You are on page 1of 15
Miguel Reale Junior CoORDENADOR ISBN 978-85-472-0859-2 ‘DADOS INTERMACIONAIS DE CATALOGAGAO MA PUBLICAGAO (iP) ‘ANGELICA ILACQUA CRB-8/7087 ‘codigo penal comentado / Alamiro Velludo. Ntto..[et al}; orgaizado por Miguel Reale J Paulo : Saraiva, 2017. ie Ay. das Nagdes Unidas, 7.221, 1° andar, Setor B clogrtel Pinheiros — Sao Paulo ~ SP — CEP 05425-902 1. Direito penal -Legislagao ~' (0800-0117875, ‘miro Velluco I. Reale Junior, Miguel. SAC | de 2262, das 8h as 18h aul www.editorasaraiva.com.br/contato 17-0628 Pee ease eaten Indice para catalogo sistematic: eee ca cn 1. Brasil: Codigo penal comentado _343(61)(094.4 Vice-presidente Claudio Lensing Diretora editorial Flavia Alves Bravin Consetho editorial Carlos Ragazzo Consultor académico Murilo Angeli Dias dos Santos by Log Planejamento e novos projetos Renata Pascual Miller Zi 2 Concursos Roberto Navarro Oo Legislagdo € doutrina Thais de Camargo Rodrigues IV Etigéo Deborah Caetano de Fretas Viadana Produgdo editorial Ana Cristina Garcia (coord.) Luciana Cordeiro Shirakawa Clarissa Boraschi Maria (coord.) Guiherme H. M, Salvador numa parte desta pub Kelli Priscila Pinto ‘qualquer meio ou for em Maria Cordeiro 5 Monica Landi ‘Surane Vellenich Tatiana dos Santos Romao Tiago Dela Rosa Diagramagdo e revisdo Know-How Editorial Comunicagao e MKT Elaine Cristina da Siva Tees Capa IDEE arte ¢ comunicagao Produgao grtica Marti Rampim Imtergrat Ind. Grafica Eirell 80 Cédigo Penal comentado ado, relacionado com a ago culpo- § 3% ¢/co art. 258, in fine, do CP). 1, a outro result explosio, e dando causa, outrossim (art, 251, sa, a morte ou lesio corporal de alguém Consideracoes finais tal i de evitar que se © Zs ; A tentativa do legislador q idadosa andlise da possibilidade real do resultado que esta além do seu beleca a responsabilidade obje- tiva exige que seja feita, no caso concreto, cul de o agente conhecer a eventual ocorréncia querer, mas previsivel. lizagio da ag4o sem prever, como era possi- A culpa consiste, portanto, na rea) 2 a rave, na linha do bem juridico atin- vel fazé-lo, a causagio de um resultado mais gido primeiramente, ou de outro resultado que lesa interesse diverso, em funcao do que se agrava a pena. Mas, nio deve haver pena mais grave sem culpabilidade mais grave, destaca Basile (2011, p. 961), raza0 pela qual ao delito-base, doloso ou culposo, deve-se acrescer um comportamento culposo. Erro sobre elementos do tipo Art. 20. 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo legal oat crime exclui 0 dolo, mas permite a pace por crime culposo, se ede empleiy & 2 one iviRoh gee Descriminantes | sata t for Seed x doar ine ipsa detatolquetvelexistisd Rese Art. 20 Miguel Reale Janior 81 Derecho penal: parte general: Trad. Joaquim Contreras e José Luis S. Gonzalez de Murillo. 2. ed. Madrid: Marcial Pons, 1997; JESCHECK, Hans-Heinrich; LUZON PENA, Diego-Manuel. Lecciones de derecho penal: parte general, 2, ed. Valencia: Ti- tant lo Blanch, 2012; MAIWALD, M. Levoluzione del diritto penale tedesco in un con- Jronto con il sistema italiano, Torino: Giappichelli, 1993; MARQUES, José Frederico Curso de direito penal, Sto Paulo: Saraiva, 1954. v. 2; POLAINO NAVARRETE, Miguel. Lecciones de derecho penal: parte general. Madrid: Tecnos, 2013. t. Il; RA- MOS TAPIA, Maria Inmaculada. In: ZUGALDIA ESPINAR, José M. (Org.). De- recho penal: parte general. 2. éd. Valencia: Tirant lo Blanch, 2004; ROXIN, Claus. Derecho penal: patte general. Trad, Luz6n Pefia et al. Madrid: Civitas, 2008. ¢. [: Fundamentos. La estructura de la teoria del delito; TAVARES, Juarez. Teorlas do delito. Sao Paulo: RT, 1980; WEIGEND, Thomas. Tiatado’de derecho penal: parte general. Trad. Miguel Olmedo Cardenete. 5. ed. Granada: Editorial Comares, 2002; WELZEL, Hans. Derecho penal alemén, Trad. Bustos Ramirez ¢ Yaties Pérez. 12. ed. Santiago: Editorial juridica de Chile, 1987; WESSELS, J. Derecho penal: par- te geral. Trad, Juarez Tavares. Porto Alegre: Fabris, 1976. Consideragées gerais Se o dolo consiste no conhecimento dos elementos do tipo, a errada repre- sentagao de um deles faz com que a vontade dirija-se 4 realizacio de um fato nao proibido, um fato nio tipico. Assim, o dolo como conhecer e querer a conduta tipica nao se concretiza se tiver ocorrido um erro. O erro e o dolo condicionam-se e vice-versa, como diz Fiore (2001, p. 275), pois o erréneo conhecimento impede que haja uma vontade voltada 4 pratica do delito, inexistindo, portanto, o dolo. Mas algumas questdes se impdem: quando 0 erro recai sobre um da cial, um elemento constitutivo do tipo legal de crime, e quando 9 erro vel, nao evitavel. Ademais, se evitavel, cabe saber se se configura culposa, como explicita a parte final do art. 20 do CP. being St 74 8 jdassinalado, ja, 08 positivos e ne; 82 Cédigo Penal comentado sicologico do dolo, por vi conduta tipica que esta a realizar, faltando o dado psico!og! POT Vici no conhecimento. i 4 h Aes re o qual recai 3 Esse erro pode dizer respeito 4 natureza do objeto sob: q cai a con- ampo que representava ser um ¢s pantalho quando, na verdade, era um aes fig dolo de homicidio, nao se con. um espantalho, mas se atinge uma pessoa. Nao figura, destarte, o crime. O erro pode se dar em face de dado nor 5 peel ae furto, conforme 0 exemplo do engano ao pegar uma caneta do vizinho de mesa, com a certeza de que se est4 a guardar a propria. Na mesma situa¢ao encontra-se aquele que pensa the ter sido atribuida, por sentenga firme, a propriedade de um veiculo, de que tinha posse, e 0 vende, quando, na verdade, a de iso ainda depen- dia de recurso. A venda do carro nao constitui apropriagao indébita, pois nio se pretendeu alienar coisa alheia, como se propria fosse, na medida em que errada- mente se representou que, no caso, 0 carro ja era de sua propriedade. Assim, a falsa representagio da decisio judicial como firme é, diz Fiore (2001, p. 280), idéntica a uma falsa representagio de dado da realidade. Como ja afirmei em Instituigdes (2012, p. 228), 0 erro pode atingir a propria qualificagao da coisa que era alheia, por jé se ter operado a tradiga0, com desconhecimento do agente, ou ainda era alheia, porquanto nao ocorrido o transito em julgado da sentenga outor- gante da propriedade. mativo, coisa alheia, no crime de © erro pode referir-se a uma interpretacio equivocada do significado do elemento normativo, constante do tipo legal (LUZON PENA, 2012, p. 264). O agente realiza uma valoracao paralela, no ambito do profano, acerca do contetido do elemento normativo, por exemplo, justa causa, no crime de violacao de corres- pondéncia. Pode se enganar sobre o que constitui justa causa, pensando a secretaria que € de sua fungao abrir toda ¢ qualquer correspondéncia, agindo, ao abrir uma carta pessoal, com a falsa impressio de que esta a cumprir 3 seu devs funcional e nao descumprindo o dever de preservacio da vida Pprivada Igualmente, o erro pode se dar em face do instr exemplo o fato de o agente tomar um Tevélver ado, €, por graga, puxar o gatilho contra Mmuniciara a arma sem 0 seu conhecimento, norm: Here reo octee ott Ov tispositive legal que complementa # : af a portaria da Anvisa que discrimin® , inciso I, ‘® parte contraria a pratica de um 1to, quando, na hipétese, apenas a td a exercer um dire: exclui-se a culpabilidade ea a¢io nao é oa atenuada. — Art. 21 Miguel Reale Jdnior n” d) Posicao do Cédigo ___ Diivida surge acerca da posi¢ao adotada em nosso Cédigo, por forga da Re- forma de 1984. A Exposicio de Motivos deixa claro que se adotou a teoria limita- da, pois o dispositivo da descriminante putativa constitui um pardgrafo do art. 20 do CP, relativo ao erro de tipo. Se 0 erro é vencivel ou evitavel, art. 20, § 1°, nao cabe isen¢ao de pena, mas enquadramento como crime culposo, caso admitida esta forma, com relagao ao tipo. Se o erro de proibig’o, sobre a ilicitude do fato, for inevitavel, ha isengdo de pena, conforme preceitua o art, 21; mas, se evitavel, a pena poder ser diminuida, de um sexto a um tergo (parte final do art, 21 do CP). Assim, a meu ver, efetivamente, o CP abraga a teoria limitada, tratando diferente- mente © erro de tipo permissivo e o erro de permissao. De outra parte, o art. 21, pardgrafo tinico, do CP estabelece ser 0 erro evita vel quando era possivel ao agente obter, nas circunstancias concretas, a consciéncia da ilicitude. Consideracées finais Leite (2013, p. 132) reclama, com razio, nao se ter ainda, efetivamente, apli- cado a eximente do Erro de Proibigio. E examina com profundidade se o Estado de Davida é ou nao compativel com o Erro, pois, ao se estabelecer que a diivida é incompativel com 0 erro, termina-se por, na pratica, instituir o principio error iuris nocet. HA de se concordar com Leite, ao entender que a diivida € um caso de erro de proibicao, pois nao se exige que haja convic¢ao de nao ser proibido, nem de que élicita a conduta, sendo relevante a situagao de incerteza sobre a ilicitude, para nao se exigir que o agente desista da conduta. eof ig ie O problema que surge é 0 de avaliar se o agente poderia ou 1 informagio, sair do Estado de Davida, resultando dessa avaliagao conch erro evitavel ou inevitavel, e, na hipétese de o ser evitavel, e1 osagem da reducao da pena, dentro dos limites e tre um sen aif < alin aN 92 C6digo Penal comentado n toda a Lei de“Crimes contra o e esta er da Lei Federal n. 9.605/98, se- do erro de permissio. Exemplo flagrant Meio Ambiente, podendo ser lembrado 0 a#" ARE ai voor gundo o qual constitui crime ter em depésito substancla toxica € cordo com nentos: as exigéncias estabelecidas em leis ou regular bediéncia hierarquica sob coacao irresistivel ou em estrita obedién- legal, de superior hierarquico, s6 é pu- Coagao irresistivel e ol Art. 22. Se o fato é cometido cia a ordem, nao manifestamente i nivel 0 autor da coacao ou da ordem. Bibliografia: ANDREUCCI, Ricardo. Coasao iresi por violencia, Sa Paulo’ Bushatsky, 1973; BETTIOL, Giuseppe & MANTOVANI, Luciano Pettoello. Di- ritto penale: parte generale. 12. ed, Padova: Cedam, 1986; CAMARGO, J. A. Di- reito penal brasileiro. Sio Paulo, 1881; CAMPOS PIRES, A. Coagao irresistivel. 2. ed. Belo Horizonte, 1973; CEREZO MIR, José. Derecho penal: parte general, Sao Paulo: RT, 2007; DELITALA. Adempimento di un dovere. Enciclopedia del Diritto, v. I, 1976, p. 571; FIANDACA, G. e MUSCO, E. Diritto penale: parte generale. 2 ed, Bologna: Zanichelli, 1989; FIGUEIREDO DIAS, J. Questdes fundamentais re- Visitadas. S20 Paulo: RT, 1999; FORTI, Gabbrio. Colpa e evento nel diritto penale. pslenoy gut. sarees GARCIA, Basileu. Instituigdes de direito penal. 7. ed. Sio aulo: Saraiva, 2008. v. 1; i Aen es raedoon bun celona: Atelier, 2006; HUNGRIA, Nélson. ae ae Cidigo Fe sen s ee 27. Rio de Janeiro: Forense, 1958; JAKOBS, Gunther. Devise fi i Steig 3b Fal miedd! Joaquim Contreras ¢ Jose Tuis'S. Gonzalez de Mi ae ine Marcial Pons, 1997; JESCHECK, Hans-Heinrich © WEIGENI ei eI INCE Alor civoat cece cageunts Editorial Comares, 2002; MUNOZ CONDE, Frat Be a oe eee xin. Derecho penal: parte general. 8. ed, Valencia: cameo as ey RO, Antonio. Principi di diritto penale: parte cea ie pEBlanab210s PAGHAS Mendis. ilano: Giuffré, 1972, p. 185; pichelli, 1993; M. ARQUES, fy fia un confronto con il sistema ita- Ra Curso de direito pe- : ise LI, Biagio. La colpevolezza. 3. ed. ARRETE, Miguel. Lecciones de dere- Tl; RAMOS TAPIA, Maria

You might also like