You are on page 1of 6
Uniper, (3): seuider., 2002 OS FATORES DE RISCO DA DOENCA ATEROSCLEROTICA Siléa Calefi Navarro” Celso. yan Conegero ™* CONEGERO, Cl. 0s fatores de risco da doenga aterosclerstica. Arg. Ciéne, Saiide Unipar 6(3): p. 151-156, Jerose 6 urna doenga muhifitorial, caructerizada pelo actimulo de viries tipos de células(oshulas musculares ¢ linfSeitos-T), por formagio de grandes quantidades de matriz de tecido conjuntive, incluindo coligeno, proteoglicanas, e por acimulo lipidico, principalmente na forma de colesterol esterificalo on livre, na intima ca chegar até a obstrugo total da mesma, Distinguem-se na alerogénese fatores imutaveis e motives. Ene os sto 0s genéticos, a idade € 0 Sexo € entre os fatores mutiveis, encontram-se a dislipidemia (principalmente a nia) a ipertensio arterial, otabagismo, o sedentarismo, a obesidade, a diabetes melitos ¢ os radia realizou-se uma revisio da literatura objetivando esclarecer os varios termos empregados para definir este mo contribuir para melhor definire caracterizar esta patologia que em decorréncia do grande niimero de internagies pode ser considerada como um problema de sate publica, também procurovese enfatizar suas possiveis srs meios ou mecanismos de prevengiio. IE: alerosclerose; colesterol;tabagismo ‘THE RISK FACTORS OF THEATHEROSCLEROTIC DISEASE s CONEGERO, CL. The risk factors ofthe atherosclerotic disease, Arq. Ciéne: Saiide Unipar 63): p. 151-156, Atheresclerosis iso multifactorial disease, charucteized by the accumulation of several types of cells (smooth epages and pms. formation of great amounts of connective tissue mati, neluing collagen, ans, and lipid accumulation, mainly inthe formof cholesterol, in the tanica intima of the artery that aa cbeucion, In eherogenesis unchangeable and changeable factor areditnguished. Among the frmet, genetic ones, the age and the sex and among the changeable factors, dislipidemia (mainly hypercholesteralemia), ion, smoking, sedentarism, obesity, diabetes melltes and free radicals are listed. In this work. «iterate dle aiming at clarifying the several terms used to define this pathology, as well as to contribute for the best taracterization of this pathology that can be considered asa problem of public health due tothe great number that ivcauses; the review also tried to emphasize its possible causes and to roll the means or mechanisms of atherosclerosis; cholesterol; smoking rosclerose” e até mesmo “esclerose”, que muitas vezes| ikimos;anos tenrse verificadoum grande aumento 42m sido empregados como sindaimos tanto por populares cardiovasculares, sendo que, dados indicam que no Brasil ocorrem cerea le umn ages por estas doengas por ano, © que xamentena forga le trabalho representancio, desta sto social. Portanto, trata-se de um grave de piblica (GIANNINI 1998). De acordo com ig aterosclerstica a arteriopatia mais f suas profundas implicagiies nos indices de dade. Entretanto, sabe-se, hoje, que as Jerdticas nfo tém uma evolucso implacével, interferir na sua progressio © na propria placas, 0 que significa que a identificagio de fatores de risco cardiovascular 8 atcrasclersticas, pode contribuir pari a -niimero de pacientes. Iho realizamas uma revisto da Titeratara com, ‘eselarecer 0s termos “arteriosclerose” © como no priprio meio académico ¢ relacionar os principals fatores de risco da doenga ateroselertica visando contibuir para o maior entendimento desta patologia, bem como deserever: alguns métodos preventivos. DESENVOLVIMENTO: Definigo e Carneteristicas ara GIANNINI (1998), a “arteriosclerose” compreends tum grupo de doengas que tem como caracteristica comum o tendurecimento da parede arterial, inclui:aanteriolosclerose, 4 esclerose calcificante da camada média (docnea de Minckberg) e a aterosclerose. A aterioloselerose & uma afeccio caracterizada por endurecimento das arterfolas, que ‘0 consttuir © substrato anatomopatoldgico de elevacio das cifras press6rias nos quadros de hipertensio arterial sistémica, ja a esclerose caracteriza -se: por calificagdes ie Especializagao ent Morfoisilogia Aplicada § Educacao Corporal ea ResbilitagSo da Universidade Kstadual de Ming io de Cigacias Morfofisioligicae da Universi Estadual de Muringd Wan Conegero: DCM/UEM. Av. Colombo, $790, 20a O7, 87020.900, Maing, Paand, Brasil ro anulares nus artérias do tipo. anular, nilo apresentando fepercussio clinic, uma vez que normalmente nao interfere no fluxo sangilineo, Segundo GAGLIARDI (1992), a ateroselerose é um Proceso patolégico responsavel pela principal “causa ‘mortis”, que éadoenga coronariana, podendo gerar um quadro de angina do peito, infarto agudo do mioeérdio e a Morte ‘Sabita. Aléin disso, pode comprometer as artérias de todos 0s, Srgios, porém os mais afetados so: 0 corago, 0 cérebro eos, sins. Para GIANNINI (1998), a aterosclerose ou doenga aterosclerstica 6 uma afecgiio das artérins de grande calibre, ‘earacteriza por lesies de placas, denominadas ateromas, que de acordo com sua fase evolutiva apresenta-se comer estrias ordurosas, que sio formagdes planas, de coloracio amarela, Sem repereussao clinica; Placas fibrolipidicas, que sio formagdes elevadas na superfivie da intima, potencialmente capazes de determinar manifestagdes elinicas em funn de sua magnitude ¢ de eomplicagdes, como fissuras, roturas, hemorragias, trombos, calificacbes © necrose. Fatoresde risco da aterosclesose A prevengio e o tratamento da doenga aterosclesstica consiste basicamente em se evitar os fatores de riseo. De acordo com GAGLIARDI (1992), 0s fatores de risco-dividem- seem imutiiveise mutiveis, endo que os primeiros sao aqueles ‘emque nao hd possibilidade de alterar sua evolugiio ou corrigir seut distirbio, pois so caracteristicas préprias e invariaveis de cadiindividuo como raga, idade, heranga genética e sexo: 444 08 fatores. de riseo mutiveis sdo aqueles que podem ser controlados, tis como dislipidemia, tabagismo, hipertensio,ete, Fatores de Risco trutiveis Apesardos fatoces de isco como umaistria familiar Positiva, idade e sexo nio possam ser modificados, sua ldentficagao pode auiir no refinamento de avaliago do perfil do risco do paciemte. Hist6ria Famitiar FARMER & GOTTO JR. (1999) afirmam que a erosclerose corondria tende a se agregar nas familias, constituindo-se num fator de risco forte e independente. Apesar da doenga arterial corondria sintomtica tipica nijo ocorea até a meia-idadle, a histra familiar pode influenciar riseo aterosclenstico desde a infincia, ROSS (1993) CARVALHO, etal (1996) afirmarn que outros fatores de risco, como a hipertensio e o diabetes ‘melitos, também podem ser hetdados, e & possfvel que os {atores protetores, como HL elovado, tamisém sejamherdados, embora este vhimo nao esteja hem esclarecido, PEREIRA & KRIGER (1998)afirmam que um gene pode estar envolvido na determinagao do risco de doenga ‘Mterosclerstica se existr sob diferentes formas funcionais, as ‘quais se refletem, geneticamente, sob a farma de polimorfismos énicos: aleragves na seqdéncia desse gene, dando origem a diferentes alelos. Alelos funcionais podem estar associados com variablidade metabética ou afetar determinada via de singlizaglo, ou de crescimento celular, evando a desbalango homeostitico. Ao contrério Was raras mutagées altamente deletérias responsaveis por doengas monogénicas, as 152 Arq. Clénc. Saiide Unipar, (3); set Jer... 2002 alteragdes conhecidas que podem predispor & doencs ‘alerosclerstica:ndo conferem, por si s6, aumento de risco significativo para determinado individuo. Sio, contudo: bastante freqientes na populacio em geral, podendo eprexentar fator de risco suficientemente grande: para ser identiticado.e quantificado por meio de estudos populacionais. Outra conseqiiéncia de sua relative grande freqiiéncia na populagdo & que a ocorréncia simultanea de virios alelos deletérios num mesmo individua nao é rara e pode levar 2 grande aumento de seu risco relativo individual dace Deacordo com CARVALHO, er, (1996), o principal fatorde risco de aterosclerose &, sem divida, o envelhecimento, sem que isso signitique necessariamente que seja a causa dlireta, poisa dade pode se constituir num indice de exposicao. aumeniada aos demais fatores de riseo. Observa-se quic 0 Processo de envelhecimento determina diversas alteragoes 'morfol6gicas e funcionais na parede arietial, que modificam suas propriedades, facilitando a aterogénese. Dentre as ‘modificagdes determinadas pela arteriosclerose senil posse citar Allteragdes i forme tamanho ds célalas endoteliais etuptura das pontes que as intertigam, determinando redugao da seletividade, isto 6, da capacidade de permitit apenas a Penctragio das substincias necessarias ao metabolismo, arterial; menor atividade lipalitica lipossémica,facilitando 0 actimulo de lipides na parede; progressive aumento do coliigeno, degeneragao das fibras eldsticas, aumento da Concentragio de condroitin-6-sullato, formacao de agregados de glicosaminoglicanos, calcificaga da camada média, que Imodificam a elasticidade arterial, aumentando a sua rigiders eespessamento da intima, prejudicando a nutricgo de parede ‘que parcialmente se faz por embebigiio; tormosidades em conseqliéncia do enrijecimento da parede, determinando bruscas modificagdes do fluxo sangiiineo, com injiria endotelial; aumento da adesividade ¢ agregabilidade plaquetdrias, faclitanda a formacio de trombos, Sexo ANDRIOLO (1999) afirma que existem diferencas significativas nas histGrias naturas de pacientes com doenea ‘coronatiana, na dependéncia do sexo. Emm geral, as mulheres Jovens possuem menor tisco de doenga aterosclerstica, igualando.se a0 observado nos homens apés.a menopauisa, © uso de estrégenos: apds a menopausa esti associada & edugio do risco em cerca de 50% ¢, nestes casos, as ‘manifestagbes elinicas da doenga ocorrem aproximadamente 10 anos mais tarde, Por outro lado, 9 prognéstico do evento isquémico nas malheres, em gera,€ pior que o dos homens, FAVARATO & LUZ (1998) colocam que apesarde nio haver diferencas histolégicas e hioquimicas entre as placas aterosclerdticas ern homens e mulheres, a doenga apresenta certas, peculiaridades ligadas ao sexo. As lesdes ateroscleréticas avangadas — as placas fibrosas — 1999, BERTOLAMI, M. C:;FALUDI, A. A. Regressdo da aterosclerose: ‘mito ou vecldade? Sko Paulo. RevistaSocesp, V.7. N2, 1999. Disponivel em: , ‘Acesso em 22'de junho de 1999. iss ‘CARVALHO.F.E.:: ALENCAR, Y. M, Gi LIBERMAN, S.Faiores de risco de aterosctecose na mulher apis 2 menopausa. Arquises Brasileiros de Cardiologia v.65, n.1.:31-48, 199, FARMER, J. A GOTTOIR..A.M. Dislipidemia ¢ outros fatores 4e riseo de doenca in. BRAUNWALD, E, Tratade de medicina ‘cardiovascular, 5 ed, S30 Paulo; Roca, 1999, p. 1202 -1239, FAVARATTO, D. LUZ, P. L. Ateroiclerose niie-associada a Jipereolesterolemia. Disponivel em: , 1998, GAGLIARDI, R. 5. Aterosclerose: consideragies gers, J. Bs M. 66, 032 111-116,1992. GARRIDO, J. Ac: GARCES, C.; DE OYA, M. Diet and atherosclerosis, Rev, Esp. Cardiol. v.51, n.6: p 36-44, [998. GIANNINI, S. D. Ateroselerose e dislipidemias, Sio Paulo: BG. 1998, 283p. KRAUZE,P.Aterosclerose: bons hibitosparn a prevongic da docnga to milGnio. Rev, Sociedade Médica. n.7: p.6-7, 1999, 156 Ar, Ciéne. Savide Unipar, 6(3); setidez.. 2002 LAURINDO, FR. M.: SOUZA, H. P; LUZ, BL. . Kstresse oxidative: um denominador comura de condigées vasculares Datol6gicas. Disponivel em: , 1998, PORFIRIO, H. Disponivel em: , 1999, ROSEMBERG J. Tabagismo: sério problema de saiide piblica, ‘io Paulo: ALMED, 1981, 331p. ROSS, R. Patogsnese da Atersclerose, In; BRAUNWALD, Eugene (ed.) Tratado de medicina cardiovascular. § cd. Sio Paglo: Roca, 1999, p.1179-1201 ROSS, R., Aterosclense. In: WYNGAARDEN, J. B: SMITH, L. Hs BENNETT, 1. C. Tratado de medicina interna, 19.ci..y. 1. Rio ve Janeiro: Guanabara Koogan, 1993, 299-403, Recebido em:22/11/00 Accito em: 30/08/01

You might also like