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od a B De eC See a eee NC ee Cae ee ee Cae RT Cu me RM} (nao apenas dos fotdgrafos, mas sobre- tudo dos interessados em Filosofia) foi dividida, porém intensa. [...] Parto da Dee ecu ai eat Cree een a ene ee tura cultural: @ primeira, que ocorreu Ge ne es ee Ce OE CoE ee ema ct ea) rétulo ‘invencao da escrita linear’, einau- RMS ie ce a rae Pe ces ser captada sob 0 rétulo ‘invencdo dog fe ene CC nT de ser ainda dificilmente definivel. hipé= > oR Rea occa a Se an ad es erry es a ee Pe er ante por eee ee ce puiblico brasileiro.” Duca Bh Seis “ ssth= & SES em Beaten Cols para uma futura iiiCeosxeyiey a fotografia o eommncceiienny © Copyright 1983 ~ European Photography Andreas Miller Pohle, P.O. Box 3043, 37010 Gottingen. Germany, wwivequivalence com Elton Flusser, Volume If (1999) Fr eine Plalosphie dr Fotografie © Copyright 2002, Vilém Flusser Dieitos cedidos para esta edicao a Duuans Disrupuipors oe Pusuicacoes Lrpa, Publicado por Editora Relure Lida Rua Nova Jerusalem, 348 ~ Honsucesso ‘CEP 21012235 - Rio de Janeiro, R) Tel 21)2564 6849 (PABX) ~ Fax (21250-1183 ‘www.rlumeduma.com br A RILLv Duwaré fun tanass Bowouno Puaicscors Revise téeniea ustavo Bernardo Editoragio Dilmo Milheiros Capa Simone Villas-Boas CAP. Brasil. Catalogagdo-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livres, Rh Foes lesser, Vilem Filosofia da caixa peta: ensaios para uma futura fil sofa da fotografia / Vilém Flusser; [tadugio do autor). — Ric de Janeiro: Relume Dumars, 2012 ~(Conexses; 4) Tradugio de: Fr ene Philosophie der Fotograie ISON 8573162783 1. Fotografia ~ Filosofia. 1 Titulo, H. Série cpp 7701 o-nsos (COU 7.000.141 Todos sdietr reservados. A repredugio nio-sutorizada desta publican, por ‘qualquer mos ca ttl opal, con vila da Lt coneXoes. SuMARIO Aimagem 2.600005 an aaa A imagem técnica Oaparetho . O gesto de fotografar....... A fotografia A distribuigio da fotografia A recepeio da fotografia O universe fotografico Annecessidladle de uma filosofia da fotografi Glossirio para uma futura filosofia da fotografia Edigées da Filosofia da Caixa-Preia no mundo. —_—____coneXé6es. A IMAGEM Trnagens sio superticies que pretendem representar algo. Na maioria dos casos, algo que se encontra li fora no espa- 60 € no tempo. As imagens slo, portanto, resultado do es- forgo de se abstrair duas das quatro dimensoes de espaco- tempo, para que se conservem apenas as dimensdes do pla- no, Devem sua origem a capacidade de abstragio espeeilica que podemos chamar de imaginagio. No entanto, a imagi- nagao tem dois aspectos: se de um lado, permite abstrair dluas dimensses dos fendmenos, de outro permite reconsti- tuir as duas dimensdes abstraidas na imagem. Em outros termos: imaginacio éa capacidade de codifcar fenémenos de quatro dimensdes em simbolos planos ¢ decodificar as -mensagens assim codificadas. Imaginagao & a capacidade de fazer e decifrar imagens. 0 fator decisivo no deciframento de imagens é tratar-se de planos. O significado da imagem encontsa-se na superfi- ie e pode ser captado por um golpe de vista, No entanto, tal método de deciframento produziré apenas o significado superficial da imagem, Quem quiser “aprofundar” o signi: ficado e restituir as dimensoes abstraidas, deve petmitir & sua vista vaguear pela superficie da imagem. Tal vaguear pela superficie 6 chamado scaring ‘O tragado do scanning segue a estrutura da imagem, mas Vii Foussen também os impulsos no intimo do abservador. O significa- do decitrado por este método serd, pois, resultado de sinte- se entre duas “intencionalidades”: a do emissor e a do re- ceptor. Imagens nio Go conjuntos de simbolos com signifi- cados inequivacos, como o sa0 as cifras: nao sio “denotati- vas", Imagens oferecem aos seus receptores um espaco in- terpretative: simbolos “conotativos’” ‘Ao vaguear pela superficie, o olhar vai estabelecendo re- lagGes temporais entre os elementos da imagem: um elemen- to visto apis o outro. O vaguear do olhar é circular: tende a voltar para contemplar elementos jf vistos. Assim, o “antes” se toma “depois”, e 0 “depois” se toma o “antes”. O tempo projetado pelo olhar sobre a imagem é o eterno retomo. O olhar diacroniza a sineronicidade imagética por ciclos. Ao circular pela superficie, o olhar tende a voltar sem- pre para elementos preferenciais. Tais elementos passam a ser centrais, portadores preferenciais do significado. Deste ‘modo, o olkar vai estabelecendo relagies significativas. O tempo que creula eestabelece relacdes significativas 6 muito especifico: tempo de magia. Tempo diferente do linear, © qual estabelece relagdes causais entre eventos. No tempo linear, o nascer do sol é a causa do canto do galo; no circu- lar, 0 canto do galo da significado ao nascer do sol, eeste da significado ao canto do galo. Em outros termos: no tempo «da magia, um elemento explica 0 outro, ¢ este explica o pri- meiro, O significado das imagens 6 0 contexto magico das relagdes revarsiveis. O carder mégico das imagens essencial para a com- preenstio das suas mensagens. Imagens so cédigos que tra- duzem evenios em situagdes, processos em cenas. Nao que as imagens cernalizem eventos; elas substituem eventos por cenas. E tal poder magico, inerente & estruturagao plana da imagem, domina a dialética interna da imagem, propria a toda mediagio, e nela se manifesta de forma incomparavel. Imagens sao mediagdes entre homem e mundo, © ho- mem “existe”, isto é, © mundo nao Ihe é acessivel imediata- mente. Imagens tm propésito de representar 0 mundo. Mas, ao fazé-lo, interpoem-se entre mundo & homem, Seu propésito é serem mapas do mundo, mas passam a ser biombos. © homem, ao invés de se servir das imagens em fungio do mundo, passa a viver em fungao de imagens. Nao mais decifra as cenas da imagem como significados do mundo, mas o proprio mundo vai sendo vivenciado como conjunto de cenas. Tal inversio da fungao das imagens é idolatria, Para o idélatra - 6 homem que vive magicamen- te -, a realidade reflete imagens. Podemos observar, hoje, de que forma se processa a magicizagao da vida: ax ima- ‘gens tGenicas, atualmente onipresentes, ilustram a inversio da funcao imagétice e remagicizam a vida ‘Trata-se de alienagio do homem em relacao a seus pro prios instrumentos. O homem se esquece do motive pelo qual imagens s30 produzidas: servirem de instrumentos para orienté-lo no mundo. Imiaginacao torna-se alucina-

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