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EVOLUCAO DAS POLITICAS PUBLICAS DE SAUDE NO BRASIL - DA CONSTITUICAO DE 1988 A NOAS/SUS 2002 Carlos Alberto Nourao JUNIOR, Olivia Maria Silveira GUEDES Assessoria Tenico-Gerencial de Diretoria de Sede, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental - Prefeitura Municipal de JF RESUMO, O presente trabalho consiste numa revisdo da legisla §40 que instituia e vem modelando o Sistema Unicode Saiide (SUS) no Brasil. Seu principal objetivo é analisar 0 percurso das politicas de saiide e as mudancas ocor- Fidas nas leis desde a implantagio do SUS até oF dias atuais. O-objeto deste trabalho foi uma anise critica dda legislayao, aléin da experiencia pessoal do autor na area de gestae. PALAVRASCHAVE Salide Pablica; Legislacdo Sanitéria; SUS; NOB; NOAS, wwaropugao fm 1986, foi eaizada em Brasilia a Vil Conierbncia Nacional tie Saide (CNS), com ampia paticipagie de tabalhadores, or emo, vsusris € parte des prestadores de servigos de saute, Frecesida de conferéncias estauais e municipas, 2 VII CNS signiticou um marco na iommulago das propostas de mudanca éasetor saide, consoidadis na Reforma Sanitiia brasileira, Seu documento final sstomatizou 0 processo de constue Ge ur modelo reiormadbrparaa sade, que ficou definda come resul tame das condigves de alimentacdo, habitagao, educa, ren a, meio ambiente, trabalho, tansporte, emprego, lazer, iber dade, acesso € posse a servicos de sade, atc, antes de tudo, © resuitado das formas de organizagio social da prose ‘0, as quais podem gerar desigualdades nos nivels de vida Esse documento servi de base pata as negaciagdes na Asse bleia Nacional Constiuinte, que se reuniria logo apés. A CONSTITUIGAO FEDERAL DE 1956 Fm 1900, ¢ Assembléia Nacional Constitute aprovou anova Constituigao Brasileira, incluindo, pela primeira vez, uma secao sobre a saiide. Esta secao incorporou, em grande parte, os cor. eitos e propostas da VII Conferéncia Nacional de Saude, jo- dendo-se dizer que, ra esséncia, a Consiituigao adotou a pro- posta de Reforma Sanitaria € do SUS. 'No entanto, iss0 nao foi facil: wis grupos tentaram aprovar ‘outras propostas, destacandose dns: a dos que queriars mater © sistema como rstava, continuande a privilegiar os hospitais Privados contratados pelo INAMPS ea dos que queriam car no Pals um sisterna de seguro-saude, algo semelhante ao americano «ue, como € sabido, & caro e no atende a todos. Como essas alternativas nao tinham muita acetacio, dads ainviabilidade des 1 pela quesido econémica © 0 néo funcionamento daqucla, & propostafeita pelo movimento da Retorma Sanitaria teve chance ‘© acabou sendo aprevade, éinda que com imperteicdes. De qual ‘quer forma, essa ‘oi uma grande vitria, que coloca a Const Go brasileira enti as mais avangads do mundo no campo de omespodineat: Caos Alerts Moors Jini. Rus Generar Nowe 64-36033-170~ Aue erent Era mo diveito 8 saide. Durante 0 processo de elaboracio da Consttuigao Federal, uma ‘outta iniciaiva de retormula;do do sistema toi implementada, o Sistema Unificado e Descentralizado de Sade = SUDS.Idealiza- cdo encquanto estrategia de transicio em direso 20 Sistema Unico de Saude, propunha 2 transferéncia dos servigas do INAMPS para tesados € municipios. © SUDS pode ser percebido como uma levadualizacao dos servicos. Seu principal ganho foi a ineorpora- Go dos govemadores de estado na processe de disnita pore Cursos previdenciatios, Contudo, a estadualizagio, em alguns ca 505, levow d retrago de recursos estaluais para a axide 3 apio- pphacao de recursos federal para outras agées, alm de possibili- tara negociagio clentelisa com os municipios. Enquanto resultante des embates e das diferentes propostas fem relagio ao setor saiide presentes na Asvembléa Nacional Constituinte, a Consttuigao Federal de 1988 aprovou a criagao do Sistema Unico de Saude, reconhecendo a satid® como um, dlireito a ser assegurado pelo Estado e pattade pelos principios, de universalidade, equidade, integrallade © organizado de ma fncira descentializada, hierarquizada e cor participacao da po: ppulayav. O Sistema Unico de Saude é constituido pelo conjunto {de ages e servigos de sade prestados por drgios e instituicdes publicas federais, estaduais e municipais e, complementarmen: te. por iniciativa privada que se vincule a0 sistema. Assim, 0 servigo privado, quando é contatado pelo SUS, deve atvar como se pabiico fosse, usando as mesmas normas do serv'co pbc. O atual texto consitucional insttui a sauide como direito de todos € dever do Estado, garantindo acesso universal igualis Fo as ages @ servigos de promogao, protesdo e recuperacio da saiide lan, 201). Insttu, sinda, « partcipagao, em carater com plementar, das insituicdes privadas do setor no Sisema Unico de Saude. Igualmente institui a descentralizacio como direcio Sinica em cada esfors de governa, o atendimento integial com Drioridide para atividades preventivas sem prejulza dos serv ‘Sos assitenciais ¢ « panicipagao da Comunidade, Compromete Quanto ao financiamento, a paricipagao de recursos do orca "mento da seguticace social, da Unido, dos Estados & Municip (05, lo Distito Federale dos Terttérios. Segundo Cohn & Elias (2001), chama a atengao, de imediato, {que 0 Unico dispositive aprovado que causow violenta reacdo do setor privado foi a estalizacdo do sangue. De fato, apesar dos Significativos avangos, verticase que os interesses do setor pri vado nao foram direlamente forides: sua participagio em card ter complementar do SUS ~ potanto, come fazendo pare da Ccamposigao do sistema ~ ¢ reatiimada, sendo previsto somente ‘maior con passada, ndo 0 ameaca em demasia, Afinal, tlorescimenta do selor privado da sadde foi viabilizade, em grande medida, pela propria incompetencia do Estado em fiscaliza-lo e maati-to sob. ‘ole sobre suas agiies, o que, dada a oxperiéneia sugyotera com by Controle, sendo que as fraudes constituer, nesse caso, 0exeM- plo menos preacupante. Nao € por outro metivo que os emba- tes entre osdistints intoresses se repetiram, de forma mais agi da, no momento da volacio da legisla oFdinsria, que regula ‘mentou aqueles dispostivos constitucionais A parte esse fator, tesa 0 problema de como viabilizar a des- ‘centralizacdo, 0 comanda unico em cada estera de poder, e 20 ‘mesmo tempo uma integracdo, nos Ambitos estadual e munii- pal. das diferentes politica de saide que devem, no seu conjun- 10, compor um todo integrado. A Lei Organica do Sistema Uni co de Satie, que sera analisada a Segui, gararti, de cera for- ‘ma, 0 Suporte institucional para tanto, LEI ORGANICA Do Sus A Constitigao temetia a regulamentagao do sistema pera a ‘chamaila Lei Organica da Saude, que oi constantemente relegada « segundo plano durante 0 govemo de Femando Collor, senco, finalmente aprovada em 19 de setembrarde 1990 (Lei 8080/96), ssa lei sofieu votos em seus aspectos mais democraticos, ge rando presséo coniréria na sociedatde. Em fungdo desse fato, 0 overno acabou aprovando uma segunda lei, trés meses do- pois, em 28 de dezembro do mesmo ano (Lei 8142/90), Portan- to, a integra da Lei Orginica do SUS se encontra nessas duas leis supracitadas, que serdo caracierizadas a seguir. Iniciar ‘mos pela Lei 8080/90, ‘A Let 8080190 cispoe sobre as condicdes pera a promosao, brotecio € recuperagae da saide, a organzacio & 0 funciona mento dos servicos cortespondentes, Na verdade, essa let & ue velo regulamentare direcionar com sev o funcionamen- todo Sistema Unico de Saude, Ficou determinado que 0s objetivos do SUS incluem a abor- dagem da saide a partir das

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