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CCM MVE OUE mm ir ley hirano A existéncia e a morte ver ee ae| 2. 0 pensamento cristao e a morte: o caso de Pascal A esta altura, o leitor deve estar perguntando por que Séneca, ao explorar tantos aspectos da relacdo do ser humano com a morte, nao tocou em um ponto fun- damental: a imortalidade da alma. Na verdade, essa pergunta parece natural para nds, porque estamos mer- gulhados em uma cultura crista, independentemente de nossas crengas pessoais em uma ou outra religiado. Para o estoicismo, sendo a alma material, nao havia por que ela ter um privilégio em relagdo 4 mor- talidade dos corpos em geral. E verdade que, em alguns textos (como na propria Consolagdo a Marcia), Séneca aventa a possibilidade de a alma sobreviver ao corpo. Porém, isso nao é objeto de uma demonstra¢ao conclu- siva, guardando apenas 0 carater de hipotese. E mesmo essa hipotese nao implica que a alma viveria indefini- damente depois da morte do corpo, mas apenas por certo tempo. 33 Ja pa ra os pel a Pensadores platonj ae alidade da alma, masa" cir lanismo ~ cuja ing) Sng in : te no pensamento oci cn M divi a to ida eo MOUSE peda is ° que a questa sta le tt fundamental para a cog talidade to ee compreensio filoséfien qe ica do Papel da mort 1e. Por i ee Por isso, tomaremos aqui ; um dos rumos di qui um filésofo cri © francés Blai esse d cristao ncés Blaise Pasc; lebate. Esse fild: O'penaa scal. 'sofo sera same ; rend eats dea ento cristao ive dines lsimil anaes dekh eo ee trazendo divergé: le historia, frequent representantes, pan insoltiveis entre vario: aa . Por isso, toma s de seus Presentar » tomar um sé fild © pel ‘ilésofo mente ea nsamento cristdo ¢ uma eecliee x cae seer nao dizer arriscada. De certo aed s 1, a 3 nto icalidade de sua escolha de Pascal justifica-se pela ajudard a demarca interpretacao da religiao, 0 que nos ; r mais ni , visdo crista nitidamente ife e eee as diferenga 'm relagdo 4 do estoicismo de ee “— is e Séneca. 34 a tragit condica® humana rtante fildsofo, geometra € PO- um cristéo fervoroso, tanto la como Pensamentos, tos preparatérios uma defesa ‘e Pascal, impo! culo XVI, foi al obra, conhec! nifio dos fragmen ido cristé, isto ¢ gaios. Entre esses escritos, rofundas e genuina- m sectarismo Bla remista do sé que sua princip & na verdade, a reu! apologia da rel anismo contra os pa mimeras reflexdes P! mente filos6ficas, nada tendo que ver CO} religioso. No entanto, ndo Se pode negar que muitas dessas reflexdes dialogam com certos dogmas do cris- tianismo, O principal deles é a ideia de que 0 Set hu- hoje no estado em que foi criado. 6 pecado original corrompeu de de Deus, da pureza de pensiio a pecar que ngao divina. também a sujeito de um: do cristis encontramos i} mano nao esta Segundo o relato biblico, ‘Adio, tirando-o da proximida: coracdo, ¢ colocando nele uma pro} fa se ele receber a interve! éncias do pecado esta ual Addo nao estava no paraiso. E nessa condigao decaida, corrupta ¢ cor ruptora, que devemos pensar @ tuagdo do ser humano ine da enn ed eon peten SEETES saltar 35 s6 nao se efetiv: Entre as consequ mortalidade do corpo, 2 4 I aos olhos em relago a Séneca é to, ndo podemos dizer que a sentido estrito. Ao contririo, crime, imposta por um Deus q tureza criada por ele ¢ que tender com suas criaturas, Avs: BO Contexto erg MOTTE seja natural ¢,,

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