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UD NOTA AU ELL ie Ue MCL A histéria da agricultura através do tempo Paulo H.B. de Oliveira Jr. Rio de Janeiro, maio de 1989 Nolas sobre a historia da agricultura através do tempo FASE - Federag&o de 6rgdos para Assisténcia Social e Educacional PTA - Projeto Tecnologias Alternativas Rua Bento Lisboa, 58 - 32 andar - CATETE 22.221 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (021) 285.2998 PTA / REDE E.S. Rua Alberto de Oliveira Santos, 40 s/ 221 Edificio Presidente Kennedy 29010 - Vitéria - E.S. Doress Projeto Tecaclogias Alternativas (FASE) Rua Banto Lisboa, 58 - Catete 22221 - Rio de Janeo - RJ Fone: 285-2998 Qe. Juu/e9 (MEE PROJETO TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS- FASE SUMARIO Apresentagso) =~... 0225030, gocegerttesspsie dees dees 3 A GELBER GE BEDIGUTEUIN | 6.5.b:09:00 onan 5.046 Gs: 6 06s cdecees 5 Sistema agrério de floresta ..........-csceeeeeeeee 14 Sistema agrério com pousio associado a criag3o e tracio animal ............. CREE EULESS 24 A primeira revolugaio agrfcola contemporanea — 0 cul tivo: das terras de pousio: 2... 42. soca iedeeaaaeaa 53 A segunda revolucdo agricola contemporanea — a in- dustrializagao da agricultura ..............-.-.--- 64. Bibliografia ...............- ‘ae SF. oe antl Hroducao Setar de Conuntesgéo Lourdes Gryzbowski Warcello Berges tutor de arte Lapse arte Marcelo Riani Marques Dat Ltograt ta APRESENTACAO ———— Estas "notas" foram escritas para um curso de formagfo de Monitores Agricolas no MEP ( Movimento de Edu- cagdo Popular ) do Espirito Santo, em maio de 1988. € uma pequena contribuig&o para o debate, entre agricultores, dos principais sistemas agrérios que marcaram a histéria. da a- gricultura. Foi escolhida uma linha evolutiva que culmina na agricultura hoje praticeda majoritariamente no mundo o- cidental. Existem varias lacunas neste trabalho. A difi- culdade de acesso eos estudos desta natureza ( sobretudo em lingua portuguesa ), aliada a brevidade com que o tema foi tratado nesta publicagdéo, néo permitiu um maior apro- fundamento. Ao mesmo tempo, varios sistemas agrarios orga nizados por outros povos da antiguidade ( incas, maias, e- gipcios, chineses, ) néo foram tratados. A preocupagado ba sica foi a de dar uma répida visdo panoramica dos princi- pais elementos constitutivos de determinados sistemas agré rios, que por longo periodo de tempo foram praticados Ce em algumas regides ainda o sao ) e sucessivamente transfor mados: as plantas cultivadas, os animais domesticados, © ecossistema no qual a prdética da agricultura se implantou, os instrumentos de trabalho disponiveis e sua utilizagao, a divis&o do trabalho e @ organizacao social. Os resultados alcangados com os agricultores no debate sobre a histéria da agricultura foram surpreenden- tes. 0 intuito foi o de trazer as experiéncias passadas para serem refletidas & luz do momento atual, vivido pelos pequenos produtores capixabas. Cedo, observou-se a curio- sidade deles pelo desfecho de determinadas situagdes, como se estivessem vivenciando as suas préprias experiéncias co- tidianas. "0 que aconteceu na Inglaterra com os cercamen- tos, € 0 mesmo que passa com a gente por aqui", disse um a- gricultor. 0 passado e o presente se fundem, oferecendo @ lementos para a reflex&o das condicgées de vida e de = sua transformagao. Ndo houve preocupagéo de se trazer ariqueze desse debate para este publicacdo. Procurou-se mostrar 0 desen- volvimento e transformagdes ocorridas, histérica e geogra- ficamente, na agricultura praticada pelo homem. Este foi o limite. Por isso acredita-se que es- te trabalho n&o se esgota por aqui. Ao contrério, ele tenta contribuir, com uma pequena parcela, na compreensao da génese, do desenvolvimento e das transformacies ocor das nas formas de dominagdo e de submiss#o, e nas lutas empreendidas pelos agricultores e suas familias pela 1li- berdade do seu jeito de ser. PAULO H.B. DE OLIVEIRA JR. Especialista em desenvolvimento agricola, assessor de movimentos populares rurais na érea da produg&o agricola. A ORIGEM DA AGRICULTURA Neen es A agricultura é um fenémeno recente na histéria da humanidade. Segundo a arqueologia, enquanto a existén- cia do homem é avaliada em aproximadamente 1.000.000 de a- nos, os vestigios de uma prética agrfcola surgiram, no méximo, hdé 10,000 anos. Durante a maior parte de sua existéncia, 0 ho- mem retirou da natureza os produtos necess4rios 4 sua ali- mentag&o garantindo, assim, a sua reprodug&o biolégica, A caga, a pesca e a coleta de frutos, rafzes, cereals, etc., foram as principais atividades humanas até que @ agricultu ra se consolidasse. A agriculture nao surgiu como uma transformagéo brutal onde, como num passe de magica, 0 homem, de caga- dor e coletor, virou agricultor. Algumas espécies ( vege- tais e animais ) comecaram a ser-cultivadas e criadas § ® jogo apés foram abandonadas. Animais e plantas foram do- mesticados e em seguida retornaram a seu estado selvagem. Populacées humanas diferentes domesticaram certas espécies por razées diferentes, para fins e usos diferentes. Uma mesma populag&o escolheu espécies diferentes porque tinham rezdes diferentes para esta escolha, etc. & muito dificil definir as diferengas entre as a tividades de caca e coleta e de certas formas de agricultu ra naquele perfodo. Nao existe sucessdo alguma de etapas que permita determinar com clareza os elementos capazes de demonstrar onde terminou o periodo da caca e coleta e come gou o da agricultura. Alguns autores afirmam que foi ne- cess4rio um perfodo de 1.000 anos para se passar da caga, pesca e coleta para uma predominancia das atividades de a- gricultura em determinadas sociedades. A agricultura surgiu quando uma determinada so- ciedade reuniu uma série de condigdes, historicamente sufi cientes, para tirar proveito das potencialidades de um meio natural determinado, Dentre os vérios elementos que possi bilitaram a emergéncia da agricultura como pratica social predominante cabe ressaltar: a) 0 modelo de consumo alimentar é anterior eo modelo de produgdo. A populag&o daquela ¢poca comegou a selecionar determinados alimentos para o seu consumo. Grande parte da alimentacgdo ainda ere proveniente da caga, da pesca e da coleta; os cereais comegaram a ser componentes da dieta a- limentar. Esta nova forma de consumo alimentar ( quantida- de e tipo de cereais selvagens ) possibilitou a existéncia de uma economia produtora de alimentos. Apareceram instru mentos de trabalho préprios para a coleta e armazemagem, e surgiu um novo aspecto essencial & existéncia da agricul- tura: a sedentariedade. b) A sedentariedade foi possivel em determinadas regides onde as condicdes do meio natural foram favordéveis ao de- senvolvimento de plantas e animais componentes do modelo ‘le consumo alimentar daquelas populagbes. Os cereais de- senvolviam-se bem nos terrenos aluviais e ao longo de cur- sos d'4gua. Foi em torno destes locais que as populagses do Oriente Médio ( Curdistdo, Palestina, Sirie ) se estabele- ceram e comegaram a fazer a coleta dos cereais. Assim, as condigdes para a produgdo de cereais existiam, j4 que os cereais selvagens se reproduziam no local. As populegdes lo Oriente Médio perceberam, pois, que os cereais provi- nham de grdos semeados. A aparic&o da agricultura foi possivel através de uma economia sedentdria de coleta intensiva. c) Por causa da sedentariedade, a criagao de animais come- cou a se estabelecer pouco a pouco. A caga era ainda 0 principal elemento da alimentag&o e se os animais eram cap turados vivos, eles eran guardados. Aqueles animais apri- sionados comecaram as .eproduzir em cativeiro. d) Os Instrumentos de trabalho para esta economia produti- va de alimentos nao foram desenvolvidos para uma utiliza- So macica, imediata e especificamente para esta finalida- de. Seu desenvolvimento econ6mico e funcional foi fruto de uma utilizagdo ( talvez por geragdes ) daqueles instru- mentos para outras atividades, até a sua utilidade funcio- nal. A coleta de cereais foi possivel com a utiliza- co de uma pequena foice ( lamina de sflex inserida eo lon go de um pedago de madeira ) que estava j4 desenvolvida. 0 consumo de cereais foi acompanhado, pouco a pouco, pela utilizagdo de moinhos ( os cereais eram colocados sobre uma pedra e tritutados com outra, rolica e pesada ye LAmina de sflex para machado e lanca Habitagdes com gravuras de instrumentos agr{colas emseu interior 10 0 desenvolvimento anterior da ceramica permitiu a utilizacdo de potes de argila para 4 armazenagem. Naquele perfodo surgiu também o polimento das pe Gras, que permitiu a transicg&o dos instrumentos de trabalho de pedra lascada para pedra polida. e) A organizacgado social daquela época é de dificil conheci mento. somente através de simbolos como o sol, as plan- tas,os animais, etc. € possfvel se obter alguns elementos cons titutivos de como os homens daquela época se organizavam. Alguns autores afirmam que houve uma modificagao na organizagdo social na passagem da caga e coleta para a agricultura. Numa economia baseada na agriculture, a so- ciedade era constituida em familia, sobre diferentes lo- cais; distinguie-se assim de uma organizagao anterior ba- seada em bandos. A passagem de uma economia baseada sobre a caca e a coleta para uma economia agricola foi uma transforma- ¢3o de longe duragdo onde as condigdes para aquela mudan- ca foram anteriores a ela e com uma ordem n&o*pré-defini - da. Aquela transformagdo durou milhares de anos e possibi litou @ formagio de todo um acervo de conhecimentos ( cul- tura ) que foi acumulado e transmitido de geragéo a gera- ¢&0 e apropriads por todos os membros da familia ( e/ou do pando ). A agricultura comegou a se desenvolver no perio- do cnamado neolitico, hd aproximadamente 10.000 anos. A evolugdo neolitica foi marcada sobretudo pela passagem da pedra lascada para a pedra polida, pelo aparecimento da ce ramica, e pelo surgimento da agricultura. esta Ultima sur giu em um ndmero limitado de dreas, com caracteristicas bem localizadas e especificas. Aquelas dreas nao eram mui to mumerosas e as mais conhecidas séo hoje o Oriente Mé- dio, a América Central e a China. Os modos de vida, a agricultura ( plantas culti- vadas, instrumentos de trabalho, os animais, etc. ) daque- las éreas iniciais, seriam estendidas progressivamente a Estas outras zonas cada vez mais vastas e distantes. no- vas regides s&o hoje chamadas de éreas de extensao. Em ca da uma destas dreas de extens&o, @ agricultura e a criagao de animais eram mais recentes que nas éreas iniciais e man tinham, ou nfo, as mesmas caracterfsticas culturais ( plan tas e animais ). AREAS DE EXTENSAO Europa AREA INICTAL . Oriente Médio (2 10.000 anos) Africa .Geste da Asia América Central (4 5-6.000 anos) Extens8o progressiva para o norte eo sul do Continente Americano China Extensdo pela regiéo (2 5.000 anos) do Pacifico Cada uma daquelas areas iniciais, e mesmo as é~- reas de extensdo, constituiam-se num complexo agricola. As plantas e os animais de origem selvagem foram sendo trans- neste ca- formados pelas praticas culturais. A selegao, an so, foi o resultado de préticas involuntérias e nao de uma selecgdo anteriormente preparada. 0 conjunto de plantas e de animais caracter{isti- co de cada érea inicial era: » Oriente Médio - *cereais: trigo, cevada; sleguminosas: lentilha, er- vilha, fava; «téxtil: linho; sanimais: bovinos, ovinos, caprinos, aves ( galinhas ). - Para a Europa Ocidental, acrescenta-se a aveia eo cen- teio; - Para a Africa, o sorgo. América Central - +cereais: milho; ‘ -leguminosas: feijao; et@xtil: algodao; sanimais: porcos, porquinho- da-india. - Para a Amazénia, acrescenta-se a mandioca. - Para o Peru, a batata. China - ecereais: arroz; «leguminosas: soja; Para alguns autores, existiram outras dreas ini ciais como, por exemplo, a Africa tropical. para outros, a Africa tropical apresentava algumas variedades 12 diferen- tes de plantas cultivadas ( sorgo, paingo ), mas o sistema warf{cola seria resultado da extensdo da agricultura do Ori ente Médio. 0 consumo de cereais permitiu o crescimento da populagdo. Para continuarem sedentérias, aquelas popula- gbes deviam ter uma quantidade suficiente de terras para a produgéo agricola e para alimentar os membros da comunida- de. Quando os cereais ( que se transformaram pouco a pou- co na base da dieta alimentear ) néo foram suficientes para alimentar toda a populace, houve uma crise no sistema a- grario. As solugdes possiveis foram a guerra ( entre comu nidades ou entre familias ), ou a migragdo das populagoes. A agricultura aluvial existiu em todos os locais onde foi possivel. Mas com as migragdes, a populagao depa rou-se com um outro meio natural, ou seja, a floresta. Resumindo: * A agricultura nao surgiu de um momento para o outro, Ela surgiu quando uma série de condigtes histéricas anteriores foram reunidas e permitiram a passagem da caga € coleta pa ra uma economia predominantemente agricola. * A agricultura surgiu em poucas 4reas. A mais antiga e mais conhecida est4 no Oriente Médio. * Revolugdo Neolitica: - ceramica - pedra polida - agricultura e criaggo animal 13 SISTEMA AGRARIO DE FLORESTA ee Este sistema agrério surgiu a partir da migragao do hoje Oriente Médio, que encontraram um novo ecossistema natural: a floresta. Se as condigdes técnicas e sociais s8o reunidas, a sociedade pode mudar o modo de exploragdo do meio natu- ral. A acumulacdo de forcas produtivas de uma sociedade permite a mudanga, caso seja necesséria e vantajosa, do sistema agrério anterior. Das 4reas originais foi mantido: a) a sedentariedade; b) 0 complexo agricola - plantas e animgis ( ex- ceto se 0 clima era diferente ) c) os instrumentos de trabalho: moinho de grdos, ceramica e pedra polida; : Das d4reas originais diferenciaram-se: a) o ecossistema: no Oriente Médio as culturas eram sobre aluvides, ao longo dos rios. Nas éreas de extensdo predominava a floresta. b) 0 pioneirismo das populagdes migrantes. As migragdes se estenderam num ecossistema flo- restal, nas regides subtropicais da Africa, no Mediterra- neo @ nas regides temperadas da Europa. Uma floresta densa ( como naquele periodo ) a- presenta um est4gio arbéreo ( 4rvores grossas ), um 14 esta- gio arbustivo e muito poucas ervas no nivel do solo. Uma outra formagdo florestal que aquelas populag6es iriam en- contrar eram as formagSes herbdéceas como os campos, sava- mas e estepes. Num ecossistema natural os seres vivos estao em equilibrio depois de milhdes de anos, com todos os espacos ecolégicos ocupados. Nao hé portanto lugar para o homem, animais domésticos e plantas cultivadas. Para desenvolver a agricultura € necessdéria = a Para a luz, ou seja, que os raios solares atinjam o solo. tacar as formagées florestais as populagdes da época dispu nham de instrumentos de trabalho rudimentares como o macha do e pequenas foices de pedra, bastées de madéira, etc. A historia agraéria mostra que a escolha de florestas para @ prética da agricultura foi feita naquelas 4reas onde as 4r vores nao eram espessas. As principais operagies de artificializeg&o do meio florestal para a pratica da agricultura sdo a derruba dae 2 queimada. A derrubada manual, com os instrumentos de traba lho disponiveis naquela época ( machado de pedra polida ) destrufa a vegetagdo baixa e as 4rvores menos grossas. A derrubada da mata & necessdria para abrir uma clareira, on de os raios solares possam alcangar o solo. A queimada vem em seguida & derrubada. Ela tinha uma fung&o essenciel neste sistema agrdrio: a) limpava muito mais rapidamente o espacgo Vo para o culti 15 16 Queimada b) liberava a matéria mineral contida na biomassa vegetal destrufda. As cinzas que se encontram na superfi- cie do solo $80 matérias minerais mobilizadas e acumuladas nos vegetais. 0 fogoerao tnico modo de recuperacdo possi- vel do fertilizante mineral do sistema. Apés a derrubada e a queimada, com um bastéo de madeira misturlava-se as cinzas na camada superficial do solo ( matéria orgénica ). Esta mistura formava un leito de se- mentes, onde eran semeados 0S graos Para germinar e se desenvolver, a planta tem ne- cessidade: a) de minerais ( cinzas e matéria organica ); b) de sol ( clareiras na floresta ); c) de gés carbénico ( para a realizagdo da fotossintese ). No primeiro ano os agricultores semeiam cereais ( trigo e cevada ) e algumas leguminosas ( lentilhas ) nas éreas abertas; No segundo ano é cultivado o cereal no mesmo lo- cal com a conseqlente diminuic&o do rendimento das cultu- ras ou € derrubada uma nova drea de mato e repetidas as mesmas operagdes do primeiro ano. Se a diminuig&o do rendimento das: culturas n&o é muito grande, continua-se a cultivar no mesmo local. No terceiro ano a fertilidade do solo é muito baixa, mas néo 6 nula. Assim pode-se cultivar espécies ve getais menos exigentes como leguminosas, hortaligas, etc. € importante notar que uma das caracteristicas principais do Sistema Agrdério de Floresta € a de que exis- te uma sucessdo cultural associada a uma rotag&o de terras. A sucessdo cultural de dois ou trés anos é devida, essenci almente, as condigdes de reprodugdo da fertilidade. Neste sistema, é a floresta que supre o solo em matéria orgdnica, e que fornece as plantas os elementos mi nerais. £ a floresta, gragas ao seu enraizamento profun- do, que permite uma reciclagem dos elementos minerais. Por tanto a floresta exerce o papel de reprodutora da fertili- dade, essencial para a reproducdo do sistema. Apés dois ou trés anos de culturas sucessivas,um 7 longo periodo de pousio ( terra de descanso ) florestal é necessdrio. 0 pousio, a derrubada e a queimada so os mo- mentos principais de um processo de produgéo que assegura o autoconsumo alimentar das populagées e a reprodugéo da fertilidade do sistema. A distancia de uma comunidade a outra é determi- nada pelo seu raio de atividade: 6 necess4rio sair de ma- nh& e retornar & noite ( mais ou menos 10 km ). Assim, a superficie possivel de se derrubar por comunidade é de a- proximadamente 8.000 ha. Para este sistema de agricultu- ra, 1 he de floresta derrubada e queimada, equivale a 0,5 ha de terra cultivada. Para se conseguir um rendimento constante das la vouras e permitir ao ecossistema reproduzir sua biomassa ( reprodugdo da fertilidade do solo ) é necess4rio o plan tic de cereais por 2 anos seguidos numa mesma parcela e um de aproximadamente 38 anos. No Sistema Agrério de po Flo é praticada uma agricultura com um longo ciclo ( 40 anos ), com uma sucesso de culturas de 2 a- Neste sentido, cada comunidade pode derrubar uma 4rea de 200 ha por ano ( 8.000 ha/40 anos ) para poder ali mentar No Sistema Agrério de Floresta, a produgdo de ce @ apreximadamente 500 kg/ha. Como utilize-se uma cultural ge 2 anos, a produgso possivel é de g ce cereais/ano, 0 que ¢ suficiente para alimen , ne maxt 5, 1.090 pessoas ( 200 kg de cereais por pes— 1 I Relacgad, em 2Bancs, para voltar a se coltivar no mesmo local . Nea total: + 8000 ha. Quando uma comunidade alcanga 1.000 habitantes,a@ floresta é explorada nos limites de reprodugdo da fertili- dade do Sistema Agrério de Floresta. Caso a populagéo aumente para 1.200 habitantes, seré necessério derrubar 240 ha de mata ( 1.200 nabitantes x 200 kg/hab + 1.000 kg ), € 0 ciclo cultural serd de 33 3 nos ( 8.000 ha + 240 ha ). A rotagdo de terras passara portanto de 40 anos para 35 anos ( um pousio de 33 anos ) Neste caso a bDiomassa se reduz e os rendimentos diminuem em 20%. A pressdo demografica aumenta, o ciclo cultural diminui, 0 ciclo dos elementos minerais é menor, os rengi- mentos caem, o que implica ma falta dos alimentos necessé- trios aos habitantes da comuniaade Quais as solugbes encontradas por aquelas socie- dades? 19 minuic&o da floresta. cultivadas para compensar a perda de fertilidade do Com a diminuic&o do tempo de pousio, a floresta nao mais se reconstituir, degradando-se até chegar a um a) b) migrac&o parcial - algumas familias partiam da comunida de para outros locais, comegando assim uma nova comuni- dade; ‘ Se nao foi possivel a migracao: * houve o desenvolvimento de parcelas ao redor da comu- nidade. NestaS parcelas cultivou-se hortaligas e 4r- vores frutiferas, que eram fertilizadas com dejetos humanos e de alguns pequenos animais ( galinhas, por- cos ). Estas parcelas estavam situadas fora da rota- Gio de terras do Sistema Agr4rio de Floresta. * Podia-se aumentar a superficie de derrubada da flores ta por pessoa. A conseqiéncia, como foi dito anteri- ormente, foi uma diminuig&o do rendimento das cultu- ras. * Iniciou-se a derrubada de galhos e da copa das érvo- res mais grossas, ou seja, houve o ataque a outros estratos que nao eram explorados anteriormente. A con seqgiiéncia desta prdtica 6 a mesma que a do item ante- rior, ou seja, uma diminuig&o do ciclo cultural de 40 anos para 35, 30, 20, 10 anos, até chegar o momento onde nao hd mais nenhuma vegetagao para se derrubar Portanto a luta daquelas sociedades contra a di- do rendimento das culturas se fez em detrimento Houve uma extensao progressiva das plantas solo. péde ecos- sistema de savana. 20 A paisagem florestal desapareceu. No seu lugar surgiu uma paisagem descoberta, onde o ciclo cultural se alternava - néo mais com uma rebrota florestal - com um ta pete herbéceo inserido numa rotac&o de cultura de curta duracdo ( 5 anos ). Como se desenvolver a agricultura num ecossiste- ma de savana, com pouca biomassa? a) Queima-se as pequenas érvores, arbustos e ervas. A quan tidade de biomassa mineralizada pelo fogo € muito peque na. Apdés o fogo hé uma forte rebrota de capim que nao permite a formagdo de um bom leito de sementes: b) Diferente da floresta, a camada superficial do solo deste ecossistema de savana é cheio de raizes. Com um enxad&o revolve-se este "tapete" herbdéceo e pode-se ou queimar, ou deixar decompor, pera se fazer um bom leito de sementes. Pequenos montes podem ser feitos com este material, aumentando-se assim a fertilidade. €ntretanto o rendimento das culturas 6 ainda reduzido. Ao fim do periodo florestal, aquelas sociedades n&o dispunham de instrumentos de trabalho adequados para este novo ecossistema. Enquanto no ecossistema de flores ta a renovacdo da biomassa era de 30 t/ha/ano, ma savana nfo era maior que 5 t/ha/ano, Aquelas sociedades vive- ram numa érea com uma baixa fertilidade, com uma sucess&o de culturas de 3 anos, e um pousio de 5 anos. 0 sistema entrou em crise. Populagées migraram para encontrar outros locais, conquistar novas 4reas flo- réstais. Aqueles que ainda tinham reservas de floresta, mantinham-se no mesmo sistema. Onde a floresta desapare- 2 ceu, a situacdo de crise deu lugar a: a) desertificacdo ( Saara, Asia, Oriente Médio, ). A este pe ou o deserto foram o resultado de um processo de des truigdo da floresta. Nao existiem mais as condicgdes es senciais para a prética da agricultura. Apareceu uma criagéo de animais muito dispersa, que consistia em um pastoreio némade. Ao longo dos grandes rios, apareceu uma agricultura no pluvial - Vale do Nilo (Egito), cul tura irrigada (Mesopotamia, Pérsia). b) erosAo. Nas regides mediterraneas, a erosdo fez apare- cer 0 desenvolvimento de culturas nos vales. Nestes lo cais iniciou-se um sistema agrério com pousio e associa do & criag&o de animais. ©) na América Latina apareceu o Sistema Agrério Inca. d) mo Extremo Oriente ( india, China, Sudoeste da Asia ) surgiu @ rizicultura inundada: uma agricultura pratica— da no fundo de vales planos e aluviais, coma drena - gem de rios. Resumindo: * 0 Sistema Agr4rio de Floresta surgiu com a migrag&o de populagdes, que encontraram a floresta como ecossistema natural. * As principais operacdes de artificielizacdo do meio flo- restal para a prdética da agricultura foram a derrubada e a queimada. * A derrubada, pela simplicidade dos instrumentos de traba lho, era feita a partir das 4rvores menos espessas e dos 22 arbustos. Ela tinha a finalidade de fazer chegar os taios solares ao solo. A queimada tinha como finalidade a limpeza do terreno e a mineralizagao da biomassa contida nos vegetais. cultivava-se os cereais, no m4ximo, 2 a 3 anos seguidos na mesma parcela. A caracteristica principal deste Sistema Agrério era a sucesso cultural ( 2 a 3 anos ) associada & rotacdo de terras ( 30, 40 anos ) Os principais momentos do processo de producdo foram a derrubada, a queimada, o plantio, a colheita e o pousio. A reprodug&o da fertilidade do sistema era garantida a partir do desenvolvimento da rebrota florestal e de um ciclo cultural de longa duracao. Este Sistema Agrério entrou em crise quando se diminuiu o ciclo natural, reduzindo-se a quantidade de biomassa vegetal a ser mineralizada com a conseqiente baixa do rendimento das culturas e a falta de alimento para as comunidades. SISTEMA AGRARIO COM POUSIO ASSOCIADO A CRIACAO E TRACAO ANIMAL ————— Este sistema agrério surgiu nas regides Mediter- raneas ( sul da Europa ), resultado da degradagao do meio florestal pelo sistema agrério precedente varias foram as tentativas para se sair da crise do Sistema Agrério de Floresta, Esta transicao nao é bem definida, e€ n&o se pode, com clareza, perceber os caminhos seguidos pelas sociedades na busca de novas alternativas. OQ Sistema Agr4rio com Pousio, Assossiado & Cria- cao e & Trac&o Animal, foi o sistema predominante na Eu- ropa, apés o Sistema Agrério de Floresta. Esse sistema ma nifestou-se na Antiguidade Greco-Romana ( mais ou menos 1000 anos a.C. ), ocupando uma grande superficie na Europa e,en quanto sistema predominante, estendeu-se até a Idade Média ( séculos xIV e XV). €m algumas regides ( principalmente no sul da Europa ) o Sistema Agrdrio com Pousio persistiu até o século XIX. 0 meio ambiente no qual aquelas sociedades cultL vavam a sua alimentacgdo foi aquele deixado como heranga do Sistema Agrério de Floresta: um ecossistema ampla e histo- ricamente sem grande cobertura vegetal, com uma reconsti- tuic&o secundaria da flora e da fauna manifestando-se, so- bretudo, pela rebrota de um "tapete” herbéceo. 0 Sistema Agrdrio com Pousio surgiu a partir do momento em que a sociedade dispunha de instrumentos de tra 24 balho para lavrar a érea de pousio. Ou seja; este siste- ma agrario sé pode existir quando as sociedades foram caps zes de desenvolver e produzir instrumentos de trabalho do solo capazes de destruir este "tapete" herbdéceo, capazes de “rasgar" o solo que possuia uma grande quantidade de raizes, instalando assim, um ciclo cultural. Neste sentido, havia individuos que produziam instrumentos de trabalho enquanto que outros os utilizavam pare a procugao agricola; ou seja, existiam relagbes de avalhe. troca e uma divisdo soci dages ® @ 0 importante é pe que equel sistema dé cesenvolveram instrumentos pars trabainar o época, e que, nas sociedades que os produziram, existia u- ma divisdo social do trapalno. Qual era o sistema oe produg&o ca épuca? A. Vila 2. Jardim , hora, pe - mar ( principains te ova) 3. terras de coltora; “Ager Privaticus” 4, Tecras comsnais; “Salts, “Ager Pobliens™ 5. Bosque, *loresla 35 26 O sistema de produgdo era baseado numa divisao do espago em 4 partes ( fora a vila ): a. os jardins, as hortas e 0 pomar ficavam préximos a vi la. As hortas eram basicamente compostas por legumes @ leguminosas ( ervilha, vagem, tomates,...). No pomar sobretudo no perfodo do Império Romano, a principal pro dugdo era a uva. Para a adubagdo deste espago - horta e pomar - u tilizava-se 0 esterco animal, os dejetos humanos e a ca mada superficial do solo das florestas. as culturas gos cereais eram agrupadas sobre uma terra la vraca ( parcela ) e repartidas no espago. A terra cul- tivada era composta por parcelas ( ou folhas ) I CD 2 parcelas, 4 paveelas 3 parcelas te sistema de produg¢ao apresentava uma rotacdo entre cereais © pousio. Por exemplo, dividia-se a ter- ra ce cultura em duas partes: num primeiro ano planta- va-se 0 cereal em uma metade, deixando a outra metade em pousio; no ano sequinte invertia-se, lavrando a par cela do pousia e em seguida plantando 0 cereal, deixan- do a outra parcela em pousio. A rotacdo de cereais podia ser bienal, trienal, quadrienal, etc., dependendo do nimero de parcelas em que se dividia o "Ager Privaticus". © sistema bienal foi adotado sobretudo no sul da Europe, enquanto o trie nal, quadrienal, etc., foram praticados pelos povos do norte Europeu. Pode-se dizer que este sistema de produgSo apre- sentave | um agrupamento dos cereais em rotagao com u- ma "4rea de descanso" ( pousio ), nos melhores = solos ( mais férteis ). Os produtos retirados da horta, do pomar e das terras de cultura representavam 90% das necessidades de alimentagao do homem. as terras comunais ( "Saltus", “Ager Publions" ) eram terras de menor fertilidade que as terras de cultura.Es tas terras nfo eram cultivadas e néo tinham uma cobertu ra florestal continua e fechada ( naquela época, flores tas densas, primd4rias somente podiam ser encontradas em éreas de dificil acesso, com forte declividade ). A floresta e as terras comunais n&o eram dividi- das, eram de uso de todos os agricultores da vilae se encontravam em torno das terras de cultura. A cobertu- ra vegetal das terras comunais era constituida, basica mente, por plantas herbdéceas, e tinha um papel fundamen tal para este sistema de produg&o: * como fonte de lenha ( para a construg&o, fogo, etc.,e, juntamente com a floresta, como local de caga ) 27. 2B * para a restituigdo da fertilidade do ecossistema cul- tivado ( terras de cultura ). Era nas terras comunais e na floresta que se en- contrava @ lenha que servia tanto para a construgao, co mo para 0 cozimento dos alimentos e aquecimento das ca- sas. A reprodugdo da fertilidade deste sistema de pro duga&o era baseado na transferéncia da biomassa das ter- ras comunais e da floresta, pare as terras de cultura Os animais eram deixados durante o dia pastando nas ter ras comunais, e & noite, eram recolhidos para as terras de cultura, estercando a 4rea de pousio para que este tipo de agricultura pudesse existir e se estender pelo territério europeu, dois aspectos foram importantes: * existia um limite da populagao animal, conforme a ex- tengdo das terras comunais e da floreste. Este equi- librio era determinado pela quantidade de biomassa pos sivel de se retirar e de ser transferida, e a capaci- dade de regeneragdo do ecossistema das terras comu- nais. Se a biomassa transferida fosse superior a ca- pacidade de regeneracdo deste ecossistema, o sistema de produg&o nao estaria em equilibrio e poderia ser levado ao fracasso. * para poder se desenvolver era necessdrio que este sis tema de produg&o apresentasse uma acumulagdo de ani- mais. ram os animais que permitiam a manutengao des te sistema produtivo, a partif da transferncia da biomassa das terras comunais ( pasto ) para as ter- ras de cultura ( esterco ). Ao mesmo tempo, os ani- mais se apresentavam como forca de trac&o para os ins trumentos de trabalho do solo. € importante notar que os animais desta época e- ram de pequeno porte, e n&o se dispunha de um sistema de atrelagem eficiente. Neste sentido, a forca de trag’o nao era elevada o suficiente para “puxar" ins- trumentos de trabalho pesados, em solos muito argilo- sos. Ao mesmo tempo as pastagens das terras comunais n&o eram muito ricas, o que ndo permitia que uma fami lia camponesa dispusesse de muitos animais. os instrumentos de trabalho eram basicamente construi- dos com madeira, e 0 ferro era raro, Os principais ins- trumentos eram a enxada, a foice, a pd ( de corte, para 0 trabalho com o solo ) e o arado, Il UY \ Varios tipos de enxada Foice e balanga ( Império Romano ) 30 0 arado, principal instrumento para o trabalho Tr do solo, era construido de madeira e a ponta da relha endu recida pelo fogo. Nos locais mais pobres, solo era realizado com a pé de corte o trabalho do Sy Ff Sip, Arados de madeira Estes instrumentos nos permite perceber que a a- gricultura era realizada principalmente em solos ves", € 0 solo trabalnado apenas na sua camada al. Os agricultores nao conseguiam trabalhar terras de culture. 0 trabalho com o solo era ncipalmente & mao, : e n§o ultrapassava 0,25 ano. Os solos argilusos e mais “pesados” Europa seriam incorporados & tarde, técnicos de produgdo mais eficientes. do norte producdo agricola "le- superfici todas as realizado ha. por da mais na medida em que a sociedade dispusesse de meios Como foi dito anteriormente, vdrias foram as for mas de repartigaéo das terras de culturas naquele _— perfo- do. Dentre estas, o sistema de reparticéo em duas parce- las ( bienal ) e o de trés parcelas ( trienal ), foram os mais largamente utilizados. 0 sistema bienal foi utilizado sobretudo no sul da Europa, na bacia do mar Mediterraneo. Cultivava-se 0 cereal no inverno ( trigo, centeio,etc.) pois no veréo 0 clima era seco e na primavera as chuvas no eram suficien tes para o cultivo. No centro-norte da Europa ( norte da Franga, manha, Bélgica, Holanda ), o sistema trienal se salientou. Com um clima moderado e mais Gmido, era possivel o cultivo cereais de inverno e de verdo ( trigo, centeio, cevada, a veia, etc.). As vantagens da passagem do sistema bienal “bara o trienal residiam no acréscimo de produgdo. No sis- tema bienal, metade das terras ficavam em pousio; no trie- nal, apenas um tergo. ODesta forma podia-se aumentar a pro duc3o de grdos e, consequentemente, a populagado. Cabe 4 qui ressaltar dois pontos: * a utilizacdo das terras de cultura pelo sistema trienal, um sistema mais intensivo de produg&o, podia ocesionar um r4épido "desgaste" do solo. A produgdo podia baixar tan- to que, no final das contas, o sistema bienal oferecia maiores vantagens * da mesma forma que existia uma relac&o entre a quantica _de de animais e as terras comunais e a floreste, tinha que existir uma outra relag&o que devia ser respeitade los agricultores da época, que era a da quantidade 32 terras de cultura e da quantidade de animais e de pasta- gens. Nota-se portanto que o sistema de produgdo desta época apresentava uma estreita assoclacdo entre a lavou- rae a criag&o. Um dependia do outro, e se o equilibrio entre estes dois componentes fosse rompido, este sistema de produc&o seria levado ao fracasso. Calendario agricola do século 1x No sistema trienal, o aumento da producg&o dos ce reais de verdo, em especial a aveia, era de suma importan- cia. No sistema bienal, era quase imposs{vel manter cava- los na exploragao agricola. Os bois, menos exigentes em alimentos, podiam ser alimentados exclusivemente nas ter- ras comunais. Com os cavalos isto nfo ocorria. No siste- ma trienal usava-se também o boi como animal de tragdo;mas era somente este sistema que abria a possibilidade de uti- lizag&o do cavalo como animal de tracéo. Trag&o animal com bovinos No século X, 0 norte da Europa apresentava um de senvolvimento das antigas técnicas de produgéo. Como a- vango da metalurgia, uma série de instrumentos agricolas puderam ser feitos de ferro. Foi o caso, principalmente do arado e da grade. € importante também salientar o sur- gimento dos moinhos de vento ( surgidos no século XI ), jé que os moinhos ( originérios do século V ) eram movidos & Agua e confeccionados com madeira. Moinho para cereais movido a Agua 34 0 arado, diferentemente daquele de madeira e des lizante utilizado no sul da Europa, era montado sobre uma estrutura de ferro,apoiada sobre rodas, que sustentava a sega, a relha e a aiveca. 0 "arado de aivece" apresentava a possibilidade de se trabalhar em terrenos "pesados", cor tando e revirando o solo. Este dado é importante para o norte da Europa, na medida que o inverno rigoroso ( com ne ve ), deixava o solo frio e enxarcado no infcio da prima- vera. Como "“arado de aiveca" expunha-se 0 solo profundo ao sol, aquecendo e enxugando a terra mais rapidamente. A grade de dentes era passada logo em Sequida pa te desfazer os torrées do terreno, preparando-o para ° plantio. Evolugio dos arados 35

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