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de Nogder Baricas 2¢ Treinamento ¢ Preparagic de Cavalos Miarchadores 2e Sela e Pista > CONSULTORIA:E TREINAMENTO EQUESTRE Qualificagao em Campedes INSTRUTORES: ALOISIO DINIZ aloisiordiniz@hotmail.com CYNTHIA FELICIANO cynthiaveti@hotmail.com CURSO FSPECIALIZADO EQUESTRE Adestramento Basico ¢ Equitacio indice 3. Adestramento Basico e Equitacao._... ~2w17 3.1- Adestramento Basico. ~ 2013 3.1 -a)- Rasqueamento 2e3 3.1 —b)- Encilhamento 3e4 3.1-c)- Enfrenar 4 3.1-d)- Montando a Cavalo__4e5 3.1-e)- Postura a Cavalo __5 6 3.1-f-Assento ss e7 3.1-g) - Ajudas 7 3.1 -h) — Breve elucidagées da "Anatomia da Equitagao"_ 7 3.1-i) — Comandos Bed 3.1 =j) - Concordancias e Exercicios gats ~ 14018 3.11 -Nogées de Equitavac__. 4, Consideracéer Finaty __ CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE, 2 1, AGRADECIMENTOS Depois de algum tempo vivendo na companhia quase que didria do cavalo ndo poderia deixar de lembrar este que hoje é a razdo'e desejo de minha eterna busca pela sabedoria, O Cavalo. ‘Aos mestres Roberto Coelho Naves e Fernando Mello Vianna. 2. INTRODUCGAO Devido certeza de que os principios bésicos da Equitagdo sio necessérios para um cavalo de facil equitabilidade, além de equilibrio, franqueza ¢ calma, decidimos apostar na formagiio de uma mfo-de-obra especializada. Mao-de-obra esta que saiba os porqués ¢ como aplicé-los na rotina de trabalho. Para isso & importante o respeito ao animal ¢ seu profundo conhecimento. Saber interpretar 0 que est tentando nos dizer. Saber admitir o quanto somos ignorantes ¢ nos autocriticarmos para o crescimento eqiiestre. Observamos a necessidade de muita pritiea para que o cavaleiro desenvolva sua habilidade de tentar resolver as questdes da rotina e em contrapartida, desenvolvendo sua leitura poderé tirar muitas solugdes. Somente apés esta fase, conseguimos sutilmente reconhecer a evolugao gradativa da qualidade de movimentago dos animais em treinamento. 3- ADESTRAMENTO BASICO E EQUITACAO 3.1- Adestramento Basico Entendemos como adestramento todo 0 conjunto de atitudes que condicionam wn animal a responder a comandos pré-determinados. Este condicionamento, por sua vez, nao se limita a um condicionamento reflexo simplesmente, mas engloba todo um trabalho de preparagdo fisica que habilita o animal a atender as exigéncias de sua utilizagao. Usar técnicas de adestramento corretas, jd seculares da equitacdo classica, e ajustar nosso cavalo a uma atitude condizente com as fungdes a que se destina é 0 desafio maior. Na doutrina criada pala Escola de Marcha e Adestramento, 0 adestramento bdsico condiciona 0 cavalo a set cabresteado, rasqueado e encilhado sem reagdes, permitindo ser montado, sendo capaz de executar partias ao passo, transigao do passo para a marcha, para 0 galope (Transigdes Ascendentes), deste novamente para a marcha, o passo (Transigdes Descendentes) € 0 alto nas trés variagdes ou “andaduras”, Deve ainda fazer curvas e voltas para ambos os lados, trocas de pé a0 galope, executar 0 recuo sem reagdes e ficando os comandos ¢ transigGes cada dia mais sutil. )UEAMENTO: Y Fazer parte da Rotina Diéria antes de encilhar 0 cavalo. Y Usando uma raspadeira de borracha (evita traumatismos nas partes desprovidas de proteggo muscular), massagear a pele em movimentos circulares > Os pélos caducos € a sujeira irdio se desprender. CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS cURSO PECIALIZADO EQUESTRE 3 Y Retirar os pélos desgarrilos com uma escova de cerdas longas através de movimentos simulando uma “varredura”, Y Este procedimento deve ser feito em todo 0 corpo, atentando sempre para quaisquer reagdes anormais. < Na cabega, sobretudo na regido dos olhos ¢ orelhas, € ideal usar uma flanela. ¥ Evita-se que o cavalo assuma atitudes de defesa ao ser arreado tirando cécegas de regides sensiveis, como o ventre e virilha + 0 animal permite a aproximagao © 0 contato. < Massageia a pele, estimulando a circulagao sanguinea. s ‘Affina os pélos e favorece o brilho. V Alivia as tensdes que possa interferir 2 montaria ¢ melhora a interagdo entre cavalo e cavaleiro. Y Inspecionar os cascos. Verificar a presenga de corpos estranhos, retirando matéria orginica — evita-se 0 apodrecimento de ranilha, mantém os cascos arejados e melhor irrigados, evitando compressio e promovendo a satide dos cascos. ¥ Eneilhar. b) ENCILHAMENTO ~ Arrear o ani > Colocar o baixeiro / manta cobrindo parte da cernelha. > Imaginar uma linha vertical passando imediatamente atrés da cemnelha, descendo até a regio do estemno, aproximadamente a trés ou quatro dedos atrés do codilho. Sobre esta linha, se encontra O Ponto de Equilibrio do Cavalo. + Assim, seus movimentos serio suaves, equilibrados, coordenados - sem desperdicio de energia, pois se a sela estiver atrasada, por exemplo, ird alterar 0 ponto de equilibrio para trés podendo este animal a exagerar na movimentagio de seus Anteriores. > Colocar a sela suavemente sobre 0 dorso do animal, logo atrés da cernelha — trajetéria do peso da scla e do cavaleiro deve passar pela linha imaginéria, para no alterar a distribuigdo de peso e conseqilentemente de movimentagao do animal. >. Evitar 0 contato do baixeiro ou menta com a linha de dorso do cavalo, fazendo uma “calha” (suspendendo-o com as maos adiante e atrds da sela)—» permitindo uma ventilago através desta regitio suspendendo-o com as mios adiante e atrés da sela, > Ajustar a cilha firmemente (pasar a mao espalmada do cavaleiro com dificuldade), passando trés a quatro dedos atrés do codilho, para fixagao da sela ao dorso, CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE, 4 > Completar a fixagto da sela com o ajuste da barrigueira (quando existir), cuidando para que no esteja demasiadamente apertada —> a tensio correta deverd permitir a passagem da mao fechada, com pouca facilidade. v Regular 0s estribos ainda no chao, Para esta nogdo, deve-se colocar o estribo na regido da axila, e com o puro cerracs esticar o brago direito sobre 0 loro + A. medida estaré correta se a mo atingir o ponto de encaixe do loro a sela ¢ a soleira do estribo chegar & axila. > Confirmar esta medida de cima, montado, com as pernas descidas paralelamente 0s costados do cavalo, sem calgar o estribo, o mesmo deverd estar a uma altura de trés centimetros acima do salto da botina ou ficar de pé nos estribos, de modo que o ajuste entre sela e virilha, dé passagem a mao sem folga. > Colocar a cabegada, acompanhada da embocadura ¢ das rédeas. 3.I- c) ENFRENAR - €0 ato de colocar a embocadura e ajustar a cabegada: > Tomar a cabegada a mao direita ¢ passar as rédeas por sobre 0 pescogo do animal. > Segurando a cabegada pela nuqueira ¢ apoiando a embocadura sobre a mao ‘esquerda, passar a nuqueira as orelhas, até que a embocadura toque os 1ébios do animal. > Usar 0 polegar para mussagear a regido das Barras (parte da mandibula desprovida de dentes), sem bater a ermbocadura nos dentes, promovendo a abertura da boca. > Introduzimos a embocadura e passamos as orelhas, uma a wna. > Ajustar a embocadura: se briddo, este deve estar ajustado as comissuras labiais (aproximadamente 0,3 cm de cada lado), provocando leve ruga na pele. Se for o freio, este poderd se apoiar da mesma forma que 0 bridao, ou ainda mais baixo, sem deixar rugas nas comissuras, > Ajustar a Barbela (no caso de freio ou embocadura intermediéria) permitindo que se passe dois dedos entre ela e a barbada — assim haverd atuago na Barra, 3. d) MONTANDO A CAVALO: ‘Antes de montarmos 0 cavalo € bom que mesmo seja conduzido pelo cabresto até um local aberto, sem obstaculos ao redor, para que habitue com a sela sobre seu dorso, evitando-se algum acidente, Maneira Incorreta e perigosa de conduséo do animal CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS (CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE 3 O cabresto que serviu para puxar o cavalo deve agora ser atado a sela, de forma a ser desatado facilmente, como uma lagada simples. Estando entdo o cavalo corretamente encilliado, 0 cavaleiro deve se aproximar pelo lado esquerdo do animal, empunhando firmemente na mio esquerda as duas rédeas ¢ mantendo-as curtas. Rédea direita pouco mais curta para evitar que fuja com a garupa, girando sobre seus anteriores e dificultando a montaria. Além das rédeas, poderd segurar a crina para maior firmeza ou se apoiar no pescogo. Em seguida, 0 cavaleiro dever calgar 9 estribo com o pé esquerdo, ajudado se necessério pela mio direita e atentando para nfo “cutucar” o costado do animal. compo do cavaleiro deveré direita de seu quadril e tronco, + colado ao costado do cavalo, espevificamente a lateral A face interna do joelho esquerdo cola a sela firmemente. O brago direito envolve o Assento da sela. A mio direita segura firmemente a parte dianteira da Aba, do lado direito do cavalo, Ly Impedir um acidente caso o animal saia de repente ou facilitar a montaria no caso do animal nao ficar parado para montar. Com a pea direita apoiada no solo, o cavaleiro daré um impulso, projetando seu corpo para cima e para a direita, simultaneamente. «3 A pena direita deve se distender, passando sobre a garupa, sem tocé-la. cavaleiro assentar-se-a suavemente sobre a sela, tronco na vertical, olhar buscando a linha do horizonte. Sem desviar o olhar para o estribo direito, calgé-lo até um tergo do pé. Calgar até um tergo o pé esquerdo ao estribo. Empunhadura das rédeas com a mao esquerda (as duas rédeas em uma mao). Com © punho cerrado, voltado para a direita, costas da mAo para a esquerda, polegar para cima, a rédea esquerda devera passar entre o dedo médio e indicador, passando a rédea direita entre o indicador e 0 polegar, que com firmeza prende a rédea direita. 3—e) POSTURA A CAVALO: E indispensavel para que o cavaleiro possa obter do animal o maximo do desempenho, com equilibrio ¢ leveza do conjunto. CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE, 6 Assentado proximo ao Cepilho, 0 cavaleizo deve manter seu corpo na vertical, fazendo- © coincidir com a linha imaginéria descrita anteriormente, na qual se encontra 0 ponto de equilibrio do cavalo. Othar sempre buscando 0 horizonte. Manter o peito projetado ligeiramente para frente, ¢ 0s ombros para trés. Os bragos devem descer numa vertical paralela e colada ao tronco. Os cotovelos, semiflexionados, devem estar sempre prontos para amortecer impactos vindos do antebrago, através de sua articulagao. antebrago deverd se encontrar formando um Angulo de aproximadamente cem graus ‘com o braco, de tal forma que as maos se mantenham logo adiante da cernelha, préximo da crineira, Desta forma as mfos nunca estardo altas. Também atentar para ndo estarem coladas crineira. © quadril € outro ponto de amortecimento de atritos. Colado a sela, deve ter suas articulagdes com a coluna, bem flexiveis para 0 bom desempenho diminuindo impactos. ‘As coxas do cavaleiro devem descer naturalmente aderidas a sela. 0s joethos, semi flexionados, devem manter contato com a sela, sem se tornarem, ponto de apoio, ‘As pemas deverdo descer na vertical, bem alongadas, estando a panturrilha sempre colada ao cavalo. Posicionado desta forma, o cavaleiro descreverd um arco aderido ao cavalo. < Os pés devertio ser mantidos com a ponta para frente ¢ ligeiramente acima do caleanhar. ‘As articulagdes do tornozelo também auxiliam no amortecimento de atritos. 3.1-f) ASSENTO: Conceito: Capacidade de se manter “ligado” ao cavalo e seus movimentos, em pleno equilfdrio e dominio de suas agdes, mantendo aderéncia, flexibilidade © naturalidade na equitagao. ‘Uma das maiores qualidades que deve ter um cavaleiro.. ento: ‘Sao caracteristicos do bom 1. Fixidez € a capacidade do cavaleiro se aderir totalmente ao cavalo, através do arco descrito anteriormente, cesintee memes POMECTAT HEAD A BALPSTRE F CURSOS (CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE, a 2. Flexibilidade se observa na harmonia de movimentos entre cavalo e cavaleiro. 3. Estar A vontade é a naturalidade para que a equitagdo seja um exercicio suave € prazeroso. Buscar aderéncia e firmeza das coxas ¢ pernas, estando firme na sela. Adquirir flexibilidade esta correlacionado & independéncia de movimento das pernas, tronco, bracos, maos, além de amortecimento pelas articulagdes do cotovelo, do quadril, do joelho e do pé. O cavaleiro estard, finalmente, a vontade, quando dominar estas condigdes , montando com seguranga, equilibrio, elegancia ¢ naturalidade, 1—g) AJUDAS: ‘A Linguagem das Ajudas é 0 recurso Universal utilizado pelos cavaleiros para se comunicar com o cavalo, através de sinais que ajudam o animal a responder corretamente os comandos. s instrumentos desta linguagem, as ajudas, se dividem em Naturais ¢ Artificiais. Ajudas Naturais: pernas, corpo, maos ¢ voz. Ajudas Artificiais: espora e chicote (somente iro agir quando as Ajudas Naturais forem insuficientes, sendo um reforgo da pea). (O uso da voz, que associada a um determinado comando, reforga o condicionamento do animal. O cavalo tem em sua audigao um dos mais apurados sentidos, reconhecendo a voz de quem lida com estes diariamente, podendo se acalmar ou n&o dependendo do manejo. ‘Associando um tom suave de voz a leves tapinhas no pescogo, consegue-se do cavalo 0 reconhecimento de que sua atitude foi acertada. O afago é instrumento para o bom condicionamento do cavalo. ‘A espora, calgada na altura do calcanhar (de preferéncia com “cdo” pequeno e voltado para baixo, pois, facilita seu uso evitando que a espora entre primeiro que a pera), seré um auxilio quando 0 animal nao responder aos comandos de pressiio da pemna. Seu uso deve ser moderado, permanecendo como recurso exira em situagdes extremas. O chicote deverd ser usado em animais que também n&o responderem aos comandos de perna, na regido do flanco, no mesmo lado de ago da pera. De forma enérgica, 0 cavaleiro deve usar 0 chicote sem repetigdes sucessivas, para que o animal no se torne manhoso ¢ dependente deste artificio. I | 3,1—h). BREVES ELUCIDACOES SOBRE A “ANATOMIA DA EQUITACAO” ‘A Coluna Vertebral é revestida de misculos e ligamentos, constituindo 0 eixo propulsor do cavalo. O “motor"do cavalo é o trasciro - a energia do seu movimento é gerada no posterior © transmitida aos anteriores e antemio através da coluna vertebral. A "coluna de diregao" ou pescogo, dosa e distribui o impulso recebido. Assim, o cavalo precisa estar bem flexivel, para permitir a condugo de energia do movimento do posterior para o anterior. Esta é.a importdncia da busca por um animal que trabalhe engajado e colocado. A grosso modo, é possivel dizer que 0 cavaleiro gere a impulsaio com as pernas e, através das rédeas, estabelega 0 limite da ago com as méos. owen rants EODECIATIZADA FOTESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE 8 3.1- i) COMANDOS Comando de Pernas Atuando com as pernas sobre os costados (cilhadouro) do cavalo, o cavaleiro gera impulso, que é a forga de propulsto do animal, produzida pelos grupos musculares do trem posterior. Além de naturalmente favorecer 0 Engajamento de Posteriores. ‘Através da panturrilha, ou numa ago mais forte, com o calcanhar, podem atuar por pressdo ou por batida, dependendo da sensibilidade e do grau de adestramento do animal. Isoladamente, a perna pode promover a curvatura do cavalo em tomo dela mesma, atuando por pressdo também no cilhadouro, favorecendo o deslocamento do animal para o lado da agao da perna (perna que encurva). Agindo numa regio mais atrasada dos costados, a pema isolada promove o desvio da garupa para o lado oposto ao da ago (pera que desvia). A reagio do cavalo a pena que encurva é uma atitude natural, a resposta A perma que desvia precisa ser ensinada através do adestramento. Ambas so utilidades na equitagao. Agindo simultaneamente e de forma suave nos costados, as pernas podem ainda dar o comando de redugio de velocidade ou de parada, Comando de Corpo Usando 0 corpo, ¢ possivel induzir 0 cavalo a mudar de diregio, deslocar-se a frente (partidas), parar, ou mesmo recuar — como jai dito, devido a mudanga do ponto de equilibrio Pelo deslocamento de seu eixo, promove a quebra do equilibrio do cavalo, Para retomar o equilfbrio o animal precisa posicionar seu centro de gravidade novamente sob 0 peso do corpo do cavaleiro, deslocando-se no seu sentido, Comando das Maos Com as mais o cavaleiro age na boca do cavalo, como também em seu pescogo, usando para isso as rédeas e a embocadura como auxiliar ao seu trabalho. ‘Através das rédeas, agem sobre a boca € o pescogo do cavalo. Sao regides sensiveis nas quais se deve agir com suavidade, diferente do que costumamos ver em nosso meio. As méos podem atuar resistir ou ceder, conforme a necessidade. E importante sabermos os conceitos de “apoio”, “ceder” e “contato”. Apoio é a pressio exercida pelo cavalo ao apoiar a boca sobre a embocadura, atitude normal ¢ desejavel na equitagdo, desde que o apoio seja suave. Contato ¢ a ligagtio promovida pelo cavaleiro entre suas maos ¢ a boca do cavalo, através de tensiio nas rédeas. O “ceder” das méos significa a diminuigHo da tenso nas rédeas, sem a perda de contato. Comando de Voz O uso da voz, que associada a um determinado comando, reforga 0 condicionamento do animal. O cavalo tem em sua audigao um dos mais apurados sentidos, reconhecendo a voz de quem lida com estes diariamente, podendo se acalmar ou ndo dependendo do manejo. Associando um tom suave de voz a leves tapinhas no pescogo, consegue-se do cavalo o reconhecimento de que sua atitude foi acertada. O afago é instrumento para o bom condicionamento do cavalo. CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE 9 Segiiéncia de atuagao das Ajudas, ainda que atuando quase simultaneamente: Pernas, Corpo, Mao ¢ Voz. A intensidade de atuagdo é varidvel, na mesma seqiiéncia: as pernas atuam com mais forga que 0 corpo, cabendo as maos a forga de ago mais suave. i) - CONCORDANCIAS E EXERCICIOS DE ADESTRAMENTO CONCORDANCIA DAS AJUDAS: Respostas precisas aos comandos: Atuar as ajudas em combinagdo e nfo isoladamente. Combinagio de Ajudas = Concordéncia das Ajudas P se combinamos ajudas de formas diferenciadas, estaremos dando comandos diferentes, assim é a Linguagem das Ajudas . E importante, portanto, que os comandos sejam precisos, e que as ajudas atuem sempre na regio ¢ intensidade corretas, evitando confusao em sua interpretago pelo animal. Combinando Ajudas Romper ao paso Primeiramente atuar com as pernas, por presso simulténea das panturrilhas, estaremos gerando a impulsto necessaria para o deslocamento, Se esta ajuda nao for o bastante, pode-se atuar por batidas, ou ainda fazer uso dos calcanhares. O corpo deveri ser deslocado ligeiramente para frente, rompendo o equilibrio do cavalo, que se deslocara também para frente, na tentativa de retomar 0 equilibrio, O centro de Equilibrio do cavalo esté na regio da cemelha, por isso haverd seu deslocamento para frente neste caso. As maos devem ceder suavemente, relaxando a tensdo nas rédeas, sem a perda do contato. Esta combinagao de ajudas induziré o cavalo a romper ao passo, naturalmente. T&o logo o animal inicie 0 passo, as mos retomam a tensfo inicial das rédeas, e 0 corpo retorna a posigdo inicial. As pemas continuam pressionando o cavalo, mantendo assim a impulséo. Desejamos que essa partida seja cada vez mais suave e imperceptivel. Alt Iniciar com leve pressio de pernas contra os costados, no sentido de trés para frente sem que se permita o adiantar das pernas. © quadril deveré assentar fundo na sela, fazendo presso sobre a mesma, de tris para frente. O tronco devera ser deslocado ligeiramente para rds, induzindo uma retomada do equilibrio do cavalo, através de sua reunitio. As mAos deverdio atuar suavemente, aumentando a tensdo nas rédeas. O cavalo poder dar alguns passos sob 0 comando do alto, até que pare por completo enquanto aprende de vez o exercicio. Conseguindo a resposta desejada, 0 cavaleiro deverd aliviar os comandos, como forma de recompensa ao cavalo, Com a evolugio do treinamento desejamos uma parada “4 estacas”, alinhada, com animal cedendo a nuca sem brigar e Posteriores engajados. Transicdes Conceito: Alteragdes crescentes (ascendentes) ou decrescentes (descendentes) de amplitude e ritmo dos movimentos do cavalo, como também as mudangas de andamentos. CONSTIE TORIA FSPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE 10 Para as transigdes crescentes (aumento da amplitude das passadas e mudanga do passo para a marcha, por exemplo), usamos as mesmas combinagdes de ajudas usadas para romper 20 passo, De forma contraria, nas transigdes decrescentes (diminuigao da amplitude das passadas, mudangas do galope para a marcha ou passo, ou da marcha para 0 passo), as combinagdes serio as mesmas usadas para o alto, Esta ago seré menor que para o comando do ALTO, ‘As transigdes entre os diversos andamentos tanto quanto a alteragao de amplitude dos mesmos conseguem - se através do aumento ou diminuigio da impulsto, pelo comando das pernas, regulada pelas maos ‘As ajudas do romper ac pesso devem ser usadas também para as transiges do passo para a marcha, como também para se alongar 0 passo, a marcha ¢ o galope, sempre tendo as. mios como reguladoras dos movimentos. Para as transig6es do galope para a marcha, desta para o passo, ou ainda do galope para (© passo, como também para se encurtar os andamentos, as ajudas serio as mesmas do alto, variando as intensidades de ago das pernas e mfos. A cada resposta satisfatéria aos comandos, 0 cavaleiro deve fazer um afago em seu animal, como recompensa indispensdvel a assimilagao do adestramento. Mudaneas de direc! Para Esquerda: Fazendo presso com a perna esquerda contra o cilhadouro (pema que encurva), induziremos 0 animal a curvar seu eixo longitudinal para a esquerda. Com o tronco desviado ligeiramente para 0 mesmo lado, o equilibrio seré rompido, exigindo do cavalo que se reequilibre através do apoio do anterior desviado para a esquerda, Para concluir, devemos desviar a mao para a esquerda, sem recué-la, distanciando-a poucos centimetros da crineira. A rédea direita se apoiara na face direita do pescaco, impelindo todo o antemdo para a esquerda. Este efeito produzido pela rédea € chamado de Rédea Contréria. A pera direita deveré auxiliar, para impedir o desvio da garupa para a direita, bastando para isto que seja pressionada levemente logo atras do cilhadouro. Para Direita: Basta que usemos as mesmas ajudas, em sentido contrario. Efeitos de rédea: Rédea direta de Abertura: Direta porque a rédea que atua chamada ativa esta do mesmo lado para o qual se quer 0 movimento do cavalo, De abertura porque se deve atuar, neste caso, abrindo a rédea ativa, distanciando a mao do eixo longitudinal do cavalo, A outra rédea, dita reguladora, regula 0 movimento. Desta forma o cavaleiro estar indicando para o animal a diregdo que deseja seguir. Este efeito deve ser usado quando dos primeiros repassos com o cavalo, empunhando- se cada rédea em uma mao. Primeiros comandos sempre em circaly mais aberto, empunhando o punho para cima, mantendo contato com a boca do animal € Atitude correta (pescogo sempre obliquo e base elevada). Focinho ligeiramente voltado para dentro da curva. A perna de dentro mantém contato para sentir 0 animal curvar na pera e ajudar a ceder a nuca. ‘Além de dar diregdo, ejuda no flexionamento de nuca ¢ Descontragiio do Maxilar. CONSILTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE. n Rédea direta de Oposigdo ~ Mestra da Garupa ; Recebe este nome porque se opde ao movimento “para frente” do cavalo. Atuando paralelamente ao eixo longitudinal, o cavaleiro traciona a rédea ativa, que bloqueia a espadua do mesmo lado, bloqueando conseqiientemente a garupa. A mao da rédea ativa age mais haixa gue a reguladora. Este efeito faz com que a garupa se desvie para 0 lado oposto ao da agao da rédea, chamada por isto de mesira da garupa, O corpo atua deslocando o ponto de equilibrio do animal para o lado que se quer a curva. As pernas tm aco diferenciada: a perna que se encontra do mesmo lado da rédea ativa age por pressdo atrds da cilha, desviando a garupa para o lado oposto. Recebe o nome de perna que desvia. A outra pera atua na regio da cilha, gerando impulsdo. Este efeito de rédeas & normalmente usado para se encostar o animal em porteiras, tronqueiras, auxilia nos exercicios de engajamento dos posteriores, ajuda muito no flexionamento de nuca (por isso até, devemos estar sempre atentos na Atitude correta de execugtio do exercfcio para evitar perda de Apoio para marchadores) corrige um desvio no recuo, etc. Para realizar um Circulo para a Direita: Rédea Ativa: Direita, Rédea Reguladora ¢ mais baixa: Esquerda. Perna que desvia ou atrasada: Direita, Perna reguladora na cilha: Esquerda. Para um animal tendendo a capotar, evitar essa rédea, pois flexiona muito a nuca, podendo favorecer a perda de apoio e consequente encapotamento. ‘Ajuda muito na mobilidade do trem Posterior (trabalha cruzando Posteriores), engajamento dos mesmos (musculatura Posterior é trabalhada) ¢ como ja dito, flexiona a nuca muito. Rédea Contraria das Espaduas (Campeira) : ‘Atuando sobre a tébua do pescogo (meio do pescogo), a rédea contréria tem este nome porque impele para o lado contrario o pescogo e espadua do animal. O animal se desloca para lado contrario do focinho. Desta forma, a rédea contraria direita atua sobre o lado direito do pescoco, deslocando 0 animal para a esquerda, De forma oposta, a rédea contraria esquerda age sobre o lado esquerdo do pescogo, conduzindo o animal para a direita. Para condicionar o cavalo a atender a este comando, o cavaleiro deve abrir cada vez menos a rédea de abertura ativa, quando das mudangas de diregfo, ¢ aproximar a rédea reguladora a tébua do pescoco do animal. Estando 0 cavalo bem condicionado, o cavaleiro passa a empunhar as duas rédeas numa 36 mao, preferencialmente a mao esquerda. E uma rédea que ajuda muito na descontragdo do maxilar ¢ levantamento conjunto de frente. Portanto, ao contrario da Mestra da Garupa, que flexiona muito e deve ser evitada em animais tendendo a “passar”, usar bem esta rédea. Trabalha cruzando os Anteriores e, portanto, melhora a mobilidade e desenvoltura do trem Anterior. Ajudando a soltar musculatura de espaduas, flexibilizando trem anicrior e com isso, conseguindo melhor liberdade de movimentago dos Anteriores. Algumas dicas Exercitar 0 cavalo primeiramente ao passo, jd que é 0 andamento de maior facilidade ¢ aprendizado. Antes de realizar os exercicios com certa corrego 20 Passo, nunca passar para outra “andadura”. Sempre que houver necessidade de retornar os exercicios ao Passo fazé-lo sem pressa, tirando as “pedrinhas da boca”, trabalho de paciéncia e nobreza equestre. fundamental que aprenda andar em rédea livre (sem contato com a boca) e gradualmente CONSUILTORIA FSPECIALIZADA FOUFSTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE 2 aprenda a Extensio de Pescogo para melhorar seu Alongamento, intercalar durante todos os exercicios para aliviar a coluna e melhorar a musculatura que quando trabalhada fadiga, doe e © animal perde a Confirmagao. O circulo facilita essa_aprendizagem inicial, porém devemos estar muito atentos 4 Atitude correta para cada exercicio Animais mais sanguineos devem adquirir a calma sob pena de no assimilarem satisfatoriamente os ensinamentos. Através de agdes suaves obtém-se do cavalo respostas precisas, sem maior esforgo do cavaleiro. Uma vez 0 exercicio executado bem feito, atentando para detalhamentos de sua perfeigdo, menor seré a quantidade de vezes de sua execugdo pela melhor qualidade ¢ maximizagao do efeito do exercicio. Nos marchadores, exige-se certo Apoio, porém leve e franco, Portanto, estar atento para nao permitir que o animal execute exercicios, figuras ou efeitos de rédea afundando seu conjunto de frente (principalmente os animais jovens que tem mesmo musculatura de sustentagiio). Partidas ao galops Quando se deseja tomar o galope ao pé esquerdo, deve-se fazer uma pressdo com a perma esquerda na regio do cilhadouro; impulsionando e encurvando o animal sob esta perna. Simultaneamente a perna direita é atrasada, mobilizando a garupa na diregéo oposta contribuindo para o ajuste do animal 4 encurvatura correta. A rédea esquerda se eleva em relagdo rédea direita, aliviando a espadua esquerda e ao mesmo tempo direcionando a frente do animal para o mesmo sentido. A concordancia dessas ajudas possibilita a total encurvatura necessdria para a partida ao galope ao pé esquerdo, Para facilitar a aprendizagem do animal devem-se realizar esses comandos aproveitando um percurso curvo seja ele qual for. O chicote, se necessério, deve agir na garupa no lado direito, para n4o deixar o animal fugir com garupa. Para tomar o galope ao pé dircito realizamos as mesmas ajudas, em sentidos opostos. Variagées do galope: Galope ao pé esquerdo: Quando o animal galopa com os membros Anteriores € Posteriores esquerdo frente. Galope ao pé direito: Quando galopa com membros Anteriores e Posteriores dircito a frente. Galope a mao esquerda: Refere-se niio ao membro anterior (mio), mas sim a mio de diregao, o sentido da pista tomado pelo cavalo, que no caso ser o sentido anti-horirio. Galope 4 mio direita: Refere-se a um galope tomado no sentido hordrio, contrério ao galope & mao esquerda Galope justo: Quando o animal executa um galope ao pé esquerdo, tomando uma pista 4 mao esquerda, e vice-versa, galope ao pé direito em pista a mao dircita. CONSHI-TORIA FSPECIAT IZ ADA FOLIESTRE F CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE 13 Galope reunido: Galope justo, de galdes curtos, estando o animal todo reunido, flexionado e engajado. Galope alongado: Galope justo, de galdes longos, estando o animal distendido, alongado. Galope médio: Galope justo, porém com galdes intermediérios entre o galope reunido e o galope alongado. Também chamado de “galope de trabalho”. Obs: a diferenga entre os galopes reunido, médio e alongado néo esté na velocidade dos movimentos, mas sim na amplitude dos galdes, associados a sua Atitude. Galope falso: Quando o animal executa um galope ao pé esquerdo, numa pista 4 mao direita e vice- versa. Este galope ndo é de todo indesejdvel, servindo para alguns exercicios de engajamento, para corrigir animais que caem nas espéduas e outros. Galope desunido: Quando o cavalo executa 0 galope com o membro anterior esquerdo e posterior direito & frente ou anterior direito e posterior esquerdo a frente. E um movimento desequilibrado, inttil ¢ indesejdvel, que deve ser interrompido sempre que ocorrer. O cavaleiro poderd percebé-lo com a pratica, pelo seu desequilibrio ¢ desconforto, Algumas Dicas Interessante intercalarmos no trabalho, Galope Reunido e Gaiope Alongado, flexibilizando todo o animal, além de Galope com Rédea Livre e Extenséo de Pescogo. Assim, além da flexibilidade, trabalhamos bem o alongamento — rendimento, aliviamos a coluna ¢ melhoramos a constituigao de uma musculatura para melhor Confirmagao. Esbarro: Estando o cavalo ja bem flexionado ¢ engajado, apoio suave na embocadura, atendendo a comandos sutis do cavaleiro, pode-se ensinar a figura do esbarro. Sua repetigao nao deve ser freqliente, sob pena de precipitagao do cavalo ao comando e devido principalmente ao peso deslocado sobre jarretes do animal e consequentemente sua sobrecarga. E comum o animal executar um meio esbarro quando na verdade o comando é de uma transi¢ao para a marcha ou mesmo uma reuniao do galope. Para uma figura bem feita do esbarro é preciso que o cavalo assuma um galope alongado. Em linha reta, e usando um anteparo como auxilio (um muro, cerca ou similar como corredor), o cavaleiro deve aplicar as mesmas ajudas do alto, reforgadas por uma maior pressfio das pernas, maior inclinagao do corpo para trds e uma agdo de mao firme, porém sem impacto, ligeiramenie elevada. Os comandos devem ser dados imediatamente antes do anteparo, num tempo do galope em que o animal se encontrar fora do chiio, em suspensiio total, ¢ s6 devem ser aliviados quando da parade total do cavalo. impacto na boca do cavalo, tracionamento das rédeas, além de provocar a elevagao indesejavel da cabega e do pescogo no momento do esbarro, pode levar a traumas irreversiveis, principalmente na coluna do animal, devendo ser evitado a todo custo. Na medida em que 0 animal for executando satisfatoriamente 2 figura, pode-se distanciar 0 ponto do esbarro do anteparo, até que ndo seja mais necessdrio 0 uso deste artificio, Lembre-se da recompensa, neste caso, se fara pelo alivio da presto das pernas e da mio, associado ao afago no pescogo. CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE, 4 ‘A execugdo da figura em declives pode melhorar 0 desempenho do animal, sobretudo por favorecer o deslizamento dos posteriores para sob a massa do cavalo, como deve acontecer no esbarro. Porém estar atento as fragilidades do animal, ja que sobrecarrega muito os jarretes. Recuo: Ultimo exercicio do adestramento basico. Por ndo ser uma figura natural para o cavalo, € de dificil assimilagao, necessitando paciéncia ¢ habilidade do cavaleiro para o ensinamento, Pode-se usar um corredor estreito, sem saida a frente, para facilitar ao cavalo a compreensio do que se deseja dele. Para executar o recuo € mais fécil para o cavalo fazé-lo na seqiiéncia do alto. Imediatamente apés 0 alto, na seqUéncia, o cavaleiro deve aplicar as ajudas do recuo. Inicialmente as pemas pressionam os costados, como na partida ao passo. O corpo do cavaleiro deslocado para tris exige do animal o recuo, para a retomada do equilibrio. A mao firme resiste (diferente de tragao), ligeiramente elevada. Apés sua execugao é motivo de alivio das pressdes das ajudas, seguido do afago. Nos primeiros exercicios, um ou dois passos para trs serdo suficiente. Mais importante que a disténcia percorrida no recuo, a perieigio dos movimentos deve ser perseguida, Os desvios de diregdo do recuo, depois do abandono da ajuda do corredor, podem ser corrigidos pelo uso da rédea de oposica0, aplicando-se a agdo de rédea no mesmo lado para o qual tenha se desviado a garupa. A perna que desvia, é atrasada, jogando a garupa para o lado oposto, realinhando o recuo. Algumas Dicas Caso o animal reaja, levantando 0 conjunto de frente no ALTO, antes de executar comandos de recuo, ceder & nuca do animal. Uma vez cedida, iniciar comando. Exigir evolugdo de Alinhamento, Flexionamento de Nuca, Engajamento de Posteriores € recuo desenvolto, mantendo Confirmagio. Sua corregao de Alinhamento também poderd ser por execugdo de um Recuo em L para © lado contrério que geralmente entorta e apresenta assimetria, Poder ser usado em apresentagdes quando pesar, pois alivia a coluna 3.11- NOCOES DE EQUITACAO Para que pudesse haver um entendimento entre cavalo e cavaleiro foi necessério a criagdio de uma linguagem apropriada, a Linguagem das Ajudas. Esta linguagem ¢ 0 recurso utilizado pelo cavaleiro para se comunicar com o cavalo através de sinais que ajudam 0 animal a responder corretamente aos comandos. Tal linguagem tem cardter universal. E so as ajudas 0s instrumentos desta linguagem, que se dividem basicamente em dois grupos distintos: ajudas naturais (pemnas, corpo, mos, voz) ¢ ajudas artificiais (espora, chicote). Estas tiltimas se constituem em reforgo das ajudas de pernas. Atuando com as pernas sobre os costados do cavalo, 0 cavaleiro gera impulsao, que & a forca de propulsto do animal, produzida pelos grupos musculares do trem posterior. Usando o corpo, é possivel induzir 0 cavalo a mudar de diregfo, deslocar-se para frente, parar, ou mesmo recuar, de acordo com o deslocamento do centro de gravidade (equilibrio). Com as mAos 0 cavaleiro age na boca do cavalo, como também em seu pescogo, usando para isso as rédeas e a embocadura. Completando este grupo de ajudas, chamadas de ajudas naturais, 0 cavaleiro deve fazer 0 uso da voz, que associada a um determinado comando, reforga o condicionamento do animal - Pro cavalo tem sua audigao CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSC ESPECIALIZADO EQUESTRE 15 bem sensivel. O reconhecimento da pessoa que se aproxima é normalmente conseguido pela audigio, sobretudo quando o individuo se encontra fora do campo de visio do cavalo. Associando um tom suave de voz a leves tapinhas no pescogo, consegue-se do cavalo 0 reconhecimento de que sua atitude foi acertada, O recurso do afago € fundamental para o bom condicionamento do cavalo, Quanto as ajudas artificiais, espora e chicote, devem ser usadas como reforgo (ndo castigo) das ajudas de perna. A espora calgada na altura do calcanhar, seré um auxilio quando © animal nfo responder aos comandos de pressio da batata da pena, Seu uso deve ser moderado, abolido se no houver necessidade de seu uso, permanecendo como recurso em situagdes extremas. O chicote deverd ser usado como um reforgo aqueles que nao responderem aos comandos de perna, sobretudo por desatengdo ao exercicio. Quando necessario, seu uso deve ser simultineo a ajuda de perna, reforgando o comando ¢ atuando no flanco, no mesmo lado de ago da pema. De forma enérgica, 0 cavaleiro deve usar 0 chicote sem repetigdes sucessivas, para que o animal nao se torne manhoso e dependente deste artificio. Além de estabelecer uma comunicagao entre cavalo e cavaleiro, através do condicionamento, adestramento tem como objetivo restabelecer 0 equilibrio do cavalo, rompido quando da colocago da sela ¢ do cavaleiro sobre o dorso do animal. Em condigdes normais o cavalo suporta cerca de 65% de seu peso nos membros anteriores. O acréscimo do peso do cavaleiro provoca uma sobrecarga nos anteriores que desequilibra o animal, sendo necessérias mudangas de sua postura para recuperar o equilibrio perdido. Estas mudangas se constituem basicamente em trés itens: elevagio da base do pescogo, flexionamento da nuca e engajamento dos Posteriores. Tais atitudes permitem que o animal distribua melhor a sobrecarga provocada pelo peso da sela e do cavaleiro. Estando em liberdade, 0 cavalo ¢ capaz de executar uma série de evolugdes como marchar, galopar, saltar, enfim, com pleno equil{brio ¢ leveza de movimentos. O adestramento visa devolver ao cavalo 0 equilibrio perdido ao ser montado, possibilitando a execugio das mais variadas figuras, com a mesma naturalidade que o faz em liberdade. Para assumir uma postura ideal de trabalho, chamada de Atitude, € necessdria a andlise da conformagao do animal, conhecendo suas limitagdes. Membros fortes, com aprumos corretos, tronco bem proporcional, pescogo leve e bem ligado ao tronco, tudo isso é fundamental para o desempenho atlético dos eqitinos. Um animal que possui ligagdo pesada da cabega com o pescogo, apresentaré dificuldade em flexionar a nuca. A elevagio da base do pescogo, por sua vez, dependerd de boa musculatura desta regido. Para o engajamento dos posteriores so necessirios bons aprumos, além de boa conformagtio e diregao da garupa, Dificilmente um animal acampado de trés, com membros posteriores atrasados, poder colocé- los sob a massa de seu corpo. Uma garupa horizontal também dificulta o engajamento. Estas ¢ outras qualidades morfolégicas sao fundamentais para que o cavalo assimile 0 adestramento desempenhe bem suas fungdes. Ao iniciar o trabalho de adestramento propriamente dito, é preciso que o cavalo venha de uma boa doma, acrescida dos primeiros ensinamentos. Permitindo-se cabrestear, enfrenar, selar e montar sem reagdes, e j4 desenvolvendo os primeiros passos montado, o cavalo estard pronto para se iniciar no adestramento basico. E muito importante que o animal se habitue a romper ao passo somente quando solicitado. Jamais 0 cavalo dever se mover no momento de ser montado, Para isto o cavaleiro deve montar ¢ desmontar varias vezes 0 cavalo, mantendo as rédeas curtas, impedindo que 0 mesmo se mova. Ficando quieto, o cavalo deve receber um afago. Para uma boa intera¢do entre cavalo e cavaleiro ¢ indispensdvel uma postura correta deste ‘ltimo, que se consegue montando 0 cavalo logo atrés de sua cemnelha. Mantendo o CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE, 16 tronco na posigao vertical, 0 cavaleiro concentra seu peso sobre 0 centro de equilibrio do cavalo. Desta forma fica mais fécil para o cavalo carregar 0 cavaleiro, sem desgaste de energia, como para o cavaleiro é também mais facil obter respostas aos comandos. Apoio: : Logo nas primeiras montadas o cavalo tende a exercer com a boca uma tenso sobre a embocadura, sempre que tiver seu corpo projetado para frente. A esta atitude dé-se o nome de apoio. Em contrapartida 0 cavaleiro exerce uma tensio nas rédeas, mantendo uma comunicagdo entre sua mao e a boca do cavalo ® contato. Apoio ¢ contato sto indispensaveis & boa equitagdo, devendo acontecer de forma suave para conforto do cavalo e do cavaleiro. Desde que no sofra impactos da embocadura, provocados por maos pesadas € indbeis, 0 cavalo se habitua ao apoio, permitindo o contato sem reages. Elevagio da base do pescoco: ‘A elevagdo da base do pescogu é ura das mudangas de postura que deve assumir 0 cavalo para que entre em Atitude. Jé respondendo aos comandos de partida e alto, razoavelmente apoiado, o cavalo deve ser trabalhado com maior impulsdo (mais pressdo de perna), sob uma tens#o pouco mais forte das m&os, que deverdo resistir e se posicionar ligeiramente elevadas. © aumento da impulsdo e a resisténcia firme das mos promovem a elevagdo da base do pescogo. Este exercicio deve ser progressivo, evitando-se um estresse muscular no animal. Portanto, sempre seguido de Extensio de Pescogo para alongé-lo. Ao final do repasso, o cavaleiro deve conduzir o cavalo ao passo livre, permitindo o relaxamento e novamente estendendo o pescogo, através do alivio da presstio das pernas e da tensiio nas rédeas (desfazendo contato total com a boca do animal). A sustentagao do pescogo nao se faz com as mos, ¢ sim pelo trabalho consecutivo de resisténcia das maos sob a agdo forte das pernas, que a resultante destas forgas, seguida de alongamento (Extensdo do Pesco¢o), resultam numa musculatura forte de sustentagdo. Consequentemente consegue-se a Confirmagao do Conjunto de Frente. Flexionamento da nuca: Para os animais que apresentam dificuldade no flexionamento da nuca, alguns exercicios podem facilitar esta mudanga de postura. Devemos ter em mente que as alteragSes no cavalo devem ser obtidas de trés para trenie. As mdos raramente devem atuar, mas sim resistir. As pernas sao as responsaveis pelas maiores mudangas de postura do cavalo. Como na elevagdio da base do pescogo, em que as maos resistiram apenas, enquanto as pernas aumentavam a impulsdo, 0 flexionamento da nuca se consegue por agao das pernas, auxiliadas pelas maos. A Descontragdo do Maxilar é fundamental para que assuma uma atitude correta de trabalho, sem um apoio pesado na embocadura. Para tal descontragdo, os efeitos de rédea ajudam a promover uma massagem nas comissuras labiais e nas barras, fazendo com que 0 cavalo relaxe o maxilar, mascando a embocadura. Esta atitude leva a uma salivagao intensa do cavalo, sinal' de conforto e descontragao. Isto sé serd possivel com a agdo permanente das pernas contra os costados do animal, que geram um estimulo nervoso ascendente, que percorre o animal dos costados até a garupa, dat pela coluna dorso-lombar, cervical, até atingir a boca do animal, favorecendo assim a descontragiio do maxilar. Descontraindo 0 maxilar ¢ mascando a embocadura, o cavaleiro deve encurtar as rédeas, mantendo 0 contato ¢ permitindo 0 apoio do cavalo, Esta ago resulta na flexao da nuca, e deve ser obtida de forma gradual, para que a musculatura do animal se adapte com o tempo 4 nova postura. Para um relaxamento dos musculos responsdveis pela elevagio da base do pescogo e pela postura CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS CURSO ESPECIALIZADO EQUESTRE "7 flexionada da nuca, € fundamental que entre todos os exercicios de adestramento e a0 final do trabalho o cavaleiro permita a Extensto do pescogo. Alguns cavalos chegam quase a tocar 0 focinho no chao, pois tendem a buscar a embocadura cada vez mais embaixo. Usando os efeitos de rédea, consegue-se boa descontragao do maxilar. O engajamento dos posteriores serd estimulado com exercicios em circulo, descontrago e flexionamento de nuca. Atitude: ‘Na medida em que os exercicins de adestramento so conduzidos com éxito, o animal assume uma postura ideal de trabalho, a Atitude, conseguida em média de oito a doze meses de treinamento continuo. A musculatura das diversas regides do animal vai se fortalecendo, condicionando-se gradativamente ao trabalho. A condigao morfoldgica do animal assume nitida evolugfo, tomando-se 0 adestramento um étimo exercicio também para as provas de morfologia do Marchador. Estando bem montado o cavalo apresenta com evidéncia a elevagdo da base do pescogo, o flexionamento da nuca e o engajamento dos posteriores. EMBOCADURAS ~ VEJA EM ANEXO NA APOSTILA ESPECIFICA. Um cavalo bem adestrado deve apresentar caracteristicas préprias, que comprovem a assimilago dos exercicios, tanto quanto sua capacitagao fisica, Este animal deve ser calmo, direito, para frente e submisso. A calma seri demonstrada por suas agdes suaves, estando muito ligada a temperamento, docilidade. Ser direito nada mais é que alinhado em relago a seu eixo longitudinal, com movimentos simétricos, executando figuras para ambos 0s lados sem distorgdes, reto sob-retas ¢ ajustado nas curvas. Para frente € a caracteristica do cavalo que apresenta boa impulso, sentida pelo cavaleiro quando do uso das ajudas de perma. O termo submisso deve ser entendido como caracteristica do animal que nao apresenta reagdes indesejaveis na resposta aos comandos. A submissdo neste caso nada tem a ver com medo do castigo. O cavalo deve responder aos comandos demonstrando confianga, com expressiio alegre e descontraida. 4. CONSIDERACOES FINAIS E muito importante que o adestrador tenha paciéncia para o trabalho a que se propde. Sensibilidade para que perceba no animal o momento de avangar ou parar os ensinamentos, & hora do descanso ¢ a capacidade diferente de cada animal de assimilar as ligdes. Saber quando € quanto repetir as ligdes, ou mesmo perceber o dia em que o animal nao deve ser trabalhado, por alteragdes em seu humor, comuns a homens ¢ a animais. As evolugées no trabalho de adestramento so lentas, e as precipitagdes podem incorrer em atraso a vezes irrecuperdvel em tempo. Mesmo sendo o Marchador um cavalo inteligente, décil e sensivel, seu tempo deve ser respeitado. Para que atinja um grau satisfatério de Adestramento Basico, um cavalo deve ser trabalhado consecutivamente por oito a doze meses, aproximadamente, com profissionalismo, sensibilidade, sabedoria, paciéncia, técnica ¢ carinho. Nao podendo esquecer-se da boa nutrigo e manejo dos animais em treinamento, fator que pode por a perder todo um trabalho de adestramento. Os comandos do cavaleiro devem ser dados precisamente nos mesmos pontos de aplicagéio, para que nfo gere confusio na compreensiio pelo animal. Finalmente, a recompensa é a maior arma do cavaleiro para fixar a assimilagao dos comandos. Mais que para a equitagao simplesmente, exige-se para a doma um dom inato. Adestrar é arte! CONSULTORIA ESPECIALIZADA EQUESTRE E CURSOS

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