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(ra mIVRO CLA NOSFERATU Escrito por BRIAN Campsttt Crepiros pa EpicAo ORIGINAL Everitopor: Brian Camptell Desenvolvide poc: Robert Hatch Editado por: John Chambers Diregio de Arre: Richard Thomas ‘Arte: Jolin Calis, Guy Dovisea Leif Jones, Christopher Shy © Drew Tucker ‘Ante da Capa: Jobin Van Fleet Prajeto de Capa e Quarta capo-Aileen E Miles Layout © Composigio Tipografica port Asloen EMilos © 2000 White Woll, Taos direitos reservados: A reprodugio sex permissiopor escritodoeditor Sexpressamente proiize, eweto para. o ‘propoeito de reseahas ea plunilba de personage, que pode ser seroucida apenas para uso pessoal. White Wolf, Vampire the Manquerade, Vampite the Dark Ages, World of Darkness, Aberrant ‘© Maye the Ascension sia marcas egistradas da White Wolf Publishing, Ine. Todos os dirsitos reservados. Trinity, Werewolf the Apocalypse, Weaith the Oblivion, Changeling the Dreaming, Werewolf the ‘Wid Wes: e Clanhoak Nosferatu so marcas registradas da White Wolf Publishing, nc. Tedosos direitos ceservades Ca dircites sobre todoaos persomagens names higareev textos desta ‘obra pertencem a Waite Wall ubiching, ln Qual quer mens Jocurefortncis aempeesas ou peociutos nessa pines ‘nda visnabosar das marease dreites antoxaisenvoluldes Visite a Waite Wel na Ineerner jrwahite-wolE.com; at. zames whitewollj¢ ree gamesfp storyteller ety CREpITOS DA EpIGAo BRASILFIRA Copyright® White Wolf Titulo Original: Clan Book - Nosierau™ Coordenagio Editorial: Devir Livearia ‘Tradugao: Marco Anite Mezasalma ¢ Nicole Mezzasalme, Revisiio: Luiz Eduanio Ricon e Douglas 111 Fditoracio Hletrnica: Tino Chagas TSBNE85-85443-96-0 Fuauicanotm aaki./2001 Teeciarerssio serewnaa/2002 ee Dados Intemacionais de Gatalogacao na Publicacio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Campbell, Brian Liveo do cla: Nosferatu / Brian Campbell: ‘hadug0 Marco Andre Mezzasaima, Nicol= Mezzasaima ; revisio Deborah M. Fink. - S80 Paule : Devir, 2007, Titulo original: Clarbook : Nosferatu Vérioe iustredoros: 41 Jogos de aventura 2. Jogos de fantasia |. Fink, Deborah M. II Titulo 01-1868 c0D-7938 indices para catalogo sistematico 1. Jogos ce aventura | Recreacéo 7639 2. Jogos de fantasie : Recreagao 7e38 3. "Roleplaying games” » Recreagéo 7839 Todos 0s divel:os reservados e protegides pels Lei 3988 de 14/12/73. 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Sentada na meona boate on outra noite de sdbado sen sentido, eu jé nem ne inporto mais ce o son é New wave, Old Wave, Gético, Industrial ou outra mistura horroresa de Teono com Dance — no consigo nen mais diterencié-1as. 0s mesno ritmos pulsantes cacoder as janelas revestidas de preto da casa noturna, os mesmos corpos jovens e esguios se contor= cen soba ribonbante batida da misica e, mais uma vez, eu cuido da minha cerveja aguada, olhando para a zassa de carne suada diante de min cono j4 fic em tantas noites passadas, noites demaic para se contar. © preto ainda esta na noda — como sempre — ento eu me sento en un canto, coms ninissaia de couro preto comprimindo desconfortavelnente as minhas coxas. Quando ninhas pernas cram meu naior patrin@nio. Agora cu 06 tenho uns. bem, voc@s saben. Un grande traseiro aquecondo um banquinho. ra nais joven coxo as outras mulheres — garotas — na pista de danga esta noite, Balango meus pés para frente © para tr&s dentro de um par de saltos do tipo “Gerrube=ne e me possua”, tomando outro gole de cerveja. Quando eu era mais joven, noites como esta pareciax grandes aventuras. Agora, é claro, estou A beira dos 50 @ a piada ficou velha, assim cono eu. Weu turno da nanh&, processando cheques no Yanco ox mic una “naldita-nanhi—de-domingo”, estd a apenas seis horas de divtfr—~ cia. Posso sentir un cronSnetro mareando o tempo cono uma bonba-reldgio dentro ae nin. 0 tempo estd4 acabando, querida. 0 tempo estdé acabando. ee al. ai Sorrio enquanto outro cara pass! espere que ele niio o faga. Onde foi companhia por algumas poucas horas nfo ¢ 0 problema. Una vez que voc8 reduz as sua + espero que ele se vire e volte... talvez ¢ eu errei? io me entends nal, conseguir expectativas o sufieiente, tudo ¢ possivel. Mas as nilhares de noites de sébado que eu inaginava estarem A ninha frente quando eu tinha 19 acabaran. N&o importa qual seja o padrao para ir a uma boate, eu sou uma péria, pela idade e pele aparéncia — cacando aquilo que eu consigo pegar na base da pirfinide social, perto do tinal da cadeia alimentar. Bu nfo posso competir com as “Barbies” impossivelmente magras que ne cerean. Barbie ¢ uuas amigas ecto usando mito proto cuta noite — divulgande o estilo retré que abandonei quando tinha 14. Talvez esteja na moda de novo e eu nem mesmo saiba—0n, Deus. Serd que estou tdo velna assin? & tho visivel assiz? Wo atrds da sdscara que eu usc. Minha maquiage esté inaculadanente perfeita — uma cuida- dose mistura de branco pdligo com o baton preto da prépria Morte. Weu cadelo esté azruzado do zesao jeito que o de una rainka gética, de qual as criangas dagul nea deve: Eu também estou usando minha calcinha da sorte, apesar de cua sorte ter se esgotedo hd muito, muito tenpo atrés. Quando eu conego a ouar por causa do calor e da onergia desesperada da boate, percebo que ohogou aguela hora a Semana quando vou para a pista de danga uso a Gnioa habilidade negooidvel que ainda possuo. Su dango. Una vez que o movimento comega, minhas dividas desaparecem. mu n&o lige para quo pretensiova é a rotina de realizar as mesnae poses toda semana pele nilésinu Vez em mais uma boate idiota. Eu esquego das rodopiantes muvens de angdstia eolegial que xe ceream. A mfsica que penetra en neu crfnio soa vaganente industris al, nas eu sequer pare par 26 espero que algués venha ¢ ue leve para ionge de tudo isso, © ¢ welhor qus ele verha fazer isso inediatamente. Se minha danca nfo funcionar, sei como a noite vai acabar: vou eanbalear até minhe case para cuidar de nous gatinhos, lerei as partes picantes de outro romance erético © somharei com meu suiofaio. Por favor, alguém acabe coz pensar no que realmente ¢. Com o canto dos olhos percebo que mous movinentos realnente conjuraran alguém Gavoios pretos, caigas pretas, camisa de una banda quo eu no consigo identizicar e botas lindas “de morrer”. Ble atravessa a pista de danga, diretanente até onde eu estou, desfilando pels boate cono se realzente pertencesse Aguele meio, apesar 4o pequeno ankh de prata que tras perdurado ex seu pescogo. Hé quanto tempo aquilo saiu de moda? E ainda por cima est& usando éculos escuros aqui dentro. Perdedos! Igualzinho « min, Ble passa por um garoto magricelo cheio de pose, ¢ repentinamente vira de costas para min para dar um susto no “nauricinho”. 0 moleque pula para trés, derrubardo sua bebdida enquanto corre para a porta, Sim, eu conhego esse tipo. Zle acha que ¢ © amante Internal, ¢ eu acho que ele esté levando a brincadeira gética longe demmis. Como se eu pudesse falar alguma coisa. Mas, perdedor ou nic, até que ele ¢ bonitinho.es Algunas outras Barbies tentan chazar oua atengfie, mas ele age como se soubecte gue estou olnando para ele. "Koite de anor Piedosa? Penso comigo. las chegas ele esté vindo na minha dirego. Uinha danga do desespero continua, mesmo som que eu Livseoe Gx, Nosreeara 6 saiba quel misita esté tocando, cono se isso importasse. Oh Deus, deve ser a noite ack — est&o tocando “Tin Omen” de novo. Ele Zaz pose na minna frente e langa sua cantada. Eu sequer consigo ouvi-loj apenas rio c continuo dargando. Ble bonito o suficiente para natar o tempo até que eu tenna que voltar pra cava. Que casa? Bu nfio ligo mais porque j4 estou conga, tanto pelas bebidas carac quanto pelo Auante Internal na mirha frente. De pé ao meu lado. We segurando. Sou zécil denais, © nem ligo. “Isso esté errado”, eu perso, © 0 texpo todo espero que acontega. Pouco tenpo depois, nds saimos da pista de danga. Dois drinques e um redemoinno de misicas xuins depois, ele estd me levando para fora, e eu cigo ceus pasvos. Qualquer coisa para seir desse lugar. As paixSes que senti com tanta intensidade né 10 anos atrds consgam a ressurgir agora, mas elas rao ne surp i4 passed por esta darga mitas veses, seguindo os mesmos movizentos una vex zais, denonstrande que permito quo cle ne guie até o seu carvo, Ook, un Gono estou suzpresa. enden mals. Bu Bu rio © tropego com o tempo caloulado enquanto me abaixo até o banco do carro, cant leando sobre meus saltos. 0 canto de seguranga ostala ro lugar, © eu ajusto ninha ninissala preta para obter o z&xino de exeito. Yonentos depois ele se senta no banco de notorista, e eu Geizo tudo correr de xodo mito répido, Nao preciso ais do cinto de seguranga... ele J4 me prendeu e... sou tonada por un curto de ddvonalina enguanto ele oe reclina para beljar meu pescoz0, me ixprensando oontra 9 banco de couro. Apertando con mita forga. E um sonho. Rapidamente seguido de um pecadelo- Zetou cangrando. + + + + Sinceremente, n&io consigo me lembrar do que ac algo que deve nedo intenso, a ntecen depoiss Penso que senti sex no xiniao erético nos minutos seguintes. Talvez tenha sido endigo & uma Zorga ayassaladora ou pelo nenos dors Hu v6 ne sinto anestesiada. Assin deve ser melhor. Bu ne lembye de una quantidade horrivel de Sangue. Sangue até denais, jorrando pelo rosto do zeu amante, sobre seus 1dbios, dobre keus 1ddios? Zu ndo sei. Algo horr{vel aconteceu, porque ne lexbro de tor olhado para o seu rosto ex um dado monento, quando ele j& n&o era mais tho terrivelmente lindo, felvez ceja minha mente que o tenha reconstrufdo como algo horrenéo. 4pé9 Bairnos da boate, cua col€nia tinha ux odor muito picr do que o habitual — de qualquer odo, era impoosivel tolerar aquele cheiro. Depois de ter coxegado, 0 Amante Internal se foi, deixando-me com um Deménio agachado sobre mu corpo inconseiente. linha mente se lembra dele como ve fouse algo safdo de ux dagueles Ines mdos antigos. Pele cinga, dentes atiados, unhas conpridas. Eo fedor. Zle fedin cono una coisa zorta, friae tz@mla. Ou isco vinha de = Ou isso sou eu agore? Meus olhos est&o fechados, e o chio de concreto debaixo de min ¢ muito duro. Tio frio. THo geledo. Minas entranhas parecem ter atrofindo, minha pele coga terrivelmente, e minha garganta est4 soca o... sederta. luzes brilnantes piscam ao meu redor. EntHo eu cometo o pior erro de minha vida, um erro. muito pio do que ter sentado no banco de passageiro de un carro esporte. 2 abro nous olhos. Sabe, quando eu tinks 14 anos, costunava sonkar oom o vanpiro Léstat vindo = 1 levando para longe de tude isvo. Yoe8 poderia dizer pelo modo cono estava vestida onten a noite que eu fantasiava sobre vanpiros, e meu Amante Internal provavelnon- te percebeu isso. Wo me admira ent&o sus cantada ter sido t&o tex ensaiada. Yu nunca havia sonhado, no entanto, que seria deste jeito. Diante de ain estd um espelho porieito, con seis metros de largura. Yinhas coxas grossa so o menor dos meus problexas agora. lea cabelo negro como ux corvo, qué de nodo algun se conportava como eu queria, 6 agora una massa izunda o cnaranhada, que cai em tufoo. Meus dentes, que eran econo pérolas e que eu escovava flelnente @uas Voges a0 diay apodreciam diante dos meus olhos. Canadas de pele apodreoian, toxnando-ce lentamente algo parecido coma carapaga de um répti: olhei para meu rosto procurando pela menor imperzeig&o ou espinka? algo bastante d@iscutivel pare se fazer agora. 4 imitil blusa de seda que eu veotia (a sei 14 quanto tempo) agora se enrolava ao redor de un peito ecoavade, minhac pernac oc atrofiavan dentro da zinissaia de couro, meus olkos afundando om cuas érbitag; spo tudo ¢ denais para se aceitar. Quantas vezes eu Ent¥o eu percebo que nlio estou mais respirande. @ vost que eu estava acootumads a encarar todas as xanhis, ta: euja menor das alnas cra parte intcgrante da minha identida. narig era pequeno dezais ou se meus 1ébios eram cheios demais ¢ todas as malditas dicas de maqulagem que acumlei ao longo dos nous anos de adoleve@ncia, tudo isso era irrelevante agora. Repentinamente, ce senti uma tola tendo gasto tanto tenpo com @ mank& ao acordar, aquilo era intinitamente melhor que 4 coisa escavada, escamosa, com olhos fundos © boca larga que eu via agora no cspelho diante de xin. ese noites, se foi. Si minha vaidade, porque Ao importava o quao mal eu estava Bu nfo sou mais eu. Zu no posso uais ser eu mesma. 2a tenko que me tornar outra pessoa. Porgue ae ndo tizer isso, ficarei completa e delirantenente louca. 0 DenBnio de que me lembye agachado sobre mou corpo ~ ndo cra minha inaginagfo. Era real. E eu posso ver no espelho que ele se aproxima por tris de mim, nas estou fyaca denais para ne virar. Eu quero odiar, cuspir na sua cara, pelo menos resistir, mas entlo a primeira onda de dor banka seu corpo, # o pesadeio continua. + + + + Aiitina senana ¢ um boro de lenbrancas sensoriais e flashbacks brutais. onéas de dor lancinante, fone intense e recorrente, ce a resignagao anestésica con a Retamoriose de meu corpo. Bu daria qualquer coisa para jd ter zeito 30 anos. Ao invés disso, meu corpo estd preso nesta morte-ex-vida: xinhas unhas pontudas estariio sepre cou ¢ nesno tananho, o ninho de ratos que é 0 exaranhado de meus cabelos estard sempre con o meso comprinento patético, e meu rosto vei estar esmagedo du mesma forma todas as marh&s. Eternamente. Apés una semana de espasnos, rastejando e lanbendo o sargue do onto, apdéo uma eternidade sendo incapas de me afastar daquele horror dentro do espelho, eu finglmente acorded on um outro lugar: alguz lugar subterr@neo, com dgua corrente » o distinto odor de urina. Trenendo, eu me levanto sobre zeus pes deformados, equilibromme nos saltos agora quebrados ¢ imiteis, e me cubro com o cobertor de 18 yo 9: Cus Dosrenata 8 que meu Dem6nio deixou para min. Dstou sinceramente agradecids pela melnora. A Diusa do ceda oa minissaia da sorte ainda est&o conigo, para ne lenbrarem de quem eu era, mas a suntuosa carne que me fazia ser reconhecida coro “i@mea” ja se atrofiou quase toda. Bu nfio sei mais o que sou. Mais uma ves, con o canto dos olhos, eu pezeebo que o Dent: +4 ne olhando se: (+6 tio rio. Tao gelado. x visto. E Um rato corre para longe de mim, inditerente A minha presenga, e por um momento eu posso sentir a enezgia e a vide pulsando dentro dele. Os nervos se contorcem, seu sangue pulsa, e a Fone cresce dentro de nim novanente. Wao ¢ fone de carne, ou nesmo de sangue, mas de Vide, para que cu posoa continuar aninando esta casca atrofiada que é o meu corpo. Intuitivamente meu corpo se agacha para que ou libere una onda d° picdade © miseriodrdia do tundo do new coraglo atrotiads. A pequena eriatura péra no Seu caninho, olha para mime ent&o corre para cima de meu ombro para arrastar seu pelo coberto de feridas e crostas ex 2: Weus dentes 380 atiados e répidos. A bile fria e nauseante obstrui mirha garganta, minha mand{bula eotremece, ¢ cu devolve o que scbrou da carcaya do anize] ao turvo © agitado rio de tezes que flui ao mou lado. A dist@ncia, eu sinto a aprovacHo do meu criador. Acabei de passar no primeiro teste. A vida ¢ una porcaria, penso reflexivanente, mas agora estou morta. + + + + 0 DemBnio munca aparece para min. Ble apenas xe conduz, conc naquela primeira noite na doate. Yu no terho iddia do porqu® - talvec ole tenha toda a cternidace @iante do si o isso o entretenka. Talves tenha planos para nia. A zaior parte do toupo ele nllo parece se preocupar se eu sered morta ou se meu corpo trOpego vai apenas parar de se mover por completo, mas ze olha cuidadosanente, cono un pai cme] ¢ exigente. Talvez eu seja um elenento descartével em algun de sews planos, mas isso no importa: A maior parte da minha atengiio eatd focalisada em mezorizar 05 caninhos nestes tiineis subterrfineos, escondendo-ne dos passos acina do colo» planejando novas manciras de conseguir cangue. Zu sei quo, ce cu talnar, mea Donfnio me nated; co no ole, omt&o qualquer ser humano que ne visse com corteza ivia querer xe natar. Bote noite cstou de volta ex minha antiga drea de capa. Chega de sangue de ratos ou subi na cadeia alimentar. Eu me agacho nas sombras de ux deco, contando quantos passos de distQncia me separan do bueiro atrés de mim caso eu precise fugir As sorbras me enve ven = com un pensamento eu consigo enrolar eanadas de escuridie en tormo de mim, como eu faaia con o cobertor de 14 que jogued fora hd una semana. Du ze agacho como un anizal, como uma besta, como o monstro que sou, ¢ mais uze através de camadas e mais camadas de dor, eu abro meu coragdo negro con sent. fos de necessidade, piedade e misericdérdia. Parece que ou tento um certo talento para isso. Ho intervalo de ura batida do coragdo (pelo menos do neu ponte de vista, j& que Dmeu nfo bate mais), um tolo tagarelante que vagava pela rus & cerca de 15 metros de dist@ncia podinde comolas, estd olnando para dentro do boos. #é nimutos atrés "le estava langando impropérics As pessous que passavan por ali. As pessoas vives, felicos o que rospiran passax brusoanente por ele como se Zosse invisivel. De 'z a pe certo modo, projetar uma onda de simpatia nfo exige mito estorgo: Ele cambaleia on direglo ao mou eseonderijo, provavelmente imaginando porque pengou que poderis haver algo de dtil por aqui, abandonando completamente todos os seus instintos senaatos. A eaourid&o me cerca, e meus dentes so répidos. Pu abro meu caninho para o interior de seu pescogo, seu pelto, © subo ainda mais na cadeia alimentar. Bu estou fria, tho geladn, mas enquanto seu sangue ¢ sua vida slum pola al gazganta, sou preenchida pelo calor, mamando ex seu pescogo até qua o saco de carne fedido cai sen vide. Um animal tem que matar para sobreviver, © se aprendi alguna coisa nas dltinas semanas toi ies! muito menos ¢ muito mais. + + + = a certanente nio sou mais humana. Sou 0 Denfnio acena para 1: do outro lado ga pista de danga. N&o inporta quantas veses eu verha aqui, a nisica parece sempre a nesza para mim agora. Sentada na neana boate em outra noite de sébado cen sentido, eu J4 nen me importo mais se o som é New Wave, Old Wave, Gético, Industrial ou outra mistura horrozosa de Tecno com Dance — 4 no consige mais diferencid-las. 0s mesmo ritmos pulsantes sacodex as janelas revestidas de preto da casa noturna, os neswos corpos jovens e esguios Se contorcen sob a riboabante batida da misica e, mais una vez, eu Zinjo beber ninha cerveja aguada, olhando para a massa de carne suada diante de zim com doses iguais de luxiria © piedades © preto ainda est4 na moda —como sempre —e ent&o cu me sento em um canto, com una minissaia de couro preto conprinindo descontortavelnonte 83 minhas cozas atrofiadas. Quardo olho para o espelho ndo ¢ mais ux manto de escuridie que ae cerca, obvianentes Hum vicual completazente novo, nfo muito dizezente duquele qu eu costumava apreventar a cada noite durante mlhares de roites em minha inexordvel ascalaia runo acs 30 anog de vida. Uas agora ou tanbdn posso brincar de ser Zardic+ Eu aprendi a me disfargar como um deles. E até estou usando minha ca@lcinha da sorte. Bu nfo entendo maig a W1tima moda, mas com um pensanento posso fazer com que 05 outros aereditem que o meu visual ¢ o auge da moda. Jé dominei os segredos desta sinples © patdtica ordem social, Un universitdrio atreente ¢ eutdpido pasceia pela minha frente. Eu sorrio. Bu libero a instintiva simpatia que pulsa en aac corag&o, e ele péra de passar por mim. Gono um aninal, cle ¢ atraido por desespeze © Gesejo, 1iberalmente misturades coma bebida. Bu conkogo osses sentinentos bem, até denais, © reflito-os de volta para ole. ou atx Ken puxa uma cadeira © serta ao lado da minha imitagio de Barb le nllo se preocupa com os pi nha mente, 08 sentimentos que esto en neu coragao, ou mesmo quem cu sou. Posse sentir a vida pulsando através dele. Alguna quantidade de seu sangue deve estar se ecumulando dentro de suas cuecas neste exuto momento. Su jogo uma cantada, mas a misica ¢ tio alta que cle no esouta, apenas tinge una risada. Sensei, nosisti © aprendi essa rotina ao longo dos anos. Com ux canbalear calculado, me levanto sobre minhas botas “vou to derrubar e te matar” © me preparo para condusi-lo ao deco para um pouco de diversHo. Divers&o para mins samentos que estao em Lino se Cus Nosreara 0 ae ali Depois de todd o meu sofrinento, miséria ¢ desespere, agora conhego o verdadeiro Signiticade deste lugar. Existem nilhmres de boates como occa. Hlau etd ahertas toda semana, ¢ eu repito os mesuos movizentos a8s apés més. Jé pacvei dos 30 hd muito, mito tempo atrds, ¢ francanente n&o estou nex af. ku tinalmente ne conhego, sed o que sou yerdadeiramente, e finalmente eu estou no topo éa cadcia alinentar. bceayo 8 ¢ colunas de ventilacco na lados , exceto ao lor as coisas mortas nfo permanecem en prradas. Segredos sombrios escondidos dos curiosos en- am um jeito de vir & tona, como um cadéver fluts nna superficie de um lamagal. Algumas veces, os Gupos simplesmente nao continuam mortos também Hssaiando as leis dos homens ¢ de Deus, cles se erguer sprofundezas para andar sobre a Tetta. Dos niveis mais dos esxorus urbanos até 0 coragao sombrio das ter- monstros insinuam-sc das sombras neia ¢ cho- portamento ¢ 8 monstros gr0- Algumas ve: Bs selvagens, css predadores da ra i seu fedor ¢ questionavelmente biz Bees canhecidos. como Nasfevat Como a maioria dos Membros, os Nosferatu anseiam do dia. Mas a0 con. 3s, 05 Nos mundo dos homens. De eles rondam a Terra até as lo sangue dos vivos e temem s rentes mais b. esconderem edd inquieto e implacs 10 do vio, no vale — testemunlu va raga. A pres asta da colina — na 9 H. G. Wells, A Méguina do Tempx Noites Finais, o Fim dos Tempos da Gehenna, quando Anciao que criou sua raga acordara de seu torpor para destrut-los. Deixe os outtos falarem sobre o mundo #0. mantico dos vampiros; para essas criaturas, © vampirismo € inegavelmente uma maldicao, um destino sombrio que os condena a uma etemidade aprisionados no inferno de suas prdprias curbes. Os Nosf por milénios. A mes liu a se rebelar conta o deménio que 0 eriara, um. ato pelo qual ele foi amaldigoado até o final dos tempos. A tu € todos of seus des. a paixto mals tarde o compe momento, No partir daqe cendentes degencraram, formando ume 1 tros horripilant conderem do m 3 Cemuo ty Lenos © Hesromn re desteuir 0 cla a la €poca, os lacaios do Cle tu caminham desper- u progenitor ird se redimir indo e devorando cebidos, sabendo q nda sussurrada pelas ninhadas de Bichos do Saba enquanto eles fazem a Vaulderie, com. partilhando seus célices is de sangue. No entan hg muito mais por tr Nosferatu do que os mbros da Camarilla ¢ do Saba suspeitam. 5 No: inegavelmente horri ialment atu parecem ser criaturas nddos sic wados fisicamente desde pri am vampiros. Muitos sao perit nas aturais para nao serem vistos; alguns tém a com as eriaturas mais selvagens possuem um talento para des- cobtir sepredos sombrios que os outros ¢ er. Mas, ares tortur guardam segred ombrios, nas pro habilidade de cc que existem; qu: statiam de es- de seus fétidos coraghes. Para os neéfitos da Camatilla e do Sab§, os No sao simplesmente criat as repulsivas que rondam os esis ou movem-se furti mente onde quer que Membros ou Cainitas se juntem. Infeliamente, ambas as sociedades conhecem apenas uma juena porcio do mundo, Elas conhecem © mundo ie mas sabem muito pouco sobre as Re¢ ifnticas dos Nosferatu nos subterrineos, Desorienta cago de Ant ormecidos, este mundo moderno desconhe- Tei Jos pelos poderes de of s ancibes © ned A pri amplamente exa- 9 de seu proprio poder. Sua historia esta te interligada com 2 civil longe se viaja da Eur - undo ¢ 0 Novo Mundo — s da Camarilla sxoravel tal, mas quanto m: a do Nore — o Velho mais 2 sua influéncia se 05 Membros alcang nde homens im as palayras “Aqui Existem Mons cles desenterra e da prole de Nosferatu, Nao im- veguros o estruturudas dominios da smbros se aventurars atu escondid ainda assim encontrara ando F eles nestes lugares e obed intivas muito mais anti dos vampiros civilizados. mo po C4: Nose hi, foi orginalmence criada numa rebelito contra as aflas da Camanilla, Os Soldados da Espada de Caim fegiencemente recrutam Nosferatu como seus aliados, eles estao apenas comegando a pereeber que ha mais tis dessas criaturas do que os olhos podem ver. Bi- os Nosferatu sao um enigma oculto sob camadas de enrugada ¢ torturada, Aqueles aceitos pelo Saba lealdede & Espada de Caim — murmurando pro- sss mancidas através de Lagos de sangue € rituals re remente realizados — apesar disco, os Nosferatu do bi sfo criaturas reservadas, esquivas ¢ cutiosas. "Os Bichos t@m o ardente hdbito de esgueirar-se para mungar com sua propria espécie sempre que possivel. Bs Nosferatu que se aliam a bandos do Sabé lutarao até te Final para defender seus aliados, mas eles tam- fim exizem lugares onde possam ficar sozinhos, contem- hotrores que somente outro Nosferatu é capaz de “Fora dos domfnios dessas duas sociedades vampfricas, ‘vampiros se redinem, planejando grandiosas eonspi- sconira 2 raga humana e sua propria espécie, Al- caminhantes notumos sussurram que eles so autarcas, snd cs ditomes de qualquer seita. Espreitando de 9, emissirios do Cl Nosferatu os escutam silencio hesientemente. Alguns professam serem. anarquis- onspirando para depor os ancides das duas socieda- ‘Yampiricas. Enquanto seus bandos e exércitos se rei os Nosferaru silenciosamente sepuem a vanguarda mo 2 batalla. Nao importa onde os Filhos de Caim con- meguem suas forcas, 0s inaudiveis e invisiveis lncaios do Nosferatu jf estao l4, esperando por cles. Removido de todas essas sociedades, o Cls Nosferatu wamente revine os scus. Ninhadas de Ratos de Esgo- 8, Bichos ¢ autres horrores se juntam nos reinos mais prufundos dos esgotos urbanos, nos mais longinquos do- ios ermos ou qualquer outro teftigia isolado onde eles sam conspirar despercebidos e nao detectados por ios vampiros. Além de qualquer outra filiagto, eles todos Nosferatu, comparathando uma maldigao em ime as mesmas necessidaces de sobrevivéncia. Seu ito, sua cultura e suas nature2as exdticas perma- gcem sendo mistérios para aqueles que vagam no mun- Uo da superficie, Agora, finalmente, fevidas exalagces e “reveligdes ainda mais imundas comegam a borbulhar de as redes labirinticas abaixo da terra, Do refiigo da so- edade vampitica, das profuncezas dos esgotos, escon- fdas debaixo de ris de urina e fexes, os mottos nova Desde a época das maldigfo eterna de Nosferatu, sua prole se esgueira pata os lugares ocultos e proibides do mundo, fugindo da vinganga do proprio fundsdor do cla. Pelo bem de sua sobrevivéncia, cles formaram curiosas sociedades que transcendem as fronteiras das seitas vampiricas ¢ das Trilhas filossficas. Alguns desses tope- gos ¢ horrorosos cadaveres escolhem subir para o mundo da superiicie, mas muitos permaneceram escondidos nas sombras do mundo, esperando pelas Noites Finais, En- quanto a Gehenna se aproxima e o Fim dos Tempos co- ‘mega, ndo existe mais a necessidade para essa paciéncia tera, Ninhadas esquecidas de Nosferatu esto emer- gindo das sombras para tomar seu lugar nas lutas da noie te, Enterrados bem aboixo da civilizagao humana duran- te milénios, os mortos mais uma vez andam sobre a terra, Um ENCONTRO DE HIsTORIADORES NOS SOMOS LENDA. Desde os tempos imemorials, nossa histria foi transmiida através de narrativas ¢ contos de uma geragio para a oucra. Enquanto nos agachamos na escuridao, escondidos do mundo acima, nés espalha- mos boatos, negociamos segredos e, principalmente, con- tamos histérias para passar as longas noites da imortali- dade, Milénios antes do rebanho desta Era Digital de senvolver suas baixas capacidades de concentragio, dis traldes por bits sonores, antincios informativos, comédias de 22 minutos ¢ jingles comerciais, nossos ne6sitos apren, dleram a memorizar a saga de nosso cla: a historia secreta do mundo. Assim como escondemes nossas faces desf guradas da raga humana pela eternidade, née também eseondemos nossas lendas Apesar de nossa observancia dessa tradigfo, muitas de nossas historias permanecem no contadis, Nestitos se esforgam mas simplesmente nao possuem o telente para memorizar nossas sagas palavta por palavra, como fize- ram nossos antepassados tempos atrds. A arte da narra- 20 esta ce perdendo, apesar dos melhores esforgos da- queles que lutam para preservaela. A medida que cada hiscéria ¢ passada adiance, ela também é discorcida, en- feitada ¢ corcompida. E o pior de tudo € que criancas demais consideram as hist6rias de seu cla simplesmente isso: Apenas Historias. Enguanto a Gehenna se aproxima, mais de nossos ancides desaparecem para nunca mais serem vistos, vando com eles scus legados. Por isso, enquanto eu ai da tenho chance, eu thes dou a oportunidade de ouvir e aprender. Nés reunimos um tinel repleto de Nosferatu, uma Recepgio de historiadores, para narrar a histéria de nosso cla. Juntos, caros nedfitas, eles os ajudarsio a com: preender quem vaeés so, de onde voces vém por que estamos todas presos esta noite nesta cAmara mekancsli- ca, bem abaixo da terra amie (Larose Hsin As PRimerras NOoITes Tusk, o Portador de Historias do Cle Nosferatu, come _ Comegarei com a mais antiga das lendas — v m como ela comega, © primeiro entre os vampires foi Cais » por Deus por matat seu nico ir Abel. Como castigo, Caim foi amaldigoado com a imortakidade para refleti sobre seu tetrivel feito ¢ expul- so do Eslen para toda a eternidade. Fui informado que, naquele momento, Cain chamou 9 nome de Deus ou fe uma promessa para o Adversitio de Deus; Caim ganhou 9 poder do rais que sho o territ6rio Caim criou trés primogénitos e viveu com eles a Pri- meira Cidade, conhecida por muitos hoje como Enoque Alguns dizem que 0 proprio Caim foi o responsivel pela criagao deste refiigio, Os teés filhos mais vellios de Caim chameram mais humanos para Enoque, para que os vam: pitos pudessem colher seu sangue ¢ se fortalecer contra a hoite. A mais nova entre esses vampiros era Zillah — porque eta a mais nova, cla também era quem mais des confiava de seu senhor. Seus irmaos mais velhos, Enosh & Trad, estavam satisfeitos em ficar dentro das muralhas da Primeita Cidade, mas Zillah era euriosa em relagio a0 mundo fora dela, Enquanto tribos do rebanho e ‘das para ela, outros fagiam da ctiagho de Cai. Os pri- meitos mortais falavem ral da cidade — era um lugar onde o pecada abundava e as leis de Deus ecam freqdentemente abandonadus. sia como for, an gue, habilidades sobreratus clusivo dos Amaldigoados Nosso capftulo da lenda vem inicio com um homem que também desconfiava dos costumes de Enoque. Con- tase que ele era um grande cagador, un primitive pos suidor de tamanha pericia que buscava cagat as criatu- rag mais poderosas do mundo. Os monstros que esp tam a noite hoje, nas Noites Finals, sio apenas descen- denves distances das bestas com que ele lutava, O mun do esqueceu seus nomes ¢ seus habitos. Enquanto esse cagador buscava os piores monstros do mundo, ele even- twalmente encontrou Zillah, a mais nova das trés crian gas de Caim, que se alimentavam das humanos da cidae de de Enoque Este homem, cujo nome verdadeiro hé muito es Jido no passado, ficou esperando per Zillah durante cem dias e com noites. Ele a atraiu para o deserto, peito da entrada de uma profunda caverna. Apesar dele nao con- seguir vé-la, dizem que ele percebeu suas pegadas no ‘lo enquanto ela o seguia, Depois gue a atraiu para lon= ge da Primeira Cidade, para dentro do caos das verras selvagens, ele cravou uma langa de madeira em scu co- ‘aga. Mas Zillah nfo seria derrotada tfo facilmente. Com a forca do Sangue, partiu a langa em du do Sangue, ela rasgou 0 ro agador, 1 com uma cicatriz que ja ria curada; que ardia em seu Sangue, ela o arremessou contra rochas da caverna com um poderaso golpe. Seu corpo, lier a Cia: Nosremata mente ¢ arma estavam destcutdos, ¢ ele estava préximo da morte. No encanto, Zillah ficou tio impressionad bravura que pensou em recompensi-lo com o poder do Sangue ¢ Abragé-lo. Ela havia pasado 2 odiat seus it- velhos, e sabia que para se tornar mais pode- rosa do que eles, precisaria de uma prole corajosa para ajudé-la, E enquanto ela cuvia os sussurros da Besta den- tro dela, passcw a acreditar mais e mais que estava fa do a coisa certa. Ela olhow com pena para sua eria, © a nome para “Nosfera mudou s A Bsprrat Descenpente Este cugador, Nosferatu, havia sido um pind tre os homens, um tit que triunfou sobre as veis bestas da terra, Quan: gue, sua forga cresceu ainda mais. Ele se tornou podero So por beber o sangue de sua presa, mas também deu a temer us tr8s perigos que tememos até esca noite: foz0, a | a perficia dos homens. Apesar d a sua forga, cle nfo conseguia se perdoar por ter falhadc em matar Zillah. A marca em seu rosto servia como lem brete de sua falha, Assim como Zillah a srendera ao ois irmios, Nosferatu aprencieu a odiar sua se ra também, Quando Nosferatu ganhou o poder do Sangue, ele tornou um cagador aindk ensinacam Nosferatu melhor. Os dois irmaos de Zilla ua prole a usar a forca de sua vitae, mas a como um animal a selvagens. Negando sun propria decadéncia, ele desen volveu um terrivel ddio por monsttos. Nosferatu negava que ele proprio havia se tornado um-monstro, descon- tando sua ftiria nas criaturas menores da Terra, E come odiava tanto o defeito talhado em seu rosto, aprendeu ocultéelo (e ocultar ¢ si), de todos. Jonado nas terras sferatut logo aprendeu a criar outros & sua imagem. Ele ensinou suas primeiras crias a cagar ¢ como olhar sem medo para as outras criaturas que rondavam na noi- te, Enquanto os filhos mais velhos de Caim comandavara ‘os mortais da Primeira Cidade, N les qu s. Antes de seu Abrago, Nosferatu tornara-se forte destruindo as mais poderosas criaturas que podia encontrar, mas apés Zillah batizf-lo pi idfio, Nosferatu apreni nar um cagador de homens, feratu cagava aque caminhavam nas terras selva Presos pero Sancue Hoje, a lenda nos conta que Caim queria manter 0 controle sobre suas primeiras crias e, para manté-las obe- mail cs, ele aprendeu sobre o hugo de sangue, a maneira s certa de assegurar a lealdade. Foracos @ beber rg re de scu sangue, seus filhos mais velhos se tor is a ele; mas era tarde demais paca que Caim encontrasse toda a prole que eles haviam ado. Da mesma forma, Nosferatu fez com que suas crias Ihe fos. sem fiéis; forgando-as a fazer lagos de sangue, ele ga ula mk 7 © nwo 1: LENoA Historia. owen Bence hou v je soguidores obedientes. E, enquanto mi tria seu ddio por sua senhora, Nosferatu gerou diay di progénitos. Assim como ele havia esperado cem dias ¢ cem nail para atrair Zillah e destru(-la, ele abragou uma ninhadl de crias que o ajudariam a se erguer e devorar os mong tras que 0 haviam condenado toda a etemidade. Assi como o poder do Sangue fortaleceu Nosferatu, seu Odio © remorso o enfraqueciam. Quando cle vagava pela nde te para cagar, ele aprendia a prezar a solid nica coisa no mundo que silenciava os sussurros da Besta dentro dele Certa noite, num momento de paixto, ele viu uni linda mulher se banhando junto a um riacho, Novamene te, seu nome foi perdido de todas as antigas histérias; ey a tem mil nomes. Ele a violentou ¢ drenou seu site tomado pela paixio, ele a deixou deleitate angue também. Antes que ele pudesse matie 5 que percebesse 0 que havia feito, ela fugil das demais ctias de Nosferacu, ela estava liv le seu senhor. Nosferit A principio, ee fosse cagada e destrutda, mis pois nfio estava presa ficou tio furioso que reuniu sua ordencu que @ mu cada noite que eles nfo conseguiam encontri-la, sua mii Quando seu édio era tio intenso que era impossiel suporté-lo, ele finalmente juntou suas crias para asa a Primeira Cidade. Os mais antigos entre cles, « queay ele dew o nome Nictuku, agtuparam-se em tomo delee com o silencio do cimulo, espreitaram pelas ruas até ete contrarem Zillah e atacarem-na, E uma terrivel hota se seguiu. Em seu final, junto \ entrada da caverna ond Nosferatu havia sido Abragado, Zillah dertorol Nosferatu, deixando-o quebrado ¢ ensangiientado mais uma vez. A prole de Nosferaru fugiu, temendo a puna que certamente viria. A MAaLprcko Entdo Caim veio ver o que havin acontecido, Enquanit Nosferatu cuidava de seus ferimentos, Caim fitou-0 eum a fir 'eus havia amaldigonda € agora, Caim estaya dis 2 farnilia, uma crianga qe hora, sua mae, a propria f de Caim. Vendo essa tentativa de matriciio, uma a vasta e furiosa consumiu Caim. E naquele mo de Caim the deu forgs: ele amaldicoos ios os seuss descendentes. Nosferatu ¢ si prole ¢ a prole de sua prole foram arrebatadas pela fit de Caim, carregando uma maldicéio muito mais hore da que o defeito sobre a face de Nasferata a solitéria mulher que havia escapado para a flore também arrebatada, ¢ suas carne: ortaram, © por toda ssar adiante a maldigho que Csim lam de um deus. O prop Caim por assassinar seu itm ante de outro membro de havia tentado matar sua sei It cdl mento, a fiiria Nosferatu e tox condenada sou sobre Nosferatu. aim baniu Nosferatu da Primeira Cidade para sem- Nosferatu: rastejou para se esconder na floresta mais ua vez, para retornar a caverna onde ele havia morrido se redimir de seu grande crime. Muitos anos se passa- fam, ¢ os Niciuku esperaram fielmente, compelides pelo «a obedecer seu desejo. Ea mulher que escapou, a friarca de nosso eld, sain no mundo para criar sua fia famflia e tornar-se a senhora de todos nés. O tempo seguiu seu curso, & os fillies mais velhos de fm criaram dois outros primogenites, mas isso nao tem a vet com essa histdria. Uma grande inundagio veio rruiu a Primeira Cidade, e os Antediluvianos dormi- am dehaixo das ondas até que ela terminasse, mas iss0 1 nao importa nessa histéria. Esse é o final da his- Nosferacu sonhou com uma forma de expiar sew jo. Enquanto ele dormia, cle convocou os Nictuks 295 mandow a procura da mulher que fugira dele. Para parr seus erros, ele a ofereceria para Caim. Mas en- py cla jt havie Abragado uma multidao de erias, © por Nosferatu prometeu destruir todos eles e oferecé-los aim. Nosferatu enviou os Nictuku para maté-los, 2.um, € tracer suas cinzas de volta para que ele pur oferté-las a Caim, mostrando assim sua contrigfo. “Diem que nos escondemos na noite porque tememos mundo dos homens. Dizem que nos escondemos da luz porque somos horrendos e temos vergonha de nossa apa: pcia amaldigoada, mas isso nao € verdade. Néis nos es- 108 na Noiw porque sabemos que Nosferatu man suas primeiras erias, os Nictuku, para nos destruir @ Caim sabem que chegari o tempo em que todos os Antediluvianos into pereeber o horror que criaram € se erio para destruir sua prole e ofertar suas almas para m, Mas para nos, a matanga jé comegou, E & por isso que nos agachamos na noite, contando histérias, esperando ¢ prestando atengSo para que Niewuku nao nos destruam a todos. Essa ¢ a historia de nosso cli comegou, ¢ quando o iiltimo de nds tiver ido encontrado ¢ destruido, essa sera a histéria de como poss cli termina. SEGUNDA NARRATIVA: MA HisTtORIA CIeNTIFICA Um cinico aucarca pontifica: EU NAO ACREDITO EM LENDAS. Elas podem e elas podem ajudar a passar o temp. so pelo que sfio: mentiras. Lendas sio “eentadas para repetir as mentiras sobre as quais nossa {ociedade ¢ baseada, mantendo os mais antigos no poder “eos mais fracos com medo. Elas reforcam 0 status quo. Nis, Nosferatu, no sobrevivemes por causa de nossa fubilidade de contar hist¢rias: sobreviveos por causa de nosso cinismo e desconfianga, E meu dever como © enigma Nictuku De acorda com os Mestres do Saber do Cli Nosferatu, os Nictukt nso so uma linhagem - eles sho os filhos mais velhos do préprio Antediluviano Nosferatu. Quando o lendério Nosferava levaniou- contra sua senhora e seus parentes, ele 0 fez com a ajuda de suas proprias crias presas pelo lago de songue. Apesar de ser not6rio que os lagos de sangue se esvanecem com 0 tempo, alenda também conta que Nosferatu repetidamente renovou esses lagos de sangue, convocando suas criss mais antigas para junto de seu corpo adormecido, onde cles podiam se alimentar e renovar suas lealdades. Essa pratica tem seus riscos, ¢ claro: se os Nictuku no possufssem um comando to clevado da Ofuscagio, Outro vampiro poderia tentar segui-los até seu mestre e diablerizar o Anciao. Felizmente, os Nictuku sio considerados poderosos 0 suficiente para apagar quaisquer tragos de sua presenga.. se & que cles existem de fat. Hi outro aspeeto da lenda dos Nictuku que também resultou em muita especulago dentro da Sociedade Nosferatu, Algumas lendas dizem que antes da maldigo de Nosferatu, ele Abragou uma linda mulher por pura luxtria, alguém que é hoje 2 “Matriarca" para o resto do cla. Se isso for verdade, essa misteriosa "Mae de Todos os Nosferaiu® nunca se revelou; além disso, ela no & conhecida por nenhum nome definitivo - Mattiarca € simplesmente o nome mais comumente empregado. Outros mites alegam que trés Ancides come ela escaparam do lago de sangue de Nosferatu. Essa teoria possuialgumas evidencias que a suportam, 4 que a infame (¢ agora falecida) feiticei:a Baba Yoga da lenda russa ¢ considerada uma das crias do Antediluviano, Sea Matriarca c Baba Yara eram as primeiras duas crias, entio quem seria a terceira? O conhecimento a respeito das habilidades sobrenaturais de Nosferatu oferecem uma explicagdo posstvel: os nfveis mais altos da disciplina Ofuscagao, € bem sabidd, podem bscurecer todos os teagos de urn Nosferatu com tanta perfeigdo que ele ou ela pode ser efetivamente esquecido. Embora possam existir sinais de lendas de que essa criatura um dia existin, muitos esforgos para achar tal monstro so com freqiiéncia esquecidos ou abandonados. O Enigma Nictuku permanece um lampejo atormentador dev ilustre passado do cla - um mistério tio enigmstico quanto a propria existéncia dos Nietuku. Corman 1: heron e Hisrorn Nosferatu manter essa fagulha de dévida viva e, feliz- mente, a histéria que voe8s ueabaram de ouvir é 0 suficie ente para alimentar essa fagulha ¢ transformé-la numa grande fogueira. Se existe uma histéria para ser contada, cla deveria comegar assim: No principio havia wena grande mentiva e, por aluma razdo, todos nés ccreditamas nela. Vou comegar com o Fato Um: nfo existe prova de que Caim jamais existiu. Isso choca voces? Eu nfo acte- dito que Deus amaldigoou Caim; na verdade, jf que eu no acredito em Deus, isso nfo deveria surpreendé-los Nunca fai um homem religioso antes do meu Abraco, ¢ no entanto meu senhor sempre insistiu que nés somos todos horrorosos porque fomos amaldigoados por Deus ¢ Caim por causa de um evento mitico, mistico e biblico. Talvez Caim funcione como uma metéfora para o primei- ro vampiro, mas a lenda sobre como os vampitos vieram a existir simplesmente nao faz sentido. Por que Deus amaldigoaria Caim tornando-o imortal? Por que Deus 0 reeriaria como a eriatura mais poderosa do planeta? Isso parece um castigo para voees? J escutei alguns tolos dementes alegando de fato serem Caim, mas todos foram revelados como as fraudes que eram. Por iso, aqui est4 a préxima parre da minha narrativa: os Nosferatu nip deveriann temer Cam porque Cain nao existe. Eu sou um Nosferatu, e com isso quero dizer que sou uma espécie de varpiro que evoluiu para viver em do- minios subterrfineos — nada mais, nada menos. Posso ser horrendo pelos padides humanos, mas também o si ruitas das outras criaturas que se escondem do homem. Existem outros tipos de vampiro no mundo, mas eles es- tao bem mais inclinados a aceitar os padroes da humani- dade. Os mais velhos formaram comunidades para pro- mover sua propria sobcevivncia: as duas maictes so 0 Sabé ¢ 2 Camarilla. Ambas as sociedades vém histérias sobre termos sido amaldicoados tanto por Deus quanto por Caim. Ambas insistem que temos que nes manter uunidos para nos protegermos des fillhos de Caim. Existe uma razio para isso: ambas as sociedades no hesitariam em nos explorar pelo bem de sua sobrevivencia, & por mais estranho que possa parecer, eu nfo posso aceitar 0 gue nenhuma delas professa Eu, cntretanto, acredito em evolugio (como @ maior parte do rebanho desta era), em grande parce porque & tuma teoria que pode ser comprovada com fatos cientifi. cos, Se realmente existiu uma criatura como Caim, cle sem diivida tropegou para fora de uma caverna, & nfo de uma utopia mftica chamada "Enoque”. A partir dat, a evolugio nos especializou formando 13 espécies princi pais; a historia de Caim criando os 13 Antediluvianos ‘mais uma vez, oma simples metaiora para este fato. Os Nosferatu sio meramente a espécie de vampiro que me- Thor prosperou debaixo da terra. Como resultado, conhecemos os subterraneos melhor que qualquer outro cla. Muito antes das primeiras cida- des dos homens se erguerem, reivindicamos as cavernas, x20 20 C14: Nosrenata, 20 um conto RomANLICO Uma Clespatra da Camarilla explica a historia Nosferatu e Arik: ‘Toda Nosferatu tem sua histéria favorita: ew ado ratia contat-lhes a minha. Os Toreador tém uma nat rativa fascinante sobre nossa espécie, uma que 54 postamente explica porque desprezamos tanto um outro. Dizem que antes de ser amaldigoado por Cain. Nosferatu era lindo; os Degenerados do Cla Toreadar acreditam que ele até mesmo se apaixonow por uma Antediluviana chamada Arikel. Quando foi trans) formado om algo horrendo, ele ficou tio envergonks-| do que jamais conseguiria mostrar-se para seu verda: deiro amor novamente. Nosferatu, em sua fiiria, cagou sta propria prole forgando-os a se esconderem, mas Arikel eclcbrava a Abrago de seus filhos e ensinava-os a amar a belea © amor perdido de Nosferatu, Anikel, criou os Toreador ¢, aparentemente, eles tém pena de ny desde entaa, Nao ¢ lindo! Ouvi esse conto de um narrador bem bonitio, e ele ainda repete fielmente a histétia para mim todas as noites. Sabem, eu o pre guei a uma cruz no meu refiigio e 0 alimento com meu sangue toda noite. Ele vai me amar para sem- pre, coma Arikel ¢ Nosferatt nunca fizeram. como nosso territério, Em vastas cAmaras debaixo das perficie, nds repousamos, levantando-nos & noite para m alimentarmos dos vivos. Sem chivida, essa é a génese medo primordial que os humanos tém da noite, da est ridio, dos lendérios "monstros que dormem debaixo terra”, Apesar disso, @ Camarilla criow um mito encant dor para conforcar sta prole que creme nos esgotos. Atm vyés dessas mentiras, cles tentaram nos manter aqui em: baixo. Vocés acham que nosso cla deve se contentar co um reinw Hie pequeno? Se vocés me perguntarem de onde vou Ihes contar: somos descendentes das primeiras for mas de vida dos oceanos. Na verdade, muitos Nosferatl ainda se escondem debuixo digua. Nao precisames ras Pirar, estando mortos ¢ tudo o mais; se precisissemay terfamos nos afogado em ros de detritos hf muita tem po. Escoadouros de chuva, vindutos, canais de irige sfo — estejam cles cheios de gua salgada, urina ov Produtos qufmicos, podemos submergic em praticamens te qualquer coisa e sobreviver. Nao caminhamos no fun do do aceano, € claro, porque a pressfio eventualmente: seria forte demais — pelo menos para as geragies ma recentes — mas eu sei que muitos de vocés gue esti aqui esta noite voltarSo para debaixo d’dgua quand tivermos terminado. Contudo, por alguma razio, supostamente devemes todos nos congregar nos esgotos das cidades, presumi- vyelmente por causa do rebanho que vive por perto. E per

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