Ago - 1 734 - 7 534 14 29 79 - 79 - 270 5 581 - 9 993 - 9 411
Set 1 636 - 3 394 - 6 - 30 1 171 - 1 171 - 1 530 - 165 - 657 - 1 663 - 2 320
Out 2 283 3 669 - 1 - 0 298 - 298 - 3 125 - 1 524 984 616 1 600
Nov 1 198 1 544 11 9 126 - 126 1 858 - 38 2 552 2 155 4 707
Dez 11 712 3 231 13 - 4 - 1 666 - - 1 666 - 2 508 23 8 672 2 130 10 802

2004 Jan 1 720 - 15 010 7 396 - 6 718 - 718 872 - 10 - 5 300 981 - 4 319
Fev - 6 224 5 839 20 66 656 - 656 - 399 10 - 53 22 - 31
Mar - 5 436 - 260 - 19 - 66 871 - 871 - 684 - 152 - 1 529 - 4 217 - 5 746

1/ Não inclui operações com títulos.


2/ Inclui até novembro/2000 operações de assistência financeira de liquidez e Proes.
3/ Inclui compulsório sobre depósitos judiciais e sobre fianças, depósitos vinculados ao SBPE, depósitos sobre insuficiência de aplicação em crédito rural,
recolhimento do Proagro, depósitos de instituições financeiras - Resoluções 1.718, 2.237 e 2.461, depósitos vinculados a operações ativas e passivas, sobre
adiantamentos,
empréstimos, financiamentos, créditos, depósitos a prazo, Depósitos Voluntários Remunerados, até dezembro de 1998, exigibilidade adicional
e depósito prévio para compensação.
- 36 -

2 - Base Monetária e Meios de Pagamento (M1)


####
R$ milhões
Período Base monetária Meios de pagamento (M1)

1/ 1/
Fim de período Média diária Fim de período Média diária

Papel- Reservas Total Papel- Reservas Total Papel- Depósitos Total Papel- Depósitos Total
moeda bancárias moeda bancárias moeda em à vista moeda em à vista
emitido emitido poder do poder do
público público

1999 Dez 29 838 18 592 48 430 27 307 18 101 45 407 25 951 36 794 62 744 23 573 35 459 59 032
2000 Dez 32 633 15 053 47 686 30 815 15 489 46 304 28 641 45 712 74 352 26 678 43 697 70 375
2001 Dez 37 669 15 587 53 256 35 871 16 976 52 846 32 628 51 079 83 707 30 640 48 303 78 943
2002 Dez 49 931 23 371 73 302 47 790 22 111 69 901 42 351 65 495 107 846 40 414 61 894 102 308

2003 Jan 43 639 20 731 64 370 46 311 22 575 68 886 37 004 55 448 92 451 39 390 59 328 98 719
Fev 43 664 23 831 67 494 43 113 20 980 64 092 36 241 54 732 90 973 36 590 55 321 91 911
Mar 39 910 26 123 66 032 41 326 27 964 69 290 33 215 53 892 87 107 34 886 54 526 89 413
Abr 39 048 29 181 68 229 40 519 26 852 67 372 32 515 51 985 84 500 34 126 53 359 87 485
Mai 38 816 26 297 65 114 39 472 26 727 66 199 32 575 50 759 83 334 33 322 51 767 85 089
Jun 38 799 25 039 63 838 39 777 25 926 65 703 32 003 53 622 85 625 33 477 51 921 85 398
Jul 39 231 28 610 67 841 40 122 26 235 66 357 32 508 51 756 84 264 33 833 52 248 86 081
Ago 39 813 18 617 58 430 40 499 23 994 64 493 33 308 51 032 84 339 33 956 51 791 85 746
Set 39 156 16 954 56 110 40 811 18 040 58 851 32 549 52 835 85 384 34 274 51 873 86 147
Out 40 140 17 571 57 710 40 900 18 315 59 216 33 385 52 145 85 530 34 241 53 002 87 243
Nov 42 692 19 726 62 417 41 748 19 235 60 983 35 292 56 805 92 097 34 865 55 220 90 084
Dez 51 364 21 855 73 219 50 093 20 709 70 802 43 064 66 584 109 648 41 645 63 247 104 892

2004 Jan 46 064 22 836 68 900 48 231 22 583 70 815 38 345 59 730 98 075 40 330 62 412 102 742
Fev 46 011 22 858 68 869 47 066 21 700 68 766 37 691 61 847 99 539 39 074 61 221 100 295
Mar 44 482 18 641 63 123 45 485 21 274 66 759 36 160 61 523 97 683 37 950 60 938 98 887

1/ Com base nos dias úteis do mês.

Nota: Programação da base monetária para o 1º trimestre de 2004: R$55,7 bilhões - R$75,4 bilhões (ponto médio das previsões: -5,4% em 12 meses).
Programação monetária do M1 para o 1º trimestre de 2004: R$81,1 bilhões - R$109,7 bilhões (ponto médio das previsões: 6,7% em 12 meses).
- 37 -

3 - Coeficientes de Comportamento Monetário1/


Média dos dias úteis do mês
####

Comportamento do público Comportamento dos bancos Multiplicador


Período

1 M1
DV RB PMPP CX K = = B
D= R2 = C = R1 = C + D ( R1 + R2 )
M1 DV M1 DV

1999 Dez 0,40 0,60 0,11 0,51 1,30


2000 Dez 0,38 0,62 0,09 0,35 1,52
2001 Dez 0,39 0,61 0,11 0,35 1,49
2002 Dez 0,40 0,60 0,12 0,36 1,46

2003 Jan 0,40 0,60 0,12 0,38 1,43


Fev 0,40 0,60 0,12 0,38 1,43
Mar 0,39 0,61 0,12 0,51 1,29
Abr 0,39 0,61 0,12 0,50 1,30
Mai 0,39 0,61 0,12 0,52 1,29
Jun 0,39 0,61 0,12 0,50 1,30
Jul 0,39 0,61 0,12 0,50 1,30
Ago 0,40 0,60 0,13 0,46 1,33
Set 0,40 0,60 0,13 0,35 1,46
Out 0,39 0,61 0,13 0,35 1,47
Nov 0,39 0,61 0,12 0,35 1,48
Dez 0,40 0,60 0,13 0,33 1,48

2004 Jan 0,39 0,61 0,13 0,36 1,45


Fev 0,39 0,61 0,13 0,35 1,46
Mar 0,38 0,62 0,12 0,35 1,48

1/ Onde (calculados com base na média dos saldos diários):


C - Preferência do público por papel-moeda
PMPP - Papel-moeda em poder do público
M1 - Meios de pagamento
D - Preferência do público por depósitos à vista
DV - Depósitos à vista
R1 - Taxa de encaixe em moeda corrente
CX - Encaixe de moeda corrente
R2 - Taxa de reservas bancárias
RB - Reservas bancárias
K - Multiplicador da base monetária
B - Base monetária
- 38 -
4 - Base Monetária Ampliada
Saldos em final de período
####
R$ milhões
2/
Títulos públicos federais
Período Base Depósitos Total da Variações

monetária compulsórios base porcentuais


em espécie Títulos do Bacen Títulos do Tesouro Nacional Total dos monetária no mês
títulos ampliada
Remu- Não Posição de Financia- Total Posição de Financia- Total
1/ 3/ 4/ 4/
Nerados remune- carteira mento carteira mento
rados

1999 Dez 48 430 14 917 215 62 468 - 62 468 323 706 - 2 604 321 102 383 570 447 132 4,47
2000 Dez 47 686 14 748 154 85 680 - 1 766 83 914 394 413 - 2 222 392 191 476 105 538 693 0,78
2001 Dez 53 256 17 585 235 126 055 - 4 011 122 044 468 180 - 14 628 453 552 575 596 646 672 0,52
2002 Dez 73 302 54 594 183 66 326 - 66 326 529 407 64 222 593 629 659 955 788 034 1,05

2003 Jan 64 370 54 293 124 64 785 - 140 64 645 557 508 75 045 632 553 697 198 815 985 3,55
Fev 67 494 54 139 1 621 59 921 - 96 59 825 554 524 75 843 630 367 690 192 813 446 -0,31
Mar 66 032 53 464 1 171 53 201 - 58 53 143 549 224 87 175 636 399 689 542 810 209 -0,40
Abr 68 229 53 517 1 364 42 510 - 61 42 449 570 843 52 200 623 043 665 492 788 602 -2,67
Mai 65 114 52 907 1 190 40 601 - 40 601 582 146 55 393 637 539 678 140 797 351 1,11
Jun 63 838 52 906 952 37 002 - 37 002 604 992 44 801 649 793 686 795 804 491 0,90
Jul 67 841 52 956 819 36 046 - 36 046 622 873 45 383 668 256 704 302 825 918 2,66
Ago 58 430 53 483 826 34 136 - 34 136 631 638 57 573 689 211 723 347 836 086 1,23
Set 56 110 53 124 786 33 660 - 33 660 644 670 58 949 703 619 737 279 847 299 1,34
Out 57 710 53 402 839 32 599 - 32 599 654 078 54 747 708 825 741 424 853 375 0,72
Nov 62 417 53 712 925 32 841 - 32 841 664 109 55 012 719 121 751 962 869 016 1,83
Dez 73 219 55 615 1 251 30 659 - 30 659 670 426 55 724 726 150 756 809 886 894 2,06

2004 Jan 68 900 55 765 904 31 427 - 31 427 675 296 76 179 751 475 782 902 908 471 2,43
Fev 68 869 55 666 807 31 184 - 31 184 681 178 72 469 753 647 784 831 910 173 0,19
Mar 63 123 55 516 660 28 215 - 28 215 703 210 66 125 769 335 797 550 916 849 0,73

1/ Saldos corrigidos.
2/ Títulos avaliados pela curva do rendimento do papel. Inclui emissões/resgates de títulos públicos federais sem impacto monetário.
3/ Exclui LBCE.
4/ Posição de financiamento líquido no dia. (-) oversold, (+) undersold e posição da Resolução 2.308, de 28.8.1996.

Nota: Programação monetária para o 1º trimestre de 2004: R$767,4 bilhões - R$1.038,3 bilhões (ponto médio das previsões: 11,4% em 12 meses).
- 39 -
5 - Base Monetária Ampliada
Média dos saldos diários
####
R$ milhões
Período Base Depósitos 2/ Total da Variações
Títulos públicos federais
monetária compulsórios base porcentuais
em espécie Títulos do Bacen Total dos monetária no mês
Títulos do Tesouro Nacional
títulos ampliada
Remu- Não Posição Financia- Total Posição Financia- Total
1/ 4/ 4/
nerados remune- de mento de carteira mento
3/
rados carteira

1999 Dez 45 407 14 812 216 64 610 - 112 64 498 316 408 - 1 776 314 632 379 130 439 565 3,14
2000 Dez 46 304 14 664 143 85 515 - 206 85 310 391 153 4 326 395 479 480 789 541 900 1,32
2001 Dez 52 846 17 150 180 130 000 - 5 714 124 286 459 392 - 14 062 445 331 569 616 639 792 -0,61
2002 Dez 69 901 54 101 120 72 168 - 180 71 989 523 062 69 984 593 045 665 034 789 155 2,14

2003 Jan 68 886 54 610 141 63 353 - 154 63 199 540 518 70 439 610 957 674 156 797 793 1,09
Fev 64 092 54 163 124 62 021 - 79 61 942 550 147 76 455 626 602 688 544 806 923 1,14
Mar 69 290 54 061 1 593 56 330 - 61 56 269 562 356 70 666 633 022 689 291 814 236 0,91
Abr 67 372 53 582 1 163 49 046 - 74 48 972 562 571 66 597 629 168 678 140 800 257 -1,72
Mai 66 199 53 085 1 283 41 862 - 34 41 827 578 809 50 454 629 263 671 090 791 658 -1,07
Jun 65 703 53 132 1 024 38 359 - 8 38 351 596 491 44 488 640 979 679 330 799 189 0,95
Jul 66 357 53 006 1 010 36 027 - 1 36 026 609 028 51 014 660 043 696 069 816 442 2,16
Ago 64 493 53 225 801 35 298 - 34 35 264 628 372 51 094 679 466 714 729 833 248 2,06
Set 58 851 53 277 829 33 611 - 44 33 566 638 497 55 767 694 264 727 830 840 787 0,90
Out 59 216 53 423 815 32 690 - 1 32 689 647 616 55 787 703 403 736 092 849 546 1,04
Nov 60 983 53 383 877 32 759 - 34 32 725 661 432 50 947 712 380 745 105 860 348 1,27
Dez 70 802 54 564 951 32 035 - 2 32 034 666 090 56 199 722 289 754 323 880 639 2,36

2004 Jan 70 815 55 855 904 30 343 - 30 343 666 373 72 892 739 265 769 608 897 181 1,88
Fev 68 766 55 453 777 31 299 - 11 31 288 678 004 73 375 751 379 782 667 907 662 1,17
Mar 66 759 55 677 781 29 805 - 0 29 805 687 857 70 272 758 129 787 934 911 151 0,38

1/ Saldos corrigidos.
2/ Títulos avaliados pela curva do rendimento do papel. Inclui emissões/resgates de títulos públicos federais sem impacto monetário.
3/ Exclui LBCE.
4/ Posição de financiamento líquido no dia. (-) oversold, (+) undersold e posição da Resolução 2.308, de 28.8.1996.
- 40 -

6 - Meios de Pagamento (M4) - Saldos


####
R$ milhões
Fim de M1 Depósitos Títulos M2 Quotas de Operações M3 Títulos Títulos M4
1/
período De privados fundos de compromis- federais estaduais e
Poupança renda sadas com (Selic) municipais
2/
fixa títulos
3/
federais

1999 Dez 62 744 111 407 100 619 274 770 184 381 9 577 468 728 80 819 1 545 551 092
2000 Dez 74 352 111 936 97 496 283 785 253 832 18 961 556 577 93 624 1 892 652 093
2001 Dez 83 707 120 030 117 875 321 612 285 329 18 115 625 057 128 569 2 555 756 181
2002 Dez 107 846 140 896 148 761 397 503 279 560 11 205 688 269 117 332 1 922 807 523

2003 Jan 92 451 141 283 154 771 388 506 293 544 11 274 693 323 122 815 1 928 818 066
Fev 90 973 140 815 159 313 391 101 300 440 12 372 703 913 117 595 1 999 823 507
Mar 87 107 139 705 158 427 385 238 310 325 12 245 707 808 117 565 2 036 827 409
Abr 84 500 138 719 159 035 382 255 315 260 12 073 709 587 117 631 2 074 829 292
Mai 83 334 138 432 163 603 385 368 320 748 12 083 718 199 118 943 2 114 839 256
Jun 85 625 138 247 159 375 383 248 332 070 13 122 728 440 115 668 2 154 846 263
Jul 84 264 138 812 162 597 385 674 344 467 15 825 745 965 114 548 2 199 862 711
Ago 84 339 139 451 163 821 387 611 357 283 17 996 762 890 111 892 2 238 877 020
Set 85 384 139 203 163 510 388 097 368 588 19 221 775 906 115 248 2 228 893 382
Out 85 530 139 142 161 351 386 023 381 604 20 141 787 768 112 429 2 251 902 448
Nov 92 097 141 201 165 127 398 425 392 546 20 600 811 571 113 760 2 279 927 610
Dez 109 648 144 118 159 128 412 895 408 096 17 394 838 386 119 373 2 302 960 061

2004 Jan 98 075 144 684 162 296 405 054 425 584 16 690 847 329 125 356 2 331 975 017
Fev 99 539 144 902 163 653 408 094 430 775 18 294 857 162 128 149 2 361 987 672
Mar* 97 683 144 260 168 118 410 061 438 016 18 689 866 766 130 225 2 390 999 381

1/ Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras imobiliárias.


2/ Exclui lastro em títulos emitidos primariamente por instituição financeira.
3/ As aplicações do setor não financeiro em operações compromissadas estão incluídas no M3 a partir de agosto de 1999, quando eliminou-se o prazo mínimo de 30
dias,
exigido em tais operações desde outubro de 1991.

Nota: Programação monetária para o 1º trimestre de 2004: R$823,8 bilhões - R$1.114,5 bilhões (ponto médio das previsões: 17,1% em 12 meses).
- 41 -

7 - Meios de Pagamento (M4)


####

Participação porcentual
Fim de M1 Depósitos Títulos M2 Quotas de Operações M3 Títulos Títulos M4
1/
período de privados fundos de compromis- federais estaduais e
poupança renda sadas com (Selic) municipais
2/
fixa títulos
3/
federais

1999 Dez 11,4 20,2 18,3 49,9 33,5 1,7 85,1 14,7 0,3 100,0
2000 Dez 11,4 17,2 15,0 43,5 38,9 2,9 85,4 14,4 0,3 100,0
2001 Dez 11,1 15,9 15,6 42,5 37,7 2,4 82,7 17,0 0,3 100,0
2002 Dez 13,4 17,4 18,4 49,2 34,6 1,4 85,2 14,5 0,2 100,0

2003 Jan 11,3 17,3 18,9 47,5 35,9 1,4 84,8 15,0 0,2 100,0
Fev 11,0 17,1 19,3 47,5 36,5 1,5 85,5 14,3 0,2 100,0
Mar 10,5 16,9 19,1 46,6 37,5 1,5 85,5 14,2 0,2 100,0
Abr 10,2 16,7 19,2 46,1 38,0 1,5 85,6 14,2 0,3 100,0
Mai 9,9 16,5 19,5 45,9 38,2 1,4 85,6 14,2 0,3 100,0
Jun 10,1 16,3 18,8 45,3 39,2 1,6 86,1 13,7 0,3 100,0
Jul 9,8 16,1 18,8 44,7 39,9 1,8 86,5 13,3 0,3 100,0
Ago 9,6 15,9 18,7 44,2 40,7 2,1 87,0 12,8 0,3 100,0
Set 9,6 15,6 18,3 43,4 41,3 2,2 86,9 12,9 0,2 100,0
Out 9,5 15,4 17,9 42,8 42,3 2,2 87,3 12,5 0,2 100,0
Nov 9,9 15,2 17,8 43,0 42,3 2,2 87,5 12,3 0,2 100,0
Dez 11,4 15,0 16,6 43,0 42,5 1,8 87,3 12,4 0,2 100,0

2004 Jan 10,1 14,8 16,6 41,5 43,6 1,7 86,9 12,9 0,2 100,0
Fev 10,1 14,7 16,6 41,3 43,6 1,9 86,8 13,0 0,2 100,0
Mar* 9,8 14,4 16,8 41,0 43,8 1,9 86,7 13,0 0,2 100,0

1/ Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras imobiliárias.


2/ Exclui lastro em títulos emitidos primariamente por instituição financeira.
3/ As aplicações do setor não financeiro em operações compromissadas estão incluídas no M3 a partir de agosto de 1999, quando eliminou-se o prazo mínimo de 30
dias,
exigido em tais operações desde outubro de 1991.
- 42 -
8 - Base monetária e meios de pagamento (M4)
Porcentagem dos saldos em fim de período em relação ao PIB1/
####
Participação porcentual
Período Base monetária M1 Depósitos
de
Papel-moeda emitido Reservas Total Papel-moeda Depósitos à Total poupança
bancárias em poder do vista
público

1999 Dez 2,8 1,8 4,6 2,4 3,5 5,9 10,5


2000 Dez 2,8 1,3 4,1 2,5 4,0 6,4 9,7
2001 Dez 3,0 1,2 4,2 2,6 4,1 6,7 9,6
2002 Dez 3,1 1,5 4,6 2,7 4,1 6,8 8,9

2003 Jan 2,7 1,3 4,0 2,3 3,5 5,8 8,8


Fev 2,7 1,5 4,2 2,2 3,4 5,6 8,7
Mar 2,5 1,6 4,1 2,1 3,3 5,4 8,7
Abr 2,5 1,8 4,3 2,0 3,3 5,3 8,7
Mai 2,5 1,7 4,2 2,1 3,2 5,3 8,9
Jun 2,5 1,6 4,1 2,1 3,5 5,6 9,0
Jul 2,6 1,9 4,4 2,1 3,4 5,5 9,1
Ago 2,6 1,2 3,8 2,2 3,3 5,5 9,1
Set 2,6 1,1 3,7 2,1 3,4 5,6 9,1
Out 2,6 1,1 3,8 2,2 3,4 5,6 9,0
Nov 2,8 1,3 4,0 2,3 3,7 6,0 9,2
Dez 3,3 1,4 4,7 2,8 4,3 7,1 9,3

2004 Jan 2,9 1,5 4,4 2,4 3,8 6,2 9,2


Fev 2,9 1,4 4,3 2,4 3,9 6,2 9,1
Mar* 2,8 1,2 3,9 2,2 3,8 6,1 9,0

(continua)
- 43 -

8 - Base Monetária e Meios de Pagamento (M4)


Porcentagem dos saldos em fim de período em relação ao PIB1/
####
(continuação) Participação porcentual
Período Títulos M2 Quotas de Operações M3 Títulos Títulos M4
2/
privados fundos de compromis- federais estaduais e
renda sadas com (Selic) municipais
3/
fixa títulos
4/
federais

1999 Dez 9,5 25,9 17,4 0,9 44,2 7,6 0,1 51,9
2000 Dez 8,4 24,6 22,0 1,6 48,2 8,1 0,2 56,5
2001 Dez 9,4 25,6 22,7 1,4 49,8 10,2 0,2 60,2
2002 Dez 9,4 25,0 17,6 0,7 43,4 7,4 0,1 50,9

2003 Jan 9,6 24,2 18,3 0,7 43,2 7,7 0,1 51,0
Fev 9,9 24,2 18,6 0,8 43,5 7,3 0,1 50,9
Mar 9,8 23,9 19,2 0,8 43,8 7,3 0,1 51,2
Abr 10,0 24,0 19,8 0,8 44,6 7,4 0,1 52,1
Mai 10,5 24,6 20,5 0,8 45,9 7,6 0,1 53,7
Jun 10,3 24,9 21,5 0,9 47,3 7,5 0,1 54,9
Jul 10,6 25,2 22,5 1,0 48,8 7,5 0,1 56,4
Ago 10,7 25,3 23,4 1,2 49,9 7,3 0,1 57,3
Set 10,7 25,3 24,0 1,3 50,5 7,5 0,1 58,2
Out 10,5 25,1 24,8 1,3 51,2 7,3 0,1 58,7
Nov 10,7 25,8 25,5 1,3 52,6 7,4 0,1 60,1
Dez 10,2 26,6 26,3 1,1 53,9 7,7 0,1 61,8

2004 Jan 10,3 25,7 27,0 1,1 53,8 8,0 0,1 61,9
Fev 10,3 25,6 27,0 1,1 53,8 8,0 0,1 62,0
Mar* 10,4 25,4 27,2 1,2 53,8 8,1 0,1 62,0

Fonte: Bacen e Ipea

1/ PIB dos últimos 12 meses a preços do mês assinalado (deflator: IGP-DI), tendo como base a série publicada pelo IBGE.
2/ Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras imobiliárias.
3/ Exclui lastro em títulos emitidos primariamente por instituição financeira.
4/ As aplicações do setor não financeiro em operações compromissadas estão incluídas no M3 a partir de agosto de 1999, quando eliminou-se o prazo mínimo de 30
dias,
exigido em tais operações desde outubro de 1991.
- 44 -

9 - Velocidade-renda da moeda1/
####

Fim de período M1 M2 M3 M4

1999 Dez 16,9 3,9 2,3 1,9


2000 Dez 15,5 4,1 2,1 1,8
2001 Dez 15,0 3,9 2,0 1,7
2002 Dez 14,7 4,0 2,3 2,0

2003 Jan 17,4 4,1 2,3 2,0


Fev 17,8 4,1 2,3 2,0
Mar 18,5 4,2 2,3 2,0
Abr 18,8 4,2 2,2 1,9
Mai 18,8 4,1 2,2 1,9
Jun 18,0 4,0 2,1 1,8
Jul 18,2 4,0 2,1 1,8
Ago 18,1 3,9 2,0 1,7
Set 18,0 4,0 2,0 1,7
Out 18,0 4,0 2,0 1,7
Nov 16,7 3,9 1,9 1,7
Dez 14,2 3,8 1,9 1,6

2004 Jan 16,1 3,9 1,9 1,6


Fev 16,0 3,9 1,9 1,6
Mar* 16,5 3,9 1,9 1,6

Fonte: Bacen e IBGE

1/ Relação PIB/Mi (i=1,2,3,4), calculada com base nos saldos de fim de período e do PIB dos últimos 12 meses a preços do mês assinalado
(deflator: IGP-DI), conforme série publicada pelo IBGE.
- 45 -

CONCLUSÕES
Estas notas de curso sobre a globalização se apresentam insuficientes, por isto mesmo, para serem
desenvolvidas em sala de aula e para não tornar a leitura enfadonha.
O quadro teórico procura fixar a política neoclássica associada à política Keynesiana, com as grandes
equações macroeconômicas, a equação quantitativa da moeda, a curva de Philips e o modelo IS-LM,
que sinaliza o crescimento econômico.
Na escolha de dez economistas notáveis, o autor sentiu o desejo de pelo menos citar mais onze deles,
a saber: Carl Menger, Joseph Alois Schumpeter, Michael Kalecki, Josef Stalin, Vladimir Ilianov
Lênin, Mikail Gorbachov, Peter Drucker, Philiph Kotler, Michael Porter, Paul Klugman e Celso
Furtado, porém ainda possui material incipiente para isto.
Já no que se refere aos prêmios Nobel de economia se explicitou o que se estava mais disponível na
literatura rápida e no portal do Nobel.
A principal conclusão que o autor acredita ser retirada de todo o conhecimento da globalização é o de
que, conhecê-la, é escolher um campo de trabalho. Vale dizer, uma ou mais especializações. Isto é,
compreendendo melhor o total, é provável escolher o campo efetivo.
Por essa razão fez-se o tópico 28 com praticamente tabelas extraídas do site do Banco Central, para
servir de exercícios em sala de aula sobre o capitalismo financeiro no Brasil recorrente ao Fundo
Monetário Internacional.
- 46 -

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Marcelo P. (Org.). A ordem do progresso: cem anos de política econômica republicana –
1889/1989. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
BACHA, Edmar Lisboa. Plano real: uma avaliação preliminar. Revista do BNDES, Rio de Janeiro,
v.2, nº 3, p.3-26, 1995.
BRITO, Paulo. Análise e viabilidade econômica de projetos de investimentos. São Paulo: Atlas,
2003.
_______Economia Brasileira. Planos econômicos e políticas econômicas básicas. São Paulo, Atlas,
2004.
BRUM, Argemiro J. O Desenvolvimento econômico brasileiro. 11ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.
BUARQUE, Cristovam. A desordem do progresso: o fim da era dos economistas e a construção do
futuro. São Paulo: Paz e Terra, 1990.
CARDOSO, E. H.; FALETTO, E. Desenvolvimento e dependência na América Latina, Rio de
Janeiro: Zahar, 1970.
CASTRO, Antônio de B; SOUZA, Francisco E. P. A Economia brasileira em marcha forçada. 2ª. ed.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
FEIJÓ, Ricardo. História do Pensamento Econômico. São Paulo, Atlas 2001.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 13ª. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1975.
FURTADO, Milton Braga. Síntese da economia brasileira. 6ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998.
GERMANO, José W. Estado militar e educação no Brasil (1964-1985). Campinas: Cortez: Unicamp,
1994.
GREMAUD, Amaury et alii., Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 1999.
__________, Formação econômica do Brasil. São Paulo: Atlas, 2000.
GUDIN, Eugênio. Princípios da economia monetária. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.
GUIMARÃES, Alberto P. Quatro séculos de latifúndio. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
IBGE. Anuário Estatístico do Brasil. Vários números.
KEYNES, John Maynard. The General Theory of employment, interest and money. Londres: The
Royal Economy Society: Macmillan Press, 1993.
LACERDA, et alii. Economia Brasileira. São Paulo Saraiva, 2004.
LAFER, Betty Mindlin. Planejamento no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1975.
LANGONI, Carlos G. Distribuição de renda e desenvolvimento econômico do Brasil. Rio de Janeiro:
Expressão e Cultura, 1973.
LANZANA, A. E. T. Economia Brasileira. São Paulo: Atlas, 2001.
LOPES, Carlos Thomas A. Planejamento, estado e crescimento. São Paulo: Parceria, 1990.
LUZ, Nícia Vilela. A luta pela industrialização no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega, 1961.

- 47 -
MIRANDA NETO, Manuel José de. A crise do planejamento. Rio de Janeiro: Nórdica, 1981.
MIROW, Kurt R. A ditadura dos cartéis (anatomia de um subdesenvolvimento). Rio de Janeiro,
Graal, 1977.
OLIVEIRA, Francisco de. A economia da dependência imperfeita. Rio de janeiro: Graal, 1977.
__________ A crítica à razão dualista. São Paulo: Cebrap, 1972.
OLIVEIRA, Gesner. Brasil real: desafios da pré-estabilização na virada do milênio. São Paulo,
Mandarim, 1996.
PEREIRA, José Matias. Economia Brasileira. São Paulo, Atlas, 2003.
PEREIRA, Luiz C. B. Economia brasileira: uma introdução crítica. 10ª. ed. São Paulo: Brasiliense,
1974.
PINHO, Diva Benevides e VASCONCELOS, M. A S., Manual de Economia. Professores da USP.
São Paulo, Saraiva, 2003, 4ª edição.
PRADO JR., Caio. Historia econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1974.
__________A Revolução brasileira.2ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1996.
RANGEL, Ignácio. A inflação brasileira. 5ª. ed. São Paulo: Bienal, 1986.
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 17ª. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
__________Política e programação econômica. 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 1987.SCHUMPETER, J. A
Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril, 1982.
SILVA, J. F. Graziano da. A modernização dolorosa. São Paulo: Abril, 1982.
SILVA, Sérgio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega, 1980.
SINGER, Paul. A Crise do “milagre”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
SKINDMORE, Thomas. O Brasil visto de fora. São Paulo: Paz e Terra, 1982.
SUZIGAN, Wilson. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, 1986.
TAVARES, Maria da Conceição. Da substituição de importações ao capitalismo financeiro. 4ª. ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 1975
TROSTER, Roberto Luis e MOCHÓN, Francisco. Introdução à Economia. São Paulo, Makron,
2002.
WILKINSON, John. O Estado, a agroindústria e a pequena produção. São Paulo: Hucitec; Rio de
Janeiro: Cepa, 1985.
- 48 -

You might also like