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FRATERNITAS IN PRAXIS Recebido: 14/05/2013 REWISTA Aprovado: 24/06/2013, PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEIMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE Jorge Eduardo de Lima Siqueira’ Resumo Este trabalho trata da necessdria observancia de preceitos fundamentais @ validade dos procedimentos ad- ministrativos disciplinares macénicos, cuja inobservancia pode resultar na anulacéo, pelo Poder Judiciério, dos feitos e penalidades aplicadas, maxime pelo devido respeito aos principios processuais minimos previs- tos na Constituig&o Federal, decorréncia logica e juridica do Estado Democrético de Direito. Palavras-chave: Processo disciplinar mac6nico, preceitos fundamentais, validade. " Bacharel em Direito e Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade Vale do Criraré ~ FVC, professor universitério e edvogado, é Mestre Instalado, Venerdvel da ARLS “Luzes da liha” n. 59 ~ GLMEES. Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 23 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE Introdugao Por expressa disposic&o constitucional a Rept blica Federativa do Brasil tem como destacado funda- mento a dignidade da pessoa humana (BRASIL, 1988), preceito este que os constituintes originérios busca~ ram garantir através de direitos individuais minimos, dentre os quais os do contraditério e da ampla defe- sa, tanto para procedimentos judiciais, como pare administrativos. ‘A Maconaria, distribuida por Obediéncias ¢ Lojas Magénicas, tem seus corpos constituides na maioria das vezes sob a forma legal de associacao. Diante da quebra de deveres morais, principiolégicos ou administrativos por um determinado irm&o, os dirigentes macons veem-se muitas vezes diante de um cenério a que no esto habituados, devendo jul- ger o membro da Ordem Macénica pelos atos supos- tamente praticados. Mas isso ndo é tarefa tdo sim- ples, pois os julgadores precisam ter, além de bom senso e sentimento de justiga, o conhecimento mini- mo necessério a tal ato, especialmente pela existén- cia de elementos sem os quais poderdo ver nulifica- dos pelo Poder Judiciério todos os atos praticados, lancando por terra todo o trabalho empenhado e, com consequéncia, a condenac&o e a pena que se tenha aplicado, o que pode levar a prejuizos nfo so- mente fraternais, mas também financeiros e de ima- gem a instituigao, Este artigo, portanto, objetiva auxiliar os res ponséveis por conduzir tais processos administrativos nessa tarefa, por meio da exposic&o de principios regras constitucionais obrigatérios que, se atendidos, tornaré remota a possibilidade de anulago do pro- cesso disciplinar, garantindo assim a eficécia da medi- da. ios Processuais Conforme destacado, a Constitui¢do Federal se realiza através do principio da dignidade da pessoa humana, sendo um dos objetivos do Estado brasileiro promover o bem geral de todos. Visando garantir que tais direitos escapem ao seu texto e se concretizem na vida cotidian dos brasileiros, 0 diploma constitu- cional entregou ao Poder Judiciério essa responsabili- dade, outorgando-lhe a imperatividade de suas deci- ses sobre qualquer procedimento extrajudicial, prin- cipalmente quando desrespeitada ou néo observada qualquer disposi¢&o constitucional ou da legislaco em vigor. Preconiza a Carta Magna, através de seu arti- go 5°, inciso LV (BRASIL, 1988, p. 13), que aos acusa- dos em geral so assegurados 0 contraditério © a am- pla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, sejam os processos judiciais ou administrativos. Deve restar claro primeiramente que se consi- dera administrativo todo processo que nao esteja sob © crivo do Poder Judiciario. Sendo as Lojas Macénicas pessoas juridicas constituidas sob a forma de associa~ ¢80, os procedimentos disciplinares de seus membros devem ser tidos como administrativos para os efeitos legais, ainda que a Obediéncia Magénica envolvida tenha dentro de sua estrutura administrativa érgéo magénico cuja denominago advém do termo “poder judiciério”, como € 0 caso do Grande Oriente do Bra- sil, por exemplo (GOB, 2007, p. 08). Além disso, € preciso que se compreenda o campo de abrangéncia dos principios constitucionais invocados, além de outros importantes aspectos que devem ser observados para um julgamento adminis- trativo valido, pelo que se passa a anélise em separa- da de cada ponto. Contraditério e Ampla Defesa O estudo dos principios do contraditério e da ampla defesa parte da concepco priméria de que o primeiro refere-se ao direito que 0 acusado tem de se defender de todo qualquer ato processual prati- cado contra si, ou seja, “a todo ato produzido pela acusaco, caberd igual direito da defesa de opor-se, de apresentar suas contrarrazGes” (ALEXANDRINO, 2011, p. 185). Jé a ampla defesa vai além, garantindo a0 individuo a utilizagiio de todos os meios legais e moralmente admitidos, inclusive recurso & instancia superior contra deciséo originaria que tenha sido pro- Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 24 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE ferida contra si. De toda sorte, 0 Prof. Marcelo Novelino (2011, p. 501) esclarece que tais direitos néo abrem ensejo 20 abuso na utilizago desses meios e, em qualquer procedimento, poder a autoridade condu- tora neger a producéo de provas que se mostrem Indteis & elucidaco dos fatos. Ensina o doutrinador que “no caracteriza uma violacdo a esta garantia 0 simples indeferimento de uma diligéncia probatéria considerada desnecessaria ou irrelevante”. Ainda que no seio de associages nao se pres- te aos feitos administrativos rigor legal tal qual se exi- ge nos processos judiciais de natureze criminal, deve- se recordar que, quanto maior a penalidade adminis- trativa a ser aplicada, diante de fatos de igual propor- do, mais cautela deverd ser adotada para aplicacéo da medida. Por essa razdo determina o art. 57 do Cé- digo Civil que “a exclus&o do associado sé é admissi- vel havendo juste causa, assim reconhecida em pro- cedimento que assegure direito de defesa e de recur- so, nos termos previstos no estatuto” (BRASIL, 2002, p.13). A Justa causa seré verificada diante da com- provago de que determinado associado transgrediu regras e/ou principios da associac&o, ou mesmo por- que praticou conduta proibida por seu estatuto ou outras normas internas que venha a ter. Como exem- plos, pode-se tomar o Regulamento Geral da Grande Loja Magénica do Estado do Espirito Santo - GLMEES (2009, p. 52), que determina a aplicacdo da pena de suspensdo a0 macom que promove ou propicia a de- sarmonia entre os irm&os; ou o Cédigo Penal Magéni- co do Grande Oriente do Brasil, que considera “delito macénico do 2° grau: [...] lV ~ perturbar 2 regularida- de dos trabalhos da Oficina ou de qualquer Corpo Magénico, faltando com o respeito devido 4 Luzes* ou 20s Irmaos" (1979, p. 26) Procedimento - Aspectos Praticos Conhecidas as regras essenciais expostas, 2 pratica se torna menos tortuosa e 0 caminho pode ser trilhado com mais facilidade. Para melhor elucida- ¢80 do procedimento, bom que se utilize 0 método da exemplificago. Tomando conhecimento o dirigente de uma Loja Magénica que determinado irméo praticou con- duta proibida pela legisiacdo interna, devera proce- der a abertura do procedimento disciplinar para apu- rag&o da verdade. Antes de tudo deve se certificar de que a conduta tida como reprovével é realmente pu- nivel pela legislaco que rege as Lojas de sua Obedi- &ncia Magénica, caso contrério o procedimento seré indtil, pois mesmo que se processe regularmente no havera medida punitiva a ser aplicada. Constatada @ possibilidade, cabera ao ofendi- do redigir queixa ou representacéo, ou ainda encami- nhar o relato a quem deva elaborar a deniincia que, normalmente é 0 Orador da Loja Magénica, o qual exerce uma funcao similar a0 do Ministério Public (GoB, 2012, Lei n. 132, p. 02, art. 3°; GLMEES, 2008, p. 49, art. 380). Dedicagdo especial deve ser dada & redago da queixa ou denuncia (vide modelo sugerido no Anexo |). Isto porque, seja qual for a legislacdo macé- nica aplicével, a queixa ou deniincia deverd conter: qualificagao do denunciado; exposicgo clara dos fatos puniveis, indicando as datas em que se deram, ainda que préximas; indicagao das regras infringidas, citan- do 0 dispositive legal que proibe ou prevé punicéo para o ato; pedido de aplicagéo da pena cabivel, apontando o artigo de lei correspondente; pedido de produc&o das provas com que se pretende compro- var as alegacdes, podendo ser testemunhal, docu- mental e até pericial, desde que legitimos. Alids, im- porte mencionar que a imprescindibilidade da exposi- 40 cronolégica e clara dos acontecimentos decorre do fato de que o acusado se defenderé do que esté exposto na representac&o, garantindo assim a pleni- tude de sua defese, pois ndo poderio embasar con- denagdo future a quaisquer fatos que tenham sido omitidos ou que no possam ter sido confrontados *Termo magénico utiliado para se referir aos trés principais oficiais de uma Loja Macénica: Veneravel Mestre, Primeiro Vigilante e Segundo Vigilante. Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 25 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE pela defesa. Redigida a dentincia ou representaco @ mes- ma deve ser entregue ao responsével para edmisséo @ convocacao da comissdo julgadora® para o proces- samento. O responsével pela conduco do feito deve- ré proceder & notificagéo do acusado para que, caso queira, se defenda no prazo previsto na legislaco, 0 que Ihe permitiré o exercicio do contraditério © da ample defesa. Neste ponto, é importante considerar que 0 principio constitucional permite que 0 acusado se defenda por si mesmo ou contrate advogado para tanto, n8o podendo ser imposta qualquer restricéo 20 exercicio de sua defesa, tampouco impedido o pleno acesso do defensor aos autos do processo (STF, RE 201819 / RJ). Apés apresentagdo da defesa ou término do prazo correspondente, passar-se-é & fase de proves, onde deverd ser permitida, em equivalentes condi- es, sua producéo tanto pelo acusador como pelo acusado, atendendo-se assim a plena defesa do acu- sado, com observancia do primeiro e mais importan- te direito constitucional. importa reprisar que pode- ro ser negados os pedidos de prova que se mostrem indteis & elucidaco dos fatos em questéo, Dificulda- de, no entanto, pode ser encontrada quando a prova for testemunhal, diante da necessidade de procedi- mento solene para oitiva das testemunhas indicadas tanto pela defesa quanto pela acusacdo. Essa fase exige proficuo estudo das regras relativas a instrucdo do procedimento conforme a Obediéncia Macdnica que pertenca a Loja. Em geral, os regulamentos ma- sOnicos preveem a designagao de ume audiéncia ou sesso (GOB, 2012, Lei n. 132, p. 05, art. 9°, §2°) para que sejam ouvidas as testemunhas, sempre em pre- senca dos responsaveis pelo julgamento, do acusado € do acusador. Caso o julgamento se dé na mesma sesso, sugere-se a redacdo dos termos de depoi- mento independente da ata da sesso. (vide modelos sugeridos no Anexo Il). Na mesma sesso, produzidas as provas e oportunizada a Ultima sustentacdo 8s par- tes*~defesa e acusacdo ~ seré iniciado o julgamento, no mesmo ato ou em momento distinto, nesse Lltimo caso previamente agendado e com notificagéo dos envolvidos. A fase de julgamento também exige cautels, especialmente quando for possivel a aplicaco da pe- na de exclus&o, pois, conforme visto anteriormente, © Cédigo Civil exige justa causa para tanto. Em um primeiro momento cada julgedor de- vera se preocupar em expor detalhadamente cada uma das provas que o levaram & sua conviceo puni- tiva ou absolutéria, Em seu voto deveré expor os mo- tivos de seu convencimento, apontando nos autos os. documentos e/ou depoimentos que o levaram & con- clusio acerca da ocorréncia ou no das infracdes pro- cessadas. Ato imediato terd de encaixar os fatos na norma, aplicando-Ihe a pena correspondente. A titulo de exemplo, suponha-se que 0 acusado traiu jura- mento magénico ao expor em entrevista televisiva 0 togue do grau de Mestre Macom. Imagine-se tam- bém que o julgamento se passa em Loja jurisdiciona- da a0 Grande Oriente do Brasil. Comprovado 0 ato, a0 emitir seu voto o julgador deverd expor que a con- duta do acusado esté prevista no art. 74 do Cédigo Penal Magénico como “delito do 4° grau” (1979, p. 31) e que, diante da abrangéncia da entrevista e das consequéncias negativas e avassaladoras na exposi- go pelo acusado de sigilo guardado pelos macons por forca de juramento, deverd ser aplicada a pena correspondente em seu grau maximo, qual seja: ex- pulsdo, na forma do art. 44 do mesmo Cédigo (1978, p. 16). © voto condenatério exemplificativo guarda estrito respeito a0 principio da razoabilidade e pro- porcionalidade da pena. Referido principio deve nor- tear todo e qualquer julgamento, devendo a punicéo 3 No Grande Oriente do Brasil forma-se ume “Comissio Processant " para julgamento (2012, Lei n. 132, p. 02, art. 3"). Outras Obe- diéncias adetam a formacio de uma Comisso Permanente de Justice (GLMEES, 2009, p. 49, art. 379). “Esta ultima sustentacdo € utilizada para defesa ou acusago jé com base nas provas produzides. Regulamentos em geral preveem tal direito, inclusive como corolario do contraditério e da ampla defesa (GOB, 2012, Lei n. 132, p.05, art. 9°, §2"; GLMEES, 2009, p. 50, art. 380, XVI) Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 26 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE se mostrar adequada & finalidade a que se destina a norma e necesséria 4 manutenclo da ordem, neste caso interna corporis. Por fim, lembrando 0 brocardo: “no se aba- tem pardais com balas de canhgo”, deve-se ressaltar que a pena deve ser proporcional & gravidade da con- duta, A punicdo macénica ndo deve ser tdo branda ponto de promover o sentimento de impunidade e 2 desordem entre os macons, nem téo grave a ponto de disseminar 0 sentimento de injustica. Deve, ou- trossim, ser equilibrada, resultado daqueles que se dizem justos, “entre 0 esquadro e o compasso”. Consideragdes Finais Diante dos apontamentos feitos, vé-se como essencial & validade dos procedimentos disciplinares magénicos, especialmente quando possivel a apli cdo da pena de exclusio, a escorreita observancia dos principios constitucionais do contraditério e de ampla defesa, além da demonstracdo da presenca de justa causa para a medida punitiva, através da reuni- 4o de fatos, provas, conduta ilicita prevista em legis- aco macénica e puni¢ao razogvel e proporcional & gravidade da conduta do acusado. Obedecidos estes preceitos, sera remota a possibilidade de o condena- do reverter judicialmente no “mundo profano"® a pu- nico que Ihe foi imputada, especialmente porque, no conjunto de posturas, foi atendida a garantia constitucional de respeito @ sua dignidade em pleni- tude. Referéncias ALEXANDRINO, M., PAULO, V. Direlto Constitucional Descompl- ado. 7. ed. S80 Paulo: Metodo, 2011. 183/185 p. BRASIL. Constituigio Federal de 1988. Vademecum Compacto. 6. ed. Sto Paulo: Saraiva, 2011. 13 p GRANDE LOJA MAGONICA DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO. Regulamento Geral. Vitoria, 2008. GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Cédigo Penal Magénico. Brasilia, 1973, GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Consttuigto, Brasilia, 2007. GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Len, 132. Brasilia, 2012. NOVELINO, M. Direito Constiucionel. 5. ed. S80 Paulo: Metodo, 2011. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Jurisprudéncio. RE 201819 Rl. Relatora Ministre Ellen Gracie. Brasilia, 11 out. 2005, Disponivel em: . Aces- soem: 14 jun. 2013. TARTUCE, F. Direito Civil 1 Lei de Introdustio e Parte Geral. 8 Ed, So Paulo: Metodo, 2011. > Termo utilizado para designar a vida e o cotidiano fora da Magonaria. Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 2 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE ANEXOI MODELO DENUNCIA ILUSTRISSIMOS IRMAOS DA COMISSAO DE JUSTICA DA AUGUSTA E RESPEITAVEL LOJA SIMBOLICA (nome dis- tintivo da Loja) N° (nuimero da Loja) DA JURISDIGAO DA (nome da Obediéncia Magénica), AUTOR: ORADOR DA A.: R.: L.: S.: (nome distintivo da Loja) N° (numero da Loja) IR: ACUSADO: (nome do Irméo acusado) AA: R: Ls St (nome distintivo da Loja) N° (niimero da Loja) DA JURISDICAO DA (nome da Obediéncia Magénica), por seu ORADOR em exercicio para o mandato de __/ —— (nome completo do Orador), (qualificacéio do Orador, como nacionalidade, estado civil, profisséo, ca- Gastro magénico), domiciliado na (endereco completo do Orador), e no uso de suas atribuigées que Ihe con- ferem a Constituicdo e demais Leis da (nome da Obediéncia Ma¢énica), na forma do art. (citar o(s) artigo(s) que tratam das atribuicées do Orador) do (Regulamento Geral ou Cédigo Penal ou de Processo Penal da Obe- diéncia), vem oferecer DENUNCIA contra 0 Irmo (nome do Irméo acusado), (qualificagéo do acusado: nacionalidade, estado civil, profisséo, cadastro magénico), domiciliado na (endereco completo do acusado), pela pratica da seguintes condutas que atentam contra os principios magénicos: |. Em Sess&o Econémica do dia _/__/__, concedida a palavra pelo Veneravel Mestre ao Ir.: FULA- NO DE TAL, o mesmo relatou que assistiu a filmagem onde o Ir.: Acusado ensinava ao entrevista dor 0 toque do grau de Mestre Macom; Il, Narrou ainda que a entrevista ja esta nos sites de transmisséo online de videos (youtube e ou- tros), além de ter sido veiculada a entrevista na TV estadual. Estampou até mesmo a capa do jor- nal deste Oriente: Ill, Acessando 0 site do youtube, bem como as paginas virtuais do jornal e TV mencionados constatei a veracidade dos fatos narrados em sesso, raz3o pela qual apresento anexo a esta peca um DVD onde consta a filmagem respectiva, além dos impressos dos portais, onde também esta ainda dis- ponivel acesso ao video; IV. Por derradeiro, considerando que o Ir.: (nome completo do acusado), praticou gravissimo delito magénico que se sujeita & pena de EXCLUSAO, tem o dever esta oratdria de denunciar o Ir.: para que, apés devidamente comprovados os fatos acima, venham a sofrer a pena respectiva. Isto por- que 0 referido Irmo TRAIU JURAMENTO MACONICO (citar artigo e legislactio da Obediéncia), bem como tem praticado atos no mundo profeno que ATENTAM CONTRA A INTEGRIDADE DES- ‘TA OBEDIENCIA MACONICA E DA MACONARIA UNIVERSAL (citar artigo referente a essa acusa- cio). Ante 0 exposto, esta Oratéria requer: Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 28 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE a) 0 recebimento e autuacdo desta denuincia instaurando-se o competente processo disciplinar; b) seja juntada aos autos cépia da ata da reunido do dia__/__/. bem como os documentos e midia que segue anexo; ¢) a NOTIFICACAO do Denunciado para se defender no prazo de XX dias, indicando as provas que pre- tende produzir, bem para que compareca & Sessio de Julgamento a ser designade pela Respeitavel Comisso de Justia, oportunidade em que sero ouvidas testemunhas, tomado seu depoimento & apresentadas as ultimas alegagbes; 4) a requisic&o das testemunhas arroladas a seguir; ) apés 0s votos dos Irmios membros dessa Comisséo de Justica, seje o Denunciado CONDENADO & pena de EXCLUSAO pela pratica das infragées capituladas no art. Xxxxxxx do (cddigo, regulamento, Jel), por ser esta a pena prevista no art. Xxxxexx, da Lei xxxxx, nos termes dispostos. Nestes termos, Espera deferimento. Oriente de (nome da cidade), XX de (més) de XXX. FULANO DE TAL ORADOR ROL DE TESTEMUNHAS Ltr, 2 Ire Bor. Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 2 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE ANEXO II MODELOS - SESSAO JULGAMENTO E TERMO DE DEPOIMENTO ATA DE AUDIENCIA ‘Bos __dias do més de__de __da E.: V.:, 8s __h, na sede da ArRibeSt n* __, da jurisdi¢go do(a) Grande neste Or.: de Es tado de em Sesséo de Instruco e Julgamento do Processo Disciplinarn.__/_, convocada pe- la Comiss8o de Justica constituida na forma do art. da Lein. (citar de qual regulamento, Cons- tituigéo) dola) Grande pelo V.: M.t » para o mandato de__/__, que re- cebeu deniincia escrita no dia do Orador, Ir-: FULANO DE TAL, feita na forma do art. da Lein. (citar de qual regulamento, Constituicéo) do(a) Grande , estan- do secretariada pelo Ir. € presidida pelo Ir presentes os demais membros da Comissao de Justica, Ir. e , bem como 95 llr: Orador (autor da dentincia), além do Ir. delator dos fatos narrados na dentincia, ellr e ‘testemunhas arroladas e requisitadas, e, por fim, pre- sente / ausente o Ir.: denunciado , passaram a tratar e deliberar o que se segue. Fica des- tacado desde jé que as testemunhas arroladas compareceram ao ato, mas no participaram das delibera- Bes da Comisséo, tendo sido ouvidas neste ato, conforme termos de depoimento anexos. Foi lida a dentin- ia e apresentados os documentos que constam nos autos aos presentes e, logo ands, ouvido o acusado e as testemunhas (caso nfio tenha comparecido nem enviado defesa redija-se: “o Presidente decretou a revelia do Acusado considerando o que dispée o art.__ da Lei n.__”). Apés as citivas, a palavra foi concedida por ____ minutos ao Ir: Orador para sua alegacdes finais, tendo se manifestado nos seguintes termos: “considerando que, pelos documentos juntados aos autos e depoimentos prestados neste ato ficou definiti- vamente comprovado que o Acusado traiu juramento macénico (art. x00, 1x da Lei 1000), divulgando: segredo da Ordem, consistente no toque de M.: M.: e que, com isso, também atentam contra a integridade desta Obediéncia Macénica e da Maconaria Universal (art. 20000, «xx da Lei x00), deve ser a ele aplicada @ pena de EXCLUSAO, nos termos do art.__da Lein. ___”. Ato imediato a palavra foi concedida ao Ir: Acusado pelo mesmo tempo, tendo o mesmo se manifestado nos seguintes termes: “sou inocente, ndo me expulsem, peco minha absolvig&0”. Passou-se, em seguida, ao julgemento mediante proferimento de votos dos membros da Comisséo de Justica, que se manifestaram na seguinte ordem e nos seguintes termos (art, da Lein : “Eu até gosto muito do Ir. mas, infelizmente, cometeu . Esté tudo provado no processo (fis. XX/ XX, XX/XX e XX/XX) e restou confirmado pelas testemunhas ouvides neste ato. Assim sendo, voto pela EX- PULSAO do Ir. da Maconaria, por aplicacio dos arts. da Lein (citar regu- lamento, Constituigo) do(a) Grande vie _ “ . Assim, considerando que esto provados todos os fatos trazidos pelo Ir Orador na dentincia de fis, XX/XX, voto para que o | seja excluido da Ordem Ma- nica, definitivamente, sendo isto o que determinam os arts. dalein. (regulamento, Cons- Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 30 SIQUEIRA, J. E. L. PROCESSO DISCIPLINAR MACONICO: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE VALIDADE tituig0) do(a) Grande _ termos: “ E como voto.”; Proferidos 0s votos 0 Presidente votou nos seguintes Assim, considerando que esto provados todos os fatos trazidos pelo Ir.: Orador na dentincia de fis, XX/XX, voto para que o Ir. seja excluido da Or- dem Magénica, definitivamente, sendo isto o que determinam os arts. da Lei n (regulamento, Constituigéo) do(a) Grande E como voto.”. Em seguida anunciou o resultado do julgamento, tendo sido o Ir.: _ _ __, por unanimidade CONDENADO & pena de EX- CLUSAO, consoante expressa disposigao dos arts. ___ da Lei n. (regulamento, Constituigéio) dola) Grande ficando o Ir.: Acusado notificado nesta data e, apés transcorrido 0 prazo de __dies para recurso (art. da Lein. ), havendo ou no recurso, sejam remetidos os autos deste procedi- mento a instdncia superior para apreciago @ publicacdo de editais. Nada mais havendo deu-se por encerra- da a sesso, estando subscrita pelos presentes. (ASSINATURAS) DEPOIMENTO ‘Bos ___dias do més de__de __da E.: V.:, 8s __h, na sede da Ar Riles. n° __, da jurisdigéo do(a) Grande neste Or.: de , Esta dode ‘em Sessdo de Instrucdo e Julgamento do Proceso Disciplinar n /___, convocada pela Comisséo de Justica constituida na forma do art. da Lein. (citar regulamento, Constituigéo) do (a) Grande pelo V.: M.: , para.o mandato de _/ que recebeu de- niincia escrita no dia do ORADOR em exercicio, Ir: FULANO DE TAL, feita na forma do art. da Lein. (regulamento, Constituigéo) do(a) Grande estando secretaria- da pelo ir: © presidida pelo Ir. presentes 05 demais membros da Co- miss8o de Justica, lr. e , bem como 05 Ir.: Orador (autor da denuncia), além do Ir.: delator dos fatos narrados na dentincia, e llr. e testemunhas arroladas e requisitadas, e, por fim, presente / ausente o Ir.: denunciado, , foi colhido 0 depoimento do Ir.: que, perguntado pelo Presidente res- pondeu nos seguintes termos: ” (ASSINATURAS) Fin? | Rio de Janeiro, Vol. 1, n.1, p. 23-31, Mai/Ago, 2013. 31

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