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1486 Art. 2.° Sao revogados os artigos 17.° ¢ 18.° do Decreto-Lei n.° 37/75, de 31 de Janeiro. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 23 de Janeiro de 1992. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Manuel Dias Loureiro — Alvaro dos Santos Amaro — Fernando Manuel Barbosa Faria de Oliveira. Promulgado em 13 de Margo de 1992. Publique-se. © Presidente da Reptiblica, MARIO SOARES. Referendado em 17 de Margo de 1992. © Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DA SAUDE Decrato-Lel n.° 38/92 de 28 de Marco A actividade de transporte de doentes ndo esté no nosso pais devidamente regulamentada, do que resul- tam graves inconvenientes quanto a rentabilidade dos meios existentes e a eficiéncia dos servicos prestados. Torna-se necessério, portanto, proceder ao enquadra- mento de tal actividade considerando as suas implica- Ges quer no plano dos cuidados de satide, quer no plano das exigéncias de seguranca rodovidria. E inegavel 0 interesse de a comunidade em geral ¢ de 0s doentes em particular disporem de uma rede de transportes de sade que Ihes garanta a cabal satisfa- so das suas necessidades nesta matéria. A actividade de transporte de doentes, independen- temente de quem a exerce, assume grande relevancia na prestacéo dos cuidados de satide ¢ est, por isso mesmo, sujeita a disciplina e inspeccao do Ministério da Satide, conforme estipulado no n.° 2 da base XXIt1 da Lei n.° 48/90, de 24 de Agosto. Dai que 0 exercicio de tal actividade deva processar- -se segundo modelos técnicos e organizacionais que se coadunem eficazmente com os restantes servigos de sade. O relevante papel que as corporagdes de bombeiros tém desempenhado neste Ambito, voluntariosamente € de modo duradouro, impde, a justo titulo, algumas es- pecificidades de regime. Foram ouvidos 0 Servigo Nacional de Bombeiros, a Liga dos Bombeiros Portugueses ¢ os drgios de go- verno proprio das Regides Auténomas dos Agores ¢ da Madeira. ‘Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigao, 0 Governo decreta 0 seguinte: Artigo 1.° Odjecto | ~ A actividade de transporte de doentes, efectuada iv via terrestre, rege-se pelo disposto no presente ckuretodei e sua ‘regulamentagdo. 2-0 presente diploma ndo abrange 0 transporte de" doentes efectuado por forcas militares ou militar zadas, salvo nos casos em que haja para o efeito acordo celebrado com os servigos do Ministério da Satide DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A Artigo 2.° Autorizagto 1 — O exercicio da actividade de transporte de doen- tes depende de autorizacdo do Ministro da Saude, a conceder nos termos do disposto no presente diploma. 2—A actividade de transporte de doentes s6 pode ser exercida por pessoas colectivas. 3 — Sem prejuizo do disposto no n.° 1, 0 exercicio da actividade de transporte de doentes por'entidade tu- telada por outros Ministérios depende ainda de autori- zacd0 dos respectivos membros do Governo. 4 — A autorizacdo referida nos nimeros anteriores depende de requerimento, do qual deve constar obri- gatoriamente: a) A Area territorial onde se pretende exercer ha- bitualmente a actividade; 6) A natureza dos transportes a realizar; ©) O niimero de veiculos existentes a efectuar € suas caracteristicas; d) Certidao do instrumento de constituigdo de pes- soa colectiva € certiddo comprovativa dos ne- cessarios registos; €) Certificados dos registos criminal ¢ comercial referentes aos individuos encarregados da ad- ministracdo, direcedio ou geréncia social, com- provativos da inexisténcia de inibicdo do exer- cicio do comércio por ter sido declarada faléncia ou insolvéncia, enquanto ndo for levan- tada a inibicéo ou decretada a reabilitacdo do falido, $—No caso das associagdes ou corporagdes de bombeiros é dispensada a apresentagao dos documen- tos mencionados na alinea e) do mimero anterior, que sdo substituidos por documento comprovativo do auto de posse do respectivo drgio directivo, reconhecido no- tarialmente. Artigo 3.° Concessio de alvard 1 — Na concessdo de alvara sao considerados os se- guintes requisitos: @) Sede em territério nacional; +) Capacidade financeira necesséria para assegu- rar a boa gestao da entidade transportadora; ©) Comprovada capacidade profissional do respon- sdvel pela frota de transporte afecta ao trans- porte de doentes, mediante atestado de capaci- dade profissional, a emitir pelo Ministério da Satide. 2 — No caso das entidades de utilidade publica é dis- pensada a prova dos requisitos previstos nas alineas a) 6) do numero anterior. Artigo 4.° CCrtérios de atribulgdo de alvard Na atribuigdo de alvards so tomados em considera- do 05 seguintes critérios: a) Natureza dos servigos a prestar e da area de ac- tuagio; 1b) Avaliacdo dos meios existentes; NO 74 — 280 ©) Verificagdo da necessidade de mais operadores na area respectiva; 4) Avaliagao das condigdes técnicas, considerando a natureza dos transportes que a entidade se propée realizar, designadamente no respeitante a meios humanos ¢ materiais; €) Caracteristicas dos respectivos veiculos ¢ seu equipamento. Artigo 5.° Cassagdo do alvard © alvara é intransmissivel € sera cassado: 4@) Se o titular nao iniciar a exploragao no prazo de um ano a contar da data de emisséo do al- vara b) Se deixarem de se verificar os requisitos pre- vistos no artigo 3.°; ©) Se o titular deixar de possuir recursos huma- nos ¢ técnicos adequados. Artigo 6.° Veiculos a dos no transporte de doentes 1 — 0s veiculos utilizados no transporte de doentes devem ser previamente licenciados pela Direcgdo-Geral de Viacao. 2— As caracteristicas especificas dos vefculos que podem efectuar o transporte de doentes serao fixadas por portaria conjunta dos Ministros da Administragao Interna e da Saude, 3 —As licencas das viaturas so canceladas pela Direcgdo-Geral de Viacdo nos seguintes casos: a) Cassagio do alvara; b) Penhora dos respectivos veiculos; ©) Transferéncia de propriedade dos veiculos a que respeitem; ) Cancelamento da matricula dos respectivos vei- culos; €) Manutengao por periodos superiores a 60 dias das causas de suspensdo da licenca previstas no rnuimero seguinte. 4 — As licengas podem ser suspensas até que cesse a situacdo determinante da suspenso, quando os vei- culos a que respeitam: @) Nao forem aprovados em inspeccéo: b) Nao se apresentem, sem motivo justificado, as inspecgdes a que est4o obrigados; ©) Tenham sido apreendidos. Artigo 7.° Concessio de lcengas Os requerimentos para a concessio de licengas sto entregues na Direccdo-Geral de Viagdo e deles deve constar sempre: 4) A denominacdo ¢ a sua sede social; 4) A indicagao do respectivo mimero do alvara; ©) A indicagao do tipo de veiculo ¢ a respectiva matricula. DIARIO DA REPUBLICA —I SERIE-A_ 1487 Artigo 8.° Inspecces 1 — Sem prejuizo do regime geral aplicavel as ins. peccdes de veiculos automéveis, os veiculos para o transporte de doentes so obrigatoriamente sujeitos a inspec¢do, nos seguintes termos: 4) Aquando do seu licenciamento; 5) Quando tenham sofrido acidente que obrigue 2 interrupedo da circulago por um prazo su- perior a 90 dias, 2 — Por decreto regulamentar serdo definidas as si- tuagdes em que a Direccdo-Geral de Viacdo pode or: denar a inspecedo de veiculos, para além dos defini- dos no mimero anterior. Artigo 9.° Identiicagio 3s veiculos de transporte de doentes devem ser assi- nalados, de modo a garantir a sua facil identificacao exterior, pela forma que vier a ser definida por despa- cho conjunto dos Ministros da Administragao Interna e da Saude. Artigo 10.° Regime de precos 1 — As tabelas de pregos aplicaveis ao transporte de doentes sero aprovadas por portaria do Ministro da Satide 2 — Sem prejuizo do disposto no niimero anterior, mantém-se em vigor os acordos celebrados entre os ser- vigos do Ministério da Saude e as entidades transpor- tadoras de doentes. 3 — Os acordos a que se refere o numero anterior serdo revistos apés a entrada em vigor da portaria a que se refere 0 n.° 1 Artigo 11.° Coordenacao e fiscalizacio 40, coordenacao ¢ fiscalizagao técnica jade de transporte de doentes, bem como a definigdo dos requisitos a preencher pelo pes- soal afecto a actividade transportadora, compete a0 Mi- nistro da Saiide, sem prejuizo da competéncia do Mi- nistro da Administragao Interna quanto a coordenagao ¢€ fiscalizagdo dos tansportes, caracteristicas dos vei- culos, sua utilizacao ¢ licenciamento Antigo 12.° Infracgies € coimas 1_— Constitui contra-ordenagao, punivel com coima de 250 000$ 500 0008, ou de 3 000 0005 a 6 000 0005, consoante © agente seja pessoa singular ou colectiva, 0 exercicio sem alvard da actividade de transporte de doentes, 2 — Constitui contra-ordenagao, punivel com coima de 200 000$ a 1 000 0008: 4) A utilizagdo para outros fins de veiculos afec: tos ao transporte de doentes; 1488 b) A utilizagdo na actividade de transporte de doentes de veiculos nao licenciados; ©) © incumprimento do regime de inspecao pe- riddica dos veiculos. 3 — Constitui contra-ordenagdo, punivel com coima de $0 0008 a 200 000S, a incorrecta identificagio do vei- culo destinado ao transporte de doentes. 4 — A tentativa e a negligencia so puniveis. Artigo 13.° Processo de contra-ordenagio 1 — As contra-ordenagdes previstas no presente di- ploma aplica-se 0 disposto no Decreto-Lei n.° 433/82, de 27 de Outubro, na redaccdo que the foi dada pelo Decreto-Lei n.° 356/89, de 17 de Outubro. 2 — A Direcedo-Geral de Viagao incumbe, na area da sua competéncia, processar as contra-ordenacées re- sultantes das infraccdes ao presente diploma. 3 — A aplicagio das coimas resultantes dos proces- sos de contra-ordenacdo é da competéncia do respec- tivo director-geral 4 — O produto das coimas previstas no presente di- ploma revertera para o estado na percentagem de 70 %, 0 remanescente, em partes iguais, para o Instituto Na cional de Emergéncia Médica e para a Direceao-Geral de Viagao. Artigo 14.° Norma transitér 1 — As entidades de utilidade publica que, a data da entrada em vigor do presente diploma, exergam a @ DIARIO DA REPUBLICA Depésito legal n.° 8814/85 ISSN 0870.9963, IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA, E. P. AVISO. Por ordem superior e para constar, comunica- Se que nao serdo aceites quaisquer originais des- © tinados ao Didrio da Repiiblica desde que nao tra- + Bam aposta a competente ordem de publicagdo, assinada e autenticada com selo branco. DIARIO DA REPUBLICA ~ I SERIE-A N.° 74 — 283-1992 actividade de transporte de doentes sera concedido ime- diatamente, pelo periodo de um ano, o respectivo al- 2 — Durante o periodo de tempo a que se refere o niimero anterior, devem tais entidades fazer prova da ‘observancia dos requisitos mencionados no presente di ploma, sob pena de caducidade do alvara concedido. 3 — Para efeitos do disposto no mimero anterior, no que se refere a observancia dos requisitos legalmente exigidos, sero ouvidos o Servigo Nacional de Bombe ros ¢ a Liga dos Bombeiros Portugueses Antigo 15.° Competéncia dos drgios das Regides Auténomas ‘As competéncias conferidas pelo presente diploma se- rao exercidas, nas Regides Autonomas dos Agores ¢ da Madeira, pelos drgaos e servigos que nelas prossigam idénticas atribuicdes. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 6 de Fevereiro de 1992. — Anibal Anténio Cavaco Silva Mario Fernando de Campos Pinto — Artur Aurélio Teixeira Rodrigues Consolado — Manuel Dias Lou- reiro — Jorge Braga de Macedo — Arlindo Gomes de Carvatho. Promulgado em 13 de Margo de 1992. Publique-se. © Presidente da Reptiblica, MARIO Soares. Referendado em 17 de Margo de 1992. © Primeiro-Ministro, Anibal Antonio Cavaco Silva. ees 1 — Prego de pagina para venda avulso, 68; prego Por linha de antincio, 1788. 2 — Os prazos de reclamago de faltas do Didrio da Republica para o continente ¢ regides auténomas ¢ cstrangeiro so, respectivamente, de 30 ¢ 90 dias a data da sua publicacao. PREGO DESTE NUMERO 48500 Rey D, Peanes

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