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Dot: 10.21902/ Q Organza Cot into Double nd Reve pa SEER/OS Recebideom 71012016 SSVZ. ieiista de diteito Ambiental e Socioambientalsmo Aprovado em: 31.05.2015 O DIREITO DO MAR E SUA EFETIVACAO NO AMBITO INTERNACIONAL: UMA ANALISE SOBRE A RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS NO AMBIENTE MARINHO THE LAW OF THE SEA A ITS EFFECTIVE IN INTERNATIONAL CONTEXT: AN ANALYSIS OF LIABILITY FOR DAMAGES CAUSED IN THE MARINE ENVIRONMENT ‘Sébastien Kiwonghi Bizawn Denise Sousa Campos RESUMO O direito do mar busca ditimir conflitos entre Estados soberanos e favorecer uma ordem juridica para os mares e oceanos, facilitando as comunicagées intemacionais e a protecao & conservacio do ambiente marinho, efetivando-se a responsabilidade do Estado em caso de danos 20 meio marino. Objetiva-se analisar nesse artigo a Convengio de Montego Bay e a criagdo do Tribunal do Direito do Mar como ferramenta de resolugio pacifica de lides no Ambito internacional. Utilizar-se-a a pesquisa descritiva com método dedutivo, tendo em vista a responsabilidade internacional ambiental do Estado e a necessidade de fortalecer as relagdes de amizade entre as nacdes. Palavras-chave: Responsabilidade, Danos ao ambiente marinho, Tribunal internacional do direito do mar ABSTRACT The Law of the Sea seeks to settle conflicts between sovereign states and encourage a legal order for the seas and oceans, making international communications and the protection and conservation of the marine environment, making effective the state’s responsibility in case of damage to the marine environment. The objective is to analyze the UNCLOS and the creation of the Law of the Sea Tribunal as peaceful resolution tool labors internationally. Use shall be descriptive research with deductive method, with a view to environmental intemational responsibility of the State and the need to strengthen the friendly relations between nations Keywords: Responsibility, Damage to the marine environment, International tribunal for the law of the sea 1INTRODUCAO 1 Professor de Direito Internacional Pablico e Privado na Escola Superior Dom Helder Camara, Escola Superior Dom Helder Camara - ESDHC, Minas Gerais. Brasil ~ Email: kiwonghi@¢omhelder edu.br 2 Mestranda em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentavel da Eseola Superior Dom Helder Camara Escola Superior Dom Helder Camara - ESDHC, Minas Gerais. Brasil - Enml:fisiodizeito2007@hotmail.com Revista de Direito Ambiental e Socioambientalismo| e-SSN: 2525-9628] Brasfla | v.2 | n.1 | p. 254-275 | Jan/lun. 2016. 254 SW? 0 Direito do Mar e sua Efetivacao no Ambito Internacional: Uma Analise Sobre a Responsabilidade por Danos Causados no Ambiente Marino Sabe-se que 0 Direito regula a atividade humana, tendo o condao de modificar as relagdes sociais, sempre buscando o bem-estar social e 0 gozo dos direitos humanos fundamentais em um mundo globalizado e em constante mudanga. Os acontecimentos sociais exigem respostas novas do direito enquanto constituicdo conscienciosa do homem, sempre em movimento. Nao ha como dissociar o direito da organizaco da vida em sociedade baseada na observincia de principios e valores Desse modo, a aplicagio do direito ao caso concreto merece uma atengao especial, pois a lei deve ter o condio especial de regulamentar efetivamente a sociedade em busca da pacificacao social, pois o homem nao vive sozinho em uma ilha deserta, mas ele esta em relacao constante com outros individuos e vive em uma sociedade com normas, regras e preceitos bem definidos para dirimir conflitos e assegurar a efetiva convivéncia social assentada na construcdo de relagdes harmoniosas entre os povas, evitando-se, portanto, a “lei do mais forte” Por permitir aos individuos de viver em um ambiente equilibrado e seguro, o direito fio segue um padrio preestabelecido, estavel, ensejando interpretagdes que variam conforme os dominios da vida social, podendo ser de ordem privada ou piiblica. A deviniéncia juridica abrange a alterabilidade do expressar juridico bem como o referencial. Observa-se que decisées judiciais esto em constante nmdanca e a lei esta em constante modificacao. Neste contexto nao mnito explorado, mas de extrema importancia e necessidade de abrangéncia de agdes protetivas, surge a responsabilidade ambiental de danos causados a0 ambiente marino no cere do Direito Intemacional Ambiental e seus métodos de efetivacio. © enfoque a ser abordado sobre a responsabilidade Internacional Ambiental sera direcionado aos mares, que desde os primérdios da histéria universal trata-se de um espago que se destaca' no que condiz ao desenvolvimento econémico mundial. Com certa frequéncia, constatam-se situages de poluigdo em determinados territérios pertencentes a uma soberania provocados por outros Estados que necessitam de intervengio do Direito Intemacional do Ambiente seja para fins de averiguagio de T MARTINS, Eliane M. Octaviano. “AmazOnia Azul”: limites e extensdo das 2onas maritimas sob soberania © jurisdicdo nacional do Brasil. Meritum — v. 02, 1° 02, p. 265-279, Julidez. 2007. Belo Horizonte. Oo Revista de Direito Ambiental e Socioambientalismo| eISSN: 2525-9628] Brasfla | v.2 | n.1 | p. 254-275 | Jan/lun. 2016. 255 wv Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: responsabilidade, sejam para adogio de medidas preventivas ou mesmo métodos de efetivar 0 upos cumprimento das obrigagdes de prevencio e reparagiio”. Nesse aspecto, 0 objetivo do presente artigo é analisar a responsabilidade por danos causados no ambiente marinho, regulamentando os meios de efetivacto, mais incisivamente a eriagdo do Tribunal Intemacional do Direito do Mar pela Convengio de Montego Bay, também conhecida como Conven¢o das Nacdes Unidas sobre 0 Direito do Mar (1982). Para tanto, o problema delineado consiste na averiguaco da Convencao de Montego Bay e se possui mecanismos capazes de dar efetividade na busca da prevencio e reparacio de danos a0 ambiente marinho com a correta aplicagao ¢ interpretacdo das normas intemnacionais, ensejando responsabilidade aos Estados causadores do dano. Para a realizacdo do presente artigo, utilizar-se-a a pesquisa descritiva baseada em levantamento bibliografico, abrangendo doutrinas, legislagdes, convengdes internacionais, ar 's cientificos, dados histéricos entre outras matérias pertinentes ao tema. A técnica da pesquisa € a teérica, pois se investiga o problema com ausilio da teoria e andlise de contetido. Diante deste cenario tracado, surge a necessidade de criar ferramentas que busquem a resolucao de conflitos cada vez mais comuns no meio ambiente marinho envolvendo varias soberanias e jurisdicio com a devida apuragao de responsabilidades, principalmente pela constatacdo de um meio social em constante ascensao, 2. DA PROTEC AO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE Bem rememorivel, porquanto imperioso apresentar, Bobbio’ que ao sedimentar seus ideais com inexcedivel clareza na obra “A Era dos Direitos” afirmou que trés caracteristicas © preocupavam no que condiz ao futuro da bumanidade em sendo: 0 aumento incontrolado da populacao, o aumento célere e insano do poder destrutivo dos armamentos e por fim a crescente e incontrolivel devastagao ambiental. Preocupacio em ascensao, a protecio internacional ambiental vem atualmente ganhando espaco na historia da humanidade, constituindo ainda um dos principais temas em discussio nos ideais intemacionais contemporineos. evita Dirt sao 16. 1, 2013 pp 18 2 noBBIO, Norbino A Een doe Dies Tet: Caos Nesion Couihs Apesnass: Cle Lar Rs de ane: Eerie. 2004, 65 [EDI] Revista de Direito Ambiental e Socioambientalismo] e-SSN: 2525-9628] Brasilia | v.2 | n.4 | p.254-275 | Jan/lun. 2016. 256 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho Retomando ao Século XX, depara-se com a separacdo do conceito de meio ambiente e ecologia, sendo aquela sistematizada por normas humanas que oscilam segundo 0 comportamento humano contrario da ecologia que sfo direcionadas por leis naturais, Assim, quando as regras sfio internacionais, tem-se © denominado Direito Intemacional do Meio Ambiente, que recebe maior atengao pés-globalizacao com reflexos em escala mundial. ‘Segundo conceitua Mazzuoli* Em suma, pode-se definir O Direito Internacional do Melo Ambiente como a dlisciplina juridica das normas internacionais (escritas e costumeiras) de proteeio ambiental. De modo mais abrangente, pode-se dizer trata-se de conjunto de regras € prineipios criadores de direitos e deveres de natureza ambiental para os Estados, para as ofganizades interuacionais intergovernamentais e, também para os particulares (individuos © organizagdes privadas), Na salvaguarda dos direitos inerentes 4 protecdo internacional do meio ambiente, merece destaque a atuacio das citadas organizacdes intergovernamentais (quer globais, regiouais, ou sub-regionais) ¢ sua contribuigto para a implementacdo da normativa internacional em questo nos Estados que delas sAo parte. No que condiz a protecio internacional do Meio Ambiente, destaca-se a Conferéncia das Nagdes Unidas sobre 0 Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo, em 1972, surgindo a Declaragao sobre 0 Meio Ambiente Humano, que constitui a base filoséfica ¢ juridica relativo ao tema. Apés este impulso, a consciéneia ambiental foi se alastrando em meios a catistrofes ambientais, 0 que consequentemente avivou ainda mais os ideais ecolégicos da bumanidade’. No Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, na década de 90, ocorreu a Conferéncia das Nagdes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, denominada de ECO- para levantamento de questdes atinentes & protegao do meio ambiente ao seu desenvolvimento e, sobretudo, como ferramenta de reafirmacdo dos principios internacionais de direitos hmmanos e sua conjectura com as normas de protecao a0 meio ambiente. Iniciava-se um marco historico de transformacio no entendimento dos Estados relacionado as responsabilidades uns para com os outros e ainda frente as futuras geracdes*. eva don Teas, 20156179 ® sanorato, op chp 4 “Enfim amare gibi pea de bedsetnce ea dlspiapto da foes topta. » lose cemoare, ee, mosraach ma cescede Compleade e abaageana des cabs @ cio da aussie Lana obi abate © santpatoo ° Revista de Direito Ambiental eSocioambientalismo| e-SSN: 2525-9628] Brasfla | v.2 |n-4 |p. 254-275 | Jan/lun. 2016. wv Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: Diferente do abordado na Convencio de Estocolmo, a Conferéncia do Rio de Janeiro upos abordon a cooperacio, aflorando a perspectiva de que constitui uma conquista da humanidade: a protecio internacional do meio ambiente, afastando as incompatibilidades ideologicas. Segundo Sampaio, é imperioso identificar as fimgdes primordiais do Dizeito Internacional do Ambiente, citando Birnie e Boyle’, (i) fomecer mecanismos e procedimentos para a negociagao de regras @ padroes necessérios, resolver disputas e supervisionar a implementagao ¢ adequagio aos ‘ratados © regras costumeiras, 2, assim, ajudar a promover a cooperae2o entre Estados, organizacdes internacionais, © organizagdes nfo governamentais: (ii) regulamentar problemas ambientais, estabelecer padrées e objectivos internacionais comuns para a prevengdo e/ou redugdo dos danos, ¢ promover um processo de elaboragao de regras flexivel, que permita a adaptacio rapida a novos desenvolvimentos tecnolégicos e avangos cientificos; (ii) estabelecer a reparagio ou compensagao por danos ambientais sofridos por um Estado ou individuo em virtude de danos transfromeiriges; (iv) desenvolver direitos individuais ambientais e a responsabilizagao por crimes ambientais definidos no Direito Internacional; e (v) harmonizar leis nacionais, tanto num ambito global como num ambito regional (Uniéo Europeia, por exemplo), tendo em conta que os tratados @ outros instrumentos internacionais influenciam a elaboragio das leis internas. Em sintese ao exposto, é possivel concluir que 0 Direito Internacional Ambiental busca de forma direta a tutela do meio ambiente, quando da construgo de tratados internacionais. 3 ESCORCO HISTORICO DO REGRAME! NTO INTERNACIONAL DO MAR As normas destinadas ao Direito do Mar suscitou, nos tiltimos anos, uma atengio da comunidade internacional e, abordando este recente interesse, Cardoso preleciona: interesse que tem despertado prende-se com 0 facto de se ter vindo a adquirir, progressivamente, a consciéucia de que, patalelamente aos quadros normativos tradicionais formulados a partir do Direito Internacional Piblice, se deve considerar um conjunto de rearas, de priticas © de procedimentos suseetivel de proporcionar solucdes que permitam uma gestio das areas oct principios hoje geralmente aceites nesse ambito BIRNIE, BOYLE pad SAMPAIO, Jorge Sik, Do Diteto Intemacional do ambiente & responsabilidad ambien © seus meios 4e efebtapio uo dbo do Diseto lntzmazoual. Revista © Direito, ano 160, I. dose? CR 22 Oreo bitte Soames] eISSN: 25259598] Sri [v.21] p 254-275 [anon 2016 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho Em se tratando de poluicio do mar e o Direito Internacional do Meio Ambiente, é por volta da década de 50 que surgem os precedentes no combate & poluigdo, evidenciando a Convenco de Londres de 1954 que tratava de matéria pertinente a prevencao da poluigao do mar por hidrocarbonetos. 0 direito do mar constitui uma importante porcao do direito internacional piblico e, por tempos e tempos, seus regramentos foram simplesmente baseados em costumes. Sua estruturagao legal recebeu alento com as Nagdes Unidas em Genebra no ano de 1958, quando emergin a Convencio sobre o mar territorial e a zona contigua, a Convencio sobre 0 alto mar, Convengao sobre pesca e conservacao dos recursos vivos do alto mar e a Convengao sobre a plataforma continental’. Em 1960 realizou-se a Segunda Conferéncia das Nacées Unidas sobre o Direito do Mar, contando com 88 Estados, objetivando limitar a extensao do mar territorial Rousseau desferia criticas quanto a abstracio do mar derivado do res communis, pois considerava ser inexistente qualquer concepcao condominial, principalmente quando o mar traduzia cendrio de conflagragao, sendo na acepgao deste um res nulfius, cabendo as soberanias somente o exercicio de certas competéncias. Nao obstante os esforgos despendidos nas Convengdes, 0s principios ora ilamentar as determinados por tais conferéncias restaram obsoletos ¢ inécuos para reg necessidades emergentes relativas & matéria de Direito do Mar’. Somente para fins elucidativos, nas décadas de 60 e 70 ocorreram vazamentos de 6leo no mar de forma vultosa e catastréfica, © que impactou no ideal humano, que passou a desferir maior preocupagio ao meio ambiente marinho, Diante deste cenario se desenvolveram virias convengSes no sentido de regulamentar formas de prevencio e de atribuigao de responsabilidades sobre os prejuizos desferidos contra © meio ambiente marinho pela ag4o humana, [REZEK, José Francisco Direto Internacional Publica. 7" Ed. Ver. ~ So Pavlo, Saraiva, 1998, . 302: "Suoede ae estes custo tests = eva accuago alo chegou a ser geaeralzada ~ produsianrse no haar d= ua ea mascada palo quesuouamento das tellus noms ¢ ‘poncipon os octanos jd mo teprenezavam sponas uma via de comumicaghonavegatsta promi pure alguna pesca e elgumas guess O Farr econsmico, tanto mais elevante quanto enftizado pelo progres ecco, haveria de dominar 0 enfoque do deo do mar nos tempo moderne ? MAZZUOLL op Revista de Direito Ambiental eSocioambientalismo| e-SSN: 2525-9628] Brasfla | v.2 |n-4 |p. 254-275 [ Jan(lun. 2016. wv Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: Inicia-se entio em dezembro de 1973 a Terceira Conferéncia das Nagdes Unidas relativa ao Direito do Mar, que contou com a presenca de 164 Estados, incluindo também os Estados nio membros da ONU e que decidiu por adotar uma Convengiio sobre 0 Direito do Mar. A conclusao desta Convencao das Nagées Unidas sobre o Direito do Mar ocorren em Montego Bay, (Jamaica) em 1982, caracterizando um tratado universal, que somente entrou em vigéncia aos 16 de novembro de 1994, passados o interregno de 01 ano pés-reuniao quando 60 Estados aderiram ao instrumento. ‘Segundo Mattos'”, a Convengao de Montego Bay ou a Convengao da Jamaica: Dispde a Convengio sobre mar terttorial e zona contigua, zona econdmica exclusiva, plataforma continental, alto-mar, estreitos wilizados para a navegacio internacional, estados arquipelagos, ilhas, mares fechados ov semifechados, area, estados sem litoral, protegdo e preservagdo do meio ambiente, investigacio cientitiea marinha e solugio de controvérsias, além de disposigdes geraise disposigdes finals. De fato, os problemas do Direito do Mar, em qualquer substrato que seja, se inter- relacionam por um esireito liame e devem ser tratados como um todo, sendo injustificavel, porquanto impossivel 0 estabelecimento de normas que nao se comunicam. © Brasil em 1988 foi um dos signatarios da Convengao buscando amoldar seus regramentos intenos 8s normas daquela antes mesmo de sua vigéncia e entdo sua obrigatoriedade legislativa, ‘Um exemplo de diploma legislative que figura esta adequacao interna do direito Brasileiro aos preceitos da Convengdo de Montego Bay antes mesmo de sua vigéncia, ¢ a Lei n° 8.617'', de 04 de janeiro de 1993, que apresenta disposicdes sobre o mar territorial, a zona contigua, a zona econémica exclusiva e a plataforma continental. 10 \aaTTO5, Adherbs! Meir. Os novos limites dos espa martimos nos tints anos da ConvensSo das NaySes Unidas sobre @ Dixit do ‘Mar, In: Reflexdes sabre Convenio do Dirsito do Mar. Andcé Panno Beto, Anténio Celso Alves Perea (orgs) Breslin Funae. 2013 216, "Lei 8.61793 - Dispte sre 0 mar tetera, 8 zona conta, a zona econdmicaenchsiva © 2 plstforma comtinersl rose, di owas province Disponived enn par pnata go br ein 03 ‘Uma das alteragdes constatadas foi a diminuigio da largura do mar territorial de (SD) Peviste de Direito Ambiental e Socioambientalismo| e-1SSN: 2525-9628] Brasfia | v.2 | n.1 | p. 254-275 | Jan/Jun. 2016. 260 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho 200 (duzentas) milhas (Decreto n° 1.098", de 25 de marco de 1970), para 12 (doze) milhas, assim como delineada nas cartas néuticas de grande escala, ratificadas pelo Brasil. O Congresso Nacional aprovou por meio do Decreto Legislativo n° 5", de 09 de novembro de 1987, a Conven¢io Montego Bay (Jamaica), que passou a viger no pais, por intermédio do Decreto n° 1.530", de 22 de junho de 1995. De fato, a Convencao de Montego Bay sobre 0 Direito do Mar esta no apice das regras do Direito Internacional do Meio Ambiente, representando entdo uma consolidacfo das normas atinentes a0 Direito do Mar, abordando de maneira especifica a preservacto do meio marino nos artigos 192 a 237 e, entre estes, mais incisivamente nos artigos 207 a 232, tragando preceitos normativos relativos 4 polui¢do transfronteiriga” Nota-se, portanto, um efeito nefasto quanto 4 poluicdo transfronteirica, transformando a ameaga potencial em perigo real com consequéncias incomensuraveis. Nesse sentido observam Edna Raquel Hogemann e Marcelo Pereira dos Santos (2015): A globaliza¢ao tomou as fronteiras vulneraveis em meio a0 silencioso ¢ sorrateiro influso repugnante da ago leviana. As decisdes de cuuho coletive — até individual, passiveis de potenciais danos a0 interesse piblico, no mais se restringitiam as perspectivas internas ou endogenas, contextualizadas perante determinada questo. A nova logica exigiria profunda sondagem quanto a aspectos como alcance, tipo © teor das ameacas, circulos de pessoas atingidas, efeitos retardados, possiveis responsaveise repercuss4o nos casos de demandas por reparacdo, entre outros" seo 1 098170 - Altern o imites dome tertonal do Bras a otras prowiéecias, Revozndo pela Let {651785 Disponivel em: chp re paoate pov be esi 03 Deets 1965-1988 Del 098 faa Aeesso en O9 set. 2015, 1 Decreto Legislauvou" 05 de 1987 - Aprovao texto da Convengdo das NagSes Unidas sobee Dceto do Mas. coneluide ema Montego Buy, Jemaca cu 10 de dezanbro de 1982 Duponivel om ~hitp:/swww2.camara.leg br legin fed/decleg/ 1980-1987 ddecretolegislativo. publicacaooriginal-1-pl.htmb> Acesso emt 09 set. 2015, snovembro-1987-367281- Deoreto 1.530/95 - Declara a entrada em vigor da Convencio das Nagdes Unidas sobre o Direito do Mar, concluida em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982, Disponivel em: Acesso em: 09 set. 2015. "© MARTINS, Eliane M. Octaviano. Direito nuuitimo internacional: da responsablidade internacional pelos danos causados ae meio ambiente marinho. Verba Juris auo 7.1.7, jau./dez. 2008, p. 261; “A protegdo coutra a poluicdo transfronteitiga fimdamenta-se nos prineipios da ioterdigdo do abuso do direito ov, ainda, do prineipio da vvizinhanga internacional. Consagra-se a premissa de que um Estado ndo poder’ softer danos por fatos overrides emovtro Estado, Assim, pode-se dizer, que um Estado que eausa poluiio cujos efeitos extrapolem suas fronteira, ddeverd responder pelos danos causados”, HOGEMANN, Euna Raquel; SANTOS, Marcelo Pereira. Sociedade de risco,bioétca e principio da precaugdo, Ia: Revista Veredas do Direlto, Belo Horizonte, v. 12, a° 24, p. 125-145, jullde2. 2015. LOIS] evista de Direito Ambiental e Socioambientalismo| e-ISSN: 2525-9628] Brasfia | v. 2 | n.1 | p. 254275 | Jan/Jun. 2016, 261 wv Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: 3.1 ANALISE DO REGRAMENTO GERAL DA CONVENCAO DE MONTEGO BAY RELATIVO AO DIREITO DO MAR upos Como obrigacao geral aos Estados signatarios da Convencio, esta determina a protegiio e preservaciio do meio ambiente (act. 192); apresenta medidas visando @ prevengio, redugdo e controle da poluicao do meio marinho de modo que os Estados tenham que se esforgar para harmonizar suas politicas a esse respeito (art. 194, 1). ‘As medidas devem ainda reduzir o tanto quanto possivel, nos termos do art. 194, 1) emissao de substancias toxicas, prejudiciais ou nocivas, especialmente as nto degradaveis, provenientes de fontes terrestres, provenientes da atmosfera ou através dela, ou por alijamento: b) a poluicao proveniente de embarcacdes, em particular medidas para prevenir acidentes e enfientarsituagdes de emergéucia, garantir a seguranca das operacdes ‘no mar, prevenir descargas internacionais ou mio e regulamentar 0 projeto, construcao, equipamento, funcionamento e tripulacao das embareacdes: ©) a poluigdo proveniente de instalagdes e dispositivos utilizados na exploracdo ou aproveitamento dos recursos naturais do leito do mar e do seu subsolo, em particular medidas para prevenit acidentes e enfieutar situagdes de emergéncia, ‘garantir a seguranca das operacdes no mar ¢ egulamentar © projeto, construao, equipamento, funcionamento ¢ tripulagio de tas instalagdes ou dispositives; 4) @ poluicdo proveniente de outras instalacies e dispositives que funcionem no meio marino, em particular medidas para prevenir acidentes e enffentar situagdes de emergéneia, garantir a seguranga das operagdes no mar ¢ regulamentar © projeto, coustrucdo, equipamento, funcionamento 2 tripulacio de tais instalagdes ou dispositivos. Também constitui regramento geral o dever dos Estados em absterem-se de praticar qualquer ingeréncia injustificavel nas atividades procedidas por outros Estados no exercicio de direitos e no cumprimento de deveres nos moldes da Convencio quando da tomada de medidas de prevengdo, redugao ou controle da poluigaio do mar (art. 194.4). Ato continuo determina a Convengfo, que os Estados devem tomar medidas necessérias visando impedir, reduzir ou controlar a poluicao do meio marinho, e ainda ter o zelo de evitar a transferéncia a outros Estados direta ou indiretamente de danos ou riscos de uma zona para outra ou a evitar desenvolver determinada forma de poluigao a outra (art, 195). Referido diploma prevé a obrigatoriedade da notificagao de danos iminentes ou reais a demais Estados que possam a vir ser afetado por consequéncia da poluicao, assim como as organizagdes intemacionais respectivas (art. 198). A Convencao de Montego Bay ainda preceitua sobre planos emergenciais contra a poluicao, prevendo a cooperacao dos Estados no intuito de prevenir ou reduzir a0 minimo aos danos no meio marinho (art. 199). [SDI] Festa de Direito Ambiental e Socioambientalismo] e-SSN: 2525-9628] Brasilia | v.2 | n.4 | p.254-275 | Jan/lun. 2016. 262 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho Ainda ha a exigéncia de que os Estados mantenham sob vigilancia as consequéncias de quaisquer procedimentos por eles autorizadas ou a que se dediquem, objetivando determinar se tais atividades so passi 204), veis de poluir 0 ambiente maritimo (art Apresentadas estas premissas gerais de deveres dos Estados signatirios referentes A prevencto, redugdo ou controle da poluigao ao meio ambiente maritimo, ha ainda a estipulagdo de obrigagdes para que se evitem as seguintes formas possiveis de poluigaio do mar, seja de origem terrestre, poluiggo proveniente de atividades relativas aos fundos marinhos sob jurisdicao nacional, poluicao proveniente de procedimentos na Area realizadas por embarcagoes oua partir de instalagdes, estruturas e outros dispositivos que arvorem a sua bandeira ou estejam. registrados no seu territério, ou operem sob sua autoridade (art. 209), poluigo por alijamento, poluigao proveniente de embarcagdes e, por fim, poluigdo proveniente da atmosfera ou através dela’” Em sintese, a Convencio de Montego Bay (1982) apresenta preceitos dentre outros nao menos importantes relatives ao meio ambiente marinho no claro intuito de proteger, prevenir, reduzir ou controlar danos provocados por Estados por meio de suas soberanias, ou em Estados diversos, tentando de forma pacifica a interacto dos Estados em busca de uma protesao e preservagaio efetivas ao ambiente marinho. Y MATTOS, op. cit. p. 35: No tocante a adogio e execugto de leis nacionais e internacionais para prevenis, seduzir e controlar 2 polui¢ao 20 meio marinho, » Convencdo trata da poluigao de origem terrestre, da poluigz0 proveniente de atividades relativas aos fundos marinhos sob jurisdigao nacional, da poluigéo proveniente de atividades na area, da poluigdo por aljjamento, da poluicdo proveniente de embarcagdes e da poluigto decorrente dda atmosfera. LOIS] evista de Direito Ambiental e Socioambientalismo| e-ISSN: 2525-9628] Brasfa | v. 2 | n.1 | p.254 275 | Jan/Jun. 2016, 263 wv Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: 3.2 MANEIRAS DE POLUICAO DO MAR CO) MONTEGO BAY NSTANTES DA CONVED Conforme relatado, a Convengtio de Montego Bay aborda seis modalidades de polui¢go do ambiente marinho'* no decorrer dos artigos 207 a 212, quando disciplina sobre as normas intemacionais e legislagao nacional para prevenir, reduzir e controlar a poluigio do meio marinho. Incialmente, no artigo 207, tém-se os preceitos atinentes & poluigao de origem terrestre, lembrando-se que sempre referida Convencao atribui aos Estados o dever de determinada aco que, neste caso, constitui em adogao de leis e regulamentos que visem a prevengdo, redugdo ou controle da poluigo em ambiente marinho que advém de fontes terrestres, citando rios, estudrios, dutos e instalagées de descarga. Preceitua ainda a busca dos Estados pela harmonia da politica ao plano regional adequado. Possibilita aos Estados quando da criacao de suas politicas de prevengao, reducio ou controle da poluigo do meio marinho de origem terrestre buscar produzir normas de carder geral, levando em consideracao as caracteristicas inerentes a cada regio, devendo tais regramentos e normatizacfo serem reavaliados com determinada periodicidade. Comentando referido artigo, Martins’? enfatiza: As leis, regulamentos, medidas, egras e normas, bem como praticase procedimentos ever inclu cisposigdes destinadas a minimizar, tanto quanto possivel a emissio no meio marinho de substancias t6xicas, prejudiciais ou nocivas, especialmente as substancias nao degradaveis. % Decreto 1.30/95, op. cit: “poligao do melo marinho” significa a introdugao pelo homem, direta on indizetamente, de substincias ou de energia no meio marinho, incluindo os estuarios, sempre que a mesma provoque ou possa vir provocar efeitos nocivos, tais como danos aos recursos vives e a vida mariuha, riscos a satide do homem, entrave as atividades maritimas, incluindo a pesca ¢ as outras utilizagdes legitimas do mar, alteraczo da qualidade da 4gua do mar, no que se refere & sua utilizacio, e deterioracao dos locais de recreio.” * MARTINS... op. cit. p. 269. [@DIS] Festa de Direito Ambiental e Socioambientalismo] e-SSN: 2525-9628] Brasilia | v.2 | n.4 | p.254-275 | Jan/lun. 2016. 264 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho No artigo 208, a Convengao trata da poluicao proveniente de atividades relativas aos fundos marinhos sob jurisdigao nacional. Em meio a suas entrelinhas, também destaca a adogao de leis e regulamentos pelos Estados, contudo direcionado a prevenis, reduzir e controlar as poluicdes advindas de ilhas artificiais, instalacdes e estruturas que se encontrem sob sua alcada, adequando estes diplomas ao seu plano regional adequado. Aborda-se no art. 209 0 dever de os Estados estabelecerem regras, normas, priticas e procedimentos com recomendagao internacional, visando evitar a poluicao ao ambiente marinho em decorréncia de embareacdes, instalacées, estruturas, ou quaisquer outros meios que carreguem sua bandeira, que estejam registrados em seu territério ou estejam sob seu comando. ‘No artigo 210, tem-se a poluicdo por alijamento, estabelecendo os deveres do Estado em adotar medidas, regras, procedimentos, nommas, entre outros meios de evitar, reduzir ou controlar a poluicao por alijamento. A poluicio proveniente de embarcagtes é tratada no art. 211, tendo em vista a reducio de riscos de acidentes, frisando-se a compulséria notificagao de Estados Costeiros, diante da iminncia de acidentes que possam ocorrer no litoral ou de interesses conexos. Por iiltimo, a Conven¢ao de Montego Bay aponta a poluigao proveniente da atmosfera ou através dela (art. 212), determinando aos Estados a adogio de leis e regulamentos para prevenir, reduzir e controlar a poluigio do mar, resultado da atmosfera ou por meio dela, constantes dos espagos aéreos de sua soberania, ou embarcacdes que arvorem a sua bandeira e embarcagdes ou aeronaves que encontrem registradas no seu tervitorio, Observa-se que a referida Convengio estipulou que os Estados devem sempre adotar meios e medidas de evitar quaisquer tipos de poluigae no ambiente marinho, nao somente sobre sua soberania, mas evitar que atinjam a limites de demais Estados, Em uma breve sintese, Longo” contextualiza: A Convengo apresenta recomendagdes para que os organismos internacionais competentes estabelecam regras, padres, priticas procedimentos e que os Estados criem leis e regulamentos para prevenir, reduzir e controlar a contaminagio do meio :arinho proveniente de todas as fontes (terrestres, de atividades dos fundos marinhos, de lancamentos ou descargas, de navios e da atmosfera), bem como para ® LONGO, Airton Ronaldo. O debate em busea do consenso — as negociagdes para os termas finais da Convengio da Jamaica, Jn: BEIRAO, André Panno: PEREIRA, Celso Alves: BRASILIA, Antonio (orgs.) Reflexoes sobre a Convencao do Direito do Mar,.: Fonag, 2014, p. 109. Revista de Direito Ambiental eSocioambientalismo| e-SSN: 2525-9628] Brasfla | v.2 |n-4 |p. 254-275 | Jan/lun. 2016. Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: assegurar 0 cumprimento daqueles procedimentas. Recomenda a cooperagiio mundial e regional ea assisténcia teenica na materia, De tal forma, compete aos Estados agirem com zelo, objetivando a protecao do ambiente marinho, nao somente na extensio pertencente a sua soberania e jurisdi¢io, mas também os dos demais Estados em um verdadeiro sentimento de cooperacio mundial, evitando assim a degradagao de uma fonte relevante de recursos e riquezas. 4 INTROITO A RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL AMBIENTAL SOBRE DANOS AO MAR Dentro do contexto da responsabilidade internacional dos Estados, de maneira classica e genérica, refere-se A possibilidade de responsabilizar determinado Estado em virtude da queixa de ontros Estados, seja acionando os Tribunais Intemacionais de Justiga ou Axbitral, ou promovendo um acordo como forma de diplomacia. A responsabilidade estatal constitui um principio basilar pertinente ao direito internacional, desenvolvido diante da natureza da sistemética juridica internacional e das doutrinas referentes 4 soberania e igualdade dos Estados, Corroborando com 0 exposto, por este principio, um Estado comete ato ilicito contra outro Estado, deve ser responsabilizado, ou seja, “a violacio de uma obrigaco intemacional da origem a uma exigéncia de reparagao.” 7" Assim, como a responsabilidade Intemacional dentro do contexto apresentado passa a ocupar um segundo plano, Sampaio” explica que “a responsabilidade dos Estados tormou- se menos itil para lidar com problemas de cumprimento na area ambiental”, reforgando ainda que esta continua a ter um papel importante na sistematica juridica internacional, porém que a sangdo estatal ato subsididrio. >! SHAW. Malcom N. Direito Internacional. Trad. Marcelo Brando Cipolla, Lenita Ananias do Nascimento, Antonio de Oliveira Sette ~ Camara. Sto Paulo: Martins Martins Fonte, 2010, p. $72 SAMPAIO, op. cit. p.07. © Revista de Direito Ambiental eSocioambientalismo| e1SSN: 2525-9628] Braslia | v.2 | n.1 |p. 254-275 | Jan/lun, 2016. 266 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho Somente para fins elucidativos, a responsabilidade internacional ambiental em geral comegot a ser suscitada com 0 caso de Sinelter Trail, na qual Estados Unidos e Canada estavam em oposicdo em virtude da poluigao advinda do Estado Canadense de diéxido de enxofte, trazendo prejuizo ao Estado Americano. Neste impasse ambiental, 0 Tribunal Arbitral, em 1941, concluiu pela obrigacdo estatal de tutelar outros Estados, reconhecendo, neste caso especifico, a responsabilizacao estatal por atos cometidos por sujeitos nto estatais, do préprio Estado ou de seus érgios.”* Importante referendar que, somente apés a Convengdo de Montego Bay, com a corporificagao de Convendes anteriores ¢ a delimitagao cristalina da ordem conceitual de Zona Econémica Exclusiva™, quando o Estado ribeirinho exerce sua soberania e jurisdiggo nos termos preceituados no instrumento sobre recursos naturais vivos ou nao é que foram detectados progressos na questo inerente & responsabilidade dos Estados em prol da protecao do mar. Nesta linha preventiva, a Declaragao do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, referendou a Declaragao de Estolcomo e nao aviventou como ponto primordial a sanc2o, almejando a criaco de procedimentos de controle efetivo, de brusca reacdo e informagdes céleres no caso de poluigao, buscando, sobretudo, evitar a proliferacao de agentes agressores no ambiente marinho. Segundo Longo”, No que diz respeito 4 preservago do meio marinho, incluida a defesa contra a polieao, procurou-se evitar que os mares e oceanos se transformassem em. fontes de preocupacto para a inumanidade. Assim, todas os Estados tém obrigagio de protegé-los e preservé-los e devem tomar medidas adequadas nesse sentido. De fato, é de enorme valia, conquanto primordial, privar pela prevengio do meio ambiente marinho, mas sem que haja um enfiaquecimento das medidas sancionadoras decorrentes da responsabilidade dos Estados, que deve de alguma forma ser penalizado ou punido quando responsavel pela poluigao do mar, qualquer que seja sua forma. 2 SAMPAIO, op cit p08 u MAZZUOLI, op. ct P_ S64: 7A chamada zons ccondenca exclusiva — que consti uma das prncipatsnovastes da Convengto de Montero Bay, gue cide do sorunto non srs $5 septintes ~¢a Sr mavitina tude para lem do mar entra adjacent a ete. que tra Injen a parr limite exterior deste timo ¢ v3 ate 9 inate mizuno de T8® malts martiras (Sescontando-e aes ae 12 mba do mar Tonite) pefazndo uma exensao nina de 200 mthascoaadas s pati da zha de base normal ou seta, iso € pats da costa. Nessa {axa pode o Estado ribeiino exerenr diets de soberanin sobre os tecusoenafrae vivoe «nfo vivos, bem comme jredigio, de acrd com ‘o quedspee aCoavencao de Montez Bay 25 LONGO. op cit p. 108-108. Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: upos 4.1 DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO POR DANOS AO MEIO AMBIENTE MARINHO Analisando-se a Segio 9, artigo 235, da Convengdo de Montego Bay, verificam-se regras pertinentes a responsabilidade Internacional dos Estados, preceituando que “os Estados devem zelar pelo cumprimento das suas ob ges internacionais relativas & protecdo e preservagio do meio marinho.” Martins”> completa: Ademais, os Estados devem assegurar através do seu direito interno, meios de recurso que permitam obter uma indenizagdo pronta e adequada ou outra reparacio pelos danos resultantes da poluigao do meio marinho por pessoas juridicas, singulares ou coletivas, sob sua jurisdigao. A fim de assegurar indenizacdo pronta adequada por todos os danos resultantes da poluicio do meio marinho, os Estados devem cooperar na aplicago do Direito intemacional vigente e no ulterior desenvolvimento do Direito internacional relative as responsabilidades quanto a avaliagdo dos danos e & sua indenizagio ¢ a solugdo das controvérsias conexas, bem como, se for 0 caso, na elaboragao de critérios e procedimentos para o pagamento de indenizacao adequada, tais como o seguro obrigatorio ou fundos de indenizacdo (att. 235,2e 3). O mecanismo ora definido logicamente € valido somente aos Estados signatarios da Convengao, no podendo compelir aqueles que no a aderiram, sob pena de violar o pact sunt servanda.” ilveira e Costa’ asseveram: Logo, Santos, Por mis que exista uma disposi¢ao normativa internacional sobre o nao cumprimento de suas obrigacdes por um Estado Parte ou wma organizacde internacional, com & subsequente implicagio de responsabilidade aos mesinos, a sua aplicagdo efetiva depende imensamente da adesto e do grau de adesao que o Estado demonstra 20 ‘ratado internacional. Trata-se de uma questio de colaboragao efetiva internacional para evitar desvios praticados por oportunistas que agem no intuito de levar a efeito uum céleve, mas bastante inseguro, transporte comercial dessas substancias, Consequentemente, a ordem de cooperacao dos Estados deve estar em harmonia e consonincia com a efetivagio do direito {temmacional em vigor, bem como no subsequente desenvolvimento do ramo intemacional pertinentes 4s responsabilidades no que condiz na averiguacao dos danos e da correspondente indenizagao. No teor ideario da Convengao, direcionam-se “as atividades de investigagio, responsabilizacio e punico dos agentes poluidores, normalmente aos Estados os quais esto 8 normativamente subordinados 28 seanTDss op cit.» 253284 SOUSA, Aranda Bate; SILVEIRA, Marana: COSTA, Tha Mee a. A repoesbitie ox Exaos ao gue conse & plug mana ect acentaca de cease Se ukcurbeasoe, Diet Energia Aco $07 att 2008 9.80208 2 sousa, som p 10, % SOUSA op. p10. Revista de Pesquisa e Educaedo Juridica | eISSN: 000000 | Minas Gerais | v.1 | n.2 | p.1-19 | Jul/Dez. 2015. 268 © Direito do Mar sua Efetivao no AmbitoTnernacional: Uma Anilise Sobre a Respomsabiidade por Se Danos Causados no Ambiente Marinho Contudo, em uma anélise pormenor, consoante o artigo 232 do instrumento analisado, percebe-se a adocio do critério da responsabilidade civil subjetiva, baseado na ideia de culpa®’, quando afirma que os Estados serdo responsaveis por perdas ou danos que lhes sejam imputaveis, quando decorrer de medidas ilegais. Martins” afirma que “tal normativa é de ordem interna: os Estados devem estabelecer meios para recorrer aos seus tribunais através de acdes relativas a tais perdas € danos”. © tema pertinente & responsabilidade na Convengto de Montego Bay nto se esgota na responsabilidade civil, admitindo ainda a responsabilizagao penal quando prevé a possibilidade da aplicagao de penas pecunidtias a infiagdes as leis e regulamentos nacionais ou mesmo a regras e normas intemacionais destinadas a prevenir, reduzir ou controlar a poluigao do ambiente marinho ocasionadas por embarcagdes estrangeiras que se encontrem além do mar territorial”, com excego de ato intemacional e grave de poluigao. Uma vez instaurados procedimentos visando a repressio de infragdes cometidas por embarcacdes estrangeiras, prevé a Convenso que, no decurso destas, caso vislumbre a possibilidade de ceder 4 imposigdes de sangdes, devem ser resguardados os direitos dos acusados. Interessante referendar que no artigo 231 do instrumento, prevé o dever dos Estados em proceder com a notificagao célere do Estado de Bandeira, ou outro Estado que tenha interesse das medidas tomadas relativas as embarcacdes estrangeiras. De tal modo, imperioso averiguar quais seriam as formas de reparar os danos causados ao meio ambiente marinho, pois se trata de assunto conexo a responsabilidade intemacional. Inicialmente, tem-se o dever de cumprir com a obrigagao internacional, ou seja, uma vez que violou uma obrigagao intemacional causando danos, no se exime da responsabilidade de continuar a cumprir com a obrigagdo ora assumida, uma vez possibilitando o contratio, “era quase como se permtisse aos Estados comprar a possibilidade 2° RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Responssbildade Civil Sto Paso: Saraiva, 2006, p. 11+ “se dir ser subjetiv responsabiide quando se inspira na ieia de clpa, [.] de modo que a prova da culpa do agente causador do dano é indispensive para que sua dever de ‘edeniaa” 31 arrins, opt. p.282. Decreto 153095, op. cit: “A soberanin do Estado costo cstende-se alt do su trmtéio © das suas Gguas nterioes ¢, ao emo de Endo aguipalag, das suas aguas aquipligicas, a ua zona de mat adjacentsdesigada pelo nome de mar etal LOIS] Revista de Pesquisa e Educagdo Juridica | e1S5N: 000900 | Minas Gerats | v.1 | n.2 | p. 1-19 | Jul/Dez. 2015. 269 w © Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: de violar Direito Internacional”.*’ Logicamente que o Estado que comete ato ilicito causando prejuizos ao ambiente marinho, tem a obrigacao de cessar este fato, adotando de imediato, medidas com intuito de evitar a reincidéncia. Um dos meios de reparagdo que carrega consigo é o dever de reparar © dano, pois, de sua responsabilidade, incumbe ao Estado causador do prejuizo a obrigacio de reparacdo integral do ilicito internacional. Logo, Em suma, de um prisma ambiental, para além da obrigagdo que recai sobre o poluidor para que este tome medidas preventivas, para que cesse as descargas (caso estas subsistam) da material poluente ou substancia pevigosa, requer-se ainda, 20 Iesmo, que restanre a situagao que existia atravee da remocao dos elementos poluidores do meio ambiente: que pagne a uma entidade privada para que proceda 2 essa remogao: ou ainda que compense uma entidade publica para que esta o faca.** Conforme se extrai, 0 dever preventivo é inerente & busca pela protecao internacional do meio ambiente, ficando o Estado compelido a reparar os danos causados nao somente no seu territério e jurisdigao, como também os danos causados aos demais Estados, buscando restaurar 0 status ante quo. Outra fonte de medida reparadora & a restituigio em espécie, consistente em restituir ao Estado acometido pelo dano causado por Estado diverso, eliminado todo e qualquer efeito gerado pelo ato ilicito, exceto quando a restituicao configure medida impossivel ou torne-se por demais desproporcional frente a serventia conseguinte do recurso & restituigdo em vez da compensacio.*> A indenizacao é cabivel quando impossivel a restitutio in integrum, assim cabivel a indenizagao em prestaglo pecuniéria proporcional ao dano, on seja, nem inferior, nem exorbitante, também conhecida como reparacio por equivaléncia, e amplamente utilizada quando do acometimento de danos internacionais ambientais. A compensagao financeira deve abranger o dano que se pode mensurar e incluir os lncros cessantes. ‘Ha de se falar também da medida reparadora satisfacao, possuindo um contetido moral, buscando por meio desta a restauracdo da dignidade soberana do Estado afetado ¢ ainda a reestruturacao do sentimento de respeito proprio do Estado, cabivel quando nao ha como reparar os danos por meio de compensacao ou restituigao. © SAMPAIO. op cit, p30 * SAMPAIO, op. cit., p. 33. ® SAMPAIO, opcit. p. 34 Revista de Pesquisa e Educaeéo Juridica | eISSN: 000000 | Minas Gerais | v.1 | n.2 | p.1-19 | Jul/Dez. 2015. 270 AY min sister nts enn tt es egensetep Se Danos Causados no Ambiente Marinho 42 FORMAS DE EFETIVACAO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL INTERNACIONAL A LUZ DA CONVENCAO DE MONTEGO BAY Buscando efetivar a responsabilidade ambiental internacional, & guisa da Convengao de Montego Bay, foi conferida a um Tribunal a competéncia de dirimir controvérsias quando estas nfo sfo resolvidas extrajudicialmente por negociagao*, bons oficios’’, mediagao*, inquérito®® e conciliagao”” como regras existentes no Direito Internacional como um todo. © Tribunal possui jurisdigao intemacional, conferida pelos Estados signatérios da Convensae de Montego Bay, denominado Tribunal Intemacional do Direito do Mar, salientando-se que © acesso a esta instincia se estende aos Estados nao signatérios da Convensio, diferenciado dos demais Tribunais Internacionais existentes’ Compete a este Tribunal, estabelecido em Hamburgo, julgar os conflitos atinentes ao Direito do Mar, bem como a aplicacio e interpretagio da Convengio de Montego Bay além de possuir competéncia consultiva emitindo pareceres sobre acordos realizados. Composto por 21 membros independentes, eleitos, com notivel conhecimento de direito do mar, imparciais e integros, o Tribunal possui também a competéucia para constituir 36 SAMPAIO, op Cit, p. 42°°A negociasio é ténica mais antiga ¢ habia de resolver as comovéssiasitemacionaisD19,¢ & sito sponas imporarte no debit da tesolusso de sion, como ainda a0 evel da cooperato tmanional eda cuagae de Dito feracions ‘os mais arados sectors, possuindo uma sauezacostomelra 37 SAMPAIO, op. cit, p44. “Testes no sconstitem exactamente um meio directo de resolu pasifice, ms um meio de conseauir (que as partes receram 20 merit, a nezociee. Este meio envolve a paricipagao de una entdade cera — apesr de ands no se poder falar de mediagio que procuraaproniuar ts pares, couvenceado-as a negocir dctamete (ec) de modo a revlver a sua coutoveri, ‘Todavin,weste terceso aso chega depois + patipar fas nepociagSes. vino » sta acy80 (sic) 0 isi ou © rertabelncimento de am procedimento de nezeeasoes * SaMPAIO, op cit, p44: 7A madiaco conte num método de reclugto pasfica de dispuias ntrmacionsis am que um treuo — per ‘xemplo, um Estado, uma organizasSo internacional ou wm inividvo —ntervem para prociar reconcile as pares em contend © avan;ar ‘2 suas prepa propose, como objet(eic) Je elcanpar uma slugho acevel de comspromseo mate 3? SAMPAIO, op. cit p46: “Este meio reliza-e através do recurso a uma ou mis entidades erin (qu, neste segundo ato, format ‘inn comissie de inquéra), com o objective (sc) de apieardetrminados facts (ac) cha ocorenia, cartterisios oy responsabsiande {inde as partes mama contre 4 SAMPAIO, op. eit. p. 47: “método par a resolugio de caput intemacionais de qualquer narrezn, de acordo com a quel uma comssso csabelecda plas partes (.) procede & cxamuaasdo smparcal da disptae procura defar os termes de um acordosusceptivel de Ser aceite ou propercionado elas pats, deforma a resolver referida disput, conrbunde com toda a ajuda que poss er si requent 4 Tena Internacional del Derecho del Mor. Hamburgo: Oficina de Prensa 2011, p. Of. “También tienen acceso al Tribunal las candades Aistnas de los Esta Paes, soe, los tas uorganizacionesintergubemamentaes que no sean partes en Ia Convencion las empresas fututles y dades petvadad™Desponel em. “hp atl on Sleadman los documents ochuve TTLOS, Brochure spanish p> ‘Acenso em 1 st 2015, LOIS] Revista de Pesquisa e Educagdo Juridica | e1S5N: 000900 | Minas Gerais | v.1 | n.2 | p. 1-19 | Jul/Dez. 2015. a wv Sebastien Kiwonghi Bizawu & Denise Sou: Cémaras, nos termos constantes de seu Estatuto quando entender necessirio que conheceram de certas categorias de controvérsias. De tal modo, convém especificar que a sentenga exarada pelo Tribunal tem cariter definitivo, devendo ser acatada na integra pelas partes presentes na controvérsia, Dessa forma, @ jurisprudéncia sedimentada contzibui para o desenvolvimento de um entendimento normative que serve de direcionamento para as demais decisbes a serem exaradas em Ambito do direito internacional. Logo, Menezes™: A lies foram protagonizadas entre Estados de diferentes continentes, deuotando 0 Direito do Mar como um diteito da humanidade, de cariter universal e transnacional e tema recorrente na contemporaneidade, em que os espacos transnacionais sto regidos por uma jurisdigio cormum. E de se destacar a diversidade de mecanismos acionados pelos Estados em litigio, desde opinides consultivas, passando por contraditério envolvendo liberagio de embarcacdes, caugao, pavilhao e nacionalidade de navio, delimitagéo territorial, controle de pesca, praticas ilegais, imunidade de jurisdigio, extensio de responsabilidades e, em alguns momentos, dispositivas normativas adatados pela propria legislagao dos Estados. Ressalta-se assim a consolidagio das juisprudéncias em ambito intemacional, relativos ao Direito do Mar e a importancia da atuagio do Tribunal do Direito do Mar para dar efetividade na busca da prevengdo de danos ao ambiente marinho com a coreta aplicagio e interpretagio das normas intemacionais, assim como meio de efetivar as responsabilidades caso io consiga dirimir as lides por meios extrajudiciais. ‘MENEZES, Wagner. Tribunal Internacional Do Direito Do Mar E Sua Contribuigdo Turisprudencial Jn BETRAO, André Panno: PEREIRA, AniOnio Celso Alves (orgs). Reflexoes sobre a Convencao do Direito do Mar. Brasilia: Funag, 2014. p. 513. (I i Pein Een rien |e 1SN- ODDO | Mis Gera v1 [m2] 4-19 Dales. 2085 QD in sstesninas nr nena uit tee Repti SE Danos Causados no Ambiente Marinho 5 CONCLUSAO Nao hi como imaginar uma convivéncia e uso pacifico de um complexo geografico tinico, composto pelos mares e oceanos, sem que haja uma parcimédnia, harmonia e cooperagao dos Estados com suas soberanias e jurisdigdes individuais. De fato, a cria¢do de um direito internacional objetivando proteger 0 ambiente marinho & uma necessidade emergente, resultante desta consciéncia da importéncia vital para sobrevivéncia humana, economia global, transporte, entre outros meios de utilidade deste todo geogrifico. Trata-se de desejo de tutelar o meio ambiente marinho, trazendo como preocupagdo primordial as agdes de cariter preventivo, almejando eliminar danos, ficando em segundo plano as responsabilizacdes estatais por fatos ilicitos que provoquem danos ao mar. Um marco primordial de desenvolvimento da legislacio internacional do direito do Mar é a Convengio de Montego Bay, que cria mecanismos em prol da prevengao, controle ¢ reparacio de danos causados ao ambiente marinho pelos Estados, ensejando o retorno do ambiente a seu status quo, a indenizagao do Estado prejudicado entre outras obrigagdes decorrentes do fato ilicito. De tal modo, hi meios de efetivar a responsabilizagdio do Estado por danos provocados ao mar, podendo ser de maneira diplomatica por conciliagao, negociagao, bons oficios, mediagio, extrajudicial como o inquérito, ou judicialmente utilizando-se do Tribunal Internacional do Direito do Mar, que profere sua deciséio, compelindo as partes a acatar na integra o que foi decidido, Ainda bem distante da completude, pois nem todos os Estados sio signatarios da Convengio de Montego Bay, a legislagio intemacional do mar & um enorme avanco em prol da tutela universal do ambiente marinho e meio necessério para um ambiente sustentivel que deve ser preservado e protegido diante de sua infinita importancia para a vida terrestre em todos seus aspectos, REFERENCIAS BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradugao: Carlos Nelson Coutinho. Apresentagao: Celso Lafer. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. BRASIL. 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