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Livros de Tihamer Toth recon; i CAS/VMEIN TO EN RAVAILEIZN A Religie « a Suventde 0 Mego de Cariter ilo de Mocidade. Or Der Mandamentos (1. 1D © Mesias, A Bacar MONSENHOR TIHAMER TOTH Casamento e Familia COLEGA0 “FORMAGAO DA JUVENTUDE” ‘Obes pare ores, de DOM TINAMER TOTH 1. 0 Bala ds Mocidade 2.8 Formacio Retiosa da Juvetude 5.0 Mago. Eduendo 4.8 Rego en Joventade 5.0 Mégo se Cardter 6 St Storo 4 Ne Linds Natures de Deus Sermaes ¢ Conferéncias 1088 EDITORA VOZES LIMITADA PETROPOLIS R} ize de taducto dat liz perence a Congregacto ao. tie e085 jeune fl seido tenporaiamente Pepfroka Vouts Erba. ~FOD0S OS DIREFTOS RESERVADOS PREFACIO [A memorivel Enciclica “Casti conmubi” do Santo Padre Pio XI. foi um brado vigoroso de alarme contra 2 progressiva paganizagio do matrimonio e a conseqiente Segenerescencia da fami ‘A campanha recristianizadora visava “primeiramen- te iluminay as inteligencias dos homens comt a genuina outrina de Jesus Cristo sabre esta materia, a fim de ‘que depois os cnjuges cristios, tendo robusteido 8 fraqueza de suas vontades com a. graga interior de Deus, procedam em todos os seus pensamentos © obras fem eonsondncia com a purissima ii de Cristo, da qual ho de brotar para eles e suas familias a paz © @ felicidade” Monsenhor Téth, o vigoroso pregador, prematura- mente desaparecido, realizou uma série de’ luminosas confertneias sdbre @sse assunto de tio vivo interesse, que, em nossos dias, assume quase 0 aspecto tragico ‘de apostasias individuais e de suicidios nacional. Atr- vés de emocionantes capitulo, éle demonstra, com 0 Drifantismo que todos the conhecem, quanto as eis sivinas se harmonizam perfeitameate com os anelos nobres da natureza humana, de tal sorte que observilas € obter a salvagio eterna ea felicdade terrena, a0 pas- ‘80 que a elas desobedecer & abrir ante os pr6prios pastas 4 elerna desgraga ndo 6, mas ainda uma vide tori ada de sofrimentos, Casamento ¢ Familia — & pois um listo abencoado fe precogo que vai ensejar mais plena realizagio. dos anelos de Pio XI, na silica final da carta bre 0 Mas ‘wimonio Cristo: “que floresga e prospere de novo nos ‘atrimdnios crstSos a fecundidade consagrada a Deus, 4 fideliade sem mancha, a firmeza inabalével, santa de do sacramento ¢ a plenitude de thdas as gragas cu"? CONFERENCIA 1 INPORTANCIA DA FAMILIA ‘Meus irmios, scothi como objeto de minha série de instrugdes para o curso do novo semestre que se inicia, am tema de wrgincia stuslidade t0da part cular, mas ao mesmo tempo bastante delcado e dif ‘Um tema, cuja solucio assegura para o homem vida pacifca sobre a tera, © muitas vezes também a felic ade eterna. Um tema, cuja solugfo harmoniosa € de lela incomensuravel sobre tOda a vida cultural, social fe nacional, Um tema, cuja solugio exata ou inexata € fonte de béngias on de maligGes para tdda a hu- rmanidade. ‘Um problema de imensa importincia: 0 casamen- to ea familia crista Quem ao vé a importancia decsiva desta. ques- io? Quem fo ve que a humanidade se coloca hoje ante estas graves quesibes do casamento e da familia, ‘como. dlante de uma esfinge enigmatica? O homen Imodemo que conseguiu descerrar cada vez mais o vu ‘que ocultava a natureza, com suas expléndidas deseo~ Berta, pensou sero matrimOnio resoldvel pelas leis da natureza, qual um problema da matemitica. ‘Teve, porém, grande deslusio. Apés amargas ex- peritncas, fot obrigado a econhecer que o casamento ho um problema numérico, que se possa resolver 1 Sinica e totalmente pelo raciocinio. Nao; 0 casamento, 42 familia consttel tina “equacio” a varias incdgnitas, ‘que a matemitica ao resoverd porque tle &, segundo Dexpressio de S. Paulo, “um grande mistério™ (EF 5, 32), que 36 0 homem arraigado em Deus pode Jo- iminar © resolver [io existe verifcaggo que atualmente mals se oua do que esta: “a familia em nossos dias passa por shra crise". Seria impossivel © mesmo injusto nfo. fembrar (que hi causas muitas e complexas a influir na crise tual da familia, Sera injustiga negar que uma dessas causas € a crise econdmica com tOdas as suas conse (encas: desemprégo, falta de habitagdo, privagtes por consequéncia atritos € pontos de vista, diversos fentre os espotos, além do creseente nervosismo, im paciénca, egolsmo, ete. Tudo isto € verdade, e bem verdade. Entretanto, meus irmos, se de uma parte o = ‘onhecemos com tOda franqueza, de outra parte outra Yerficagio adverte-nos que a atual crise da familia héo. pole ser_suficientemente explicada por causas exclusivamente econdmicas. Veritieamos, com efeito, que a familia esta abala- dando 6 entre pessoas necesitadas, mas que, 20 ontrario, a crise & miaior € mais contestadora entre familias cujasituagio material € boa, e onde nfo se fala fm privagées, E a prova de que a mediocridade © a pobreza no so of yerdadeiros inimigos da familia ‘os exemplos dos esposos para os quals a vida fa- nillar e 0 amor reciproco se tornam mais fortes pela pobreza, e tes mesmos mais unidos porque a Tuta pela vida suscitow néles valores morais, caja exitén- a, antes, eles ignoravam em si mesios. Se para a familia ressoa 0 apélo de socorro dos navies em perigo de naufrigio: SOS, “Save our souls": Salvai nossas almas, ¢ preciso recordar que ‘Ao poderemos salvar a familia em perigo, senfo pela Salvagdo da alma e dos valores morats. tania pre isa realmente de uma "reforma", mas essa reforma sb se realizara respeitando-se novamente ideal cris~ {io do casamento. Eis o objeto das nossas instrugbes neste novo semestre unverstirio, que agora. comesa- ‘mos, Creo, nfo. poderia encontrar sim fema to it~ portant, decisivo e vital como éste Antes, porém, de minuciosamente tratar dessa ques- ‘devo preparicla respondendo a. um ponto prelimi nar: demonstraremos culdadosamente Ser, areal ade, essa questio, de uma import@ncia 40 vital, que imerega se the consagrem as instrugbes de todo um semestre 1) necessirio falar tanto da familia? res- posta, procurarel di-la na primeira parte do sermio de hoje. Responderei depois uma questo, que talver alguns ouvines possam formular I) Ser que um pate caico pode water aste 1) NECESSIDADE. UROENTE, Quereri, Hoje, responder, prelininarmene, tte onto: E* preciso trlor miucosrvente do casamento fama? Por que? |), com eto, homens alevantar esta questo Sto cada vee mais rao, feline 8) Admiadon fark esta pergunta os que cresc- tam em antiga fain ident fn“ tlgoses ° conscienciosas, fonte de paz e de felcidade onde a (Guest do casamento esas relagbes no constituiriant tim problema, Os pais e avés nio falaram mutio disto fe novas geragoes vindouras, mas nessas venerandas familia, a tradigbes permaneciam tio vivas, que 2 nova geragdo, consttnindo uma familia, por si mesma, inslintva e naturalmente, resolvia 0, problema. Tso ndo era, todavia, a menor Déngio da familia antiga © venerive 'b) Hoje, port, como estamos Tonge dlsto! Mi Ihares e mikes de jovens erestem, 20 edor de nds, tleconbecendo. as bengdos da vida familiar © 0 calor so lar domestic. Tart Palavra magnifica! Ninho abengoado! Dizei-me: exist ainda hoje um lar? Um seu dove e benéfico calor? TLembrosme aqui, nfo s6 dos mais desgracados entre os desgragats, dos filhos infelzes,cujos pals festzo.separados. Lemibro-me da multidao imensa. de {ilhos, eujos. pais vivem em comum, mas em constan- {es rixas © dlscérdias perpétuas. Lembro-me destas Criangas que nea provaram 2 dogura de um lar, por fque nem seu pal e nem sia me amram a vida de fami fla Ambos sentem mais alegria em fugir de seu lar. A frlanga fa entregve a'si mesma... a uma domes- fica, a uma enpregada, ou entZ0 vai aonde quer. Lembro-me também desta multiddo de jovens obri- dios a ganhar 0 plo, arrancados a paredes protetoras tla Tar antes que’ se thes chegue 0 tempo dos euidados pela existincia emibro-me, ainda, dos inumeriveis atagues, awe fo homem moderno Ie, uve, a cada instante 108 jor~ fats revisas, e na sociedade, ataques contra a familia, fla formagio ideal nunca ele via, nem apreciou, & tele tentou evocar. Disto tudo eu me lero, et Pens, 0 «agora estou convict necesdade urgent de fa liar miniosament, desta questo, erate oho: wren de te B) Demas,torma-se necessrio ainda ocoparmo- tos deste problema, porque oon qetem tena ie Cansivenente rsché-lo, embora Geum modo to Sra afrnton e aula, confiding esi. toni mah ates, 2) Os ang se Bacavam en 10a a8 cols pelo que sbeeravam 10 lar; hoe, peo contro, of Kemens se desrentam pelo gue em em casa, Ostro= fara mde ea, para fhe akc, 4 amiga mals inna quem cata vcoria om Os suas dfsades E hoe? Ela ce drige a uma agtcia de casmeno 08 5 seco de corespondéacia de um seman use dove mean eventaimente sé paca 38) Quanios excrores,quatoe poeta poll cx, uno non as, uno a tnlco e ciearag se volam toje para 0 rane sles, «i nin nil @ nee cobras provcadas por eta qui, econ produlos dan, atone oe Iensaes evemo-os, porém flr ante ex abundénce? Quanto mais 0 ocapamos dest questo, main nok Perdenon num ocean de nuvens. A Iga. Caticn Fertencelevatiar a vor, ela a vem Noto SetRor Jaen Cano canfion 0 preguio Ga verdad, ©) Mas, dinsed ave, que fark a grein neta uetio do matrimonio? Nao € the um conta entre Pestoas partesars?:Nio um negicio"prameste Proto € soca? fo, il ze afl Tendo em vata sua orge, sex fny'c'os deers que dle corte, afirmamas 1 tem alto, o casamento mio & um simples contrat ci, sims tid moral religisa: 43) 0 cosamento vem de Devs. Astor de 10a 38 tes da natresn, Ele cou ‘o bomen de tal mans, ue sa repro ferro Ihe & assegurada = ‘ho pela chexistenca coniate de doi eres, portato Palo casament. O-casament, orem, no momteno da Eragio. dn raga bamana, reeebeu in carter no todo artesian, peo at sinbolico de Devs, tando primeira ler do lado do princi home © dane dortne por espsa,diendo: Crees © muliplavos, each tera (Ot 1, 28). 2) O fim do easamento dhe tam um ter relgoso. Os spon, com ello, 800 colabo doves do Deus Cris, (fim principal do cassnento € dar & tees no- tos ates radon A imagem de Deis res ca tae ten, age oa tera, € na vida eterna serd sev a Deus. Cada vee porém, qe oF esposoe cimprem a fun tavefa Go dar a va Hc, Dew age com de, ado, a0 mimo fp, a viva ala, depondo-a ‘to novo rebeno human, que acaba de florescer, grax (aoe pono. Grande honra & pois ara os esposns, 0 seem propramentefalando, instrament nas mos de Deus Ghndor eo de estarem realmente snidon com Devs Diet igutmente Nosso Seshor Jot Cro: "Qs O homen no separeaqulo que Devt nis” (Mt 1S, 8) Basta olharmos para a hisria da civilzagio, © em todos os pone em todos os tempos, encontamas STeanament, como tna region, feo enrecerimd- Sian eigioes av mals divers, provando ito haer Teaimene reagent Teligin,e necesitarem os esposos do nix eapecal 2 te Deus, quando querem cunprir os seus deveres nua. ©) Os deveresanesos § familia tornam-na tan- tim uma’ instuigso. morale religisa,”Citamente falando, a Provideni suis contr na fami ama Beowesa cidadelapartcalar, um praga forte, um ja fim bem fechado,toraandose ea im lugar de bat onde a nova cratra vila ao mundo, nase, se fore tteaia samen, heparin ulin sas Tala inlets, formarsesa e se dexenvolvera complet, mnie. A fafa € 0 hgar sagrado, onde una ger coloea nas mos de ostrao faco a vida aco Plo Préprio Deus no momento ds cide, «que nio se ox, Tings sendo ao'som da trombela Qo juz al © rind unin pot 0. primero asl mano Prlos laos da fama Esta, portant, a asocngSo mais antiga, mals fundamental da humanidade, importante que qualquer outa assoiagto ou inscho potieror. Mas se ovcenro de gravida de tosh Manidaderepeus store familia comprendese, ex. flo, solctude, cela de responsabigade, com ue © cistanismo sempre velow pela ineridade da tami 4) Notamos, conudo, eta. grande solitude se considrarmos quanto a Igrea etna a fama, tanto pela sua ‘misao ereie, mats ainda, porem, Pela‘ trea spate Tudo comefa aqui em baka, mas tudo acaba 1 fm cima, Toda a vida humana Roresce na tera, mas 44 seus fais no out mundo, A Tamla nde pols Sbmente a Tonte da vida trent, mas € to ‘ida eterna; ela &, pols, 0 ponto "de prtida daguees Que, im ia ccuparto os Iugees de vencedorey mo tno else Visis, agora porque 8 Igrejavigia com tat so- Aide 0 matiménlo © por que nde toler gue pte 3 hhumanas, e a dnsia dos prazeres, profanem wna instiuigdo & qual esto anexos os to graves interés- 85 do reino do ctu? * porque a familia no €sbmente importante para 1 sociedade, para a Nagio, para o Estado, como tamn~ bem para a Igreja de Cristo, Nio € 0 Papa que ¢ a Igeja te & 0 chee da Igrja. Os sacerdotes.e os bispos no sio a Igreja, — slo os servidores da Igreja. Mas 2 Igreja so éstes milhdes de fitis forecidos pelas fa milias’ 0 Corpo mistico de Cristo, que nbs chamamos Tgreja,extaria mutilado, seria desprezvel se se com- pusesse a6 de sacerdotes e Dispos, se se constiusse 6 de pastores sem rebanhos, Com a forga ou fraqueza da. familia crsti, com sea valor ou desvalor, com suas vrtudes ou seus defet- fos, eresem ow degeneram, tambim, a fOra, a beleza Co Hlorescimenta da geja, Corpo mista de Cristo. Se uas familias erstis af e 8 pureza diminuem, a Tageja também se torna doente e antmica; se, pelo con- trario, a f€ «a virtude sfo fortes em nos, a Tgreja tamblin floresce em Beleza. A grea no pode, pois, ficar indiferente & vida familiar dos fis. A sorte do Corpo misico de Cristo esté ligada sorte da vida {anlar dos erstos, © A mansira com que éles ouvem 4 palavra de Deus, observam os mandamentos, © 3° sforgam para caminhar, durante sua. vida terrestre, fob a luz do Evangelho. E” preciso, ois, falar, desta chtedea, acérea da familia, 6 preciso falar mulio porque imensos interésses morals e rligiosos dela dependem. E" preciso falar disto, porque estamos convencidos de (que a luta empenhada contra 2 familia € a arma mais oderosa da ireligifo, Mas estamos, também, conven Eidos de que a grande lute sustentada em defesa do {deal cist ndo se decidird falmente, nas muas, nem faa vida publica, nem no parlamento, mas sim no lar 1“ domestco, Qualsquer que seam as dengragas externas, fs provas e a8 persguiges que atinjam 0 reno. de Cristo tle ventrdtodon,eagsano, Hower ‘ans acotneoras de Crist, abigandow no" Sanasrio do iar rita pi precio falar, Iongaente, do cxsamento e da familia, 7 (padre cai pode tsar desta questo? 1) UM PADRE CATOLICO PODE & DEVE FALAR SOBRE ESTE ASSUNTO. Se até o presente fi tales, fei m mostrar ramen iportincia. desta qo, st-lse, ainda Guano a0 dip ama dvi que certment srg 40 capil de varios owines: 8) Um padre catdico Pde rotor desta questa? B) Um padre cata deve fie presamente falar sobre tte sent? 'A) Quando os meus ouvntes souberem que et consagrare tos os serfs do semestretnvertin para eta ica questo, estado do deal esto do ‘ssament, perguntario,cetament, 2 si mesmo’ Ser ‘ue um padre eatin, viendo le mesmo dom imi pode falar deta ernas?Serd que le pode fer nosso gu, a n68 ie sonon casados ou nos Pao pros? No scr rctainpos falar do matin, pare em 0 80 cone pes ‘soalmente? ca aa 'Sprieia vist, ito parece, com efio, uma em- prtsa inpossivel, No entatto, nfo o & '8) Recordemo-nos,prinirament, que se 0s pa- res ation nfo ae atom, fe, conudo, sim de tm matinino,e deitaram o lr dato para subir 4 altar les tambem tverom pais recondand-e Ut 15 les com uma gratidfo e uum amor etemo; eles também tm iemios e irmas que se casam, — les conhecem, pols, a familia e a vida familiar, 'Nio hi porventura iustes ctiticos de arte, quan- do gles mesmos no produziram sequer uma obra-pri- ma? Nao conhecels médicos. que euram admicavelmen- te doeneas, nunca sofridas por éles? Os pisiguatras no curam doengas meniis, que nunca 0. atingiram? E os julzes nio so eqiitativos nos julgamentos sobre crimes, que eles mesmos munca cometeram? 'b) Agora volto 4 objegSo, e afiemo que aguéle ‘que ndo vive, te préprio, no matrimdnio, pode diseutie ‘muito mais imparcialmente @ questéo, gue 0 homem ‘casado, Mais imparcaimente, porque vé mais laramen- te 08 defeitos das suas pares, e pode examinar mais tranglilamente uae obrigagdes, do que aguéle que sth pessoalmente Hnteressido na questio; mais im= parcialmente ainda, porque a experitncia pessoal 1or- fa muitas vezes dificil um olhar mais aprofundado, © uma apreciagdo mais objtiva, ©) Ao contri, se 20 saverdote falta 0 i dda experitncia pessoal, encontra ee ensinamentos mi to mals abundantes a experiéncia milenar da Igreja, ena diversidade inesgotivel da vida dos fis, ‘A Igreja, em sea misistrio pastoral de vite séculos, adquiiu um juizo lo seguro, pontos de vista to largo, {que ninguém na tera of teve, mesmo aproximadamente, pela sua experfncia. De out lado 0 pastor de almas, ‘querido pelo seu rebanho, que para le se volta em su ‘legrias e suas penas, Comiece &le proprio t0das as trstezas, todos os choques, e todos 0s problemas do casamenio, em sua variedade infnita, melhor que qual- quer pessoa casada, [Nilo esquecamos precisamente a fonte mas rica, fem que o padre sorve seus esclarecimentos sBbre esta 6 questio: a confianea de seus fds, E° justamente por ter o padre catdlico, por amor de Cristo, pelo bem das alas’ de seus fieis, renunciado a0 casamento, que The € assegurada a absoluta confianca de seus fits Jovens e velhos, casados solteiros.contam-lhe suas penas, suas lates © su88 vit6ras, seus euidados & ‘suas fristezas com tal confianga que a alma do padre onhece melhor, muito melhor, todos os escolhos'e re- ‘ies, em uma palayra, todos! os problemas, como se Tivesse ele mesmo uma’ fanilia, Ble no. conhece certamente sento a sua propria familia, enquanto agora fe conhece centenas © milhares, ‘Apis isto, creio que no mais se discutia a pos- sibiidade para um padre catolico de encarar esta ‘questo. 1B) Mas tem le 0 dirlto, ¢ mesmo 0 dever de falar deste problema? a) E indubitivel que 0 estudo da questio nto é realmente facil, estando mesmo ligado a detalhes, que fio se padem abordar, senio com muita prodéncia f pricologia. Justamente por isto ela deve ser tratada por sacerdote calico, de quem pademos esperar este {acto e esta delicadeza, mais do que por alguém que hordasse brutalmente © mais santo problema da vida. Por que justamente um sacerdote deva tatse d&s- te assunto? Porque € a Igreja a iniea que deve falar desta coisa essencialmente santa, e que, de pert, toca a regio. 1) Ora, o casamento & uma coisa essencialmente santa, Diz um francés espirituoso que “o adjetivo ¢ 0 inverso do substantivo".Certamente fle queria dizer que hi epitetos que, colocados diante de tl ou tal substan- ‘vo, fazem desaparecer e enfraquecer a exténcia da coisa, Ao contrério hd, porém, epitetor que, na sua vidade, eslarecem 0 pensamento como brio de. um ‘aio no ola, Em 31-12-0900 Papa Pio XI publica tina Tonga Eacilieasbbre csament ecoloou no fromspco um epteto que resume com muta fic dade a essécia de ta questo: “Cas! connabi assim comega a enicles potial, Que elite exat 0 casio marina”, Com ele, ou eno easter «cata sanyo ben aon cata ase € santo sacrament, ent, compete A Tgrela ‘© seus padres tratarem do assunto. “i i Ese Lacodaire disse, um da, que wo entre o tomer «mae, 60 mating mn Questo de cvizaego human, Hoje se pode acrecen~ {ar uma questo de fitade na fers e na eteraiade pc. at eae dt gr de se cua bastante. Penence primetramente # Ieria Catsicn dieu com t0da'8 Fanguern one Sales nae et S Papeete di Ae pegs = es omen, fe ae ee eee oss Se ei tee geome mee 18 xs o gp’ cond, mae tere! The fl wbado Sort! dorn! o Se ete cla afsiad Pic blo uma ve te slssads, ere ua bose wat anon lars, A tani str una ert, mas as cule praue st aft fnte da do Se feat a anti reaiens, necesta de ie ea ptm no pone se ho te crater Fl cena pare a esac “errand stinger soci de meas lel Teast fo eons do Emad, mas tudo bei INH. ScSgutren o ea levar avant sae mia fara de maid ae tamer etc do prg. Se 0 el crn do initia no. eupea 8 Sn tea apn ila ede aralgde ‘ir guntso rete aime dean Ge aos eo Mur ‘aptanrse, ado ca prejaerd nore stn tg, mas foear-se um pergo ara 2 memitaeawil e pra deernvinent ral ‘trmumanade, Tre por qu ecordar\ inseteete 20s eres aque se gues fo de gue as en posts vias Sui, como em ese oars qoeie, ha aunts paefamere com ox deaos'e a Ob id natfrn humana guand Home 3 bs See ydn be cbt ea cea, mas. ae ‘Su208 de ume ress harmon e prem ePMian abr le meso spores ifr, © {© stint ta ter wi as oy ret, send leant wa hue proce a0 Pa tle, adr da aga oman, Sano PeSdador do matin fan que tos asta Sminms grandee fore, dante o iro dos ‘aan anges evecrenoe ee" Fano mle. Ane Ee 19 CONFERENCIA 1 © CASAMENTO ANTES DE CRISTO Quando 0 apésiolo S. Paulo, em sua epistola 208 Efesios, fala do casamenio, omprega esta expressfo profundamente signiicativa: “E" um grande misterio”. Magnum mysterium” (Et 5, 32). Nos que queremos, através de nova série de ins- trugées, esbogar o quadeo ideal da familia erst, deve- mos antes penetrar no Tundo “deste grande mistério” ‘evocado por 5. Paulo, e procurar sua esstncia. Qual 4 esséncia do matriménio? Qual 0 pensamento profun- ‘do que o Criador quis realizar, institvindo © matrimd- io? fle de fato institu? Nao foi estabelecido pela vontade hum ttatarenos Responderemce em das isis especinis,por- ue nasi do atin dim aconecnena uc ihe troure una tranfonagio een: pon repuane {ago por Nosso Senor ests Crs. Jé antes de io ener eu pane ii ma eta nobre e venerivel, como 0 € hoje. para aque que Mo concen Cis; tte & 0 asin dena in fo, Em ctr, veemos “um grande isle de. vad 4 digndade de sacrament. 0 Estudemos hoje o ideal do. matrimanio antes de Cristo, Vemos que tle era JA “um grande mister porque desde © principio fol Deus quem o fundou. Mas fe fle 0 criou, enld0 0 proprio matrimonio dos nfo rstdos € santo, intangivel e indissolivel, 1 FOI DEUS QUEM INSTITUIU 0 MATRIMONIO Desde sua origem, 0 matriménio foi realmente insttwido por Deus. Isto afirma claramente 0 Antigo Testamento, O jovem Tobias, orando a Deus antes de Sea easamento, diz muito natralmente: "Senor Deus, mew Pai... eriaste Ado do limo da terra e Ihe deste Eva por companheira” (Tab 8, 7, 8). O lio dos Pro vvérbios cham 0 casamento “uma allanga divina”, Tam bam no lvro do Bxodo, 0 sexto mandamento divino pro- toge 0 eastmento contta a profanacio (Ex 20, 14). Eis or que se termina 0 casamento com esa linda bénsd0: ‘Que 0 Deus de Abrafo, 0 Deus de Isaac, 0 Deus de ‘Jacob, esta, convoseo, que fle mesmo vOs una, © es palhe sdbre ws a plenitude de suas bénglos (Tob 7,18). ‘Se procurarmos, portm, como se formou a’ con- cepgio da origem divina do casamento, € preciso re- mmontar as primeeas. paginas do primelro livro, da Sagrada Escritura O primelro e 0 segundo capitulo do Génese proclamam slaramente © com wma firmeza indicutivel "ser o casamento, na reaidade, uma ins- ftuigdo diving, © nfo uma invengdo humana 'A) A primeira prova da origem divina do cass mento encontra-se, pos, no primeiro capitulo do primei~ fo livro da Biblia, onde vemos a descricdo da cricio do homem e da mulher. ‘) Quando. se examinam os homens, notam-se entre tes grandes miliplas diferengas: um & grande, © outro pequeno; um € Iouro, e outro, moreno, um & a gordo e outro magro; um € forte, e outro € fraco, & 4ssim por diante. Ha, porém, uma particularidade que essencialmente mais importante que tOdas as outras: "nds homens e hd mulheres. Coisa curiosa, hd uma forea misteriosa e regular que mantém esta diferenga num equilibro tal que-nas- em, maie ot menos, sempre tanlos rapazes e tantas ‘mogas; mats exataments, ha umm pouco mals de rapazes, porem a cifta da mortaidade sendo mais elevada en- tre estes, a diferenga diminul novamente Donde vem, pois, esta partcularidade tio impor ante da humanidade? ‘Donde vem a origem do homem © da. mulher? AAs primeiras paginas da Santa Eseritura esclare- com-nos sObre esta questio. Foi Deus quem criou se paradamente 0 homem e a muller, mas unit-os, 20 mesmo tempo, sua uso santa, e, confitthes uma farela magnifica, Escutai as propeas palavras da Es- critura: "Deus eriow o homer & sua imagem: crot-o & imagem de Deus; crows homem e mulher. E Deus abengoot-o, ¢ dise-Thes: “Sede fecundos, mutiplicai= vos, e enchel a terra” (Gn 1, 27-28). +) Estas palavras da Esctitura, porém, respondem ao mesmo. tempa. Aqueles que perguntam, algumas ‘ézes, admirados: “Como 6 possivel que seja permiido no casamento alguma coisa que fora do casamento Consttud um pecado grave? Nao € uma contradic: ali & permitdo, aqui ndo €? A cosa no € a mesma fem ambos os cas08? "A resposta,porkm, & clara, segundo os livros San- fos, Fora do casamento & um pecado grave, porque Deus confion ao matrimonio a unio Indissolivel de tum homem e de uma mufher, a conservaeio da raga humana, © pos, no casamento & permitido 0 ato pelo qual nasce uma nova vide humana. Este ato, fora do 2 ci cy casament, justamente um pecado grave praise Giro privlegiado do maton, aruina asim & faa ra no ¢ que se pecan vita, a too 0 cast 1B) que tems no prnelto capitulo da Sagrada ecrtra nfo € uma elicbragSo artifical, mas rele Bins vontade de Deus, Into € a conseqncia clara {Ds tapundo capil, pos al encontramos a narrago Stinacora da insite do matrimonio (Gn 2, 15-28. © primero nomen, embriagado peas energlas ments et sun nova via, panei eres eslendo- tarda nature em for, aua alma feme quase visa fas maraihas do paras terest, mas a es, farce que falta alguna coisa nfo hale 2 quem Poach sua lin, algo para eiener sas P= imran ado hi quem Ie aja Sentiznte na fra. E (Sta "para que teha um aux, wm apoin, uma Sompanhela na vida — Dens crow @ primeira multe. 3) Mas o que Adio sent, no instante em que a consetcta de suas jovens fray doinava. eu corpo ‘Sbarto te deseo Ge um complement, de uma come preenado, de oma’ comaniegio. de alma, de um aper- [fgoumentn sete gainers todo descendent doe dos sloa'un hrmenidade Na penitde de seu desenlse ‘mento organo, o homer e a mulher sentem que hes fala alguna cols, que se enontra no outro sexo. Nex casita de um conplemento que se encotra nas aut- Fader elferentes de outro sexo, pos 36 enti © que serealza 0 ideal completo do home. TE’ nesta ui, meta meses, nee complemento mts don dat geoeos da naturera humana, qe Tealzaaquelauniae dos esposos cujoexempo ni se “Seontano mando, do qual a Sagrada Esra cbse ac "0 Homem deixars seu pa e sua ie, unirsek 8 Sa eopdoretornarseao uma 80 care” (Ga 2,24) a © homem faz alguma coisa de anilogo, quando reine metais cujas propriedades diferentes se comple~ tam mituamente, e esia nova mistura, assim obtda, mais forte e sessteate ©) Se assim & se realmente & natural, descjvel «© convenienie que dois géneros de stres humanos vi- ‘vam sObre a terra, como caracteristicas interamente di versas, mas atraindo-te reciprocament, se isto € nat ral, enllo podels julgar, vs mesmos, meus inmtos, quanto é prejudicial € contririo & natureza o moder no costume que eduea as jovens como se fossem 1a- ‘pazes, querendo transformd-las em tals, enguanto quer azer dos rapazes: mégas: forma rapazes-mdgas, méras- rapazes, que suprimindo a diferenga entre os dois Sex0s, arebata-thesjustamente aquela fOrca mistriosa de atragao, que tem por objeto formar, na vida socal, 8 célula mais importante, fonte de uma renovacto incessante da raga humana, ¢ a garanta de sia propa sga¢do: uma nova familia, 1) QUE © 0 MaTRIMONIO SEGUNDO A VONTADE DIVINA? Deus criou, pois, 0 matrimonio, ‘Mas por que? Que iia fazia Ele da esséncia do matrimonio? A) Perguntemos a nds mesmos: Que & 0 matt rmanio conforme a vontade de Devs? £° wm conlrato? E. Max & outra coisa ainda ) Por ocasido de seu casamento, os esposos pas sam realmente wm contrato: prometem mitua fdelids de, assistncia reciproca, auxilio na desgraga, fazom tesla promessa sob uma’ forma solene. © easamento & pois, também um contrato. 4 {Quem aio vé,porém, que € gua coisa a mais? Bjattedn mits Geng aime, v econo de sive a init de dias vidas umanas. Auman jie presentia mesmo antes 6 critnismo,¢ i por {ue vemor que ene os powoe pags jt cameo a. colocado entre a seriminia religions, a8 mis Solenes © varadas. Temas obo de dint que para o camen- to hd oecestdade de dot: de um humm ve uma miler um grande trio! Ha nocesakade de te devi homer, de uma mur ede mate sm ainda De" De fato Dew deve ter aio primi agar Be ints 0 casamento; pis sbmente com Des © en De que se pode contra, Eno sendo 0 casameto um contrat puramente mano, e-em na fvengioumana, por iso mesmo ‘hun prin exten eseap 4 astra don homens. (ger de exstencia, de cveago, de forma poltc {em que fle ive, depende do homem. © casament, pordm, € familia nfo deen do home 'B) Que endo, o esamento? pergunto nvaren- te. Tales am negocio partcalr tlre duns posses? E-,efetvanent, mas agama cote andes ¢ de ordem pba também, e € um negéei de nerds Se ger (0 casamento nfo 6 pois, ama colocagio para as joven, que nto poderam aise hem de outa mane: {a Certamene nf. Eo caament una toca de Aiabildades'e de comprinenon? Un instrument de Drazerespariclaes? Reainent no. E° um nebo A order pablenexremanente portant. ser tate fall de be reconhecer no aba inextneavel dss questoes matron ese tee. comtnuamente Bresete no epiito goto casamento no € sam ne= Bo particle, mas. tumble Ge intertse, pices 2

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