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Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2021

Estimados Presidentes de Federação,

Antes de mais nada, tomo a liberdade de escrever essa longa missiva, rogando
sua atenta leitura, em razão de não ter obtido a oportunidade de fazer respeitar meus
direitos. Além disso, quero falar diretamente com os verdadeiros detentores do direito
de decidir, vocês, Presidentes.

No último dia 21.9.21, foi publicado edital de convocação da Assembleia Geral


Extraordinária da CBF, a ser realizada no próximo dia 29, para o fim de V.Sas.
deliberarem sobre a confirmação ou não da sanção que me foi sugerida pela Comissão
de Ética no PCEFB nº 0501/2021.

Conforme determina o art. 22 do Código de Ética, “a aplicação de sanções aos


dirigentes eleitos ficará sujeita à confirmação das Assembleias Gerais Administrativas
das respectivas entidades, exigindo-se aprovação de 3/4 (três quartos) da totalidade de
seus membros.” Ou seja, são necessários 21 votos para aprovar meu eventual e absurdo
afastamento. Portanto, apenas a assembleia tem poderes para determinar a suspensão
ou afastamento de um Presidente eleito, como, inclusive, estabelece o art. 59, I, do
Código Civil.

Como denunciei publicamente, o processo da Comissão de Ética, por motivações


políticas ilegítimas, foi eivado de ilegalidades e a sua decisão não se sustenta – mais
ainda, ela encerra uma enorme injustiça.

Desde o início do meu mandato, implementei medidas que revolucionaram a


gestão da entidade, como o novo portal de governança, anunciado quando da minha
posse, que conferiu transparência à entidade, seguindo práticas das empresas de
melhor gestão do mercado. Já em 2019, com o programa de Governança, Riscos e
Conformidade implantado, as certificações ISO 9001, a contratação de duas auditorias
de renome internacional e receitas crescentes, CBF passou a faturar anualmente quase
R$ 1 bilhão, aumentando consideravelmente a média de R$ 600 milhões, estabelecida
nos cinco anos anteriores, aumento de 60%. Hoje, a entidade tem em caixa
aproximadamente R$ 1,1 bilhão. O patrimônio da entidade por sua vez, aumentou a
partir de 2010 de R$ 229 milhões para R$ 1.560 bilhão em 2020, quase 600% maior.
Outra comparação interessante é a proximidade do faturamento bruto de 2010, de R$
263 milhões com o lucro obtido em 2019 de R$ 190 milhões, apenas 28% menor.

Nunca investimos tanto no futebol, atingindo R$ 550 milhões de forma direta ou


indireta por ano. No ano passado foram quase R$ 300 milhões a mais em razão do

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combate à COVID. Foram desde antecipações e doações a federações, clubes masculinos
e femininos, árbitros até a testagem em massa e entrega de ambulâncias para hospitais
dos 27 estados do país. Batemos todos os recordes da CBF desde 2019: de receita bruta,
número de patrocinadores de seleções e competições, de fontes de receitas, de número
de competições, jogos, transferência de atletas, árbitros com escudo FIFA e fizemos a
maior e melhor central de VAR do mundo. Igualamos de forma inédita os valores
destinados a jogadoras da seleção feminina com os valores destinados ao masculino.
Para o futuro vamos promover a mesma equivalência em relação às competições
femininas com as masculinas. Subimos vários degraus no futebol feminino, fazendo
aplicações nunca feitas antes e entregando a gestão da modalidade totalmente a elas,
o que demonstra nosso enorme apreço e respeito pelas mulheres.

As novas e moralizadoras medidas, inclusive a gestão profissional e


independente, trouxeram, infelizmente, desgastes com aqueles que pretendiam seguir
adotando práticas suspeitas. Passei a sofrer ataques e retaliações. Pouco antes da
apresentação da denúncia de assédio assacada contra mim, perante a Comissão de Ética
da CBF, Marco Polo me procurou para oferecer um acordo em nome da pretensa vítima.
O laudo grafotécnico produzido pelo perito Mauro Ricart Ramos, um dos maiores
especialistas do Brasil na matéria, reconheceu que é de Del Nero a grafia em papel com
a proposta.

O documento sugeria um pagamento de R$ 12,409 milhões durante 20 anos de


salário, o que equivaleria 1.128 vezes de sua remuneração líquido à época para que ela
não apresentasse a acusação. Era, como chamava, a sua “aposentadoria” antecipada.
Neguei-me a participar da armação.
Coincidentemente, recusei definitivamente qualquer negociação às 11:28 horas
do dia 04.06.21. No mesmo dia, às 13:55, a acusação foi protocolada na comissão de
ética em ação aparentemente concatenada. Lembrem-se que era dia de jogo da seleção,
o que deu notoriedade ao caso. É o tipo de situação em que se você cede e dá o dinheiro
da entidade, comete ato de improbidade; se recusa, paga com a reputação, como tem
sido no meu caso. Ao mesmo tempo, tinha a convicção, que mantenho até hoje, de que
não cometi nenhum assédio e a chantagem era escusa por si, e por ser carecedora de
justificativa plausível. Não sou passível desse tipo de barganha baixa. Miraram a cadeira,
mas erraram o alvo. Fico curioso em saber quem seria o mecenas que paga alguns dos
mais caros escritórios do Rio para funcionar em nome da funcionária.

Mas creio que o motivo da tentativa de golpe de Del Nero resida mais nos
contratos que vem pela frente e cuja renovação se aproxima. São contratos de direitos
de transmissão, placas de publicidade, title sponsor e todos os direitos comerciais, sem
falar dos patrocínios da seleção.

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Não é segredo para ninguém o meu projeto de fazer uma negociação conjunta
não só dos clubes, mas de todas as competições promovidas pela CBF ou que participem
as seleções brasileiras. Isso implica dizer que de uma única vez, em concorrência pública,
aberta e auditada, pretendo fazer a maior venda de direitos da história do futebol no
Brasil. Certamente, uma das maiores do mundo. São 21 competições nacionais
promovidas pela entidade, além dos jogos das eliminatórias e amistosos das seleções
masculinas e femininas e também do futsal e beach soccer, que acabei de retomar. É
um total de mais de 27 produtos e que podem representar mais de R$ 16 bilhões num
período de 4 anos, com a antecipação e a negociação coletiva dos direitos da Série A do
Campeonato Brasileiro. Alguns desses contratos mexem profundamente com os
interesses dos antigos gestores da entidade, que agem com truculência para poder
mantê-los ativos. Entre os mais de 25 contratos estão os nebulosos contratos relativos
aos amistosos da seleção brasileira e a cessão dos direitos da Copa do Brasil. É muito
dinheiro e são muitos interesses aí envolvidos. Meu sonho é ter futebol na TV de
segunda a domingo, de manhã até à noite, com competições que vão desde o sub-15
feminino até o futebol de másters.

A partir de então, Marco Polo, banido quase definitivamente do futebol pela


FIFA, em razão de práticas de suborno e corrupção, passou a dar sucessivas mostras do
poder e controle que exerce sobre a Comissão de Ética, órgão constituído por ele próprio
e composto exclusivamente por pessoas a ele relacionadas. Como é notório, importante
lembrar que os membros da comissão são indicados pelo presidente da CBF, demissíveis
pela diretoria e tem altas remunerações.

O presidente da comissão é o desembargador aposentado Carlos Renato de


Azevedo Ferreira, amigo íntimo de Del Nero, com quem mantém amizade de décadas.
O presidente sustentou oralmente em seu primeiro voto que não poderia ir a jogos ou
viajar com vocês presidentes para não ficar “contaminado” pela convivência num caso
em que tenha que julgá-los, sinal que pretende fazê-lo e é incapaz de dividir uma coisa
com outra. Disse que não aceita benefícios. Porém, na prática é tudo diferente. Pede
ingressos para jogos, recebe mala de materiais esportivos e presenteia a filha e o chefe
dela com camisas personalizadas em visita à CBF.

Mas, provavelmente o grande “mal” que fiz a ele foi recusar uma proposta
profissional datada de 05.02.21, para criar a Faculdade do Futebol da CBF. Solicitei que
ele falasse diretamente com o ex-diretor de RH e da CBF Academy. Carlos Renato
concordou, mas as coisas não caminharam para uma contratação dos serviços de
assessoria. Adivinhem quem me trouxe a proposta recebida em seguida por WhatsApp
de Carlos Renato pela primeira vez? Sim, ele, Marco Polo Del Nero outra vez. Seria esta
a razão de tantas e tamanhas ilegalidades e arbitrariedades contra mim? Não posso

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afirmar. Mas posso dizer que os assuntos não se confundem e sua atitude nos processos
é inaceitável.

Simplesmente entendo que não existe a necessidade da contratação de


consultoria por elevada monta para o exercício de atividades meramente burocráticas
perante entes públicos como MEC, INEP e CNE. A questão é mais do que conceitual,
envolve a violação estatutária e de ética a eventual contratação do presidente da
comissão de ética para este mister. Certamente ele, bem ele, não levou isso em
consideração.

Um funcionário da CBF que eu demiti no passado, Amilar Fernandes Alves, foi


readmitido e colocado como relator da câmara decisória, responsável pelo voto final da
condenação a mim atribuída.

O conselheiro Marco Aurélio Klein, revisor do processo, também é amigo do Del


Nero há décadas, foi dirigente da Federação Paulista de Futebol e secretário Nacional
da Autoridade Brasileira do Controle de Dopagem durante a gestão de Del Nero à frente
da CBF. Sua filha faz campanha contra mim em artigos e na TV do maior portal do país,
o UOL, tratando todos os fatos sigilosos da comissão de ética como se verdadeiros
fossem.

A relatora na câmara de investigação do caso foi Gladys Regina Vieira, delegada


federal aposentada, casada com Aloísio Oliveira Rocha, funcionário chefe da segurança
da seleção brasileira da CBF e homem de confiança de Del Nero, o que deveria torná-la
impedida, assim como os outros mencionados. A renda familiar, pode-se presumir,
depende em boa parte de suas atribuições na CBF.

Os demais integrantes da câmara investigatória são delegados da polícia de São


Paulo, o conselheiro Júlio Guebert é diretor-geral da Academia de Polícia Civil
(Acadepol), em São Paulo, cuja diretora técnica é a filha do Marco Polo, a Sra. Carla
Priscila. O conselheiro Antonio Carlos de Aguiar Desgualdo também é delegado da
polícia civil e ex-integrante da Acadepol. Ambos são ou foram chefes da filha de Del
Nero.

Tamanha arbitrariedade só se explicaria pela estreita ligação entre os membros


da comissão e Del Nero e em interesses pessoais desacolhidos. Esse enclave de profunda
influência do Sr. Marco Polo Del Nero no interior da CBF foi noticiado pela Folha de São
Paulo em 25.6.211. Àquela altura, a reportagem já advertia que essa circunstância “deve
dificultar qualquer chance de defesa para se manter no cargo."

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https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/06/responsaveis-pelo-caso-caboclo-foram-
indicadosou-tem-ligacao-com-del-nero.shtml?origin=folha

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Como era de se esperar, diante desse quadro, o processo da Comissão de Ética
foi completamente viciado, em flagrante violação às normas estatutárias e legais. Fora
isso, fui afastado sem poder me defender, sem ter acesso às acusações.

Em 06.06.21, domingo, fui surpreendido com a decisão que, sem me ouvir —


tolhendo o constitucional direito de defesa —, determinou meu imediato afastamento
do cargo de Presidente da CBF por 30 dias. A Comissão de Ética não possui prerrogativa
– legal ou estatutária – para determinar o afastamento do Presidente da CBF e a
acusação que motivou o ato da Comissão foi feita sem qualquer tipo de comprovação.
Antes mesmo de se encerrar o prazo de 30 dias, em 03.07.21 a Comissão de Ética voltou
a determinar meu afastamento do cargo por mais 60 dias a partir desta data.

Finalmente, em 31.08.21, às vésperas do meu retorno à Presidência da CBF, a


Comissão de Ética deferiu novo afastamento cautelar pelo prazo de 60 (sessenta) dias,
nos autos de outro procedimento, iniciado já há dois meses e meio, e que tratava da
denúncia de pressão supostamente exercida sobre outro funcionário da entidade. O
fundamento utilizado era impedir a obstrução das apurações, embora as fases
instrutória e investigatória já tivessem chegado ao fim.

Em paralelo, a Comissão de Ética afastou as denúncias de assédio feitas contra


mim no primeiro requerimento, afirmando, em sessão gravada, ser “impossível”
constatar a sua existência.

Como já fiz, inclusive publicamente, enderecei o meu pedido de desculpas à


denunciante pelas palavras infelizes e grosseiras que lhe dirigi, mas reitero que jamais a
assediei. Excedi-me em alguns momentos, reconheço, mas nunca busquei qualquer
vantagem ou favorecimento, nunca a toquei ou a convidei para sair ou insinuei algo
nesse sentido. Tampouco infligi qualquer ofensa a funcionários da CBF. A denunciante,
no caso, sempre desfrutou da amizade minha e da minha mulher e família, o que fica
claro pela escuta da íntegra da conversa gravada, mas que apenas vem sendo
reproduzida na mídia de forma editada e fora de contexto.

Apesar de a Comissão não ter reconhecido, inicialmente, a existência de assédio,


foi aplicada a mim penalidade congruente àquela prevista no Código Penal para o crime
de assédio. Uma gritante ilegalidade.

Para surpresa, a denunciante impugnou a decisão utilizando recurso não previsto


em qualquer regimento da CBF, os embargos de declaração. Os embargos de declaração,
no direito geral, não se destinam a alcançar efeito modificativo essencial de uma
decisão, muito menos de aumento de pena. Serve apenas para esclarecer ou dirimir

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omissões ou contradições das decisões. O absurdo chega ao ponto de o relator do caso,
negar a existência da omissão apontada pela defesa da funcionária, mas admitir, sem
ter sido pedido, uma contradição, para justificar a revisão da decisão em que ele próprio
afastou o assédio. Com isso, simplesmente, “advogou” pela acusadora ao invés de
limitar-se a julgar. Chegou ao cúmulo de dizer que o assédio avaliado na Ética é diferente
do instituto do assédio criminal, contestando cinco pareceres de renomados juristas
criminais e duas perícias técnicas que refutam frontalmente a prática imputada a mim.

A Comissão, em julgamento secreto, do qual as partes e seus advogados não


foram intimados, admitiu o recurso e, em inexplicável guinada, modificou a sua decisão,
atribuindo a mim a prática de assédios sexual e moral, sem qualquer fato ou prova nova
que justificasse, e majorando a minha suspensão para 21 (vinte e um) meses.
Coincidentemente, ou até casuisticamente, a penalidade se estende a até um mês antes
do fim do meu mandato, o que exime os dirigentes que tomaram o controle da CBF de
observarem, na assembleia que analisará a sanção cominada pela comissão, as regras
aplicáveis à destituição, com a garantia ao exercício à ampla defesa e contraditório
específicos no âmbito da assembleia.

A situação é ainda mais insólita porque a reversão do quadro ocorreu a partir da


criação, pela Comissão de Ética, de um conceito de assédio em sentido mais amplo, e
não jurídico. Nesse particular, a Comissão julgou o caso em manifesta violação às
normas de direito positivo vigentes no direito brasileiro, extrapolou novamente a sua
competência, arvorando-se em legisladora no âmbito ético da CBF (o que, como se sabe,
é competência exclusiva da Assembleia Geral), e terminou por julgar o caso por
equidade, o que é vedado pelo ordenamento jurídico.

Já recorri de algumas e recorrerei de todas. As decisões da comissão de ética do


futebol contra mim são todas ilegais ou nulas. São nulas aquelas tomadas em caráter
preventivo, temporário e sem que eu pudesse ser ouvido. Não existe previsão no
estatuto e regulamentos da entidade para a aplicação de punições preventivas por este
órgão, sem falar na inobservância dos princípios constitucionais do contraditório e da
ampla defesa. Assim aconteceu em dois casos até aqui. Por outro lado, é absolutamente
ilegal e desproporcional a decisão que sugeriu minha punição em quinze meses, mesmo
desconsiderando a existência de assédio. Mais grave ainda, a decisão que aumentou a
punição para vinte e um meses.

Um dos mais notáveis juristas brasileiros, Lenio Streck chegou a dizer: “quando
vejo decisões desse tipo fico pensando que a da Comissão de Ética da CBF é uma ilha
cercada de direito por todos os lados. Falta levar o direito a sério. O devido processo
legal também se aplica no Direito Esportivo. Aplicam a pena que querem, tipificam ao
bel-prazer e desrespeitam a Constituição”.

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A Comissão de Ética da CBF não tem poderes para afastar um Presidente eleito,
muito menos para julgar os casos que lhe são submetidos à revelia das normas
regimentais e do ordenamento jurídico brasileiro. Ao atuar dessa forma, sem qualquer
respaldo legal, a Comissão de Ética gera a completa instabilidade, condenando a
instituição ao caos. Ela passa, caso seja admitida essa violência, a ser uma força absoluta,
mais poderosa do que qualquer outra, infringindo as mais basilares regras estatutárias
da CBF.

Para o futuro, pretendemos dobrar o tamanho da CBF nos próximos anos, em


todos os sentidos, do econômico até a infraestrutura. Vamos turbinar os projetos de
legado da Copa do Mundo, nos 15 estados onde não houve Copa do Mundo em 2014,
coincidentemente os mais carentes, instalando sedes da federação, campos,
arquibancadas e iluminação; nestes locais que também poderão abrigar jogos e com
custeio feito pela CBF. Vamos promover uma gestão ainda mais participativa com as
federações e clubes. Com o crescimento gerado, passaremos a distribuir parcela do
lucro anual para o fomento do futebol nos estados. O aumento no número de jogos e
competições femininas e de base acarretará a melhora do futebol como um todo e a
descoberta de novos talentos. Também passaremos a distribuir parte dos recursos
oriundos da Conmebol e da Fifa. Com as renovações dos contratos televisivos, iremos
resolver de uma vez por todas as questões relativas ao calendário do futebol,
preservando os clubes e não prejudicando as seleções. Teremos um diretor que é
presidente de federação que cuidará exclusivamente dos interesses das federações,
além de outros presidentes que pela primeira vez na história terão espaço na gestão
direta da CBF. Continuaremos mantendo estreita relação com os poderes estabelecidos,
públicos, privados e do futebol, dentro e fora do país. Não trabalharemos com pessoas
de ficha suja, que tragam casos policiais e CPIs para dentro da entidade.
O Centro de Desenvolvimento do Futebol é a menina dos meus olhos, nove atividades
em uma única área de 110 mil m2 na Barra da Tijuca, pertinho da sede da CBF. lá estarão
Será uma obra grandiosa e como tal, sempre chama a atenção dos mal intencionados.
Os presidentes são experientes e inteligentes, sabem que se trata de um julgamento
meramente político, característico de um verdadeiro golpe de poder.
Muitos me perguntem onde estava essa dinheirama nas gestões anteriores. Ninguém
sabe, ninguém viu.
Perceberam que a CBF se tornou uma mina de ouro com um potencial inesgotável, um
oásis de prosperidade em meio ao caos financeiro que assola o país.
Quem não quer em sã consciência gerir um negócio como esse, principalmente
ganhando de mão beijada, sem ter obtido um voto sequer?

Se hoje o órgão é utilizado para instrumentalizar um golpe contra mim, nada


impede que, em algum momento, seja empregado contra qualquer um, o que não pode

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ser admitido por V.Sas., que detêm exclusiva competência para deliberar sobre a
gravíssima medida de suspensão de um Presidente eleito, com base em justa causa que
a legitime. A Comissão de Ética não pode usurpar essa competência.

Dessa forma, considerando as evidentes ilegalidades do acórdão da Comissão de


Ética que me atribuiu a pena de suspensão por 21 meses, assim como a
instrumentalização do órgão para articular um golpe, conto com o voto de confiança
depositado por V.Sas. na minha gestão e os exorto a rejeitar, na assembleia marcada
para o próximo dia 29, a sanção a mim cominada, de modo a restabelecer a democracia,
a legalidade e a ordem na CBF.

Estou mais do que certo que nenhum dos presidentes se dará a servir como um
mero joguete político numa disputa circunscrita à tomada do poder. Ninguém deseja
uma CBF com a polícia na porta, de buscas e apreensões, de CPIs instaladas em
detrimento de todo o futebol, nem do mensalinho vigente desde 2016.

Com humildade, participação, união, isonomia e recursos e mantendo os mais


elevados valores de governança, risco e conformidade, alcançaremos todos os objetivos
que o nosso esporte merece.

Para aqueles que querem uma entidade forte, progressista, com credibilidade
nacional e internacional, com recursos financeiros para as Federações que participarão
ativamente da gestão como dirigentes, digam não à injustiça de meu afastamento, não
ao golpe, não a subversão de valores. Avaliem com independência.

Encerro, aqui, repetindo as palavras entoadas quando da minha posse, em 9 de


abril de 2019: Os pilares da gestão continuam sendo Integridade e Eficiência. Juntos,
construiremos um futebol brasileiro cada vez mais forte.

Atenciosamente,
Desejo que Deus os ilumine e dê sabedoria.

Rogério Langanke Caboclo

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