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Titulo eviginel: On Certainty / Ober Gewisshelt © Basil Blackwell, 1969 ‘Tradagio de Maria lisa Costs Revisio de Tradugfo de Anténio Fidslgo Capa de taigdes 10 Depésito Legal a 11981698 ISBN 972-44.0816-7 Diretoseeservados para todot os palses de Lingus portuguesa ‘por Edigtes 70 ~ Lisboa ~ Portugal EDICOES 70, LDA. Rua Luciang Cordeiro, 123 - 2." Esq." ~ 1069-157 LISBOA / Portugal ‘Telefi.: 2131902 40 Fax: 21319 02.49 Esta obra est protegid pela lei, Nlo pode ser ceprodusida no todo ou em perte, qualquer que seja 0 modo utiizado, inclindo fotocépia e seroedpi, sem previa sutoriaagto do Editor. (Qualguer tansgressGo & le dos Direitos do Autor sertpassivel de prosodimento judicial Ludwig Wittgenstein DA CERTEZA edicses 70 see Biblioteca Central Da certeza, Ac, 156349 - R. 10142135 Ex. | Compra - Books online Nf: 000,002.221 RS 35,49 - 13/01/2011 FILOSOFIA LICENCIATURA, VORWORT PREFACIO Was wit hier verdfentlichen, gehdrt in die letzten anderthalh Jahre von Wittgensteins Leben, Mitte 1949 besuchte er auf ‘Norman Maleolms Eisladung hin die Vercinigten Steaten: ‘wohnte in dessen Haus ia Ithaca. Malcolm gab ihm neuen Antrieb sich mit Moores ‘defence of common sense’ (Verteidigung des fefunden Menschenverstnds) zu betchitgen, di mit seiner jehauptung, von einer Anzehl von Siitzen witse ex mit Sicherheit, daB sie waht seien; 2.B.: “Hier ist cine Hand—und hier cine zweite”, “Die Exde bestand lange Zeit vor meiner Geburt” und “Ich habe mich niemals weit von der Erdoberfliche entfernt”. Der erste dieser Siitze ist aus Moores ‘Proof of the External World’, die beiden andern aus seiner Schrift ‘Defence of Com- mon Sense’; diese hatte Wittgenstein schon seit langem inter- essiert, und er hatte zu Moore gesagt dies sei sein bester Aufsatz, Moore moc dem zu, Das Buch, das wir hier vorlegen, enthilt alles, was Wittgenstein von jener Zeit bis 2u seinem Tod zu itn ewes ich, Es beneht ganz aus erwen.Auteeich- ; er kam nicht mehr zm sichten ee i, dieses Material zu sichten und _Die Aufzeichnungen gliedern sich in vier Teile; wit haben die Aofteilung bei § 65 (S. 16), § 192 (S. 27) und § 299 (S. 38) angezeigt. Der unseres Erachtens friheste Teil stand—ohne Datenangabe—auf syne, levee Blattern linierten Kanzlei- papiers. Diese hinterlieB Wittgenstein in seinem Zimmer in G. E. M. Anscombes Haus in Oxford, wo er (abgesehen von ciner Fahrt nach Norwegen im Herbst) von April 1950 bis Februar 1951 wohnte. Ich (G. E. M. A.) habe den Eindruck, daB er sie in en pescluseben hatte, wo er sich von Weihnachten 1949 bis zum folgenden Mrz aufhielt; aber ich kann mich jetzt nicht daran erinaern, worauf dieser Eindruck zuriickgeht. Das Ubrige fand sich in ‘Mleinen Notisbdcher und enthale Daten; wegen Ende ist das Datum der Niederschriftsopar immer ay geben. Dic letzte Eintragung liegt zwei Tage vor seinem Tod am 29. April 1951. Wir haben die Daten ganz so belassen, wie sie in den Manuskripten erscheinen. Die Numerierung der einzelnen Abschnitte jedoch rihrt von den Herausgebern her. _Es schien angemessen, diese Arbeit fir sich zu veroffentlichen. Sic ist keine Auswahl; in Wittgensteins Notizbiichern erscheint sie als gesondertes Thema, mit dem er sich anscheinend in vier voneinander getrennten Perioden wihrend jener anderthalb Jahre befabite. Die Arbeit stellt eine einzige zusammenhiingend: Be- hhandlung ihres Gegenstandes dar. G. E. M. Anscombe G. H, von Wright wo (0 que estamos a publicar neste livro diz respeito ao tiltimo ano e meio de vida de Wittgenstein, Em meados de 1949, Wittgenstein visitow os Estados Unidos a convite de Norman Malcolm, e ficou alojado em casa deste em Itaca. Malcolm teve o mérito de estimutar (0 seu interesse pela «defesa do senso comum» de Moore, isto é, a sua pretensdo de saber um certo mimero de proposigdes indiscutt- veis, tais como «Aqui estdé uma mdo, e aqui estd a outray, assim como «A terra existiu muito tempo antes do meu nascimento», & tinda «Eu nunca estive longe da superficie da terra». A primeira des- tas proposig6es aparece no livro de Moore «Comprovacao do mundo exterior». As outras duas encontram-se no livro «Em defesa do senso comum». Hi muito que Wittgenstein tinha revelado interesse por estas questées € manifestara a Moore que considerava este 0 seu ‘melhor artigo. Moore concordara. Este livro de Wittgenstein con tém tudo 0 que ele escreveu sobre esta temdtica desde aquele ‘momento até & sua morte. Trata-se de um texto preliminar que ele ndo viveu o suficiente para sintetizar e trabathar. Essa documentado divide-se em quatro partes; colocémos as divi- sorias nos pardgrafos: 65, pdgina , 192, pdgina 65 e 299, pagina 87. A parte que julgamos ser a primeira estava escrita, sem data, eri vinte folhas separadas de papel almaco pautado. Wittgenstein deixou- -as no seu quarto em casa dle G.E.M. Anscombe em Oxford, onde viveu (excepto no Outono quando fez uma viagem & Noruega) de Abril de 1950 a Fevereiro de 1951. Eu (G.E.M.A.) tenho a impres- ‘sdo de que ele as escrevera em Viena, onde esteve desde o Natal ante- rior até Margo; mas néo consigo fundamentar esta opiniao. A parte restante estd nos seus livrinhos de notas, devidamente datados; real- ‘mente, perto do fim, estd sempre incluida a data da escrita. A ditima referéncia esté justamente datada de dois dias antes da sua morte a 29 de Abril de 1951. Deiximos as datas tal qual como aparecem nos manuscritos. Contudo, a responsabilidade da numeracao dos ardgrafos pertence aos promotores da Edigao. Pareceu-nos consenténeo publicar este trabalho isoladamente. Nao houve selecedo; Wittgenstein individualizou-o nos seus livros de notas como sendo um tema a parte, cuja apeciagdo ele parece ter retomado em quatro periodos diferentes durante esses dezoito meses. Trata-se de um tinico e coerente tratamento do tema. G. EB. M. Anscombe G. H. Von Wright a UBER GEWISSHEIT DA CERTEZA 1, Wenn du weift, da hier eine Hand? ist, so ie di alles dibrige zu. setae GSegt man, det und der Satz lsse sich niche beweisen, so heiBe das natirlich nicht, daB ex sich nicht aus andern herleiten liBt; jeder Satz laBt sich aus andern herleiten. Aber diese mégen nicht sicherer sein, as er selbst.) (Dazu eine komische Bemerkung 1H. Newmans.) 2, Daf es mir—oder Allen—so schvint, daraus folgt nicht, da8 8 80 ist, aol aber laBe sich fragen, ob man dies sinnvoll bezweifela ann. 3. Wenn 2. B, jemand sagt “Ich weiB nicht, ob da cine Hand ise", so kénnte man thm sagen “Schau niher hin”.—Dieve ‘Méglichkeit des Sichtberzeugens gehort zum Sprachspicl. Ist einer seiner wesentlichen Zige. 4 “Ich weiB, daB ich ein Mensch bin.” Um zu sehen, wie unklas der Sinn des Satzes ist, bettachte seine Negation. Am ehesten noch kénnte man ihn so auffassen: “Ich weiB, daB ich dic menschlichen Organe habe.” (Z. B. ein Gehirn, welches doch noch niemand gesehen hat.) Aber wie ist es mit einem Satze wie “Ich weiB, daB ich ein’ Gehirn habe”? Kann ich ihn be- eweifeln? Zum Znefin ible mir de Grindel Es spre alles dafiit, und nichts dagegen. Dennoch laBe sich vorstellen, daB bei einer Operation mein Schadel sich als leer erwiese, 5. Ob sich ein Satz im Nachhinein als falsch erweisen kant das kommt auf die Bestimmangen an, die ich fur diesen Sate gelten lasse, 6, Kann man nun (wie Moore) aufzihlen, was man weil? Si ohne weiteres, glaube ich, nicht—Es wird nimlich sonst das Wort “Ich wei” gemiBbraucht, Und durch diesen MiBbranch scheint sich ein seltsamer und héchst wichtiger Geisteszustand 7, Mein Leben zeigt, daB ich wei8 oder sicher bin, daB dort Sessel steht, eine Tir ist usf—Ich sage meinem Freunde 2. B, “Nimm den Sessel dort”, “Mach die Tir zu”, ete., etc, “56.8 iow ht Eau We Ps i TR ee cere la Acc lime apr, Lond, Cet Als td Dos 9 ie” 1, Se voc8, de facto, sabe que aqui estd wma mdo', admitiremos tudo o mais. (Quando aleuém diz que uma certa proposigao ndo pode ser pro- vada, evidentemente que no quer dizer que nao possa ser derivada de outras proposigées; qualquer proposigio pode sér derivada de outras. Mas estas podem nao ser mais certas do que a jé’mencio- nada. (A este respeito existe um comentario interessante de H. Newman). 2. Pelo facto de me parecer a mim — ou a toda a gente — que uma coisa é assim, ndo se segue que ela o seja. O que podemos pergun- tar € se faz sentido duvidar dela. 3. Se. por exemplo, alguém disser «Eu ndo sei se existe uma mao aqui, poderia dizer-se-Ihe «Observa melhor». —~ Essa possibilidade de cada um se convencer faz parte do jogo de linguagem, Representa uma das suas caracteristicas essenciais. 4. «Sei que sou um ser humanon. Para verificar como é ambiguo © sentido desta proposicdo considere-se a sua negario. Quando muito, poderia entender-se da seguinte maneira: «sei que tenho 6rgdos humanos». (Por exemplo, um cérebro que, afinal, ainda nin- ‘guém viu). Mas que pensar de uma proposigo como «Sei que tenho ‘um cérebron? Posso p0-la em didvida? Faltam motives para se poder [por isto em diivida! Tudo € a seu favor, nada contra. Contudo, pode jimaginar-se que o meu cranio aparecesse vazio quando fosse operado. 5. O facto de uma proposigio poder revelar-se falsa depende, em ‘itima instancia, daquilo que eu considerar como determinantes dessa roposigio. 6. Veja-se agora: pode alauém enumerar o que sabe (como Moore)? Directamente assim, ndo 0 creio. Porque, de outro modo, a expres- so «eu sei» seria empregada indevidamente, E através desse uso incorrecto parece revelar-se um estranho ¢ extremamente importante estado mental, 7. A minha vida mostra que sei ou estou certo de que hé uma cadeira ali, ou uma porta, etc. Digo a um amigo, por exemplo «Sente-se naquela cadeira», «Feche a porta», etc, etc. Ver G.E, Moore «Proof of an External World’ in Proceedings ofthe Bish Aca demy 1939; «& Defeace of Common Senses in Contemporary British Philosophy. 2nd Series; J.H.Muirhead ed, 1925. Ambos os artigos fazem parte da obra de Moore Philosofical Popes, Londres, George Allen nd Unwin, 1959. Os Editors. Is 8. Der Unterschied des Begrifls ‘wissen’ vom cher sein’ ist gar nicht von grofler Wichtigkeit, auBer da, wo “Ich ‘wei8” heiBen soll: Ich ann mich nicht isren. Im Gerichtssaal z. B, konnte in jeder Zuegenaussage statt “Ich wei8” “Ich bin sicher” gesagt werden. Ja, man kénnte es sich denken, daB das “Ich ‘weiB dort verboten wire. [Eine Stelle im Wilhelm Meister, wo “Du weit” oder “Du wufltest” im Sinne “Du warst sicher” gebraucht wird, da es sich anders verhielt, als er wuSte.] 9. Bewahre ich nun im Leben, da® ich weiB, daB da cine Hand (Gimlich meine Hand) ist? xo. Ich wei, daB hier ein kranker Mensch liegt? Unsinal Ich sitze an seinem Bett, schaue aufinerksam in seine Ziige—So weil ich also nicht, dif da ein Keanker liegt? Es hat weder dic Frage noch die Auseage Sinn. So wenig wie die: “Ich bin hier” die ich doch jeden Moment gebrauchen kénnte, wean sich die Passende Gelegenheit dam ergibe-——So ist also auch “2x2 = 4” Unsinn und kein wabrer arithmetischer Satz, aufler bei ‘bestimmten Gelegenheiten? “2x2 = 4” ist ein wahter Satz dec Arithmetik—nicht “bei bestimmten Gelegenheiten” noch “immer”"—aber die Laut- oder Schtiftzeichen ‘2 x 2 = 4” kénnten ig Chocsochen eine andete Bedeutung haben oder augelgter Unsinn sein, woraus man sicht: nut im Gebrauch hat der Satz Sinn, Und “Ich wei8, dad hier cin Kranker liegt”, in det un- Passgaden Siouation gebraucht, erscheint aur darvim niche als Jnsinn, vielmehr als Selbstverstindlichkeit, weil man sich verhiltnismaBig leicht eine fiir ihn passende Situation vorstellen kann und weil man meint die Worte “Ich weiB, daB ...” scien Uberall am Platz, wo es keinen Zweifel gibt (also auch dort, wo der Ausdruck des Zweifels unverstindlich wise). 11, Man sicht eben nicht, wie sehr spezialisiert der Gebrauch von “Ich wei” ist. de Dae Te wal say fest einen Tatbestand ma bes te als Tatsache verbiisgt. Man vergiBt eben immer den Ausdruck “Ich glaubte, ich wile ex”. 15. Es ist nimlich nicht so, da8 man aus der AuBerang des Andem “Ich wei8, daB es so ist” den Satz “Es ist s0” schlieBen. kénnte. Auch nicht aus der AuBerung und iB sie kkeine Lage ist—Aber kann ich nicht aus meiner Auferung “Ich weiB etc.” schlieBen “Es ist so”? Doch, und aus dem Satz 16 8. A diferenca entre 0 conceito de «saber» 0 de «estar certo» n&o de grande importincia, excepto quando «Eu sei» pretende signifi- ‘ear: Ndo posso estar errado. Num tribunal, por exemplo, «Estou certo» podia substituir «Sei» em qualquer testemunho. Poderiamos ‘mesmo imaginar que af fosse proibido dizer «Bu sein. [Existe uma passagem em Wilhelm Meister em que «voc sabe» ou «vocé soube» so usados com o sentido «voct estava certo», ja que os factos eram diferentes daquilo que ele sabia]. 9. Posso certificar-me no meu quotidiano de que aqui esta uma mao (@ saber, a minha propria mao?) 10. Sei que um homem doente esté aqui deitado? Absurdo! Estou sentado ao lado da sua cama, olho atentamente para o seu rost. Entflo ndo sei, assim, que um doente esté aqui deitado? Nem a per- gunta nem a afirmagio fazem sentido. Nio o fazem mais do que a afirmagio «Eu estou aquiv, que poderia, contudo, fazer em qual- {quer momento em que se apresentasse uma oportunidade adequada. Entdo «2x2= 4p serd igualmente um absurdo e no uma proposicdo da aritmética, excepto em ocasibes especieis? «2x2= 4» € uma pro posigdo verdadeira da aritmética — no «em ocasiGes especiais» nem sempre» — mas a frase dita ou eserita «2x2=4» em chinés pode- ria ter um significado diferente ou ser um disparate e daf se vé que 6 apenas na sua utilizagdo que a proposigdo faz sentido. «Sei que tum doente esté aqui deitado», usada numa situacdo inadequada, no parece disparate mas antes natural, ja que ¢ fécil imaginar uma situa- 40 que sc Ihe aplica ¢ pensa-se que as palavras «sti que...» susam Sempre que ndo existe divida (portanto, também nos casos em que a expresso de uma diivida fosse incompreensive!). 11. Acontece que ndo vemos como é especializado 0 uso de «Eu sein. 12. E que «Eu sei» parece descrever um estado de coisas que garante ‘como uum facto aquilo que é comhecido. As pessoas esquecem-se sem: pre da expressdio «Eu pensava que sabia» 13, que nao € assim, como se a proposigto alsto assim» pudesse ser inferida da afirmagao de outra pessoa «Eu sei que isto ¢ assim Nem dessa afirmagio associada ao facto de ela no ser mentira, Mas no poderei eu inferit «Isto é assim» da minha propria afirmacio w ir weiB, daB dort eine Hand ist” folgt auch “Dort ist eine Hand”. Aber aus seiner Auflerung “Ich weib ...” folgt nicht, cer wisse es. 14, Es muB erst erwiesen werden, daB ex's weiB, 15. DaB kein Iertum méglich war, muB erviesea werden. Die Versicherung “Ich weiB es” geniigt nicht. Denn sie ist doch aut die Versicherung, da8 ich mich (da) nicht irren kann, und aB ich mich derin nicht iree, rmuB objektiv feststellbar sein. 16, “Wenn ich etwas weil, so weiB ich auch, daB ich’s wei, etc.”, kommt darauf hinaus, “Ich weif das” heibe “Ich bin darin unfehlbar”. Ob ich aber das bin, muB sich objektiv fest- stellen lassen. 17, Angenommen nun, ich sage “Ich bin darin unfehlbar, daB das ein Buch ist”—ich zeige dabei auf einen Gegenstand. Wie sthe hier ein Irrtum aus? Und habe ich davon eine Alare Vorstellung? 18. “Ich weiB es” heiBt oft: Ich habe die richtigen Grinde fir meine Aussage. Wenn also der Andre das Sprachspiel kennt, so ‘lide ex zugsben, dad ich das weil, Der Andre muB sch, wean er das Spree spiel kennt, vorstellen kéanen, wie man so etwas wissen kann. 19. Die Aussage “Ich weiB, daB hior cine Hand ist” kann man also so fortsetzen, “es ist mimlich meine Hand, auf dic ich schaue”. Dann wird ein verniinftiger Mensch nicht zweifela, daB ich’s weid.—Auch der Idealist nicht; sondern er wird saj um den praktischen Zweifel, der bescitige ist, habe es sich thm ict gehundelt es gebe aber noch einen Zwei biter diesem-—~ See : 8 eine’ Téwsebing ist, muB auf andre Weise gezcigt werden, 20._ “Die Existenz der auberen Welt beaweifeln” heiBt ja nicht, z. B,, die Existenz eines Planeten bezweifeln, welche spiter durch Beobachtung bewiesen wird—Oder will Moore sagen, das Wissen, hier sei seine Hand, ist von andret Art als das, es ‘gebe den Planeten Saturn? Sonst kéante man den Zweifelnden auf die Entdeckung des Plancten Saturn hinweisen und sagen, seine Existenz sei nachgewiesen worden, also auch die Existenz der duBeren Welt. 18 «Bu sei que...etc.»? Sim; ¢ também «Ha uma mio alin segue-se & proposigdo «Ele sabe que ha uma méo ali». Mas a partir da sua afir- ‘magdo «Eu sei...» ndo se segue que ele de facto saiba. 14, Primeiro ha que demonstrar que ele sabe. 15. E necessério demonstrar que ndo era possivel um erro. Asseve- rar que «eu sei» ndo basta. Porque, afinal, é apenas a asseveragdo de que no posso estar em erro, € que eu nfo estou em erro acerca disso € algo que € necessério apurar objectivamente, 16 . «Se sei qualquer coisa, entdo também sei que sei isso, ete.», 0 ‘que equivale a: «Eu sei isso significa «Sou incapaz de errar acerca disson. Mas se 0 sou, tem de se poder comprovar objectivamente. 17. Suponha-se agora que digo «Sou incapaz de me enganar acerca do seguinte: aquilo é um livro», enquanto aponto para um objecto. O que seria um erro neste caso? Tenho alguma ideia clara a este res- peito? 18, «Eu sei» significa frequentemente: tenho razOes fundamentadas para a minha afirmacao. Assim, se 0 outro conhecer 0 jogo de lin- guagem, admitiré que eu sei. O outro, se conhecer 0 jogo de lingua- gem, tem de ser capaz de imaginar como € que alguém pode saber esse tipo de coisa. 19. A declaragdo «Sei que aqui est uma mao» pode, pois, prosse- guir assim: «porque ¢ para a minha mao que estou a olhar, Entao, uum homem razogvel ndo duvidard de que sei. Também o idealista ‘© nfo fard; antes dird ndo ter nada a ver com a divida pritica que ‘std sendo rejeitada, mas que ha uma outra diivida por detrds dessa. = Que isso & uma ilusdo tem de ser demonstrado de outro modo 20. «Duvidar da existéncia do mundo exterior» nAo significa, por ‘exemplo, duvidar da existéncia de um planeta, que observagdes pos- teriores provaram existir — Ou Moore quer dizer que saber que a sua mao esta af & um tipo diferente de conhecimento do que o da existéncia do planeta Saturno? De outro modo, seria possivel apon- tar a descoberta do planeta Saturno aos que duvidam e dizer que a sua existéncia fora provada e, portanto, também a existéncia do ‘mundo exterior. 19 41. Moores Ansicht Huft eigentlich darauf hinaus, der Begriff ‘wissen’ sei_den Begrifien ‘glauben’, ‘vermuten’, ‘2weifeln’, ‘uberzeugt sein’ datin analog, daB die Aussage “Ich wei..." ‘ein Tetum cn, Kénne, Und iif es so, dann kann aus einer iuferung auf die it einer Behauptung geschlossen werden. Und hier wird die Form “Ich glaubte #2 wissen” Sbersehen.—Soll aber diese nicht zugelassen werden, dann mu cin Iretum auch in der Bebapting logisch unméglich sein. Und dies muf cinsehen, wer das spiel kennt; die Versicherung des Glaubwiirdigen, er wisse es, kann ihm dabei nicht helfen. 22._Bs wire doch merkwirdig, wenn wit dem Glaubwiirdigen auben mOBten, der sagt “Ich kann mich nicht irren”; oder dem, der sagt “ich ier mich niche” 25. Wenn ich nicht wei8, ob Finer zwei Hinde hat (2. B., ob sie ihm amputiert worden sind oder nicht), werde ich ihm die Versicherang, er habe zvel Hande, gluben, wenn ex glub- wiirdig ist. Und sagt er, et wisse es, so kann mic das nur bedeuten, et habe sich davon aberzeugen Kénnen, seine Arme seien also 2. B, nicht noch von Decken und Verbinden verhiillt,etc., etc. Daf ich dem Glaubwirdigen hier glaube, kommt daher, dal ich thm die Méglichkeit, sich zu Wer aber sage, os ibe (villeicht) Keine physkalschen Gegensiinic, tur das niche. 24. Die Frage des Idealisten wie etwa so: “Mit welchem Recht aweifle ich nicht an der Existenz meiner Hinde?” (Und chsauf kann die Antwort nicht sein: “Ich wif, da sie existieren”,) Wer aber so fragt, der tibersicht, da8 der Zweifel an einer Existenz nur in einem Sprachspiel witkt. DaB man also erst fragen misse: Wie sahe 60 ein Zweifel aus? und es nicht so ohne weiteres versteht, 25. Auch dasin, “daB hier eine Hand ist”, kann man sich irten. Nur unter bestimmtea Umstiaden nicht—“Auch in einer Rechoung kann man sich irren—nur unter gewissen Umstinden 26, Aber kann man aus einer Rege/ ersehen, unter welchea Urasidaden ‘la Tram in der Verbeasen aes 8 chen logisch autgeschossen it? as niitzt uns so cine Regel? Kénnten wir uns bei ihrer Anwendung nicht (wieder) rea? ic 20 21. As ideias de Moore levam realmente ao seguinte: 0 conceit ‘esaber € andlogo aos conceitos «crer», «supon», «duvidarn, westar convencidon, pelo facto de a declaragio «Eu sei...» no poder ser um erro, E se isto é assim, entdo pode inferir-se dessa expresso & verdade de uma afirmacao. Neste ponto, a forma «Eu pensava que sabia» ndo estd a ser considerada. — Mas se esta ultima é inadi sivel, um erro na afirmagdo tem de ser logicamente impossivel tam- bém. E qualquer pessoa que conheca o jogo de linguagem tem de compreender isso; a declaragio, proferida por alguém fidedigno, de que sabe, nio acrescenta nada. 22, Seria certamente bizarro se tivéssemos de acreditar na pessoa fide- digna que diz «Nao posso errary ou que diz «Nao erro». 23. Se ndo sei se alguém tem duas méos (por exemplo, se elas foram amputadas ou ndo), acreditarei na sua declara¢ao de que tem duas mos, se a pessoa em causa for digna de confianca. E se ela disser ‘que 0 sabe, isso apenas significa para mim que péde assegurar-se € assim que os seus bracos nao esto, por exemplo, ainda cobertos de ppensos ¢ ligaduras, etc. O facto de eu acreditar no homem de con- fianga resulta de admitir que ele tem a possibilidade de se certificar. Mas alguém que diz que talvez néo haja objectos fisicos nfo admite isso. 24. A pergunta do idealista seria mais ou menos assim: «Que dieito tenho eu de no duvidar da existéncia das minhas mfios?> (E a res- posta para isso nilo pode ser «Sei que existem»). Mas alguém que faz essa pergunta nfo esté a considerar o facto de que uma divida acerea da exist@ncia apenas tem cabimento no jogo de linguagem. ai que tenhamos, primeiro, de perguntar: o que seria uma divida dessas 7 E nfo a compreendamos imediatamente, 25, Uma pessoa pode estar enganada sobre «existir aqui uma mao». 6 em circunstdncias especiais isso é impossivel. «Mesmo num cl culo, uma pessoa pode errar — s6 em certas circunstancias ¢ que no.» 26. Mas pode ver-se, a partir de uma regra, quais so as citcunstan ‘cias que excluem logicamente um erro no emprego das regras de cél- culo? ‘De que nos serve uma regra para esse efcito? Nao poderiamos nis cerrar também ao aplicé-la? 27. Wollte man aber dafiir etwas Regelattiges angeben so wiirde darin der Ausdruck “unter normalen Umstinden” vorkommen. Und die normalen Umstinde erkennt man, aber man kana sie nicht genay beschteben, Eher noch eine Reine ‘von abnormalen, 28. Was ist ‘eine Regel lernen’ ?—Das. ‘Was ist ‘einen Fehler in ihrer Anwendung machen’ ?—Das Und auf was hier gewiesen wird, ist etwas Unbestimmtes. a9. Das Uben im Gebrauch der Regel zeigt au i Fehler in ihrer Verwendung ist. iS eens yo. Wenn Biner sich tberzeugt hat, so sagt er dann: “Ja, die Rechnung stimmt”, aber er hat das nicht aus dem Zustand seiner GewiBheit gefolgert. Man schlieBt nicht auf den Tatbestand aus der eigenen GewiBheit. Die GewiBheit ist gieicbsam ein ‘Ton, in dem man den Tat- bestand feststellt, aber man schlieBt nicht aus dem Ton darauf, daB er berechtigt ist. 31. Die Sitze, zu denen man, wie gebannt, wieder und wieder zustickgelangt, mochte ich aus der philosophischen Sprache ausmerzen. 32. Es handelt sich nicht darum, daB Moore wisee, es sei da cine Hand, sondern darum, da6 wir ihn nicht verstiinden, wenn er sagte “Ich mag mich natirlich darin irrea”. Wir wirden fragen: “Wie sahe dena so ein itrtum aus?”—~z, B, die Entdeckung aus, dif es cin Irrtum war? 35. Wir merzen also die Satze aus, die uns nicht weiterbringen, 34. Wem man das Rechnen beibringt, wird dem auch beige- bbracht, er kénne sich auf eine Rechaung des Lebress verlassea? Aber cinmal miten doch diese Erklérungen ein Ende haben. Wird ihm auch beigebracht, er kénne sich auf seine Sine verlassen—weil man ihm alletdings in manchen Fallen sagt, man Kone sich in dem und dem besonderen Fall wih auf sie verlassen ?@— Regel und Ausnahme, 35. Aber kann man sich nicht vorstellen, es gibe keine physi- Kalischen Gegenstiade? Ich weil nicht. Und doch ist “Es gibt physikalische Gegenstinde” Unsinn. Soll es ein Satz der Esfah- rung sein?— 2 27, Contudo, se uma pessoa quisesse estabelecer uma espécie de regra para isto, ela deveria conter a expresso «em circunstancias normals E nés reconhecemos as circunstncias normais, mas ndo sabemos deserevé-las com preciso. Quando muito, sabemos descrever una série de circunstancias anormais. 28. O que ¢ «aprender uma regra»? — Isto. ‘0 que é «fazer um erro a0 aplicé-la?» — isto, E aquilo para que se aponte aqui é algo de indeterminado. 29. A pratica do uso da regra também mostra o que é um erro na sua aplicago. 30. Quando alguém se convenceu, diz: «Sim, 0 céleulo esté certon, imas nao infere isso do seu estado de certeza. As pessoas nio infe- rem como slo as coisas a partir da sua certeza individual. ‘A certeza & por assim dizer um torn de voz em que alguém declara como sto as coisas, mas nao se infere desse tom que tem razio, 31. As proposigdes a que se regressa repetidamente como por encanto — gostaria de as expurgar da linguagem filos6fica 32. Ndo se trata do facto de Moore saber que havia uma méo ali, ‘mas antes de nilo 0 compreendermos se ele dissesse «Evidentemente, 1posso estar errado a esse respeito». Perguntariamos: como € que ‘encara entio um erro desses? — Por exemplo, a deseoberta de que foi um erro? 33, Assim, eliminamos as frases que no nos fazem avangar. 34, Se se ensina alguém a calcular, também se Ihe ensina que pode confiar no edlculo do seu professor? Mas estas explicaydes terdo, enfim, que terminar alguma vez. Ser-the-4 ensinado também que ele pode confiar nos seus sentidos — j4 que, certamente, se Ihe disse ‘em certos casos que em tal e tal caso especial ndo se pode confiar neles? Regra e excepeio. 35. Mas no seré possivel imaginar que no existem objectos fisi- cos? Nao sei. E, contudo, «Ha objectos fisicos» é um absurdo. Seri porventura uma proposigao empirica’? Und ist dar cin Exfahrungssatz: “Es scheint physikalische Gegenstinde zu geben”? sik 36. Die Belchrung “A ist ein physikalischer Gegenstand” fiben wit nur dem, der entweder noch niche vetsteht was “A” bedeutet, oder was “physikalischer Gegenstand” bedeutet. Es ist also cine Belebrung tber den Gebrauch von Worten und “physikalischer Gegenstand”, ein logischer Begriff. (Wie Fare, ««.) Und darum laBt sich ein Satz “Es gibt physikalische Gegenstinde” nicht blden, en _verungltickten Versuchen begegnen wir aber a Schrite und Tatts ee 37. Ist es aber eine geniigende Antwort auf die Skepsis der Idealisten oder dic Tecan det Realisten [zu me dah det Satz]: “Es gil ikalische Gegenstinde” Unsinn ist Fir sie ist es doch nicht Unsinn, Bine Antwort wire aber: diese tung, oder ihr Gegenteil, seiein fehlgegangener Versuch (etwas) auszudriicken, was so nicht auszudriicken ist. Und dab ‘er feblgeht, l&Bt sich zeigen; damit ist aber ihre Sache noch nicht erledigt. Man muB eben zur Einsicht kommen, dab das, was sich uns als ezster Ausdruck einer Schwierigkeit oder ihrer Beantwor- tung anbietet, noch ein ganz falscher Ausdruck sein mag. So wie der, welcher ein Bild mit Recht tadelt, zuerst oft da den Tadel anbringen wird, wo et nicht hingehrt, und es cine Untersuchung braucht, um den sictigen Angriffspunkt des Tadels zu finden. 38. Das Wissen in der Mathematik. Man muB sich hier immer Wieder an die Unwichtigkeit eines ‘inneren Vorgangs’ oder

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