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ouscto Fuosone : a Henrique C. pe Lima Vaz ‘toed a ast R comps ‘aim te tee, Hae nts Sa ‘Sei ag ta An ea ne ere te re SEES ST gee Sern ttre teen Et Pt Ire n't a hase ape kee Bec sca hen fe ees or foie sta nS te > in fe Wa eta ‘ie fe ci i een gee cet came ‘Buhl don trata, Ladin Fike ESCRITOS DE FILOSOFIA V ‘vt # mon ein en, Wer Sy : Introdugao a Etica Filoséfica 2 ech ug pt ae bo Can da Spree Comp et Destro AAA Mac Do (ier Henge G Una Vs ¢ Dis Meni ‘he Cane Came 227 (ano) Eigen Loyola Rua 822s 347 -Iprangs (4216000 Sio Paulo SP (Caiea Ponta 42585 ~ 04200470 Sto Paulo, SP B (orn saison Fax (0°11) 61684275 Home page ¢ vendat wwwloyols.com.e ‘email loyols@ibm.nct, ao rks rd, Rms pr dats a ok sr uae be erie pop fra ‘ou gupnit de smi ong) ou ga up sone {toe dl wo one Ea ‘© EDIGOES LOVOLA, Sto Paulo, Brasil, 2000, SUMARIO [NOTA PRELIMINAR 7 INTRODUGAO. o n 1. Ponda eiits de wma ics sine n 2 Ligies Dakin no dsc da Eicn ” 1 Rotero ds Ess fost, ' » Primeira Parte OAGIRETICO CCasiuto I. ESTRUTURA SUBJETIVA DO AGIRETICO 1. Universidade Rano rica. 2. Parclaridae da Razio pea 5. Singularidade da Raz pica = ‘Guru 2, ESTRUTURA INTERSUBJETIVA DO AGIR ETICO_ 67 1-Univeralidade intersted Rasio pri sr 2 Paricuardadeimtersabjeaa da Raz peta, 7 45 Singulaidade da Razio pec ntersubjeuta s ‘Custrato 8. ESTRUTURA OBJETIVA DO AGIR ETICO 95 1. Universidade objet da Reso prin 95 2 Pariculardade objet da Rano pric ne 5 Stgularidade objeia da Razto pea 1 Segunda Parte ARAZAO PRATICA NA VIDA ETICA. CCuro 1. ESTRUTURA SUBJETIVA DA VIDA ETICA. TA Raz pitca maida Gc: univeraldade sujeita 2.4 Rac pitca na vida Ce: parelaridade subjetia 5A Rank ptca na vids Ce: singularidade sje ‘Cavrevo2, ESTRUTURA INTERSUBJETIVA DA VIDA ETICA 1.A Rao pita n vida ic: univer itersujei 2. A Raslo pcs na vids een parselaridade intesyeta 4A Rasko prea na vida een oguardade lotrsujeta, (Cartn.o 3, ESTRUTURA OBJETIVA DA VIDA ETICA.. 1. Universidade objet do mundo Eco: ie Ia do Ber 2 Pantculardade objetivo mundo éo: Bene Clears § Singularidae objetna do und Eco: cae Hien (Concstsio, APESSOA MORAL ‘vce ne Avroms . un NOTA PRELIMINAR, FE ste cent whie cn a Ben laine eae 4 exposigo siendtice dos principios e categoria fundamentals {que extrutaram a Etica como eéncia do ethos, tal como foi defini na Thurodugio geral do primeiro volume. Al dlineamos, a modo de Iiptese de trabalho, a exrtura conceptual da Bria que fl, por sua vez, veificada hidoricamente pela rememorardo das grandes concep- bes éicaspresentes 20 longo da histria da Filosofia ocidental © alvo que agora temos em vista € ode vrificar teicamente esa ‘estratura conceptual, desenvolvendoa num discurso cuja wnidade ‘deers obedecer aim principio unificador, qual sep, propria préss Inumana na forma da Ratda price regida por invariantes dts {que a constituem como tl, independentemente das particularidades Tistéreas,culturas,conjuntrais ov indviduais que condicionam seu exercicia, Reconhecer exes nvariantes¢organizios em discurso Togiamente ordenado, expressio da oniologia de nso ser étco, cs atarefa da Bticafloséiea “Trés pressupostos a esa tarefa, ji enunciados na Introducio geral (vol. I Integer im), dever ser aqui lembados resumidamente: a. entopoligic — a imeligbilidade fundamental da précis uma tha manifestrae na disingio entre as causare as cndies que ‘concorrem para seu exereico, O influxo causal procede uni 7 camente do epirio!e assume no seu dinamismo 0s condicio: namentos somalia, piguice,ajetive e intesugatve que inte ‘gram a estrutra total do ato. prs em nima,recebe sua c= pecifiidade étiea enquanto ato inteligente ele ou ato da Razio pritica,e & como tal que deve ser pensada nas modal dades do seu exercicio i. Matfsico — enquanto aperayde a pris humana poss uma ‘strutura estencalmente idol, cjaoriginalidade reside ra auiodlrminazo do sueito agente em vista de um fim Em virtude da aberura da rao eda liberdade so horizonte n= eal do Ser e do Bem, 0 fim exge ser pensado aqui em sa amplitude transcendental ow mafia, ou seja, em ima Instincia, em sua homologia com 0 Ser e o Bem. Episemoligico — a inteligiblidade da présis como objeto da linia do thes prestupbe a nommativdadeimanente do fi tal como se apretenta na experiéncia do thes. A estrutura rormativa do thas e de seus fins & sndloga, como vs Arist {eles ao propor a dstingio entre adi ou sempre, proprio do movimento da ply, e polls ou quase sempre para 0 gir segundo o ths (Nic. 1, 2, 1095 b 48; VIL, 9, 1152 a 31), A estrutura nomalgca da pis sem 2 qual no ha cigncia da ‘natureza. Da estrutura normative do Fim decorre a peculiar dade epistemoligica da Erica de ser, a0 mesmo tempo, tora da prise ciénciapratca ou norma do agi, em analogia com a Fisica, que é, 20 mesmo tempo, tena da naturaa e norma do cer eco, sss sio as opgéestericat que nos gular ao longo do dscurso ‘a fea sistematica, Parecew-nos, no entanto, conveniente antepor A exposico propriamente dita diseussio de trésqueses prelimina- res: a. possilidade e limites ce uma Eicasistemaica; . lgiea € dialeen do discurto co; c.roteire programtico do texto Sejanos permitido observar que a frequent referencias pig nas do 1 volume justificase pela continuidade que pretendemor et ee ce 6 belecer entre 0 htc € 0 ssendtien em nossa concepeo da fica flosica,ressatada na Conchusio do 1 volume fpp. 478474). Acita co das fomten € fit, em geral, no proprio texto, reservando st ‘otas para a teratura secundaria, As Srequiente reptigdes poderio provoear alguma impaciéncia no leon. Tratase de um tibato a ser page 20 método diate por nds adotado, no qual © mesmo tema fundamental é pensado em niveis diferentes de inteligiblidade Ao terme desta nos Iniadupto & Buca ilsfica desefamos ex: prime nowor sinceros agradecimentos & Coordenagio de Ciencias Humanas do CNPq pela bols concedida para o periodo 1908-2000, «que permiiy ampliar consideravelmente as pesquisa bibliogrdfcas fe gatantiro lazer necessrio 4 redagio do texto, Homgue C. oe Low Viz Belo Horizonte, dezembro de 1999 INTRODUGAO 1. POSSIBILIDADE E LIMITES DE UMA ETICA SISTEMATICA, © propio de confers ao dicurso da fica Hosea uma = ‘rae nace ona das que prtminres qu pasos T-A aribuigho de una esraura sind & elena do as ‘io 4 opie aio 4 realdade do objeto aa, um Istricouocial, ariel e evolt , por consent patie om qualquer forma de semaiacSo? Anda: na hips {ese de defini una forma sstemdca compat com 0 obfto ‘thn quai eu limites ox se campo de splicaga0? 2.0 diseurso sstematco, por sua propria natirera, oganizase 4 parr da defini de ua xeon qu se encadla a frndo o movimento dialéco do seu conteido, Dfinida que Sejm es categoria como caracterizar a login ea dle, aque convémn a0 pone discs semi do hr? Examinemos a primeira questo. Duss objqdes so comumente kvantadasconura a powbitidade de tum discursosstemdtco sobre o la primeira invora a puralidade os dncurss éicos que encontramos nas diversas tradigbese que se ‘mullipicaram na modernidade- Daqu provém a proposta recente das Ericas niocognitvaas e emotistas que excluem 2 possbilidade de uum dicurso ético racionalmente fundad « logiamente ordenado, [ESCRFTOS DE FILOSOMIA A segunda invoca as peculiridades do objeto «thes em perma rnente mudangae difereneiagi, A primera objegio opomos jgualmente um argumento de natu era historia, A tia como hoje a conhecemose praticamos reconhece 3s ‘origem na proposigio, por Pato, de um paradigma iden ds 2bes do ahascomo aternatva 20s paradigms commence natural taapresentados pelos Sofiia. O paradgia idemémicytornou pose, Jjustamente, a transcriio das razbes do wher num distro racional de forma demonsraia (logs apdaltik). A partir data pluraidade dos discursos étcos que percorremos no primero volume permanccet, pelo menos até recentemente, dentro do espagoeitonoligin defini pelo dscurso raconaimente arculado segundo 0 model do soma As dias niocognitvstas ou emodists representam aqul uma exce- io, cua incapacidade em abranger a complexidade do fenémeno fico em sido recentemente post em evidenca por seus efticos A respon segunda objego argo fat de que ea est sje ‘ente uma conceprao univoca de sma, provaelmente inpirada no ‘modelo do ssema oma Se abuirmos, porém, dade tama uma ‘exrutaraanalgica, a objer0 se desfr em face da passbilidade de dit ‘corre sitematicamente sobre 0 this tespetando a pecullardades de ‘ura naturezahistrio social. Examinemos, pois, rapidamente m8 acep- ‘Ges da ida de site corretes na Epstemologia contempordnes. © termo sistona€ a wanslteraco do grego sistema, provenien- te do verbo sista, ystems, que significa “estar de pé" ot “estou de pe". Da acepgio metafricainicial aplicada a signficr “conjune 10" ou “reunilo", 0 termo sjstema fol empregado para designar 0 iseuro (logs) cujas pares se interselacionam pot meio de cone des logicas de sorte a formar um todo ordenado segundo eritérios de naturera ligiea’. A defintva wansposicio Mosética do termo Sjtema devese 0s et6icos que o apicaram & totalidade do universo ‘ordenado (hismos),vindo a designar posterormente o fafo do die ‘curso filosifico em suas wés partes: Logica, sea e Bien. 1. Pao ex do daca (ys) qu s conte como un organs ise“) prt na Fa 243) Sema em Aves € a cae ‘dele dessa nina er Bont, Ind Ansa, ernopucto A Arisiteles se dev o grande passo no caminho que conduziu a uma eoncepeia analégica do dscurso sstematico. Com feito, 20 Feconhecer a ploalidade dos diferentes usos da razio ou de formas Uisintas de raconaldade obedecendo a métodordistntos segundo a dliferenga de seus objetos, Arstételes 6 leado a introdusir uma di tingo de dversos ipos de saber correspondentes a diversos wos da rrzioe, portanto,a diversas formas do dscurso demonstraivo® Con- ‘quanto 0 ideal de um sistema englobando toda a realidade eexprimin- ‘doa unidade profunda da razio permanera até hoje elerado no hor ont da inten silica que rege toda nosa pra do saber éemifio' os tempos modernosasistiram a uma incesante deren ‘dagio dos wsos da razio que deram origem a méliplas formas de rrclonalidade e consagraram a plurivoeidade aual do terme ssema, tendo jgualmente exercido indubivelinflutneia na evolugso da tial. Por outro lado, ainda no limiar da filosoia contemporinea, gel sevindicavaenergicamente para odscuts flosico predic do da sitnatcidadé. A partir de eno 0 termo ssiema conhnecex uma ampla difereniago semntica, compreendendo desde os sistemas for ras (Logica e Teoria gral dos sistemas) até os sistemas apiadas 08 diverse eampos da clenciae da técnica, 2 er Be fs Rae Arie, SP, Loy 188. Sedo Ber ox mos fname poseon pt Males ood Pe Met, Fits pion c Ree SET ai, ination de Di inf ped re ec HG Linn, «Rio odes, Sha 68 (108): 588. A ang da ramadan de Opn ep igs fy unt oan Se Pos ap nhs pe soi Bhp dni Wa (10, 4 be. 8 Azle plu eneude r eplsppu e 5 Aes) Pain POR, 1900 pp. SEES emer a equ cepts cree de ae ‘om respec bhtogrla flr (P] Late); eae far) ma ‘athe ope P Dec) goa ame (Giese pie [ESCRFTOS DE FILOSOFLA ness plorivocidade do termo sista que devemos buscar & acepedo que convem 4 Etka como cuca do thas. Uma dino i ‘wodurids recentemente no campo da teoria dos sistemas pode expl- farnos por um lado afrima sitndticaadotada peas grandes concep- (Bes éveas a0 longo da historia, por uw, sua adequagdo aes pecificidade do fenomeno é1co, Tratwee da dstingio entre sistema Jrcado e sistema abet, inspitada na observago dos organises vitos ‘como sistemas. Os sistemas fdas admitem apenas uma intencela ‘ho e interac intenas entre seus elementos. Seu modelo so os {emas formas axiomatico-dedutios". Os sistemas abeis, 20 invés, ‘mantém simultaneamente asa esablidade ecoeréncia interns wna Interagio permanente com 0 mundo cicundante. Os organismos vivos io o modelo por exceléneia do sistema aba Alem disso, 08 is- temas alerts apresentam a notivel propriedade de ser sistemas Tato, st 6, de se consti como sintese que continuamente se refaz de identidade e diferenga ou de permanéncia e mudanga 20 Tonge do tempo? Por outro lado, nio é imi embrar que o stoma € apenas um conceito og uma repreventacio simbélica, que tem por Finalidade assegurarnos que a reatdade por ele representada €racio- nalmente onendvle, como tal, se oferece & nossa compreensio’ A extraordinira prliferagio recente dos usos do termo sistema ro campo das ciéncias humanase das présicas socials parece mostrar (que o individ ea comunidade humana, plo alto ter de comple- {lade que ostentam ¢ pelo predicado orginal da hisoiidade que 05 ‘aracteriza,encontram no modelo do ssoma aberto uma forma peiv- Togiada pars compreensio da sua esrutura eda sa histria. Pode ‘mor, com efeito, pens 9 indviduo como um complexo sistema aber- to, integrand diversossubsntemas em ineragio permanente entre fe com 0 mundo eircundante. Subsstemas atruturaissio 0 sste- nas organic, palpi, epintua subsitemas rlacionas so os Sistemas 7 Laie, Arian im op twp 2728. 1a," enue tol 9p hp. 24S Ver Toms de Aquino, Sint in Ean 1 ee (Op Leis, XLV, tp.) ‘ver. Lar, Lor massa pcp. SSSH. Obese ue ‘secre do sy heed aos nated eam prone ‘Teun scenic ate now tate ical ra mei em qe proper: “smu unexpected as land em cons # me {hi me ke crdenahade omptel cow a eompondae ernopucho conosco, pritiaseistrumenaiscomo a Géncia, a Eten, a Politic, 1 Teese” ensar esessubsitemas na unidade de uma idéia nitiia ¢ sisemtics do ser humano, es a tarefa da Antropologia Flosica. (Ora, éjusmente no dominio da forma espeifamente humana o epee, ot sea, no dominio da priss, que se manifestam mais ex Sentemente a caracersicas de um sstema aba A prs, com efit, ‘em seus princpios caumis na rario ena iberdade'!, conquantosub- ‘metida aos condicionamentos orginicos, psiquicose do mundo cit ‘cundante iio e socal que estratram o espaco sine que non de seu fexercico, O dominio do wpe onde radicam a rari e a berdade defnido pelo grau maximo de etalildadeem razio ds absoluta i terioridade que caractria a imanénia reflexiva do espirito asi mes ‘mo, ¢ pelo rau maximo de abrtura pela sua correspondéncia com 4 fransemdénca abwolta do horizonte universal do Serf justamente za prise Eiea que a interrelacao dalética entre razio e Hberdade € { abertra do at &tuniverslidace do deversr ou, em ter mos Ecos, a ‘ela da conseidncia moral como Bem definem o nvariante funda rental da vida ca que asegura, a um tempo, a permanéncia € aber tura do agirético © possblidade da sua integracio na ordem ra ‘ional de um sitona abet. A tarefa preliminar da Fuca sistema, ‘que comegamos a cumpri na Introduedo geral do prime volume ‘que aqui completamos consist, pois, em eircunscrever 0 campo ‘concept da pase da vila dicas — 0 ajo da Etica — e defiir Ss naturera do movimento dialético que aricula em sistema aberto sas ‘categoria fundamentals — 0 metodo da Bsica, © ajo da Bsc, como sademas, 60 ehosenguano realidad i torcosocal manifesta na rds scale incidual orden a Gs 10, Wer Lima Vi, Ant lf ope, pp 19. I sande eight en a gon 12 Vor pulp is Lop tp, 21725. A pk mine do ‘ona iene ia dese orn se omar ferme omic Agno agra earn der dovsres segundo oro da Irom een er Sunt ore Gis Ne. 2. Bae tents longament co ‘ema pr Pip Roseanne ten et ye pepe Sa Tama gu Loaner Peters 196 9p. 0 6 aque so os valores nel presente. Expliciararacionaidade ianente to ase na prs alo propio fundamental a Etca como cincia do thr Segundo a desrigio de Aisi, 0 ater compreende 0 tmundo das "coims humana (48 ania, a saber, aqueas que estio a nosoaance (ta ep hemi) 6 oerecem dzctamente& com: preensio de noma razfoe 2s opydes de non Iiberdade, Ors, 0 6 Eons como discus das aes do aa Ea € leva, cm ve tude da propria ntuera do dacuo cet, a onganizarse em tema. No caro, porém, dea sitematraco, 0 dicurso ico wae diane de wm ptadoxo, saber, amposibidade de fla o sistema com as propria razdes do dose a necesidade de ransgrdir as fron- teas modicas do thar lrrsea uma fndamentagio ima dena turera metafnica eam a expetincla intelectual que, de Patio ege am, foines transmit pea hstria das grandes concepea ‘ticas que percorremos no primero volume. Ela verifies, num casa priviegiado que € 0 esto do age éico, a presenga da rela de Iremcedenia® como constitiva do sr human Abertura transcendental do dinamismo causaldo air co (or dem da causa efictente), pono em movimento pea snergia da rao «da iberdade,corresponde a amplitude rnscendental das nogdes «que especficam ofnakimo dese ate (Verdae, Bem, im, Le, Perf ‘os orem da cau formal. Em outras alas, a das dienes onstiutas do agit ico individval, a erat fenquanto ta do ‘uct co) ea tlaigconomat (enquanto ojo do air concrete zado a realidad do lo) permanecem ats 20 wero dope curso dalico das aries do thar subjtioaneteem vied do dina rmismo ilimzado que anima o movimento da rario da iberdade, 1S. Ver HG Lima Vi, Analg Plan (a), Sk Po, Lyaa 1902p. 9157. Admin un orden euler Mina tree tm preeno de encrrarno dine dient campo deo spree ‘ala por ua lei! Conrado tlic: Poon wore an das ‘ted ere aldo ae Ee ree no ete nego da Coad lg ‘iment xencaimene innpernel ns ron cs de noms pten ea. 1H tae ate avoma dco spew apr asim apo por Tomae de spe") a a te tr mt a pT 1 Meld slain wl I. Ea concep a 16 yrRopucio bjtiamene em virwide da ordenagio consiatva deste movimento 40 horizonte universal do Bem" 2. LOGICA E DIALETICA NO DISCURSO DA ETICA Admikindo para 0 dscurs ico uma forma prépria de stoma ‘dade € posvel expor a esruturaclementar dos momentos ligor des se discurso ea nanureza do movimento dale que o orgeniza como sinlna, Nose iia dreiz &aidéia do homem como autoexpressh vidade", tendo como paradigma orientador a nguagem,diferenga c= pecfica do home lgues, aqui considerada em seus elementos const futvos a mai lings, o ato da linguagem ea sgnfiardo on ex pressiosigifcante da matéria pela mediag do at, Esse parudigina Inspirase na defniclo ariotlica do ser umano como son lg hon, animal posi do ligs (playa signifcagio), capaz deautosigni- fcarsee de sgnifiear o mundo no lger O autoexprimitae no lige é ‘© primeiroe fundamental alo humane que define, portant, como vis Arist6eles, ser huano enquanto ta de acordo com o axioma que cstabelece a correspondéncia ontoligica entre sere opera. O se hr ‘mano, pois, € ou existe como auto-expresso ese auto-exprime cet ‘mente ej nas erutararelementares do Seu ser (corpo proprio, pie ‘mo, expt) seja mas rlayesdenentores que o rem &realidadee per item, na refleo ou retorno sobte si mesmo, consiuinse em sua identidade(Objetvidae, imersubjetiidade e transcend), nea rele. zandose e autoexprimindo sua unidade profunda como pawa. sat unidade profunda ou subsisténcia que estabelece o ser bi ‘mano como seta de atribuigio e € o mcleo ontokigico de sua itseidadepestoal (ou idntidadeealizada), comeca a anto-exprimirse 16 Do pono de vita de uma alu so deco empiri, ¢ en 2 8) > (Fue dene o sr humane como promt ‘ime veno diac do sn bichon inca "30 indo eco aang pen fei par o wo consent ene con mmdotamno gio erin coma ‘eriumane dees apc ne exe fee ney riers eg dan ‘Netone inns Dene nda, dns humane Sreepmemet, a ml a 0 roteiro que seguiremos (ver sumario) lea em conta, por sua vez, extrutura daléuca interna do conceito ow da calra segundo ‘os momentos da unienlidad da parialaridade e da smguardade* fea triplice dimensio do operar e do exsir humanos ou sua auto. fexpretsio na triplice forma subj, indesubjeoa e objet, caja nte- fracio exstencial numa unidade dinmica permite ao individu ener plenamente asia natureza de ser moral ‘longo ded ri ind competindote coma a desde et [rd da ied de die we Sete stron oe conte pre Sug mtn ano co prep, om tn inn jonas! conta nhs dao, menor gu The ‘ame una ongen 8 par de fares purneneexieon gor eas, ‘do valor inno tun tgoloie pac dos ound, br om 90 ‘Simpiment dw sun dee {GWE leg, Cundinin de Phan de Rad, pa $192, ESTRUTURA SUBJETIVA DO AGIR ETICO 1 UNIVERSALIDADE DA RAZAO PRATICA, 11 — Intoduedo— A ida de Rein pra pode ser considera fdeia dices da ica flostica. Definilac acompanhar egundo uma ‘xdem sixematca 0 components Kgkos de ata esutira dese exe ceo a arefa que prope desempentar a diipina (apmataa ca falcomo Abels a concebeue que entaremos cumprirneme segundo volume. Cam efit, 0 ue caracterva 0 ag di objeto da Ese, € a prcsenga de uma forma de reo na qual se exprimem ab normas © os fins do proprio agi A rasa, eno, emencilmente pri, oj, OF dena & acho (prs) € no smplesmente ao conherimento. A Bic, pois endo ciéncia do hs, &a ciéncia da rao pia ‘Adin ca redo prtce pertence 20 repertrio vocabular¢ con ceptua da Evica desde suas origens platbnico-ariotics, Tres for ‘mas gramatiais se articulam nesses inicios para designar sua nate era: rita, agit rss ago, prob qualidade da pry crquant ate de uma forma de conhecimento ou rarfo. gn prakik tiga proki). Ora experiencia nos masa imeditarente 0 prin ot agit dotado de uma earateinicainconfundivel enguanto 0 Exito fu orenutado do fae ou padi (puin) medese pela perfeio do jw produrdo, o éxito oto renatado do agi (prin) &avaliado Sequndo a maior ou menor perfeigio que dele renula para 0 ajo «qe age. Ox crtrios dex avaliagi szuamae para além da apreci ©.sain erico ‘io subjetiva do agente. Sio dados peta realidade objtiva do shar 20 {qual o agente exh historcamente liga. Por outro lado, a conform dade do frdtincom 0 aos no € onginariamente obra do instinto ‘de uma adaplacio imposta por fatoresexdgenos de natureza fsa, ‘Sociale cultural. A possblidade de agit de acordo com o hore de {valaro éxito da gio reside na forma de taxdoimanente 0 proprio ‘agit, que a tadico arstoeéica denominou justamente rao prin. 1X aude prtia€, portanto, um dos wos furdamentas da razio que Aleve see dito univenal ja enquanto racional ou predieado do ser hi ‘mano definida como lon dehon(possuidor do lies), seja enquanto hhomélogo 20 fendmeno universal do elas Naformacio das capacide- des cogniscitvas do individuo e na histria dos grupos humanos, 2 ‘i piticnamtecede a redo erica e&, sem diva, eqhionginaria com 2 redo paca ou fabicadora. Pere agi sio as duas primeiras Stividades humanas conduzidas pela rario e que se maniestam simu ‘aneamente nahistvia da sociedades e dos indivdus. Delas proce- de mum estgio ulterior da evolucio a azio tia que acabaré por fobter, a0 menos em algumas wadigbes culturals como acontece na tradigio ocidental, a primazia entre todos os outros usos da razio, Hem Plato encontramos a expresso grastiké Prati ou saber pritico para designar uma forma de suthéme (aqui entendida como habildade cogniseitiva) contraistina da gwasth hei. Maa a ex- press rade rita ol definkivamente sancionada por Aritteles que tematizou eutllzon metodicamente adistinglo, Jécorrente na Prk smeita Academia, etre os saberes tia, praia © poi’ 0 predicado da univealdadedeve, pois st arbuldo 3 rarities cenquanto ponto de partia do discurso da ica, num duo seni: 4. Primeiramente a ras price é um predicado empiricamente serifefvel do agente éico muants tol na medida em que seus aoe © hibitos sio regulados pelas normas e valores 20 ‘tins. O fenmeno histricosocal do ths implica necesaria- ‘mente uma forma de razio pritica nos individu que so re- 1. Do memo mado, fabric « wal do prot de po ef segundo neomar tenes ceniamente¢ncamente Gabe. sre? sate Wer Le, Bo gf So Pt, ey, SSIMUTURA SUBIETTVA DO AGIA ET1CO idos por ele. Ha, portanto, uma correspondéncla de fat entre ST universalidade do «ase a universaidade da razio peta, ‘erifcandose aqui, de modo exemplar a circlaridade dale tica entre aus, prdsse he? Com foi mostrado ma Fenome- nologia do ah, a univeraldade da razio pita se manifesta sob a forma do saber aio, assim integrado na erature am ‘wopoligica do fenémeno do ethos No proceso histéicocultural de consteuglo da Eca como clénela, a Taro priticaultrapasia 0 estigio do saber ico parm onstiuirse em piste de acordo com os dios da razio demonsrativa Esse decivo evento spiritual sgniicou 9 in- {reso do saber dco no sistema simbslico da RazSo que cm ‘hava para tornarse o pélo ofganizador de todo o sistema da ‘ultra: Assim a Etica, termo do process de acionalizagio do laber dco © expressio cientificamente eodificada da Razio pric, passa 2 ocupar um lugar eminente no sitema das ‘incase a Rezio pritica acaba por participar da universally dade de jure da rato demonstratva, O nastimento da Etica «onfigurou,portanto, um evento fundadornahistéria de nosst cultura, protgonizado sobretado por Plato e Aisles co- ‘no herderos do ensinumentosocraco, Do ponto de vita eo fico, ele teve higar no dominio da tora concent, a passage do saber dice & cia do aos. Tal pasager mos. {rouse historieamente possivel como conseqiencia da desco- bert, por Ptio, do paradigms ieonimich que sta ofan: ‘mento do conhecimente raconal no mundo dae Héas, do- fandoo da univeralidade transemplrica que compete 40 inteligivel como tal. Ao pareipar dessa forma de univers lidade de jure a Razio pritica pode elevarse a instinca ex- plicatva@ judicatva do aos em seus invarantes univers, ‘cima da partcularidade dos then histticos eiteunseritos 3 ‘est ou aquela tradigdo cultural {er Feomenatigi eth p.m i ln Si al, op, 100 pp hs it pp 455, 8. pre rmada pelos tro i (E) € nme,No ca rao itr tne to ran ee ‘sedi putin + ago det fc como cane a nom er1co A reflexo sobre a estrucura unieesal da Razio pritica oferece, desta sorte, 0 ponto de partida para o discurso siematico da Kies ‘Com efeito,paricipand desa esrutura universal em seus invariantes ‘ontolgica, a pris ow agi co do indniduoelevao de sta condicio Se individu etplrco particular’ conic deindviduo eco univasa, individuo capar de demonstra 8 retido racial de seu agit por 512 ‘onformidade com a8 categorias universtis da Rario prasca. Ness. ‘equacio entre 0 univenal da raaio e 0 univwsal da prixis reside a ‘condigio de possbilidade para que uma teria da pris (uiversl da ‘azio) se constitaa como lamia pica (universal da prs), conforme 2 dsingdo extabelecda por Ariwotles (FL Nic, 1, 8, 1095 a 56; I, 2 1103 b 2628; X, 10, 1179 a 35.64), € que esti na base da progmaise ica segundo 2 concepeto aria. 12 —A Ravio prtica sendo a primeira expresso conceptal do indiviwo iat, manifestase inciamente numa forma de rom (reensdo que tem bigar na experiencia da nermatviadeinerente 20 tikes. Essa préscompreensio conhece historieamente modalidades ‘ariadas que so at modalidades do saber dco transmitido a0 indiv- ‘duo ao longo de mia educagio ca ou no processo de sa integracio fo ath de nua combnidade. Ela constil a primeira expresso cul tale gnosilégica da rao priticae € um dos componenteseser> ‘ais do. Lebenswett on "mand a vida" do individuo. E mesmo seu primeizo componente especiicamente humano, é que a pré-com- preensio ds regrasprmitias do four que caracerizam 0 home habs Admite analogias com as habilidades ténicas do animal, a0 passo 7, Ae Bm dla op. itp, 10810, Sone sei ample de otic hee ea eager concep ron de phir "a diigo correspond 4 dso clinica ene Bice dr ¢ Ekin str A ere fr dara pe pret pr sn ey duns ces Completes» weld aioe enantio ng er (2 Tenteraioe do re da vomade dips tute dom que [olnga na wiverdne nig en ern se abo do se € ote ebjetron su qu retere ns pcs eng oie ome 30 ndiiduo cae atocaprine nicamete como dodo da rio peta que toda Bu ae no lant gun plo EDSSaP le she wr A he 16 om 154) Ste slo asa no ‘intone a Baca contemporinen, eB Wem, Fondements a aso rag, Sp Eiichi, ), Pa, Cala 190, pp. 6880, 28 ESTRUTURA SUBJETIVA DO AGI que o agi atributoexchusv do homo sapioas Nele et inscrita, mesmo ‘em suas formas mais rudamentares a précompreensio das razes nor satires do agi. ‘A compen eplatio,tarefa das nas humana qi 4 kr pam como ser como a log Antopologa Cultura a Fene- etl dali «unde pri cet na hii interpreagSes do fendmeno eco e obedece ao paradigna epsteme- ligco das moderns cléncat himanas,Imporante contribu pars a Compreenso explcava da rac pit fo ofreida pa ANo- Poogia srunural ao investiga sober na obra pons de Cade TeyScraus, enti logic do dea de rgra que jem deter tinadar rian como oeamento cm groper numanos dos como rior, Pua uo autores que se mown no copage epic Feo da Rario moder ese nmr nox pressoposos pout 2 Compre exc €apreentaa como sacra ta ompremao {flee qo toro ex tina obese nl Cae ober no em {ano, quo problems da ined forma da aso rte, ater {ada ras da Ba como tac exelent dtnto dopo ‘ema da universldae facta! do aber Cc, nao encontra soho ‘isftria dento don presnposor metodo da ome ‘cave epaitcn 0 recuo a ua expicgto de tpe ssi. 1.3 —A primeira maniesagio do fendmeno do ae do pono de wien cogncinos polssb forma Ge wa compen, ‘ber dein aso origina a rato ques os iis rds Onno agi segundo o tho Oc confere 3 pre expects serum tip de conus “accrnpanhado de rari (ut ign Et ‘Nie V4, 1140 4) Por compte na ears do agi eo, © Primi ivarante ontogco&justarent,a Resi rts A ines Ugaeo de ua nates cont im pico privegiado na ra da hc, de tal sore que ena dicplina pode ter contcerada, como ah sma obervamos sob ospect dani extras gongs, de uno sobre a Rasfo pit em mia nature, nat modaldades de Seu exert, em seu dmbitocem seu sleance objetivo, De Aratles 2 Kant eds dacudescontemportnen tema da Rach prea & ‘um eo continu no solo da relexdo tc do Ocdente. Com eft, 10. Wer ep de Che Lia 1 Sobre eam expe er Bnd Pl I op cl,» 108, 12. acim erico £4 concepgio da Razio pritica adotada no limiar da Bxca que cx ber indica as lina dretizes do diseurso ico. Historicamente, 3s grandes interpretacdes da Rezo pric, a arstotlica, a empirista€ 4 antina, correspondem outros antes modelos do sistema éico, Tepresentados rexpectvamente por unta éea do Bem, uma ética do ule uma édca do Dever" -Bses tr modelos — e suas variantes — desenham aquela que denominamos 3 face aperia da renemoagdohistérica do problema ‘4s Razio pritca, Tal rmemoracio constitu, como sabemos, prime ‘0 passo metodologico em ordem 3 compremda fla ou, logics expresso conceptal da Razio pica a esrucora catego Fal do sivema io, Hisoricamente a aporizem questi exprimin-sena ica moder ‘na na forma de um dilema tendo como objeto a fundamentagio do predicado de unicesalidads ou de fat, ot de dreto, que & reconhe- ido 4 Rario pritiea. Fundamentagio a posron ou Fundamentacio ‘prin? A primeira €afirmadia pelo emplrismo étco e se resinge 3 Uuniversalidade defacta segunda €afirmada por Kant eda primazia ‘univermlidade de jane No primeire cas, invocase, por exemplo, 0 instinto wniomal de autoconservacio inerente a Ser vivo, mas que se apsin numa necessidade fsico bioligica, puramente fenomenal. No stgundo, a univeralidade da Ravio pritia é fundamentada numa necessdade intligiel, presente nas condigbestranscendentas do wso pritico da Razdo pura A solucio arstouéica segue uma via mediana, ho propor uma sintese entre a obetivdade transempirica do Bem — ‘omhecido 4 poson’ —e 4 sbjetiidade dos primeires peincpios 12 No bogie oe a noo de Rao prt: Aes, Mei I (ap an) 1080 125; VE in) 1 IES 18 Ney eM, 2 Tome “amine Tage) 1,3 470 1; Sn kar, TieTIS ian, Gane Rae par 20 Pret: Cid Rs i WIE Hegel, Grudn der Psp ac pe 152: Epi de Papi "he Wonchhen (1650), pe 4-49; 48481 Sion, Gnd ana ‘nae Fa Dee, 188 | Marian, A lm mo nots prs de le Spe woe A Mae, Deg ea Pu Vie 14 Engle Piorg, Zor fh der Pa Moin, M. Grane 1970 Hwee, fo ph fe Pr (Spoon, 57, Fug eige, Aber 19; R Bes, Hang Sate nd Yomant Grandi stan Pop, Pa, Svan, 1 Cana (oy), Forse prtg My F Angel, 12 [BSTAUTURA SUIMETTvA DO AGIN €11¢0, inatos da razio na ordem prétiea — presents a prion’ —, ambas prticipando gualmente de uma necesidade inteligvel. Taleo: ter- ‘mos da ordi histrca da Razdo prtiea que devero ser considera dos na consiicio de sua expresso categoria. _ or su era aparia cca mourvnos que a nogdo de Rarho rite, diferencia no nivel da préconpresan em vitae da ult Dlkcidade ds sabres diy, apresentase no nivel da empress Feacomo um concept, eno sid em problematic estadahistoriamente, como vimon peas diver soles propos tas queso de ua natures unter Se dearmos de ado nese ontexto10 modelo empirita que permanece no nivel do universal 4 fad, tems dante de ns de um ado 0 modelo panic aor tlie, de outro 6 modelo banana. Segundo o primero, a Rasio Pritca€formalmentewnivosalow come rari la vltada pars © fonhecimento do Bem warucendente (Patio) ou como ra ‘cpr finalada esutualmente pela destinagao necessra do agente ico & realzarao da propia excelncia (udaimoic), Obs vemos, ls que, deste ponto devs, «€deaepcurv do Praer€ 2 ica estbica da Vee podem ser considera varantes do modelo ‘istotlico, De acordo com o modelo Kanan, a unieralidade for. imal da Ravi praia reside em au extra 2 pon como lei Indra da orem moral O problema foie inal da Rar pe tka formulase no campo epitemoldgica definido por exes Goi srandes paradigmas ea eles se redurem, alia, os dveroos subpar ‘adigmas que enconvamos na histria da fle, incsinde a Ee contemporines. Em virtude das opgies tric jéexplictadas aneriormente, a espirto o entrecruzamento da Verdade edo Bem na sinerga dos tos da inelgéncia e da vontade Considerada, pis, a partir do suit, a wnivesaidade da Razio rica manifesta se na destinagio ontolgica que ordena necesaria- 8 Ting Wa. 1s 9 59.1; De rt @ 2941 1 Ver] de ince, Ag ds ppt Tena pin Pr teaches, 185; pe 29630, Ener Le Do Vite Hp 207, Hee ‘ca pipe in Faint ple Ate ia ‘Titers i an Beaaceme 19 60s 1581728 eae props a coma ee Sn Agen, Cea Sa 11 (1 (ed. Vejen, Oa [BBL OC pS ted er el be ne Sa po de aps" dca ap ae Tele dante en Lp B18 915 TO, 12m cod To de son rik aad ha fa im eo ea pa ‘Senden cn, Rom im date» se plea dee ai © pre ‘Sod ead sim coro + Vd, oda tigen dee nb © re “Tos ako ya pein neers porn em ‘edaame pram erdde Taser cogs ros ot fa » BSTRUTURA SUBETIVA DO AGIR ETICO mente 0 sujeito a Verdade e ao Bem. No sueto humano, porém, ‘como jit ini, esa destinagio cumprese pela dion ivetivel entre a fninide do syjeto de um lado, ea infinitode da Verdade {do Bem de outro Portant, a idewidade perseguida pela Rao prt tica entre seu aio proprio que & a préss seu objeto atime, a ‘edad o Bem, permanece no plano iniedonaF, ou sj, como “dentdade ma difrnca. Nesse caso 2 sdetidade da Razio pritica © do universal se manifesta como simples forma, 20 passo que a dijerenea provém do cantide que € sempre particular Por comeguint, a aio ‘determinago do agir operase necessaramente pela mediagSo do con- teidoque wrna pesivel a passagem da universaliade alta da forma 4 univeralidade concta da ao singular. Ao analinar es estrutura inelgive da rao prtica como rarsointrinseca da prdss, Aritte- les observou sua analogia com © procedimento slogistico da razio teériea® e a denominou “slogismo pritica” ou, mais exatamente, “slogismos das ages a serem realzadas"(o sigma tn praktn, Et. ‘Mie, Vi, 12, 1144 a 81). Eses“sllogismos” exprimem a logica ima nente da Razio prétca em aia passagem da forma do universal 20 ‘onteid concreto ou objeto do agit. Neste cao a conciusi do “ilo- Bismo"(e aqui reside a sua originaldade) no €simplesmente uma proposicdo cognoscitiva mas o imperative de uma decisio em ordem 30 air. Na conclusio do "slogismo pritco” tem hugar de modo pa- ‘adignrtico a causalidade circular entre inteligenciae wontade: a in- telgencia jul retieio da vontade ea vontade imperaoaseentimento da imtligenci®™ 1. nga movi placa Vere do Be, 3 tia «supra pea reg de Pend ona cer eset mane tr dams nr I pce 9515 op 10810) 1, A ent nal ene era toe (nee eo) © 0 nivel be (er em) dene estamente 9 Seto sole safe i Gmacoommopc. 2. Anat fo exercido draco peta ebedecendo salogumente 4 ‘or do sogano, Saeco “aogio pro" em Ate ns Fae) op cpp. 124128 © not I MC i ed al ‘nde pin Piao dey Pst, Fg By Aber, 19 pp ISTE. "A incnarbo a vonade a Bem nda cre cpt as procde wn wba enn negevensis ‘ric nas npr AD, Serangs,L Pap San Phnes ‘gai no ed Fa ab 18, tp BT ae Ea ee aaminemos mais pormenotiadament a forma de universe de da Razio prin. Fle consi, como aerosols nterako das dus aides exruturai do expo inleeao ea vob. No tivel da unveretade mala inttecaoexercese pela dos primeiros priniplos que deer reger a prs come tlc voliio Proce pel ve edads ao bem coherdo pelos principio" Sv ote do anno nivel a Rao prc x meseem fe so Juz de nturerateleoliconormatva Netes com efeto cst conde de un lado o enuncado do bem co- tho fi do ag: de Ouro 4 prsciio pars 0 ato, enguant Ft gin fA en 8 ‘ipl em primero higarsjvamen, ol formula araxioe a ‘eid ag segundos norma univer do bem igeamente na Certdade nomatna na medi em que os pinelpios exprimem oder do agi cso, como ta, us de rgr dews ftet © bem e dus ctar 0 mal Finalmente, ox priniposgozam de una Uheralidade sen enquanto so nator prt como py {ipioraboltemen nivera, on recebidos por ela come princpios ‘tateemmte univers send dios nese cao maxima ou Fora su Jerr que gutam o git do Indi aren rent emg te nadie rei eee i ase rectiaigm mormon etree eens Sm peeping cara cate eens certs He pcan win dss orm oie age enim inane see ener te oe Cer en one aptet cp anther nc a Siebert pny angele ed BSc pei aloha p si haya CORSE Sie Cet ns lly ony ste Se en coger {Sim psn dorsolateral, iin ete era en cn efor Seeger Sieiaelaeoee sa corms Seas oss 36 ESTAUTURA SURJETIVA DO AGIR E71 ‘A universalidade da Rezo pitica é portato, em sua estrutura {formal wma universaidade de prnepos, Como tl, € una universal ade asata, cua efetivacio conata xe na pasagem dos princpios Aapio, Nessa passagem da “intelgencia dos prineipios”&racionalida {de concreta do ato intervém, eepundo a andlie dos eGlogos medics aperfeigoada por Tomis de Aquino, um habito inato que aseyura 2 nteligencia 6 conhecimento inv dos prncipioseinlinaavon- ‘ade 3 adesio espontinea ao em, Ese habito — a sindéee— possi tum componente de natureza aftioa que alimenta a cnatualidade entre 0 agire o bem, e desenvolve no sujito ic uma tendéncia ine ‘inva a pratcar o bem que, por analogia com o sentido esético, pode ‘er dita Um sede dicoou moral E sob influxo do sentido co que ‘ passgem da universlidade dos principio 4 singulardade da 2¢30 ‘no se opera puramente por va liica, mas € movida normalmente pela ematurlidade afta inata da intligencia eda liberdade com a terdade e com o bem [Na ordem da vl, earuura formal da Razio prtica é defini da pela ordenagio ao ser sob a aro do bem. Nela'se manifesta 0 dinamismo intencional do ser humano, necesariamente finalizado pelo maiorem vita da sua antorealzagi. Mas al ordenago a Ben, fonquanto vena a evar presente por necesidade no exec da Raz prétca, 6, no nivel da universlidade como acima observamos, ima ofdenacio puramente formal que permanece absvatae deve ser ‘hualzada e enzetzada pela autodeterminacio do sujet, devendo ‘er por cle bormmirassimida®. A autodeterminagio se cumpre jus “BLO hth dow primsvs principe a ondem mora i denominnd pelos ‘meen sind (peel coreplay comet, com ‘Sharla e deni por Tomas de Aqune como hts qa (9 I 79 STP) Nee» propomo, j Honor, Sindee ssn ha re So Toman Aun Four. Ed Universes 197 “Stan orenaio € crcnsr por Kant no domo do o ri oda sbjtidde ren com o once de ma Yt (qtr il. ‘SA tednerminee on cxpomtancae que done oo ef sgn cad pr Ares cam sept fom ets ed fe (i a) Princip em memo (ig Ver BNI, 101+ 2226 37, ug 88 STs So Mae gs 1 Delete g 25 Le: Cn Ge 48 er) Ge Fnance Ear apr uma opt ODETT I Emmet iri py a sam fico tamente na passage da inclinagio universal 29 Bon — esrutura {formal da vontade — sos bens particulars segundo as condigbes de ‘its apreensio e de ua prossecugio™. Estamos aqul em face de uma Telagio de natareza dialética entre a linha causal (da causa dfidente ‘da causa formal) do ato tragada pela inteligenca e pela vontade™, {que se parlcalarzam como conhecimento dos bens partculares € ‘como litearbitro, eas cones que circunscrevemo Ambito de seu txercci, De um lado oso intligentee lve assume esas condigbes| no dinamismo de ssa autocausalidade. De outro, a condigoes nega 2 universaidade alstrata do Bem conhecido, eircunserevendo-0 oncretamente particularidade da sluardona qual o ato deverd ser exercido™ 2, PARTICULARIDADE DA RAZAO PRATICA 2.1 Intrduo — Na anilie da estrunura sujeoa do agi ico, passage do nivel de univrsldadeda Razio prtia,em que sever fieaem principio e formalmente a raionaided da pris, a0 nivel da partcalaidade em que intervém faores contingentes pararacio- hale, apresentase como um dos topics mais probleméticos e que, ‘esd ox inicio, confgurouse como um desi te6rico incontornvel bo intento da conuituiglo de uma ciéncia do hes O ideal de um ‘gir inteiramente penetrado de razdo guiou a busca socritica da Si, Toms de Agung, Ce ri Tc 8 opine 5. Aimercaaandc ee selgencas conde, ca una excendo ae sn ¢ pop caren na ene von orm chm ne apron ot ‘pcs cinicn dren een cu honda Back nde gem 20 do ‘Pandcs modeny ude sia Erno dom idea ntl inc devote melo dose iene com hw nga tern da ‘reeno dlmigtncine daca devine emouse animente pat ‘Met eu ancora epee Se nan desea dans ae ‘iso tn Rank prin Wr Tes be Agu, Dug #2 1 Coe Gti temstagiase {SF oportao exaecer que reconiui, em sus moments date, 4 exer do Ec em a dimen me tem porate» cane ‘edge eno nua que scmpar nan frau pla sje A ‘lil avr ee a ete une Se po outrun fare sense pti or oro 5 36 ESTRUTURA SUBJETIVA oO AGIR TCO sirtudecéniae parou sempre sobre o itnerrio platbnico, orientan- do aja 0 programa pedagogico da Republica, sea a proposicio da ‘da Blovica como vida modelar na Rela, no Fede no Tet, ‘bem como a dscussio sabre o pazer no Fils a representacio do ‘mes no Ties como paradigma da vida bemordenada. A Esica econhece sua orgem histricajustamente esa tentaiva de demons tar a necesiade © a legiimidade do agie segundo o hor por ua conformidade com arazd. Ora ese intento opunhase a presenca ha pyeh¢ humana de toda uma vertente irraconal(dlagon) residindo, segundo Plato (Rap IV, 436 28— 440 d 4), no deseo ena desaz (Gpitiymetihn, abogtibin) e na agressvdade (tym). O propdsito de agiretcamente segundo a rario esbarra com esas tendéncias ‘ontrrias na alma, e sto elas que orupam o caminho que deve i da Universalidade dos prinipios& singularidade da acS0™ A solugio a ese problema da presenga do iracional na alma tormouse proritiria para as éticas péeplatonicas, empenhadas na definigio da naturezae das condigées da eudsimoniacomo fim timo a vida humana. Com efeto, sera necessri integrar de alguma ma- ‘eira no inerério que conduz 8 eudainoniesss fora poderosis que gem dentro de nés independentemente da razo. A solucio proposta por Aristteles est plenamente dentro do esprit de mia progmatie ‘ica Ela preconiza ima via médin entre or extremes do hedonio © do rigorsmo, condusida por um dominio polite da razi sobre as palxdes (phe), obsido no curso da educaio éuca™. As éicas hele- Disucas (Ver vo. 1,1, cap. 4) divdiram-se justamente entre 0s dos exe twemos o hedonismo encontrow na étca epicuria, com os matzes conhecidos sua expresio consgrada, eo rigorismo a neutralizago das paixdes (apt) foi doco pela ética estbica das virmdes. ‘Tanto em Aristételes como nas éticashelenistcas,o abandono da anscendéncia platnica do Sumo Ban, seja pela relaiviacio dos 1. Sue pido ponte de vita ever D.Kambouchne, Fusions 1p Dionae dB wo op. hp. 10-1087. obec urea reine ia oes funanenalyembors te irene get ee one, Le ee ‘nt, Pars Beles Ltrs, 180, e Martha Noss The Pap of Gas 1k ed Ben Gk Pp and Psy Cambie Un Pres, 1986, Sey eduaio marl vera argo de © Oueberg Rory, Pducion eral, Di dihe tde pa mele op pp ATL 0 som Eco bens como bens puramente humanos por Arsttees, ja pela ima réncia do Sumo Bem (prazer ou virtude) na esfera do sensvel pelo tpicuriamo e pelo exoiiumo, aterou profundamente a estutura 1 fica do exercicio da Razio prtca tl como aconcebera Plato como passagem do uniomal a Idtia do Bem ao singla da ago. O universal perde a necessidade absoluta eo rigor do intligivel puro ea nature» Jade norma tanscendente da ago, para revestirae ou da necesida (Ge ulin plus, ot sj, "na maior part das ves”, que €prépria das ‘opinides comuns (éndava) recebidas no ths segundo Aristtcles™, ‘ot da necessidade empiiea do instinte do prez no epicurismo ou dda primazia da virtde no estoiismo. © advento da Bca cred resabelece, de alguma maneira 2 pers pectvaplatnica,dandorhe um sentido inteiramente divers. Os pri. ipios da Razio pritea deverdo referirse novamente 3 uma instncia transcendente, mas esa no sera Lia do Bem como Ideia sparada, sim a ee anerna na mente divin, segundo o ensinamento de Ago™ tinho. Esa nova fundamentagio dos prineipios da Razao prtica tem primeiramentetuma rgnificario loli, mas seu alcance fico € qualimente indscavel como mostrow, ene outros, E. Gilson”. Com feito, ida analgiea de la tendo como primeito analogado, na frdem ontolgca, a lc adarna que permit § Eres medieval reper ‘ar 0 problema do exereicio da Razio pritica no ato moral investi fgando de forma abrangente © minuciesa 2 pasagem da univeralida- {de dos prinapias a paruiculardade da sia e levando em conta a ‘complexidade dos fatores que compiem ent Skima e nos quis se ‘entrecruzam natureza e graga. Coube a Tomas de Aquino realzar a ‘Sintese magiatral ente a concepgio arsotéicae a tadigso ris da Rasdo pra, inte exposta em sua forma definitva na Summa Th lnpae (I. Tae). Trés tpicos fundamentals se ariculam ness sintese: (0s eatades sobre a bedade moral (qq. 6221), sobre as paises (qq, 22 248) e sobre a lt (Qg- 90a 108). Elesconstituem o fundamento con- ‘epaua sobre o qual se apsiaadesrigo da vida tea psa segundo 2 tori ritotea dos Ade das aruda (qq. 49.89). Convér obser ‘ar que a intesetomista permaneceu até recentemente como referém 136 Wr Be Ard rita, op pp S58. SE Gla, Lip de pooped Pa, Wn, 184, pp ses « ESTRUTURA SUBJETIA Do AGIR ECO ‘a maior da reflexio ica ersté em tormo da nature, exrutura € condigées do ato mora ‘Osincios da Huica moderna com Descartes asia wa pro funda mudanga nos termos do problema da Rasiopratica tal como {ora transmido pela Fuca antiga e pela Etica cistiomedieal. Na verdade, examos aqui diane dos comegos de uma evolugao dotrinal {que conduit, de fat, &dsolugo da iia antiga de Raz atic. (0 pass inicial € dado por Descartes, culo projeto de uma Moral de finitvaformulada segundo o método da nova ia de raziosubsme- ‘eo agi moral a regencia de uma razio de tipo dedutivo segundo 0 modelo da razio matemitiea, Se a Descartes ni fol dado levar @ terme esse projeto, se tratado sobre as palsies (Les passions deine 1649), predmbulo a moral defini, i inaugurar uma nora concep- io das relages entre a razio ea vida pslquica em que a tonica do overno das paixGes se substiuirs a0 regime prudencial propesta or Aristéeles. A inversio radical dos termos da concepylo clisica ‘Seri, porém, obra de Thomas Hobbes, também nesse ponto devendo ‘ser considerado verdadeiro fundador da Eta moderna. A perspec tia hobbesiana inverte a relago entre razio e “paixdes, a primeira pperdendo sua prerrogativa de norma prtica e sua orientaio teloo légica, as “paixdes"recebendo a primazia na conduta das ag5e™. Na ceseira de Hobbes, 0 empirismo éco consumars 0 abandono da ‘Raxdo ria, enjo conceto em nia acepeio clissica scabs por calr «em olvido na tradigio da ica empirista, nao tendo, de fto, nen lugar no univeso conceptual do titarsmo em das at sas verses ‘Aidéia de uma phiosphia praia cujo objeto sejam as formas © 0 ‘exerccio da Rado pritea fl rewmada pelo racionalimo de Chriian ‘Wolf, mar segundo o modelo cartesian de rari, em sua Pilphia praia wnisrsls Da erica a0 raionalismo moral de Wolf procede, fob certo aspecto, a Cris da Revo rica, na qual Kant estabelece «separa entre a moral eprir, fundada na vontade autlegisadora, 8 dice pragmdtca, dominio da prodénca econdurida por regs em Piticas. Fea, assim, rompida a paseagem logica da wntesadade dos SA propio er Mc Rel, Then nd Pani im rn a ttt, Kettharame 188, pp 224226, 28280, I, Henson eto (2) teen 19% gp 898 59. D. Kannan, a Pansat. 1088 “

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