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BAxnara Santos Nowe 2 PAULO ESS bAws. Bathara Saws Ric ds Janie, 2015 ARTE! TEATRO ‘Teatro po Orrin [ Raizes & Asas 4, FRUTOS Um grupo que criamos com amor no coras é claro que surgiu o Panela de Opresséo, grupo popular com poténci hoje com talento interpreta muitas vi escondidas vidas com problen junto ao CTO des is em busca de solucéo, rtando coragéo' 10 ou pedagégico? Oprimido é um Método Estético com ercicios, Jogos e diversas Técnicas ivarn a desinecanizasao’ sia ¢ intelectual de seus praticantes, © Método visa 8 democratizagio dos meios de produgio teatral ¢ a idades de expressio de opsi- midos ¢ oprimidas, O tivo é a busca cole! vas para a transformacio da realidade, do Didlogo Teatral 101 Misica exads pelo grape comm! Panela de Opressio na do grape, jlvide a0 capicale 3. SEIVA, no itera 3.3 __Bérsara Santos No proceso de trabalho com o Teatro do Opri- mido, em grupos estveis, em oficinas, em cursos eu na montagem de cenas € espeticulos, deve- se identificar, analisar e compreender a questo que se deseja desenvolver, estimular o exerci da criagio estética (produgao de imagens, sons e palavras), para a posterior busca de alternativas, ‘Um percurso de compreensio da realidade através de meios estéticos, que estimule a busca de meios concretos para sua transformagio. O Teatro do Oprimido se desenvolve através de um proceso estético-pedagsgico que desemboca em producto artistica ¢ anseia por um fazer politico. Enquanto método, 0 Teatco do Opsimido é estético, em seu processo de desenvolvimento, é pedagégico ¢, em sua finalidade, é politico, © cariter pedagégico do Teatro do Oprimido néo o limita a uma Didatica, nem o transforma em um Teatro Didético. O cardter pedagégico & fundamental, pois se fefere % necessidade de criagio de um ambiente propicio e adequado para a produgio coletiva de conhecimento, para a aprendizagem coletiva. Isso nao diz respeito a uma Didética, que remere a téo- nricas, formas e esttatégias para proceder ao ensi- Tratro po Oraimvo | Ralzes » Asas no de uma matéria especifica, de um conteiido, de determinado conhecimento para um grupo de aprendizes. Insisto: a Curinga nao é 0 professora, a pega no € conteiido a ser ensinado, a plateia nao cons- vitui o grupo de estudantes e a sessio de Forum nao & a dula. A falsa interpretagio de que o Teatro do Opri- mido € uma Didética, tem como consequéncia a produsio de cenas de Teatro-Férum sem desen- volvimento csiético, que néo so dirigidas para uma plareia que precisa ser conquistada em sua sensibilidade. Produgées que sio apresentadas como adorno de um discurso previamente clabo- sado e ponto de partida para o debate conduzido, onde as perguntas induzem e esperam as respostas conetas. Essas produgées, além de nao valoriza- rem 0 cardter pedagégico do Método, no sentido que deveria ter, ignoram sta identidade teacral, o anseiam pela obra de arte. © Teatro do Oprimido nao deve ser ttansfor- mado em encenagio didatica, que tem como meta prioritéria a mensagem a ser passada, reduzindo as possibilidades de ampliar a discusséo et aspectos estéticos ¢ politicos BAnpaRa Santos Esse processo de desteatralizar 0 Teatro do Oprimido, de negar sua identidade artistica, refor- ‘sa preconceitos contra esse Método, que é Teatral. Entendo que a tiqueza ¢ a eficdcia do Teatro do Oprimido estio no fato de ser Teatro que possui identidade pedagégica © ambiggo politica, Mé- todo que anseia pela po: uma comunicasio sensivel, de etiar um processo de produgao coletiva de conhecimento ¢ provocar a intervengao concreta na realidade. A finalidade de atwar para além do evento wea tral no significa negar a importancia deste. © desenvolvimento do trabalho a partir de uma Est lade de estabelecer ica, baseada nos principios humanistas edemocriticos do Teatro do Oprimido, claborada a partir das condigées objetivas ¢ possibilidades de cada grupo, é uma tarefa fundamental para prati- cantes do Método. E yma questéo ps walidade potencializa a discussio. menos ¢ opinides sobre a realidade e para criar e5- pagos de didlogo para que a plateia tambént possa s¢ expressar ¢ nfo apenas consumir o que foi dito pelo elenco e pela Catinga, © Teatro nos permite 396 e ATRO DO Ovaimmpo | Raizes e Asas explorar diversos aspectos de uma questo, alguns dos quais s6 podem ser percebidos sensorialiente Uma imagem bem elaborada pode ser tio ou mais potente para o encendimento do problema ence- nado, do que un texto. Para quem entende que o carter essencial do ‘Tearo do Oprimido é didético, @ que importa é colocar um cema em uma discassio conduzida, en- sinando 4 plateia o que deve ser feito. Nesse caso, teatro no faz falta, basta uma mesa, duas cadeiras ¢ personagens que cxpliquem verbalmente o proble- ‘ma, tentando reproduzit o que ocorre na realidade a ser discutida, Nesse caso, a encenagio pode se trans- formar em adomo para ligio a set ministrada, Para ser Teatro, & necessirio que a realidade seja © ponto de partida, para a reptesentagio de seus aspectes essenciais. Se reproduzismos apenas © que vemos, exatamente como é apresentado na sealidade, corremos o risco de continuarmes sem perceber aspectos subjetivos © questées essen submersas em aparéncias, as quais nem sempre ‘0 expostas ¢ acessiveis. A realidade precisa ser ficada, ampliada para facilitar 0 entendi- mento do no é mais possivel sec visto por conta de mecanizagio cotidiana. 357 Banana Santos © Teatro do Oprimido deve ser praticado como ARTE e, como tal, buscar a expresso de alguma ideia, visando provocar o espectador em sua inteligéncia e sensibilidade, razio © emogfo, Pensamento Sensivel ¢ Pensamento Simbilico, A fungio pedagdgica do Método visa estabelecer 0 Didlogo que promove o aprendizado coletivo ¢ es- timula a postetior intervencio pi © contato com o piiblico nao deve estar alicer- sado apenas nas falas das personagens. O ideal de um espetéculo-Férum é que 2 ess8 da historia Possa ser percebida através de suas imagens, que # intengao de cada personagem seja evidenciada pelo conjunto de agées ‘que realiza ¢ nao apenas pelo texto que pronuncia. A diferenga entre a produgio de um espevicu- fo-Pérum feito por um grupo organico que deseja © necessita abrir canais de didlogo com a sociedade sobre temas que os aflijam ¢ um grupo que se re- ‘ina episodicamente em um workshop para traba- that com o Teatro-Férum é imensa. O grupo orginico precisa utilizar o teatro. como arte marcial!, como instrumento de luca ¢ de 103 Titulo ce um dos livios de Augusto Boal, 358 busca por alternativas para © problema que de- seja ver transformado. Os participantes de um workshop veem no Teatro do Oprimido um ins- trumento de anilise de problemas diversos ¢ esti- mulo & discussdo em geral, uma forma de pesquisa ou item importante para a formagio de profissio- nais de dreas distintas ou ainda como um exercicio para o aprendizado da técnica’ # mais provivel que o- grupo teatral arginico tenha tim maior interesse em trabalhar a Imagem do Expetéculo!™ © compreenda sua necessidade, pois precisa atrair, envolver, conquistar ¢ encora- jar o espectador a entrar em cena, a transgredir seu papel de receptor e a agi para transformar a acéo dramdtica, Essa necessidade estética move os grupos a buscarem formas interessantes de expres sarem suas opiniées ¢ problemas. Para quem pratica 0 Teatro do Oprimido ape- nas em workshops, talver nao seja fia compre: ender necessidades essencialmente teatrais, jd que, na maioria dos casos, no precisam produzir cenas ara 0 didlogo com plateias externas no sentido de conquisté-las para futuras fangas. 101 ‘Tema desenvolvida no caplcule 3. SEIVA, Bsteutara de Trabalho. em 3.3 339 BAnnara Santos O Teatro do Oprimido aso se detém a buscar as formas mais adequadas de ensino-aprendizagem, Sua meta essencial € criar ambiente para o didlogo Pleno, no qual opinises diversas possam ser expres- respostas levantadas ¢ novas perguntas provo- cadas, O Teatro-1 sas, Férum & um especiculo aberto, uma pergunta que expressa a opinizo do grupo que acolocou no palco, que deve estar sinceramente in- tcressado mas possiveis respostas ¢ questjonamentos da platela para a qual se apresentou, Os novos rumos do Teatro do Oprimid: gem 0 desenvolvimento da Estética do Oprimido, que val fo exi- Teatro do a identidade do Método em seus diferentes aspectos: processo estético-pe- dagépico, produséo artistica e intervencio polt- ‘ica, Quanto mais reveladora for a representagao teatral, mais eficar sera 2 discussio que estimulard as ages de desdobraniento, Grupos de Teatro do Oprimido Tendo a esséncia comunitaria do Teatro do Opri- mido como referéncia, a questo da formacio de niicleos de base se torna essencial. Estrutiirar-se como um coletivo teactal estavel é um desafio tan- 360 ‘Tearno po Orrmarpo | Ratzes Asas to para youpos de pessoas que querem usar 0 Tea tro do Oprimido como meio de expresso coletiva quanto para quem deseja atuar como Curingal®® do Método. Acredito que, antes de vivencias um processo de organizasio, desenvolvimento e estru- turagao de um coletive que tenha alguma estabi- lidade ao longo de certo periodo, um praticante nao completa sua formagio come Curinga do “Teatro do Oprimido. Por conta da especificidade dlessu tarefa, teri de colocar em pritica todo 0 co- nhecimento adquirido sobre 6 Método ¢, durante © processo de trabalho, descobrie que este ndo é suficiente. Bstou convencida que esta & a prética mais completa ¢ complexa denuo do Teatro do Optimido, onde todas as caracteristicas e nuances do Método precisam ser desenvolvidas e outtos tantos saberes precisant ser desenvalvidos, ‘Compartilho aqui um pouco da experiéncia que vivi no perfodo entre 1993 e 2005, quando atuci in- censamente junto @ grupos comunitétios no Centro de Teatro do Oprimido. Considero essa experién- cia exemplar por ter sido desenvolvida a0 longo de mais de uma década, num processo de constante 105 Temna desenvolvide na capleulo 5. Péeearos, 36r BAnnana Santos eee eAEnAns SANTOR anilise, avaliagio © adaptacao, com dezenas de grupos populares nas mais diversas comunidades do Rio de Janeiro. Atuei tanto como Curinga de varios desses grupos quanto na superviséo e coor- denasio do trabalho desenvolvido por meus cole- gas da equipe do CTO e por mul ~ Nao sci, no posso, néo consigoy isso nao é para ‘Crengas forjadas ao longo da socializacio, in- clusive nos bancos escolares, onde se convence as essoas, especialmente as pobres, que sabem pou co que aprender & di i. Que a experiéncia que wrazem da vida ¢ da histéria de suas familias nao é conhecimento. Que seus costumes ¢ tradiges ndo séo cultura. © Teatro do Oprimido estimula © propicia a autodescoberta: se ver ¢ se entender enquanto po- tencialidade. Através dessa linguagem teatral, a Pessoa percebe que scu corpo fala ¢ que diz mais do que cla imaginaria ser possivel expressar, Quan- do alguém descobre que pode entrar em cena, que pode cantar uma cangfo, recitar um poema ou es: crever uma ic idades ia, descobre que suas poss 362 ‘Teatro po Orrimino | Rafzes t Asas sio il mo eo mundo exterior. No fazer teatral, 0 integrante do gru- po descobre que é capaz de produiir o espeticulo teatral. A partir dessa constaragio, co- Sela jtadas, descobre que pode mudac a si mes- mega a perceber que, antes de dizer “Nao s tem a chance de tentas, de investigar quais sio suas lades, ou como pode se habilicar para conseguie. Quando as pessoas falam de si mesmas e im- n cenas de suas préprias vidas, elas se dao conta de quem sio e de onde estao. O fato de se enrenderem methor ¢ de descobrirem que podem mais do que imaginavam é fundamental como ponto de partida para a transformagao de suas vidas. © Teatro do Oprimido estimula o individue a descobrir o FU, enquanto potencialidade de ago ¢ transformasao, ¢ propicia o exercicio de expres- idades de ser. possi sar variadas possi Aléin de favorecer essa descoberta e fortalecer a autoestima ea autoconfianga, também atua so- bre a construgéo de NOS, tanto no que se refe- re ao préprio grupo, que passa a ser um coletivo com objetivos € metas comuns a serem alcangadas 363 BArnara Santos een ene AN TOSI He quanto ao NOS construido na formago do cida- dio, que vive num mundo coletivo, onde os fatos ocortidos sdo interligados, sendo consequéncia e causa de uma série de outros acontecimentos 50- iais, politicos, econdmicos, religiosos ¢ etc, Para que um coletivo exista, é preciso que seus Jntegrantes se vejam’ como pessoas completas ¢ como parte de um todo. A construcéo do NOS depende da existtncia e do fortalecimento do EU. Quando cada pessoa pode imaginar outro futuro ¢ sonar sonhos ampliacos ¢ complementados por sonhos alheios, significa que estabeleceu-se « co- munidade. Cada vez que um grupo popular apresenta seu esperdculo para uma nova plateia, entende melhor © problema que encena ¢ descobte outris possi- bilidades de acéo 2 partir do olhar alhcio do es- pectador que entra em cena para improvisar uma alternativa. Cada plateia que assiste, ou melhor, Que participa de uma sessio de Tearro-érum, descobre algo com a cena apresentada, com as intervengses e suits propostas © com a discusstio desenvolvida, ¢ leva para casa 0 movimento go- rado no evento, Ninguém sai de uma sessio de Forum como entrou, mesmo que nfo tenha entra- 364 Teatro DO Orriine | Raizes 5 Asas do em cena, porque as possibilidades de agi que poderiam ter sido tentadas acompanham todas as pessoas, especialmente as que tiveram ideias ¢ n4io tiveram coragem de expetimenté-las em cena, © grupo aprende, porque se aprofunda na compreensio do problema que encena. Cada ator © attiz, conforme ganha experiéncia no F6- rum, desenvolve argumentos € entende, a partir do olhar do espectador que.cntra em cena, que os, problemas encenados tém possibilidades miiltiplas de encaminhamento, © espectador que entra em cena, ao se identificar com aquele problema, per- cebe que pessoas distantes de sua vida cotidiana vivem problemas semelhantes. Essa atividade de diglogo constante aproxima pessoas e desmistifica problemas. Em todos os grupos em que trabalhei, observei smudangas sigificativas tanto em seus integrantes quanto nos Curingas que os coordenavam, Além da influéncia desses coletives no meio em que atuavam. Vi gente que nfo estudava voltando & escola, gente mudando de emprego, participando em associagbes de bairro ou profissionais, pedindo divércio e/ou casando de hovo, atuando em teatro ¢ fazendo a vida mudar. 303 Banana Santos —BAnpana Santos ‘Além das mudangas que sio particulates na vida de cada um, apesar de algumas delas no serem tio particulares quanto possam parecer, testemunhei © participei de ages Iniciadas ¢ desenvolvidas por cesses coletivos. Como nos bairros de Jacarepagud ¢ de Santa Teresa, onde os integrantes dos grupos de teatro influenciaram decididamente 0 proceso elcitoral das respectivas associagées de moradores. Como o grupo de estudantes universitatios negros que se organizou, mobilizando outros coletivos pata participar de um festival de teatro na Africa, Ou os grupos de Teatro-Férum (“Ghota’ — ho- mossexuais; Renascer ~ terceira idade; os “Porta: dotes de deficiéncia fisica”, “Galera da Levy” — es- tudantes de primeiro grau) que deram entrada em projetos de lei na Camara Municipal através do mandato do entéo Vereador Augusto Boal. Tam- bém como grupo ARTEMANHA, que comesou a escrever seus préprios projetos. © aprendizado adquitido a0 longo desse pro cesso foi sistematizado integrado aos programas de formagao cm Teatro do Oprimido desenvoh dos pelo CTO para a criagao de grupos populares em outzas cidades do Brasil. A partir da experién- cia pratica, dentro de um contexto especifico de 366 Tearno Do Opriwno | Raizes 2 Asas trabalho, criamos uma metodologia de acuagio, que acredito seja interessante como um exemplo, uma inspiragio uma possi texto, haverd especificidades que deveréo ser con- sideradas na praxis a ser desenvolvida. Nesse contexto, fago um’ esforgo, aqui, sim, didatico, de descrigho detalhada para facilitar a compreensio. Na realidade da praxis, os aconteci- mentos nem sempre estéo.ordenados em sequén- cias estrucuradas e sempre podemos nos surpreen- der com acranjos inusitados. A sequéncia descrita abaixo,’se refere & estrutura bisica desenvolvia em nossa prixis no CTO dentro de comunidades do Rio de Janeiro, entre 1993 ¢ 2005. Contato inicial | Parceria local © abalho comunitatio deve ter 0 principio da parceria como alicerce. Nossa regra inicial era bus- car parceiros com experiéncia no desenvolvimento de projetos locais, antes de atuat em uma determi- nada conmnidade. Acreditévamos que 0 trabalho teattal nao deveria se desenvolver isolado de outras iniciativas existentes na comunidade. Por isso, 0 res locais era sempre contato inicial com moradores | P 367 BArsara Santos mediado por uma associagio de moradores, seto- rep atuantes da Igteja, outros grupos comunitétios ou ONG, parceiros que ofereciam ap trodusio ¢ no desenvolvimento da atuagio local. Em algumas comunidades, mesmo com parce- tias locais, nao foi possivel dar continuidade ao ta- balho por questées de seguranga, nao tinhamos con- dig6es de garanti a integridade fisica dos Cusingas €nem dos membros dos grupos. Em.uma dessas co- munidades, nosso vei lo foi toubadlo € os figutinos devolvidos. Entendemos 0 ato da devolugio camo una ameaga, Em outra comunidade, onde um giu- pe de mulheres tinha um ds espeticulos de Teatro- Forum mais vibrantes sobre a condigio da mulher de comunidade que vive sozinha ¢ tem de enfrentar a violéncia policial ¢ 0 autoritarismo dos criminosos, © trabalho foi inviabilizado pelo “toque de recolher” decretado pelos bandidos. Em outras, muitas veres as Curingas tinham que interromper os ensaios para esperar 0 fim do tirotcio Quando o problema era cle seguranga e nfo viamos alternativa, nossa estratégia era recuar, Associar 0 trabalho de formaséo do grupo ea- ral a outras iniciativas 6 fandamental para fortale- cer a proposta ¢ garantir resultados préticos, 368 Oficina demonstrativa ‘Ao abrir uma nova frente de trabalho é preciso qual exista a pos- sibilidade de contato informal, sem compromisso de concinuidade para ambas as partes envolvidas. ‘As pessoas podem ce interessar pelas oficinas de te- atro c nao quererem formar um grupo teatral. Por isso, € preciso ter sensibilidade, porque 0 trabalho go deve ser implementado a qualquer custo. criar espago “experiment: Para vermos esse cempo de investigayao, utili- zavamos 0 a das “oficinas demonstrativas", uma espécie de periodo experimental em que inte- grantes da comunidade & Curingas se conheciam e estabcleciam contato. Para o grupo de participantes era a oportuni- dade de conhecer a:técnica ¢ descobrir se havia desejo dé seguit com o trabalho ou apenas de par- Jina de teatro, Para os Curingas, tempo para avaliar se havia condigées de criar un grupo de Teatro do Oprimido no local e se val pena a tencativa ¢ 0 investimento de energia, com po € recursos financcitos envolvides. As oficinas demonstrativas formavam uma e¢s- ‘uatégia de atuagao que nos permitia mobilidade 369

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