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cAPITUZ, AUTOMAGAO INDUSTRIAL 4.1 INTRODUGAO Certa ocasido, presente a um seminério sobre automagdo industrial, um palestrante iniciou sua apresentagdo profetizando: “no futuro, as fabricas 6 terdo dois seres vivos — um homem e um cio de guarda”. Como era de se esperar, alguém da platéia indagou ao palestrante: “para que serve co homem?” A resposta foi enfitica: “para cuidar do c30”. Esa 6 a sensagdo que se tem com 0 avango da tecnologia. O tema, sob 0 ponto de vista social, 6 polémico, mas o proceso ¢ irreversivel, Do ponto de vista puramente econdmico-financeiro, os sistemas autométicos apresentam vantagens incomensuraveis sobre o custo da mao-de-obra, Cabe ressaltar, por exemplo, que um posto de servigo numa subestacdo de poténcia —considerando os turnos a serem cumpridos, os custos decorrentes da legislagio brasileira € um salario médio de USS 800,00/mes — vale cerca de US$ 700,000,00 num perfodo de 30 anos, o que € muito supe- rior ao custo médio de automagdo de uma subestagio. At6 0 fim do século XIX a produgio de bens utilizava exclusivamente a forga muscular. Com o advento da Revolugao Industrial, a forga muscular cedeu lugar As méquinas, cujo processo foi denominado produgdo mecanizada. Nessa situagdo homem ainda era parte ativa, nao como executor da tarefa produtiva, mas como controlador do processo. Mas as méquinas foram gradativamente evoluindo, tomando-se cada ver. mais independentes do controle do homem, as~ sumindo tarefas e tomando decisdes. Esta evolugao se deveu inicialmente a dispositivos mecdni- 0s, hidréulicos ¢ pneumiticos. Com advento da eletrOnica, esses dispositivos foram sendo subs- tituidos, sendo que presentemente a microinformética assumiu o papel da producdo automatizada, em que © homem utilizando técnicas de inteligéncia artificial, materializadas pelos sistemas computadorizados, instrui um processador de informagées a desenvolver tarefas complexas ¢ 10- mar decisdes répidas para controle do processo. Todo o sistema de automago segue um principio comum em que o gerenciador do processo & realimentado de informagdes resultantes da conclusio de cada tarefa, de forma a redimensionar ou reorientar a etapa seguinte, com o objetivo de alcangar o resultado final mais préximo possivel daquele a que 0 dispositive foi instruido a executar através de informagdes codificadas (© grau de complexidade de um sistema de automagao pode variar enormemente, Os sistemas mais simples mantém ainda uma forte participagao do homem no processo. Os sistemas mais so- fisticados basicamente dispensam a interferéncia do homem, a nio ser como gerenciador do pro- sso, A seguir serd descrito um sistema de automagao rudimentar que utiliza sensores © controladores distribuufdos ao longo do sistema de produgii, através dos quais um gerenciador de processo (no presente caso, 0 homem) regula as fungdes basicas do sistema, Esses sensores © controladores so constitufdos de termOmetros e vélvulas de vazdo, podendo ser ainda emprega- dos medidores, resistores elétricos etc, Através da Figura 14.1 pode-se observar que no ponto A é fomecido ao sistema de produgao um certo volume (V) de égua, a temperatura varidvel, a ser aquecida por uma determinada quan- tidade de gas (Q,) a uma dada pressdo (P) fornecida através do ponto B.. O gerenciador do proces- so, no presente caso o homem, é instrufdo a manter constante 0 volume de safda de Sgua quente a uma temperatura T, no ponto C. Ao perceber que a temperatura da égua diminuiu (sensor Sptico) tem essa informagao enviada ao seu cérebro, que toma a decisdo de fazer a sua mao direita au- 634 FIGURA 14.1 Exemplo de automagiio de um proceso rudimentar 14.2 DEFINICOES Capiruxo Quaroaze ignigao ‘Agua Natural vasa 7] ‘Aqua Quente & “Temperatura Controlada Processo U SE ts aoc | ‘Quantidade | @ II's 7 c ‘mentar a quantidade de gas (Q,) na medida exata para manter constante a temperatura T,, Pode-se concluir que 0 gerenciador do processo através de sua visio (sensor Sptico) esta constantemente recebendo informagio do termOmetro T (sensor de temperatura) para comparagio. A essa forma de aquisigao de dados dé-se o nome de realimentagao ou feedback. Num processo de automagao mais evoluido, o homem é substitufdo por uma maquina (compu- tador) dotada de inteligéncia artificial (software) que além de aquisitar os dados on-line de tempe- ratura T e quantidade de gas Q,, envia sinais digitais, que, por sua vez, sao convertidos em sinais, anal6gicos para um servomecanismo operar as vsilvulas reguladoras de forma a manter a tempe- ratura no valor instrufdo, A automagio tem invadido os ambientes industriais, tornando-se cada vez mais complexa, & medida que procura substituir o homem em todas as tarefas que era de seu dominio na produgao, principalmente tarefas repetitivas, légicas e sistematicas. E previsto para o ano de 2006 um investimento de R$ 2,4 bilhdes em sistemas de automagio industrial no Brasil. Para facilitar 0 entendimento, 0 assunto foi dividido em trés partes. Na primeira, se estudari a automagiio em subestagées industriais. Em seguida, serdo estudados 0s procedimentos da automagao dos processos industriais. E, finalmente, serdo discutidos os procedimentos utilizados num siste- ‘ma de gerenciamento de energia. No entanto, na concepgiio de um projeto integrado de automagao industrial, os trés médulos anteriormente mencionados sao parte integrante de um tinico projeto que pode envolver as dreas ‘administrativas, financeiras e de recursos humanos, ao quall pode ser atribuido a denominagao de Sistema Corporativo ou de Sistema de Gestao. Antes de iniciar 0 estudo dos processos basicos de automagao sera fornecida uma série de in- formagées preliminares a fim de facilitar a compreensao do leitor. Ao longo do texto sero usadas algumas palavras, termos ou siglas em portugués ou inglés que sao comuns na linguagem de informatica, notadamente na leitura de textos dedicados & automagio. a) Meméria RAM (Random Access Memory) Sio memérias que armazenam os dados varidveis e temporérios, tais como correntes, tensio, alarmes etc., que podem ser eliminados quando da perda da fonte de tensio auxiliar, sem que isto venha a comprometer o desempenho da maquina. b) Meméri ROM (Read Only Memory) ‘io memérias cujo processadlor s6 consegue ler seus dados quando introduzidas pelo préprio ‘AUTOMAGAO INDUSTRIAL 635 ©) Memoria PROM E uma meméria ROM programavel eletricamente. d) Meméria EPROM E uma memoria ROM que pode ser programdvel eletricamente diversas vezes, ¢ o seu conted- do pode ser apagaco usando raios ultravioletas, porém os dados permanecem gravados quando hi perda da fonte auxiliar de alimentagio. ) Entrada e safda serial ‘Sao pontos de entrada e saida através dos quais os dados do sistema, tanto escritos como em forma de comanda,, podem ser recebidos ou transmitidos para uso ou leitura remotos. Sao conhe- cidas as entradas € saidas seriais RS232, RS422.e RS485. 1) Isolamento galvanico Eo isolamento entre 0 circuito elétrico, em geral a alimentagao de energia do equipamento, € 0 circuito eletronico, geralmente a safda do mesmo, agregado a uma protegao contra interferénci- ase transientes da rede. 2) Conversdo analgica/digital Eo processo de converso em que, ap6s 0 condicionamento do sinal, este deve ser tratado ele- tronicamente para ser convertido da forma anal6gica para a forma digital. h) Condicionamento de sinal Consiste na interface entre 0 proceso elétrico € 0 ambiente eletrénico em ambientes galvanicamente isolados, sendo que os sinais devem ser reduzidos a valores compativeis com os circuitos eletronicos, na faixa de + 5 Va + 15 V. i) Multiplexador um componente que possui varios canais de entrada de sinais ¢ conecta ordenadamente cada tum desses canais a um conversor anal6gico/digital, i) Conversor analégico/digital inn ecwtiponeinls que procedsa-a Converse devuma grandeza:anaidgica.em uma sedpéncia numérica e € conectado diretamente a um microprocessador. k) Protocolo TPC/IP (Transmission Protocol Control!internet Protocol) Significa um protocolo de comunicagao de dados. Nao é um software. O software de comuni- cacao é que implementa o protocolo, como, por exemplo, 0 TCP/P. 1) LAN (Local Area Network) E uma rede de comunicagio de dados em tempo real, obedecendo um padrio intemacional (IEEE 802-3 ou ISO/IEC 8802-3), dotada de uma velocidade de transmissdo elevada e constitufda de um meio fisico de transmissio através de cabos coaxiais, par telefnico, fibra éptica etc., ¢ com as seguintes caracterfsticas: + velocidade de transmissio: valor desejad + modelo de transmissao: bit serial; + meio de transporte: padrao Ethernet; + protocolo de transporte TPC/P. ‘m) Interface-Homem-Maquina (IHM) Eo enlace entre o usudrio e os programas de supervisio e controle que compoem o sistema de automagdo, O IHM ¢ caracterizada pelos monitores de video, painéis numéricos, teclados, im- pressoras todo periférico que permita uma interagao entre o operador e o sistema. n) SCADA (Supervisory, Control and Data Aquisition) E um software para tratamento de dados em tempo real. 636 CapiruLo Quarorze 0) Bit (Binary Digit) Ea menor-unidade na notagio numérica bindria que pode ter 0 valor de 0 ou | P) By E 0 grupo de bits ou digitos bindrios (geralmente oito) que o computador opera como uma unidade simples. q) Gateway E um dispositive de tradugio de protocolo em hardware ou software que permite que os ust frios que trabalham em uma rede possam acessar outra rede 14.3 UNIDADE DE AQUISIGAO DE DADOS (UAD) Sao equipamentos dispositivos que interligados ao processo recebem informagdes do mesmo as enviam para um sistema de supervisdo e controle hierarquicamente superior, onde so tratae das, disponibilizadas através de monitores, papel etc., ¢, dependendo da decisde da unidade de supervisao e controle, uma mensagem retornard 4 Unidade de Aquisigao de Dados que desenvol- verd uma ou mais agdes sobre 0 processo. ‘As Unidades de Aquisigao de Dados compreendem dois diferentes médulos numa estrutura de automagao, ou seja: + Unidades de Aquisigio de Dados ¢ Controle (ADCs); + Unidades Dedicadas (UDs). {As primeiras sao constituidas pelos Controladores Légicas Programaveis (CLPs) e pelas Uni- dades Terminais Remotas (UTRS). Ji as Unidades Dedicadas so constitufdas pelos relés digitais, unidades de intertravamento, unidades de oscilografia ete ‘As UADCS exercem as fungdes de aquisitar dados e comandar a manobra de maquinas e equi- pamentos, usando para isso os seguintes meios: + Entrada de dados analégicos Sao variaveis presentes no processo e caracterizadas por tensdo, corrente, freqiiéncia, vazio, pressio ete + Saida de dados anal6gicos Sio varidveis fornecidas aos componentes do sistema para ajuste de sua légica, tais como si- nais para medidores de energia, controladores de velocidade etc. + Entrada de dados digitais Siio informagées aquisitadas junto aos equipamentos sobre o seu estado operacional, aberto ou fechado, tais como disjuntores, chaves seccionadoras etc. + Saida de dados digit Sao ocorréncias desejadas de mudanga de estado de equipamentos, aberto ou fechado, de for- ‘ma que se possa atuar & distancia sobre os mesos. is 14.3.1 Unidades de Aquisigao de Dados e Controle De forma geral, as Unidades de Aquisigdo de Dados ¢ Controle na sua concepgao mais com- pleta so compostas por um conjunto de cartes eletrOnicos, cada um deles acompanhado de fun- ‘GOes especificas, além de outras unidades de légica e memorizagdo que podem ser visualizadas pelo diagrama de bloco da Figura 14.2, sendo que: a) Fonte (F) A alimentagao externa de uma Unidade de Aquisigao de Dados e Controle pode ser feita atra- vvés de uma fonte de corrente alternada de 110/220 V ou uma fonte de corrente continua de 12, 48, 110 on 220 V, correspondendo a uma alimentagdo interna de + 5a = 15 V. Gum 14.2 Diagrama de bloco de uma Unidade de Aquisigio de Dados Controle AUTOMAGAO INDUSTRIAL 637 -— ~ ae qui de Oaos cpu ie EF [reais | dg i a 5 i sit & tte al dE @ iF ae enoase aS opal & nT iE a tt i ils pep | | \ b) Unidade Central de Processamento (CPU) Compreende 0 microprocessador que trabalha os dados aquisitados e, através de programas dedicados, define a légica do proceso. ©) Meméria (MEM) E a unidade de armazenamento das informagoes e dos programas. 4) Comunicagao (COM) E a unidade responsivel pela transmissio € recepcao de informagdes junto ao sistema hierar- quicamente superior, podendo esta comunicagdo ser feita através de cabos convencionais, libra Optica, radio etc ©) Entrada analégica E a unidade que recebe a informagio do processo em forma de corrente continua de valor pa- dronizado na faixa de 4 a 20 mA, ou na forma de tensdo continua de | a 10 V, em decorréncia de uma conversio interna realizada por um conversor digital/analégico. Como a base do sistema de automagao ¢ digital, faz-se necessdrio converter internamente toda_ informacdo analégica para sinais digitais, o que é feito através de um conversor analdgico/digital. 5 Sempre que esta unidade é ativada por estimulo da CPU, aparecerd nos seus terminais uma corrente continua na faixa de 4 a 20 mA ou uma tensdo continua de 1 a 10 V, cujo sinal digital foi convertido através de um conversor digital/analégico. g) Entrada digital Essa unidade ativada por um estimulo externo, por exemplo, o contato auxiliar do disjuntor, que possibilita a ligagio de uma fonte de tensdo intema ou externa & UADC, cujo valor da gran- deza elétrica dessa fonte é comparada com dois valores de referéncia pelo circuito eletrOnico da unidade de entrada digital, correspondendo & posigdo de contato aberto ou fechado que serd inter- pretada como 0 ou 1 ‘A Figura 14.3 ilustra 0 reconhecimento pela unidade de entrada digital de um sinal de estado gerado por um equipamento, bh) Safda digital Essa unidade ¢ ativada por um estimulo interno da CPU que resultard uma corrente nos termi- nais de saida da unidade de safda digital, os quais sto conectados normalmente a um relé auxitiar do equipamento que executar a manobra devida. ‘A Figura 14.4 ilustra a geragdo de um sinal digital e sua forma de atuagio. aida analégica 14.3.1.1 Controladores légicos programaveis (CLPs) Sao dispositivos que permitem © comando de maquinas e equipamentos de maneira simples € flexivel, de forma a possibilitar alteragdes répidas no modo de operd-los, por meio da aplicagao de programas dedicados armazenados em meméria EPROM. 638 FIGURA 14.3 Hustragao da geragio de um sinal digital pelo equipamento de ‘campo FIGURA 14.4 Tustragio da geragdo de um sinal digital pela UADC IGURA 14.5 Frontal de um CLP ‘Caplruco Quarorze Contato do Eautpaments Entradas Digtais Unie do Aauisgbo gral Rie \ ‘Ausiae Saidas Digitass UUnidade ae Aauisigdo ; Os CLPs podem substituir com grandes vantagens os tradicionais comandos de méquinas ¢ equipamentas, tais como botoeiras, chaves comutadoras, contatores ¢ relés, Existem no mercado uma grande diversidade de CLPs destinados a diferentes niveis de em conformidade com a complexidade de cada aplicagao. A Figura 14.5, como ilus- tragdo, mostra o frontal de um CLP. Os CLPS siio constituidos por um gabinete contendo um determinado niimero de cartes, cads um deles desempenhando fungdes especificas, ou seja: | = a) Fontes de alimentagao, (Os CLPs podem ser alimentados em 110/220 V em corrente alternada ou em 24 V em corrente continua, dependendo da selecao feita pelo cliente. Somente a unidade basica necessita alimentagao. Todas as expans6es sio supridas pela unida- de basiea. Nos bornes de conexio com a rede extema existe um fusivel de caracteristica répida ‘com corrente nominal entre 1,25 ¢ 2 A, dependendo do tipo de CLP. Em geral, 0 CLPs de 110) 220 V so alimentados por um circuito monofésico a trés condutores: fase, neutro e condutor de Comunicagao AUTOMAGKO INDUSTRIAL 639 protegao associado A protecdo do terra do sinal eletroni mente ao equipamento. o, sendo que essa conexdo € feita intema- b) Entradas ¢ safdas Os cartdes de entrada e saida constituem a interface entre 0 processador légico € os equipa- ‘mentos periféricos, sendo que o cartdo do circuito de entrada prepara os sinais das fontes externas © 0s envia para a unidade de processamento, A saida é composta de amplificadores de chaveamento para controle dos equipamentos perifé- ricos que podem ser constituidos por contatores, bobinas, Kimpadas de sinalizaglo ete. Cada tipo de CLP tem uma determinada quantidade de terminais de entrada e safda, dependen- ‘do da capacidade que se deseja em funcao da aplicacao, sendo associado a cada terminal um LED, para monitoragdo do sinal de légica. ‘Todos os sinais de saida destinados a comutagdo de cargas indutivas dispoem de um dispositi- vo contra surtos de tensio, podendo ser varistor, diodo ete., protegidos por fusfveis de corrente nominal apropriaga. Em geral, os médulos de entrada e saida dispGem de cartdes de expansio apropriados. A cada terminal de entrada e safda esté associado um endereco utilizado na programagao. ©) Temporizadores e contadores Siio cartées contendo circuitos elétricos dedicados cujos ajustes so efetuados por hardware (© ntimero de temporizadores e contadores varia em fungdo da capacidade do cartio. ‘Os temporizadores podem ser ajustados desde 10 ms até 1.020 5, sendo os ajustes efetuados através de chaves binérias ou potencidmetros externos. Um programa dedicado gerencia a capaci dade do tempo. ‘A selegao do temporizador € feita através de e6digos com base na codificago dos terminais anteriormente mencionados, {A Sincronizagaio do tempo, em geral,é realizada com 0 GPS on-line. Os contadores permitem a contagem de eventos entre 0 e 999 e o ajuste & feito através de trés haves cada uma delas com indicadores numéricos de 0 a 9. d) Memérias (Os CLPs so dotados de cartdes de mem6rias utilizados pelos processadores l6gicos para pro- Cessar 0s sinais e pelo sistema operacional e também utilizados para armazenamento dos progra- ‘mas dedicados. Essas memérias podem ser do tipo EPROM ou RAM protegidas contra auséncia de tensio por meios de baterias especificas com longa vida til, Em geral, as memérias podem set assim classificadas: + Meméria de trabalho destinada a0 armazenamento do programa aplicativo do processador Idgico e, em geral, €do tipo RAM, com capacidade e velocidade dependentes do CLP desejado. ‘+ Meméria de programa E destinada ao armazenamento dos programas em linguagem I6gica (LPW-L) e,em geral, é do tipo EPROM, com capacidade e velocidade dependentes do CLP desejado, ‘A meméria de programa & composta por um cartio de circuito impresso provido de conector espeeifico, Para efetuar sua gravagao é utilizado um gravador de EPROM. ‘No apagamento da meméria EPROM, deve-se usar Kampadas ultravioleta de comprimento de ‘onda de 254 jzm a uma distincia inferior a 25 mm do cartio de meméria. O tempo de exposigaio a0 feixe de luz ultravioleta é de 40 minutos para uma intensidade de 12.000 W/cm? até 120 mi- rnutos para uma intensidade de 4.000 W/cm’ ‘As memérias EPROM suportam atualmente um niimero muito grande de apagamentos, além do qual nao sfo mais ativadas. + Meméria de sinal Esta meméria € destinada ao sistema operacional e ao armazenamento das informagdes dos temporizadores e contadores, entradas ¢ safdas € marcadores intermediérios. Em geral, é do tipo RAM, sendo protegida contra a auséncia de energia por meio de baterias de longa vida iti. 640 FIGURA 14.6 Configuragio de acoplamento de LPs: Capiruto Quarorze 14.3.1.1.1 Recursos dos CLPS Os Controladores Légicos Programaveis podem ser empregados para diferentes tipos de apli- cacao na industria. E possivel utilizé-los sozinhos ou acoplados a outras unidades. Em proje-_ tos que ocupam extensas éreas, como, por exemplo, esteiras rolantes para transporte de miné- rio associado ao proceso de descarga do material, torna-se imperative 0 uso de varios CLPs operando acoplados para desempenhar sincronizadamente todo 0 controle do processo, Neste caso, a automago assume uma arquitetura descentralizada, dividindo-se a responsabilidade do proceso por varias unidades de CLPs localizadas em diferentes pontos estratégicos da ins- talagao. Aesta capacidade de comunicagao entre CLPs dividindo tare fas dé-se o nome de acoplamento, so de acoplamento obedece uma hierarquia gerenciada por um software dedicado, aos CLPs de processo a fungao de escravo que se acoplam a um CLP de mesma capacidade ou, em geral, de maior capacidade denominado de mestre. Assim, se um CLP de pro- cesso necesita comunicar-se com outro CLP de processo, a via de comunicagao passa pelo CLP mestre, conforme esquematicamente é mostraco na Figura 14.6. E possivel implementar outras configuragées de acoplamento de CLPs dependendo da sohugao {que se deseja para 0 processo Dadas as facilidades obtidas com a fungdo de acoplamento, podem-se utilizar estages remo- tas, a uma distancia de até 1,000 m, sem empregar qualquer tipo de modem, Com 0 uso do modem, niio ha limite de distancia. Além disso, o acoplamento permite implementar uma arquitetura de sistema funcional ¢ fisicamente distribufda, A seguir serdo descritas algumas facilidades obtidas com 0 uso dos CLPS, 4) Microprocessamento Corresponde a fungiio de que os CLPs sto dotados e destinada a realizar operagdes aritméticas comuns e transmitir e armazenar informagdes. ‘Compreende-se por operagies aritméticas comuns os processos de soma, subtracao, multipli- cacao, divisto, comparagio ¢ totalizagao. Ja 0 processo de transmissao e armazenamento de informagdes torna-se um recurso poderoso na automagao de sistemas industriais. b) Sinatizag A fungdio de sinalizago permite o CLP monitorar uma determinada quantidade de eventos, a depender do tipo utitizado. Através de programas dedicados, a fungao de sinalizagao esté associada a um anunciador de alarmes com retengao de eventos que permite identificar a origem de uma seqiiéneia de eventos, facilitando as corregbes necessérias para as ocorréncias i cup Mestre Interface Serial RS2320 i a AUTOMAGAO INDUSTRIAL 641 ) Controle de malha Existem dois tipos de controle de malha nos processos de producao: + Controle de maha aberta Hb empreeaae nes roceasne de: premapns aoe qual nto 36 far Receeeito Comparar'a VarIAvel controlada com um valor de referéncia pré-ajustado. Como exemplo, desejase identificar, num processo de verificago automitica de engarrafamento de bebida, a presenca de alguma garrafa ‘azia apés 0 processo de enchimento. A condigdo assumida é sim ou ndo. E uma variavel do tipo digital. Neste caso, a verificagdo da qualidade de enchimento da garrafa, isto é, se ela esté 50, 60 ou 100% completa, ¢ feita em outra etapa da linha de produgao. + Controle de matha fechada ‘empregado nos processos de produgio nos quais a variavel de controle é constantemente ‘comparada com um valor de referéncia pré-ajustado. Neste caso, hé uma correspondéncia biuni- ‘yoca entre a varidvel controlada e a sistema de controle, Retormando ao exemplo anterior, pode-se concluir que 0 proceso de verificago da percentagem de enchimento da garrafa caracteriza-se ‘como um processo de controle de malha fechada, © controle de malha fechada implica a utilizagao de interfaces de sinais analégicos ou conversores anal6gicos/digitais e digitais/analégic Para caracterizar melhor esse processo, podk dividi-lo em dois tipos basicos: = Controle de matha fechada em maquinas operatrizes Certas méquinas operatrizes so dotadas de dispositivos de alta sensibilidade para controle dimensional do produto, fazendo as corregées necessirias, de forma a manter dentro de uma faixa de precisio predefinida as dimensées do produto final. Como exemplo pode-se citar 0 caso de quinas retificadoras, — Controle de malha fechada em proceso E de largo uso nos sistemas de automagao industrial integrado, em que um certo nimero de sensores posicionados ao longo do processo realimentam o sistema dle controle através de sinais anal6gicos transformados em variaveis controladas, sendo que esses sinais so permanentemente comparados com um padrao de referéncia, gerando um sinal de desvio que atua sobre os disposi- tiyos de controle do processo, reconduzindo as varidveis controladas aos valores predefinidos, es- chad. ‘Jo € processamento dos valores medics Em diferentes etapas de um processo de produgdo, é necessério aquisitar valores de temperatu- ra, pressio, vazao, ruido, vibracio, umidade, nivel, tensdo, corrente etc. Através de programas de- dicados ¢ utilizando-se interfaces seriais analdgicas, podem ser aquisitadas todas as grandezas mencionadas aps 0 que sao processadas ¢ comparadas com valores de referéneia, gerando sinais de comando, intertravamento, contagem, temporizacao, sinalizacdo etc. A aquisigdo dessas gran- dezas ¢ feita através de sensores especificos, tais como termémetros, pressostatos etc. ©) Sincronizagaio Dois ou mais CLPs podem ser conectados através de suas entradas e saidas e sob a geréncia de um programa dedicado, sincronizados por software. f) Relatorios Sempre que hd um evento no proceso resulta uma mensagem que é armazenada em meméria permanente, sendo que cada mensagem tem um niimero definido de caracteres. Para se obter as informagdes desejadas relativas aos eventos pode-se fazer uso de uum progea- ma dedicado que emite um relat6rio das mensagens gravadas. Essas mensagens podem ser trans- mitidas através de uma interface serial RS232 a um periférico qualquer que pode ser uma impres- sora, um gravador de CD etc, 642 FIGURA 14.7 Frontal de uma IHM. Capiruto QuaroRze 14.3.1.1.2 Intertace-Homem-Maquina (1HM) ‘Quando da instalagiio de Controladores Légicos Programaveis em processos industrials ne- cessita-se um equipamento que possa interpretar os dados coletados dos diferentes CLPs escra- ‘vos instalados na linha de produgio e fornecer de forma visivel ¢ prética as informacdes das quais os supervisores necessitam, através de um display alfanumérico de cristal liquido, e, por ‘outro lado, permitir que o mesmo supervisor possa fornecer aos CLPs as instrugGes necessérias a0 desenvolvimento do processo através de um teclado configurdvel. Tanto 0 display como 0 teclado referidos sito posicionados na parte frontal do equipamento, conforme mostrado na Fi- gura 14.7. OTHM € um CLP ao qual foram incorporados as fungdes caracteristicas de interfaceamento centre 0 supervisor e 0 processo, usando os programas residentes como veiculo de interpreta Gio. ‘OTM permite que se faga conexio com chaves seccionadoras, disjuntores, botoeiras, painéis mimicos dinamicos, consoles, impressores, gravadores etc. Para isso, possuem canais de entrada saida analégicas e digitais e comunicagao serial. OIHM pode ser ligado a um tinico CLP ou a um conjunto de CLPs operando em rede, bem como pode ser conectado a outro IHM. Neste caso, é dotado de um microprocessador que atua como interface entre o supervisor ¢ os CLPs escravos. 14.3.1.1.3 Programacao dos CLPs ‘Também chamada de linguagem industrial, 05 Cl anterior se earacterizavam por serem gerenciados através de uma linguagem de operagao cfctica, sem controle de tempo para execugio das tarefas. Porém, modemamente foram desenvolvidos programas que contemplam cescalonamento de tarefias ¢ tratamento de interrupgdes, embora os programas mantenham as ca- racteristicas de linguagem de diagrama de relés. Devido as diferengas de tecnologia de Fabricamtes e as peculiaridades dos processos indus- triais, a IEC 1131 estabelece como padrio pelo menos cinco linguagens de programagdo, ou seja: + Structured Text (S + Ladd Diagram (LD) ‘+ Instruction List (IL) + Sequential Function Chart (SFC); + Function Block Diagram (FD). i ‘ORM AUTOMAGRO Auromagde Industri 8288888 8B8SSe@ 829OS88 888SR8e © © ‘AuTowagao INOUSTRIAL 643 14.3.1.2 Unidades terminais remotas (UTR) Sao unidades independentes, com a fungi de coletar dados ¢ executar comandos dos equipa- ‘mentos do processo. Os dados coletados podem ser digitais (ligado/destigado, fechado/aberto, pulsos, acumuladores ete.) ou anal 6gicos (medida de tensdo, corrente, freqiéncia, angulo de fase ete.). Os controles emitidos pela UTR poderdo ser digitais, através de relés, ou analégicos, na for ‘ma de um valor de tenso varidvel dispontvel nos terminais da UTR. As UTRs deverao ter capacidade de executar programas de controle local, independentemente dda ativagao do Centro de Supervisdio e Controle, mas com possibilidade de intervengiio do mes- mo, bloqueio ou ativagio através de modificagio de pontos definidos na base de dados da UTR. Esses controles locais devem ser executados de maneira similar aos que ocorrem nos CLPs, com (05 programas senclo gravados de maneira nao-voldtil, em meméria propria da UTR. Estes progra mas podetdo ser modificados e recarregados na meméria da UTR, utilizando-se as Ferramentas normais de configuragdo da mesma, Os programas deverao ser escritos © compilados em microcomputadores pessoais e transferidos através de canal de comunicagio sem interrupgaio das Fungdes de supervisio. As UTRs devem ser montadas em painéis, em gabinetes metilicos ou em fibra de vidro 14.3.2 Unidades Dedicadas 14.4 INTERFACE COM 0 Sto equipamentos que desempenham fungdes especificas junto a0 processo ¢ guardam as mesmas caracteristicas funcionais da Unidade de Aquisigdio de Dados e Controle, Essas unidades aquisitam informagdes via entrada anal6gica, tais como tensio, corrente, Angulo de fase et, disponibilizando o resultado do seu processamento numa saida digital conectada a um circuito de comando de um equipamento. Sao conhecidos como Unidades Dedicadas os seguintes dispositi- a) Relés digitais + relés de sobrecorrente; + relés diferenciais; + relés de distancia; + relés multifungao ete, b) Oscilégrafos Sio equipamentos destinados a registrar as anormalidades ocorridas nos sistemas elétricos de forca, tais como sobre e subtensao, sobrecorrente, sobre e subfreqiiéncia etc Esses equipamentos so dotados de unidades digitais e anal6gicas para aquisigo de informa- ‘¢6es, disponibilizando o resultado do seu processamento em tela de monitor, papel ete. ©) Unidades de intertravamento ‘So unidades que contém uma determinada quantidade de entradas digitais que recebem infor: mages de estado dos equipamentos, aberto ou Fechado, e, de acordo com a légica do provesso para a qual foram programadas, disponibilizam o resultado dessa logica num determinado ntimero de saidas digitais, de tal forma a inibir ou tiberar certas fungOes de comando de um equipamento. PROCESSO Para que as Unidades de Aquisigdo de Dados (UADs) possam receber as informagdes do pro- cess0 € nele atuar & necessério utilizar alguns dispositivos de relativa simplicidade. 14.4.1 Transformadores de Medida Normalmente as grandezas elétricas envolvidas no proceso siio a tensiio e a corrente, cujos valores, em geral muito elevados, inviabilizam o uso dos equipamentos de tecnologia da informa Ho ligados diretamente a rede ica de alta corrente e/ou de alta tensdo. Em virtude disso, Usados os transformadores de medida, 644 14.4.2 Transdutores FIGURA 14.8 "Transducor Capiruto Quarorze a) Transformador de corrente (TC) Sua descrigio ¢ aplicagao estio contidas nos Capitulos 9 e 10. b) Transformadores de potencial (TP) Da mesma forma que 08 TCs, os transformadores de potencial foram estudados no Capitulo 9, Aconselhamos 0 leitor rever esses assuntos, Silo equipamentos capazes de converter medidas elétricas em valores proporcionais de tensto € corrente, (0s transcutores exercem um papel imprescindivel no campo da medigao ¢ controle. So usa- dos em conjunto com instrumentos convencionais de bobina de ferro mével e registradores, € permitem fornecer dados local ou remotamente. (Os transdutores podem ser dotados de safdas de tensio, corrente e, alternativamente, de sadas, seriais. Os transdutores de said de tenso possibilitam algumas aplicagdes em que os disposit vyos de recepgao necessitam uma entrada de tensio real, porém, desvantajosamente, requerem um determinado consumo de corrente, o que pode introduzir alguma imprecisio na medida, 14 os trans- dutores de safda de corrente compensam automaticamente as variagbes da resisténeia dos condu- tores que conduzem o sinal, eliminando basicamente a imprecisao da medida, o que resulta a maior aplicagao desses equipamentos, Os transdutores de saida serial podem ser conectados diretamen- te a um microprocessador que iri trabalhar os dados ¢ fornecé-los da forma desejada (Os transdutores fornecem um sinal anal6gico em corrente continua proporcional & fungio de entrada que esti sendo medida, Devem ser instalados proximo ao instrumento cuja grandeza elé trica se quer medir. Depois da conversio dessa grandeza elétrica 0 sinal 6 enviado através de con- dutores de cobre apropriados um ponto remoto para fins de medigao e/ou de processamento, A ‘igura 14.8 (a) e (b) mostra, respectivamente, um transdutor e sua inser¢ao num diagrama de apli- cagao. ‘A aplicagdio de um transdutor deve considerar a bos usados em telefonia convencional e a do equipamento receptor. O total estar compativel com o valor da resisténcia do transdutor. (Os transdutores com saida serial permite que todos os dados aquisitades em sistemas monofésicos ¢ trifésicos sejam enviados simultaneamente, Sao inteiramente programéveis para uuso com TCs de qualquer relagao, podendo alternativamente serem usados em TPs, ‘A safda serial de dados, usando um protocolo adequado, dependendo do fabricante, faz desses, equipamentos uma escolha ideal para aplicagao em sistemas de automagao de subestago e geren- ciamento de energia com 0 tratamento de dados aquisitados feito pelo sistema SCADA, sendo ‘que um tinico fio de par trangado permite comunicagio com varios receptores a longas distancias, aproximadamente a 1,000 m, sem nenhuma amplificagio intermediéria, O uso de amplificadores téncia dos condutores que podem ser ca s deve amplia a capacidade de utilizagao dos transdutores, conforme esquematicamente se mostra na Fi- ‘gura 14.9. Os transdutores podem ser ligados tanto a Controladores Logicos Programaveis (PLCs) como a computadores pessoais (PCs). Os transdutores com saica serial podem ser programados remotamente por um PC. (Os transdutores podem meddir, converter e enviar sinais aos seus respectivos receptor pondentes as seguintes medidas elétricas, Processador de Dados (a) Vista de um transdutor (b) Dingrama de aplicagao AGURA 14.9) Ligagio de transdutores de saidas seriais a longas distancias ‘AUTOMAGAD INDUSTRIAL 645 Mentor Teelago wade cainia [Tel | HN ee Tranedutor + tei + corrente, em valor eficaz: + poténcia ativa: + poténcia reativa; + poténcia aparente; + poténcia ativa média; + poténcia média aparente; + consumo de energia ativa; + consumo de energia reativa; + temperatura; + rotagao; + resisténcia elétrica, ‘Jo, em valor eficaz: 0s dados basicos dos transdutores com safdas serial ¢ analigica sao fornecidos a seguir: ) Transdutores com sada serial + entrada de tensdo: maximo de 500 V/20-800 Hi + entrada de corrente: maximo de 5 A/20-800 Hz; + saida: serial (RS485); + alimentagao: 110/240 V; + consumo = 3 VA. >) Transdutores com safda analégica + entrada de tensao: maximo de 500 V/20-800 Hz; + entrada de corrente: méximo de 5 A/20-800 Hz; + safda: 4-20 mA (isolada galvanicamente); + alimentagdo: 110/240 V; + consumo = 3 VA Normalmente os fabricantes disponibilizam aos seus clientes programas capacitados a dialo- gar com um determinado mimero de transdutores ligados em rede com protocolo de comus serial, Esses programas, em geral, operam em ambiente Windows. Sao dotados de varias fungoes que facilitam a operacionalidade do sistema, ou seja a) Fungdes de configuragao Permite configurar uma programagio remotamente a partir de um PC para um determinado ntimero de transdutores ligados em rede. Pode ser executada nesta configuragdo a relagao de TPs € TCs, fixagdo de enderegos, tempo de integragio etc. Através de fungdes avangadas é possivel configurar alarmes, relés de saidas, contadores de energia para diferentes tarifagées etc, FIGURA 14.10 Forma de ligago de um transdutor de poténeias ativa.e reativa Captruio Quarorze Carga b) Transferéneia de medigao Permite que se transfira para a tela do PC as medigdes disponiveis em cada um dos transduto- res ligados em rede, Essas medigées podem constar de valores de corrente, tensio, energia, de- manda maxima (quando o transdutor portar memdéria RAM), fator de poténcia ete, Como os transdutores trabalham normalmente em ambientes magnéticas ¢ ¢letricamente hos- tis so dotados de uma protecdo contra essas interferéncias. Os transdutores podem ser ligados ao sistema elétrico de varias formas a depender de sua ten- Jo (continua ou alternada) e de sua fungdo de medigdo (medigdo de tensao, corrente, frequéncia etc.). A Figura 14.10 ilustra a forma de conexao de um transdutor de poténcia ativa ou reativa a dois elementos — trés fios. 14.4.3 Sensores e Controladores Sensores siio dispositivos destinados & detecgio de grandezas, tais como presenga, temperatu- ra, velocidade, pressao etc, Um outro dispositive, denominado controlador, ao qual o sensor esté -conectado, sentindo a presenga da grandeza detectada, faz atuar um tereeito dispositivo, denomi- nado atuador, que pode ser um seccionador, um alarme sonoro ou visual, ou qualquer outro dispo- sitivo do sistema, Esta descrigio ¢ tipica de controles automidticos convencionais. No entanto, dentro de um pro- jeto de automacdo, usando técnicas digitais, o sensor, ao detectar a grandeza, sensibiliza 0 ‘controlador que através de um contato seco, que corresponde a um sinal digital, disponibiliza na rede de comunicagao essa informacao que € utilizada para os mais diversos fins. ‘Como 0 sensor utiliza de técnicas eletronicas, nao dispde de contatos mecdnicos sujeitos a desgaste continuo e vida til reduzida. Opera silenciosamente sem choques ou vibragdo, sendo insensivel a oscilagdes violentas. Existe uma grande variedade de sensores no mercado de automagao industrial, Sera descri- tos, para efeito de compreensio do processo de automagio industrial, aquetes mais comumente utilizados. 14.4.3.1 Sensor de nivel £ constitufdo por um dispositivo imerso em liquido cujos eletrodos conduzem uma pequena corrente elétrica, conforme mostrado na Figura 14.11, Quando o Hiquido deixa de fazer contato com 0 eletrodo do par sensor interrompe-se a corrente elétrica fazendlo operar tum solendide sobre 6s comtatos secos de uma chave de comand, RIGURA 14.11 Sensor de nivel AUTOMAGAO INDUSTRIAL 647 a Sera Se Mino Vote 14.4.3.2 Sensor de presenga ‘Também conhecido como sensores de proximidade, ses, ou seja 20 disponiveis no mercado em trés ver- a) Indutivos Possuem alta freqiiéncia de chaveamento e detectam todos os metais, sem contato, © sensor indutivo possui um oscilador que opera em conjunto com uma bobina localizada na sua extremidade frontal, criando um campo magnético de elevada freqiiéncia, cujas linhas de campo se projetam para fora, nas proximidades do dispositive. Quando um material condutor (metal) s aproxima da extremidade frontal do sensor, é enlagado pelas linhas de campo, provocando uma dispersdio magnética que retira energia do circuito oseilante (L-C), reduzindo a amplitude de osci- ago, o que € percebido pelo circuito eletrénico, gerando um impulso elétrico de comando. Quando ‘© material condutor afasta-se da extremidade frontal do sensor, ficam restabelecidas as condigdes de funcionamento desse dispositive. Hé dois tipos de sensor de presenga indutivo: corrente continua ¢ corrente alternaca, A Figura 14.12 (a) mostra um sensor de presenga do tipo indutivo. b) Capacitivos Operam sem contato € detectam materiais ndo-metilicos ©) Magnéticos Permitem a detecgdo de materiais a maior distincia, 14.4.3.3 Sensor dptico E um dispositive que opera com feixe de luz infravermetho, sendo constituido por um emissor or. Quando se interrompe o feixe de luz, € ativado um solendide que atua sobre um contato seco, conforme pode ser mostrado na Figura 14.12 (b). Ha duas versoes: relé ligado na so ¢ relé desligado na focalizacao, 14.4.3.4 Sensor de fim de curso S formado por um dispositive de contatos secos acionados por um solendide quando uma parte qualquer do processo atinge o fim de uma trajetéria definida. O fechamento ou abertura do conta- to gera um sinal digital. A Figura 14,12 (c) mostra um sensor de fim de curso. 648 FIGURA 14.12 Tipos de sensor (Capiruto Quarorze orca de Suporte (a) Presenga Contato Seco Emissor Receptor (b) Sensor Infrayermetho (c) Sensor Fim de Curso O sensor de fim de curso pode ser substituido por um sensor dptico, 14.5 PROGRAMAS E PROTOCOLOS (© mercado nacional disp6e de muitas altemativas de sistemas de Interface-Hormem-Méquina destinados & automagiio de subestagdes de poténcia, Dependendo do porte da subestagao e das facilidades que se deseja implantar, podem-se adquirir programas de diferentes potencialidades ¢ pregos. Mas antes da escotha de um sistema completo, ou pacote, devem-s cas tipicas de sistemas. analisar duas caracteristi- ) Sistemas proprietérios £ um conjunto de programas desenhados e desenvolvidos por um determinado provedor, nor ‘malmente um fomecedor de hardware, que tem a propriedade e os direitos de comercializar, im plantar alterar. Fm geral, 0 provedor fornece a solugio completa, isto €, hardware software, + Vantagens — compatibilidade entre software e hardware: — um tinico responsavel pela solugio; redugiio do tempo de implantagao do projeto, + Desvantagens — dificuldade de se implementa alteragdes junto ao provedor da solugio; Jificuldades de agregar novas facilidades utitizando um outro provedor, ~ dificuldade de o provedor abrir sistema para o cliente: — contrato de manutengao cativo com o provedor da solugao. b) Sistemas abertos Sao sistemas comerciais desenhados e desenvolvidos por empresas da érea de informatica os quais so negociados com o cliente, independentemente da origem do hardware. + Vantage — possibilidade de adaptaco do software a qualquer solugdo de hardware: — possibilidade do conhecimento do software pot parte da equipe técnica do cliente: = yantagens de prego de aquisigao pela competitividade; AUTOMAGAO INDUSTRIAL 649 — facilidades de agregar novas facilidades com outros provedores, + Desvantagens possibilidade de incompatibilidade entre o software e parte do hardware; — responsabiliade de implementacao do projeto distribuido entre diferentes provedores. 14.5.1 Estrutura de Base de Dados Existem trés tipos de arquitetura de banco de dados. Na arquitetura mais simples, os dados sao armazenados em forma de lista. Os dados podem também ser armazenados obedecendo uma or- dem hierdrquica, em forma de drvore. Finalmente, nos bancos de dados de melhor performance as informagdes so armazenadas de forma a guardarem uma relagée entre si, Sao os chamados bancos de dados relacionais. ‘As informagdes aquisitadas do sistema elétrico, bem como aquelas fornecidas via teclado ou arquivo, devem ser estruturadas adequadamente para serem acessadas pelos programas. Ha trés diferentes tipos de base de dados. 14.5.1.1 Base de dados em tempo real (on-fine) Constituem os dados dindmicos da base de dados aquisitados do sistema elétrico formada pe- los dados de natureza analégica e digital A base de dados em tempo real deve ter prioridade de acesso e estar residente na memsria prin- cipal, devendo-se minimizar 0 acesso a disco, 14.5.1.2 Base de dados de cadastro (off-line) Constituem os dados definidos pelo usuario, tais como diagramas, limites de varidveis etc. A base de dados de cadastro pode residir em disco rigido e ter tempo de acesso superior a0 tempo de acesso definido para a base de dados em tempo real. 14.5.1.3 Base de dados histéricos Todos os dados do sistema elétrico podem ser armazenados em Arquivos Historicos, que constituem um arquivo em disco que contém dados armazenados ao longo de um intervalo de tempo selecionado. Todo dado digital deve ser armazenado a cada variagao de estado do mes- mo e todo dado de medida anal6gica deve ser armazenado seguindo uma periodicidade ajus. tavel. Os Arquivos Hist6ricos devem ser armazenados de maneira circular numa base horéria, di- 4ria, semanal, mensal e anual. tamanho médio em bytes dos registros de dados e a periodici- dade média do armazenamento dos registros tém influéncia direta na dimensao do Arquivo Historico. 4.5.2 Caracteristicas Basicas de Interface-Homem-Maquina Quanto mais amigével é o relacionamento entre os usudrios € o sistema maior é 0 seu valor agregado, Podem-se citar algumas caracteristicas fundamentais do sistema: + facilidade de acesso a uma seqiiéncia de informagdes em miiltiplas telas; + intercambialidade de telas; + uso de ferramentas de toque para ativar as fungdes do sistema; + facilidade de idemificagdo dos objetos de tela 4.5.3 Sistema Operacional BE aagiivirdsolia qual devenoperciodos onaplicallvns dd siitems: Deve ter caracteristicas de plataforma multitarefa a tempo real, entendendo-se por multitarefa a propriedade de que o sistema ¢ dotado para executar diferentes tarefas simultaneamente. Po- 650 ‘CartruLo Quatorze dem-se citar como exemplo a capacidade de o sistema gerar alarmes, interpretar os comandos do operador numa determinada situagao operativa, visualizar dados aquisitades on-line juntos ao di- fagrama unifilar e outras tarefas similares, todas realizadas simultaneamente, A caracteristica de tempo real refere-se & capacidade de receber do sistema elétrico um certo ntimero ce informagdes como tensdo, corrente, disparo do disjuntoretc.,€ tratar essas informagdes ¢ respondé-las em tempo extremamente curto, em fragdes de milissegundos. Como ilustrago podem ser mencionados os sistemas operacionais WINDOWS e LINUX para sistemas de automagao mais complexos, normalmente instalados nas estagbes de trabalho (workstations) de alto desempenho. 14.5.4 Sistema de Geréncia de Bancos de Dados 14.5.5 Software SCADA Os sistemas elétricos geram grandes massas de dados que devem ser arquivadas para fins de estudos de operagio e manutengdo, além de subsidiar 0 Sistema Corporativo da indtistria, caso haja, tais como médulo financeiro, administrative etc, Em fungdo disso, sio utilizados gerenciadores de bancos de dados com capacidade adequada aos requisitos do projeto. 14.5.4.1 Geréncia de banco de dados em tempo real Os dados digitais so aquisitados do sistema elétrico na sua forma digital, como ocorre com o estado operacional do equipamento, ¢ na forma analégica, ais como os valores obtidos de corren- te, tensao, freqiiéncia etc. provedor do sistema de automagio € 0 responsavel pelo desenvolvimento do software de ‘acesso ao banco de dados e por sua disponibilizagdo ao uso de qualquer aplicativo. 14.5.4.2 Geréncia de banco de dados de cadastro © banco de dados de cadastro deve ser gerenciado por um programa comercial de base de da- dos relacional, de largo uso em sistemas de automagao. Sao conhecidos os gerenciadores ORACLE © ACCESS, 14.5.4.3 Geréncia do hanco de dados histéricos E usado 0 mesmo gerenciador do banco de dados de cadastro, is do sistema elétrico em £0 programa responsavel pela aquisigao de dados analégicos ¢ tempo real, acumulando as seguintes e principais fungoes: + processador de totalizadores (medicao de energia): + processador de dados calculados; + processador de seqiiéncia de eventos; + processador de medidas analégicas: + processador de estados digitais: + processador de controle supervisério (comando). 14.5.6 Software de Comunicacao (0 servigo provido pela rede local (LAN) baseado no padro Bthemet, por exemplo, é definida pelo protocolo, sendo comumente utilizado 0 protocolo TPC/IP (Transmission Protocol Control! Internet Protocol), abe salientar que o TPC/IP € um protocolo de comunicagao e nao um software. O software de acdo 6 que implementa o protocolo TPC/IP. Além disso, 0 software de comunicagio da rede local deve estar integrado ao sistema operacional, comuni AUTOMAGRO INDUSTRIAL 651 14.6 AUTOMAGAO DE SUBESTAGOES DE POTENCIA Como ja foi explicado no Capitulo 10, no jarzdo dos profissionais de automagio existe uma diferenga clissica entre automatizar e digitalizar uma subestacao de poténcia. Dessa forma, automatizar uma subestacdo significa doti-la de recursos de inteligencia antficial utilizando os relés estéticos (relés burros) ou digitais. Digitalizar uma subestagao significa aplicar 0 mesmo principio, porém utilizando relés digitais gerenciaclos por um sistema que permite desenvolver simples atividades de comando, protegao e medigao, até atividades mais complexas, tais como a recomposigio operacional de uma subestacio, apds um evento de falta de tensao de alimentagao, No primeiro caso, os resultados obtidos sao limitados. No segundo caso, podem-se obter facilida- des operacionais extraordinérias, Porém, neste capitulo nao esté senclo considerada esta diferenga © se empregaré o termo automagao para ambas situagoes, E bom lembrar que a entrada da microinformética na operago ¢ comando das subestagdes iio agregou novas fungdes, apenas substituiu as tarefas, muitas vezes mondtonas, dos operado- res, No entanto, a automagao das subestagdes modificou as praticas operacionais, ¢ isto fez a diferenga. Normalmente as subestagdes automatizadas no requerem operadores presentes & sala de ope- ragiio. Apenas empregam operadores mais qualificados gerenciando-as remotamente. ‘A Figura 14.13 mostra a topologia geral de um sistema de automacao simplificado. Cada um dos PCs indicados na figura desempenha uma fungaio. O PC do ponto (A) & responsiivel pela in- terface entre 0s equipamentos de aquisigao de dades com os PCs no nivel hierdrquico imediata- mente superior, além de tratar adequadamente dos protocolos de comunicagio, O PC do ponto (B) € responsavel pelo arquivamento da massa de informacdes geradas, ou simplesmente Arquivo Hist6rico, ¢ das variveis do sistema. Finalmente, o PC do ponto (C) serve de Interface-Homem: Maquina entre o operador e o sistema de automagiio. Atualmente existem vérios sistemas para controle e automagao local ¢ remota de subestacdes, sendo conhecidos os sistemas SINAUT LSA (sistemas centralizados ¢ distribuidos) e SICAM SAS, ambos da Siemens. 14.6.1 Fung6es de um Sistema de Automagao FIGURA 14.13, Exemplo de topologia de uma subestagdo automat izada As principais fungdes de um sistema de automagdo de subestagiio so: HE “Penton ‘ooMer HA Comunicagae Mulia CConuresete Sonal ASHES Conolaores Fill 3 aes auf Tumors | 652 Captruio QuaroRze a) Monitoragao Possibilita que 0 operador do sistema tenha uma representagdo gréfica na tela do monitor de todos os esquematicos da instalagio, notadamente o diagrama unifilar mimico, indicando os valo- res de tensio, corrente, poténcia ativa, reativa ¢ aparente corresponclentes a cada circuito, As telas devem ser organizadas de acordo com o nivel de informagao desejado pelo cliente, devendo dlisponibilizé-las na forma mais geral e, sucessivamente, detalhando-as até serem reveladas na sua forma mais analitica, b) Protegi Os relés utilizados podem ser do tipo anal6gico ou digital. A monitoragao com relés analégicos é feita somente através de contatos auxiliares nas posigdes aberta ou fechada. Ja os relés digitais adicionam um maior nimero de recursos, tais como transferéncia de informagées de estado ou de valores de corrente, tensao e poténcia para um Centro de Supervisao ¢ Controle (CSC), via siste- ‘ma de comunicagao de dados. Os relés de protegao digitais, cuja comunicagdo € feita através de interface serial, Ao conectados por meio de cabos de cobre concéntricos, ou cabos de fibra éptica, permitindo que seus parime- tros sejam ajustados para obter registros durante os distirbios, além de leituras de valores de media Se houver recursos no sistema de automagio, € posstvel o ajuste remoto dos parimetros do relé digital decorrentes de manobras ou de mudanca na configuragao da sub (3s relés eletromecéinicos ou estiticos necessitam ser ligados a dispositivos aux dos de transdutores (veja Secao 14.4.2), que transformam toda ¢ qualquer informa cem sinal digital. ©) Alarme A fungao alarme possibilita ao operador tomar conheeimento de quaisquer disfiangdes do si tema elétrico, tais como alteragées intempestivas da configuracdo na rede elétrica, transgressio dos limites de operagaio dos equipamentos ou qualquer irregularidade funcional, Deve existir uma lista de alarmes e eventos com a indicagao precisa do nivel de urgéncia para tomada de providén- ccias, Essa indicagdo deve ser representada por diferentes cores. Os alarmes, em geral, so gerados em trés diferentes niveis: + no patio da subestagao, incluindo o cubsculo dos disjuntores e 0 Quadro Geral de Forga na Casa de Comando: + nas unidades digitais do sistema de automagio auto-supervisionadas; + no processador do sistema, se algum valor limite for ultrapassado. Os equipamentos tanto podem ser manobrados localmente ou através do Centro de Supervisto Controle pormeio de interface grfica no console, representado pelo diagrama unifilar atuando ‘com a seta do mouse sobre o simbolo grifico corresponidente ao equipamento que se desejar co- mandar. 4) Intertravamento Possibilita o bloqueio ou liberagio das ages de comando em chaves seccionadoras motoriza- das ou disjuntores, de forma a prover seguranga na operagdo desses equipamentos, em fungo de sua posigio elétrica no sistema, O intertravamento se baseia num conjunto de regras aplicadas com base no diagrama unifilar da subestagdo, Essas regras podem ser divididas em trés diferentes classes: + Seqiiéncia de chaveamento Possibilita a seqiiéncia correta durante a operago das chaves seccionadoras e disjuntores. + Seguranga durante a operagiio Inibe ¢ cancela a tentativa de energizar partes condutoras do sistema a terra ¢ também a opera ‘io de chaves seccionadoras em condigao de carga do sistema. + Seguranca em condigao de servigo ‘Tem a finalidade de prover intertravamento entre chaves seccionadoras e disjuntores com as chaves de aterramento. ‘AUTOWAGKO INDUSTRI 653 intertravamento pode ser realizado através de um processador dedicado que € supervisiona- do continuamente por meio de um programa especifico denominado wath-dog. ©) Religamento Esta fungio faz registrar ordenadamente a atuagao dos relés de protegao, abertura e fechamen- to de chaves seccionadoras motorizadas e disjuntores, akém de outras indicagdes de estado dos equipamentos envolvidos no evento, de forma que se possa conhecer a sequiéncia correta desses eventos. £) Armazenamento de informagdes hist6ricas As medigdes de tensio, corrente, freqiiéncia etc. e as indicagdes de estado dos equipamentos no estigio pré-operacional sio armazenadas em meio magnético apropriado para permitir uma anlise pés-operacional. #) Graficos de tendéncia Ea fungao que permite ao operador observar a evolugao de certos valores, tais como corrente, tensdo e poténcia num determinado periodo de tempo, h) Osciloperturbogratia E a fungio que permite a aquisigdo de dados elétricos durante um evento perturbador que ‘normalmente resulta em sobretensdes, sobrecorrentes, sub e sobrefreqiléncia, possibilitando a sua representago gréfica na forma de onda, a fim de identificar ¢ diagnosticar o evento de modo a implementar agdes corretivas, tais como a alterago de ajuste dos relés e esquema de coordena- ao. i) Desligamento seletivo de carga Nas instalagdes industriais facilmente sdo identificadas as cargas prioritarias e nao-prioritarias, As cargas priorivérias sao definidas como aquelas essenciais & produgao e/ou seguranga das pes- soas ou do patriménio © que devem permanecer em operagdo ap6s um evento que ocasione uma redugio de oferta de energia A instalagio. A partir dessa informagio as cargas serio desligadas na ordem de prioridade, de forma a se manter o sistema operativo nos limites de sua capacidade re~ duzida. j) Controle de demanda maxima A fim de evitar que se pague pela ultrapassagem da demanda contratada na hora de ponta esta fungao seleciona as cargas prioritarias desligando-as sucessivamente, de forma a manter a demanda, naquele intervalo, no limite inferior dos valores contratados. k) Despacho de geragao Quando a industria ¢ dotada de geragao propria alternativa para suprimento da carga em hora de ponta, 0 operador dispde da funedo despacho para acionar 0 gerador ou geradores a fim de eli- ‘minar a demanda de ultrapassagem, sem reduzir a producio, 1) Controle de tensio Esta fungao faz acionar o comutador de tapes sob carga do transformador nos dois sentidos. O sistema de ventilagdo forgada, também controlado pela fungao de sobrecarga, pode ser acionado, compatibilizando a. poténcia disponivel do transformador com a demanda da carga. m) Controle de frequéncia Esta fungdo somente tem aplicagao quando a inddstria possui geragao propria alternativa, Po- rém, pode ser utilizada para monitorar a frequéncia fornecida pela concessionéria podendo orde~ nar o desligamento da carga se forem ultrapassados os limites admitidos, 1) Controle do fator de poténcia Consiste em comandar o banco de capacitores, adequadamente dividido em blocos de poténcia reativa controliveis, de forma que se mantenha nos limites previstos pela legislagao (veja Capitu- Jo 4) 0 valor do fator de poténcia. 654 ‘Caetru.o Quarorze 0) Reaceleragio dos motores Quando o sistema elétrico é acometido de um processo de subtensiio, os motores sao desconee- tados da rede através dos seus respectivos sistemas de comando. Com 0 retomo da tensio a sua condigiio de servigo, o Sistema de Supervisio de Controle (SSC) inicia 0 processo de religamento dos motores, de forma a nao permitir a reaceleragdio de um nimero de motores que provoque uma queda de tensio superior a um valor predefinido, © SSC é informado do limite de cada Centro de Controle de Motores (CCM) com referencia 4 quantidade de poténcia aparente que pode ser dre- nada sem afetar 0 nivel tolerdvel de tensdo. Também o SSC tem informagdes do tipo de acionamento de cada unidade motriz relevante e o ajuste da tensdo de partida, como, por exemplo, 0 tape ajus- tado da chave compensadora ou a tensio de pedestal das chaves de partida estaticas, além do ni- mero de partidas hordrias toleravel para cada motor e o tempo maximo de partida. p) Medigao Nas subestagdes digitalizadas, as medigoes sdo registradas nas unidades de medida dos alimentadores ¢ transmitidas ao Centro de Supervisio ¢ Controle, obedecendo a seguiinte classifi- cacao’ + as medigdes destinadas 2 apresentag2o no console so requisitadas somente quando a tela apropriada é chamada pelo operador; + as medigdes predefinidas para armazenamento na meméria do sistema sdo requisitadas ci- clicamente, de acordo com os requisitos estabelecidos; + as mediges supervisionadas para comparagdo com limites impostos so transmitidas ao Centro de Supervisado e Controle somente se tais limites forem transgredidos. 4g) Supervisao ‘Todas as posigdes de chaves ¢ disjuntores so representadas por duas diferentes indicagdes binérias: ligada e desligada, Se nio hd eventos a considerar, caracteriza-se uma sittiagdo normal © as duas indicagdes esto em oposigao entre si. Se ambas as indicagdes se estabelecem na posicio Jigada, o sistema de automagao emite um alarme, enquanto que s¢ as duas indicagdes se firmam na posigao desligada caracteriza-se o estado de operagao, gerando, dessa forma, a agiio da Fungo de supervisio do tempo de operagao, cuja duracao depende do tipo de elemento que esté sendo operado, O sistema de automagao faz gerar um alarme se, decorrido o tempo de operagdo, a chave ‘ou disjuntor ndio alcangarem o estado de operagéio normal 1) Comando A fim de possibilitar a flexibilidade de comando da subestagdo no caso de uma fatha parcial ou geral do sistema de automagao, permite-se que 0 comando de chaves ou disjuntores seja operado no local ¢ em ponto remoto, o que € possivel pelo acionamento de uma chave localizada estrate- zuicamente no gabinete do disjuntor. Como regra a seguir, antes de um comando ser executado 0 sistema verifica se um outro comando esta sendo executado e se a funcao de intertravamento per- mite a sua execugdo, além da verificagao da posigao de bloqueio da chave ou disjuntor a serem operados. 14.6.2 Arquiteturas dos Sistemas de Automagao Antes de se tomar uma decistio de automatizar uma determinada subestagao existente deve-se analisar detalhadamente os seus recursos operacionais, dispositivos de protecao ¢ alarmes utiliza- dos, histérico de falhas, confiabilidade e layout da instalagao. Como resultado dessa anilise, cabe selecionar a arquitetura adequada para aquela subestagdo em particular, Se esté-se diante de um novo projeto de subestacZo, a selegdo da arquitetura do sistema fica facilitada devido a inexisténcia das restrigdes que caracterizam uma subestagaio em operacio, De qualquer forma, hi vérias solugdes a considerar, destacando-se, no entanto, dois tipos de arquiteturas clissicas, sendo que: a cada uma delas podem-se agregar solugdes derivadas. Esses tipos de arquitetura de sistemas de automagao podem ser assim caracterizados: a) Sistema de supervisto e controle centralizado + uso de relgés convencionais (subestagdes existentes); + uso de relés digitais. GUA 14.14 rquitetura centralizada — onfiguragio | ‘AUTOWAGAO INDUSTRIAL 655 b) Sistema de supervisio controle distribuide — uso de relés convencionais (subestacdo existente); uso de relés digitais. 14.6.2.1 Sistema de supervisdo e controle (SSC) centralizado Também conhecido como sistema de processamento centralizado, consiste em concentrar fisi- ca e funcionalmente todo Sistema de Supervisdo e Controle (SSC) num determinado local onde fica instalado todo 0 hardware com os respectivos programas de Supervisio ¢ controle, O local escolhido €, de preferéncia, a Casa de Comando da subestao, ou alternativamente uma constru- 0 agregada, Esse sistema pode ser desenvolvido com duas diferentes arquiteturas: hardware centralizado processamento centralizado ou hardware distribuido e processamento centralizado. 14.6.2.1.1 Uso de relés convencionais A escotha desse tipo de arquitetura de sistema de automagio & apropriado para subestagdes existentes nas quais foi instalado um Quadro Geral de Forga (QGP), ¢ no qual estao concentrados todos os relés de protegao convencionais (relés de indugao ou estiticos, medigao etc, ), Normal- mente 0 QGF ¢ abrigado na Casa de Comando da su . juntamente com a unidade de reti- ficacdo € banco de baterias instalados em uma construgdo agregada especifica. Dessa forma, no Patio de manobra estao instalados todos os equipamentos de forga como disjuntores, religadores, chaves, transformadores etc. Para ilustrar essa concepcdo de sistema, observar a Figura 14.14 que caracteriza um arquitetura de hardware centralizado-e processamento centralizado, Nesta configurago, todos os condutores de protecaio, medica e controle sao levados até.0 QGF, junto ao qual deve-se instalar 0 hardware, a correspondente Unidade de Aquisigio de Dados & Controle (UADC) ¢ 0 Sistema de Supervisdo e Controle, Neste caso, A Unidade de Aquisigao de Dados ¢ Controle (UADC) compreende 0 Centro de Aquisigio de Dados da Protegio e 0 Centro de Aquisigio de Dados Anal6gicos. Pode-se perceber a grande utilizagao de condutores interli- gando os equipamentos localizados no patio da subestagao e 0 QGF, tomando o sistema extrema- ‘mente vulnerdvel e de baixa confiabilidade, Esta solugao permite evitar custos com a mudanga da configuragio do sistema elétrico. ‘Ao lado do QGF esté localizado 0 Centro de Aquisigao de Dados Anakigicos, conforme mos- trado na Figura 14.14. No seu interior estdo instalados os transdutores, responsaveis niio s6 aquisicdo dos dados analégicos que chegam ao QGF, tais como tensio, corrente e freq a rraneomader lay i; wet 14 = josie ; | RN amumeagio be DaGoR Tr Sie do Oh Pree LTE cases oe TODS) eres. V Josade Geral deFerga oan — carga carga -

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