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io Pea eee eee Sa nae ec eae ree tee ee Cac eee et eee pay roe ares eee perature see As Ate Ceasers en “Ciginamenteesrits em ingles, A Policia da Cidade do Ro de Jairo: SeusDilemaseParadoxosto, Serre rrp astern renee ei Or eet ae ee a era ars 2 ri psaisa crests Errore faaaneel * ae pre verdades socialmentelegtimas no Brasil enos Estados Unidos da Ame- onc ou Oe eee eres A spe ir yeah ere pr oe a 9, California nos Estados Unidos, tendo publicado,além deste lio. vatios artigos em revistas (Sy sp epee lapeetledbpdateanta a oie eps 1985). e Oa et iO eres Mean eee ere i eres eee tear earn arch ee rpens OOTP ere SL el a iam tt ell eee ec a LO eeu ere Te Drafted eartecer icteric eteeereenrme arloneaes {Qualdave dos segmenios sociais, inclusive em suas relarCes instiucionas eburocratie ER Na alegre che eer PC res ae . Re ete meee ee eer sos a ’ i peers peter ee rear ee eae PPEUTeTOR Care reC Ay Ul Itay er) e Prefacio de Augusto Thompson Se Perey Ine) Sry FO Ota ” of » » . » » » » » » » » » ® » » » ® ° ® ® ° ® ° ° ° ° ° ® ° ° ® ° a Ne 0213 Roberto Kant de Lima ey on att A POLICIA a DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SEUS DILEMAS E PARADOXOS Tradugao de Otto Miller 2 edigdo revista FORENSE. Rio de Janeiro 1995 Copyright © 1994, Roberto Kant de Lima Tradugdo de Otto Miller Titulo origin: Legal theory and judicial practice: paradoxes of police work in Rio de Janeiro city I*edigdo - 1994 - Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro Copidesque Rita Godoy Revivito Damiio Nascimento e Rita Godoy C1P-Brsil.Catalogagio-na-fonte Sindicato Nacional dos Eaitores de Liveos, RI Lima, Roberts Kant de, L1ip "A policia da cidade do Rio de Janeiro : seus dilemas e paradoxos / Zed. Roberto Kant de Lima; tadugao de Otto Miller. ~2. ed ev, ~ Rio de Ja- neiro:Forense, 1995, 164, “Teadugio de: Legal theory and judicial practice = paradoxes of police work in Rio de Janeiro city Taclui bibliogala. ISBN 85-309.0385-4 1, Poder de policia ~ Rio de Janciro (RU). 2. Policia juiciria ~ Rio de Janeiro (RU). 3. Ria de Janeiro (RI) ~ Policia. Titulo. 95.069 ss220%81531 3827408153) Dedicatoéria ¢ também para meus ‘Sheyla May: Para, principalmente, Tio Otto e Tia Hélvi filhos, Rafael ¢ Felipe ¢ minha irma, And) Também para Fredrico Abreu e Roberto DaMatta; E para a “Escola Antropologica de Niteréi", em Niterdi; ¢ a “Bacardi School of Antropology”, originariamente de Harvard. STi tabsrice cic etoceiesad ied ted tatiana aint aie SUMARIO Apresentagio Prefiicio Capitulo I- Introdugio = 0 Paradoxo Legal Brasileiro /1 = Organizagao Judicial Brasileira: Direitos Constitucionais Igualitarios, Elitismo Judicial e Praticas Policiais /3 - Importincia das Malhas Legais e Judiciais para o Trabalho de ‘Campo sobre a Policia /10 = 0 Universo € a Amostra da Pesquisa /14 Capitulo II - Praticas Processuais Brasileiras e Policia - Principios Gerais, Organizagao Formal /23 ~ As Atribuigdes Judiciarias da Policia Brasileira: Breve Historico & Aspectos Gerais /30 = O Inquérito Policial /32 Capitulo TIT - A Policia do Rio de Janeiro, Obedecendo a Lei: A Excegio que Confirma a Regra - Um Auto de Flagrante /37 Capitulo IV - A Negociagio da Lei: As Bases Sociais das Praticas ¢ Representagdes da Policia da Cidade do Rio de Janeiro = O que é uma Ocorréncia Policial? /47 ~ A Policia da Cidade do Rio de Janeiro ¢ sua Populagao Contra a Lei © Caso do Jogo do Bicho /49— = Os Usos da Lei: O Caso da Vadiagem /53 - Trabalhadores e Marginais: a Identificagao Histérica do Trabalho ‘com a Ordem Pablica /56 - Fungdes de Vigilincia e Procedimentos de "Reconhecimento" ‘A Auto-Reprodugao da Ideologia Policial /59 Restrigdes ia da Cidade do Rio Capitulo V - Os Limites da Autonomia Polici Internas ¢ Externas & Atuacio da Pol de Janeiro - A Etica Policial /65 ~ As *Mathas" /71 ~ A Fiscalizagdo Externa /72 Capitulo VI- Técnica de Vigilincia e Procedimentos da Investigacao: O Paradoxo da Policia - Investigando Criminosos ¢ Vitimas: Definindo e Reconhecendo 0 ‘Anormal” /77 - Identificando e Punindo: Tortura como Técnica de Investigagio /82 Capitulo VI - A Manipulagio da Lei: A Armagiio do Processo ~ A Contrariedade nos Inquéritos da Policia da Cidade do Rio de Janeiro /89 ~ Atividades de Mediagao na Policia da Cidade do Rio de Janeiro: Advogados como Mediadores /94 Capitulo VIII - A Policia do Rio de Janeiro Acima da Lei I: As Praticas de Arbitragem da Policia ~ A Policia Brasileira Atuando como Arbitro: Fundamentos Legais Tradicionais /99 ~ Atividades Arbitrais da Policia da Cidade do Rio de Janeiro /101 Capitulo IX - A Policia do Rio de Janeiro Acima da Lei Il: As Praticas Punitivas da Policia © Exposicao Publica ao Ridiculo: Arquivos e Identificagao Policiais /113 - Encarceramento como Punicao /116 - Tortura como Punigao /117 = ~ A Pena de Morte ea Policia /118 Capitulo X - © Conceito Legal de Poder de Pol Reais da Policia no Brasil eas Praticas - Conceito de Poder de Policia: O Poder Discricionario nas Atividades Administrativas e Judicidrias /119 - Usos ¢ Significados das Praticas Arbitrais e Punitivas da Policia da Cidade do Rio de Janeiro /126 - Produgao Reprodugao da Btica Poli ial: A Tradigao Policial /135 Capitulo Xt - Aspectos Gerais da Ideologia Juridica Brasileira: A Versio Brasileira da TradigAo Liberal Anglo-Americat - Sistema de Juri e Ideologia Legal /148 ~ As Priticas Judiciais como Fator de Distorgao da Ideologia Igualitaria Constitucional /155 Bibliografia 1. Livros e Artigos / 157 2. Leis, Cédigos e Documentos /162 3. Outros Trabalhos do Autor nio Citados na Bibliografia do Livro /164 e2n0ne VITe MARS ATSTTTTTTT LETTE PRATICAS PROCESSUAIS BRASILEIRAS E POLICIA Principios Gerais, Organizagao Formal Propde-se este capitulo a enunciar os principios gerais dos sistemas legal, judicial e penal vigentes no Brasil, bem como delinear a moldura legal {que restringe a atividade policial em face desses principios. Tais informa ‘gBes so importantes porque fornecem a norma com a qual poderio ser Confrontadas as atividades policiais realmente praticadas. Procurarao os capitulos subseqtientes mostrar como essa concepgio legal ¢ judicial da atividade policial é insuficiente para justificar as praticas policiais. Essa explanagao geral é também necessaria para evitar confusio entre os sistemas juridico-penais brasileiro e anglo-americano, jé que, formalmente, ‘aposigao da policia é completamente diferente em cada um desses sistemas, ‘Atualmente, para ser considerado legalmente como crime no Brasil, um ato - segundo proposigao de Beccaria de mulla poena sine lege - precisa ser como tal caracterizado - "tipificado” - pelo Cédigo Penal Brasileiro." Deste Cédigo constam, além disso, as penalidades prescritas para cada um dos crimes nele definidos. ito erisio cre ser preva definite pla. Nao ha ponalidade sem prévia prescriho la Te SaS eran, 0 Coaigo Penal vigente€ também um Decreto-Lei do Estado Novo (Cecreto | Arzesd de’ de dezembro de 1940), Esse Cécigo divide se em duos partes a primera, parte ger Totbelece os principos gers da ei Penal brashora, a segunda parte especial tice os crkmiey Siestreve ay poneldades (at. 121-2 359, Codigo Penal). A parte geral do Cécge Penal fo ‘eforeada posterarmente por leislags0 volada pelo Congresso Nacional (ats 1° a 17, Lal ‘Fo00 de tte jue de 1964) Ax conravengdes penais edo defniias por uma ei federal pela (tek Contravengoes Pena, Decrat-Lsint 3688, do 2 de outubro de 1941, arts, 1a 70), erreereres TESST EE SEE SEWCVPEHHSSECHESHISSHHHSS god 24 _-_ Priticas Processuais Brasicras e Policia A legislagio brasileira que rege 0 processo penal estatui o principio do livre convencimento do juiz. Segundo juristas brasileiros (ver, p. ex , Rosa, 1982: 267-273), a referida legislagao adotou um sistema alternative ‘0 da prova legal, que vem a ser o sistema pelo qual o juiz tem a liberdade de tomar sua decisio baseado exclusivamente em sua propria consciéncia, Segundo o sistema brasileiro (arts. 157 381, III, Cédigo de Processo Penal), 0 juiz deve tomar sua decisao atendendo ao seu préprio julgamento, ‘mas limitado ao que consta dos autos. A teoria juridica brasileira estipula ‘que "o que ndo esta nos autos nio esta no mundo" (Acosta, 1974: 22). Isto significa que nenhuma decisio judicial pode ser tomada sem levar em consideragao aquilo que esta escrito nas respectivas pegas dos autos. O processo penal é sempre ditigido por um juiz. Os procedimentos judiciais tém a participagio obrigatoria do advogado de defesa e do Promotor, este encarregado da acusago. O promotor ¢ o titular da ago Penal piiblica, ou seja, ele se encarrega da acusagio nas agdes penais compuls6rias. O promotor é legalmente definido pela lei como fiscal da lei € também como advogado do Estado. Os procedimentos penais podem referir-se tanto a crimes cuja inves- {igagao e punigo competem a autoridade piblica - crimes de ago piiblica, que motivam compulsoriamente agdes criminais - quanto a crimes cuja investigagao e punig&o representam matéria de ago particular: crimes de agio privada. Em casos de agao penal compulséria, cabea qualquer cidadio ou autoridade piblica dar inicio aos procedimentos, tao cedo tome conhe- mento da existéncia de qualquer fato tipicamente criminoso. Uma vez iciada a agdo piiblica, somente o juiz tem autoridade para ordenar o arquivamento dos autos, De um juiz criminal espera-se que mostre total imparcialidade entre a acusagio e a defesa, Entretanto, ele tem de iniciar ex-officio (por conta prdpria) os procedimentos penais sempre que chegue ao seu conhecimento & existéncia de qualquer ilicito penal. Certos procedimentos, como 0 interrogatorio doréu, exibem também algumas caracteristicas inquisitoriais, Por esse sistema, tanto o juiz como as partes tém o direito de trazer aosautos tudo aquilo que considerem importante parao caso. Quando ojui se recusa a admitir a incluso de qualquer fato nos autos, tal decisio é Priticas Processusie Brasieras © Policia - 25 passivel de apelagio. Por lei (Cédigo de Processo Penal, art. 156), mesmo que a obrigagio de produzir a prova (fatos) recaia sobre a parte que fez. a deniincia, 0 juiz. pode ordenar ex-officio (por conta propria) qualquer diligéncia (intimagdes, investigagdes) que considere importante a insirugio dos procedimentos judiciais. De forma contriria ao que ocorre em relagio aos jurados, que teoricamente decidem segundo suas proprias consciéneias, o juiz precisa explicar ejustifiear sua decisio ao proferira sentenga (art. 381, III, Cédigo de Processo Penal). Sio accitas, durante a instrugio, quaisquer provas que possam influir na decisio do juiz. Tais provas so: exames de corpo de delito, investigag&es em geral (pericias), declaragdes do denunciado, con- fissio, declaragdes da vitima, documentos, indicios e circunstancias, ‘Teoricamente, nto existe qualquer hierarquia obrigatéria entre essas provas, Indicios de ordem técnica, tais como relatos de testemunhas ou relatorios de institutos de criminologia, nao cerceiam a decisto co juiz. Contudo, a lei faz distingio entre indicio e prova. Os indicios sio definidos ‘como "as circunstancias conhecidas e provadas que, relacionadas go fato, permitem a conclusio de outracircunstincia" (art. 239, Cédigo de Processo Penal). O termo "prova" no é formalmente definido pela lei, Diz-se que o sistema estabelece a verdade real, no a verdade formal Tanto © inquérito policial como o inquérito judicial possuem em comum o fato de serem basicamente pegas escritas. Nos autos, somente funcionarios autorizados podem registrar suas proprias palavras, a maio obedecendo a formulas legais tradicionais. Assim, as autoridades policiais oujudiciais traduzememjargaolegal asdeclaragdesdossuspeitos, indiciados, réus ou testemunhas. Os escrivaes ou escreventes policiais ou judiciais devem registrar essas declaragdes cingindo-se ao que thes é ditado pela autoridade competente - 0 juiz ou policial encarregado da investigagao (art. 6°, Cédigo de Processo Penal). Os escrivaes gozam de fé publica e silo inteiramente responsiveis pela guarda e preservagio dos autos. Por lei, os autos do inquérito policial devem levar as iniciais da autoridade que dirigi cada um dos atos do processo (art, 9, Cédigo de Processo Penal), ¢ todos 05 autos judiciais so seqiiencialmente numerados pelo escrivao judicial. | 20 _-_Praticas Processuais Brasiras ¢ Policia Os inquéritos somente registram as priprias palavras dos peritos, do promotor ou do advogado de defesa, quando eles fazem algum relato ou interpdem uma peti¢ao. Contudo, mesmo eles, pela lei (arts. 195 e 212, Cédigo de Proceso Penal), sio obrigados a se dirigir ao juiz quando lerrogam um réu ou astestemunhas. O juiz-repassa as perguntas ao réu ou testemunhas. Apés a resposta, 0 juiz dita ao escrivao tanto a pergunta como a resposta, literalmente traduzindo os depoimentos. A inquirigao de suspei- tos, testemunhas ou indiciados feita pelas autoridades policiais deve obede- cer is mesmas formalidades (art. 6°, Cédigo.de Processo Penal). Diz-se que o interrogatério do réu é "pessoal", nfo podendo 0 advogado © © promotor dele participar (art. 187, Codigo de Proceso Penal). Antes do inicio do interrogatério 0 juiz - e a policia - adverte o acusado de que, por lei(arts. 185 € 198, Cédigo de Processo Penal), cle nao € obrigado a responder as perguntas que lhe serdo feitas, mas que seu silencio podera prejudicé-lo. 0 juiz expde os termos da acusagao contra 0 réu e faz indagagdes sobre seus dados pessoas e se ele tem conhecimento los fatos que estao em julgamento. Pergunta-the também a respeito de seus antecedentes. No caso deo réu alegarinocéncia, 0 juiz."convida-o" aindicar 4s provas que possam apoiar essa alegagao (art. 188, Cédigo de Processo Penal). A qualquer momento que o juiz achar necessario, podera repetir 0 interrogatério do réu (art, 196, Cddigo de Processo Penal) Ao prestar seu depoimento, a testemunha da sua palavra de honra de falar somente a verdade. No caso de o juiz perceber que a testemunha mentiu, deverd encaminhar uma cépia do falso testemunho a policia, que iniciara um processo de perjirio. O mesmo, no entretanto, nao acontece com o réu, a quem ¢ licito mentir, para se defender. As testemunhas sio inquiridas na presenga do réu, mas se o juizachar ue a presenga deste esta influenciando o depoimento, pode ordenar que ele permanega fora do recinto do tribunal. As testemunhas, neste caso, presta~ Go seus depoimentos na presenga do advogado do réu (art. 217, Codigo de Processo Penal). Apdsas perguntas do juiz, é permitido ao advogado do réu © a0 promotor fazerem perguntas 4 testemunha, Estas perguntas devem ser dirigidas ao juiz, que as repassaré a testemunha. O juiz nao pode recusar as Perguntas, a menos que as considere destituidas de qualquer relagao com 0 caso ou que representem mera repeti¢io de perguntas jé feitas, Tanto quanto possivel, deve o juiz reproduzir nos autos as expressdes verbais das testemunhas e do acusado (arts, 212 e 215, Cédigo de Processo Penal) Praticas Processuais Brasieiras e Policia - 27 1 Brasil, por lei (art. 261, Cédigo de Processo Penal), a participagio do scinado cd provetivenios legais tem sempre de ser assistida ou mediada por um advogado (direito de ampla defesa).” Este direito a ampla defesa significa também que so aeusadodeveser permitido ini nos autos tudo o que considere relevante para a instrugio de seu caso. Qu aver restrigdo a este deito pode ser argtida de violagio a um direito garantido porte. Tais violagdes podem ser alegadas através de um recurso, quepode anular parcial ou totalmente os procedimentos legais. Somente a prova produzida sob presungio de igualdade de condigdes entre a defesa e a acusagio pode ser considerada, sem sombra de divida, como prova dos autos num inquérito judicial. Portanto, teoricamente, sé esta evidénciapode apoiar a sentenga do juiz ou o veredicto do jit. Ojuiz, em sua sentenga, apés identificar as partes, expe os argumen- tos da acusagio e da defesa e indica as razdes legais e fatuais que dio apoio a0 seu convencimento. A sentenga define igualmente o artigo ou os artigos da lei criminal aplicaveis ao caso. A seguir o juiz absolve ou condena o acusado, justficando sempre sua decisdo final (arts, 386 e 387, Codigo de Processo Penal). No caso de 0 réu ser condenado, aplica as penas e as medias deseguranga preseritas em ei, bem como fixa omimero ea duracio das mesmas, Nao existem no Brasil penas ou sentengas indeterminadas. 7 Basten sum acai m o eo, Oat Crem do cogs Ea sabes guts ots ea ep aterm brn un oo consi iti Fedora 4216.80 27 dak de 1983, at 1. §2) Por oto ae, oem Sp ‘em certas circunstancias, decretar defesa ineple ou rést ‘lard gamer, etgnande auto abvogn ata indetoso. Neste gn ‘Soon (at 964 I, 8 Mage de Pacers Prt) Noes uc ay torte pr pac aan, ue rome um Asst deal ny remains pola Fea 5050, de fem ge 1250 © Aavtena rom dscns no rat le gor cotamarto © mt, A puto por Contamnicre ae ecko gon pur omer) ctr Site Teicarrt cn cep oy merase neta ia {inticcpnacaeaariaalaagerora,Osconormisase como 33s 17200 de dep de) opus scat agora hap de rae (isa cto), pho de see (aaa comune de et ‘Shey ems Externe a ne So aguas, de ser compen Petands cei subtree S298 Le 120814) Aaa de oan “Shasta emiftanamerto eos pute uno senda priv cotaea uO ‘Snereno eqno Fa ements ara congusio cna gdh tenner tortor), A oar gn are wah a pec ira € Serre a oa ue» ra ee md de guar pede echo pans Potarl, sande enstem pealdadeeindelerminadas no rast, pode haver Meda de eM ‘ndterminaas (Thompson, 198) AA Prerrrere rrr rr et reer re annne reer | TOTS STS oe SS 28 _-_ Priticas Processuais Brasiiras e Policia Variam, no Brasil, as condigdesa que ficam submetidos 0s réus presos que aguardam sentenca definitiva, ou mesmo, em certos casos, apos a condenagao, Por lei (art, 295, Cédigo Processo Penal), gozam do dircito a prisio especial os possuidores das qualificagdes: ministros de Estado, governadores de estados e territérios, prefeito do DF, secretarios do govern do DF, deputados federais e senadores, deputados estaduais vereadores municipais, membros do Conselho Nacional de Economia, cidadaos inscritos no livro do mérito, oficiais das Forgas Armadas e dos Corpos de Bombeiros, juizes e magistrados, quaisquer pessoas diplomadas por faculdades superiores da Repablica, ministros religiosos, ministros dos Tribunais de Contas, ex-jurados e funcionérios na ativa ou aposentados das repartigoes federais ou estaduais. O diteito a prisio especial significa que essas pessoas devem ser confinadas em estabelecimentos militares ou gozar de certos privilégios em prisio comum. Tais privilégios, especificados no Decreto n* 38.016, de S de outubro de 1955, incluem hordrios para visitas de amigos, parentes Onjuge; roupas especiais - comuns, neste caso; emeios de transporte. Essas regalias foram estendidas aos dirigentes sindicais (Lei n° 2.860, de 31 de agosto de 1956) e a oficiais da Marinha Mercante (Lei n° 5.606, de 9 de setembro de 1970), No caso de as prisdes locais nao oferecerem condigdes para a aplicagdo desses privilégios, pode o juiz permitir que o preso seja confinado em sua residéncia (pristo domiciliar, Lei n® 5.256, de 6 de abril de 1967). Os oficiaisinferiores e pragas das Forgas Armadas serio confina- dos, se possivel, em estabelecimentos militares (art. 296, Cédigo de Processo Penal) Resumindo, sio as seguintes as etapas legais de um processo penal no Brasil para crimes cuja pena seja reclusio (os procedimentos entre parén- teses so opcionais): 1, (inquérito policial, que se encerra com um relatério da autoridade policial), 2. deniincia do promotor; 3. interrogatério do réu, 4. (defesa prévia); Praticas Processuais Brasileiras ¢ Policia - 20 S. interrogatério das testemunhas de acusagio, 6. interrogatorio das testemunhas de defesa; 7. prazo para a defesa ¢ a acusagéo examinarem 0 processo, 8, alegagdes finais da acusagao e da defesa; 9. sentenga; € 10. (apelagao ao tribunal de segunda instancia), Quanto a outras agdes penais, as diferengas so quase sempre irrelevantes. Na maioria dos casos, os crimes so julgados, no Brasil, de acordo com os procedimentos mencionados. Em certas circunstancias, entretanto, o Codigo de Proceso Penal estipulaos chamados ritos sumérios ‘ou sumarissimos, isto €, procedimentos de curta ou curtissima duragao. Tais ‘casos so: a) contravengdes penais (Lei n° 3.688, de 2de outubro de 1941); ) acidentes de trafego seguidos de morte (homicidio culposo, isto €, nio- intencional ) ou de lesio corporal (Lei n° 4.611, de 2 de abril de 1965) crimes ligados a drogas (Lei n° 6,368, de 21 de outubro de 1976). A diferenga basica nestes casos ¢ a admissao de procedimentos "de contrari- edade" no inquérito policial caso haja flagrante, ampliando-se, assim, aa¢o policial no proceso. Os procedimentos indicados também encurtam os prazos habituais ¢ exigem apresentagao oral das alegages finais da acusa~ Gio e da defesa No Brasil, o julgamento pelo jiri representa uma aplicagao especial desses procedimentos penais gerais em certos casos de crimes intencionais contra a vida. Nesses casos, asentenga do juz singular, aoinvés de condenar © réu, obriga a que seja submetido a um jéri, Os procedimentos formais preliminares sao, contudo, os mesmos, desde as investigagdes policiais até as exposigdes finais dos fatos feitas pela acusagao e pela defesa Nas segdes seguintes procurarei delimitar 0 Ambito legal da atividade policial, o que sera de fundamental importancia para a boa compreensio a correta comparagiio das priticas policiais no que diz respeito a obediéncia dos preceitos legais.

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