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Scott Mainwaring A Igreja Catélica e a Politica no Brasil (1916-1985) Traducao: Heloisa Braz de Oliveira Prieto editora brasiliense “syed snow soy | 8810-S499 (112000) xea/ou0, ag ~o1neg 8s — 990-9EEE0 aio — ademmey.— 917 ‘oBuoreyy en em as~ TS7BZ_eoNsTOd 9 woNHED efOxBT = TSE “I ooppalaists oBoypiv> Bxed soompu 17se-ago ~ yee — opera 9 P81 07 ores — BUEN ~ HSE — aU 0 o7tops~ oun 2 wonsoa— nse fa] wp UHH — RIE 6 89001-11-68 NEST “speidonaie, ‘6861 99 PO ef OP ada ‘5861 ~ 9161 “eee somo pu MID OWED aL PAHFLO OTL 561 "nog BoE (ieee as OMT op waPSEIA exEEAPD) (aio) oxteanqg eu opdedopere5 ap steuoewrN] sopeCt seusopy sous spqeya 9S0r -opsr4ay eddy sopmor] ap SUN sensmuadau ‘opssasdamas st ‘a6r “Oebips esau 689071 NAST ad opbezqoyne wes post soraur 10d wpyznpoxdar ‘opardoooros ‘soomupna[e seuiajsis We epevazeaie ‘epeaes® aos opod opSeanqnd wysop aured wamaaN, ua opbeztyerareUH09 2 opbeonqnd ered "YS 28 ‘eIOPaL -0BSnpDar yp @ HYBtutdo “50 puogueas ‘ys jootuaSuewe 4g postgnd pur poresuer."Patsox sua Ty *ysroNRaN, sowung prosueag purlay 2m Jo soassnuy Jo preog amy Aq 9R6T Aa, c9 MyBeadlocy ‘soi S861 9T61 “Tze MY SoRN|oA puB YomUD HTOKRED OL, “POMBO OPM, Nota 4 edig&o brasileira Pinto, José Waldir ia Garcia, Vania Dantas Pinto, José Wald Asradego 2 Migor.os que colaboraram na ediggo dest Santos Moraes ¢ a to% Indice Preficio : Sore 9 Tareja e Politica: consideragées tebvicas 15 PRIMEIRA PARTE A Igreja de 1916 a 1964 A lereja da neocristandade, 1916-1955 41 A Igreja reformista, 1955-1964 62 Acesquerda catélica, 1958-1964 82 SEGUNDA PARTE A Igreja e 0 regime militar — 1964-1973 © surgimento da Igreja popular, A Iuventude Operaria Catt TERCEIRA PARTE A lerejae a abertura— 1974-1985 O desenvolvimento da Igreja popular, 1974-1982 ...... sees 169 {leteia co movimento popular: Nova Iguacu, 19741985... ""” 38 Tgreja, classes populares e democracia .-. 232 A politica da Igreja populai + 251 O dectinio da Igreja popular, 265 Referéncias bibliograticas 283 A esquerda catélica, 1958-1964 1 mama uy i te 2 Jeigos que ameacam os interesses da instituigao, cor sonal ercebidos por seus lideres, ela tem, de tempos em a timulam al .as transformagGes. Igreja brasileira desde 1958. Um ‘éxemplo importante € a Bsquerds Catalica do periods 1958-1964, Embora fosse pequena em term =e nu mda Pel regime militar, ntwoduziu novos conceit de 8 son p dinamismo potencial do laicato dentro da Igreja. 4 oe ma ve que a historia da Esquerda Catélica j4 foi abordada aries seodes, no hé necessidade de se detalha-la neste capitulo. pupae Eads als mudanga da Igreja brasileira. Movimentos leigos, sociedade e Igreja impossivel compreender o desenvolvimento dos. moviments vig Epes comps gsonalAorenagao polar A ESQUERDA CATOLICA, 1956-1964 s dos militantes leigos nao ¢ determinada,unicamente por seus lagos com a Igreja, 08 catblicos também fazem parte da éstrutura 0 e, €omo tal, participam_da politica enquanto estudantes univers! rios, camponeses, lores, médicos. Interagem coma socie- dade e sao influenciacos pelas tendéncias da sociedade como uit todo ©, em particular, pelos movimentos sociais dentro de sua propae classe, ~Mesmo quando a hierarquia é responsével pela criagiio de movi- mentos leigos, ela nem sempre os controla de maneira rigida. Nas dl. timas décadas, enquanto a Igreja promovia maior responsabilidade © articipagiio do laicato, havia um conflito entre 0 controle hiersr- quico, que reduz a possibilidade de participagao efetiva do leigo, e a autonomia do laicato, que aumenta a possibilidade de conflito com @ hierarquia. Os lideres leigos nao agiam de uma determinada maneira Porque os bispos os haviam encarregado de fazé-lo. Entravam em conflito com a hierar m freqiiéncia precisamente porque dis- Punham de autonomia suficiente para atuar por uma via indepen- dente. Entretanto, essa autonomia tinha limites, Embora mavimentos leigos reajam a mudancas na sociedade em_geral,_eles sempte_sio parte da Tereja institucional. E embora os movimentos lei relagdo hierarqui autonomia dependem principalmente da hierarq rante o fim da década de 50 ¢ no inicio dos anos participagio mais profunda dos catélicos nos movimentos operdrios, camponeses €, estudantes dependia da aquiescéncia da hierarquia. Num momento historico diferente, a hierarquia poderia ter proscrito a participacao. catélica nesses movimentos, impedindo, assim, que o laicato pudesse Participar, enquanto catélicos, na politica progressista. A Juventude Universitaria Catblica A Aco Catélica, um dos mais importantes movimentos leigos na Igreja contempordnea, foi criada na Italia no final do século XIX como um instrumento para se exercer influéneia sobre a sociedade apés a Igreja ter perdido poder politico devido a unificagao da Italia em 1870.' A Agio Cat6lica Brasileira (ACB) foi criada em 1920 sob os auspicios de Dom Sebastiao Leme, que era estimulado nesse sentide" pelo papa Pio XI. Durante suas primeiras décadas, a Agdo Catdlica no Brasil assemelhava-se aos movimentos europeus em { le dependéncia da hierarquia. As conclusbes do I Congresso Nacional da ACB em 1946 réssaltavam “a 1 submisso a todos os mem- bros da hierarquia”.* A hierarquia insistia na ‘‘disciplina da obedién- cia pronta e filial aos vossos superiores hierérquicos”.> * 0}.98 pf opuenb wisnf apupaioos emma seu9 vied sooy ndog opSy Y o"epronbss op tay reo sfed}ouLid Sop ain nojuasoidat mnysdeo ojsou sepynosip og nIgieo Opedion ed v vied soqueyod Totiog ‘ojMouAoU O vied ‘oQSBUTUMID}Op se IINBOS v osseaLIQC seBLIGO v onb owzer og avd Ong & ‘opeupsoqns ost a zed ZoAvy OF 1 OFSUTAOU WIN Jos 1H 95-18ULIO;UOD SATe eabraxory w wioo SSQBUES SUP OSSWIOT-O'OS WIS S58] SANT Pr Pde nas roptop oaisnppur ‘seysodury tres 9 EPHYA owtoo sexopisuoo apod opt ofr v " ash MUOUAOMI Op wsaj0p io ZEA on Pal PHNSST COST Oped} sap 9P epInifes “sasopeArasto9 isa}o1d op epuo Bu HOSOAO:d ai eng ONT ep SUE bast-eser ‘Yortouva vawandsa y womIS8oN Bp Op oa aNn ep ie sesouodures sop ofezqundaa_ym 55) -sarbndod Bififjfid 9 oySusnpe wiod s¢ rt “OP WERT FOU) if 040g 0 Dand ont souindjy — oyaeyiodurt oyuour “noop uum noagnd “Q Wad PP stds SBIOURTD 9p saIUEPNIse soja opeSaqvaus ‘aysaQ-Outa Op JeuOiBay gvMOD (oss = 0 posipiiens So ies Bp sited Saias WoHTTON OBSW wp wioNde ape iiumnsse OjusmiAour 6 opuend “gs61 WO SA ¥P ‘QMWTEApeAs “epAIUdENUOS Wo} 0 epronse eu lajoatia Jopeut Ja) wossed ony CD OpwETA pou HOY op aed ooo NPIVMNTVE 1095 6 ‘SCOTT MAINWARING tativa ocorresse dentro das estruturas da Igreja. Na medida fem qué surgiam as desaveneas depois de 1961, muitos lideres da JUC guiseram criar um movimento novo inspifado no cristianismo, mas que se sentiam constrangidos por ela. Acreditava- mais eficazes politicamente se atuassem como um idvi- ‘0. A AP Tapidamente tornou-se uma das trés maiores organizacdes de esquerda na politica brasileira, jumtamente com o PCB eo PC do B, Mesmo sendo uma pequena organizacao de aproxi- madamente 3000 mer ‘era bastante influente. Membros da AP eram lideres na ed far, no trabalho sindical € na OFRani- zacSo dos camponeses. oo conflito.entre a hie icos radicais arra até para dentro da AP. Os os tentaram restringir @ participagao de membros de TUC na AP. Poréim, nena atitude dos bispos em relagdo 2 AP nem @ falta de"um vinculo formal com a Tereja institu: ional deveriam obscurecer seu vineulo ¢ origem catélicos.)» Apesar da AP nao ser um movimento da Igreja, o impulso para sua criacio yeio de participantes da JUC. O padre Henrique Vaz influenciou pro- fundamente os fundamentos filoséficos de sua ideok ogo a AP permaneeen foriemente marcada por suas origens Humanistas srquia.¢ 0s catélicos radicais arrastou-se ‘Livre das restrigbes pular adotou posigdes ps esfava relativamente otiinista em relagao Goulart de promover grandes mudangas opulista, A Agao Pop sr os problemas da sociedade. i tae de norma e fim da re e poria ‘riada pela economia de mercado. Apesar de sua vaga compreensio de como fazer uma revolugio, a AP achava que & revolusiio necessitava de uma vanguarda que liderasse.o processo de formiulacdo de idéias e de esclarecimento das massas. A AP via-se a si propria nesse papel; ela iria ajudar a formar um movimento de mias- sas © aisumiria a fesponsabilidade pela educagio das mesinas, fa- zendo da sua uina luta revoluciondria. Embora prédomiinantemente catolica na orientagao, @ AP diferenciava-se dos moviments catlicos i des com 0 pensamento marxista.!5 joriiicla dai liberdade do jarantir a liberdade do desen- sssibilidade de sua expressao e da expres- pluralismo. O obi vyoliimento das pessoas, sto de sua vontade”,™ exigia uma ordem politica democratica, A AP A ESQUERDA CATOLICA, 198.1868 a criticava a Unido Soviética pela “hipertrofia do poder politico, a sagrag_milstica do aparelho do Partido (c) . isa ea gico”.'7O humanismo da AP, sua nfase na liberdade Pago e suas criticas duras ao. socialismo burocrat de atitudes que posteriormente se manifestam na sas vistes poltcss 1964, quando @ mi histéria da AP a ‘sofreu uma série de lutas e de divisoes Pequeng paido maoita, om 1973.3 AP dea So PC de Ao lange dese taj ata reais proceso, mento progressista dentro da Igrja acolo aco se valesse do legado deixado pelos jonenscalblices maces A despeito das diferengas ente-s glo Popular e bs catlicos década de 70, ¢ a despeito do afastamiento da AP de Seu passado catlio, ese movimento mareou a histo Se orate tem gue ok Dispos eoeyarai fear oto canals ragho catélica dé esjuerda, a Agao Popular eriava um: Made que independis de Kieasqume Ege aes lentro de uma ins ig qué ainda era mais ou menos conser- vadorn e hievérquics, tha surido um movimentovcom reckons to rogressistas quanto as da Agio Popular. F igualmente notavel eee eh paar acgpemae ances clea dx Telagdo caus fa entre a AP gre; “snas @ AP Teale entre a AP o a Iga popular mas'a AP seal menté estabeléceu uma tradigdo de humabione radical dene mo brasileiro que continuou depois de-o préprio movi donado suas origens catélicas. de.< proprio movimento ».05.catélicos também parti- vas. de educacao poplar, liversidades ou péla Tereja, KR &

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