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IDO UONsks BON aan eos Desvendando os mistérios das aberturas d0 xadrez moderno NeTOm eet : EDITORA . : Co” Petar MODERNA GAME} | i = Rae Se: alee ss John Watson DoMINANDO AS ABERTURAS DE XADREZ Volume 3 MM EDITORA : CIENCIA MODERNA Do original: Mastering the Chess Openings - Volume 3 Copyright© Editora Ciéncia Moderna Ltda., 2009 Original edition copyright© 2008 by Gambit Publications Lid. All rights reserved. Portuguese language edition copyright© 2009 by Editora Ciencia Moderna Ltda. All rights reserved, Nenhuma parte deste’ livro podera ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrénico, mec&nico, por fotocépia’e outros, sem a prévia autori- Zago, por escrito, da Editora. Editor: Paulo André P. Marques Supervisado Editorial: Camila Cabete Machado Tradugao: Ana Cristina von Calmbach Revisao Técnica: Guilherme von Calmbach Diagramagao: Lucia Quaresma Capa: Marcio Carvalho Assistente Editorial: Patricia da Silva Fernandes Revisdo de Provas: Aline Vieira Marques Varlas Marcas Registradas aparecem no decotrer deste livro. Mais do que sim- plesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploracao, ou ainda imprimir os logotipos das mesmas, o ecitor dectara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais, em beneficio exclusivo do dono da Marca Regis- trada, sem intengao de infringir as regras de sua utilizago. Qualguer somelhanga ém nomes préprics e acontecimentos sera mera coincidéncia. FICHA CATALOGRAFICA WATSON, John. Dominando as Aberturas de Xadrez — Volume 3 Rio de Janeiro: Editora Ciéncia Modema Ltda., 2009. 1. Xadrez |—Titulo ISBN: 978-85-7393-845-6 CDD 794.1 Editora Giéncia Moderna Ltda. R. Alice Figueiredo, 46 - Riachuelo Rio de Janeiro, RJ — Brasil CEP: 20.950-150 Tel: (24) 2204-6662) Fax: (21) 2201-6896 Lem@tcm.com.er WWW.LCM.COM.ER ‘ 04/09 a2 2 ee “@ “E60 = @ Z OF . Puteri aaat _ Vil SimbolOS .,....,..:00006 Dedicateria ....eeseseereersers AQrdeciMentOs ...escsreeeeererseees Bibliografia .... InTRoDUGAO GERAL wee XVII 41. INTRODUGAO A ABERTURA INGLESA . 2. INVERTENDO A SICILIANA: Os Secunpos LANGcES ,,, Trabalhando de Baixo para Cima, Najdorf ¢ as Aspiragdes da Dragao....... A Siciliana-Alekhine Melhorada ,.0.......cccseeeee 3. INTRODUGAO A 2 4\c3: as NEGRAS JocAM FLEXIVELMENTE,,,....seceeserveee Avangando 0 PeS0-f.....cssessesssreseapsesveneersersene AEmpreitada do Bispo 2...2.D4 ...ccccccssessecseeseeeseenseerree 4D O Ultra-Flexivel 2...d8: Introdugao Linhas Ativas com 3 d4,,..,, AAbordagem Posicional ,... IV £ Domnanno as Agerturas pe Xaprez - Votume lil 4. SISTEMAS 2../DF6 E G3 icc ccecccsssescsssescescseaceacseeee 101 Introdugao a 2...A16 ,, sadenneeaantennnes As Opgées de 3° Movimento das Negras AVariante Moderna: 3...2b4 ,, Digressao sobre a Siciliana Rossolimo Defesa Keres As Brancas Jogam 2 93 ........sseccsesesnseeeeoee 5. VARIANTE Dos Quatro CavALos .., Abordagens mais Lentas das Branca Assalto Central com 4 d4,.,,.. cscs O Cautelosoi4 98 i cscassessersexeanecpyanerasersseonniiensmunneonses AUnha Pringhpal-4-98 scssssevesvosvessavesescsossassey 4... &b4 € seus Descendentes Dragao Invertida: 4...d5 6. Os TRES CAVALOS E A INGLESA FECHADA ,..,,.,.cccscsssseeees237 Variante dos Tr&s Cavals ,,...iccsssscsssesssssncscsscessescersnnens2O7 O Independent] 3.16 ie cscseseessscesesssecnsscersessersesen 242 Introdugao a Inglesa Fechada Inglesa Fechada com Af3 Inglesa Fechada com e3 ,, Sistema Botvinnik: 5 64. 7. VARIANTE SIMETRICA PURA .........0.+ O Tradicional 5 e3 Ataque no Flanco com § a3 oo .icceeeceee 8. LINHAS PRINGIPAIS Com 2 @r3 E D4 Conteupo | V Botvinnik Simétrica: 5 e4 A Simétrica Pura com 5 ®f3: Introdugao ALinha Principal Tradicional com 5...0f6 A Simétrica com §...e5,, Contra-ataque Central com 5. Introdug&o 2 DFS... seseeeeeeeeeee Variantes com 2...2c6 ,,,,,. 2...2f6 e a Quatro Cavalos Simétrica Quatro Cavalos com 6 a3... Quatro Cavalos com 6 @db5 Quatro Cavalos com 6 g3, Variantes Anti-Benoni .. 9. VARIANTES ASSIMETRICAS sehagpiceisieenvensvencee ATS Nimzowitsch 5 e4 e Griinfeld Compardvels ......seesesreveeeeers4 ZS O Passeio do Cavalo 5...Db4 ,. .ceeeeseeennereeeeeees Troca com 5,..AXC3 .ecceesseeee Variante Keres-Parma Sistema Rubinstein 40.A VarIANTE Porco-EsPiNnHo , A Linha Tradicional com 8 xd4 Linha Moderna com 7 Het... 41. Ataque MikeNAS E INGLESA NiMzo ........... Ataque Mikenas: IntrodUgdo ,.,...cceccessscseseceeseseerereteseeees 557 VI_ 1 Dowianino as Agerruras oe Xapeez - Volume Ill Provocag&o Central COM 3...d5 ..........cssccsesrsseeeesreerereeeeed 587 Linha do Gambito com 3...05 ,.,, Variante Nimzo-Inglesa: Introdugao ..,., decseesuenaecees siemens Variante Classica 4 We2 oo... sowseenis seniiaiinnseanbicdaneen 579 O Ataque 4 94 NO FlANCO see eeeeeereeeees Rareseasneeaaes ++ 585 12. VARIANTES DA INDIA DO REL.....,..sscsscssseecceeesseeeeseesseensOO7, Variante Botvinnik vs a India do Rei... ...ccsseesssssessecesseeeess 098 A Formagao Inglesa Fechada ..,.. Wash aa vawevenauanngrenvasvene® ++. .604 Indice de Jogadores ,,,,,,, 617 a 2 Ch 1-0 Yat O-L (D} Xeque Xeque duplo Xeque Mate lance brilhante bom lance’ lance interessante lance duvidoso lance ruim erro grave Campeonato a partida termina com a vit6ria das Brancas a partida termina com um empate a partida termina com a vitéria das Brancas ver 0 proximo diagrama 8M eB ee a ae a a uxorculae lc OG so lf _- ‘a ~ © = Um agradecimento a Graham Burgess por sua paciéncia, bons con- selhos e brilhante edig&o. Agradecimentos cspeciais a Tony Kosten da ChessPublishing.com, por me enviar material: além disso, seu site foi o recurso mais impor- tante para este livro.. Be a ae Prue = “ oe eeeawe es a es ‘e =e ee Esta lista parcial nfo inclui os trabalhos nos quais encontrei apenas uma ou duas notas, Créditos aos Anotadores sao apresentados no texto. PERIODICOS ChessBase Magazine (até o 123); ChessBase New in Chess Magazine; New in Chess Informador (1-101); Sahovski Informator Chess Life; United States Chess Federation Chess; Chess & Bridge Kaissiber; Stefan Bucker WEBSITES | ChessPublishing; Kosten, A.; www.chesspublishing.com; Flank Openings colunas por Watson, J.; Hansen, Ca.; Rowson, J.; Kosten, A.; Motwani, P, This Week in Chess (atpe 0 no, 713); Crowther, M.; hitp:/Avww.chesscenter. com/twic/twic.html Jeremysilman.com; Silman, J.; www.jeremysilman.com ChessCafe.com; Russell, H.; www.chesscafe.com att XIV | Dowinanpo as Aperturas 08 Xaorez - VoLuMe lil CDS E DVDS Marin, M.; English 1 c4 e5; ChessBase 2003 Opening Encyclopaedia 2008; ChessBase 2008 Mega Database 2008; ChessBase 2008 Corr Database 2008; ChessBase 2008 LIVROS ‘ssnceeaaeencesseciancentosmsnrannsis BAGIROY, V.; English Opening: Classical and Indian; Cadogan 1994 BENKO, P. & SILMAN, J.; My Lsee, Games, e Composicées: Siles 2003 BOTVINNIK, M.: Botvinnik's Best Games Volume 4: 1925-1941; Moravian Press 2000 BOTVINNIK, M.; Botvinnik's Bost Games Volume 2: 1942-1956; Moravian Press 2000 BOTVINNIK, M.; Botyinnik’s Best Games Volume 3: 1957-1970; Moravian Press 2000 CHETVERIK, M. & RAETSKY, A.; English ...e5: The Reversed Sicilian Lines; Everyman 2003 i CUMMINGS, D.; Symmetrical English ; Everyman 2004 DEMPSEY, T.; English Opening: A Line for Black; The Chess Player 1985 DONALDSON, J. & HANSEN, Ca.; A Strategic Opening Repertoire, 2nd Edition; Russell Enterprises 2007 ERNST, S. & VAN DER STRICHT, G.; Tacties in the Chess Openings 6: Gambits and Flank Openings; New |n Chess 2007 EUWE, M.; Theorie der Schach Eroffnungen: Indische, Réti, u.s.w.; Siegfried Engelhardt Verlag 1959 FRANCO, Z.; CHESS EXPLAINED: THE ENGLISH OPENING; Gambit 2008 HANSEN, Ca.; THE GAMBIT GUIDE TO THE ENGLISH OPENING: 1...E5; Gambit 1999 HANSEN, Ca.; The Symmetrical English; Gambit 2000 KARPOV, A.; How to Play the English Opening; Batsford 2007 Biauiocrara | XV KEENE, R.; Elank Openings, 2nd Edition; British Chess Magazine 1970 KHALIFMAN, A.; Opening for Black According to Karpov; Chess Stars 2001 KORCHNOI, V.; My Best Games, Vol. 1: Games with White; Edition Olms 2001 KORCHNOI, V.; My Best Games. Vol. 2: Games with Black; Edition Olms 2001 KOSTEN, A.; The Dynamic English; Gambit 1999 KOTRONIAS, V.; Beating the Flank Openings; Batsford 1996 KRNIC, Z. (ed.); ECO A - 4th Edition; Sahovski Informator 2001 MCDONALD, STARTING OUT: THE ENGLISH; Everyman 2003 NUNN, J.; BURGESS, G.; EIMMS, J. & GALLAGHER, J. Openings; Gambit/Everyman 1999 PACHMAN, L.; Geschlossene Spiele: Indische Verteidigung u.a.; Sportverlag Berlin 1965 PALLISER, R.; Beating Unusual Chess Openings, Everyman 2007 POVAH, N.; How to Play the English Opening, 2nd Edition; Batsford 1991 PRITCHETT, C.; Play the English: An active opening repertoire for White: Everyman 2007 RIBLI, Z. & KALLAI, G.; Winning with the English; Batsford 1992 SOLTIS, A. ning with the English Opening, 3rd Edition; Chess Digest 1997 SUBA, M.; The Hedgehog; Batsford 2000 TAIMANOV, M.; Slawisch bis Réti Erréffnung; Sportverlag Berlin 1976 WATSON, J.; Ghess Strategy in Action; Gambit 2003 WATSON, J.; Secrets of Modern Chess Strategy; Gambit 1998 WATSON, J.; English: 1...P-K4; Batsford 1979 WATSON, J.; ENGLISH: 1...N-KB3 SYSTEMS; Batsford 1979 WATSON, J.; English: Franco, Slav, and Flank Defences; Batsford 1981 WATSON, J.; English: 1,..P-QB4; Batsford 1980 WATSON, J.; Symmetrical English: 1...c5; Batsford 1988 : junn’s Chess Este é 0 terceiro volume de uma série que originalmente eu preten- dia limitar a dois. O Volume 1 examinava o movimento 1 e4 cas Aberturas que com ele sc iniciam. O Volume 2 encaminhou-se para as Aberturas 1 d4. Como era pre- visto, muitos lcitores e pratican- tes se desapontaram com a falta de cobertura de 1 c4, conhecido como Abertura Inglesa. O lance | c4 nio 86 é 0 parceiro légico de J ed e 1 dd, mas, por si mesmo, constitui uma base maravilhosa para o estudo de idcias posicionais que englobam uma grande exten- sfo da pratica enxadristica, Pode ser muito titil como complemento as Aberturas que surgem de I dé e 1 D3, pois veremos muitos te- mas superpostos; além disso, de- pois desses lances, encontramos indmeras transposigdes para (ou da) Abertura Inglesa, Devido a es- sas consideragées, este novo vo~ jume pareceu-me uma boa idei Afortunadamente, tenho histéria extensa de escrever sobre 1 c4, gue comecei por um conjunto de quatro volumes em 1980, conti- nuando, de forma intermitente, na minha recente coluna sobre a Abertura Inglesa, para ChessPu- blishing.com, Como nos volumes anteriores, comegarei o trabalho de baixo para cima, iniciando com muitas escolhas elementares de primeiros lances, incluindo os que voeé rara- mente ou talyez nunca verd, a fim de explicar as propriedades bisi- cas da Abertura Inglesa. Como in- trodugao ou revisdo das primeiras nogdes do jogo de Aberturas em geral, vejao Capitulo 1 do Volume L. Os dois capfiulos seguintes da- quele Volume também podem ser Giteis, uma vez que identificamras ideias e os temas recorrentes no li- vro como um todo, Essa investiga- gio dos fundamentos, no entanto, esta longe de ser a histdria com- pleta, No momento em que eu en- trar profundamente em um deter- minado capitulo, a complexidade da minha apresentagao aumentaré e haverd material suficientemente sofisticado para alrair jogadores de todos os niveis, Mesmo nessas segdes procurel iratar us varlantes XVII | Dominanoo as AgerTuras De Xapeez - Vouume Il] ¢ a8 posicGes tipicas em um nivel bdsico ¢ extenso, antes de mergu- Ihar nos detalhes. Durante toda a série, procurei dar énfase as variantes que con- tém ideias e estruturas universais. Todavia, devido ao fato de que um menor némero de partidas sio jo- gadas com 1 c4, em vez de | ed on 1 d4, eu me dei ao Iuxo de cobrir praticamente todas as suas varian- tes, bem como acrescentar mais material atualizado e andlises ori- ginais, do que nos dois volumes anteriores. Espero que este com- prove ser titil no jogo pratico, bem como fornega assist@ncia para construir um repertério. Feliz~ mente, embora ninguém deva pre- tender que uma certa quantidade de memorizagio néo seja necess4- ria para dominar qualquer Abertu- ra, o material deste livro presta-se a uma abordagem conceitual mais ampla e eu aumentei, apropriada- mente, a importancia das expli- cagdes verbais. Tomadas como um todo, as variantes da Abertura Inglesa dependem menos de deta- Ihes taticos do que dos Pedes do Rei e da Dama. Pego que o leitor me perdoe pela repetigdo enfadonha de ci- tagdes como “com igualdade”, “ Negras ligeiramente melhor” assim por diante. Tais frases, ine~ xatas e amb{guas, sao infelizmen- te necessdrias quando apresenta~ ios, necessariamente, material de Aberturas com linhas truncadas. Nao hé nada pior que deixar o lei- tor constantemente dependendo de uma conclusio e, todavia, usar um conjunto de frases inventadas para expressar pequenas sutilezas seria confundir as coisas. Meu compromisso € fornecer justifi- cativas verbais e/ou analiticas, sempre gue uma posigao seja su- ficientemente significativa para merecé-la, ou quando a sua ava- liacdo possa ser intrincada, Ape- sar disso, voc® teré que colocar algum esforgo para entender as explicagées ©, espero, discordar do conjunto de enganos inevité- veis. Com respcito. a isto, quase todas as notas complexas e nio atribufdas, sdo de minha lavra, A propésito, uma forma conveniente de estudar este livro é procurar as partidas principais em uma gran- de Base de Dados. Vocé podera, entio, segui-las com 0 ChessBase (ou um programa similar) & medi- da que vai lendo. Chegando até aqui, nao hd como evitar um Volume 4. Parte dele sera devotada a uma selegao das demais Aberturas de Xadrez; por exemplo a Abertura Réti (1 23), os varios Sistemas envolvendo Fianquetos ¢ lances com 0 Peiio-f, bem como alguns Gambitos ¢ as assim chamadas “Aberturas Irre~ gulares”. Uma grande porgio do Volume 4, todavia, seré destinada a t6picos especiais, como esco- Jher as Aberturas, como preparar Aberturas, como estudar as Aber- turas, e as discussdes mais amplas de itens prdticos, com os quais 0 jogador se defronta no dia-a-dia. InrropugAo | XIX Meu objetivo, com este traba- lho, é fornecer instrugio e andlise que sejam apropriadas, tanto para um jogador iniciante e em desen- volyimento com, digamos, um ou dois anos de experiéncia, quanto para jogadores de longo tempo, que estejam familiarizados com uma considerével guantidade de teoria. Este € um objetivo ambi- cioso, certamente, e se este volu- me conseguiré alcanga-lo, cabe a voce julgar, Vd, INGLESK Wo 7 2aUg® 1 c4 (D) é chamada Abertura Inglesa. A primeira vez que escrevi so- bre esta Abertura, foi hd trés dé- cadas. Mesmo naquela ocasiio, levei umas 800 paginas e quatro volumes para cobrir o material re- levante, com frequéncia, superfi- cialmente, Desde entio, a teoria e a pratica da Inglesa se expandiu de tal forma que linhas secundérias de entio, fornecem material para a. ‘a a a a longos artigos e outras, principais, so quase inabordaveis, exceto em bases conceituais. Jogadores profissionais seguem alguma teo- ria até o vigésimo movimento ou mais além, da mesma forma que em outras Aberturas. Além disso, novas linhas continuam brotando regularmente, a Por sorte, em maior proporgio do que com | e4 ou | d4, as parti- das coma Abertura Inglesa tendem a seguir contornos mais suaves & medida que se desenrolam, de modo que as estruturas e as estra- tégias persistem com mais frequén- cia, do que se dissolvem em equi- Iibrios instiveis ou escaramugas tdticas. Embora haja muitas subya- ridntes independentes para cobrir, uma vez que 0 jogo € muito Fluide, a Inglesa exige menor ntimero de partidas para nos familiarizarmos com as suas propriedades. 2 | DOowINANDO AS ABERTURAS DE XADREZ - VOLUME II| Comecemos com | cde pergun- temos 0 que as Brancas querem. Seu primeiro objetivo é contfolar d5, obviamente e, em particular, desencorajar ...d5, Em termos bastante genéricos, podemos dizer que o movimento d4 € 0 préximo objetivo das Brancas. Em outras palavras, com liberdade de movi- mento, as Brancas comumente jo- gariam 2 d4; na verdade, as prin- cipais respostas das Negras 1... e5 1...c5 destinam-se a impedir isso. Isto é andlogo a | e4, quan- do as Brancas jogam pretendendo d4. De forma similar, quando elas comegam com | d4, tém em mente jogar 4. Por que, entio, nfo jogar logo 1 d4? Para comegar, as Brancas podem estar inclinadas a nfo per- mitir | d4.d5; jogando | c4, elas desencorajam |...d5?7! 2 exdS, o que priva as Negras de um Peiio central, e ganham um tempo de- pois de 2...Wxd5.3 Dc3. Em se- gundo lugar, as Brancas podem nfo querer se expor a alguns dos inconvenientes que um d4 prema- turo acarreta; por cxemplo, uma cravada com | d4 @f6 2 c4 e6 3 ®c3 &b4, ou um confronto com 1 d4 46 2 c4 cS. Em contraste, apés 1 c4 AF6, as Brancas podem abster-se daquele tipo de confron- to, com 2 @c3 e6 3 ed ou 3 AL (veja 0 Capitulo 11). Igualmente, apés 1 d4 AF6 2 c4 g6.3 Dc3 Bg7 4 e4, as Brancas tém um centro amplo para defender e © contra- jogo das Negras usualmente é di- recionado contra o Pefo d4 (com ..€5 0U ...€5). Jogando a Abertura Inglesa, as Brancas t&m a opor- tunidade de escolher | o4 “\f6 2 Dc3 6 3 g3 Le7 4 Be2 ¢ entio, 5 e4 ou S @F3, em ambos os ca- sos antecipando um oportuno d4 e deixando seus Pedes menos sujei- tos a um ataque direto (ver Capf- tulo 12), Naturalmente, isto surge sem as yantagens de controlar d4 eS, que 1 d4 permite. Falemos sobre 0 primeiro mo- vimento das Negras ¢ alguns as- suntos associados & decorrente ordem dos lances. As respostas principais e predominantemente jogadas contra | c4 sao 5,1 cS e 1.,.f6, conforme seré exa- minado no corpo deste livro. Nao discutirei outras respostas, exceto no que elas se relacionam com as aberturas pelos flancos, no Volu- me 4 (incluindo os Sistemas...b6, 26 ¢ ...f5). Mais importante para © jogador pratico é que as Negras podem fazer seu primeiro lance com o intento de transpor intei- ramente para outras Aberturas. Por exemplo, poderiam respon- der 1 c4 com 1...06, pretendendo Captruto | - InTRopUGAO A Apertura Inauesa | 3 jogar 2 d4 d5, com um Gambito da Dama Recusado, Esta ordem pode, todavia, agradar as Brancas que, tendo jogado | c4, colocaram de lado uma porgao de opées do Gambito da Dama, como (apés 1 d4 d5 2 c4) 2...dxe4 (Gambito da Dama Aceito), 2...c6 com uma Defesa Eslava, ou 2...@c6 com uma Defesa Chigorin, As Bran- cas podem também jogar 1 c4 &6 2 @F3, ©, apés 2...d5, entrar em uma Abertura’ Réti sem ter que enfrentar um prematuro ....$g4 ou £5. A Réti sera investigada no Volume 4. Ainda tendo a atengdo voltada para as transposigdes, as Negras poderiam responder 1 c4 com | c6, pretendendo uma Defesa E: va que poderia seguir-se a2 d4 d5, Isto pode muito bem ser satisfaté- rio para as Brancas ou elas podem de novo jogar 2 f3, enfrentando 2...d5 com 3 g3 ou 3 b3, entrando no que se denomina uma Variante Réti Eslava. Estas linhas aparece- ro em detalhe no Volume 4, Uma outra ideia importante apds | c4 c6 € 2 ed. Formalmente falando, essa € uma Defesa Caro-Kann (que comega com 1 ¢4 c6 2 ¢4), © pode ser encontrada nos livros, nesta ordem de movimentos. Ela pode transpor, apés 2...d5, para o Ataque Panoy, seguindo 3 exd5 exd5 4 d4 (ver o Volume 1), ou um conjunto de continuagdes jo- gadas menos frequentemente; por exemplo, 3 cxd5 cxd5 4 exd5 D6 5 Wa4+, uma linha que seré discu- tida no préximo volume, no con- texto dos sistemas hibridos (junto com 2 e4 eS). Naturalmente ha outras ideias de transposigdes, tais como as que surgem de I... d6, quando 2 d4 AFG 3 Ac3 g6 é uma [ndia do Rei, enquanto que 2. Ac3 cS scrd vista no Capitulo 3, via | c4 05 2 Ac3 d6. Fiquei surpreso ao ver que a literatura contemporanea sobre 1 c4 atribui pesos tao diferentes as principais respostas das Negras. Todos os trés livros que eu des- creveria como sendo_ primari mente de repertério para as Bran- cas, destinam mais éspago para as variantes da Siciliana Invertida (1 cd €5) do que para as variantes Simétricas (1 o4 c5), indo de 50% a até duas vezes mais o niimero de paginas. Isto me pareceu estra- nho, uma vez que as variantes | c4 c5 sfo jogadas tao frequentemente quanto as | c4 5, até que percebi quantas variantes mais, um joga- dor tem que saber responder de- pois de 1...¢5, quer esteja jogando com as’ Negras ou com as Brancas. Além disso, examinando superfi- cialmente a amplitude da Abertura

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