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LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL

MODALIDADE A DISTÂNCIA

LITERATURA HISPANOAMERICANA I

pró
LICENCIATURA
MELISSA ANDRES FREITAS
VALESKA GRACIOSO CARLOS

PONTA GROSSA
2010
CRÉDITOS

REITOR UEPG
João Carlos Gomes

VICE-REITOR COLABORADORES EM INFORMÁTICA


Carlos Luciano Sant’Ana Vargas Carlos Alberto Volpi
Carmen Silvia Simão Carneiro
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS Adilson de Oliveira Pimenta Júnior
Ariangelo Hauer Dias – Pró-Reitor Juscelino Izidoro de Oliveira Júnior
Kin Henrique Kurek
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO Thiago Nobuaki Sugahara
Graciete Tozetto Góes – Pró-Reitor
COLABORADORES EM EAD
DIVISÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Dênia Falcão de Bittencourt
E DE PROGRAMAS ESPECIAIS Jucimara Roesler
Maria Etelvina Madalozzo Ramos
COLABORADORES DE PUBLICAÇÃO
NÚCLEO DE TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO Rosany Hilgenberg – Revisão
ABERTA E A DISTÂNCIA Ana Caroline Machado – Diagramação
Leide Mara Schmidt – Coordenadora Geral Nara Souza Baptista – Diagramação
Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora Alvaro Franco da Fonseca – Ilustração
Pedagógica
COLABORADORES OPERACIONAIS
PROGRAMA PRÓ-LICENCIATURA Marcos Rogério Morais
Herminia Regina B. Marinho– Coordenadora Geral Lorena Ribas Rebonato
Mirian Martins Sozim – Coordenadora de curso João Márcio Duran Inglêz
Joanice de Jesus Küster de Azevedo
COLABORADORDEPLANEJAMENTO
Silviane Buss Tupich

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG.

S231l Santos, Dilma Heloisa


Língua española IV / Dilma Heloisa Santos.
Ponta Grossa: ed:UEPG/NUTEAD, 2010.
103p. il.

Licenciatura em Letras Português Espanhol


Modalidade a Distância.

1. Língua espanhola - habilidades linguísticas . 2. Língua


espanhola a distância - estratégias de estudo. II. T. Carlos,
Valeska Gracioso

CDD : 461
APRESENTAÇÃO
INSTITUCIONAL

Olá, estudante!

Mais uma etapa foi vencida e estamos iniciando o 4º período dos cursos do
Programa Pró-Licenciatura, uma feliz parceria entre a nossa instituição, o MEC, a
CAPES e o FNDE.
Estudar a distância é, hoje, uma alternativa ideal para alunos trabalhadores, que
necessitam de horários diferenciados de estudo e pesquisa, de modo a cumprir tanto os
seus compromissos profissionais como seus compromissos acadêmicos.
Os programas e cursos de EaD da nossa instituição vêm contribuindo
significativamente para a democratização do saber universitário e, especialmente,
para a formação inicial e continuada de professores. Tais cursos apresentam o
mesmo currículo, a mesma carga horária e a mesma duração dos cursos presenciais,
diferenciando-se deles pela utilização de materiais, metodologias e mídias próprias
da educação a distância que, além de facilitarem o aprendizado, permitem constante
interação entre alunos, tutores e professores, mesmo que eles se encontrem separados
no tempo ou no espaço.
Quando você iniciou seus estudos nessa modalidade educacional, provavelmente
tinha poucos conhecimentos sobre a educação a distância, suas possibilidades e limites,
bem como sobre o funcionamento do sistema virtual de aprendizagem do qual faz
parte.
Hoje, certamente, você se sente mais seguro para estudar, aprender e investigar,
utilizando-se dos recursos comunicacionais e tecnológicos que estão ao seu alcance.
Você deve ter percebido que, na medida em que se ampliam seus conhecimentos
e habilidades no uso da internet e do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), novos
horizontes se descortinam e, aos poucos, vão desaparecendo as fronteiras para a
comunicação e para a aquisição do conhecimento.
Lembre-se de que, como professor, você tem, atualmente, mais uma atribuição
que é a de promover a inclusão de seus alunos nessa realidade ainda desconhecida de
muitos que é o mundo virtual, pois se a educação a distância ainda enfrenta certas
resistências e preconceitos, isso ocorre principalmente por parte daqueles que a
desconhecem e ignoram o seu potencial.
Para usufruir de todos os benefícios desse novo mundo, seja um estudante
dedicado e curioso – leia, pesquise, faça perguntas, concorde ou discorde, mas não
perca as oportunidades de aprender e de se familiarizar com os recursos que a EaD
lhe oferece – eles serão muito importantes para o seu sucesso nos estudos e na vida
profissional.
A nossa equipe lhe deseja um excelente período letivo, fértil em aprendizagem
e realizações.

EQUIPE DO PRÓ- LICENCIATURA


SUMÁRIO

PALAVRAS DOS PROFESORES _________________________________ p. 07


OBJETIVOS E EMENTA _______________________________________ p. 09

UNIDAD I – Literatura pre-colombina y colonial____________________ p. 11


Apartado 1 – Contexto histórico: el descubrimiento_ _______________ p. 12
Apartado 2 – El diario de Colón_______________________________ p. 15
Apartado 3 – La visión española de la conquista___________________ p. 18
Apartado 4 – La poesía indígena y la mezcla cultural _______________ p. 24

UNIDAD II – Barroco_ _________________________________________ p. 35


Apartado 1 – El Barroco, movimiento cultural_____________________ p. 36
Apartado 2 – Retomando algunos conceptos de la poesía____________ p. 39
Apartado 3 – Sor Juana Inés de La Cruz, La Décima Musa___________ p. 42
Apartado 4 – Arte, ingenio y profundidad en la obra de
Sor Juana Inés de La Cruz____________________________________ p. 46

UNIDAD III – Romanticismo _ ___________________________________ p. 55


Apartado 1 – Contexto Histórico_______________________________ p. 56
Apartado 2 – Esteban Echeverría – El matadero___________________ p. 58
Apartado 3 – Domingo Faustino Sarmiento – Facundo______________ p. 63
Apartado 4 – José Hernández – Martín Fierro ____________________ p. 68

UNIDAD IV – José Martí, el Modernismo y Rubén Darío_______________ p. 79


Apartado 1 – José Martí, el Apóstol de la Libertad_________________ p. 80
Apartado 2 – El Modernismo Español e Hispanoamericano________ p. 89
Apartado 3 – Rubén Darío ___________________________________ p. 92

PALABRAS FINALES __________________________________________ p. 103


REFERÊNCIAS _______________________________________________ p.104
QUEM SOMOS ______________________________________________ p.108
PALAVRAS
DAS PROFESSORAS

Estimado estudante! Bem vindo aos estudos das literaturas de língua espanhola.
Este semestre o convidamos a aprofundar seus conhecimentos na literatura hispano-
americana, ou seja, literatura em língua espanhola produzida na América Latina. Nossos
estudos se dividirão em duas partes, ministrados em dois semestres.
O estudo de ambos os fascículos proporcionará a você, estudante, um contato
com a literatura da América hispânica desde a chegada dos espanhóis até os dias de
hoje, de uma forma panorâmica e concisa, já que trataremos de vários séculos de
produção.
Os fascículos Literatura Hispano-americana I e II propõem a aprendizagem
através de conteúdos histórico-literários que salientam a produção de alguns dos
autores mais representativos e reconhecidos de cada período literário. Desta forma,
propomos um trabalho de compreensão leitora de algumas das mais relevantes obras
e fragmentos de tais períodos.
Neste fascículo discutiremos a Literatura nas Américas desde seus primórdios.
Ela se inicia no momento em que Colombo e seus homens chegam ao novo mundo
e começam a produzir obras literárias no novo ambiente ou sobre temas americanos.
Não podemos deixar de ressaltar neste estudo o fato de que antes mesmo dos espanhóis
chegarem a América os povos que aqui existiam já haviam desenvolvido a escrita.
Assim, trataremos na primeira unidade sobre a literatura indígena, o descobrimento e
suas descrições e sobre a evangelização de indígenas. Na segunda unidade abordaremos
o Barroco que passava por uma fase de decadência na Espanha mas na América
encontrou solo fecundo. Em nossa terceira unidade passaremos pelas polêmicas obras
Românticas do período da pós-independência americana. E, finalmente, na quarta e
última unidade estudaremos um dos tantos mártires da independência, José Martí e
a conseqüência de suas obras: o surgimento do Modernismo através de seu máximo
representante, Rubén Darío.
Desejamos a você um ótimo estudo!

Melissa Andres Freitas


Valeska Gracioso Carlos
OBJETIVOS
E EMENTA

EMENTA
Panorama sócio-histórico cultural da literatura hispano-americana desde
sua origem até os dias atuais.

OBJETIVO GERAL
• Dar subsídios para a análise de obras literárias da Literatura Hispano-
Americana.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conhecer as principais obras e autores abrangendo o período do
descobrimento, o Barroco, o Romantismo e o início do Modernismo
na América;
• Contribuir para o aprimoramento da competência linguística e literária
dos estudantes;
• Analisar criticamente os períodos literários propostos, bem como suas
obras;
• Fomentar a aplicação de conhecimentos de Teoria Literária e Língua
Espanhola na análise do texto literário;
pró
LICENCIATURA

LITERATURA 11

UNIDAD I
PRE-COLOMBINA

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Y COLONIAL

OBJETIVOS DEL APRENDIZAJE


Comprender las principales características
que fomentaron el inicio de la Literatura
Hispanoamericana;
Conocer las principales obras y autores del
período y sus particularidades, relacionándolas con
el contexto histórico en que fueron producidas;

GUIÓN DE ESTUDIO

Apartado 1: Contexto histórico: el


descubrimiento
Apartado 2: El diario de Colón
Apartado 3: La visión española de la conquista
Apartado 4: La poesía indígena y la mezcla
cultural

pró
LICENCIATURA
12 Para iniciar la charla
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

¡Hola estudiante! ¿Puedes imaginar lo que ha sido para los descubridores de


nuestro continente llegar a un lugar con cosas totalmente distintas de todo lo que
habían visto o probado? ¿Puedes pensar lo maravilloso que fue descubrir un nuevo
mundo? Pues eso es lo que queremos compartir contigo en esta unidad.
Conocerás y estudiarás en esta unidad los primeros relatos sobre América,
las descripciones de la tierra, de los indios, de la flora y la fauna, o sea, de todo
lo desconocido ante los ojos de los españoles. Además, estudiarás el reflejo de la
conquista a través de la visión del conquistador y del conquistado.
Por lo tanto, al fin de esta unidad tendrás una base sólida para comprender
el principio de la literatura hispanoamericana, con sus primeras manifestaciones y
primeras características.
Entonces, ¿vamos juntos a iniciar un viaje con Colón al descubrimiento?
¡Qué aproveches!

APARTADO 1
Contexto histórico: el descubrimiento

UNIDAD I
pró
LICENCIATURA
En este apartado vas a conocer el momento histórico en el cual se encontraba
España cuando Cristóbal Colón llegó a América. 13

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
UN POQUITO DE HISTORIA

El año de 1492 es considerado la fecha crucial para la historia de España. Fue


cuando, después de una lucha que duró casi ocho siglos, los Reyes Católicos consiguen
arrojar a los moros de la península. En la Literatura Española florecía La Edad de Oro
y en Europa, el Renacimiento. En este mismo año es publicada la primera gramática
de la lengua española, escrita por Antonio de Nebrija. Otro dato importante es que en
esta época también actuaba de forma bastante influyente la Inquisición. Es también en
1492 que Colón llega a América por primera vez.
España, mismo con fuerzas debilitadas debido a la larga lucha contra los moros,
tuvo que improvisarse para colonizar el nuevo continente. Una corriente inmigratoria
de militares, buscadores de oro y colonos ansiosos por la posibilidad de cambiar sus
vidas se lanzaron al Nuevo Mundo. Además con estos se establecieron en América los
monjes dispuestos a propagar la fe cristiana a los habitantes que allí se encontraban.
Y de esta manera, les impusieron a las razas indígenas el idioma y la religión de los
conquistadores españoles.
Según la concepción de los colonizadores, la conquista española tuvo una
motivación religiosa “siguiendo la voluntad divina” y, por lo tanto, la guerra contra
los indígenas sólo terminaría cuando estos “seres irracionales y salvajes” fuesen
cristianizados.
La mayor de las islas descubiertas por Colón en su primer viaje fue el Haití y en
1496 se fundó la primera colonia europea en la ciudad de Santo Domingo. Cuando la
conquista pasó para la parte continental los focos más importantes de civilización y
cultura fueron la Ciudad de México y de Lima.

HISTORIA DE LA LITERATURA PRECOLOMBINA

En el suelo americano existían formas literarias anteriores a la llegada de los


conquistadores, es lo que llamamos Literatura Indígena o Precolombina. No podemos
olvidar que en la época que los europeos llegaron al Nuevo Mundo en América
había pueblos en diferentes estados de evolución, desde tribus caribeñas cazadoras y
recolectoras hasta las grandes comunidades urbanas organizadas en imperios como el
azteca, el maya o el incaico. Las tres literaturas más brillantes y conocidas coinciden
con estas tres grandes culturas precolombinas. Cada una de ellas utilizó una lengua, así
los aztecas hablaban y producían su literatura en lengua nahuatl; los mayas en la llamada
lengua maya; y los incas en lengua quechua.
La literatura indígena transmitía la visión religiosa del mundo, poesía, historia,
ciencia del calendario, creencias y prácticas mágicas de estos pueblos. Además, había
obras que trataban de ciencias, astronomía y filosofía.
No obstante, durante la conversión de los indios al cristianismo, los españoles
creyendo que estos testigos literarios hacían referencia a algún tipo de religión o mágica,
los destruyeron. Con todo, debemos tener en cuenta que por más avanzados que fueran,
estos pueblos no tenían papel ni pluma para dejar sus legados como los españoles. Esta
UNIDAD I
literatura se basaba fundamentalmente
en la tradición oral, y por este medio EL Popol Vuh presenta el origen del
14 mundo. Narra la creación de las formas, de la
se transmitía y se conservaba. Sólo
algunas obras muy particulares se flora, de la fauna y de los hombres, describe
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

grababan en algún soporte escrito. Por las diferentes familias de los quichés, entre
ejemplo, los mayas-quichés tenían un otras descripciones y narraciones. Habla sobre
sistema de escrita pictográfica como el origen acuático del mundo; de la serpiente
el códice del Popol-Vuh, el libro más emplumada, una divinidad que había flotado
importante de la cultura maya, que sobre las aguas de los orígenes. Presenta
ilustramos abajo. una fusión de “elementos sagrados con los
mitológicos, la historia con la leyenda, en una
atmósfera de génesis que recuerda la Biblia y
los Vedas, los libros sagrados de la humanidad”.
(Moreira, 2008)

Como sabemos, la conquista trajo


la destruición de las culturas indígenas y
con eso, la destruición de su literatura.
Sin embargo, gracias a la labor de
algunos cronistas españoles, con sus
traducciones al alfabeto latino es que
tuvimos acceso al poco que nos restó.

Codex Tro-Cortesianus, Museo de América, de Madrid.


http://www.famsi.org/research/graz/madrid/index.html

HISTORIA DE LA LITERATURA HISPANOAMERICANA

La historia de la Literatura Hispanoamericana empieza cuando los conquistadores


comienzan a producir obras literarias escritas en el ambiente del Nuevo Mundo o
sobre temas americanos, todas escritas en el idioma castellano.
El primero género literario americano es la crónica y fue gracias a los cronistas
que conocemos los pormenores de la conquista española.
Esa nueva expresión literaria registraba lo que ocurría durante la colonización,
o sea, los primeros textos que tenemos escritos en la lengua castellana en suelo
americano son relatos de la acción conquistadora y por lo tanto, nos muestran la visión
del conquistador.
Los primeros textos hispanoamericanos pueden ser analizados bajo diversas
ópticas. Los podemos analizar bajo un análisis filológico, averiguando la lengua en que
UNIDAD I
pró
LICENCIATURA
fueron escritos, o bajo un análisis estético, buscando sus valores literarios.
Otro hecho relevante es que muchos cronistas venidos de España escribieron 15
sus textos basados en las ideas renacentistas que vigoraban en Europa durante el

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
período. Por esta razón empezamos a estudiar la Literatura Hispanoamericana por
los cronistas, empezando por el primero, que fue Cristóbal Colón. Así, en el próximo
apartado estudiarás lo maravilloso de lo americano a través de sus cartas.

Para profundizar tus conocimientos sobre el descubrimiento


de América te recomendamos que veas la película 1492: La conquista
del paraíso, del director Ridley Scott, en la cual Gérard Depardieu
hace el papel de Cristóbal Colón.

APARTADO 2
El diario de Colón

En este apartado vas a conocer un poco sobre la vida de Cristóbal Colón y las
descripciones hechas por él en su diario de bordo.

UNIDAD I
El origen del descubridor de América, Cristóbal Colón, aún hoy es tema de
16 discusión. El hipótesis más acepto es que haya nacido en Génova.
Financiado por los reyes de España, lo que es cierto es que Colón no sólo
descubrió América, sino que regresó a Europa, realizando un total de cuatro viajes y
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dando origen a una ruta para la navegación periódica y segura entre los dos continentes.
Sin embargo, lo que nos interesa a nuestros estudios es la producción literaria de
ese aventurero navegador. Colón escribió un diario para cada viaje realizado a América,
pero aquí te traemos trechos del primero. Por cierto que no era un escritor o un letrado,
pero sí un aventurero cuyas circunstancias le llevaron a escribir sobre las tierras que
descubrió. Debido a su origen, también no es cierto sobre la lengua en que Colón
escribió sus diarios, se cree que utilizó el castellano, pero influenciado por italianismos.
El extracto que elegimos describe del día 11 al día 12 de octubre de 1492, cuando
la tierra es avistada.
Ahora vas a leer el texto que es considerado el texto fundador de la Literatura
Hispanoamericana.

Texto 1
Jueves, 11 de octubre
“Navegó al Ouestesudeste. Tuvieron mucha mar, y más que en todo el
viaje habían tenido. Vieron pardelas y un junco verde junto a la nao. Vieron
los de la carabela Pinta una caña y un palo y tomaron otro palillo labrado, a lo
que parecía, con hierro, y un pedazo de caña y otra hierba que nace en tierra,
y una tablilla. Los de la carabela Niña también vieron otras señales de tierra y
un palillo cargado de escaramojos. Con estas señales respiraron y alegráronse
todos. Anduvieron en este día, hasta puesto el sol, veintisiete leguas.
Después del sol puesto, navegó a su primer camino al Oueste: andarían
doce millas cada hora; y hasta dos horas después de media noche andarían
noventa millas, que son veintidós leguas y media. Y porque la carabela Pinta
era más velera e iba delante del Almirante, halló tierra e hizo las señales que el
Almirante había mandado. Esta tierra vido primero un marinero que se decía
Rodrigo de Triana; puesto que el Almirante, a las diez de la noche, estando en
e1 castillo de popa, vido lumbre, aunque fue cosa tan cerrada que no quiso
afirmar que fuese tierra; pero llamó a Pedro Gutiérrez, repostero de estrados
del Rey, y dijo que parecía lumbre que mirase él, y así lo hizo y vídola. Díjole
también a Rodrigo Sánchez de Segovia, que el Rey y la Reina enviaban en
el armada por veedor, el cual no vido nada porque no estaba en lugar do
la pudiese ver. Después que el Almirante lo dijo, se vido una vez ó dos, y
era como una candelilla de cera que se alzaba y levantaba, lo cual a pocos
pareciera ser indicio de tierra. Pero el Almirante tuvo por cierto estar junto a
la tierra. Por lo cual dijeron la Salve, que la acostumbraban decir e cantar a su
manera todos los marineros... y rogó y amonestólos el Almirante que hiciesen
buena guarda al castillo de proa y mirasen bien por la tierra, y que al que dijese
primero que veía tierra le daría luego un jubón de seda, sin las otras mercedes
que los Reyes habían prometido, que eran diez mil maravedís de juro a quien
primero la viese.

UNIDAD I
pró
LICENCIATURA

A las dos horas después de la media noche (del día 12 de octubre) 17


pareció la tierra, de la cual estarían dos leguas. Amañaron todas las velas y

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
quedaron con el treo, que es la vela más grande sin bonetas, y pusiéronse a
la corda, temporizando hasta el día viernes, que llegaron a una isleta de los
Luchados, que se llamaba en lengua de los indios Guanahani. Luego vieron
gente desnuda, y el Almirante salió a tierra en la barca armada, y Martín
Alonso Pinzón y Vicente Anes, su hermano que era capitán de la Niña. Sacó
el Almirante la bandera real, y los capitanes con dos banderas de la Cruz
Verde, que llevaba el Almirante en todos los navíos por señala con una F y
una Y: encima de cada letra su corona, con una de un cabo de la t y otra de
otro. Puestos en tierra vieron árboles muy verdes, y aguas muchas y frutas de
diversas maneras. El Almirante llamó a los dos capitanes y a los demás que
saltaron en tierra, y a Rodrigo de Escovedo, escribano de toda la armada, y a
Rodrigo Sánchez de Segovia, y dijo que le diesen por fe y testimonio cómo
él por ante todos tomaba, como de hecho toma, posesión de la dicha isla
por el Rey y por la Reina, sus señores, haciendo las protestaciones que se
requerían, como más largo se contiene en los testimonios que allí se hicieron
por escripto. Luego se juntó allí mucha gente de la Isla”.

2.1 Tras leer el texto escribe un comentario sobre tus impresiones del primer
texto hispanoamericano y envíalo a tu tutor.
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El próximo texto que vas a leer pertenece también a nuestro primero cronista:
Colón. Es la primera descripción hecha de los indios.

Texto 2

“Yo, porque nos tuviesen mucha amistad, porque conocí que era gente
que mejor se libraría y convertiría a Nuestra Santa Fe con Amor que no por
fuerza, les di a algunos de ellos unos bonetes colorados y unas cuentas de
vidrio que se ponían al pescuezo, y otras cosas muchas de poco valor, con
que tuvieron mucho placer y quedaron tanto nuestros que era maravilla.
Los cuales después venían a las barcas de los navíos a donde nos estábamos,
nadando. Y nos traían papagayos y hilo de algodón en ovillos y azagayas y
otras cosas muchas, y nos las trocaban por otras cosas que nos les dábamos,
como cuenticillas de vidrio y cascabeles. En fin, todo tomaban y daban de
aquello que tenían de buena voluntad. Mas me pareció que era gente muy

UNIDAD I
pobre de todo. Ellos andan todos desnudos como su madre los parió, y
18 también las mujeres, aunque no vide más de una harto moza. Y todos los
que yo vi eran todos mancebos, que ninguno vide de edad de más de 30
años. Muy bien hechos, de muy hermosos cuerpos y muy buenas caras. Los
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cabellos gruesos casi como sedas de cola de caballos, y cortos. Los cabellos
traen por encima de las cejas, salvo unos pocos detrás que traen largos, que
jamás cortan. De ellos se pintan de prieto, y ellos son de la color de los
canarios, ni negros ni blancos, y de ellos se pintan de blanco, y de ellos de
colorado, y de ellos de lo que fallan. Y dellos se pintan las caras, y dellos todo
el cuerpo, y de ellos solos los ojos, y de ellos solo la nariz. Ellos no traen
armas ni las conocen, porque les mostré espadas y las tomaban por el filo, y
se cortaban con ignorancia. No tienen algún hierro. Sus azagayas son unas
varas sin hierro, y algunas de ellas tienen al cabo un diente de pece, y otras
de otras cosas. Ellos todos a una mano son de buena estatura de grandeza
y buenos gestos, bien hechos. Yo vi algunos que tenían señales de heridas
en sus cuerpos, y les hize señas que era aquello, y ellos me mostraron como
allí venían gente de otras islas que estaban cerca y los querían tomar y se
defendían. Y yo creí y creo que aquí vienen de tierra firme a tomarlos por
cautivos. Ellos deben ser buenos servidores y de buen ingenio, que veo que
muy presto dicen todo lo que les decía. Y creo que ligeramente se harían
cristianos, que me pareció que ninguna secta tenían. Yo, placiendo a Nuestro
Señor, llevaré de aquí al tiempo de mi partida seis a Vuestra Alteza para que
aprendan a hablar. Ninguna bestia de ninguna manera vi, salvo papagayos
en esta Isla.”

2.2 De acuerdo con la visión de Colón, ¿cómo son los indios? Haz un
comentario crítico por escrito, envíalo a tu tutor y comparte tu opinión
con tus compañeros.
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APARTADO 3
La visión española de la conquista

En este apartado verás a través de dos otros cronistas de la corona algunas


descripciones del Nuevo Mundo. Hemos elegido tres de los más famosos cronistas de
la historia de América: Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés, Fray Bartolomé de las
Casas y Hernán Cortés.
FERNÁNDEZ DE OVIEDO
pró
LICENCIATURA

Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés fue un explorador y cronista de las 19


Indias y administrador español. Su obra más famosa fue Historia General y Natural de las
Indias, en la que describe el descubrimiento y la colonización de las Indias americanas

Lengua Espanõla II
y las costumbres del Nuevo Mundo desde la óptica de un minucioso observador de la
naturaleza.
En sus descripciones tiene la tarea de nombrar y describir lo desconocido,
utilizando un lenguaje familiar para explicar el extraño mundo natural.
La descripción del ananá, nunca visto o probado por los europeos hasta el
momento, es relatada a ellos, por primera vez, por sus palabras y dibujos. Para esto,
Fernández de Oviedo recurre a referentes familiares, entonces compara la fruta a la
apariencia de la alcachofa y el sabor al de melocotón con intuito de hacerse comprender.

Piña, en Gonzalo Fernández de Oviedo, Historia


general y natural de las Indias, Manuscrito, Real
Academia de Historia, Madrid.
http://www.lehman.cuny.edu/ciberletras/v21/
mayorga3.jpg

La Piña
“Hay en esta isla Española, unos cardos que cada uno de ellos lleva una
piña (o, mejor diciendo alcachofa), puesto que, porque parece piña, las llaman
los cristianos piñas, sin lo ser. Esta es una de las más hermosas frutas que yo
he visto en todo lo que el mundo he andado… ni pienso que en el mundo
la hay que se le iguale en estas cosas juntas que ahora diré. Las cuales son
hermosura de vista, suavidad de olor, gusto de excelente sabor. (…)
Mirando el hombre la hermosura de ésta, goza de ver la composición e
adornamiento con que la Natura la pintó e hizo tan agradable a la vista para
la recreación de tal sentido. Oliéndola, goza el otro sentido de un olor mixto
con membrillos y duraznos o melocotones, y muy finos melones, y demás
excelencias que todas esas frutas juntas y separadas, sin alguna pesadumbre; Y
no solamente la mesa en que se pone, mas, mucha parte de la casa en que está,
siendo madura y de perfecta sazón, huele muy bien y conforta este sentido
del oler maravillosa y aventajadamente sobre todas las otras frutas. Gustarla

UNIDAD I
20 es una cosa tan apetitosa y suave, que faltan palabras en este caso para dar
al propio loor en esto; porque ninguna de las otras que he nombrado, no se
pueden, con muchos quilates, acercar a ésta. Palparla, no es, a la verdad, tan
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blanda ni domestica, porque ella misma parece que quiere ser tomada con
acatamiento de alguna toalla o pañizuelo; pero puesta en la mano, ninguna
otra da tal contentamiento. Y medidas todas esas cosas y particularidades no
hay ningún mediano juicio que deje de dar a estas piñas el principado de todas
las frutas. (…)
Y si, por falta de colores y del dibujo, yo no bastare a dar a entender
lo que querría saber decir, dese la culpa a mi juicio, en el cual, a mis ojos, es
la más hermosa fruta de todas las frutas que he visto, y la mejor que huele
y mejor sabor tiene; y en su grandeza y color, que es verde, alumbrado o
matizado de un color amarillo muy subido, y cuanto más se va madurando,
más participa del jalde y va perdiendo de lo verde, y así se va aumentando el
olor de más que perfectos melocotones, que participan asaz del membrillo;
que éste es el olor con que más similitud tiene esta fruta; y el gusto es mejor
que los melocotones, y más zumoso”. (…)

FRAY BARTOLOMÉ DE LAS CASAS

UNIDAD I
pró
LICENCIATURA
El Fray Bartolomé de las Casas
fue el mayor protector y defensor de Encomendero era llamada a la
21
los indios. Nació en Sevilla y cursó persona que, con derecho otorgado por

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
licenciatura en Salamanca. Vino al el Rey, tenía indígenas encomendados,
Nuevo Mundo como encomendero, como parte de la institución colonial de la
pero siempre se destacó por encomienda. La encomienda permitía que el
defender a los indios del mal trato. encomendero se beneficiaba de rentas de los
Escribió obras de extremo alcance indígenas sobre los cuales era responsable
describiendo la colonia y la condición y pero sobre todo se beneficiaba de rentas
en que los indios eran sometidos a cuantiosas y del trabajo semi-esclavo que
la colonización. Intentó infundir un por concepto de “servicios personales”
espíritu cristiano a la colonización. debían tributarle sus encomendados. La
Influenció el pensamiento filosófico obligación del encomendero para con sus
y jurídico de la época, además de encomendados era enseñarles la doctrina
influenciar al gobierno a favor de los cristiana y defender sus personas y bienes,
indígenas. Sus obras exponen más bien En las colonias españolas ese cargo era
su concepto moral y ético que literario. considerado un premio y privilegio, pero
Sin embargo, algunos autores han
mucho se aprovecharon de su posición
puesto en tela de juicio la historicidad
para esclavizar a los indígenas.
de sus obras.

El trecho que leerás a seguir, perteneciente a Brevísima relación de la destrucción de las


Indias, demuestra el abuso de los más poderosos frente a los más débiles.

Brevísima relación de la destrucción de las Indias

“Descubriéronse las Indias en el año de mil y cuatrocientos y noventa y dos.


Fuéronse a poblar el año siguiente de cristianos españoles, por manera que ha
cuarenta e nueve años que fueron a ellas cantidad de españoles; e la primera tierra
donde entraron para hecho de poblar fue la grande y felicísima isla Española, que
tiene seiscientas leguas en torno. Hay otras muy grandes e infinitas islas alrededor,
por todas las partes della, que todas estaban e las vimos las más pobladas e llenas
de naturales gentes, indios dellas, que puede ser tierra poblada en el mundo. La
tierra firme, que está de esta isla por lo más cercano doscientas e cincuenta leguas,
pocas más, tiene de costa de mar más de diez mil leguas descubiertas, e cada día se
descubren más, todas llenas como una colmena de gentes en lo que hasta el año
de cuarenta e uno se ha descubierto, que parece que puso Dios en aquellas tierras
todo el golpe o la mayor cantidad de todo el linaje humano.
Todas estas universas e infinitas gentes a todo género crió Dios los más
simples, sin maldades ni dobleces, obedientísimas y fidelísimas a sus señores
naturales e a los cristianos a quien sirven; más humildes, más pacientes, más
pacíficas e quietas, sin rencillas ni bullicios, no rijosos, no querulosos, sin rencores,
sin odios, sin desear venganzas, que hay en el mundo. Son asimismo las gentes
más delicadas, flacas y tiernas en complisión e que menos pueden sufrir trabajos
y que más fácilmente mueren de cualquiera enfermedad, que ni hijos de príncipes
e señores entre nosotros, criados en regalos e delicada vida, no son más delicados

UNIDAD I
22 que ellos, aunque sean de los que entre ellos son de linaje de labradores.
Son también gentes paupérrimas y que menos poseen ni quieren poseer
de bienes temporales; e por esto no soberbias, no ambiciosas, no codiciosas.
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Su comida es tal, que la de los sanctos padres en el desierto no parece haber


sido más estrecha ni menos deleitosa ni pobre. Sus vestidos, comúnmente, son
en cueros, cubiertas sus vergüenzas, e cuando mucho cúbrense con una manta
de algodón, que será como vara y media o dos varas de lienzo en cuadra. Sus
camas son encima de una estera, e cuando mucho, duermen en unas como
redes colgadas, que en lengua de la isla Española llamaban hamacas.
Son eso mesmo de limpios e desocupados e vivos entendimientos,
muy capaces e dóciles para toda buena doctrina; aptísimos para recebir
nuestra sancta fee católica e ser dotados de virtuosas costumbres, e las que
menos impedimientos tienen para esto, que Dios crió en el mundo. Y son tan
importunas desque una vez comienzan a tener noticia de las cosas de la fee,
para saberlas, y en ejercitar los sacramentos de la Iglesia y el culto divino, que
digo verdad que han menester los religiosos, para sufrillos, ser dotados por Dios
de don muy señalado de paciencia; e, finalmente, yo he oído decir a muchos
seglares españoles de muchos años acá e muchas veces, no pudiendo negar la
bondad que en ellos veen: «Cierto estas gentes eran las más bienaventuradas del
mundo si solamente conocieran a Dios.»” (…)

3.1 ¿Cómo los indios son vistos por los ojos del Fray Bartolomé de las Casas?
Compara la descripción hecha por de las Casas con la primera descripción hecha
por Colón.
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HERNÁN CORTÉS

El famoso colonizador de México nació en Medellín, Extremadura, en 1485.


A los 19 años viaja para la isla Española, actual isla que abriga el Haití y la República
Dominicana. En 1511 participa de la conquista de Cuba. En 1519 parte a México con
una frota de 11 navíos y 508 soldados. Al llegar a México, Moctezuma, imperador de los
aztecas, cree que Cortés era el Dios Quetzalcoatl, pues la fecha de su llegada coincidía
con la fecha exacta de la profecía azteca que indicaba la llegada de Quetzalcoatl para
reclamar la ciudad de Tenochtitlán, y por tanto es muy bien tratado por el imperador
azteca. Moctezuma le envió a Cortés ricos regalos para evitar que se acercaran los
españoles de su pueblo, pero los regalos sólo excitaron la cobija de los invasores.
Para que no hubiera desertores y empeñado en conquistar el imperio azteca, Cortés
destruye las naves.
Durante la conquista de México, Hernán Cortés escribió las Cartas de Relación
UNIDAD I
pró
LICENCIATURA
en las cuales narra sus hazañas de conquistador. Estas cartas tienen como destinatario
el rey de España Carlos V. 23
Cortés era un hombre culto, conocía la ciencia jurídica y sabía latín y, de esta

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
forma, sus textos están llenos de citas clásicas, bíblicas y de la historia universal. Fueron
escritas 5 cartas. La que proponemos aquí es la Segunda Carta de Relación, en que Cortés
trata de sus relaciones con Moctezuma y su marcha hasta Tenochtitlán, describiendo
así la ciudad.
Este trecho de la Segunda Carta de Relación trata de la descripción de la ciudad de
Tenochtitlán y Moctezuma. Lee con atención:

“Otro día después que a esta ciudad llegué me partí y a media legua
andada, entré por una calzada que va por medio de esta dicha laguna, dos leguas
hasta llegar a la gran ciudad de Temixtitan que está fundada en medio de la dicha
laguna, la cual calzada es tan ancha como dos lanzas y muy bien obrada que
pueden ir por toda ella ocho de caballo a la par y en estas dos leguas de la una
parte y de la otra de la dicha calzada están tres ciudades y la una de ellas que se
dice Misicalcingo, está fundada la mayor parte de ella dentro de la dicha laguna
y las otras dos, que se llaman la una Niciaca y la otra Huchilohuchico, están en
la costa de ella y muchas casas de ellas dentro en el agua. La primera ciudad de
éstas tendrá hasta tres mil vecinos y la segunda más de seis mil y la tercera otros
cuatro o cinco mil vecinos y en todas muy buenos edificios de casas y torres, en
especial las casas de los señores y personas principales y las de sus mezquitas y
oratorios donde ellos tienen sus ídolos. En estas ciudades hay mucho trato de
sal, que hacen del agua de la dicha laguna y de la superficie que está en la tierra
que baña la laguna, la cual cuecen en cierta manera y hacen panes de ella dicha
sal, que venden para los naturales y para fuera de la comarca. Y así seguí la dicha
calzada y a media legua antes de llegar al cuerpo de la ciudad de Temixtitan, a la
entrada de otra calzada que viene a dar de la tierra firme a esta otra, está un muy
fuerte baluarte con dos torres cercado de muro de dos estados, con su pretil
almacenado por toda la cerca que toma con ambas calzadas y no tiene más de
dos puertas, una por donde entran y otra por donde salen.
Aquí me salieron a ver y hablar hasta mil hombres principales, ciudadanos
de la dicha ciudad, todos vestidos de una manera de hábito y según su costumbre,
bien rico y llegados a hablarme cada uno por sí, hacía en llegando ante mí una
ceremonia que entre ellos se usa mucho, que ponía cada uno la mano en tierra
y la besaba y así estuve esperando casi una hora hasta que cada uno hiciese su
ceremonia.
Y ya junto a la ciudad está un puente de madera de diez pasos de anchura y
por allí está abierta la calzada porque tenga lugar el agua de entrar y salir, porque
crece y mengua y también por fortaleza de la ciudad porque quitan y ponen
algunas vigas muy luengas y anchas de que el dicho puente está hecho, todas las
veces que quieren y de éstas hay muchas por toda la ciudad como adelante en
la relación que de las cosas de ella haré vuestra alteza verá. Pasado este puente
nos salió a recibir aquel señor Mutezuma con hasta doscientos señores, todos
descalzos y vestidos de otra librea o manera de ropa asimismo bien rica a su

UNIDAD I
uso y más que la de los otros venían en dos procesiones muy arrimados a las
24
paredes de la calle, que es muy ancha y muy hermosa y derecha, que de un
cabo se parece el otro y tiene dos tercios de legua y de la una parte y de la otra
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

muy buenas y grandes casas, así de aposentamientos como de mezquitas y el


dicho Mutezuma venía por medio de la calle con dos señores, el uno a la mano
derecha y el otro a la izquierda, de los cuales el uno era aquel señor grande
que dije que me había salido a hablar en las andas y el otro era su hermano del
dicho Mutezuma, señor de aquella ciudad de Iztapalapa de donde yo aquel día
había partido, todos tres vestidos de una manera, excepto el Mutezuma que
iba calzado y los otros dos señores descalzos; cada uno lo llevaba de su brazo
y como nos juntamos, yo me apeé y le fui a abrazar solo y aquellos dos señores
que con él iban, me detuvieron con las manos para que no le tocase y ellos y
él hicieron asimismo ceremonia de besar la tierra y hecha, mandó a aquel su
hermano que venía con él que se quedase conmigo y me llevase por el brazo y
él con el otro se iba adelante de mí poquito trecho”.
Texto completo en:
http://www.biblioteca.tv/artman2/publish/1520_277/
Segunda_Carta_de_Relaci_n_de_Hern_n_Cort_s_459.shtml

3.2 “La entrada y sumisión de Tenochtitlán es quizás una de las empresas más
sorprendentes que depara la historia de la humanidad”. Conforme lo que ya
has estudiado, ¿estás de acuerdo con la afirmación de Rodríguez (p.17, 2004)?
Escribe un comentario y envíalo a tu tutor.
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APARTADO 4
La poesía indígena y la mezcla cultural

En este apartado estudiarás un poco más sobre la literatura indígena, la poesía


azteca y las obras del Inca Garcilaso de la Vega con sus descripciones del mundo inca.

LA POESÍA INDÍGENA: POEMAS AZTECAS

Como ya habíamos dicho en el Apartado 1, poco de la literatura indígena fue


preservada. El registro de esa literatura se dio no sólo por herencia o piedad por la
destruición de una cultura, sino también por un intento de conocer al enemigo. De
UNIDAD I
pró
LICENCIATURA
esta forma, sólo durante la conquista la literatura indígena fue transcrita a la lengua
castellana gracias a los cronistas, indios conocedores de la lengua del invasor, o letrados 25
curiosos por descubrir los misterios de dichas civilizaciones.

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Contamos con otras formas literarias como el ya citado Popol Vuh, de los mayas
y los calendarios aztecas, pero tenemos que dejar claro que ningún de estos pueblos
poseía un sistema de escritura propiamente dicho. No obstante, para este apartado nos
ataremos a algunas poesías que fueron transcritas a la lengua castellana.
La poesía precolombina posee un fuerte sentido religioso de comunicación
colectiva entre los hombres, sus dioses, la naturaleza y el cosmos, además encontramos
textos sagrados, una cantidad de poemas educativos, líricos, épicos y eróticos, muchos
de los cuales fueron transmitidos en forma oral y más tarde llevados a una forma
escrita. La mayoría de las poesías tienen autores desconocidos. Sin embargo, el más
famoso de ellos fue Nezahualcoyotl, que fue un rey Texcoco (Azteca), muy famoso por
su filosofía, inteligencia y liderazgo.
En este apartado seleccionamos algunas poesías aztecas, dos de antes y otra de
después de la conquista.

ANTES DE LA CONQUISTA

La Amistad Ante Todo Iz Catqui Tla Yetetl

He aquí: Iz catqui tla yetetl


que sean tres toxochio Ayhuaye
nuestras flores, ihuan tocuic
¡acaban con nuestro hastío, quipolohua telel
con nuestra pesadumbre! ah in totlaocol in. Ohuaya Ohuaya

Oh amigos míos, Yya tocnihuan Aya


daos gusto: xon ahuiyacan
no en todo tiempo en la Tierra: ah mochipa tlalticpac
¡solamente plenamente dará resultado zan cen on quizaz
la amistad! in icniuhyotli Ohuaya Ohuaya

(autor desconocido)

En este poema el tema de la amistad, preservada durante la vida, es tratada como


la solución de la “pesadumbre” o sea la muerte. Los aztecas presentan en sus poesías
la preocupación con la fugacidad de la vida y temen la muerte, pues saben que ella es
inevitable. Consecuentemente, la idea de vivir la vida con intensidad durante el pasaje
por la tierra.

UNIDAD I
Canto Triste Cuicatli Quicaqui
26
Oye un canto en mi corazón: Cuicatli quicaqui
me pongo a llorar, in noyol nichoca:
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me lleno de dolor: ye nicnotlamati


nos vamos entre flores, tiya xochitica
hemos de dejar esta Tierra: tic cauhtehuazque
¡estamos prestados unos a otros: tlalticpac ye nican
iremos a la casa del Sol! titotlanehuia
o tiyazque ichan.
¡Póngame yo un collar
de variadas flores: Ma nicnocozcati
en mis manos estén, nepapan xochitl
florezcan en mí guirnaldas. ma nomac on mani
Hemos de dejar esta Tierra: ma nocpacxochihui.
estamos prestados unos a otros: Tic cauhtehuazque
iremos a la casa del Sol! tlalticpac ye nican
zan titotlanehuia
o tiyazque ichan

(Autor: Nezahualcoyotl)

El tema de flor es una constante en la poesía indígena precolombina y alude a


lo efímero y a la belleza. Y el sol, dios de los aztecas, es lo que les espera después de la
muerte. La brevedad y fragilidad de la existencia es una preocupación de toda poesía
náhuatl. Las imágenes de las flores y del Sol son símbolos muy importantes a los
aztecas y representan la vida y el transcurso del tiempo, respectivamente.

DESPUÉS DE LA CONQUISTA
Después de la Derrota Auh Ixquichi In Topa Michiuh

Y todo esto pasó con nosotros. Auh ixquichi in topa michiuh


Nosotros lo vimos, in tiquitaque in ticmahuizoque
nosotros lo admiramos. in techocti in tetlaocolti
Con esta lamentosa y triste suerte inic titlaihyohuique.
nos vimos angustiados.
Auh oc in otlica omitl xaxamantoc
En los caminos yacen dardos rotos, tzontli momoyauhtoc
los cabellos están esparcidos. calli tzontlapouhtoc
Destechadas están las casas, calli chichiliuhtoc
enrojecidos tienen sus muros.
  Ocuilti moyacatlamina otlica
Gusanos pululan por calles y plazas, Auh incaltech hahalacatoc in quatextli.
y en las paredes están salpicados los sesos. Auh in atl za yuhque chichiltic
Rojas están las aguas, están como tenidas, za yuhque tlapatlatl
y cuando las bebimos, ca yuh tiquique tiquia tequixquiatl.
es como si bebiéramos agua de salitre.
UNIDAD I
pró
LICENCIATURA

Golpeábamos, en tanto, Auh oc in atl tiquique tequixquiatl


27
los muros de adobe, xantetl ipan tlatetzotzontli

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
y era nuestra herencia in atlacomolli za teneneixcahuil
una red de agujeros. chimaltitlan in pieloya
Con los escudos fue su resguardo, in oc nen aca moteiccequiliznequi
pero ni con escudos puede ser za chimaltitla.
sostenida su soledad.
  Tiquaque in tzonpan quahuitl
Hemos comido palos de colorín, in tequixquizacatl
hemos masticado grama salitrosa, in xantetl in cuetzpalli quimichi
piedras de adobe, lagartijas, teutlaquilli. Ocuilli.
ratones, tierra en polvo, gusanos…
  Tetonetechquaque
Comimos la carne apenas, in iquac tlepan quimontlaliaya
sobre el fuego estaba puesta. i ye icuicic inacayo
Cuando estaba cocida la carne, uncan con no
de allí la arrebataban, yuh tleco quiquaya.
en el fuego mismo, la comían.
  Auh in topatiuh nochiuh
Se nos puso precio. in ipatiuh nochiuh in telpochtli
Precio del joven, del sacerdote, in tlamacazqui in ichpochtil in piltzintli
del niño y de la doncella. i ye ixquich macehualli
Basta: de un pobre era el precio in ipatiuh mochiuh
sólo dos puñados de maíz, za omatecohctli tlaolli za
sólo diez tortas de mosco; matlactli axaxayaca tla tlaxcalli
sólo era nuestro precio tequixquizacatl tlaxcalli za
veinte tortas de grama salitrosa. canpohualli topatiuh mochiuh.
 
Oro, jades, mantas ricas, In teucuitlatl in chalchihuitl
plumajes de quetzal, in quachtli in quetxcalli
todo eso que es precioso. i ye ixquich tlazotli
en nada fue estimado… auctle ipa motac za tetepeui.

(autor desconocido)

Puedes encontrar las poesías en:


http://projects.ups.edu/jlago/spring2003/250a/rcrothers/

Notamos en este poema un tono diferente de los anteriores. El tema de la


imposición cultural fue desesperador para los indígenas, pues con la conquista ellos
perdieron su tierra, sus casas, sus costumbres y su religión. La descripción es de un
completo caos: las casas están destechadas, comieron“palos de colorín”, masticaron
“grama salitrosa”. Muchos fueron asesinados “rojas están las aguas”, “las paredes
están salpicados los sesos”. Esos indios se convirtieron en un pueblo miserable.
A partir de los poemas que vimos podemos concluir que antes de la conquista
había una preocupación espiritual, una preocupación con la muerte, lo efímero que es
la vida, ya en la poesía después de la conquista el intuito es denunciar la imagen de una
civilización destruida.
UNIDAD I
4.1 ¿Cómo analizarías el poema abajo de acuerdo con las características que has
28 estudiado?

Un Futuro Incierto Tonaz Tlatviz: ¿Quen Nemiz Quen


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Onoz in Macevalli?
Habrá Sol, amanecerá. ¿Cómo vivirá,
cómo habitará el pueblo bajo? Tonaz tlatviz: ¿quen nemiz quen onoz in
¡Se fue! Se llevaron lo negro, lo colorido. macevalli?
Pero, ¿cómo habitará el pueblo, cómo Ca oya ca oquitquique in tlilli in tlapalli.
permanecerá la tierra, el monte, Auh quen onoz in macevalli, quen maniz
cómo se habitará? ¿Qué será sostén, in tepetl,
qué será soporte de las cosas? ¿Quen onoaz? ¿Tleh tlaquiz tleh
¿Qué cosa llevará, qué encaminará las tlamamaz?
cosas? ¿Tleh tlavicaz tleh tlaotlatoctiz?
¿Qué modelo, qué dechado habrá? ¿Tleh machiotl tleh octacatl yez? ¿Tleh
¿Qué ejemplo para los ojos habrá? ixcuitilli yez?
¿De qué se dará principio? ¿Qué tea, ¿Tleh itech pevaloz? ¿Tleh ocutl tleh
qué luz se hará? tavilli mochivaz?

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Aún en este apartado conocerás el que es considerado el primer escritor


verdaderamente hispanoamericano: Inca Garcilaso de la Vega.

LA MEZCLA CULTURAL: INCA GARCILASO DE LA VEGA

http://www.adonde.com/historia/1616_garcilaso.htm
UNIDAD I
pró
LICENCIATURA
Inca Garcilaso de la Vega, o “El Inca” es el primero cronista verdaderamente
americano. Nació en Cuzco, la antigua capital del Viejo Perú, pocos años después de la 29
muerte de Atahualpa, el último soberano Inca.

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Perteneciente a dos genealogías de la nobleza, fue el hijo natural del capitán
extremeño Sebastián Garcilaso de la Vega Vargas, conquistador de noble linaje de
Castilla, y de Palla Chimpu Ocllo, bautizada como Isabel, hija del príncipe Huapa
Tupac, nieta del rey Inca Túpac Yupanqui. La mezcla de las dos culturas hizo con
que, debido al lado español, aprendiese gramática, latín, juegos ecuestres y por el lado
inca, aprendiese el quechua y la tradición indígena. Es el primer cronista que entiende
su condición de mestizo. En aquellos tiempos, los mestizos fueron llamados hijos
de la conquista, hombres de vidas destruidas, bastardos, hijos de ocasión y pecado o
primeros peruanos. Es lo que retrata El Inca en su obra Comentarios Reales de los
Incas.

“A los hijos de español y de india, o de indio y española, nos llaman mestizos,


por decir que somos mezclados de ambas naciones; fue impuesto por los primeros
españoles que tuvieron hijos en Indias; y por ser nombre impuesto por nuestros
padres y por su significación, me lo llamo yo a boca llena y me honro con él. Aunque
en Indias si a uno de ellos le dicen sois un mestizo, lo toman por menosprecio”.

Con base en los relatos que escuchó en su juventud de sus parientes indígenas, de
los pasajes vividos por él mismo y de las noticias recogidas de testigos de la conquista del
Perú escribe su obra inmortal Comentarios Reales de los Incas. Esta obra comprende
dos partes: en la primera se refiere a los hechos de los incas y su civilización; en la
segunda, a la conquista y las guerras civiles entre los conquistadores. La obra llegó
a ser vetada en el Virreinato del Perú y Buenos Aires, por la corona española, al ser
considerada sediciosa y peligrosa para sus intereses.
Trechos de la primera parte de esta obra es lo que estudiarás en seguida:

Libro I, Capítulo XV
El origen de los Incas Reyes del Perú
“Viviendo o muriendo aquellas gentes de la manera que hemos visto,
permitió Dios Nuestro Señor que de ellos mismos saliese un lucero del alba que
en aquellas oscurísimas tinieblas les diese alguna noticia de la ley natural y de
la urbanidad y respetos que los hombres debían tenerse unos a otros, y que los
descendientes de aquél, procediendo de bien en mejor cultivasen aquellas fieras y
las convirtiesen en hombres, haciéndoles capaces de razón y de cualquiera buena
doctrina, para que cuando ese mismo Dios, sol de justicia, tuviese por bien de
enviar la luz de sus divinos rayos a aquellos idólatras, los hallase, no tan salvajes,
sino más dóciles para recibir la fe católica y la enseñanza y doctrina de nuestra
Santa Madre Iglesia Romana, como después acá lo han recibido, según se verá lo
uno y lo otro en el discurso de esta historia; que por experiencia muy clara se ha
notado cuánto más prontos y ágiles estaban para recibir el Evangelio los indios
que los Reyes Incas sujetaron, gobernaron y enseñaron, que no las demás naciones
comarcanas donde aún no había llegado la enseñanza de los Incas, muchas de las
cuales se están hoy tan bárbaras y brutas como antes se estaban, con haber setenta

UNIDAD I
y un años que los españoles entraron en el Perú. Y pues estamos a la puerta de
30
este gran laberinto, será bien pasemos adelante a dar noticia de lo que en él había.
Después de haber dado muchas trazas y tomado muchos caminos para
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entrar a dar cuenta del origen y principio de los Incas Reyes naturales que fueron
del Perú, me pareció que la mejor traza y el camino más fácil y llano era contar lo
que en mis niñeces oí muchas veces a mi madre y a sus hermanos y tíos y a otros
sus mayores acerca de este origen y principio, porque todo lo que por otras vías
se dice de él viene a reducirse en lo mismo que nosotros diremos, y será mejor
que se sepa por las propias palabras que los Incas lo cuentan que no por las de
otros autores extraños. Es así que, residiendo mi madre en el Cuzco, su patria,
venían a visitarla casi cada semana los pocos parientes y parientas que de las
crueldades y tiranías de Atahualpa (como en su vida contaremos) escaparon, en
las cuales visitas siempre sus más ordinarias pláticas eran tratar del origen de sus
Reyes, de la majestad de ellos, de la grandeza de su Imperio, de sus conquistas
y hazañas, del gobierno que en paz y en guerra tenían, de las leyes que tan en
provecho y favor de sus vasallos ordenaban. En suma, no dejaban cosa de las
prósperas que entre ellos hubiese acaecido que no la trajesen a cuenta. (…)
Adviértase, porque no enfade el repetir tantas veces estas palabras:
Nuestro Padre el Sol, que era lenguaje de los Incas y manera de veneración
y acatamiento decirlas siempre que nombraban al Sol, porque se preciaban
descender de él, y al que no era Inca no le era lícito tomarlas en la boca, que
fuera blasfemia y lo apedrearan. Dijo el Inca: Nuestro Padre el Sol, viendo los
hombres tales como te he dicho, se apiadó y hubo lástima de ellos y envió del
cielo a la tierra un hijo y una hija de los suyos para que los doctrinasen en el
conocimiento de Nuestro Padre el Sol, para que lo adorasen y tuviesen por su
Dios y para que les diesen preceptos y leyes en que viviesen como hombres en
razón y urbanidad, para que habitasen en casas y pueblos poblados, supiesen
labrar las tierras, cultivar las plantas y mieses, criar los ganados y gozar de ellos y
de los frutos de la tierra como hombres racionales y no como bestias. Con esta
orden y mandato puso Nuestro Padre el Sol estos dos hijos suyos en la laguna
Titicaca, que está ochenta leguas de aquí, y les dijo que fuesen por do quisiesen
y, doquiera que parasen a comer o a dormir, procurasen hincar en el suelo una
barrilla de oro de media vara en largo y dos dedos en grueso que les dio para
señal y muestra, que, donde aquella barra se les hundiese con solo un golpe que
con ella diesen en tierra, allí quería el Sol Nuestro Padre que parasen e hiciesen
su asiento y corte”.
Texto completo en:
http://www.bibliotecasvirtuales.com/biblioteca/LiteraturaLatinoamericana/
IncaGarcilasodelaVega/ComentariosReales/index.asp

Los Comentarios Reales de los Incas es la obra maestra de Inca Garcilaso de la Vega.
La obra retrata el mestizaje como resultado de la colonización del Nuevo Mundo.
Describe las costumbres, los ritos religiosos y el modo de vida de los incas. Notamos
en esa obra la mezcla de las dos culturas en sus descripciones, el Dios cristiano y el dios
Sol. Además, el autor intenta rescatar su historia, el imperio incaico como modelo de
sociedad y gobierno casi bucólico y paradisíaco.
UNIDAD I
pró
LICENCIATURA

31
Síntesis

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Esperamos que al final de esta unidad comprendas sobre el
origen de la literatura hispanoamericana. Hicimos un compendio
de los principales textos de la maravilla del Nuevo Mundo y sus
descripciones. Sabemos que muchos de estos textos no tuvieron
intención literaria, sino sólo descriptiva, sin embargo es ella que nos
cuenta como se dio el descubrimiento y como se colonizó América.
No sabemos al cierto también la historicidad de algunos.
Con todo, esta literatura de los cronistas, aunque tenga
valor más histórico y descriptivo que literario, es fundamental
para que puedas comprender la literatura posterior. De este modo,
a través de los cronistas, pudiste conocer el origen del hombre
hispanoamericano y comprenderás más adelante las razones de su
literatura. Así, tendrás bases para entender las contradicciones del
Barroco americano, del Romanticismo y así adelante.

1. Lee nuevamente el segundo texto de Colón y compáralo al trecho abajo


perteneciente al libro El otoño del Patriarca, de Gabriel García Márquez. Tras leer
los dos trechos, verifica como se da la parodia entre los dos textos. Haz un
comentario por escrito y envíalo a tu tutor.

“(....) y contemplando las islas evocó otra vez y vivió de nuevo


el histórico viernes de octubre en que salió de su cuarto al amanecer
y se encontró con que todo el mundo en la casa presidencial tenía
puesto un bonete colorado, que las concubinas nuevas barrían los
salones y cambiaban el agua de las jaulas con bonetes colorados, que
los ordeñadores en los establos, los  centinelas en sus puestos, los
paralíticos en las escaleras y los leprosos en los rosales se paseaban
con bonetes colorados de domingo de carnaval, de modo que se
dio a averiguar qué había ocurrido en el mundo mientras él dormía
para que l gente de su casa y los habitantes de la ciudad anduvieron
luciendo bonetes colorados y arrastrando por todas partes una ristra
de cascabeles, y por fin encontró quien le contara la verdad, mi
general, habían llegado unos forasteros que parloteaban papagayos
a las guacamayas, almadías a los cayucos y azagayas a los arpones, y
que habiendo visto que salíamos a recibirlos nadando en torno a sus
UNIDAD I
naves se encarapitaron en los palos de la arboladura y se gritaban unos
32 a otros que mirad que bien hechos, de muy fermosos cuerpos y muy
buenas caras, y los cabellos gruesos y casi como seda de caballos, y
habiendo visto que estábamos pintados para no despellejarnos con
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

el sol, se alborotaron como cotorras mojadas gritando que mirad


que ellos se pintan de prieto y ellos son de la color de los canarios, ni
blancos ni negros, y dellos de lo que haya, y nosotros no entendíamos
por qué carajo nos hacían tanta burla mi general si estábamos tan
naturales como nuestras madres nos parieron y en cambio ellos
estaban vestidos como la sota de bastos a pesar del calor, que ellos
dicen el calor como los contrabandistas holandeses, y tienen el pelo
arreglado como mujeres aunque todo son hombres, que dellas no
vimos ninguna, y gritaban que no entendíamos lengua de cristianos
cuando eran ellos los que no entendían lo que gritábamos, y después
vinieron hacia nosotros con sus cayucos que ellos llaman almadías,
como dio tenemos, y se admiraban de que nuestros arpones tuvieran
en la punta una espina de sábalo que ellos llaman diente de pece, y
nos cambiaban todo lo que teníamos por estos bonetes colorados y
estas sartas de pepitas de vidrio que nos colgábamos en el pescuezo
por hacerles gracia, y también por estas sonajas de latón de las que
valen un maravedí y por bacinetas y espejuelos y otras mercerías de
Flandes, de las más baratas mi general, y como vimos que eran buenos
servidores y de buen ingenio, nos los fuimos llevando hacia la playa sin
que se dieran cuenta, pero la vaina fue que entre el cámbieme esto por
aquello, y le cambio esto por esto otro, se formó un cambalache de la
puta madre y al cabo rato todo el mundo estaba cambalacheando sus
loros, su tabaco, sus bolas de chocolate, sus huevos de iguana, cuando
Dios crió, pues de todo tomaban y daban de aquello que tenían de
buena voluntad, y hasta querían cambiar a uno de nosotros por un
jubón de terciopelo para mostrarnos en las Europas, imagínese mi
general, que despelote, pero él estaba tan confundido que no acertó a
comprender si aquel asunto de lunáticos era de la incumbencia de su
gobierno, de modo que volvió al dormitorio, abrió la ventana del mar
por si acaso lograba descubrir una luz nueva para entender el embrollo
que le habían contado, y vio el acorazado de siempre que los infantes
de marina habían abandonado en el muelle, y más allá del acorazado,
fondeadas en el mar tenebroso, las tres carabelas”

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UNIDAD I
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LICENCIATURA
2. El fragmento del texto abajo es de Eduardo Galeano escritor y periodista
uruguayo. El texto fue publicado bajo el título Ser como ellos y otros artículos, 33
en la Editorial Siglo Veintiuno de España en 1992, al cumplirse los 500

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
años de la llegada de Cristóbal Colón a América. Lee el texto y promueve
una discusión por skype con tus compañeros. Después comparte de tu
opinión con tu tutor.

Cinco siglos de prohibición del arcoíris en el cielo americano

“El Descubrimiento: el 12 de octubre de 1492, América descubrió


el capitalismo. Cristóbal Colón, financiado por los reyes de España y los
banqueros de Génova, trajo la novedad a las islas del mar Caribe. En su
diario del Descubrimiento, el almirante escribió 139 veces la palabra oro
y 51 veces la palabra Dios o Nuestro Señor. Él no podía cansar los ojos
de ver tanta lindeza en aquellas playas, y el 27 de noviembre profetizó:
Tendrá toda la cristiandad negocio en ellas. Y en eso no se equivocó.
Colón creyó que Haití era Japón y que Cuba era China, y creyó que
los habitantes de China y Japón eran indios de la India; pero en eso no
se equivocó. Al cabo de cinco siglos de negocio de toda la cristiandad,
ha sido aniquilada una tercera parte de las selvas americanas, está yerma
mucha tierra que fue fértil y más de la mitad de la población come
salteado. Los indios, víctimas del más gigantesco despojo de la historia
universal, siguen sufriendo la usurpación de los últimos restos de sus
tierras, y siguen condenados a la negación de su identidad diferente. Se
les sigue prohibiendo vivir a su modo y manera, se les sigue negando el
derecho de ser. Al principio, el saqueo y el otrocidio fueron ejecutados
en nombre del Dios de los cielos. Ahora se cumplen en nombre del dios
del Progreso.
Sin embargo, en esa identidad prohibida y despreciada fulguran
todavía algunas claves de otra América posible. América, ciega de
racismo, no las ve”. (…)

3. Ve la película Apocalypto del director Mel Gibson, en que muestra el declive


de la civilización Maya y los intentos de recuperarla construyendo más templos
y ofreciendo hombres al sacrificio. Además, la película es hablada en la lengua
maya.
Tras ver la película discurre sobre su primera cita, del historiador William James Durant
(1885-1981): “Ninguna gran civilización jamás ha sido conquistada sin antes haberse
destruido a sí misma.”
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UNIDAD I
34
Apuntes
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

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UNIDAD I
pró
LICENCIATURA

EL BARROCO

UNIDAD II
35

HISPANOAMERICANO

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
OBJETIVOS DEL APRENDIZAJE
Aplicar el concepto de Barroco literario
comparando los movimientos en Europa, Brasil e
Hispanoamérica.
Conocer el método de la lengua española para
el análisis formal de poemas
Conocer algunos datos de la historia de Sor
Juana Inés de la Cruz.
Conocer y analizar algunas obras de la autora
Sor Juana Inés de la Cruz.

GUIÓN DE ESTUDIO
Apartado 1 – El Barroco, movimiento cultural
Apartado 2 – Retomando algunos conceptos
de la poesía
Apartado 3 – Sor Juana Inés de La Cruz, La
Décima Musa
Apartado 4 – Arte, ingenio y profundidad en
la obra de Sor Juana Inés de La Cruz

pró UNIDAD I
LICENCIATURA
36 Para iniciar la charla
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Ahora que ya tuviste un primero contacto con la Literatura producida en


Hispanoamérica en sus principios, vamos a seguir acompañando el desarrollo de
esta literatura hacia una expresión propia, que caracterice su cultura y su forma de
expresión. Es posible que ya hayas oído hablar de música barroca, de pintura
barroca, de arquitectura barroca. Y de Literatura Barroca, ¿qué es lo que sabes?
El movimiento Barroco tuvo inicio en Europa entre los siglos XVII y XVIII
y es considerado un movimiento cultural justamente porque abarcó no sólo una,
sino muchas artes: la Pintura, la Escultura, la Música, la Arquitectura, el Teatro y la
Literatura.
La expresión barroca se vio difundida en muchos países, incluso en Brasil, con
significativas obras en todos los segmentos. En la Literatura Brasileña los representantes
máximos fueron Gregório de Mattos y el Padre Antonio Vieira. Los sermones de éste
alcanzaron otros países, llegando a ser motivo de estudios de Sor Juana Inés de la Cruz,
mayor representante del movimiento en Hispanoamérica, a la cual daremos especial
atención en este capítulo.
También para ayudarte a comprender mejor la poesía de lengua española, vamos
a hacer un rápido pasaje por la teoría literaria de la llamada versificación castellana, de
modo que puedas realizar análisis de los poemas que estudiaremos. ¡Manos a la obra!

APARTADO 1
El Barroco, Movimiento Cultural

UNIDAD III
UNIDAD
pró
LICENCIATURA
La Literatura Barroca se desarrolla en Europa en el siglo XVII, a partir de la
búsqueda de nuevos caminos a veces opuestos, a veces complementares, a los caminos 37
propuestos por El Renacimiento Español. Algunos rasgos del Renacimiento permanecen

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
y son desarrollados, ya otros rasgos son contradictorios al nuevo movimiento. Lo que
sí es común a los dos movimientos literarios es la búsqueda por la belleza ideal, algunos
temas y algunas formas métricas.
Para algunos autores, el Barroco significa la negación del Renacimiento, ya que
inspira mucho pesimismo hacia la condición humana, visión opuesta al optimismo
vislumbrado por los renacentistas. Para otros, el Barroco literario representa la fase final
del Renacimiento, ya que al incorporar algunas características suyas, las descompone,
sometiéndolas a una metamorfosis total de modo a transformarla.
El término “barroco” evoca deformidad, ya que “barrueco” puede significar
“perla irregular”, lo que quizás justificaría el “deformar”de la literatura Renacentista
hacia una nueva manera de expresarse. Las hipótesis sobre el nombre, hicieron que por
algún tiempo la denominación tuviera un matiz despectivo, sin embargo, a lo largo del
tiempo pasó a designar el movimiento de la extravagancia, de lo exagerado y desforme,
sin que eso fuera visto de manera peyorativa, sino como una nueva forma de arte.
Unos dicen que el Barroco tuvo
origen en España, ya otros, al relacionar Contrarreforma: La Reforma
el movimiento literario al movimiento Católica o la Contrarreforma surgió
religioso de la Contrarreforma, consideran como una manera de contener el
su cuna en Alemania. A nosotros lo avance de la Reforma Protestante,
que nos interesa es que España aportó cuyos objetivos eran cambiar algunos
al movimiento dos nomenclaturas muy procedimientos de la Iglesia Católica,
utilizadas: el culteranismo o gongorismo considerados exagerados o fuera de
(en apología a Luis de Góngora) y el
los propósitos del cristianismo. La
conceptismo o quevedismo (referente a
Francisco de Quevedo). Esos dos autores Contrarreforma surge con el intento
fueron la mayor expresión de la poesía de fortalecer la religión católica que
barroca en España y tuvieron influencia se vio bastante debilitada frente al
directa en los autores de nuestra América, crecimiento del protestantismo.
como lo vamos a ver más adelante.

CARACTERÍSTICAS DEL BARROCO

A principio el movimiento barroco, ya basado en el propio nombre, era


considerado un movimiento de características un poco desiguales, complicadas,
irregulares. Entre las características más marcadas del barroco están la extravagancia,
la expresión rebuscada, ampulosa, la duda sobre la condición humana y su destino ante
la muerte, el pesimismo instalado ante la decadencia del imperio Español. Una de sus
intencionalidades es impresionar a los sentidos y a la imaginación, sea por la utilización
de recursos lingüísticos sea por la utilización intensa de imágenes.
Para superar el sufrimiento causado delante del pesimismo y desengaño con que
el hombre del barroco ve la vida, surge en la expresión literaria un gran deseo de goce,
una tendencia a la exageración, la búsqueda de la perfección y el uso de contrastes y
retorcimiento. El uso de metáforas, antítesis y hipérbaton es extremado, tal como las
figuras de pensamiento. Las concepciones de lengua, sociedad y de poesía acaban por
separar el movimiento barroco en dos vertientes: el culteranismo (culto a la forma)
UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
y el conceptismo (culto al concepto, significado).
Una de las frases más famosas para ejemplificar y caracterizar el movimiento
del conceptismo, la dijo Baltasar Gracián: “Lo bueno, si breve, dos veces bueno”, al
poner en práctica la premisa de expresar mucho con pocas palabras.
Ya los culteranistas se preocupan por la belleza de las palabras y con eso
pretenden crear con la poesía un mundo de belleza, estimulando a los sentidos
humanos a través de la utilización de sonidos, colores, olores, luz y un lenguaje bastante
rebuscado.
Si el barroco en España tiene mucho que ver con la situación histórica del país,
el barroco hispanoamericano suena artificial para algunos porque carece de motivación
para justificar su modo de expresión. Ya para otros, eso no saca la importancia de la
expresión de los hispanoamericanos, tampoco la grandeza de sus obras. Lo que sí
es difícil negar, es la incorporación del criollismo a la literatura barroca propia de
Hispanoamérica.
El Criollo, a principio, es el hijo de español nacido en tierras hispanoamericanas.
Ya en esa época, la literatura se ocupó de esa situación social, intentando reflejar la vida
de las colonias en la expresión literaria. Sin embargo, esta literatura criolla, como más
tarde será llamada, se desarrolla desde otro punto de vista y pasa a ser un movimiento
que será bastante conocido en Chile y dará origen al regionalismo hispanoamericano.
Como el Barroco es un movimiento preocupado por la forma, creemos ser
adecuado que recuerdes algunos conceptos de análisis formal de poesía para que sigas
acompañando bien a nuestros estudios. Para tanto, dedicamos el próximo apartado
para ayudarte con estos conceptos.
APARTADO 2
Retomando algunos conceptos de la poesía

Sabemos que ya has estudiado en Teoría Literaria los aspectos formales de


la poesía. Sin embargo, no todo coincide con los esquemas de la lengua española.
También hay una nomenclatura que se diferencia un poco de la lengua portuguesa.
Entonces, para que sigamos, vamos a introducir este pequeño manual que te irá ayudar
en todo el curso de Literatura, tanto en la Hispanoamericana, como más tarde, en la
Española.

LA MÉTRICA
Ya sabes que a cada línea de un poema, llamamos verso. Los versos pueden
ser escritos de manera que, al ser medidos, se crean ritmos y musicalidad. La grande
arte de hacer poesía, en muchos movimientos literarios, se basaba en que el poeta
consiguiera escribir poemas bellos y de modo a hacer la medida correcta de cada verso,
dando ritmo y/o musicalidad perfectos.
La métrica de los versos de la lengua española es un poco distinta de la métrica
de la lengua portuguesa. Eso ocurre porque en español se cuenta hasta la última sílaba
del verso, lo que ni siempre ocurre en portugués, ya que sólo se cuentan las sílabas
hasta la última sílaba tónica del verso. Véanse los ejemplos, con la última sílaba métrica
destacada en negrita:

En Portugués (Canção do Exílio, Gonçalves Dias)

Em cismar - sozinho, à noite -


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;

Em/ cis/mar/ - so/zi/nho, à/ noi/te- 7 sílabas


Mais/ pra/zer/ en/con/tro eu/ lá/; 7 sílabas
Mi/nha/ te/rra/ tem/ pal/mei/ras, 7 sílabas
On/de/ can/ta o/ sa/bi/á/; 7 sílabas

En Español (Que contiene una fantasía con amor decente, Sor Juana Inés
de la Cruz):

Detente, sombra de mi bien esquivo,


imagen del hechizo que más quiero,
bella ilusión por quien alegre muero,
dulce ficción por quien penosa vivo.

De/ten/te/, som/bra/ de/ mi/ bien/ es/qui/vo/, 11 sílabas


i/ma/gen/ del/ he/chi/zo/ que/ más/ quie/ro/, 11 sílabas
be/lla i/lu/sión/ por/ quien/ a/le/gre/ mue/ro/, 11 sílabas
dul/ce/ fic/ción/ por/ quien/ pe/no/sa/ vi/vo/. 11 sílabas
Cabe acordarnos que la sílaba gramatical ni siempre coincide con la sílaba métrica.
40 Eso ocurre por los fenómenos como la sinalefa – cuando dos vocales, mismo que de
distintas palabras, se juntan formando una única sílaba métrica. Volviendo al ejemplo
del poema de Sor Juana observe el destaque del tercero verso, en el cual tenemos un
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

ejemplo de sinalefa, ya que la segunda sílaba gramatical se une a la tercera formando


una sola sílaba métrica.
También la sílaba métrica puede modificarse por el hiato o dialefa o diéresis,
que es justamente lo contrario de la sinalefa. El hiato ocurre cuando se separan dos
vocales que formarían normalmente un diptongo. También eso puede ocurrir cuando
entre las dos palabras haya una coma, un punto y coma, punto y seguido o puntos
suspensivos. Es un caso más raro de aparecer que la sinalefa.
Otra situación distinta de la metrificación de lengua española es la suma o la resta
de sílabas. Eso se da cuando un verso termina con una monosílaba o con una palabra
aguda (la última sílaba gramatical es la tónica), caso en que se debe sumar una sílaba,
como en la Rima de Gustavo Adolfo Bécquer:

Vol/ve/rán/ las/ os/cu/ras/ go/lon/dri/nas/ 11 sílabas


en/ tu/ bal/cón/ sus/ ni/dos/ a/ col/gar/, 10 + 1  
y o/tra/ vez/ con/ el/ a/la a/ sus/ cris/ta/les/ 11
ju/gan/do/ lla/ma/rán/; 6+1

Pe/ro a/qué/llas/ que el/ vue/lo/ re/fre/na/ban/ 11


tu/ her/mo/su/ra y /mi/ di/cha al/ con/tem/plar/, 10 + 1
a/que/llas/ que a/pren/die/ron/ nues/tros/ nom/bres/ 11
é/sas/...¡no/ vol/ve/rán/! 6+1

Ya si la palabra es una esdrújula (antepenúltima sílaba gramatical tónica), se resta


una sílaba (Miguel de Unamuno, En un cementerio de lugar castellano):

Sal/van/ tus/ cer/cas/ de/ mam/pues/to y /ba/rro/ 11 sílabas


las/ a/la/das/ se/mi/llas/, 7
o/ te/ las/ lle/van/ con/ pie/dad/ los/ pá/ja/ros/ 12 – 1
y/ cre/cen/ es/con/di/das/ a/ma/po/las/, 11
cla/ve/li/nas/, ma/gar/zas/, bre/zos/, car/dos/, 11
en/tre a/rrum/ba/das/ cru/ces/, 7
no/ más/ que/ de/ las/ a/ves/ li/bres/ pas/to/. 11

El número de sílabas de cada verso tiene un nombre específico, que sigue la


misma base del portugués, a acordarnos:

ARTE MENOR ARTE MAYOR


bisílabos (2) eneasílabos (9)
trisílabos (3) decasílabos (10)
tetrasílabos (4) endecasílabos (11)
pentasílabos (5) dodecasílabos (12)
hexasílabos (6) tridecasílabos (13)
heptasílabos (7) alejandrinos (14)
octosílabos (8)
UNIDAD III
UNIDAD
pró
LICENCIATURA
Observa que los versos alejandrinos tienen 14 sílabas, distinto del portugués, en
que los alexandrinos tienen 12. 41
Ya en cuanto a las estrofas, los poemas son clasificados de acuerdo al número de

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
versos: pareado (dos versos); terceto (tres versos); cuarteto (cuatro versos); quinteto
(cinco versos); sextina (seis versos); séptima (siete versos); octava (ocho versos), décima
(diez versos) y soneto (catorce versos). Se pueden encontrar poemas en los cuales
se combinan distintos tipos de estrofas. El soneto es la combinación más famosa,
compuesta por dos cuartetos e dos tercetos y, en la literatura clásica, generalmente se
compone de versos endecasílabos.
También la rima pasa por el proceso formal de análisis. Ella se produce a partir
de la repetición de sonidos en dos o más versos contándose a partir de la última vocal
acentuada. Se clasifican por consonante o perfecta y asonante. La consonante repite
todos los sonidos a partir de la vocal acentuada, incluso las consonantes:

¿Quién sufrirá tan áspera mudanza A


del bien al mal? Oh corazón cansado, B
esfuerza en la miseria de tu estado, B
que tras fortuna suele haber bonanza! A
(Soneto IV, Garcilaso de la Vega)

Ya la asonante tiene la repetición de solamente las vocales a partir de la vocal


acentuada.

Por ásperos caminos he llegado A


a parte que de miedo no me muevo, B
y si a mudarme a dar un paso pruebo, B
allí por los cabellos soy tornado; A
(Soneto VI, Garcilaso de la Vega)

En el ejemplo anterior se puede ver que los pares llegado y tornado forman una
rima consonante, ya los en destaque, muevo y pruebo, una rima asonante, porque no
coinciden las consonantes v y b.
Además de todo, hay los versos que no tienen rima. El verso blanco es aquel
que no rima con otros versos, pero mantiene el ritmo de la estrofa ya que sigue la
misma métrica de los demás, este tipo de verso, por aparecer entre otros versos que sí,
poseen par de rima, también son llamados versos sueltos. También hay aquellos que
no se encuadran en ninguna métrica, los llamados versos libres, muy utilizados hoy
día y que fueron adoptados por los modernistas.
Ahora que ya te acordaste algunos conceptos y nombres, podemos seguir con
nuestros autores. Empezaremos por una maravillosa poetisa, ¡ya lo verás!

UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
42
APARTADO 3
Sor Juana Inés de la Cruz, La Décima Musa
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Tras acordarte y también


conocer algunos conceptos sobre el
análisis formal de la poesía, vamos
a conocer más sobre la poesía
Barroca en Hispanoamérica.
El Barroco tuvo no sólo
grandes escritores en Europa
como también los tuvo en
América. De los que se destacaron
en Hispanoamérica, estudiaremos
una pequeña parte de la grandiosa
obra de Sor Juana Inés de la
Cruz, mexicana que se sobresalió
por la fecundidad de sus escritos,
por el poder de profundidad y por
la expresión primorosa de su arte.

http://www.analitica.com/Bitblio/juana_ines/default.asp

Nacida como Juana Inés de Asbaje y Ramírez de Santillana o Juana de


Asbaje (de Asuaje, segundo algunos, o con nombres más largos todavía), más tarde
renombrada con el título de Sor (Sóror) al tomar los hábitos religiosos, es conocida
como La Décima Musa, Fénix de América o Fénix de México, debido al ingenio con
que estructuró toda su obra.
Su local de nacimiento fue San Miguel Nepantla, en México, el 12 de noviembre
de 1651 (algunos citan 1646). Falleció el 17 de abril de 1695, por una peste que tomó
el monasterio donde pasó la mayor parte de su vida.
Sor Juana Inés de la Cruz llevó una vida dedicada principalmente a los estudios,
pues, según ella misma: “Yo no estudio para escribir, ni menos para enseñar (que fuera
en mí desmedida soberbia), sino sólo por ver si con estudiar ignoro menos.” (Carta
Respuesta a Sor Filotea).
Al leer su “Carta Respuesta a La Muy Ilustre Sor Filotea de la Cruz”, considerada una
autobiografía, podemos encontrar muchos datos interesantes e impresionantes de su
historia personal. Entre tantas historias, sabemos a través de la carta que la escritora
empezó a leer a los tres años de edad, aprendió Latín en tan sólo veinte lecciones,
le pidió a su madre que le pusiera un traje de hombre para que pudiera frecuentar la
universidad, espacio a lo cual sólo accedían los hombres. En esa misma carta, sabemos
que Sor Juana rechazó a pretendientes y la autora declara que nunca tuvo ganas de
casarse por miedo a no poder dedicarse a los estudios y por eso acaba internándose en
UNIDAD III
UNIDAD
pró
LICENCIATURA

“(…)Prosiguiendo en la narración de mi inclinación, de que os quiero 43


dar entera noticia, digo que no había cumplido los tres años de mi edad cuando

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
enviando mi madre a una hermana mía, mayor que yo, a que se enseñase a leer
en una de las que llaman Amigas, me llevó a mí tras ella el cariño y la travesura;
y viendo que la daban lección, me encendí yo de manera en el deseo de saber
leer, que engañando, a mi parecer, a la maestra, la dije que mi madre ordenaba
me diese lección. Ella no lo creyó, porque no era creíble; pero, por complacer
al donaire, me la dio. Proseguí yo en ir y ella prosiguió en enseñarme, ya no de
burlas, porque la desengañó la experiencia; y supe leer en tan breve tiempo,
que ya sabía cuando lo supo mi madre, a quien la maestra lo ocultó por darle
el gusto por entero y recibir el galardón por junto; y yo la callé, creyendo que
me azotarían por haberlo hecho sin orden. Aún vive la que me enseñó (Dios la
guarde), y puede testificarlo.
Acuérdome que en estos tiempos, siendo mi golosina la que es ordinaria
en aquella edad, me abstenía de comer queso, porque oí decir que hacía rudos, y
podía conmigo más el deseo de saber que el de comer, siendo éste tan poderoso
en los niños. Teniendo yo después como seis o siete años, y sabiendo ya leer
y escribir, con todas las otras habilidades de labores y costuras que deprenden
las mujeres, oí decir que había Universidad y Escuelas en que se estudiaban
las ciencias, en Méjico; y apenas lo oí cuando empecé a matar a mi madre con
instantes e importunos ruegos sobre que, mudándome el traje, me enviase a
Méjico, en casa de unos deudos que tenía, para estudiar y cursar la Universidad;
ella no lo quiso hacer, e hizo muy bien, pero yo despiqué el deseo en leer muchos
libros varios que tenía mi abuelo, sin que bastasen castigos ni reprensiones a
estorbarlo; de manera que cuando vine a Méjico, se admiraban, no tanto del
ingenio, cuanto de la memoria y noticias que tenía en edad que parecía que
apenas había tenido tiempo para aprender a hablar.
Empecé a deprender gramática, en que creo no llegaron a veinte las
lecciones que tomé; y era tan intenso mi cuidado, que siendo así que en las
mujeres --y más en tan florida juventud-- es tan apreciable el adorno natural
del cabello, yo me cortaba de él cuatro o seis dedos, midiendo hasta dónde
llegaba antes, e imponiéndome ley de que si cuando volviese a crecer hasta allí
no sabía tal o tal cosa que me había propuesto deprender en tanto que crecía,
me lo había de volver a cortar en pena de la rudeza. Sucedía así que él crecía y
yo no sabía lo propuesto, porque el pelo crecía aprisa y yo aprendía despacio,
y con efecto le cortaba en pena de la rudeza: que no me parecía razón que
estuviese vestida de cabellos cabeza que estaba tan desnuda de noticias, que era
más apetecible adorno. Entréme religiosa, porque aunque conocía que tenía el
estado cosas (de las accesorias hablo, no de las formales), muchas repugnantes a
mi genio, con todo, para la total negación que tenía al matrimonio, era lo menos
desproporcionado y lo más decente que podía elegir en materia de la seguridad
que deseaba de mi salvación; a cuyo primer respeto (como al fin más importante)
cedieron y sujetaron la cerviz todas las impertinencillas de mi genio, que eran
de querer vivir sola; de no querer tener ocupación obligatoria que embarazase
la libertad de mi estudio, ni rumor de comunidad que impidiese el sosegado
silencio de mis libros. Esto me hizo vacilar algo en la determinación, hasta que

UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
44 alumbrándome personas doctas de que era tentación, la vencí con el favor divino,
y tomé el estado que tan indignamente tengo. Pensé yo que huía de mí misma,
pero ¡miserable de mí! trájeme a mí conmigo y traje mi mayor enemigo en esta
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

inclinación, que no sé determinar si por prenda o castigo me dio el Cielo, pues de


apagarse o embarazarse con tanto ejercicio que la religión tiene, reventaba como
pólvora, y se verificaba en mí el privatio est causa appetitus. (…)”

Si pensamos en la época en que la autora vivió (siglo XVII), tenemos que


imaginar cuán adelantada a su tiempo estaba la escritora, ya que el destino de las mujeres
era casarse, dedicarse a la vida religiosa o cuidar a los padres ancianos. Además, no
podían expresarse delante de personas extrañas, no podían hablar en público, tenían
que dedicarse exclusivamente a sus maridos y a los muchos hijos que normalmente
tenían. Las mujeres que intentaban romper con esa regla social eran rechazadas por la
sociedad, de manera a ser ridiculizadas, despreciadas, humilladas y en muchos casos,
masacradas por la sociedad. ¿Te das cuenta de cuán adelantada fue Sor Juana al elegir
el monasterio como una manera de huir al destino y poder estudiar como era su gusto?
¿Consigues imaginar el importante paso que esa mujer dio para otras que la siguieron?
Es justamente por actitudes y obras de Sor Juana que ella es considerada por muchos
autores como la primera escritora feminista de Hispanoamérica.
Sor Juana tuvo pasaje por dos monasterios: a los dieciséis años adentró al
Convento de Santa Teresa la Antigua, de la Orden de las Carmelitas Descalzas, luego
después se fue al monasterio San Jerónimo, de la Orden de las Jerónimas. El primero
tenía reglas muy rígidas y ella no pudo aguantar, estuvo enferma y acabó saliendo de
allá. Más tarde se inscribe en el segundo y pasa su vida dedicándose a la vida religiosa
y a sus estudios.
La vida en los monasterios en aquella época era muy distinta de los días actuales.
Era muy común que las monjas organizaran fiestas o reuniones culturales (llamadas
saraos), en los cuales se presentaban piezas teatrales, música, artes plásticas, y Sor Juana
se responsabilizó por organizar muchos momentos como estos en el monasterio. En
su celda, lo que más llamaba la atención era el enorme número de libros (en la época,
su acervo fue considerado la mayor biblioteca personal de México). Además, había
una amplia colección de instrumentos musicales y de aparatos para experimentos
científicos, entre ellos para el estudio de la física y de la astronomía. También la
escritora se dedicó al estudio de las ciencias humanas como historia, de las ciencias
exactas como las matemáticas y de las ciencias naturales, como la biología. Según ella,
no se puede entender lo que está en las escrituras sin comprender sobre las ciencias del
cielo y de la tierra. Observa sus justificativas para todo lo que busca saber:

“(…) Con esto proseguí, dirigiendo siempre, como he dicho, los pasos
de mi estudio a la cumbre de la Sagrada Teología; pareciéndome preciso, para
llegar a ella, subir por los escalones de las ciencias y artes humanas; porque
¿cómo entenderá el estilo de la Reina de las Ciencias quien aun no sabe el de
las ancilas? ¿Cómo sin Lógica sabría yo los métodos generales y particulares
con que está escrita la Sagrada Escritura? ¿Cómo sin Retórica entendería sus

UNIDAD III
UNIDAD
pró
LICENCIATURA

figuras, tropos y locuciones? ¿Cómo sin Física, tantas cuestiones naturales de


45
las naturalezas de los animales de los sacrificios, donde se simbolizan tantas

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
cosas ya declaradas, y otras muchas que hay? ¿Cómo si el sanar Saúl al sonido
del arpa de David fue virtud y fuerza natural de la música, o sobrenatural
que Dios quiso poner en David? ¿Cómo sin Aritmética se podrán entender
tantos cómputos de años, de días, de meses, de horas, de hebdómadas tan
misteriosas como las de Daniel, y otras para cuya inteligencia es necesario
saber las naturalezas, concordancias y propiedades de los números? ¿Cómo
sin Geometría se podrán medir el Arca Santa del Testamento y la Ciudad
Santa de Jerusalén, cuyas misteriosas mensuras hacen un cubo con todas
sus dimensiones, y aquel repartimiento proporcional de todas sus partes tan
maravilloso? ¿Cómo sin Arquitectura, el gran Templo de Salomón, donde fue
el mismo Dios el artífice que dio la disposición y la traza, y el Sabio Rey sólo
fue sobrestante que la ejecutó; donde no había basa sin misterio, columna sin
símbolo, cornisa sin alusión, arquitrabe sin significado; y así de otras sus partes,
sin que el más mínimo filete estuviese sólo por el servicio y complemento del
Arte, sino simbolizando cosas mayores? ¿Cómo sin grande conocimiento de
reglas y partes de que consta la Historia se entenderán los libros historiales?
Aquellas recapitulaciones en que muchas veces se pospone en la narración
lo que en el hecho sucedió primero. ¿Cómo sin grande noticia de ambos
Derechos podrán entenderse los libros legales? ¿Cómo sin grande erudición
tantas cosas de historias profanas, de que hace mención la Sagrada Escritura;
tantas costumbres de gentiles, tantos ritos, tantas maneras de hablar? ¿Cómo
sin muchas reglas y lección de Santos Padres se podrá entender la oscura
locución de los Profetas? Pues sin ser muy perito en la Música, ¿cómo se
entenderán aquellas proporciones musicales y sus primores que hay en tantos
lugares, especialmente en aquellas peticiones que hizo a Dios Abraham, por
las Ciudades, de que si perdonaría habiendo cincuenta justos, y de este número
bajó a cuarenta y cinco, que es sesquinona y es como de mi a re; de aquí a
cuarenta, que es sesquioctava y es como de re a mi; de aquí a treinta, que es
sesquitercia, que es la del diatesarón; de aquí a veinte, que es la proporción
sesquiáltera, que es la del diapente; de aquí a diez, que es la dupla, que es
el diapasón; y como no hay más proporciones armónicas no pasó de ahí?
Pues ¿cómo se podrá entender esto sin Música? Allá en el Libro de Job le
dice Dios: Numquid coniungere valebis micantes stellas Pleiadas, aut gyrum
Arcturi poteris dissipare? Numquid producis Luciferum in tempore suo, et
Vesperum super filios terrae consurgere facis?, cuyos términos, sin noticia de
Astrología, será imposible entender. Y no sólo estas nobles ciencias; pero no
hay arte mecánica que no se mencione. Y en fin, cómo el Libro que comprende
todos los libros, y la Ciencia en que se incluyen todas las ciencias, para cuya
inteligencia todas sirven; y después de saberlas todas (que ya se ve que no es
fácil, ni aun posible) pide otra circunstancia más que todo lo dicho, que es una
continua oración y pureza de vida, para impetrar de Dios aquella purgación de
ánimo e iluminación de mente que es menester para la inteligencia de cosas tan
altas; y si esto falta, nada sirve de lo demás. (…)”

UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
El carácter de sus escritos, los temas abordados y la manera de expresar su
opinión, hicieron con que Sor Juana se tornara un personaje polémico. Piense en la
46
situación de la mujer hoy día. ¿Ya has pensado en cuán reciente es la historia de la
emancipación femenina? ¿Cuánto tiempo hace que la mujer puede salir a trabajar fuera
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

del hogar? O, ¿cuánto tiempo hace que la mujer puede votar, o candidatizarse a un
cargo político o expresarse públicamente o hasta mismo puede divorciarse, tener hijos
sin ser casada o eligir no tenerlos si así lo prefiere y aún así vivir libre en sociedad?
Pensemos que, comparada con toda la trayectoria de la humanidad, la historia de la
liberación femenina es muy reciente, pues las amarras de la sociedad sólo se fueron
desanudando en el último siglo.
En la próxima sección irás probar, a través de sus poesías, un poco de sus ideas
e ideales, su visión de mundo y su capacidad increíble de expresar los más profundos
sentimientos.

APARTADO 4
Arte, Ingenio Y Profundidad En La Obra De Sor
Juana Inés De La Cruz

Ya hemos dicho que la obra de Sor Juana es muy extensa (¡ella escribió su primero
Auto Sacramental a los ocho años!), así, vamos examinar una pequeñísima parte de su
obra, a título de ejemplificar. Por supuesto, sugerimos que busques otras obras para
que puedas disfrutar de tamaña grandiosidad.
Ya debes haber percibido que para una buena comprensión de la Literatura es
necesario, además de mucha atención y lectura, el uso de un buen diccionario. A seguir,
iremos leer algunos trozos de la obra de Sor Juana. Indicaremos unos pasos para la
lectura y comprensión y sugerimos que sigas procediendo de la misma forma para que
eso te ayude a comprender mejor los poemas. Acuérdate que mismo usando un buen
diccionario, para la interpretación es necesario muchas veces elegir el término que
mejor se adecua al texto leído.
Empecemos nuestros análisis por una de sus más famosas Redondillas. Lee con
atención el poema siguiente:

UNIDAD III
UNIDAD
pró
LICENCIATURA

Arguye de inconsecuencia el gusto y la censura de los hombres, 47


que en las mujeres acusan lo que causan

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
1 Hombres necios que acusáis 37 ¿Pues cómo ha de estar templada
2 a la mujer sin razón, 38 la que vuestro amor pretende,
3 sin ver que sois la ocasión 39 si la que es ingrata ofende
4 de lo mismo que culpáis. 40 y la que es fácil enfada?

5 Si con ansia sin igual 41 Mas entre el enfado y la pena


6 solicitáis su desdén, 42 que vuestro gusto refiere,
7 ¿por qué queréis que obren bien 43 bien haya la que no os quiere,
8 si las incitáis al mal? 44 y quejaos enhorabuena.

9 Combatís su resistencia 45 Dan vuestras amantes penas


10 y luego, con gravedad, 46 a sus libertades alas,
11 decís que fue liviandad 47 y después de hacerlas malas
12 lo que hizo la diligencia. 48 las queréis hallar muy buenas.

13 Parecer quiere el denuedo 49 ¿Cuál mayor culpa ha tenido


14 de vuestro parecer loco, 50 en una pasión errada:
15 al niño que pone el coco 51 la que cae de rogada
16 y luego le tiene miedo. 52 o el que ruega de caído?

17 Queréis, con presunción necia, 53 ¿O cuál es más de culpar


18 hallar a la que buscáis 54 aunque cualquiera mal haga:
19 para, pretendida, Tais; 55 la que peca por la paga
20 en la posesión, Lucrecia. 56 o el que paga por pecar?

21 ¿Qué humor puede ser más raro 57 ¿Pues para qué os espantáis
22 que el que, falto de consejo, 58 de la culpa que tenéis?
23 él mismo empaña el espejo 59 Queredlas cual las hacéis
24 y siente que no esté claro? 60 o hacedlas cual las buscáis.

25 Con el favor y el desdén 61 Dejad de solicitar,


26 tenéis condición igual: 62 y después, con más razón,
27 quejándoos si os tratan mal; 63 acusaréis de afición
28 burlándoos, si os quieren bien. 64 de la que os fuere a rogar.

29 Opinión ninguna gana, 65 Bien con muchas armas fundo


30 pues la que más se recata, 66 que lidia vuestra arrogancia,
31 si no os admite, es ingrata, 67 pues en promesas e instancia
32 y si os admite, es liviana. 68 juntáis diablo, carne y mundo.

33 Siempre tan necios andáis,


34 que, con desigual nivel,
35 a una culpáis por cruel
36 a otra por fácil culpáis.
UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
48 Estudio del vocabulario
por orden de aparición:
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Arguye: 3ª persona del verbo argüir. En este caso, echar en


cara, acusar.
01. Necio, a: persona ignorante, tonta.
06. Desdén: indiferencia.
10. Gravedad: tono que se aplica a una situación grave.
11. Liviandad: relativo a liviano: inconstante, voluble. Para
la época, acusación grave, ya que mecía con la dignidad
femenina, poniendo en duda sus calidades morales.
12. Diligencia: cuidado, esfuerzo dedicado a la ejecución de
una cosa.
13. Denuedo: esfuerzo, brío, intrepidez.
15. Coco: personaje del mundo imaginario con el cual se
asusta a los niños. En Brasil, corresponde al “Bicho- Papão”.
23. Empaña: del verbo empañar. Cubrir con vapor de agua a
un cristal, en este caso, el espejo.
25. Favor: ayuda, servicio o protección gratuita
28. Burlándoos: del verbo Burlarse: poner en ridículo, reírse
de otro o menospreciar a alguien a través de acciones o
palabras.
30. Recata: del verbo recatar. Ocultar lo que no se quiere
que sea visto o accionar de manera discreta de modo a no ser
notado.
37. Templado, a: moderado o que actúa con moderación.
40. Enfada: del verbo enfadar. Molestar, impresión
desagradable que puede producir grande ira en contra una
persona.
44. Enhorabuena: en hora buena, o sea, en una buena hora.
63. Afición: gusto o inclinación que se siente por algo.
También puede significar afecto o empeño, dedicación.
66. Lidia: acción o efecto de lidiar. Lidiar: batallar, pelear;
tratar con.

Como ya dicho, el poema es una redondilla, o sea, obedece al esquema métrico


en que la estrofa es compuesta de cuatro versos de arte menor, en este poema los
versos son heptasílabos, con sinalefas en los versos 1 y 3; las rimas son consonantes,
de esquema abba:
1 Hom/bres/ ne/cios/ que a/cu/sáis/ a
2 a/ la/ mu/jer/ sin/ ra/zón/, b
3 sin/ ver/ que/ sois/ la o/ca/sión/ b
4 de/ lo/ mis/mo/ que/ cul/páis. a

UNIDAD III
UNIDAD
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LICENCIATURA
En lo que toca a la significación del poema, observa que se trata de una crítica
social muy fuerte para la época. Acusa a los hombres por provocar en las mujeres una 49
acción que ellos mismos, después, acaban por reprobar, por ser socialmente incorrecto

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
o inmoral. Para expresar esta contradicción, la propia autora usa de antítesis tales como
bien X mal, favor X desdén y la oposición de ideas en construcciones que usan palabras
que se contradicen, como observamos a seguir:

querer X incitar – a pesar de querer buenas maneras, lo que estimulan (incitan)


son las malas obras
liviandad X diligencia: aquí se oponen al decir que lo que fue hecho con esfuerzo
y dedicación para agradar al hombre, después pasa a ser visto como un acto
inmoral, liviano
pretendida (que se comprenda pura, casta, ideal para casarse, por eso pretendida)
X poseída (aquella que no es más virgen y por eso no merece respeto de la
sociedad y, luego, no deberá casarse, es poseída porque se entregó en la cama);
empañar (aquí, perjudicando la visión o comprensión, quizás, de los hechos) X
claro (lo que se podría comprender porque está claro, evidente). En esa estrofa
el Yo lírico acusa a los hombres de empañar los espejos y luego después los
mismos reclaman de la falta de visión;
quejándoos X burlándoos: los hombres del poema, si son tratados mal se quejan,
si son tratados bien, se burlan de las mujeres que así los trataron. Para la época,
el burlarse de la mujer acaba asumiendo un tono moral, poniendo en duda su
pureza sexual. Considérese que para las costumbres de la época tan sólo un beso
era considerado un acto impuro si fuera de un compromiso de boda.

En la cuarta estrofa observamos la comparación del comportamiento loco y


contradictorio de los hombres con un comportamiento infantil, al utilizar la figura del
coco y decir que el niño lo evoca y luego le tiene miedo, lo que es una insensatez: ya
que sabe que no quiere este tipo de acción, ¿por qué la provoca, la incita?
Al final vemos que el Yo poético compara la actitud mundana de los hombres
a lo que se refiere al diablo, pues une diablo – representación de lo malo, de lo que
está fuera de los deseos de Dios, carne – representación del sexo, unión carnal y
representación del pecado original y mundo – representación de la vida mundana en
oposición a la vida celestial, al paraíso deseado y plegado por el catolicismo.
Siguiendo con los poemas de la autora, ahora vamos a leer y analizar formalmente
el siguiente poema:

Resuelve la cuestión de cuál sea pesar más molesto


en encontradas correspondencias, amar o aborrecer.

Que no me quiera Fabio, al verse amado,


es dolor sin igual en mí sentido;
mas que me quiera Silvio, aborrecido,
es menor mal, mas no menos enfado.

¿Qué sufrimiento no estará cansado


si siempre le resuenan al oído
tras la vana arrogancia de un querido
UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
el cansado gemir de un desdeñado?
50
Si de Silvio me cansa el rendimiento,
a Fabio canso con estar rendida;
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

si de éste busco el agradecimiento,


a mí me busca el otro agradecida:
por activa y pasiva es mi tormento,
pues padezco en querer y en ser querida.

Estudio del vocabulario

Enfado: enojo o disgusto por alguien o alguna cosa.


Resuenan: 3ª persona del plural del verbo resonar. Producir
sonido, llenando un lugar; sonar clara y fuertemente. Reproducirse
un sonido o una palabra en la memoria de uno.
Vano, a: que no tiene fundamento, importancia o resultado.
Rendimiento: sumisión; amabilidad excesiva que una persona
dedica a otra para complacerla o servirla.

Empecemos marcando la métrica y las rimas:


1 Que/ no/ me/ quie/ra/ Fa/bio, al/ ver/se a/ma/do/,
2 es/ do/lor/ sin/ i/gual/ en/ mí/ sen/ti/do/;
3 mas/ que/ me/ quie/ra/ Sil/vio, a/bo/rre/ci/do/,
4 es/ me/nor/ mal/, mas/ no/ me/nos/ en/fa/do/.

5 ¿Qué/ su/fri/mien/to/ no es/ta/rá/ can/sa/do/


6 si/ siem/pre/ le/ re/sue/nan/ al/ o/í/do/
7 tras/ la/ va/na a/rro/gan/cia/ de un/ que/ri/do/
8 el/ can/sa/do/ ge/mir/ de un/ des/de/ña/do/?

9 Si/ de/ Sil/vio/ me/ can/sa el/ ren/di/mien/to/,


10 a/ Fa/bio/ can/so/ con/ es/tar/ ren/di/da/;
11 si/ de és/te/ bus/co el/ a/gra/de/ci/mien/to/,

12 a/ mí/ me/ bus/ca el/ o/tro a/gra/de/ci/da/:


13 por/ ac/ti/va y/ pa/si/va es/ mi/ tor/men/to/,
14 pues/ pa/dez/co en/ que/rer/ y en/ ser/ que/ri/da.

El formato de este poema es muy conocido, pues tiene dos cuartetos y dos
tercetos, componiendo un soneto. Como tú mismo lo puedes comprobar, todos los
versos del poema son endecasílabos, lo que lo pone en la clasificación de un soneto
clásico. Observe que la autora se utilizó de dos recursos para mantener la métrica
perfecta del poema. En los versos 1, 3, 5, 7, 8, 9, 11, 12, 13 y 14 hay sinalefas. Ya en el
UNIDAD III
UNIDAD
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LICENCIATURA
verso 6, para que el verso siguiera con 11 sílabas, la autora utilizó del recurso del hiato.
En lo que toca al contenido, se puede percibir un drama común entre los 51
enamorados y que sigue siendo, hasta hoy, un drama de los amantes: querer a uno que

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
no la quiere y no querer a otro, que sí, la quiere. Aquí, vemos el personaje Fabio, que
no quiere al Yo lírico y eso causa a ese Yo un grande dolor. Sin embargo, Silvio sí, le
quiere al Yo lírico, y eso incomoda, le provoca enfado en ese Yo.

1. Ahora tú irás analizar los dos poemas que siguen. De primero léelos con
mucha atención. Enseguida, arrolla todas las palabras que no conoces y búscalas
en el diccionario. Te recomendamos el diccionario de la Real Academia que
puedes consultar on line por el sitio: www.rae.es

2. Después de sacadas las dudas, contesta a las siguientes preguntas:


a) ¿Qué tipo de poema es ése?
b) ¿Cuántas estrofas tiene? ¿Qué nombre se las damos?

3. Demarca cuántas sílabas hay en cada verso. Busca el nombre dado a cada
verso de acuerdo al número de sílabas.

4. ¿Hay alguna sinalefa o algún hiato en alguno de los versos?

5. ¿Qué fue lo que comprendiste de los dos poemas? Escribe un pequeño texto
sobre tus impresiones y entrégalo a tu tutor.

POEMA A
Al que ingrato me deja, busco amante;
al que amante me sigue, dejo ingrata;
constante adoro a quien mi amor maltrata,
maltrato a quien mi amor busca constante.

Al que trato de amor, hallo diamante,


y soy diamante al que de amor me trata,
triunfante quiero ver al que me mata
y mato al que me quiere ver triunfante.

Si a éste pago, padece mi deseo;


si ruego a aquél, mi pundonor enojo;
de entrambos modos infeliz me veo.

Pero yo, por mejor partido, escojo;


de quien no quiero, ser violento empleo;
que, de quien no me quiere, vil despojo.
UNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
POEMA B
52
Que contiene una fantasía con amor decente
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Detente, sombra de mi bien esquivo,


imagen del hechizo que más quiero,
bella ilusión por quien alegre muero,
dulce ficción por quien penosa vivo.

Si al imán de tus gracias, atractivo,


sirve mi pecho de obediente acero,
¿para qué me enamoras lisonjero
si has de burlarme luego fugitivo?

Mas blasonar no puedes, satisfecho,


de que triunfa de mí tu tiranía:
que aunque dejas burlado el lazo estrecho

que tu forma fantástica ceñía,


poco importa burlar brazos y pecho
si te labra prisión mi fantasía.

¡Busca más sobre el Barroco, sobre autores importantes de la época, sobre la


historia de los países en el siglo XVII y sobre Sor Juana Inés de la Cruz! A la secuencia
te ofrecemos unos sitios de Internet en los que puedes encontrar algo más para
complementar tus estudios:

http://www.cervantesvirtual.com/bib_autor/sorjuana/pcuartonivel.
jsp?conten=obra
En las páginas:
http://www.cervantesvirtual.com/bib_autor/sorjuana/pcuartonivel.
jsp?conten=enlaces
http://www.ensayistas.org/antologia/XVII/sorjuana/sorjuana1.htm

Puedes encontrar la Respuesta de la poetisa a la muy ilustre Sor Filotea de la


Cruz (1691). Lee para saber más sobre la historia de Sor Juana Inés de la Cruz y sobre
su manera de escribir. Apunta los puntos que te parecieron más interesantes y discute
con tus colegas sobre la historia de la autora y la manera como ella se expresa, eso
seguramente enriquecerá mucho tus conocimientos lingüísticos y literarios.

UNIDAD III
UNIDAD
pró
LICENCIATURA

53
Síntesis

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Con el fin de esta unidad tú debes estar ya más próximo a la
literatura hispanoamericana. Tuviste la oportunidad de comparar el
movimiento Barroco de España, con el de Brasil y el de Hispanoamérica,
conociendo más sobre el movimiento y aportando nuevas informaciones
a las que ya tenía del curso en lengua portuguesa.
El apartado que se refiere a la métrica de la poesía española
(o métrica castellana) irá ayudarte a lo largo del curso, ya que iremos
referirnos en varios momentos al análisis formal de poemas.
Conociste una breve historia de vida y la manera de expresarse de
Sor Juana Inés de la Cruz y has visto algunos ejemplos de la obra de la
autora, incluso pudiste analizar formalmente algunos poemas.
Con eso, esperamos que sigas estudiando los poemas con bases
en lo que empezamos ahora y que esa práctica se vuelva fácil y agradable
para ti en el decorrer de tus estudios, trayéndote mucho placer en tus
lecturas.

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Apuntes
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UNIDAD III
LICENCIATURA

EL 55

ROMANTICISMO

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
OBJETIVOS DEL APRENDIZAJE
Conocer el contexto histórico que generó el
Romanticismo en América.
Estudiar las principales obras y autores del
período y sus particularidades, relacionándolas con el
contexto histórico en que fueron producidas.
Identificar las principales características del
movimiento romántico en las obras literarias.

GUIÓN DE ESTUDIO
Apartado 1 – Contexto histórico: el
Romanticismo en Europa y en Hispanoamérica.
Apartado 2 – Esteban Echeverría – El
matadero
Apartado 3 – Domingo Faustino Sarmiento –
Facundo
Apartado 4 – José Hernández – Martín Fierro

próUNIDAD
UNIDADIIIII
UNIDAD
LICENCIATURA
56 Para iniciar la charla
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Luego de explotar al máximo el movimiento Barroco, se instalaron en


Hispanoamérica los movimientos del Realismo y Naturalismo. Estos movimientos
tuvieron sus grandes autores en varios países de las Américas hispanas e incluso
tuvieron la marca de la búsqueda de la Independencia de su colonizadora España.
Sin embargo, el alcance de sus obras no ultrapasó los límites de sus propios países, de
manera que, por considerar otros momentos como prioridad, iniciaremos nuestros
estudios del período posterior, o sea, el Romanticismo.
El fenómeno literario de más larga duración (1830-1875), abarcando casi
medio siglo, conocido como Romanticismo, llegó a América durante un periodo de
turbulencia política y social, pues a partir de 1809 los países empiezan la lucha por la
independencia de las colonias Españolas.
Nacido en Europa, el Romanticismo surge como una reacción a la rigidez y
la imitación clásica del Neoclasicismo. Fue una revolución artística, política, social
e ideológica cuyas principales características fueron: la libertad, el individualismo, la
democracia, el nacionalismo, el subjetivismo y el sentimentalismo.
En esta unidad vas a conocer como se dio el Romanticismo en América, los
ideales de los románticos, la lucha por el patriotismo y por la libertad.

APARTADO 1
Contexto histórico: el Romanticismo en Europa
y en Hispanoamérica

En este apartado comprenderás las razones que acarrearon diferencias entre el


Romanticismo en Europa, en España y en Hispanoamérica.

EL ROMANTICISMO EN EUROPA
El Romanticismo fue un movimiento artístico, político y filosófico que surgió
en Europa en el final del siglo XVIII y se extendió por el siglo XIX. Surgió en una
época en que el ambiente intelectual estaba bajo grandes conflictos. En la política,
los sistemas de gobierno despóticos eran sustituidos y surgía el liberalismo político.
La Ilustración y la Revolución Industrial cambiaron todo el pensamiento europeo,
presentando como el ápice la Revolución Francesa y sus ideales de Libertad, Igualdad,
Fraternidad.
Ese movimiento se caracterizó por una visión de mundo contraria al racionalismo
neoclásico y de este modo, buscó el nacionalismo que a posteriori vino a consolidar los
estados nacionales en Europa. La visión del hombre también se modificó y la visión
del mundo pasa a ser centrada en el individuo.
En la literatura, el movimiento defiende la libertad política y estética, en las
imágenes, en las ideas, en los sentimientos, en la expresión y en los temas, buscando lo
UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA
humano, lo nacional, lo heroico, lo divino y lo extraordinario.
En España los cambios fueron casi que caóticos. Durante el siglo XIX, pasa 57
por varios gobiernos, constantes guerras, revolución burguesa y pierde las colonias.

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
La invasión francesa del territorio español comandada por Napoleón Bonaparte, la
conocida Guerra de la Independencia, fue la primera guerra romántica de la historia
de España. Llevada a cabo por el pueblo, organizado espontáneamente en las llamadas
Juntas Populares, originó un romanticismo popular y despertó en el pueblo el
sentimiento de nacionalismo.

EL ROMANTICISMO HISPANOAMERICANO
En la América Española, los ideales revolucionarios y liberales de la Ilustración
y de la Revolución Francesa trajeron inspiración para el profundo cambio social y
cultural de las colonias españolas.
Entre 1809 y 1818 varias colonias se tornan autónomas e independientes de
España. Sin embargo, la tan anhelada independencia no aseguró la implantación de los
ideales revolucionarios del liberalismo. No obstante, el sistema de gobierno adoptado
en muchas de las antiguas colonias fue la dictadura.
En la misma medida que los románticos europeos querían desvincularse del
neoclasicismo, los hispanoamericanos querían su independencia intelectual de la
Corona. De este modo, rechazan los modelos españoles y los buscan en los románticos
alemanes, ingleses y franceses, pues se intenta definir no sólo la producción literaria,
sino el hombre americano y su identidad.
Las características principales del estilo romántico son el subjetivismo, el
sentimentalismo y la libertad artística. Así como en Europa la temática romántica
consistía en el amor y la pasión, la muerte trágica, la libertad del individuo, la devoción
patriótica y la independencia. Añadidos a estos temas, en Hispanoamérica, el indio, el
esclavo y la historia política ganaron fuerza romántica.
Los románticos de la América Española rechazaron el lenguaje clásico y los
paisajes góticos. Sin embargo, renuevan el estilo lingüístico con los americanismos,
regionalismos, neologismos y el habla del pueblo indígena, los paisajes americanos y las
costumbres regionales de sus habitantes ingresan en la temática romántica.
Por esta senda, en la América recién emancipada, el romanticismo se centró
más en aspectos patrióticos, al retratar las identidades nacionales recién adquiridas. Se
describen los problemas americanos, vistos generalmente desde la acción política.
Sabiendo un poco sobre la historia del Romanticismo y sus características,
anímate a estudiar, en el próximo apartado, los autores del movimiento.

De acuerdo con tus estudios en Literatura Brasileña, ¿cómo


se dio el Romanticismo? ¿Los ideales románticos que fomentaron
tal literatura en Brasil fueron similares o distintos de los ideales de la
América hispánica?

UNIDAD
UNIDADIII
UNIDAD III
58
APARTADO 2
Esteban Echeverría – El matadero
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

En este apartado vas a conocer uno de los precursores del Romanticismo en


América y además estudiarás uno de sus cuentos y su contexto histórico-social.

ESTEBAN ECHEVERRÍA

Nació en la ciudad de Buenos Aires el 2 de septiembre de 1805. Se quedó huérfano


de padre desde temprana edad. Fue iniciado en sus primeras letras por su madre que
muere en 1822. Tuvo sus estudios truncados e ingresa como dependiente en una
casa comercial. Como su primera juventud fue en extremo borrascosa y desarreglada,
resuelve, a los 20 años, regenerarse moralmente y completar su educación en Europa.
El anhelo de ser hombre ilustrado hizo con que se quedase cinco años en Paris,
estudiando principalmente filosofía y sociología. Fue en esa época que se enteró de
las novedades románticas y se familiarizó con las tendencias literarias ideológicas que
vigoraban.
En 1830 regresa a Buenos Aires e introduce en el Plata el romanticismo literario
y formula la doctrina del liberalismo político, impregnado de altas preocupaciones
sociales y pedagógicas. Participó activamente en las reuniones de los Salones Literarios.
El Salón fue determinante para la difusión de las ideas liberares y románticas. Publicó
sus primeros versos en periódicos porteños en 1931. En 1932, editó en forma de
folleto, Elvira o la Novia del Plata, considerada la primera obra romántica en lengua
castellana. Posteriormente publicó Los Consuelos (1834) y sus Rimas (1837), donde
se incluye su obra más importante en verso: La Cautiva.
En ese momento Argentina pasaba por una fuerte dictadura bajo el comando de
Juan Manuel de Rosas que ordenó la clausura del Salón. Echeverría, entonces, funda
una sociedad secreta, la Asociación de Mayo, alrededor de 1838. Publicó las ideas de
su generación en el Credo de esta Asociación, que servirán de base para la publicación
posterior de El Dogma Socialista en 1846.
Durante algún tiempo Echeverría se dedica a las tareas rurales en su estancia
llamada "Los Talas", cerca de Luján.  Pero los problemas políticos y las persecuciones
por parte de los rosistas, hicieron que emigrara a Montevideo a finales de 1840, donde
vivió dedicado a la literatura hasta su muerte, el 19 de enero de 1851.
Esteban Echeverría fue uno de los más importantes poetas románticos en el
Río de la Plata, introductor de este movimiento, fue quien utilizó la temática del indio
y del desierto en la manifestación poética, y es considerado el autor del primer cuento
argentino, El matadero. Sus cuentos y novelas reflejan su oposición frente a la tiranía
de Rosas.

UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA
EL MATADERO
59
El cuento trata de la historia de la lucha entre Caudillo es un término

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
los unitarios (liberales) y los federales (rosistas). utilizado para referirse a un
Echeverría describe las figuras del caudillo Juan cabecilla o líder, sea político,
Manuel de Rosas y sus seguidores, atribuyéndoles militar o ideológico.
cualidades brutales y sanguinarias. Vale resaltar
que el cuento fue escrito bajo la óptica del mayor
oponente de Rosas.
Para comprender el cuento es necesario que tengas una visión de la situación
histórico-socio-política que se produce en Buenos Aires.
Argentina se torna independiente de la corona española en 1816, con todo,
tras la derrota de los españoles, las disputas internas ocurrieron entre los unitarios
y los federales. Se inició un largo conflicto para determinar el futuro de la Nación.
Los unitarios, partidarios del poder central de Buenos Aires, eran la parte burguesa,
comerciantes cosmopolitas que buscaban capital, inmigrantes e ideas europeas. Los
federales, partidarios de las autonomías provinciales, eran estancieros conservadores
que exigían autonomía provincial.
El caudillo Juan Manuel Rosas fue el gobernador de Argentina durante dos
periodos: de 1929 a 1832 y de 1835 a 1840. Durante el segundo periodo, el país sufrió
una fuerte dictadura. En su gobierno, Rosas se comprometió en conservar, defender
y proteger la iglesia Católica Apostólica Romana; sostener la causa nacional de la
Federación; determinó que el ejercicio de la suma del poder público duraría “todo el
tiempo que el Gobernador considere necesario”. Durante ese periodo, Rosas creó una
especie de policía política, llamada Mazorca (más horca), así denominada debido a la
característica violenta de la dictadura rosista, cuyos adversarios eran constantemente
ahorcados.
El Matadero es un irónico relato que hace Echeverría sobre el sistema del
gobierno federal. A través de metáforas el autor describe el momento crítico por lo
cual pasaba Argentina. Es un cuento de crítica social y denuncia política. De este modo,
el matadero es el pretexto para el autor describir a la Federación y la Mazorca.
Otro tema recurrente en la obra es la dicotomía civilización y barbarie. La
civilización se identificaba con la ciudad, con lo urbano, lo que estaba en contacto
con lo europeo, o sea lo que para ellos era el progreso - los ideales de los unitarios.
La barbarie, por el contrario, era el campo, lo rural, el atraso, el indio y el gaucho - los
ideales de los federales.
Te presentamos a seguir un fragmento del cuento.

EL MATADERO

“A pesar de que la mía es historia, no la empezaré por el arca de Noé


y la genealogía de sus ascendientes como acostumbraban hacerlo los antiguos
historiadores españoles de América, que deben ser nuestros prototipos.
Tengo muchas razones para no seguir ese ejemplo, las que callo por no ser
difuso. Diré solamente que los sucesos de mi narración, pasaban por los años
de Cristo del 183... Estábamos, a más, en cuaresma, época en que escasea la
carne en Buenos Aires, porque la Iglesia, adoptando el precepto de Epicteto,

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UNIDAD III
sustine, abstine (sufre, abstente), ordena vigilia y abstinencia a los estómagos
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de los fieles, a causa de que la carne es pecaminosa, y, como dice el proverbio,
busca a la carne. Y como la Iglesia tiene ab initio y por delegación directa de
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Dios, el imperio inmaterial sobre las conciencias y estómagos, que en manera


alguna pertenecen al individuo, nada más justo y racional que vede lo malo.
Sucedió, pues, en aquel tiempo, una lluvia muy copiosa. Los caminos
se anegaron; los pantanos se pusieron a nado y las calles de entrada y salida a la
ciudad rebosaban en acuoso barro. Una tremenda avenida se precipitó de repente
por el Riachuelo de Barracas, y extendió majestuosamente sus turbias aguas
hasta el pie de las barrancas del Alto. El Plata creciendo embravecido empujó
esas aguas que venían buscando su cauce y las hizo correr hinchadas por sobre
campos, terraplenes, arboledas, caseríos, y extenderse como un lago inmenso por
todas las bajas tierras. La ciudad circunvalada del Norte al Este por una cintura
de agua y barro, y al Sud por un piélago blanquecino en cuya superficie flotaban
a la ventura algunos barquichuelos y negreaban las chimeneas y las copas de los
árboles, echaba desde sus torres y barrancas atónitas miradas al horizonte como

UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA

implorando la misericordia del Altísimo. Parecía el amago de un nuevo diluvio.


61
Los beatos y beatas gimoteaban haciendo novenarios y continuas plegarias. Los

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
predicadores atronaban el templo y hacían crujir el púlpito a puñetazos. Es el día
del juicio, decían, el fin del mundo está por venir. La cólera divina rebosando se
derrama en inundación. ¡Ay de vosotros, pecadores! ¡Ay de vosotros unitarios
impíos que os mofáis de la Iglesia, de los santos, y no escucháis con veneración
la palabra de los ungidos del Señor! ¡Ah de vosotros si no imploráis misericordia
al pie de los altares! Llegará la hora tremenda del vano crujir de dientes y de las
frenéticas imprecaciones. Vuestra impiedad, vuestras herejías, vuestras blasfemias,
vuestros crímenes horrendos, han traído sobre nuestra tierra las plagas del Señor.
La justicia del Dios de la Federación os declarará malditos.
Las pobres mujeres salían sin aliento, anonadadas del templo, echando,
como era natural, la culpa de aquella calamidad a los unitarios”.
El cuento completo está en:
http://www.e-libro.net/E-libro-viejo/gratis/matadero.pdf
¡Descárgalo y léelo!

Tras leer el cuento, haz los ejercicios y reflexiona a cerca de algunas cuestiones
que te presentamos.

2.1. Identifica todas las palabras que designan los Unitarios y los Federales.
Haz una lista. ¿Qué te parecen tales representaciones? ¿Cuál fue la intención del
autor?

UNITARIOS FEDERALES

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2.2. ¿Cuál es el punto de vista del autor sobre la Iglesia Católica? Explica la razón.
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2.3. ¿Qué características del cuento representan el Romanticismo


Hispanoamericano?
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Otro gran crítico de la dictadura de Rosas fue el poeta y novelista


José Mármol (1817-1871). Para saber más, lee la novela Amalia (1844),
en la cual narra la situación política en que se vivía en Buenos Aires en
1840. Para eso accesa:
http://www.biblioteca.clarin.com/pbda/novela/amalia/novela.htm

UNIDAD IIII
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LICENCIATURA

APARTADO 3 63

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Domingo Faustino Sarmiento – Facundo

En este apartado te presentamos el ilustre Domingo Faustino Sarmiento y su


obra maestra, Facundo o Civilización y Barbarie.

DOMINGO FAUSTINO SARMIENTO


Nació en uno de los barrios más pobres de la ciudad de San Juan en 1811. Su
familia, a pesar de los pocos recursos, presentaba un linaje de antepasados ilustres.
Con cuatro años de edad empezó sus estudios en casa con su padre José Clemente
Sarmiento y su tío José Eufrasio Quiroga Sarmiento. Dotado de una inteligencia
privilegiada y de una sed de saber pasó de dependiente a maestro de escuela y, más
tarde, a periodista.
En 1827 la invasión a San Juan por los Montoneros eran las unidades
montoneros de Facundo Quiroga, produjo un militares de extracción rural,
grande cambio en su vida. Desde ahí, decidió generalmente de caballería,
oponerse a Quiroga y al régimen autoritario de conducidas por los caudillos
Rosas incorporándose al ejército unitario y con locales, que participaron en
el grado de teniente, participó en varias batallas. las guerras civiles argentinas
Sin embargo, Facundo, con sus ideales federales, del siglo XIX.
tomó San Juan. Sarmiento, sin opción, decidió,
en 1831, exiliarse en Chile. En exilio, Sarmiento estuvo bajo la protección de Manuel
Montt, el ministro del interior de la época, que le encargó de primorear el sistema de
educación pública chilena. Sarmiento, entonces, viajó por Europa y por los Estados
Unidos, estudiando sus sistemas educacionales. En Chile escribió su libro más famoso:
Facundo o Civilización y Barbarie, publicado en 1845, una biografía del caudillo
argentino Facundo Quiroga. Sarmiento desde Chile alternó su actividad periodística
con la literaria y educativa.
En los 60, Sarmiento asumió el gobierno de su provincia natal, San Juan.
Durante su gobernación dictó una Ley Orgánica de Educación Pública que imponía
la enseñanza primaria obligatoria y creaba escuelas para los diferentes niveles de
educación. Más tarde se tornó embajador de Argentina junto a los Estados Unidos,
y durante el periodo entre 1860 y 1874 fue el presidente del país. Como presidente,
Sarmiento duplicó el número de escuelas públicas en Argentina, construyó alrededor
de 100 bibliotecas públicas, además de incentivar la inmigración.
Continuó con su lucha política y por la educación en sus últimos años de vida.
Murió el 11 de septiembre de 1888, en la capital de Paraguay. Pocos años antes de
morir dejó por escrito:

"Nacido en la pobreza, criado en la lucha por la existencia, más que


mía de mi patria, endurecido a todas las fatigas, acometiendo todo lo que
creí bueno, y coronada la perseverancia con el éxito, he recorrido todo lo
que hay de civilizado en la tierra y toda la escala de los honores humanos, en
la modesta proporción de mi país y de mi tiempo; he sido favorecido con la

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UNIDAD III
64 estimación de muchos de los grandes hombres de la Tierra; he escrito algo
bueno entre mucho indiferente; y sin fortuna que nunca codicié, porque ere
bagaje pesado para la incesante pugna, espero una buena muerte corporal,
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

pues la que me vendrá en política es la que yo esperé y no deseé mejor que


dejar por herencia millones en mejores condiciones intelectuales, tranquilizado
nuestro país, aseguradas las instituciones y surcado de vías férreas el territorio,
como cubierto de vapores los ríos, para que todos participen del festín de la
vida, de que yo gocé sólo a hurtadillas".

Hasta hoy en Argentina Sarmiento es considerado el gran maestro de la patria.


De hecho, en 1947 la Conferencia Interamericana de Educación, reunida en Panamá,
estableció la fecha de su muerte como el Día Panamericano del Maestro. Así, concluimos
esa parte con una cita suya: “Si peleamos por la educación, venceremos a la pobreza”.
Sin embargo, no fueron sus batallas por la educación y sí su lucha contra los
federales y el sistema de gobierno tiránico de Rosas que le alimentaron para escribir su
libro Facundo.

FACUNDO O CIVILIZACIÓN Y BARBARIE


La novela escrita durante el exilio en Chile, así como El Matadero de Echeverría,
es una crítica social, una denuncia al sistema dictatorial de Rosas y los federales, en
especial al caudillo Juan Facundo Quiroga.
Facundo Quiroga nació en San Antonio en 1788 en Argentina. Fue un caudillo
argentino de la primera mitad del siglo XIX, partidario de un gobierno federal durante
la guerra civil en su país, posterior a la declaración de la independencia. Fue apodado
El Tigre de los Llanos tanto por sus amigos como por sus enemigos. Según la leyenda,
el caudillo fue perseguido por un tigre que le obligó a tomar refugio en la copa de
un algarrobo. Auxiliado por unos gauchos, Quiroga mató al tigre y recibió el célebre
apodo. Murió en el 16 de febrero de 1835, en el norte de la provincia de Córdoba, en
una emboscada y fue muerto de un tiro en un ojo. Tuvo avisos de que sería asesinado,
pero tal vez tenía más miedo a pasar por cobarde que a la muerte.
Te presentamos abajo un fragmento de Facundo, en que se retrata el episodio
del tigre

“Algunos minutos después, el bramido se oyó más distinto y más


cercano; el tigre venía ya sobre el rastro, y sólo a una larga distancia se divisaba
un pequeño algarrobo. Era preciso apretar el paso, correr, en fin, porque los
bramidos se sucedían con más frecuencia, y el último era más distinto, más
vibrante que el que le precedía.
Al fin, arrojando la montura a un lado del camino, dirigióse el gaucho al
árbol que había divisado, y no obstante la debilidad de su tronco, felizmente
bastante elevado, pudo trepar a su copa y mantenerse en una continua
oscilación, medio oculto entre el ramaje. Desde allí pudo observar la escena

UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA

que tenía lugar en el camino: el tigre marchaba a paso precipitado, oliendo el 65


suelo y bramando con más frecuencia, a medida que sentía la proximidad de

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
su presa. (...) En efecto, sus amigos habían visto el rastro del tigre y corrían
sin esperanza de salvarlo. El desparramo de la montura les reveló el lugar de
la escena, y volar a él, desenrollar sus lazos, echarlos sobre el tigre, empacado
y ciego de furor, fue la obra de un segundo. La fiera, estirada a dos lazos, no
pudo escapar a las puñaladas repetidas con que, en venganza de su prolongada
agonía, le traspasó el que iba a ser su víctima. ‘Entonces supe lo que era tener
miedo’ — decía el general don Juan Facundo Quiroga, contando a un grupo
de oficiales este suceso”.

UNIDAD
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UNIDAD III
El personaje principal de su novela recibe el mismo nombre del caudillo, un
66 pretexto para criticar a los rosistas y el caudillismo. De este modo, debemos cuidar
para que los hechos ficcionales del libro no se confundan con los hechos históricos
transcurridos por el caudillo federal Juan Facundo Quiroga que lleva el mismo nombre
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

del personaje principal del libro.


Los temas civilización y barbarie nuevamente están presentes. En su obra, la
civilización está representada por la gente culta, mientras el general Facundo Quiroga
representa la barbarie.
Tanto Echeverría cuanto Sarmiento, ambos antirrosistas, tenían como concepto
de civilización a la ciudad, al estilo europeo, a lo intelectual, al unitario; en contraposición
a la barbarie que era el campo, lo americano, los campesinos, y los federales.
En el libro, debido a la derrota de los unitarios, el país se encuentra en las manos
de los rosistas, la anti civilización que llevó a Argentina a la barbarie. El anti héroe,
Facundo, es visto como un gaucho malo, un hombre bruto, no civilizado o culto. Sin
embargo, aunque para Sarmiento los gauchos son rústicos, los admira por su bravura
y coraje.
Seleccionamos un trecho abajo para que puedas comprender la temática central
del libro.

“El que haya leído las páginas que preceden creerá que es mi ánimo trazar
un cuadro apasionado de los actos de barbarie que han deshonrado el nombre
de don Juan Manuel de Rosas. Que se tranquilicen los que abriguen este temor.
Aún no se ha formado la última página de esta biografía inmoral; aún no está
llena la medida; los días de su héroe no han sido contados aún. Por otra parte, las
pasiones que subleva entre sus enemigos son demasiado rencorosas aún, para
que pudieran ellos mismos poner fe en su imparcialidad o en su justicia. Es de
otro personaje de quien debo ocuparme: Facundo Quiroga es el caudillo cuyos
hechos quiero consignar en el papel.
Facundo Quiroga, empero, es el tipo más ingenuo del carácter de la guerra
civil de la República Argentina; es la figura más americana que la revolución
presenta. Facundo Quiroga enlaza y eslabona todos los elementos de desorden
que hasta antes de su aparición estaban agitándose aisladamente en cada
provincia; él hace de la guerra local, la guerra nacional, argentina, y presenta
triunfante, al fin de diez años de trabajos, de devastaciones y de combates, el
resultado de que sólo supo aprovecharse el que lo asesinó. He creído explicar
la revolución argentina con la biografía de Juan Facundo Quiroga, porque creo
que él explica suficientemente una de las tendencias, una de las dos fases diversas
que luchan en el seno de aquella sociedad singular.
He evocado, pues, mis recuerdos, y buscado para completarlos los detalles
que han podido suministrarme hombres que lo conocieron en su infancia, que
fueron sus partidarios o sus enemigos, que han visto con sus ojos unos hechos,
oído otros, y tenido conocimiento exacto de una época o de una situación
particular. Aún espero más datos de los que poseo, que ya son numerosos. Si
algunas inexactitudes se me escapan, ruego a los que las adviertan que me las
comuniquen; porque en Facundo Quiroga no veo un caudillo simplemente, sino
una manifestación de la vida argentina, tal como la han hecho la colonización y las

UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA

peculiaridades del terreno, a lo cual creo necesario consagrar una seria atención,
67
porque sin esto la vida y hechos de Facundo Quiroga son vulgaridades que
no merecerían entrar, sino episódicamente, en el dominio de la historia. Pero

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Facundo, en relación con la fisonomía de la naturaleza grandiosamente salvaje
que prevalece en la inmensa extensión de la República Argentina; Facundo,
expresión fiel de una manera de ser de un pueblo, de sus preocupaciones e
instintos; Facundo, en fin, siendo lo que fue, no por un accidente de su carácter,
sino por antecedentes inevitables y ajenos de su voluntad, es el personaje
histórico más singular, más notable, que puede presentarse a la contemplación
de los hombres que comprenden que un caudillo que encabeza un gran
movimiento social no es más que el espejo en que se reflejan, en dimensiones
colosales, las creencias, las necesidades, preocupaciones y hábitos de una nación
en una época dada de su historia”.
Ahora descarga y lee la novela en:
http://www.e-libro.net/E-libro-viejo/gratis/facundo.pdf

3.1. De acuerdo con el romance de Sarmiento, ¿cómo es descripto el personaje


central? Explícalo.
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3.2. Según el autor, ¿cuál es el ideario utópico de civilización que él desea a su


país?
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APARTADO 4
José Hernández - Martín Fierro
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En este apartado tendrás una visión diferente del gaucho. Antes visto como
representación de la barbarie, por los ojos de Hernández es visto como héroe nacional.

JOSÉ HERNÁNDEZ

José Hernández nació en la Chacra Pueyrredón, en la Provincia de Buenos Aires,


en el año de 1834. Su padre se llamaba Rafael y pertenecía a una familia federal; su
madre era Isabel Pueyrredón y pertenecía a una familia unitaria. A la edad de 4 años
José Hernández ya leía y escribía. En 1846, debido a su precario estado de salud fue
llevado por su padre al sur de la provincia de Buenos Aires, donde se familiarizó con
las faenas rurales y las costumbres del gaucho.
Fue un gran poeta autodidacta, periodista, soldado y luchador. Sirvió la patria
desde distintas posiciones. Luchó contra los federales y más tarde a favor de ellos.
Entre 1852 y 1872, época de gran agitación política, defendió la postura de que las
provincias no deberían permanecer ligadas a las autoridades centrales establecidas en
Buenos Aires. En 1853 viste uniforme militar y combate en la batalla de San Gregorio
contra las fuerzas del coronel federal Hilario Lagos. En marzo de 1857 se instala en la
ciudad de Paraná. Allí conoce a Carolina González del Solar, con quien se casa y tiene
siete hijos.[
Al lado federal combatió luego bajo las órdenes del gobernador Urquiza,
intervino en las batallas de Pavón y de Cepeda, en 1859. Participó en una de las últimas
rebeliones federales, la del Coronel López Jordán, en la última rebelión gaucha contra
el gobierno de Sarmiento que finalizó en 1871 con la derrota de los gauchos y el exilio
de Hernández en Brasil y Uruguay. Escribió varios artículos criticando a Sarmiento y
combate su candidatura a presidente.
Dos años más tarde, regresó a Argentina, continúa su lucha por medio del
periodismo. También desempeñó los cargos de Diputado y Senador de la provincia de
Buenos Aires. El 21 de octubre de 1886 falleció en su quinta de Belgrano.
Hernández es considerado el mejor poeta gauchesco y su poema Martín Fierro,
considerado un clásico nacional, que canta la independencia, el estoicismo y el coraje
de los gauchos.

UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA
LA LITERATURA GAUCHESCA Y MARTÍN FIERRO
69

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
La literatura gauchesca empieza a desarrollarse a los fines del siglo XVIII, en el
territorio del Río de la Plata. La figura del gaucho, miembro de una clase social baja y
desfavorecida, fue elegida para dar origen a la manifestación literaria más original de
Hispanoamérica.
Escrita por hombres cultos que imitaban Payador es el nombre que
el habla del gaucho y ciertas formas estróficas llevaba el profesional de
campesinas de los payadores, la poesía la poesía y de la música,
gauchesca fue el género que tuvo más éxito en rapsoda o cantor errante que
esa literatura.
improvisaba y acompañaba
De carácter popular, la poesía gauchesca
presenta como característica principal la sus versos con la guitarra
descripción de las costumbres de los hombres
del campo y sus personajes típicos, a través de su tradición y su vocabulario.
Aunque refleja actitudes como culto de las armas y habilidad del jinete derivados
de la educación española, utiliza un lenguaje rústico y rural como un signo de
independencia y alejamiento da la tradición peninsular. La poesía gauchesca, cuyos
temas suelen ser rústicos, puede desarrollar acciones que pueden aproximar de la
epopeya o de naturaleza marginal.
El escritor y poeta Hilario Ascasubi en 1850, en una nota de su poema Santos
Vega o Los mellizos en flor, hizo la primera definición del hombre de los pampas.
UNIDAD
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UNIDAD III
“El gaucho es el habitante de los campos argentinos; es sumamente
70 experto en el manejo del caballo y en todos los ejercicios del pastoreo. Por lo
regular es pobre, pero libre e independiente a causa de su misma pobreza y de
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sus pocas necesidades; es hospitalario en su rancho, lleno de inteligencia y de


astucia, ágil de cuerpo, corto de palabras, enérgico y prudente en sus acciones,
muy cauto para comunicarse con los extraños, de un tinte poético y supersticioso
en sus creencias y lenguaje, y extraordinariamente diestro para viajar solo por
los inmensos desiertos del país, procurándose alimentos, caballos, y demás con
sólo su lazo y las bolas”.
http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/01585966413473728765324/index.htm

No obstante, el primero que menciona los gauchos en la literatura es Domingo


Sarmiento, en su obra Facundo, pero, bajo su punto de vista, es el principal culpable
del atraso cultural que atenaza el desarrollo del país. A diferencia de la descripción del
gaucho de Sarmiento, Hernández presenta el gaucho como una víctima de los abusos
de la autoridad central. El gaucho y su modo de vivir representan no la barbarie de
Sarmiento, pero lo bueno de la civilización y de la vida en el campo según Hernández.
Hernández escribió dos largos poemas narrativos El Gaucho Martín Fierro
(1872) y La vuelta de Martín Fierro (1879), en los cuales retrata los valores y las
costumbres del gaucho.
Trataremos en este apartado con mayor énfasis y análisis la primera parte del
poema, El Gaucho Martín Fierro.
La libertad y la justicia como ejes temáticos, el estilo deliberadamente descuidado,
el tono de queja y el lenguaje popular, hacen de la obra de Hernández un verdadero
fenómeno sociocultural.
El escenario del poema es la pampa, el vasto campo sin fronteras en la que
se podía galopar a voluntad, bolear avestruces y potros, enlazar y desjarretar ganado
cimarrón y alzado y vivir con absoluta libertad. Esta región enorme, extendida desde
la Patagonia hasta Córdoba y desde la costa bonaerense hasta Cuyo, comprende lo que
se llamó el desierto y también tierra adentro. También fue el espacio de los choques,
relaciones y contactos entre indios y blancos.
El gaucho Martín Fierro, el protagonista del poema, pierde su libertad al ser
reclutado para servir el ejército en la lucha por defender las fronteras argentinas contra
los indios. Es una víctima de la opresión de sus superiores y después de tres años se
convierte en un fugitivo. Cuando vuelve a casa, descubre que su mujer tuvo que irse
con otro hombre para no morir de hambre y que sus hijos se convirtieron en peones.
El sargento Cruz que le persigue, se torna su gran amigo porque Martín le salva la vida
y los dos parten en búsqueda de un lugar para vivir en paz, esperando un día poder
rever a sus entes queridos.
Con todo, delante de tanta desgracia, se une a los indios y decide, debido a
su sufrimiento, ser un hombre malo. Concluye que es mejor vivir con los “salvajes”
(indios), lejos de la civilización. Sin embargo, en la La vuelta de Martín Fierro, escrita
siete años después, el gaucho cree que es mejor adaptarse a la civilización que antes
había despreciado.
El idioma en que está escrito el poema es, sin duda, el castellano, pero con todos
los matices propios del habla típica de los gauchos. Hernández supo con precisión
UNIDAD IIII
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LICENCIATURA
retratar la oralidad del habla popular en su obra, predominando en esta el tono coloquial.
La obra, dividida en trece capítulos, está escrita en versos, lo que nos remite a la 71
estructura de un poema. Sin embargo, verso y prosa se confunden muchas veces, dando

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
al poema las características de una narrativa. El poema está compuesto principalmente
por sextetos o sea, una estrofa creada por Hernández que rima: abbccb con ocho
sílabas en cada verso, formando un octosílabo.
Te traemos el primer capítulo del poema El Gaucho Martín Fierro (1872):

Martín Fierro
Capítulo I

001 Aquí me pongo a cantar 031 Cantando me he de morir


002 Al compás de la vigüela, 032 Cantando me han de enterrar,
003 Que el hombre que lo desvela 033 Y cantando he de llegar
004 Una pena extraordinaria 034 Al pie del eterno padre:
005 Como la ave solitaria 035 Dende el vientre de mi madre
006 Con el cantar se consuela. 036 Vine a este mundo a cantar.

007 Pido a los Santos del Cielo 037 Que no se trabe mi lengua
008 Que ayuden mi pensamiento; 038 Ni me falte la palabra:
009 Les pido en este momento 039 El cantar mi gloria labra
010 Que voy a cantar mi historia 040 Y poniéndome a cantar,
011 Me refresquen la memoria 041 Cantando me han de encontrar
012 Y aclaren mi entendimiento. 042 Aunque la tierra se abra.

013 Vengan Santos milagrosos, 043 Me siento en el plan de un bajo


014 Vengan todos en mi ayuda, 044 A cantar un argumento:
015 Que la lengua se me añuda 045 Como si soplara el viento
016 Y se me turba la vista; 046 Hago tiritar los pastos;
017 Pido a Dios que me asista 047 Con oros, copas y bastos
018 En una ocasión tan ruda. 048 Juega allí mi pensamiento.

019 Yo he visto muchos cantores, 049 Yo no soy cantor letrao,


020 Con famas bien obtenidas, 050 Mas si me pongo a cantar
021 Y que después de adquiridas 051 No tengo cuándo acabar
022 No las quieren sustentar: 052 Y me envejezco cantando:
023 Parece que sin largar 053 Las coplas me van brotando
024 Se cansaron en partidas. 054 Como agua de manantial.

025 Mas ande otro criollo pasa 055 Con la guitarra en la mano
026 Martín Fierro ha de pasar, 056 Ni las moscas se me arriman,
027 Nada la hace recular 057 Naides me pone el pie encima,
028 Ni las fantasmas lo espantan; 058 Y cuando el pecho se entona,
029 Y dende que todos cantan 059 Hago gemir a la prima
030 Yo también quiero cantar. 060 Y llorar a la bordona.

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061 Yo soy toro en mi rodeo 091 Mi gloria es vivir tan libre
72 062 Y torazo en rodeo ajeno; 092 Como el pájaro del cielo:
063 Siempre me tuve por güeno 093 No hago nido en este suelo
064 Y si me quieren probar, 094 Ande hay tanto que sufrir,
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065 Salgan otros a cantar 095 Y naides me ha de seguir


066 Y veremos quién es menos 096 Cuando yo remuento el vuelo.

067 No me hago al lao de la güeya 097 Yo no tengo en el amor


068 Aunque vengan degollando, 098 Quien me venga con querellas;
069 Con los blandos yo soy blando 099 Como esas aves tan bellas
070 Y soy duro con los duros, 100 Que saltan de rama en rama,
071 Y ninguno en un apuro 101 Yo hago en el trébol mi cama,
072 Me ha visto andar titubeando. 102 Y me cubren las estrellas.

073 En el peligro, ¡qué Cristos! 103 Y sepan cuantos escuchan


074 El corazón se me enancha, 104 De mis penas el relato,
075 Pues toda la tierra es cancha, 105 Que nunca peleo ni mato
076 Y de eso naides se asombre: 106 Sino por necesidá,
077 El que se tiene por hombre 107 Y que a tanta alversidá
078 Ande quiere hace pata ancha. 108 Solo me arrojó el mal trato

079 Soy gaucho, y entiéndalo 109 Y atiendan la relación


080 Como mi lengua lo explica: 110 Que hace un gaucho perseguido,
081 Para mi la tierra es chica 111 Que padre y marido ha sido
082 Y pudiera ser mayor; 112 Empeñoso y diligente,
083 Ni la víbora me pica 113 Y sin embargo la gente
084 Ni quema mi frente el sol. 114 Lo tiene por un bandido.

085 Nací como nace el peje


086 En el fondo de la mar;
087 Naides me puede quitar
088 Aquello que Dios me dio
089 Lo que al mundo truje yo
090 Del mundo lo he de llevar.

UNIDAD IIII
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LICENCIATURA

Estudio del vocabulario 73

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
(002) vigüela: instrumento musical parecido a la guitarra
(003) desvela: no le deja dormir
(006) consuela: encuentra alivio a las penas
(015) añuda: se da nudos
(027) recular: retroceder
(029) dende: desde
(049) letrao: letrado, con estudios
(056) arriman: acercan
(057) naides: nadie
(059) prima: cuerda más delgada de la guitarra
(060) bordona: cuerda más gruesa de la guitarra
(063) güeno: bueno
(067) lao: lado
(067) güeya: huella
(072) titubeando: dudando
(074) enancha: hace más ancho
(075) cancha: espacio amplio y llano
(078) hace pata ancha: enfrenta el peligro valientemente
(085) peje: pez
(089) truje: traje
(096) remuento: remonto, empiezo a volar
(098) querellas: problemas, disputas

Ahora descarga y lee la poesía completa que está en el sitio abajo:


http://www.e-libro.net/E-libro-viejo/gratis/fierro1.pdf
o en: http://www.literatura.org/Fierro/index.html

4.1. ¿Qué características tiene el gaucho Martín Fierro? Ejemplifica con


partes del poema.
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Para saber más sobre las aventuras de Martín Fierro hay dos
películas que puedes asistir. La primera es de 1968, de mismo nombre,
cuyo director es Leopoldo Torre Nilsson. La segunda de 2006, llamada
Martín Fierro, el ave solitaria, tiene como director Gerardo Vallejo.
Para mirar la primera película te indicamos el blog abajo:
http://berega.com.br/blog/archives/tag/martin-fierro-filme-
1968-jose-hernandez-argentina-poema-video

Los textos literarios podrían enriquecer el contenido de las


clases de lengua. ¿Cómo podrías utilizarlos en la sala de clase de lengua
española? Intenta pensar en algunas posibilidades.

Síntesis

Estimado estudiante, en esta unidad has conocido las obras más importantes de
la literatura romántica en Hispanoamérica. Desarrollada después de la independencia
de los países americanos, tiene como objetivo la denuncia de la situación de esos
países y el alejamiento de los ideales peninsulares. Su máximo florecimiento se dio
en Argentina debido a los años de inestabilidad política y social del país. También en
esta unidad estudiaste tres géneros literarios distintos: el cuento El matadero, la novela
Facundo y el poema Martín Fierro. Has podido a través de estas obras verificar la
evolución de los temas tratados en el romanticismo.
Esperamos que esta unidad haya sido estimuladora para que continúes a buscar
informaciones y mismo otros autores de la literatura romántica en América.

UNIDAD IIII
pró
LICENCIATURA

75

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
1. El texto abajo fue escrito por el historiador argentino José María
Rosa. Léelo y haz un comentario crítico sobre su punto de vista, después
comparta tu punto de vista con tus compañeros por skype.

UNITARIOS Y FEDERALES

“A unitarios y federales no los separó una polémica teórica


por centralismo o descentralismo. Fue una división profunda: dos
concepciones antagónicas de la realidad argentina, dos maneras opuestas
de sentir la patria. Civilización y Barbarie, dice Sarmiento errónea pero
elocuentemente. Los "civilizados" admiraban e imitaban a Europa y
servían sus propósitos dominadores; los "bárbaros" descreían de las
intenciones de los europeos y defendían obstinadamente a la Argentina.
La patria de los unitarios no estuvo en la tierra, ni en la historia, ni en los
hombres; era la Libertad, la Humanidad, la Constitución, la Civilización:
valores universales. Libertad para pocos, humanidad que no se extendía a
los enemigos, constitución destinada a no regir nunca, civilización foránea
La patria compatible con el dominio extranjero que encontramos en todas
las colonias.
Federal en el habla del pueblo, equivalía a argentino. El grito ¡Viva
la Santa Federación! significaba vivar a la Confederación Argentina. La
patria era la tierra, los hombres que en ella habitaban, su pasado y su
futuro: un sentimiento que no se razonaba, pero por el cual se vivía y se
moría. Defender la patria de las apetencias extranjeras era defenderse a
sí mismo y a los suyos: conseguir y mantener un bienestar del que están
despojados los pueblos sometidos”. (…)

http://www.elortiba.org/obligado.html#UNITARIOS_Y_FEDERALES

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. En esta unidad hemos visto tres obras. ¿Qué características románticas ellas
76 tienen en común? ¿Qué características tienen en especial cada una de ellas? Da
ejemplos.
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Apuntes

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LICENCIATURA

JOSÉ MARTÍ, 79

EL MODERNISMO Y

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
RUBÉN DARÍO

OBJETIVOS DEL APRENDIZAJE


Conocer y analizar algunas obras de José Martí
Conocer las características del Modernismo
hispanoamericano
Aplicar los conceptos del Modernismo
Conocer y analizar algunas obras del autor
Rubén Darío.

GUIÓN DE ESTUDIO
Apartado 1 – José Martí, el Apóstol de la
Libertad
Apartado 2 – El Modernismo Español e
Hispanoamericano
Apartado 3 – Rubén Darío

próUNIDAD
UNIDADIII
UNIDAD III
LICENCIATURA
80 Para iniciar la charla
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Empezar una nueva fase en la historia es siempre algo muy curioso. Para nosotros,
resulta fácil poner los hechos en capítulos, sin embargo ni siempre eso es posible en la
vida real, una vez que muchas cosas pueden ocurrir al mismo tiempo y no nos damos
cuenta de cuándo los cambios se fueron operando. Así es con la vida, así es con la
Literatura. Acabaste de estudiar al Romanticismo en Hispanoamérica y luego pasamos
al pre-modernismo y al modernismo, sin poder definir exactamente cuáles fueron los
últimos románticos y cuál fue la primera generación modernista.
En ese capítulo vas a estudiar lo que serían los primeros trazos del Modernismo
y también la importancia de la vida social para la transformación de la literatura.
¿Ya has pensado en cuán importante es saber sobre de la historia de las
civilizaciones y cuánto eso puede influenciar en la manera como actuamos y cómo la
cultura se establece, se perpetúa o se modifica?
Como ya sabes, España tomó a los países de Hispanoamérica y por largos años
comandó a esos países. Es natural que el pueblo colonizado no acepte por mucho
tiempo sujetarse al mando de otro país y con eso empiecen a surgir movimientos
revolucionarios en que el deseo de libertad hable más alto.
Eso seguramente ocurrió entre los países de Hispanoamérica, que tuvieron
sus representantes en la lucha por libertad. El siglo XIX es la representación mayor
de la liberación de esos países colonizados, con tantos autores literarios y militantes
de grande importancia política que merecerían nuestra atención. Para este momento,
escogemos para nuestros estudios a la figura de José Martí, de manera a representar el
ideal de libertad y de la literatura de la independencia, aunque sea Cuba, su país, uno
de los últimos países a liberarse de España.
En esta unidad, irás estudiar la obra de Martí, la construcción del Modernismo
en Hispanoamérica y su máximo representante, Rubén Darío. ¡A leer y a disfrutar!

APARTADO 1
Contexto histórico: el Romanticismo en Europa
y en Hispanoamérica

El periodista, poeta, ensayista, pensador, José Julián Martí Pérez, nació el 28


de enero de 1853 en La Habana – Cuba, en el seno de una familia modesta. Escritor,
orador, diplomático, narrador, dramaturgo, revolucionario, político… José Martí fue,
sin duda, una de las grandes figuras de América hispana de todos los tiempos.
La musicalidad y la claridad con que narra hace de su prosa un grande destaque.
Para él, cada palabra tiene que justificar su uso en la oración, de manera que no es
necesario el uso abusivo de palabras y cada una de ellas tiene su importancia. En la
poesía la musicalidad nuevamente es lo que llama atención.
Los temas preferidos son el amor, en todas sus formas: por su hijo, por la mujer,
por la patria, por los humildes, por las víctimas de injusticias, de desigualdades y de
UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA
la esclavitud, por la humanidad de manera general. También escribió sobre la amistad
como sentimiento puro y verdadero, la dignidad y la libertad como valor supremo del 81
hombre. Su obra poética sirvió de inspiración a Rubén Darío, autor modernista que lo

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
consideró precursor del Modernismo.
Escribió más de cuatrocientas
crónicas sobre Hispanoamérica, Estados
Unidos y Europa en periódicos como
La Nación de Buenos Aires, La Opinión
Pública de Montevideo, La Opinión
Nacional de Caracas, La República de
Tegucigalpa, El Partido Liberal de México
y Las Américas de Nueva York.
Sus tres obras de teatro no
alcanzaron grande éxito (Abdala, Adúltera
y Amor con amor se paga). Los cuentos
direccionados a los niños, que hacen parte
del libro La edad de oro tienen un tono
de didactismo y traen los problemas de
América Latina, pues tratan de temas
como la pobreza, la falta de recursos y
desigualdades sociales, (Los Zapaticos
de Rosa; La muñeca negra; Los dos
príncipes), el racismo (El Padre las Casas),
la libertad (La perla de la mora) y mismo
temas universales como la bondad, las
virtudes o la muerte (La perla de la mora,
Cada uno a su oficio, Nené traviesa, El camarón encantado).

Cronológicamente hablando, su obra se vería así:

1869 ABDALA
1871 EL PRESIDIO POLÍTICO EN CUBA
LA REPÚBLICA ESPAÑOLA ANTE LA
1873
REVOLUCIÓN CUBANA
1875 AMOR CON AMOR SE PAGA
1882 ISMAELILLO
1885 AMISTAD FUNESTA
1889 LA EDAD DE ORO
1891 VERSOS SENCILLOS
MANIFIESTO DE MONTECRISTI – CON
1895
MÁXIMO GÓMEZ

Después de su muerte son publicadas también las obras: Adúltera y Versos


Libres. Además de todo, Martí tradujo seis libros y tuvo su obra recopilada en otros
más, una de las más recientes es la obra de Hubert Jerez Mariño, El cantar de Martí,
Jerez Publishing, Inc., 1999.
Su vida política también fue bastante agitada, pues, ya en 1871 fue dester-
UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
rado a España, donde entonces estudió Filosofía y Letras y Derecho. Pasa también
82 por otros países: Francia, México, Guatemala y Estados Unidos. Siempre tuvo vida
política activa (su primera condenación a prisión política fue a los dieciséis años),
participó de movimientos revolucionarios y llegó a ser desterrado una segunda vez
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

a España, establecerse en Nueva York, pasar a vivir en Venezuela y ser expulsado de


allá también. Vuelve a vivir en Nueva York en 1882 y allá se prepara para lo que sería
su revolución final para conseguir la independencia de Cuba. Publica el conocidísimo
texto Nuestra América, un discurso inflamado de amor a lo nuestro, a América de sus
patriotas, de su pueblo, a una gente que lucha y que no debe dejarse abatir. Como se
lo puede ver en el trozo que sigue:

(…) “Ni ¿en qué patria puede tener un hombre más orgullo que en nues-
tras repúblicas dolorosas de América, levantadas entre las masas mudas de in-
dios, al ruido de pelea del libro con el cirial, sobre los brazos sangrientos de
un centenar de apóstoles? De factores tan descompuestos, jamás, en menos
tiempo histórico, se han creado naciones tan adelantadas y compactas. Cree el
soberbio que la tierra fue hecha para servirle de pedestal, porque tiene la pluma
fácil o la palabra de colores, y acusa de incapaz e irremediable a su república
nativa, porque no le dan sus selvas nuevas modo continuo de ir por el mundo
de gamonal famoso, guiando jacas de Persia y derramando champaña. La in-
capacidad no está en el país naciente, que pide formas que se le acomoden y
grandeza útil, sino en los que quieren regir pueblos originales, de composición
singular y violenta, con leyes heredadas de cuatro siglos de práctica libre en los
Estados Unidos, de diecinueve siglos de monarquía en Francia. Con un de-
creto de Hamilton no se le para la pechada al potro del llanero. Con una frase
de Sieyès no se desestanca la sangre cuajada de la raza india. A lo que es, allí
donde se gobierna, hay que atender para gobernar bien; y el buen gobernante
en América no es el que sabe cómo se gobierna el alemán o el francés, sino el
que sabe con qué elementos está hecho su país, y cómo puede ir guiándolos en
junto, para llegar, por métodos e instituciones nacidas del país mismo, a aquel
estado apetecible donde cada hombre se conoce y ejerce, y disfrutan todos de
la abundancia que la Naturaleza puso para todos en el pueblo que fecundan
con su trabajo y defienden con sus vidas. El gobierno ha de nacer del país. El
espíritu del gobierno ha de ser el del país. La forma de gobierno ha de avenirse
a la constitución propia del país. El gobierno no es más que el equilibrio de los
elementos naturales del país.
Por eso el libro importado ha sido vencido en América por el hombre
natural. Los hombres naturales han vencido a los letrados artificiales. El mesti-
zo autóctono ha vencido al criollo exótico. No hay batalla entre la civilización
y la barbarie, sino entre la falsa erudición y la naturaleza. El hombre natural es
bueno, y acata y premia la inteligencia superior, mientras esta no se vale de su
sumisión para dañarle, o le ofende prescindiendo de él, que es cosa que no per-
dona el hombre natural, dispuesto a recobrar por la fuerza el respeto de quien
le hiere la susceptibilidad o le perjudica el interés. Por esta conformidad con los
elementos naturales desdeñados han subido los tiranos de América al poder;
y han caído en cuanto les hicieron traición. Las repúblicas han purgado en las
tiranías su incapacidad para conocer los elementos verdaderos del país, derivar

UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA

de ellos la forma de gobierno y gobernar con ellos. Gobernante, en un pueblo


83
nuevo, quiere decir creador.

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
En pueblos compuestos de elementos cultos e incultos, los incultos go-
bernarán, por su hábito de agredir y resolver las dudas con su mano, allí donde
los cultos no aprendan el arte del gobierno. La masa inculta es perezosa, y
tímida en las cosas de la inteligencia, y quiere que la gobiernen bien; pero si el
gobierno le lastima, se lo sacude y gobierna ella. ¿Cómo han de salir de las uni-
versidades los gobernantes, si no hay universidad en América donde se enseñe
lo rudimentario del arte del gobierno, que es el análisis de los elementos pecu-
liares de los pueblos de América? A adivinar salen los jóvenes al mundo, con
antiparras yanquis o francesas, y aspiran a dirigir un pueblo que no conocen.
En la carrera de la política habría de negarse la entrada a los que desconocen
los rudimentos de la política. El premio de los certámenes no ha de ser para la
mejor oda, sino para el mejor estudio de los factores del país en que se vive. En
el periódico, en la cátedra, en la academia, debe llevarse adelante el estudio de
los factores reales del país. Conocerlos basta, sin vendas ni ambages; porque el
que pone de lado, por voluntad u olvido, una parte de la verdad, cae a la larga
por la verdad que le faltó, que crece en la negligencia, y derriba lo que se levanta
sin ella. Resolver el problema después de conocer sus elementos, es más fácil
que resolver el problema sin conocerlos. Viene el hombre natural, indignado y
fuerte, y derriba la justicia acumulada de los libros, porque no se administra en
acuerdos con las necesidades patentes del país. Conocer es resolver. Conocer
el país, y gobernarlo conforme al conocimiento es el único modo de librarlo
de tiranías. La universidad europea ha de ceder a la universidad americana. La
historia de América, de los incas acá, ha de enseñarse al dedillo, aunque no se
enseñe la de los arcontes de Grecia. Nuestra Grecia es preferible a la Grecia
que no es nuestra. Nos es más necesaria. Los políticos nacionales han de reem-
plazar a los políticos exóticos. Injértese en nuestras repúblicas el mundo; pero
el tronco ha de ser el de nuestras repúblicas. Y calle el pedante vencido; que no
hay patria en que pueda tener el hombre más orgullo que en nuestras dolorosas
repúblicas americanas.” (…)

Publicado en: La Revista Ilustrada de Nueva York, 10 de enero de 1891.


El Partido Liberal, México, 30 de enero de 1891.

Como puedes percibir, Martí direcciona su discurso a los hispanoamericanos de


la tierra, los que aman a sus países y que ya no quieren vivir sumisos a España. Defien-
de que el país sea gobernado por quienes conocen y aman a ese mismo país. Ya en esa
época, Cuba es una de las únicas colonias de España (sólo le restan Cuba, Costa Rica
y las Filipinas), lo que define la decadencia del imperio español. José Martí organiza y
promueve movimientos con el fin de conseguir armamento para luchar por la libertad
de Cuba y, junto a Máximo Gómez y otros más, enfrenta al ejército español en Dos
Ríos, el 19 de mayo de 1895, batalla en la cual perdió la vida, en nombre de su patria,
motivo por el cual pasó a ser llamado Apóstol de la Libertad.

UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
LA POESÍA EN MARTÍ
84
Como ya hemos aludido, la obra de Martí es extensa, lo que nos obliga a elegir
algunas de ellas para representar al autor. Para nuestros estudios, nos interesan en ese
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

momento, sus poesías, lo que no disminuye sus otros escritos. A la secuencia, observa
lo que dice Martí sobre sus propios versos:

MIS VERSOS – José Martí (Introducción al libro Versos Libres)

Estos son mis versos. Son como son. A nadie los pedí prestados. Mien-
tras no pude encerrar íntegras mis visiones en una forma adecuada a ellas, dejé
volar mis visiones: oh, ¡cuánto áureo amigo que ya nunca ha vuelto! Pero la
poesía tiene su honradez, y yo he querido siempre ser honrado. Recortar ver-
sos, también sé, pero no quiero. Así como cada hombre trae su fisonomía, cada
inspiración trae su lenguaje. Amo las sonoridades difíciles, el verso escultórico,
vibrante como la porcelana, volador como un ave, ardiente y arrollador como
una lengua de lava. El verso ha de ser como una espada reluciente, que deja a los
espectadores la memoria de un guerrero que va camino al cielo, y al envainarla
en el Sol, se rompe en alas.
Tajos son éstos de mis propias entrañas -mis guerreros-. Ninguno me ha
salido recalentado, artificioso, recompuesto, de la mente; sino como las lágrimas
salen de los ojos y la sangre sale a borbotones de la herida.
No zurcí de éste y aquél, sino sajé en mí mismo. Van escritos, no en tinta
de academia, sino en mi propia sangre. Lo que aquí doy a ver lo he visto antes (yo
lo he visto, yo), y he visto mucho más, que huyó sin darme tiempo que copiara
sus rasgos. - De la extrañeza, singularidad, prisa, amontonamiento, arrebato de
mis visiones, yo mismo tuve la culpa, que las he hecho surgir ante mí como las
copio. De la copia yo soy el responsable. Hallé quebrados los vestidos, y otros no
y usé de estos colores. Ya sé que no son usados. Amo las sonoridades difíciles y
la sinceridad, aunque pueda parecer brutal.
Todo lo que han de decir, ya lo sé, y me lo tengo contestado. He querido
ser leal, y si pequé, no me avergüenzo de haber pecado.

Todo eso de lo que dice el autor, sólo lo podremos constatar si leemos los versos
de José Martí. En esta descripción, el poeta dice que no ha copiado a nadie ni a nin-
guno estilo de otros, mas ha escrito a su gusto. A veces viste su poesía con algo más
rebuscado, pero lo que quiere es impresionar por la belleza y por el contenido. Como
el mismo autor dijo, ama las sonoridades difíciles pero no quiere a sus poemas artifi-
ciosos. Para buscar el sentido que Martí le da a sus poemas, empecemos nuestro viaje
con dos poemas del libro Ismaelillo, de 1882:

UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA

Mi Reyecillo 85

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
01 Los persas tienen 23 Llévame, hijo!—
02 Un rey sombrío; 24 Toca en mi frente
03 Los hunos foscos 25 Tu cetro omnímodo;
04 Un rey altivo; 26 Úngeme siervo,
05 Un rey ameno 27 Siervo sumiso:
06 Tienen los íberos; 28 ¡No he de cansarme
07 Rey tiene el hombre, 29 De verme ungido!
08 Rey amarillo: 30 ¡Lealtad te juro,
09 ¡Mal van los hombres 31 Mi reyecillo!
10 Con su dominio! 32 Sea mi espalda
12 Mas yo vasallo 33 Pavés de mi hijo;
13 De otro rey vivo, — 34 Pasa en mis hombros
14 Un rey desnudo, 35 El mar sombrío:
15 Blanco y rollizo: 36 Muera al ponerte
16 Su cetro — ¡un beso! 37 En tierra vivo: —
17 Mi premio — ¡un mimo! 38 Mas si amar piensas
18 ¡Oh! cual los áureos 39 El amarillo
19 Reyes divinos 40 Rey de los hombres,
20 De tierras muertas, 41 ¡Muere conmigo!
21 De pueblos idos 42 ¿Vivir impuro?
22 — ¡Cuando te vayas, 43 ¡No vivas, hijo!

Estudio del vocabulario

Reyecillo: rey, en diminutivo. Uso coloquial.


Huno, a: pueblo nómada de Asia
Altivo: orgulloso, soberbio.
Ameno: grato, deleitable, placentero.
Íberos: relativo a los pueblos que en la época prerromana ha-
bitaban en las zonas mediterránea y meridional de la península
Ibérica; individuo de estos pueblos.
Vasallo: persona libre que se ponía al servicio de otra persona
más poderosa, rey o señor, que le protegía a cambio de prestarle
determinados servicios. 2. súbdito de un soberano.
Omnímodo: total, que comprende todos los aspectos de algo.
Pavés: escudo que cubre casi todo el cuerpo.

UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
Este poema, así como los demás escritos en el libro Ismaelillo, fueron dedica-
86 dos al único hijo de José Martí, el entonces chiquillo José Francisco Martí Zayas Bazán.
Lo que puedes percibir en el poema es un cariño impar, de un padre completamente
entregue al amor de su hijo. Ya empezamos a percibir esa devoción por el propio título,
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

al decir que el hijo es su Rey y más, la manera cariñosa con la que pone las palabras
referentes a este rey en diminutivo, como el propio reyecillo. El rey es aquél que dicta
las reglas, quien da las órdenes, es el soberano de un pueblo; así el yo poético se pone
delante del reyecillo. En nuestra cultura también se dice que los niños son los reyes
de la casa, pues a partir del momento en que nacen, dictan nuevas reglas en la familia,
principalmente cuando se trata del primero hijo.
Al comparar su Rey a los otros reyes de otros pueblos, el yo poético deja claro
que el suyo es divino, contrario a los otros que son tiranos, soberbios. A la vez describe
su Rey como un niño rollizo y blanco, al cual el yo poético se dobla por un beso o un
mimo. Observa que el lado político social de Martí no se deja ocultar, pues, al referirse
al rey de los íberos, dice que tienen un rey ameno, de manera a no ofenderle como hace
con los otros reyes.
Las palabras usadas dan la idea de subordinación, dedicación y amor hacia ese
rey que se vuelve su hijo, señor de su vida, a quien el yo poético dedica su lealtad y
protección, expresada metafóricamente a través de la palabra pavés.
Parece interesante la relación que se hace del hombre con el “Rey Amarillo”. A
principio este rey puede evocar la imagen del astro rey, o sea, el sol. Sin embargo, el yo
poético dice que los hombres de los versos 09 y 10 no están bien con su Rey: “¡Mal van
los hombres/Con su dominio!”, y al final del poema, se enfada en pensar que su hijo
pueda querer amar al rey de los hombres y pídele que se muera con él, pues, mejor la
muerte que vivir impuro. Esa condición última nos hace pensar en qué tipo de impu-
reza este Rey Amarillo puede traer y luego, descartemos la hipótesis de que sea el Rey
Sol y pasemos a pensar en algo que pueda denigrar el carácter de un hombre hasta el
punto de que el padre prefiera verlo muerto a vivir con esta mancha. A nosotros nos
parece que sentimientos como la avaricia, el deseo de poder o hasta mismo el dinero
(representado por el amarillo, el color del oro), pueden ser reyes que comandan al
hombre a que el yo poético se refiere. ¿Y a ti, qué te parece?

Lo mismo podemos observar en el próximo poema:

MI CABALLERO
Por las mañanas Me espoleaba
Mi pequeñuelo Mi caballero:
Me despertaba ¡Qué suave espuela
Con un gran beso. Sus dos pies frescos!
Puesto a horcajadas ¡Cómo reía
Sobre mi pecho, Mi jinejuelo!
Bridas forjaba Y yo besaba
Con mis cabellos. Sus pies pequeños,
Ebrio él de gozo, ¡Dos pies que caben
De gozo yo ebrio, En sólo un beso!

UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA

Estudio del vocabulario 87

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Pequeñuelo: diminutivo de pequeño. Uso coloquial.
A horcajadas: manera de montar al caballo.
Bridas: parte de los arreos de una caballería que se emplea para
facilitar el manejo de ésta.
Forjar: fig. inventar, imaginar.
Jinejuelo: diminutivo de jinete: soldado de a caballo que lucha-
ba con lanza y adarga. Uso coloquial.

Nuevamente, en este poema, el diminutivo es una marca que denota cariño hacia
el “pequeñuelo”. Ya en este caso, el yo poético pasa a la condición de caballo del hijo,
que lo despierta con este juego. La sumisión al hijo sigue siendo la misma, está so su
comando, so sus órdenes, ya que el caballo está a servicio del hombre. Sin embargo, la
satisfacción de estar en este momento con el hijo es tamaña que llega a embriagar al yo
poético y al pequeño que cabalga, sin que se dé cuenta de esta condición de subordina-
ción, considerando el momento no de humillación sino de total placer.
Las cosas necesarias para cabalgar aparecen a través de la imaginación del niño:
primero sube a horcajadas en el padre, que es el caballo, los cabellos del padre son las
bridas y se imagina tener espuelas en los piececitos.
Las acciones expresas a través de palabras como a horcajadas, bridas, forjaba y
espoleaba, traen un sonido abrupto e ideas de cosas groseras, que son suavizadas por
los pies frescos del niño, pies tan pequeños que “caben en un solo beso”.
La expresión de amor que el autor dedica no se limita al hijo, mas se alarga a la
mujer, a la humanidad, a la vida. Observa el poema que sigue, sacado de Versos Sen-
cillos, 1896:

CULTIVO UNA ROSA BLANCA

Cultivo una rosa blanca


En Junio como en Enero,
Para el amigo sincero,
Que me da su mano franca.

Y para el cruel que me arranca


El corazón con que vivo,
Cardo ni ortiga cultivo
cultivo una rosa blanca.

UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
Aquí encontramos dos símbolos de pureza, de suavidad, de paz y belleza: la rosa
88 y el color blanco. Lo que el yo poético dice es que siempre cultiva una rosa blanca, sea
cual sea el período del año y se la ofrece tanto al amigo como al cruel que le arranca el
corazón, o sea, el enemigo. Podemos percibir que esta rosa puede representar el amor
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

puro hacia el amigo o el deseo de paz hacia el que le quiere mal. Es importante resaltar
que no se percibe un sentimiento de venganza hacia el que lo perjudica, mas un gesto
de delicadeza o hasta mismo de perdón.
Ahora lee tú los poemas que seleccionamos abajo, para que puedas conocer
más de las poesías de Martí y sentir la manera como él escribe:

DEL TIRANO... EL ÁNGEL


(Versos Sencillos, 1896) (Poesías Dispersas-1868-1898)

¿Del tirano? Del tirano Ayer una voz del cielo


Di todo, ¡di más!; y clava en mi pecho resonó:
Con furia de mano esclava — ¿Viste un ángel en el triste suelo?
Sobre su oprobio al tirano. y respondí que no.
¿Del error? Pues del error     Más tarde te he conocido,
Di el antro, di las veredas y al conocerte, te amé,
Oscuras: di cuanto puedas y en raudales de amor se han embebido
Del tirano y del error. mi esperanza y mi fe.
¿De mujer? Pues puede ser     También una voz del cielo
Que mueras de su mordida; hoy ha resonado en mí:
¡Pero no empañes tu vida — ¿Viste algún ángel en el triste suelo?
Diciendo mal de mujer! ¡y respondí que sí!

Texto adaptado de: http://www.evisos.com.pe/

1. Aprovecha los poemas anteriores y escribe tus consideraciones sobre


los poemas al modo como venimos desarrollando en el decurrir del libro.
Intercambia ideas con tus colegas.

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UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA

APARTADO 2 89

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
El Modernismo Español e Hispanoamericano

Ya dijimos que José Martí fue considerado padre del Modernismo por Rubén
Darío. Lo que todavía no hemos comentado es que este movimiento, adoptado y llevado
a Europa por el nicaragüense Rubén Darío, fue el movimiento que mejor caracterizó
a Hispanoamérica en su literatura hasta entonces (finales del siglo XIX), con grande
destaque a las características propias y un movimiento suyo que fue, por primera vez,
seguido por países de otros continentes. El modernismo hispanoamericano tomó
rumbo a Europa e influenció la literatura de este sitio hasta el punto de que los críticos
literarios no saben decir si el movimiento es español o es hispanoamericano.
El movimiento modernista abarcó no sólo la literatura como también el arte,
de manera general, la ciencia, la religión, la política y los demás aspectos de la vida, ya
que reflejaba un momento de cambio histórico, siendo entonces considerado no un
movimiento literario, sino una nueva manera de vivir y enfrentar la vida.
Situado en un período de crisis políticas y guerras, pues se desarrolla más o
menos entre 1880 y 1915, el Modernismo surge como un deseo de expresión de un
profundo desacuerdo hacia la civilización burguesa. Hay un deseo grande de aislamiento
y de oposición hacia el sistema social y político, con
escapismo: actitud del que
eso el escapismo es una de sus marcas. Una de las más
famosas frases de ese momento es de Rubén Darío: se evade de la realidad.
“yo detesto la vida y el tiempo en que me tocó nacer”
(Prosas Profanas)
En el período más fuerte de instalación del Modernismo, el mundo pasaba por
transformaciones importantes en todos sus aspectos, en lo tocante a la política, a la
religión, a la ciencia, a las artes plásticas, a las costumbres, a la filosofía y a la literatura.
Varios factores influyen en la manera de pensar y de actuar del hombre del
nuevo siglo XX. Descubrimientos científicos, tales como el átomo de Rutherford o la
descubierta del Radio y del Polonio como elementos radioactivos; las transformaciones
filosóficas, en que ya se cuestiona el positivismo y se niega la razón como forma de
explicar la vida de los seres humanos, dando paso para el irracionalismo; el desarrollo
del psicoanálisis de Sigmund Freud; la presencia de Marx y sus ideas sobre el socialismo
en autores de fines del siglo, sirven de material para un grande cuestionamiento, la
reorganización de ideas y conceptos sobre la vida y un nuevo posicionamiento ante la
forma de expresarse.
La disconformidad con la situación política se expresa de dos maneras: o por
una rebeldía política, como en el caso de José Martí, o por aislamiento aristocrático, lo
que, muchas veces se ve acompañado de actitudes asociales o amorales.


CARACTERÍSTICAS DEL MODERNISMO

El Modernismo es un movimiento que tiene como marca el préstamo


de características de muchos de los movimientos que lo antecedieron. Esa mezcla
de movimientos recibe también algunas características propias y peculiares que
incrementan el movimiento.
UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
El Romanticismo, como ya sabes, fue el movimiento que antecedió
90 directamente al Modernismo, sin embargo, al contrario de lo que ocurre en la grande
mayoría de las veces en las transiciones de movimientos, el Modernismo no va en
contra el Romanticismo, y sí, en contra la falta de imaginación instalada en la época, a
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lo pueblerino, a la personalidad provinciana y para combatir esas actitudes, se defiende


el cosmopolitismo de las grandes ciudades europeas, con especial devoción a Paris.
Del Parnasianismo, se retoma la actitud de no conmoverse ante nada, la
perfección del verso bien hecho, con atención al ritmo y a la musicalidad, buscando un
arte refinado y culto para expresar la belleza y la armonía y, con eso, se vuelve al culto
a la forma.
Ya del Simbolismo lo que se toma son las características de los poetas malditos,
o sea, la rabia maledicente, la fealdad de la putrefacción, el uso del verso libre en
contraposición del verso perfectamente medido. También la utilización de los símbolos
y de la sugerencia, de la sinestesia como su figura de lenguaje, y el tedio por la vida (el
esplín).
Del Realismo y Naturalismo hay el préstamo de la manera de descripción, o
sea, la manera minuciosa, detallada. Una visión totalizadora y también la crudeza de los
hechos. Del Barroco, las características tomadas dicen respeto al dominio de la lengua,
a la utilización de arcaísmos, latinismos y de neologismos; a la idea de hacer de la
forma literaria un culto y a la admiración por los poetas barrocos españoles: Góngora,
Quevedo y Gracián.
El Impresionismo prestó al modernismo la actitud de desclasamiento social,
el deseo de fuga hacia lo exótico, los placeres, las drogas, lo inmediato y los recuerdos.
Como se ve, muchas de las tendencias de movimientos anteriores seguidos por el
Modernismo son contradictorios entre si y suelen aparecer de acuerdo al estado de
ánimo del autor.

UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA
Evidentemente el Modernismo
no se hizo únicamente a partir de 91
préstamos de tendencias de otros

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
movimientos. Algunos tópicos
modernistas fueron utilizados de manera
a darle al movimiento una identidad
y homogeneidad, acrecentando algo
nuevo a la mezcla de características
tomadas de otros movimientos. Es muy
común que encontremos en manuales
de literatura la citación de esos tópicos
que discutiremos a la secuencia.
El primero y uno de los más
citados, fue relacionado a una actitud
de vida heredada del Romanticismo,
el llamado esplín (Spleen) o taedio
vitae. El esplín es el sentimiento de
melancolía, estado de ánimo que se
debe a una causa moral. Es preferible,
para los modernistas, usar el término
esplín, porque el término melancolía
significaba en la época, una enfermedad
mental.
Otro posicionamiento marcado
por actitudes es el dandismo. Ser dandy,
entre otras cosas, es negar a los valores
burgueses de la época; es obtener el
máximo de placer de las cosas (lo que
lleva a muchos a la bohemia, a las
grandes juergas, el sexo desarreglado y
el abuso del alcohol). El placer por el
placer es la extensión del deseo del arte
por el arte y esta búsqueda por el placer
redunda muchas veces en el gusto por las drogas. Los dandies en general, forman un
grupo contra-corriente, contracultural, con manera propia de actuar, de vestirse, de
expresarse, yendo en contra la sociedad burguesa que le exige trabajo y no consume su
arte.
Junto a las características del esplín y del dandismo también podemos poner
el escapismo, o sea, el deseo de huir del tiempo y del lugar en que uno vive. El interés
se vuelve hacia otro tiempo, otro espacio, recreados, reencontrados o simplemente
imaginados. El retrato de países orientales, el viaje hacia antiguos castillos o a templos
antiguos, la descripción de suntuosas fiestas en edades antiguas es una constante en
muchas obras. El escapismo demuestra una inconformidad con el mundo, un deseo de
no encarar la realidad, de escapar hacia otro sitio. De este gusto, aparecen elementos
exóticos evocados desde otras épocas u otras culturas.
También en la preferencia por algunos vocablos el Modernismo se distingue. Son
comunes las apariciones de cisnes, pavos reales, cóndores, tórtolas, leones y mariposas.
Algunas plantas de la botánica heráldica, tales como el lotus, los lirios, las anémonas,
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UNIDAD III
los nenúfares, los pámpanos, los olivos, las adelfas, los jacintos.
92 Una forma de expresar el escapismo es la utilización de diversos instrumentos
musicales y tipos de danza ajenos a los hispanoamericanos o a los españoles, sea por su
localización espacial, sea por su distancia temporal. Las caracterizaciones de la nobleza
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clásica son frecuentes, así como vocablos nobiliarios, tales como princesas, pajes,
clavicordios, blasones. Lo noble es expreso a través también de objetos, de tejidos,
de joyas o piedras preciosas: alfombrillas persas, vasos chinos, oro, seda, mármol. El
deseo de belleza hace con que las descripciones de grandes fiestas suntuosas sean
llenas de objetos de grande valor monetario y de mucho brillo y suavidad.
La utilización del color es una característica fuerte. Hay una preferencia por
el color azul, representando lo inalcanzable, lo que viene del mundo ideal. También
se usa mucho el dorado, como representación de la riqueza de los nobles, el blanco,
representando pureza, luz, claridad, el violeta y el gris. El uso de colores tiene como
objetivo mecer con los sentidos, así como la utilización de perfumes, músicas y texturas,
que tienen el mismo propósito. A ese recurso se lo llama sinestesia, o sea, sensación
secundaria producida en una parte del cuerpo en consecuencia de un estímulo
provocado en otra parte del cuerpo (a través de los ojos, en la lectura, se consigue
imaginar los perfumes, los sonidos, las texturas).
Ya ves que el Modernismo es un movimiento riquísimo en detalles, ¡a estudiar
su grande idealizador!

Piensa en qué el Modernismo hispanoamericano se asemeja y en qué


se diferencia del modernismo Brasileño. ¿Hay muchas diferencias?

APARTADO 3
Rubén Darío

Félix Rubén García Sarmiento, más conocido como Rubén Darío, es el


responsable por que el mundo conozca al Modernismo de las letras hispanas. Nacido
el 18 de enero de 1867 en Metapa, Nicaragua, escribió, además de poesía, inebriados
cuentos, ensayos y crónicas.
Su vida fue intensa, viajó mucho por los países de Hispanoamérica, por Francia
y por España. Su manera de vivir llamaba atención porque fue idealista y vitalista, se
entregaba a las mujeres y al alcohol, fue bohemio y errabundo, mezclaba un sentimiento
religioso a una actitud pagana, tenía arrebatos de euforia y de depresión, pero era
amable, un hombre bueno y muy amigable.
UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA
En su poesía, Darío representa todo lo que el Modernismo tiene de
características, lo que no es de espantarnos, pues es el representante máximo 93
del movimiento en Hispanoamérica. Su poesía es llena de ritmo, de musicalidad o

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
sonoridad, de cromatismo; sus temas pasan por lo mitológico, lo exótico, lo sensual.
La búsqueda por la belleza por medio de la palabra fue una constante en su obra.
Sus principales obras fueron Azul… (1888); Prosas profanas (1896); Cantos
de vida y esperanza (1905); El canto errante (1907) y Poema de Otoño y otros poemas
(1910). Escribió también otros libros que no alcanzaron tanto éxito.
A pesar de que haya publicados otros libros anteriores, es Azul… el libro de
primero destaque, considerado el libro inaugural del Modernismo.
Mismo en su prosa, lo poético es muy presente, como se puede leer en el trozo
que sigue, que hace parte del prólogo de Prosas Profanas, libro que mezcla prosa y
poesía:

“¿Hay en mi sangre alguna gota de sangre de África, o de indio chorotega


o nagrandano? Pudiera ser, a despecho de mis manos de marqués; mas he aquí
que veréis en mis versos princesas, reyes, cosas imperiales, visiones de países
lejanos o imposibles: ¡qué queréis!, yo detesto la vida y el tiempo en que me
tocó nacer; y a un presidente de República, no podré saludarle en el idioma en
que te cantaría a ti, ¡oh Halagabal!, de cuya corte —oro, seda, mármol— me
acuerdo en sueños...
(Si hay poesía en nuestra América, ella está en las cosas viejas: en
Palenke y Utatlán, en el indio legendario y el inca sensual y fino, y en el gran
Moctezuma de la silla de oro. Lo demás es tuyo, demócrata Walt Whitman.)
Buenos Aires: Cosmópolis.
¡Y mañana!”
(Palabras Liminares, en: Prosas profanas)

Estudio del vocabulario


Chorotega: pueblo amerindio de México, actualmente extingui-
do, vivían en el centro de Chiapas y en la costa del Pacífico.
Nagrandano: de Nicaragua.
Halagabal: cortesano de la antigüedad.
Palenke: centro arqueológico maya clásico (ss. VII-VII d.J.C.)
Utatlán: era la capital del reino maya quiché, constituida a finales
del período post-clásico. Actualmente es un sitio arqueológico
que se encuentra a poca distancia de la cabecera departamental
de Quiché (Guatemala).
Moctezuma: emperador azteca
Walt Whitman: poeta norteamericano.
Cosmópolis: ciudad cosmopolita. Cosmopolita: relativo a las
personas que han vivido en muchos países distintos y han adqui-
rido algunas de sus costumbres. Dícese de los lugares donde hay
personas de muchos países distintos.

UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
Creemos ser interesante pensar en el título del libro a que pertenece este texto: el
94 término prosa se refería, en la Edad Media, a un poema en latín hecho para homenajear
los santos. El autor Darío tenía conciencia de eso y puso el nombre Prosas Profanas a
su libro de poemas que abordan temas mundanos y nada religiosos, más que eso, con
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una temática erótica en algunos puntos. Eso, obviamente, espantó a muchos religiosos
y fue motivo de muchas críticas por lo provocativo y ofensivo que lo juzgaron.
En ese pequeño prólogo de Darío ya podemos encontrar algunas de las varias
características del Modernismo. La principal es el deseo de evasión, el escapismo, que
encontramos a través del uso de varias referencias al pasado, usando términos de siglos
anteriores y tan lejanos a él, en ese caso, civilizaciones antiguas y “yo detesto la vida
y el tiempo en que me tocó nacer”. Esta frase, no sólo representa el escapismo (no
querer vivir en la época en que se está y con eso intentar huir de la realidad inventando
otros mundos), como también el tedio de la vida o el esplín (detestar la vida, sentirse
incómodo por la vida que se lleva).
Después de todo, hay una referencia a antiguos imperios y a la vida de la
nobleza, a través de las palabras “princesas, reyes, cosas imperiales”, “corte —oro,
seda, mármol” y la “silla de oro”, mas lo que más llama atención es cuando el autor
declara: “a despecho de mis manos de marqués”, o sea, que se considera de la nobleza,
mismo levantando la posibilidad de tener alguna descendencia de indios o de negros.
Además de todo, se presenta en el prólogo, el respeto hacia lo pasado, la
antigüedad “Si hay poesía en nuestra América, ella está en las cosas viejas” sin perder
de vista lo contemporáneo, “Lo demás es tuyo, demócrata Walt Whitman”. El autor
Walt Whitman era admirado y seguido por los modernistas.

El deseo de belleza y la búsqueda por el poema perfecto está muy evidente en el
poema que sigue:

YO PERSIGO UNA FORMA


01 Yo persigo una forma que no encuentra mi estilo,
02 botón de pensamiento que busca ser la rosa;
03 se anuncia con un beso que en mis labios se posa
04 al abrazo imposible de la Venus de Milo.

05 Adornan verdes palmas el blanco peristilo;


06 los astros me han predicho la visión de la Diosa;
07 y en mi alma reposa la luz como reposa
08 el ave de la luna sobre un lago tranquilo.

09 Y no hallo sino la palabra que huye,


10 la iniciación melódica que de la flauta fluye
11 y la barca del sueño que en el espacio boga;

12 y bajo la ventana de mi Bella-Durmiente,


13 el sollozo continuo del chorro de la fuente
14 y el cuello del gran cisne blanco que me interroga.

UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA

Estudio del vocabulario 95

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Peristilo: galería de columnas, alrededor de un edificio o de un
patio.
Hallo: presente de indicativo del verbo hallar, encontrar.
Boga: presente de indicativo del verbo bogar: remar, navegar.
Chorro: golpe de un líquido o fluido que sale o cae con fuerza y
continuidad.

Este poema es el último del libro Prosas Profanas. En el aspecto formal del
poema, constatamos que se trata de un soneto, cuya rima obedece la secuencia ABBA
– ABBA – CCD – CCD. Los versos son alejandrinos (14 sílabas), con excepción del
verso 09, que es un endecasílabo. Este cambio rítmico es una demostración formal de
la quiebra del ritmo y musicalidad de los versos, lo que demuestra el rompimiento de
la esperanza que está expresa en los dos primeros cuartetos, pasando entonces para la
constatación de que la persecución del yo poético está en el plan de los sueños y no la
puede alcanzar.
Cuanto al análisis de contenido, si empezamos por el título, ya podemos ob-
servar el uso del verbo perseguir, que significa “seguir al que huye o se esconde para
cogerle; tratar de obtener, de alcanzar; infligir penas a una creencia, opinión, etc”. Ya
la palabra forma, entre otras cosas, significa modo, manera de hacer o proceder; modo
de expresar el pensamiento, cualidades del estilo; patrón, horma que sirve de modelo
para hacer una cosa. O sea, el yo poético está buscando una forma de expresión, un
modelo para su estilo y no la encuentra (verso 1). Los modernistas de una manera ge-
neral, buscan un ideal de belleza, buscan el conocimiento y desean capturar lo que no
se puede expresar con palabras y ponerlo en el lenguaje poético.
La metáfora de “botón de pensamiento que busca ser la rosa” en que el botón
se abrirá en rosa, trae la idea de algo que está transformándose, creciendo, desarrollán-
dose para entonces abrirse. Llega a anunciarse, a casi llegar, mas se vuelve imposible,
así como es imposible recibir un abrazo de Venus de Milo, ya que la estatua griega, tal
como se conoce, no tiene brazos.
Aparecen en los tercetos dos elementos comunes del modernismo: la referen-
cia a la música (melodía, flauta) y la figura del cisne, en una descripción muy interesan-
te: el cuello del cisne, conforme su posición, forma un punto de interrogación, dejando
la sensación de que el cisne le pregunta al yo poético sobre el acto de crear, sobre las
posibilidades del lenguaje poético.
El cisne, además de todo, representa la belleza, la elegancia, la pureza, la sabi-
duría, el equilibrio y a veces, la mujer.

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UNIDAD III
96 BOUQUET
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Un poeta egregio del país de Francia,


que con versos áureos alabó el amor,
formó un ramo armónico, lleno de elegancia,
en su Sinfonía en Blanco Mayor.

Yo por ti formara, Blanca deliciosa,


el regalo lírico de un blanco bouquet,
con la blanca estrella, con la blanca rosa
que en los bellos parques del azul se ve.

Hoy que tú celebras tus bodas de nieve


(tus bodas de virgen con el sueño son),
todas sus blancuras Primavera llueve
sobre la blancura de tu corazón.

Cirios, cirios blancos, blancos, blancos lirios,


cuello de los cisnes, margarita en flor,
galas de la espuma, ceras de los cirios
y estrellas celestes tienen tu color.

Yo, al enviarte versos, de mi vida arranco


la flor que te ofrezco, blanco serafín.
¡Mira cómo mancha tu corpiño blanco
la más roja rosa que hay en tu jardín!

UNIDAD IV
I
pró
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Estudio del vocabulario 97

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Bouquet : palabra francesa que designa el aroma del vino, su
forma castellanizada es buqué. Ramo de flores.
Egregio: aquél que se destaca.
Alabó: pretérito perfecto del verbo alabar: celebrar con palabras
a una persona o hecho.

El poema anterior trae una curiosidad: en la primera estrofa, el yo poético se re-


fiere a un afamado poeta francés que escribe su “Sinfonía en Blanco Mayor”. Se trata
del poeta Teófilo Gautier y lo curioso es que Darío, inspirado en forma y contenido de
esta sinfonía, escribe un poema llamado “Sinfonía en Gris Mayor”.
Ya en la segunda estrofa el yo poético se refiere a Blanca, posiblemente la pro-
pia poesía, a quien dice que haría un regalo lírico. El color blanco representa la pureza,
que aparece también en el segundo verso del tercero cuarteto a través de la expresión
bodas de virgen.
El poema todo está dedicado a ese encuentro con la pureza, con lo bello, pues
tú puedes ver que el poeta trae varias palabras que se refieren al blanco: blancuras,
cirios blancos, blancos lirios, cuello de los cisnes, margarita en flor, galas de la espu-
ma, ceras de los cirios, estrellas celestes y blanco serafín. Aparecen también otros dos
colores: el azul, extensión de la pureza y el rojo, que aparece para manchar la pureza
expresa en todo poema.
Por fin, el título del poema se constituye en una sinestesia, induciendo a los
sentidos a buscar el olor de las flores, así como las referencias imagéticas nos llevan a
la visualización, a imaginar lo descrito. También el título demuestra la intencionalidad
de formación de olores agradables, de una ornamentación bonita, arreglados en un
bouquet, cuyas flores son los versos, como tú puedes comprobar en el primero verso
de la última estrofa.

Síntesis

En este pasaje pudiste conocer más un período de la historia y la literatura hispa-


noamericanas, en el momento de fines de siglo XIX y principios del siglo XX. Creemos
que fue posible conocer un poco de la lucha de los “colonizados” por tener derecho
a retomar sus países, así como creemos que el contacto con los poetas José Martí y
Rubén Darío permitió conocer un poco de sus poesías y así comprender como fue el
movimiento Modernista en Hispanoamérica y comprender su importancia no solo en
los países de origen de los autores como también en el circuito europeo.
La Literatura sigue, ¡y seguiremos estudiando!

UNIDAD
UNIDADIV
UNIDAD III
98
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

1. Puedes seguir leyendo el manifiesto de Martí, Nuestra América,


en la página:
http://www.analitica.com/BITBLIO/jmarti/nuestra_america.asp
2. ¿Quieres leer más poemas de José Martí? Busca en la página:
http://www.los-poetas.com/a/marti.htm
3. Sigue leyendo a las Prosas Profanas, las encuentras en varios
sitios, entre ellos:
http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveO-
bras/12482396440132624198846/p0000001.htm#I_10_

1. Observa el poema de José Martí que sigue y escribe sobre tus impresiones a
cerca de la manera de expresar el amor hacia su madre.

A MI MADRE
(José Martí)

Madre del alma, madre querida,


Son tus natales, quiero cantar;
Porque mi alma, de amor henchida,
Aunque muy joven, nunca se olvida
De la que vida me hubo de dar.

Pasan los años, vuelan las horas


Que yo a tu lado no siento ir,
Por tus caricias arrobadoras
Y las miradas tan seductoras
Que hacen mi pecho fuerte latir.

A Dios yo pido constantemente


Para mis padres vida inmortal;
Porque es muy grato, sobre la frente
Sentir el roce de un beso ardiente
Que de otra boca nunca es igual.

UNIDAD IV
I
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LICENCIATURA
2. Observa el siguiente poema de Rubén Darío y relaciona las características del
Modernismo presentes en él, después haz un análisis del contenido del poema. 99
Piensa a respeto: ¿quién será esa princesa?

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
SONATINA
(Rubén Darío)

La princesa está triste... ¿qué tendrá la princesa?


Los suspiros se escapan de su boca de fresa,
que ha perdido la risa, que ha perdido el color.
La princesa está pálida en su silla de oro,
está mudo el teclado de su clave de oro;
y en un vaso olvidado se desmaya una flor.

El jardín puebla el triunfo de los pavos-reales.


Parlanchina, la dueña dice cosas banales,
y, vestido de rojo, piruetea el bufón.
La princesa no ríe, la princesa no siente;
la princesa persigue por el cielo de Oriente
la libélula vaga de una vaga ilusión.

¿Piensa acaso en el príncipe del Golconsa o de China,


o en el que ha detenido su carroza argentina
para ver de sus ojos la dulzura de luz?
¿O en el rey de las Islas de las Rosas fragantes,
o en el que es soberano de los claros diamantes,
]o en el dueño orgulloso de las perlas de Ormuz?

¡Ay! La pobre princesa de la boca de rosa


quiere ser golondrina, quiere ser mariposa,
tener alas ligeras, bajo el cielo volar,
ir al sol por la escala luminosa de un rayo,
saludar a los lirios con los versos de mayo,
o perderse en el viento sobre el trueno del mar.

Ya no quiere el palacio, ni la rueca de plata,


ni el halcón encantado, ni el bufón escarlata,
ni los cisnes unánimes en el lago de azur.
Y están tristes las flores por la flor de la corte;
los jazmines de Oriente, los nulumbos del Norte,
de Occidente las dalias y las rosas del Sur.

¡Pobrecita princesa de los ojos azules!


Está presa en sus oros, está presa en sus tules,
en la jaula de mármol del palacio real,
el palacio soberbio que vigilan los guardas,
que custodian cien negros con sus cien alabardas,
un lebrel que no duerme y un dragón colosal.
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¡Oh quién fuera hipsipila que dejó la crisálida!
100 (La princesa está triste. La princesa está pálida)
¡Oh visión adorada de oro, rosa y marfil!
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¡Quién volara a la tierra donde un príncipe existe


(La princesa está pálida. La princesa está triste)
más brillante que el alba, más hermoso que abril!

¡Calla, calla, princesa dice el hada madrina,


en caballo con alas, hacia acá se encamina,
en el cinto la espada y en la mano el azor,
el feliz caballero que te adora sin verte,
y que llega de lejos, vencedor de la Muerte,
a encenderte los labios con su beso de amor!

3. En el próximo poema tenemos algunas representaciones del Modernismo.


Apúntalas y contesta:
a) ¿Cuál es la relación entre la juventud y la primavera?
b) Nuevamente aparece la figura de la princesa. ¿A qué el yo poético se refiere?
c) Explica la historia del corazón de ese yo poético.

CANCIÓN DE OTOÑO EN PRIMAVERA


(Rubén Darío)

01 Juventud, divino tesoro, 17 Juventud, divino tesoro,


02 ¡ya te vas para no volver! 18 ¡ya te vas para no volver!
03 Cuando quiero llorar, no lloro... 19 Cuando quiero llorar, no lloro...
04 y a veces lloro sin querer... 20 y a veces lloro sin querer...

05 Plural ha sido la celeste 21 Y más consoladora y más


06 historia de mi corazón. 22 halagadora y expresiva,
07 Era una dulce niña, en este 23 la otra fue más sensitiva
08 mundo de duelo y de aflicción. 24 cual no pensé encontrar jamás.

09 Miraba como el alba pura; 25 Pues a su continua ternura


10 sonreía como una flor. 26 una pasión violenta unía.
11 Era su cabellera obscura 27 En un peplo de gasa pura
12 hecha de noche y de dolor. 28 una bacante se envolvía...

13 Yo era tímido como un niño. 29 En sus brazos tomó mi ensueño


14 Ella, naturalmente, fue, 30 y lo arrulló como a un bebé...
15 para mi amor hecho de armiño, 31 Y te mató, triste y pequeño,
16 Herodías y Salomé... 32 falto de luz, falto de fe...

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33 Juventud, divino tesoro, 53 ¡Y las demás! En tantos climas,
34 ¡te fuiste para no volver! 54 en tantas tierras siempre son, 101
35 Cuando quiero llorar, no lloro... 55 si no pretextos de mis rimas

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
36 y a veces lloro sin querer... 56 fantasmas de mi corazón.

37 Otra juzgó que era mi boca 57 En vano busqué a la princesa


38 el estuche de su pasión; 58 que estaba triste de esperar.
39 y que me roería, loca, 59 La vida es dura. Amarga y pesa.
40 con sus dientes el corazón. 60 ¡Ya no hay princesa que cantar!

41 Poniendo en un amor de exceso 61 Mas a pesar del tiempo terco,


42 la mira de su voluntad, 62 mi sed de amor no tiene fin;
43 mientras eran abrazo y beso 63 con el cabello gris, me acerco
44 síntesis de la eternidad; 64 a los rosales del jardín...

45 y de nuestra carne ligera 65 Juventud, divino tesoro,


46 imaginar siempre un Edén, 66 ¡ya te vas para no volver!
47 sin pensar que la Primavera 67 Cuando quiero llorar, no lloro...
48 y la carne acaban también... 68 y a veces lloro sin querer...
69 ¡Mas es mía el Alba de oro!
49 Juventud, divino tesoro,
50 ¡ya te vas para no volver!
51 Cuando quiero llorar, no lloro...
52 y a veces lloro sin querer.

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UNIDAD IV
I
pró
LICENCIATURA

PALAVRAS FINAIS 103

LITERATURA HISPANOAMERICANA I
Llegamos al fin de un grande viaje por el pasado. Rescatamos trazos de la historia
de la llegada de los españoles a América y fuimos observando como la Literatura
Hispanoamericana se fue desarrollando hasta encontrar una identidad propia.
Pasamos por algunos de sus tantos autores y leemos un pequeño extracto de su
grandiosa obra. Con eso esperamos que puedas seguir leyendo a esos y a otros autores
con los ojos de un análisis crítico bien respaldado, con consciencia y bien estructurado.
Si eso ocurre, nuestro objetivo está alcanzado, pues lo que deseamos es tu progreso en
la lengua, con un aporte en lo que toca los conocimientos lingüísticos, sean ellos dentro
del campo de la lectura y la interpretación, de la escritura, de la literatura o de lo social,
en la cultura y un poco de historia.
Tuvimos un enorme placer en realizar este fascículo y trazar juntos un camino
hacia el conocimiento de la cultura hispanoamericana a través de la Literatura.
.Esperamos que hayas apreciado esa primera parte, y que tengas ganas para
la segunda que vendrá con muchas novedades. Seguiremos estudiando algunos de los
autores más representativos y, seguro que iremos traer muchas cosas buenas y una
lectura atrayente, instigante, llena de curiosidades e indagaciones.
Luego nos encontraremos nuevamente, con mucho gusto. ¡Hasta el próximo
volumen!

Melissa Andres Freitas


Valeska Gracioso Carlos
104 REFERÊNCIAS
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

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pró
LICENCIATURA

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108 QUEM SOMOS
Licenciatura em Letras Português / Espanhol

Melissa Andres Freitas

Graduada em Letras Português/Espanhol pela Universidade


Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – Ponta Grossa – PR, especialista em
Ensino-Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela mesma instituição
de ensino, mestranda em Lingüística pela Universidade Federal do
Paraná (UFPR). Atualmente é professora lotada no Departamento de
Línguas Estrangeiras da Universidade Estadual de Ponta Grossa, na
qual leciona desde 2002 as disciplinas de Língua e Literaturas de Língua
Espanhola.
melissafreitas@gmail.com

Valeska Gracioso Carlos

Graduada em Letras Português/Espanhol/Inglês pela


Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de Assis – SP
(Faculdade de Ciências e Letras). Mestre em Estudos da Linguagem
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Título da dissertação:
Concepção de ensino gramatical dos alunos de inglês do 4º ano de
Letras Anglo-Portuguesas. Professora efetiva de Língua Espanhola na
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
ID Skype: valeska.gracioso
vgracioso@uol.com.br

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