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ELETRONICA RADIO E TV CURSO DE RADIO 2° LICAO TEORICA ELEMENTOS DE CIRCUITO |- Introdugao 0 uso da eletricidade tornou-se tao ‘comum nos dias atuais que, ao ligar um Intertuptor para acender uma lampada, movimentar um motor, aquecer um ferro de engomar, pér om funcionamento um radio ou televisor, etc., pouca ou nenhuma importancia damos ao agente que produz tanta comodidade, que é a corrente elétrica, Entretanto, isso nao deve acontecer com 0 técnico em eletricidade ‘ou qualquer de seus ramos, como este de eletronica que o aluno esta cursando. E por esta razao que, tendo apresentado ras ligOes anteriores os fundamentos da eletricidade, nesta ¢ nas sequintes passaremos a expor os elementos fessenciais de um circuito elétrico, Il- Definigdes 1- Circuito elétrico Na primeira licao de nosso curso, ja vimos que s2 chama de citcuito elétrico 0 percurso da corrente elétrica, 0 que, em outras palavras, significa que o circuito € caminho percortido pelas cargas letricas (figura 1), 2-Gerador e receptor Todo circuito elétrico possui, no minimo, um gerador e um receptor. De fa to, para que as cargas elétricas circulem, 6 nacessario que exista algum dispositive que a movimente, ou seja, que as empur- re através dos condutores. Esse dispo- sitivo € 0 que se chama de gerador elé- ttico. Entao, como definicdo, diremos que: ¢gerador elétrico ¢ 0 dispositive que ‘movimenta as cargas elétri Figuat Exemplo do Grcult elvico Figura 2 Aparéncia isca erepresentagso qralica do um gorador de corrente continua Os geradores podem ter os mais, diferentes tipos @ formas, como analisamos na ligéo anterior, a0 apresen- tar os geradores mais encontrados na pratica corrente. Mesmo assim. Feproduzimos os simbolos dos geracores de corrente continua, como as pilhas e os dinamos (fig. 2) e dos geradores de corrente alternada, chamados de alternadores, como os geradores das Lar ‘grandes usinas de eletricidade e os de pe: queno porte, empregados em sitios, fa- zzendas, etc., como mostrado na figura 3. ‘AS cargas elitricas empurradas pelo gerador de eletricidade devem produzir algum trabalho ati, tais como aqueles que citamos no inicio desta ligao, de acionar lum motor, acender uma lampada e muitos outros. O dispositive que @ sede desse trabalho se chama receptor. Podemos, entdo, definir receptor como sendo qualquer dispositive que transforma a energia elatrica de um gerador em qualquer outro tipo de energia que nao seja o calor. Um motor elétrico, por exemplo, é um receptor, porque trans- forma a energia elétrica em energia mecanica, isto @, 0 motor gira devido 20 efeito magnético da corrente que 0 atravessa €, por iss0, 6 capaz de acionar 2 Figura 9 Aparenciafisica e represaniagaa Valica de um gerador de corrente alernada qualquer dispositive mecdnico, como uma serra, uma maquina de beneficiar café etc. A lampada também é um receptor, porque transforma a energia elétrica em fenergia luminosa (luz). Figura 4 ‘© aluno, por certo, estar pergun tando porque excluimos 0s dispositivos que transformam energia elétrica em calor, da definicao de receptores. O ferro de engomar, por exemplo, nao é um receptor? De fato, 0 ferro de engomar, assim como 0 fogareiro, o ebulidor, etc., nao sAo considerados recepiores, porque (© desprendimento de calor @ um efeito da corrente eletrica, ou soja, sempre que houver passagem de corrente por um dispositive, havera, fatalmente, des: Figura 4 - Voob ida constantemente no dia ia com receptores. Figura 5 © calor dasprendide resulta do atnto das cargas elvicas 20 pereorrer um,cicut. prendimento de calor. © calor, portanto, com excegao dos dispositivos de aque- cimento,constitui-se om uma perda na transtormacéo de energia e, por isso, 0s dispositives que simplesmente trans- formam eletricidade em calor no foram incluidos na definigao de receptor (figura 5). Devemos acrescentar que alguns autores excluem, também, a lampada de incandescéncia, ou seja, a lampada ‘comum em que a'luz 6 consequéncia do aquecimento ao rubro (vermelho como brasa) de um filamento metalic, da definigao de receptor. 3 - Circuito elétrico pratico Para a realizacao pratica de um Circuito elétrico, devemos ter sempre, no minimo, tr@s elementos, que sao: 0 dgerador,'o receptor e os condutores, que 580 os ios que interligam 0 gorador © 0 receptor Nas figuras 6 @ 7, mostramos d ‘exemplos de circuitos elétricos dos mais simples. Em 6, temos 4 pihas (gerador) ligadas a uma limpada através de fios de ligagéo. Esse circuito corresponderia a0 de uma lanterna eltrica, nao se considerando a chave interruptora. O aluno deve observar com bastante aten¢ao 0 circuito esquematico °, tambem, aquele que procura figurar os Componentes em sua forma real, ‘chamado, como veremos na ligao pratica, de circuito chapeado. Note, também, que 03 condutores (fios) no esquema 6, s40 representados or tragos cheios. Em 7, apresentamos outro tipo simpies de circuito, que corresponde a ligagao de um receptor de radio a tomada de forca da rede de distribuicao domiciiar. Temos af 0 gerador, que nao é visto pelo aluno, porque ele se encontra na usina de forga; os fios de ligagdo, quo na realidade seriam os que Figura 8 Exomplo de cveuto elético abera vem da usina até a residéncia complementados com 0 fio de ligagao (conhecido como cabo ou cordao de forca) do radio: e 0 receptor, que no caso 60 proprio recepior de radio. 4 - Circuito aberto - circuito fechado © aluno certamente ja observou que, para acender uma lampada, ligar fato, quando se unem os tios de uma instalagéo residencial entre si imediatamente se queima o fusive! ou, caso ele nao exista, os fios da instalacao aquecem-se até chegar a tusao do metal Diz-se, entao, que houve um curto: Circuito. Mas, néo é somente quando ha desprendimento de calor que existe curto Circuito. Se, por exempio, 0 fio de descida {da antena de um receptor de radio ou TV for ligado ao chassi, @ nao a bobina Gerador ecepror Wampada) Figura 6 -Aparéncia fisica e representagao grfica de um cteuitoelétrco (com plas). uma enceradeira, um receptor de radio, lum motor elétrico, etc., deve acionar uma chave interruptora. Em sendo assim. dizemos que antes de fechar a chave interruptora o circuito estava aberto. Anés 0 acionamento da chave, 0 circulto passou a ser fechado. Os dols circultos mostrados nas figuras 6 @ 7 sao exemplos de circuitos fechados, porque ali nao foi indicada nenhuma chave que permitisse létrca), Interrompé-los Na figura 8, 0 aluno encontra um cexemplo de circuito elétrico aberto, dos ‘mais simples @ comuns, pois trata-se da instalagao de uma lampada de incan- descéncla a rede de orca domiciliar, através de um interrupter aberto (desligado). Note o simbolo do interruptor. ‘Dos dois exemplos mostrados, podemos concluir as definigoes: a) Circuito fechado 6 aquele em ‘ue a corrente elétrica esta efetivamente circulando. ) Circuito aberto é aquele em que @ cortente létrica foi intorrompida. 5+ Curto-circuito Certamente, a expressao curto- Circuito néo 6 desconhecida do aluno. De adequada, diremos também que a antena esta em curto-circulto, embora nao se perceba qualquer desprendimento de calor (figura 8). Nestos dois exempios, 0 ‘ue acontece & que a corrente eletrica encontra menor resisténcia, ou seja, ‘camino mais curto (daf o name de curto- Circuito) para voltar_ao gerador. O que o aluno deve obsorvar 6 que, em caso de curto-ctcuito, a diferenga de potencial nos (| rege" ‘extremos da carga (nome que também se da ao receptor) cai a um valor muito baixo, ou seja, praticamente nulo, em conseqiiéncia do valor baixo que tem a “resistencia de curto-circulto" ‘Suponhamos, como exemplo, que uma lémpada de 60 watts esteja sendo Figura 9 - Um caso tipioe de curo-creuto, Figura 10 A corrente croulante 6 de: 170V + alimentada pela tensao de 110 volts da rede de distribuicdo domiciliar. Em tais. circunstancias, a corrente que passa pola lampada 6 de aproximadamente 0.5 ampere (meio ampere) e sua resistencia, evidentemente, de cerca de 220 ohms. Admitamos que os terminais dessa lémpada sejam ligados entre si, utilizando. se um pedaco de fio que tenha resistencia ‘muito baixa, digamos 0,1 ohm, como na figura 10 € que a resisiéncia interna do gerador © dos ios de ligagao que Conduzem a corrente até a lampada soja muito menor que 0,1 ohm e, portanto, possa ser desprezada. Nestas condigdes, pelo fio de curto-circuito passara a corrente de 110 V = 0,10 = 1100 A, corrente elevadissima e’suficiente para provocar a fusdo do fio. Mas a lampada, este caso, nao se apagaria, porque a diferenca ‘de potencial nas suas extremidades continuaria sendo de 110 volts, j& que admitimos que a resisténcia do geradr € a dos fos de distribuigo so nulas. Na pratica, isso nao acontece, porque, se podemos desprozar a resisténcia intera do gerador, 0 mesmo nao se da com a dos fios de ligagao. Suponhamos, entao, que os fios de tgasto Laman reuieénca Jo 0.9 ohm, {que 6 um valor bastante razodvellom uma instalacao residencial. Em sendo assim, quando se curto-circuitam os terminais da lampada com 0 condutor de 0,1 ohm, a resistencia total 6 de 1 ohm, ou seja, 0,9 ‘ohm dos condutores, mais 0:1 chm do fio de curto-circuito. A'corrente que passa pela linha sera entéo de 110 amperes, {que rasultam da divisao dos 110 volts do gerador por 1 chm da resisténcia total. Essa corrente ¢ bastante elevada e, certamente, queimaria o fusivel da instalagao que via de regra, tem valor entre 15 a 25 amperes. Porém, o que pretendemos saber 6 se a lampada se ‘pagar ou ndo em caso de curto-crcuito. Para isso, vamos determinar a diferenga de potencial que aparece nos terminals da lampada. Como a resistencia nesse ponto 6 praticamente a do fio que produz 0 curto-circuito, ou seja, 0,1 ohm, ea corrente que passa por ele de 110 amperes, resulta que a tensao sera de ‘HOA X 0,10, 0 que da como resultado 11 volts. Logicamente, como a lampada foi construida para funcionar com 110 volts, ela nao se acenderd com 11 V. Este exemplo detalhado que demos tem a intengao de alertar o aluno quanto ao fato de que a diferenca de potencial na carga, curto-circuitada, desce a um valor bem mais baixo do que aquole de seu funcionamento normal. Por outro lado, deve-se adservar que 0 valor Ghmico da resistencia de curto-circuito & muito relativo. Em outras palavras, a resisténcia de 0,1 ohm que curto-circuitou a lampada de 60 watts nao tetia 0 menor feito se fosse colocada nos terminals de uma carga que tivesse resistencia bom ‘mais baixa que esse valor, 'No exemplo da antena que citamos mais acima , bastaria uma resisténcia de cerca de 1000 ohms para colocar em ‘curto-circuito o sina Estamos insistindo neste conceito de curto-circuito porque, em ligdes futuras, quando estudarmos 0s circuitos empregando componentes trabalhando om freqUéncias elevadas, muitas vezes uma impedancia (nome que se dé a resisténcia oferecida a corrente alternada) de alguns milhares de ohms é suficiente para curto-circultaro sinal 6 - Elementos fundamentais de um circuito Do que fol visto até aqui podemos concluir que os elementos bésicos de um Circuito elétrico sao: a fonte ou gerador: “08 fios de ligago ou condutores; a carga ou receptor. Os geradores chamamos de elementos ativos do circuito e as cargas chamamos de elementos passives. Estas denominagoes sao mais ou menos légicas, se lembrarmos que 0 gerador & 0 elemento que empurra as cargas elétricas, sendo portanto o agente da aco, @ 0 receptor é 0 elemento que recebe as cargas elétricas @ as transforma ‘em alguma modalidade de energia; consequentemente, 6 0 paciente da acao. Os fios ‘de ligagao sao ‘simplesmente elementos de condugao de cargas elétricas, dal a denominagao de ‘condutores, 7 Tipos de circuitos Se tivermos um gerador, um receptor e fios de ligacdo, somente pode- Femos montar um circuito extremamente simples como aquele que mostramos na figura 6. Se tivéssemos duas lampadas e um gerador, poderiamos montar dois, circuitos, como mostramos na figura 11 Com maior nimero de lampadas & geradores, poderiamos montar circuitos bastante complicados; entretanto, eles sempre podem ser conduzides aos trés tipos basicos, que sao: em série, em paralelo e misto, Figura 11 paralele a) Circuito em série Exemplo de circuitos: série @ Chama-se de circuito em série aquele em que a ‘corrente tem apenas um caminho ara percorrer. Na figura 12, mostramos um Gircvito em série, pois'a corrente que sai do pélo positive da bateria passa pelo Interior das duas lampadas e volta ao pélo negativo (sentido convencional da corrente). ‘A caracteristica fundamental de todo circuito em série 6 que a corrente Figura 12 - Exemplo de crcuto em série, que passa por todas as cargas ¢ a mesma. Assim, no circulto da figura 12, a Corrente que passa pela primeira lampada 6 exatamente a mesma que passa pela segunda, Por outro lado, a diferenca de potencial da bateria reparte-se entre as diversas cargas. b) Circuito em paralelo ‘Chama-se de: CO circuito mostrado na figura 13 é um exemplo de circulto paralelo, pois 2 corrente que sai do polo positive da bate ria se divide, passando uma parte por uma das ldmpadas e outra pela outra lampada. Note que na figura 12 representamos a corrente pela letra | indicamos seu sentido convencional de percurso pelas tlechas. Ja na figura 13 as correntes nas lampadas foram indicadas respectivamente por |, @ lz, onde os pequenos nimeros colocadas embaixo das letra | servem para indicar que essas correntes nao sao iguais. Esses umerozinhos que o aluno encontrara freqUentemente em nossas ligSes, ¢ em qualquer livro do ramo que porventura consular, chamam-se indices. Assim, a Corrente |, seria lida : corrente | indice um. A caracteristica fundamental do Circuito em paralelo é que a diferenca de potencial aplicada as cargas é a mesma Figura 19~ Exemolo de ciclto em paralelo ppara todas o igual a da bateria, Por outro lado, a corrente que sai da bateria se divide, derivando-se para cada uma das caigas. Por este motivo tal tipo de circulto 6 também chamado de circuito em derivagdo ou “shunt” Deve-se observar que, embora a corrente se distribua em todas as cargas, a que sal do pélo positive do gerador é fexalamente a mesma que volta a0 polo negative. Em outras palavras, isto quer dizer que: a corrente fornecida pelo gerador é igual a soma das correntes de todas as cargas. ©) Circuito'em série-par ou misto lelo Um exemplo de circuito em série- paralelo ou misto é 0 que esta mostrado na figura 14. Como o aluno pode notar, ‘ele 6 composto de uma ligagao em sé- rie e de outra em paralelo, dat resul- tando sua denominacao. Como 6 de se ‘esperar, tal tipo de circuito ndo tem uma caracteristica unica, mas goza das Propriedades dos dois circuitos que 0 formam, 8 - Protecao e comutacao de circuitos Vimos que um curto-circuito em carga ligada a um gerador de poténcia, ‘como, por exemplo, todos os aparelhos e iluminacdo e eletrodomésticos de uma residéncia, pode trazer conseqdéncias como a queima dos fios da instalagao, quase sempre seguida de incéndio, Para Figura 14 Exemple de Grouto mista evitar que isso acontega, todo circuito deve ser protegido contra ‘curto-circuitos acidentais. Essa protecao é conseguida Pela utlizagao de elementos de ruptura ou de abertura, tais como os fusiveis © os Felés, respectivamente, Além dos elementos de abertura automatica que protegem os circuitos, eles deve ser providos de dispositivos {que permitam feché-los ou interrompé-los, ‘Que sao as chaves interruptoras, ou qué ermitam escolher 0 circuito desejado, ‘Que sao as chaves comutadoras. Assim, quando se acende ou se apaga uma lampada, liga-se ou desliga-se uma enceradeira, etc., 0 que se faz é atuar sobre uma chave interruptora, ou seja, sobre um dispositive que corta (interrompe) a corrente que estava Circulando pelo circuito ou que o liga a0 gerador. fazendo que a corrente passe a Circular. Mas, quando atuamos no botao de nosso radio, escolhendo a faixa de onda que nos inieressa receber, ou sobre © botao do sintonizador de canal do televisor, nao estaremos simplesmente Interrompendo um circuito, mas escolhende dentre os varios circuitos exatamente aquale que nos interessa Essa funcao 6 efetuada pela chave ‘comutador ‘Nas linhas que se seguem vamos apresentar os elementos de protecao ‘comutacdo mais comuns e com os quais aluno se defrontara constantemente em ‘sua vida profissional 9- Fusiveis Os fusivels so os elementos de protecao de uso mais constante, seja nas instalagbes domiciliares ou nos circuitos de eletrénica. Os principais tipos de {usiveis sao os de rolha ou soquete e os de cartucho. principio de funcio- namento dos fusiveis 6 aquele ja citado, ou seja, ha a fusdo do metal de que 0 fusivel é construido, quando a corrente alinge um valor suficiente para isso. a) Fusiveis do tipo rolha ou soquete Na figura 15, mostramos 0 tipo mais comum de fusival do tipo rolha ou soquete, em seu aspecto real, enquanto ue na figura 16 ilustramo-io em corte. ‘Como se pode notar, tal fusivel é Figura 15 - 0 elemento fusivel eroonta-se bam prategido interno ao corpo de porcelana Figura 16 -Fusivel em con. constituido por um corpo de porcelana que fem por fora uma manga rosqueada, de latao; na exiremidade inferior, um disco de contato, tambem de latao, 0, no sou interior, 0 fio fusivel que fecha o'circuito entre a manga € 0 disco Esse fio € geralmente construido de material de baixa fusao, tal como 0 chumbo, 0 zinco ou ligas' desses dois metais, ‘Quando acontece a queima de um fusivel em uma instalagao, nao & de boa pratica substitul-lo sem determinar as Causas ou causa que provocou a queima, Uma vez determinada e removida a causa da queima do fusivel, ele deve ser substituldo por outro de _mesmas caracteristicas, isto 6, que tenha mesma corrente de abertura e seja do mesmo tipo. Outro cuidado que se deve tomar quando da substituicao de fusivel, é 0 de atarraxé-io vigorosamente em sua base, para que nao haja mau contato, 0 que ° danificaria. De fato, mau contato significa ‘aumento da resisténcia de contato , em Conseqdéncia, aumento de temperatura nese Ponto, 6 que pode levar o fusivel & fusao, mesmo que a corrente nao tenha atingido seu valor maximo. Os tusiveis do tipo rolha sao encontrados no camércio com as capacidades de corrente de 10, 15, 20, 25, © 30 ampéres Os fusiveis do tipo soquete s4o instalados em bases ou receptaculos adequados e idanticos aos receptaculos de lampadas de incandescéncia. Na figura 17, apresentamos um tipo bastante comum de porta-fusiveis. As chaves facas, largamente utilizadas nas Instalacoes residenciais, ja vem com os Teceptaculos porta-tusiveis. b) Fusiveis-cartuchos Figura 17 - Porta-usivels plo. © fusivel do tipo cartucho tem forma tubular. E construido com tubos de vidro, porcelana, papeldo, fibra, etc. No interior do tubo, aloja-se 0 fio fusivel, © suas extremidades sao fechadas com pecas de metal, geralmente latéo, que servirao de contatos. (Os fusiveis-cartuchos sao bastante ‘empregades para protecao do circultos eletrénicos, tais como amplificadores, televisores, receptores de radio, etc ‘Os fusivels-cartuchos para grande intensidade de corrente tem larga aplicagao nas instalagGes industrials. ‘As instalagoes elétricas de veiculos automobilisticos também costumam ser protegidas por fusivels- cartuchos. Apresentamos, agora, os tipos mais comuns de fusivels-cartuchos, sendo que na figura 18 mostramos 6 {usivel de corpo de vidro, que ¢ 0 mais usado em eletrénica; na figura 19, um {usivel de corpo de papelao, usado em instalagOes residenciais e industriais; na figura 20, um fusivel de corpo de porcelana, também usado om instalagoes Industrias; e, finalmente, na figura 21, um fusivel de emprego vulgarizado em instalagdes de veiculos. Quanto a este ‘ltimo fusivel, devemos esciarecer que 0 fio fusivel é externo ao corpo ¢ forma uma pega s6 com as extremidades, que so 0s contatos. (Os fusiveis-cartuchos s4o insta lados em receptaculos especiais. Na figura 22, mostramos o porta-usivel especialmente desenvolvido para ser fixado ao chassi através de porca propria. O aluno deve observar que esse tipo protege integralmente o fusivel, 0 qual fica alojado em seu interior. ‘Na figura 23, mostramos outro tipo de porta-fusivel, que também se presta para ser instalado sobre 0 chassi Sua fixacao 6 feita através de um Parafuso com porcas. Esse tipo tem, sobje 0 anterior, a desvantagem de nao proteger 0 fusivel. NNa figura 24, mostramos o tipo de porta-fusivel desenvolvido especialmente para protecao de radios de carros. Ele 6 instalado no cabo de entrada de forca. Figura 18 -Fusivel com corpo de vcr. Figura 19 -Fusvelcartucho. soe Corpa de Borcetana Figura 20 -lustagao de um fusivel de corpo de porcelana, Figura 21 - Fusivel para automovel Figura 22 - Porta-fusivel para fixagéo em cgabinetes ou chassi 6 Figura 23 - Porta-(usivel para fixaglo em chassi ‘04 placa de ciculo impreseo. ¢) Classificagao dos fusiveis quanto ao modo de acao Vimos que 0 tusivel se rompe quando a corrente que passa por ele atinge um valor especificado, Os valores de corrente indicados nos fusiveis, na realidade, correspondem aqueles que ‘suportam sem que se interrompam. Se a ‘ortente é superior a esses valores, entéo haverd a fuséo do fio, ou seja, a queima do fusivel. Se assim ¢, 0 aluno deve estar perguntando: Qual é essa corrente, ‘entéo, que provoca a abertura do fusivel? Respondemos que tanto a corrente {quanto 0 tempo durante o qual ela dave agir dependerao do tipo de fusivel. 0 valor de corrente acima daquele ‘especificado para o fusivel 6 chamado de sobrecarga. Em razo do exposto, segue-se que a sobrecarga e 0 tempo que o fusivel demora para abrir-se determinam seu modo de acao e, quanto a isso, ele pode ser classificado em: de acao répida, de agdo normal 0 de a¢ao retardada. Os fusiveis de agao répida so aqueles que tém tempo basiante curlo para sobrecarga, igual a uma e mela a duas vezes 0 valor nominal Esses fusiveis sao empregados na protecao de instrumentos de medida e, bor isso, S80 construidos para valores de corrente bastante baixos, ou seja, de Figura 24 - Porta-usivel de caro cerca de um miliampare até um ou dois: ampéres. (Os jusiveis de ago répida abrem-se em cerca de cinco segundos, quando Corrente de sobrecarga atinge duas vezes 6 valor especiicado. Diremos, entéo, que ha sobrecarga de 100% (cem por cento). Se a sobrecarga for mais elevada, Gigamos cinco vezes (quinhentos por Cento), 0 fusivel se abira no tempo de 0,03 {trés centésimos de segundo). Evidentemente, quanto maior a sobrecarga menos tempo 0 fusivel levara para “queimar-se Os lusiveis de agéo normal so projetados para suportar sobrecarga de Cerca de 100%, isto 6, duas vezes 0 valor da corrente especiticada, sem queimar- se. Entretanto, 6e a sobrecarga elevar-so a cerca de 120%, ou seja. 1.2 vezes. de Seu valor espectficado, a qusima se dara fem menos de uma hora. Tamm, aqu, s0- brecargas elovadas queimarao 0 fisvel, em fragbes de segundos. Os fusveis utizados nas instalagdes residenciais e indusrais coms séo do ipo de acée norma. Os fusiveis de acdo retardada s8o bastante inleressantes,” porque suportam a sobrecarga duranie algum tempo, intencionalmente. Contudo, se ola persistr durante um tempo relatvamente fongo, 0 fusivel se abrira. Tal tipo de fusivel € bastante empregado na protegao de dispositivos que ullizem ‘motores eletricos, tais como geladeiras, fenceradei-ras, bombas de elevacao de gua, condicionadores de ar, etc, pois {ais aparelhos “puxam” mais corrente no momento da partida do motor. Natu- ralmente, se fosse utilizado fusivel de aaga0 normal em tal instalagao (correta- ‘mente dimensionado), ele se romperia na parida do moter. Se ele fosse escolido Com muita ‘olga’, isto &, que pudesse folerar uma sobrecarga muito elevada nao daria protecao eticiente ao cicuito ogo, a solugao correta em tais instalagbes sera o uso de fusiveis de ‘acai retardada, Para terminar estas informagées sobre fusiveis. devemos ressaltar que aqueles que sao construidos para tra- bahar em linha de potencia, ou seja, com corrente elovada e sujeits a diferenca de potencial elevada, quando abertos, trazem em seu cofpo aberturas para escape de gases em caso de curto- ireuito. De fato, quando a usa0 do fio {usivel @ muito violonta, ha vaporizacéo do metal, que se gaseifca e pressiona 0 corpo do fusivel como uma verdadeira bomba. © aluno [a deve ter observado 0 estouro que 0 fusivel da, quando de um ‘urto-cicuito em instalagio residencial. A causa desse estouro & a que acabamos de descrever. Observe, entretanto, que 0s fusiveis, quer sejam de roiha ou de cartucho, tém as aborturas para escape de gases. 10 - Abertura e comutagao de circuitos a) Chaves interruptoras Do mesmo modo que uma torneira cu registro serve para abrir ou fechar a passagem de agua por uma canalizacso, que uma porteira serve para abrir ou fechar uma passagem, sem a necessidade de se cortar a cerca, tambem as chaves interruptoras tem por finalidade faciltar a operacao de abertura ‘e fechamento de circuitos eltricos, ‘© modo de operacdo de uma chave Interruptora ¢ bastante simples, pois ela nada mais 6 que um contato mével que pode ser fechado ou aberto, segundo nossa necessidade. © tipo mais simples de chave Interruptora @ conhecida por chave-taca. Tal chave @ formada por uma lamina (faca) mével em torno de um ponto (articulagao), que se encaixa em contato Figura 26 Chaves. duplas e tiplas que ueam fm eau corpo rocopticulos porta usivels Figura 27 - Pasi incorreta de fxagio da ‘have tipo faca. fixo. Este tipo de chave ¢ bastante utiizado para interrupcao de circuitos de antena e de terra nas instalagoes de radiorreceptores. Quando se deseja interromper os dois circultos a0 mesmo tempo, usa-se a chave-faca dupla, que nada mais 6 que duas chaves simples, ‘comandadas simultaneamente por uma mesma haste, como mostra a figura 25: ‘Além das chaves-facas simples @ duplas que citamos, existem também as lriplas, que sao bastante utilizadas nas 7 Figura 28 - Chave interuptora do alavanca, Instalagoes trifasicas. Na figura 26 ‘mostramos uma chave dupla e uma tripla, do tipo mais comum, que trazem em seu ‘corpo os receptaculos porta-fusiveis, Na instalacao de uma chave-faca, 9 aluno deve tomar 0 cuidado de ding-ia de maneira 2 que as facas se abram, quando puxadas para baixo Diterente da figura 27. Esta pratica ¢ justicada porque, com o uso constante, haverd desgaste das articulagées @ as laminas nao mais permanecerao na posigao em que forem deixadas. Entao, a tendencia das laminas 6 cair sempre, @ se a chave foi colocada de maneira que feche 0s contatos para baixo, ela permanecerd sempre fechada, 0 que perigoso em caso de reparacoes na instalagao, Existem os mais variados tipos de cchaves interruptoras. Quando a chave & para interromper um sé fio, ela é chamada de chave simples, quando interrompe dois fios, ela ¢ chamada de cchave dupla, e, quando desliga trés fis, dé-se-the 0 nome de chave tripla. Procuraremos exemplificar agora, alguns tipos de chaves interruptoras, simples de uso constante em instalagSes residenciais. ~ chave intertuptora de alavanca, ou simplesmenta, interruptor de alavanca, conhecido como chave de embutir, de so muito generalizado em instalagoes residenciais (vide Figura 28). = chave de alavanca do mesmo tipo que a primeira, de mecanismo bem mais suave, conhecida pelo nome comercial de silentoque" (figura 29). ‘have interruptora conhecida como chave-péra, em virtude de sua for- ‘ma ser semelhante a da fruta (figura 30). - chave silentoque externa. Estas cchaves $40 construidas para instalagoes Figura 29 Ghave de alavanca “slentoque® em que os condutores nao estao embutidos na parede, ou seja, sao externos (figura 31). Finalmente, mostramos dois tipos Figura $2 ~ Chave tipo alavanca, Figura 34 Figura 35 ~ Chave do ipo rotativo 3x. de chaves interruptoras, de uso muito comum em eletronica. A primeira é bastante utlizada para ligar ou desligar ampliticadores de som, transmissores, Figura 31 - Chave de alavanca ou silentoque extoma, I+ Potenci6metro etc. (figura 32). A segunda é a mais ttiizada de todas, pois € a chave de qua- 'se todos os aparelhos de radio e tele- visdo. Esse interruptor vem conjugado ‘com 0 eixo de um resistor variavel chama do potenciometro, 0 qual estudaremos no 3? fascicul, resistor esse que serve para ‘controlar 0 volume ou o tom dos recep- tores de radio e amplificadores (figura 33), b) Chaves comutadoras Como afirmamos, as chaves comutadoras tem por finalidade permitir que o operador escolha 0 circuito que the interessa ligar. E claro que por esse motivo as chaves comutadoras s40 um ouco mais complicadas que as chaves Interruptoras. A seguir, apresentamos algumas chaves comutadoras com as ‘quais 0 aluno se defrontard em sua vida protissional Na figura 34 mostramos uma cha- ve comutadora do tino utlizado em esta- bilizadores de tensao do tipo manual, que 40 aquales aparelhos que permitem ‘modificar a tensao manualmente, quando ela aumenta ou diminui de valor. Nas chaves comutadoras os contatos méveis recebem o nome ‘especial de polos. Os fixos correspon- dem as posigdes. Assim, se uma chave tem um contato mével que pode fazer ligagao com tr8s outros, ou seja, que pode ocupar trés posicoes diferentes, diremos que essa chave 6 de um polo © tr8s posigées, ou simplesmente de 1 x 3 (lé-se: um por trés) ‘Além da classiticagdo das chaves ‘comutadoras segundo 0 numero de pélos © posicdes, elas recebem outra, de acordo com o movimento dos contatos. Assim, se 0 movimento € de rotacao, di2- se que a chave 6 rotativa ¢, se 0 movimento 6 em linha, diz-se que a chave ¢ linear ou desiizante. ‘Na figura 35, mostramos uma cha ve do tipo rotativo, de trés polos por tras posigdes, mais comumente utlizada para a comutagao de ondas nos receptores de radio de trés faixas, NNa figura 36 mostramos uma cha- vve de seis polos por tr8s posicdes do tipo desizante, de uso bastante frequente em receptores de radio, principalmente do tipo portati, por ser essa chave de tama: ‘tho bastante reduzico, Na figura 37 mostramos aqui uma ‘have também do tipo linear, conhecida por chave de tecla, @ que tem seu uso bastante difundido na comutagao de on- das om receptores de radio para automs- vel. Na realidade, cada tecla comands uma chave com determinado numero de pélos e posicées. Na figura 38 é mostrada uma chave tipo HH de dois polos por 2 posicdes, de uso muita freqdente em circultos eletrénicos.

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