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ELETRONICA RADIO E TV CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 5“ LICAO TEORICA MAGNETISMO, ELETROMAGNETISMO E INDUTORES Introdugao Nesta liga0, apresentaremos nogbes gerais sobre 0 magnetismo @ 0 eietromagnetismo, materias cuja importancia se estende a todos os dominios da eletricidade, seja na eletrénica ou na eletrotécnica, Uma aplicagao muito vulgarizada do magnetismo, na eletrénica, encontramos na fabricagao dos modernos aito-falantes, has fitas magnéticas dos gravadores, dos computadores, etc, O eletromagnetismo, por sua vez, esta presente, tanto em dletrénica como em eletrotécnica, em quase todos os fenémenos. Basta lembrar, por exemplo, que os geradores elétricos, as ondas de radio, a luz, etc. 840 fendmenos aletromagnéticos. Finalmente, esses dois ramos do estudo da eletricidade nos servirdo para introduzir ‘outro componente passivo de enorme apiicagao na eletténica, que é 0 indutor ou bobina, 1- Magnetismo A ciéncia que estuda as propriedades magnéticas dos materiais recabe 0 nome de magnetism. Diromos, ento, que 0 magnetismo estuda os 1-Imas Ha muito tempo, os gregos @ os chineses encontraram uma pedra prota, brihante, que gozava da propriedade de atrairo ferro. Essa pedra é, na realdade, lambem um minério de ferro. Como foi encontrada em uma regiao da Asia chamada Magnésia, recebeu o nome de magnetita Como se chama de ima todo corpo que tem a propriedade de atrair o ferro, podemos concluir que 2 magnetita foi o primeiro ima de que se tem noticia. imas naturais e artificiais Os imas naturals sto aqueles que se encontram na natureza. A magnetita é » seu representante. Entretanto, podemos azer que corpos, que normalmente nao 0 ims, passem a sé-los. Os imas, assim obtides, séo chamados de arifciais, A classe dos imas artfciais é bastante importante porque, na pratica, ‘esses imas 6 que sfo usados, em virtude da faclidade de sua obtengao e, também, porque 6 possivel obter propriedades magnéticas bem mais intensas nos mas aificlais do que nos naturais. ‘Alom da classiticaggo dos imas om naturais @ artificiais, podemos tazé-la tambem em permanentes etemporarios ou transitorios. Chama-se’de ima permanente aquele que nao perde sua propriedade magnética, ou seja, 0 poder de atrair 0 ferro, com 0 passar do tempo. A pedra- ima, que & o ima natural, & um exempio de ima permanente. Além do ima natural, existem inémeras ligas metélicas que, quando imantadas, guardam essa propriedade indefinidamente ou, pelo menos, por um espago de tempo muito grande ®, por isso, S40 consideradas ‘como imas permanentes. O campo de aplicagao dos imas permanentes & bastante vasto, O aluno os encontraréi nos atuais alto-falantes, nos instrumentos de medida, etc. Dessas ligas, uma bastante importante @ a conhecida com o nome comercial de ALNICO; é feita de aluminio, ‘nique! © cobatto @ retém um magnetismo ‘mutto intenso, sendo usada na fabricacao os aito-falantes, Por ima temporario ou transitério 6 conhecide aquele que néo ratém sua propriedade magnética por multo tempo. Um exemplo de ima iransitério ¢ o ferro doce, pois ele perde imediatamente sua imantagao. Ao contrario do que possa parecer, os imas tomporais tém largas aplicacdes em eletrénica e eletrotécnica, Na industria, por exemplo, costuma-se Usar 0 eletroima, que 6 um ima transitorio, para 0 movimento de grandes massas do ferro, principalmente nas industrias, siderurgicas. Em televisao. como veremos nna ligdo opartuna, sao utiizados imas transitérios para desviar o feixe de olétrons da esquorda para a direita 0 do alto para baixo, a fim de formar a imagem ra tela tubo. Mostraremos, agora, ao aluno a aparéncia real de alguns imas ppermanentes. Assim, tomos na figura 1 0 ima do tigo barra e, na tgura 2, 0 ima tipo ferradura (ou U). Podemos considerar estes dois, 2 Figura T-Tnas ipo Bara Figura 2 Ima po Ferradura, Figura 3 Imas de uso correnie em Elero eltronica, tipos de imas como sendo os formatos basicos mais utilizados no estudo do magnetismo, porém nossa intengao nao & fa de tornecer a0 aluno somente conceitos, teoricos, mas sim de fomecer 0 conjunto te6rico e pratico. E por este motivo que ilustramos, na figura 8, alguns possiveis tipos de imas com que o aluno passa a se deparar em sua Vida protssional ‘As aplicagoes dostes imas sao variadas, podendo ser utllizados desde geladeiras € televisores ate mesmo em Instrumentos de median 2 - Polos e atracdo de imas Se considerarmos um ima qual- quer e movimentarmos um pedacinho de ferro (uma bolinha, por exempio) ao longo de todo 0 seu corpo, veriicaremos que a atragao se da mais fortemente nas extre- rmidades do ima (figura 4). Cada uma das extremidades 6 chamada de pélo do ima. Aquela parte do ima que fica entre os. polos @ que nao tem propriedade magnética ¢ chamada de regio neutra, Figura 460s de atraglo de um ima, a) Tipos de pélos Na experiéncia citada, verificamos que 0 ima tem dois pélos e uma regido neutra, Além disso, podemos compravar que a atragao que 05 dois pélos exercem sobre a bolinha é a mesma, ou seja, ‘ambos 0s polos atraem a bolinha com a mesma forca. Poderiamos concluir, dai, gue 08 dois pélos sao iguais e, como sempre acontece com as conciusoes apressadas, estariamos errados. De fato, ‘em vez de utilizar 0 pedacinho de ferro, vamos tomar dois imas do tipo ferradura, or exemplo, e agir da seguinte maneit Coloquemos seus pélos frente a trente. Entao, pode acontecer que os polos se atraiam ou que se repilam. Em qualquer ‘caso, invertamos a posicao de um dos mas. Notamos, agora, que o fendmeno também se inverte, ou seja, se na primeira experiéncia os polos se atraem (figura 5), agora eles se repeliéo (figura 6) @, inversamente, se eles se repeliam agora se alrairao. Podemos, agora sim concluir que os dois polos, embora atraiam 0 ferro com a mesma iniensidade, Figura'5~Atracho de corpos magnéticos Figura 6 - Repulsao de corpos magnets, ‘no sao iguais. Um dos p6ios do ima & chamado de pélo norte ¢ 0 outro, de pélo sul ‘As praticas efetuadas, conquanto nos permitam concluir que os dois pdlos do ima sao diferentes, nao nos indicam ‘qual 6 o norte ou 0 sul. Qual o eritério que ‘se usa para nomear os polos? Responderemos que 6 um crtério uramente convencional, como foi aquele Que se usou para identificar a carga elétrica como negativa @ posttiva, No caso do ima, foi observado que, quando se Suspende uma barra imantada, de maneira que ela possa mover-se em foro de seu centro de gravidade, como mostramos na figura 7, ela se orienta sempre na diregao norte-sul da Terra, qualquer que seja a posicao em que for deixada. Por este motivo, chamou-se convencionaimente de pélo norte co ima aquele que fica voltado para o pélo norte geogratico da Terra e, naturalmente, de dlo sul do ima aqueie que fica voltado Para o pélo sul geogratico da Terra Esta experiéncla que acabamos de indicar nada mais 6 que a realizagao de uma bssola, que, como o aluno néo ignora, foi um insirumento de orientagao de enorme valia para a navegagao. Na Figura 8 Buscola comercial 6 canara 3 figura 8, apresentamos uma bussola oo tipo comercial @ uma rustica que pode ser canteccionada com diversos tipos de rmateriais de facil aquisicao, b) Leis de atracao e repulsdo \Vimos, no paragrato anterior, que, quando os pélos de dois imas’ sao colacados frente a frente, eles se atraem ‘ou se repelem. Se identificarmos os polos norte @ sul como ensinamos, @ pintarmos 08 polos (ou pelo menos um deles) com cores diferentes, para que possam ser faciimente identiicados, e os colocarmos de novo frente a frente, observaremos que: 1- Pélos magnéticos de mesmo nome, isto ¢, os dois nortes ou os dois suis, repelem-se. 2: Pélos magnéticos de nomes contrérios, ou Sela, um norte @ outro sul, atraem-se. Estas conclusdes s80 conhecidas ‘como leis de atragao @ repulsao entre polos magnéticos 3 - Inseparabilidade dos polos Uma _propriedade bastante interessante dos imas 6 quo sous polos ‘ndo conseguem ser separados. Isto quer dizer que nao existe ima com um s6 polo, do mesmo modo que nao @ possivel fazer-se uma folha de papel s6 com o ver- 0. Deste modo, cortando-se_um ima em varios pedacos, cada um deles formara tum novo ima, possuindo, portanto, polos norte e sul 4- Campo magnético ‘A nogao de campo é de muita im- portancia no estudo da eletricidade, pois fenémenos fundamentais como a onda de radio, por exempio, sao explicados com ‘base no conceito de campo. ‘Os campos de maior interesse sao aqueles conhecidos como campos de forga. Dizemos que em uma regiao do ‘espace existe um campo de forca se um corpo, ai colocado, fica sujeito & acao de forgas. Um campo de forga importante e do conhacimento do aluno é 0 chamado campo de gravidade, que envolve 2 Terra, Devido & agao da gravidade qualquer corpo material é atraido para 0 ‘centro da terra Em eletricidade, existem dois cam- pos de grande interesse: 0 campo ele: {rostatico, ou simplesmente campo elé: trico, © campo magnético. ‘Chama-se de campo elétrico a re- 9iA0 do espaco onde axistem forgas de natureza_eletrostatica, Vimos, na ligao teorica ndmero 3, quando tratamos das. cargas elétricas, que uma carga 6 capaz de atrair ou repelir outra carga que esteja ‘em sua zona de influéncia, Convém notar que, nos campos, nem sempre ha muito Interesse em saber sua origem, mas seus efeitos, que so avaliados pela intensida de com que ocampo atua sobre uma ‘massa exploradora_nele colocada, pela irecao do movimento dessa massa @ pe- Jo sentido desse movimento. Para explicar melhor isso que ‘acabamos de afirmar, vamos considerar ainda 0 campo de gravidade que nos é bastante familiar. A origem, ou seja, a ‘causa do campo de gravidade ainda é um mistério, mesmo no atual estagio de desenvolvimento da ciéncia. Entretanto, & possivel medir a intensidade do campo de gravidade, em qualquer parte do globo torrestre, observando-se a forca que atua sobre qualquer corpo, no ponto que nos interessa. Por outro lado, verifica-se que 0 corpo, solto no espaco, se move em diregao a0 centro da terra @ que o sentido do movimento ¢ sempre de cima para ‘baixo, isto é, do espaco para o centro da terra. ‘Com os campos elétrico © mag- nético, que so 0s que interessam para nosso curso, acontecem fatos seme- Ihantes aos descritos acima, isto 6 eles apresentam intensidade, direcao © ‘sentido, embora as origens dos campos itados sejam perteitamente conhecidas, ja que 0 campo elétrico ¢ devido & acao de cargas elétricas, e o campo magnetic acao de massas magneticas (imas)> Depois destes esclarecimentos, 0 aluno pode coneluir que existe um campo magnetico terrestre. De fato, na expe- riéncia que efetuamos para nomear os po- los do ima, afirmamos que a barra iman- tada se orienta sempre na mesma diregao (norte-sul), em qualquer regiao da Terra. Além disso, o campo magnético da Terra tem uma iniensidade que pode ser rigorosamente medida em cada regiao, Unidade de medida do campo magnético Como toda grandeza fisica, a intensidade do campo magnético também tem unidade de medida. Ela recebeu o no: me complicado de OERSTED, em home- nagem ao fisico dinamarqués que tinha ‘esse sobrenome, ‘Além dessa unidade, a intensidade de campo magnético também pode ser medida em ampere por metro. 5 - Linhas de forea Os campos de forca costumam ser representados graficamente, isto €, no pa- pel, pelas suas linhas de forga, que sA0, 2s trajetorias, ou seja, os caminhos que a massa exploradora sequiria, se tivesse liberdade de movimento, Por exomplo, as linhas de forga do um campo magnético s4o os caminhos que um polo magnético norte imaginatio {vimos que @ impossivel separar os polos de um ima) percorreria, dentro de um ‘campo magnético. Podemios visualizar as linhas de forga, fazendo a seguinte experiéncia: tomiamos um ima do tipo ferradura e, sobre seus pélos, como Figura 9 - Experiencia para comprovar a existoncia das inhas oe forca ‘mostramos na figura 9, colocamos uma folha de papel ou um cartéo ou ainda uma placa de vidro. Agora, distrisuimas sabre © papel limalhas de ferro (o po que resulta quando se passa lima sobre uma pega de {etro) @ verificamos que essas limalhas se orientam, formando linhas, como esta mostrado na figura 10, Sao as linhas de forca. Figura 10- Linhas de forga de um ima. Pode parecer que essa experiéncia nao represente a definigao de linha de forga dada anteriormente, pois 14 mencionamos « movimento de um pélo magnético norte, e © que se observou foi simplesmente a orientacéo das limalhas de ferro. Entretanto, se 0 aluno desenhar as linhas no local em que se formaram, retirar as limalhas e colocar um polo magnético norte sobre qualquer uma delas observara que esse polo se movimenta exatamente sobre a linha tragada, partindo do pélo norte do ima para o polo sul. Entdo, as linhas formadas, pela orientacdo das limalhas representam, de fato, as linhas de fora _do campo magnético. Gomo nao @ possivel a ‘obtencao do pélo norte separado do pélo ‘sul, pode-se substitu-lo por uma bissola de'pequeno tamanho. Neste caso, a bissola nao se movimentara sozinha, mas, empurrando-a sobre uma linha ‘qualquer das tragadas no papel, observa- 4 se_que a agulha imantada se orienta, sempre, na direcao da linha. 6 - Permeabilidade, indugao e fluxo magnético a) Permeabilidade Na figura 10, pode:se notar como se dispdem as linhas de forca de um ‘campo magnético, devido aos pélos de um ima, ou seja, as linhas partem do polo norte @ terminam no pélo sul, sendo Praticamente paralelas entre os pélos, ¢ afastam-se entre si, isto 6, abrem-se em ‘qualquer outra posigao, Onde as linhas de forca sao paralelas, diz-se que o campo 6 uniforme (figura 11). Figura 11 ‘Campo unforme. (figura 1), Um fendmeno que se observa: A sisposigao das inhas de forga se modifica quando, no campo magnético, sao Colocados determinados materials, como f fer doce, por exemplo (figura 12a). 0 campo nao sofre nenhuma moditicacao, {quando nele & introduzido outro tipo de ‘material, como 0 cobre, por exemple, ¢ se modifica diferentemente, quando 0 material introduzido no ‘campo 8 0 bismuto. Na figura 12, mostramos como ficaviam as linhas de forea de um campo magnético uniforme, se nele fossem Colocadas substancias do tipo clad. AS substancias que nao modificam a disposigao das linhas do torca sao chamadas de paramagnéticas (figura 12b), Quando @ substancia procura alastar as lnhas de forga de seu interior, como aparece em e na figura 12, diz-se {que ela 6 diamagnética. Finalmonie, sea disposicao das linhas de forca se modifica, de modo que elas se concentrem em seu Interior, como se mostra em a desta figura, diz-se que essa substancia 6 ferromagnética ‘O ferro 6 a substancia tiica desse grupo, sendo também importantes 0 Riguel eo cobatto, Para poder caracterizar uma substancia, ineluindo-a num dos grupos Gtados, isto 6, para que se possa dizer se 2 substancia é do tipo paramagnetico, diamagnetic ou ferromagnético, foi introduzida uma grandeza que recobeu 0 nome de permeabilidade magnetic represeniada pela letra u (mu). Foi estabelecido que a per meabilidade magnetica do are das, Figura 12- Comportamento das inhas de um campo magnetic. substancias paramagnéticas_ 6 raticamente igual a do vacuo, quo 6 1 (um). Por sua vez, as. substancias diamagnétices tém permeabildade menor que 1 (um) e as ferromagnéticas tém Dermeablidada maior que 1 (um) b) Indugao magnética Dizer-se que 0 tipo de material modifica a disposigao das linhas de forca no seu interior equivale a afirmar que 0 ‘campo magnético, dentro do material,nao @ 0 mesmo que aquele em que ele (corpo) ‘esta colocado. Para indicar essa situacao, define-se outra grandeza magnética, que recebe o riome de indugao magnética ou densidade de tluxo magnético. ‘A indugao magnética de um corpo 6 calculada multiplicando-se sua permeabilidade pelo valor do campo ‘magnético. € comum indicar-se © campo magnético peta letra He a inducao pela letra B. Assim, como a permeabiidade & ‘epresentada por 1, resulta que a indugdo ‘A unidade de medida da inducao ‘magnética recebeu 0 nome de Gauss, em homenagom ao fisico alemao que tinha esse sobrenome. Na pratica, essa unidade é constantemente citada, @ 0 aluno tera oportunidade de veritica isso, quando se defrontar com as indicagoes das caractoristicas do alto-falantes, com os nucleos de ferro utilizados na fabricacao de transformadores.etc. Assim, 6 comum encontrar-se que determinado alto-talante tem ima com densidade de fluxo de 10.000 gauss, que o ferro ultiizado no nicleo de um transformador tem densidade de 8.000 gauss, etc. Convem ressaltar que, quanto maior a densidade de fluxo de um material, melhor 6 sua propriedade magnética. c) Fluxo magnético A terceira grandeza magnética, que estudaremos neste item, @ a que recebeu 0 nome de flux magnético. A Palavra fluxo tem o significado de jorto. Em magnetismo, chama-se de fluxo magnético o jorro de linhas de forca através de uma superficie. Isto pode ser enunciado de maneira mais técnica, dizendo-se que’ da inducao magnética pela area de superficie plana colocada no campo magnético. Desta definicéo, resulta uma propriedade importante, que sera utiizada quando tratarmos do problema dos geradores eletromagnéticos de eletricidade. Esia propriedade, como 0 aluno certamente ja concluiu, 6 que 0 ‘luxo magnético varia de acordo com a posi¢ao da superficie considerada om relacdo as linhas de forca. Na figura 13a, mostramos um desenho em que a érea atravessada pelas linhas de forca é erpencicular a ciragao do campo. Nesta Situagao, o fluxe magnético tem seu valor maximo. Na figura 13b, indicamos outra situagéo, em que 0 fluxo tem metade do valor em relagdo ao maximo e, finalmente, na figura 13¢, mostramos uma situacao ‘em que o fluxo tem valor zero, isto 6, no, 7 ag) Figura To Variagao do Tune magneto Nos livros de eletricidade, o aluno fencontraré 0 fluxo magnético usualmente simbolizaco pela letra 6 (és fi), A unidade de medida do fluxo magnético tem o nome de MAXWELL, em homenagem ao grande sabio inglés que 5 tinha esse sobrenome. Na pratica. © ‘comum chamar-se 0 maxwell de linha © fem conseqdéncia, 0 gauss de linha por centimetro quadrado, Assim, 0 aluno nao deverd estranhar se, nas especiticacdes de um determinade tipo de ferro para nicleo de transformador encontrar a expressao “linhas por centimetre quadrado", em vez de gauss’ 7 - Explicagao do mag- netismo Certamente,desde 0 inicio desta ligdo,o aluno estara indagando do porqué de. certas substancias adquirirem propriedades magnéticas e outras nao. Vamos entao, responder a essa indagagao, explicando as raz6es do magnetism, segundo as teorias mais, recertes. No século passado, Oorstod notou ‘que, quando passava corrente elétrica por tim fo, uma aguina magnetica (issola) era decviada de sua posigéo de equltrio. Isto, como é dbvio, indicava que a pascagem de corrente pel fio criava um campo magnético. ‘Vimos, em uma ligdo anterior, que ‘0 tomo tem elétons que gram em vota 6 seu niles. Ora, tambem mostramos {que a corrente oitrica 6 0 movimento das Cargas eletricas que, no caso, S40 0s eletrons, ‘Sendo assim, cada atomo pode ter suas érbitas assomelhadas a pequenos Circuitos eleticos e, portanto, rodeando esses circuitos | surgem campos magnétices. Cada atomo se comporta ‘como um pequenissimo ima. ‘Na maior parte das substncias, as correntes que crcundam os atomos s40 muito pequenas © 0 campo magnetico & muito fraco. Entretanto, existem certas Substancias e ligas, que ja detinimos ‘como material ferromagnético, onde os campos maghéticos gerados sao felativamente intensos. Tais materials, quando colocados em campo magnétice ‘externa, sofrom uma ofientagao do sous imas elementares, de maneira que 0 efeito de cada ima’ seja somado 20 de outto, @ 0 eleito final seja o de um campo magnético intenso. Quando se retira 0 ‘campo magnético externa, 0 do material Continua, Esta 6 a condicao em que se diz estar 0 corpo imantado, Figura 14 - Avragao de um corpo pelo ima. Convém notar que outras ‘substancias, como o ferro, por exemplo, ‘nao ratém o magnetismo por muito tempo. Outras, como as ligas que assinalamos ‘em outra parte desta ligdo, 18m seus Imas elementares dificeis de sorem orientados, mas, uma vez conseguida a orientacao, ela permanece por muito tempo. E técll ao aluno comprovar essa afirmativa. De fato, tome um ima @ aproxime-o de um prego de ferro. Imediatamente, 0 prego sera atraido pelo imé (figura 14). Agora, aproxime a extremidade do prego que nao esta grudada ao Ima, de qualquer outro attefato de ferro, como outro prego, por exemplo. Notara que esse artefato 6 atraido pelo prego, o que comprova que Figura 15 - Atragao de um corpo por outro corpo magnetizace, Figura 16 padamente, © ferro perde 0 magnetismo ele age como um verdadeiro ima (figura 16). Agora, desencoste 0 primeiro prego do ima. Observaré que 0 segundo & libertado, 0 que demonstra que o primeira perdeu sua imantacao (figura 16) Para eletuar a segunda parte da ex- periéncia, encoste 0 ima a um pedago de ‘ago duro. Se o aluno ndo tiver esse ma teria, em outra forma, serve uma tesoura qualquer, que normaimente 6 feita com fesse material. Também aqui notara que a extremidade da tesoura age como um ima, pols ela 6 capaz de atrair o ferro, Agora, desencoste a tesoura do ima, Voriticara que, mesmo assim, ela continua agindo como’ um ima, pois é capaz de ‘continuar atraindo o ferro (figura 17). Estas duas experiancias compro: vam 0 que afirmamos, ou seja, que determinadas substancias tém a propriedade de sofrer uma orientago de seus imas elementares, quando sob a ‘agao de um campo magnético, mas nao ‘mantém essa otientacdo, se 0 campo for retirado: outras substancias tem a propriedade de sofrer a mesma orientagao © manté-la, se o campo for fetirado. Alem disso, existom substancias que no se imantam, isto 6, cujos imas elementares nao ‘sofrem qualquer Figura 18 - Orientagao dos Imas elementares «eum corpo. orientagao, quando colocados no campo magnético Na figura 18, ilustramos a explicagdo que demos para a formacao, de imas. Em a, figuramos os atomos de ferro nao imantado como pequenos. ima ‘cujos feitos se anulam. Em b, vemos os Atomos orientados pelo campo magnético, formando um ime Il- Eletromagnetismo Como 0 titulo deste capitulo indica, © eletromagnetismo tem por objeto 0 estudo do magnetismo produzido pela corrente eletrica Os primeiros estudos sobre a producao de campos magnéticos pela passagem de corrente elétrica foram devidos a Oersted, como ja mencio- amos. Esse cientista, fazendo passar corrente elétrica por um condutor reto, ‘observou que a agulha magnética de uma Figura 17 - Aco: Retém magnatismo por maior periodo de tempo. Figura 19- Experiéncia de Oersied 6 bassola, colocada perto desse condutor, movia-se da mesma maneira como so estivesse colocada perto de um ima Estava, portanto, demonstrado que a Corrente produz campo magnético. Na figura 19, ilustramos a experiéncia de Oarsted, onde a agulha da bussola é desviada pelo campo magnético criado a0 Figura 20 - Comprovagao da experiéncia de Oersied rador do fio, quando este 6 percortido por uma corrente elétrica Na figura 20, podemos observar 2 mesma experiéncia, poréim sem a circu- lagdo de corrente elétrica pelo circulto, pois a fonte de energia se encontra desconectada, no criando, assim, 0 campo magnético ao redor do fio e nao alterando a posicao da agulha na bussola, 1- Campo criado por um solendide Chama-se de solendide um condutor enrolado em espiral, como \y XN Figura 21 Solondide (bobina) © solenside também 6 chamado de bobina, Fazendo-se passar continua pelo condutor do solendide Indicamos na figura 21 corrente veritica-se que ele se comporta, como um Ima, isto @, cada uma de suas extremidades age como os pélos do ima ®, por este motivo, sdo também denominados de pdlos do soiendide. Na pratica, quando se necassita de um ima, é Inditerente que ole soja natural ou obtido por um solendide. Alem do. mais, deveros esclarecer que com o solendide conseguem-se campos magnéticos de muito maior intensidade do que com os Imas naturais. Na figura 22, esta Figura 22 Solendide e seus polos. desenhado um solendidé e seus respectivos pélos, para o sentido da corrente (convencional) jé indicado. O solendide age como um ima temporatio Porque, interrompendo-se a corrente, 0 ‘campo magnético desaparece, Aintensidade do campo magnético ctiado por um solendide depende de dois fatores: da intensidade da corrente elétrica que passa pelo fio e do nimero de espiras (voltas) do fio. Realmente, construindo-se_um solendide com determinado numero de espiras, & fazendo passar corrente de certa intensidade, obtém-se um campo Magnético. ‘Agora, se for mantido 0 mesmo numero de espiras @ dobrado 0 valor da corrente, verifica- se que o ‘campo também dobrara ‘Analogamente, se, em lugar de dobrarmos a corrente, dobrarmos 0 numero de espiras, conservando a ‘orrente com valor igual ao do exemplo anterior, notaremos que a intensidade do campo magnético também dobra. Assim, fica comprovado que @ intensidade de ‘campo do solendide depende do valor da corrente e do numero de espiras. Na experiéncia citada, utiizamos corrente continua para produzir o campo magnético,entretanto, ela podera ser do tipo alternado, "sé que, nestas condigbes.os pélos do solendide néo so fixos, mas variam no mesmo ritmo de vvariagao da corrente altermada. 2 - Aplicagao do sole- néide Uma aplicagao muito comum de um solendide a qual ja nos referimos nesta licdo, 8 a do dispositive que se chama de eletroima, Tal dispositivo produz um campo magnético muito Intenso e 6 usado para movimentar pesadas massas metalicas (de material ferromagnético) nas industrias meta- lurgicas. Na figura 23, incicamos as partes fundamentals de um eletroima. Convem notar que nao apenas materiais mag- ‘iéticos so movimentados por eletroimas, mas qualquer tipo de carga que seja suspensa pelo gancho da culatra Indmeras sao as aplicacoes praticas do eletroima, além da citada ‘cima. Podemos citar o seu emprego na separagao de substancias ferrosas das nao ferrosas, nas campainhas, nos Figura 24 -Alto-alante de campo, dispositives para abertura de portas & portdes a disténcia e no dispositive que Interessa mais de perto 20 nosso curso, que @ 0 ‘alto-falante de campo" ou eletrodinamico. Neste tipo de alto-alante, © campo magnético @ conseguido, fazendo-se passar corrente continua através de um enrolamento, Na figura 24, aprosentamos um corte desse alto: falante. Devemos esclarecer que tal tipo de alto-falante esta totalmente em desuso na atualidade; entretanto 0 mesmo {ai escrito por questtes didaticas, © oletroima alimontado por corrente alternada o aluno encontrara nas campainhas mais vulgarizadas no momento, que sao as conhecidas cigarras (figura 25). Esse dispositivo consta de um enrolamento, pelo qual circula @ corrente alternada, @ de uma lamina que vibra e produz 0 som. Na figura 26, apresentamos um corte de uma cigarra. ‘Outros exemplos da aplicagéo dos solendides sao os relés, de que ja Figura 25 - Campainha tipo cigar, 7 Figura 26-- Vista am carta de uma agar. tratamos em outra ligdo. © telégrato, os fones magneticos, etc. Ill - Indugao Eletromag- nética Vamos entrar, agora, em um dos fenémenos da mais alta importancia em eletricidade, que ¢ conhecido pelo nome do indugao eletromagnstica. Linhas atras, definimos a indugdo e © fluxo magnético. Sabemos, portanto cue a indugao ¢ alteragao_do campo, em conseguéncia da introduce de um meio material que modifica a disposigao das linhas de forca, caracterizado por uma constante ‘que chamamos de permeabilidade. Poderiamos completar seu nome, chamando-a_ de pormeabilidade do meio. Vimos também que 0 fluxo magnético & definido como o jorro de linhas de forca que atravessa uma superficie, Aproveitando as explicacbes dadas, vamos realizar algumas experiéncias de fundamental importancia ‘em eletricidade, 1 experiéncia Tomemos um ima e uma espira de fio condutor. Nas extremidades da espira, liguemos um instrumento registracor de cortente de grande sensibilidade. Agora ‘movimentemos essa espira das seguintes maneiras: 1 - Perpendicularmente as linhas de forea do ima. Esse movimento 6 ilustrado na figura 27. Como se percebe, a espira ‘corta’ todas as linhas de forga do campo: costume dizer-se que a espira varre as linhas de forga. Nessa fase da experiéncia, verifica-se que 0 instrumento Figura 27 Indugdo elatromagnética parpen: lular as nhs de forga, registra certo valor de corrente @ que essa corrente tem um sentido, quando 0 ‘movimento da espira é feito de cima para baixo, por exemplo, e um sentido contrario, quando se inverte o sentido de ‘movimento da espira. 2 - Paralelamente as linhas de forca. Na figura 28, mostramos esse movimento. 0 aluno notara que, movi- mentando a espira paralelamente as linhas de forga do campo do ima, ou sei de manoira que a espira no corte as Figura 28 - Inducdo eletromagnética paralela as linhas de orga nhas de forca, nao haverd corrente, pois 0 instrumento nao dara qualquer indicagao. 3 - Em qualquer direcao diferente das anteriores. Movimentando a espira, agora, em qualquer diregéo que nao seja nem Perpendicular e nem paralela as linhas de forca, nota-se que 0 instrumento indicara passagem de corrente e que esta varia de Intensidade, de acordo com a posi¢ao ‘escolhida, @ que a intensidade é nula quando a espira esta na direcao das linhas, @ maxima, quando esta perpendicularmente a elas. Desta simples pratica, tiramos as soguintos conclusées: 19) Toda vez que um condutor se move, cortando as linhas de forga de um ‘campo magnético, nele aparece uma {orga elatrica que @ chamada de forga letromotriz induzida. Note o aluno: Alirmar que existe uma forga eletromotriz ‘ou uma corrente (come foi observada na nossa experiéncia) é a mesma coisa, pois sabemos que, para existir corrente, 6 necessaria uma forca eletromotriz 28) A intensidade da corrente induzida depende da direcao do movimento do condutor. 2%) experiéncia Repetiromos a experiéncia ante- ‘ior, mas, agora, ao invés de movimen: tarmos a espira, vamos deixé-la parada e movimeetar 0 ima, ou seja, 0 campo magrstico, 1- Efetuaremos 0 movimento do ima paralelamente ao plano da espira, Neste caso, notaremos que 0 efeito € 0 mesmo que 0 da primeira etapa da experiéncia anterior, ou seja, a corrente S—— wowmenyio 00 ima LP. Figura 29 - Indugdo eletromagnétca: movimento dos ims, existe © tem 0 valor maximo. Veja figura 29a, 2. Movimentando 0 ima perpen- dicularmente ao plano da espira, como mostramos na figura 29b, observa-se fendémeno igual ao acontecido na segunda parte da pratica anterior, ou seja, nao aparecera corrente induzida 3. Finalmente, se 0 ima & movido om outras direcdes que nao nas duas citadas, também aparecera corrente elétrica induzida, mas com intensidade que varia entre zero e o valor maximo, {que 6 0 verificado quando 0 movimento do ima é perpendicular ao plano da espira, Veja figura 29c, ‘experiencia Nesta terceira fase, vamos repetir as duas experiéncias anteriores, mas, Gesta vez, colocando um nucleo de material ferromagnético no interior da cespira, 0 que significa que substitulmos 0 nucleo de ar de permeabilidade 1 da espira por outro de permeabilidade maior que 1 Observa-se que o valor da intensidade da corrente induzida agora 4") experiéncia © que chamamos de quarta experiéncia pode ser considerada como uma observacao a ser feita, quando da fealizagao das praticas anteriores. Consiste ela em modificar a velocidade de movimentacao da espira, na primeira experiencia, ou do ima, na segunda, @ verificar que’ o valor da corrente induzida, se modifica de acordo com a variacéo, ou Seja, quanto mais répida € a variagao do movimento, maior o valor da corrente induzida. Conclusao: Variando ' posi¢go da espira em rolagao as linhas de forca do campo ‘magnético, ou a posicao das linhas de {orca em relagao a espira, o que no fundo 8 6 a mesma coisa, 0 que fizemos foi variar © fluxo magnético através da area * determinada pela espira; logo, podemos fenunciar a primeira conclusao importante: = Todo condutor mergulhado ‘em um campo magnético de fluxo varivel sera sede de uma corrente (ou forga eletromotriz) induzida.” ‘A segunda conclusao importante & que resulta da 4 expenencia e que Observacéo: A variacao do fluxo pode ser conseguida pela modificacao da posicao da espira no interior do campo, pela variacao da intensidade do campo magnético ou pela variagéo da permeabilidade. Na ratica, o que se costuma fazer é variar ‘© campo ou a posigao da espira Exemplos de. aplicagao do fenémeno da inducao eletromagnética A aplicagao mais importante do fendmeno da indugao eletromagnetica esta exatamente nas maquinas produtoras de eletricidade, que recebem o nome de geradores eletromagnéticos. Quando 0 gerador produz corrente continua, ele é chamado de dinamo. ‘quando produz corrente alternada, ele & cchamado de alternador. Na figura 30, mostramos 0 dese- nho de um gerador elementar, desses ‘conhecidos como “dinamos de bicicleta’, ‘que por certo 0 aluno ja viu funcionar. Na realidade, nao se trata de um dinamo, mas sim de um alternador Nota-se que ha uma pega tixa, bobinada, que tem 0 nome de estator, & ‘outra mével, no caso formada por imas, que tem o nome de rotor. O rotor Ce stator Bosna wa Figura 80 - Aternador para biciletas. movimentado pela roda da bicicleta, A base do funcionamento 6 aquela que vimos em uma das nossas experiéncias, isto @, da espira fixa e campo magnético mével. Assim, quando em movimento.o ima gira e induz na bobina uma corrente, gue serve para acender a lampada do farol. Se 0 aluno tem um gerador desse tipo, ou ja viu algum funcionando, deve tor observado que a luminosidade da lémpada depende da velocidade da bicicleta, o que comprova nossa 4* experiéncia. Assim, quando a bicicleta esid parada, nao ha corrente @, com ela ‘em muita velocidade, a corrente pode alingir valores que cheguem a queimar a lampada. Os geradores das grandes usinas de eletricidade funcionam sob 0 mesmo principio, s6 que o campo magnético nao 6 mais produzido por imas, mas por ‘letroimas, alimentados pela corrente que © proprio gerador fornece. Assim. ‘conseguem-se campos magnetics muito mais intensos. Os eletroimas das usinas geradoras sao chamados de enrolamento de campo, porque sao eles ‘que produzem o campo necessario, Para que se dé inicio a produgao da corrente que alimentara 0 campo. Os geradores tm preso ao seu eixo outro pequeno ‘gerador, que usa imas permanentes como campo. Esse pequeno gerador é chamado de excitador. 1- Indugdo mutua Sabemos que um condutor percorrido por uma corrente elétrica ‘Comporta-se como um ima, isto é, criara em sua volta um campo magnético. Suponham que esse condutor seja alravessado por uma corrente variavel. Entao, o campo magnético teré sua intensidade varidvel. Ora, se assim 6, qualquer outro condutor que esteja sob a infiuéncia desse campo variavel sera sede de corrente induzida, como sabemos. Para comprovacao disso, vamos propor a seguinte experiénoia: ‘Tomemos um bastao de ferro doce @, sobre ole, enrolomos duas bobinas, Figura 31- Concete de wansformador, ‘como mostramos na figura 31. Agora, liguemos as pontas da primeira bobina (que pode sor qualquer uma delas) a uma bateria, através de um interruptor de Contato, do tipo conhecide como botéo de campainha, Aos terminals da segunda bobina, liguemos um instrumento registrador de corrente. Feito isto, apertamos 0 botao de campainha, fechando o circuito da primeira bobina Notaremos que, nesse momento, o instrumento registra a passagem de corrente elétrica pela segunda bobina e volta 4 posigao de repouso. Isto é natural, porque a variagao do campo s6 aconteceu ‘no momento em que © contato da primeira bobina foi fechado, depois, permaneceu constante. Agora, se o aluno ficar compriminde € soltando rapidamente 0 contato, verificara que a corrente na segunda bobina persiste. Ora, como a corrente da primeira bobina produz corrente na segunda, diremos que howe indugéo. Por sua vez, a corrente da segunda, pela mesma razdo, também induz corrente na primeira; logo, ditemos ‘que entre as bobinas existe uma indugao matua (© fendmeno descrito poderia ser observado se a primeira bobina, que chamaremos de enrolamento primario, ‘ou simplesmente primario, fosse ligada a uma fonte de tensdo varidvel, como ¢ a corrente allerada que conhecemos. A segunda bobina chamaremos de enrolamento secundério, ou simples- ‘mente secundéri. Outra observacao que se pode fazer na experiéncia citada @ que o valor da tensao (diferenca de potencial), no secundario, depende da relagao de espiras entre os dois enrolamentos. Por exemplo, se no primario enrolamos 100 espiras @ no secundério enrolamos o dobro de espiras, ou seja, 200, a diferenga de potencial que aparecera no secundairo sera também 0 dobro daquela aplicada ao. primario. Assim, se allmentarmos o primario com 110 volis, no Secundario teremos 220 volts, se no primario aplicarmos 1.000 volts, no Secundario teremos 2.000 @ assim por diante. Este € 0 principio do dispositive conhecido por transtormador, ex- tensamente usado em eletronica © eletrcidade. ‘0 aluno deve observar, desde j4, ue o transiormador pode elevar a tensao ou a corrente, mas, nunca, a poténcia 9 Assim, se no secundario se recolher 0 dobro ‘da tensao, no maximo se pode retirar a metade da corrente do primar. Uma aplicagao do que acabamos de expor é a conhecida bobina de indugao, utlizada para produzir a chama que provoca a igni¢ao da mistura ‘combustival (gasolina + ar) nos motores de explosio. Tal bobina consta de dois enrolamentos: 0 primario, enrolado com fio grosso @ poucas ‘espiras, & 0 secundario enrolado com um numero muito grande de espiras e fio bastante fino. Os dois enrolamentos sa0 ‘executados sobre um nicleo de ferro magnético. O primario alimentado pela ‘cortente continua a bateria, tendo como chave de abertura e fechamento do circuito um contato mével, que é ‘conhecido como platinado. Esse contato tem a mesma fun¢ao que o botao de ‘campainha de nossa experiéncia. Assim, quando 0 motor funciona, o platinado abre-se e fecha-se no ritmo da rotacao do motor e induz no secundario uma tensao bastante elevada (da ordem dos 15.000, volts ou mais}, que produz uma descarga (faisca) entre o chassi e a vela e provoca a explosao (combustdo da mistura). Para dar 0 inicio da igni¢ao, chamado de partida, 0s motores de combustao sao dotados de manivelas ou de um dispositive elétrico (motor de arranque) que, movendo o virabrequim, executa o movimento de abertura do platinado. (Q transtormador a que ja nos reterimos ¢ a principal aplicacao do fendmeno da inducao entre os circuitos. Gragas a ele € possivel mudar 0 valor da tensao ou corrente, de acordo com nossa necessidado. Por exemplo, a energia elétrica produzida nas grandes usinas tem tensdo maior que 10.000 volts. Essa tensao & muito perigosa para o usuario, pois 0 ‘choque elétrico seria fatal. Apesar disso, ‘esse valor ¢ muito baixo quando se quer transporter a energia 2 grandes distancias, sem grande perda. Para resolver 0 problema, sA0 empregados os transformadores, que elevam a tensao gerada nas usinas a valores que variam entre 150.000 a 900.000 volts, e os abalxam, nas cidades, a niveis no muito Perigosos, que estao entre os 440 e as 110 volts. Outros usos dos transformadores serao descritos no decorrer de nosso curso, pois voliaremos a nos referira eles ‘com muita frequéncia, 2- Auto-indugao Sabemos que um condutor, percorrido por uma corrente elétrica \variével, produz em sua volta um campo ‘magnético, que 6 também variavel. Por outro lado,’ vimos que qualquer condutor “colocado ém campo magnetico variavel sera percorrido por uma corrente elétrica induzida, se o circulto for fechado, ou tera em suas extromidades uma forca eletromotriz induzida, se o circuilo estiver aberto. Em consequéncia disso, 0 Condutor percorrido por uma corrente variavel fica sob a acao do campo variavol que ele cria @ tera induzido em si mesmo uma corrente de inducao. Esse fendmeno 6 o que se chama de auto-indugao ou self-indugao, Portanto, diremos que auto- inducao: 6 0 fendmeno pelo qual um condutor produz corrente de indugao em si mesmo, quando ercorrido por corrente variavel fenémeno da auto-indugao & observado com muito mais intensidade nas bobinas, porque, sendo grande 0 numero de espiras, a tenséo induzida tambem 0 sera, como acabamos de estudar no itern anterior. ‘Na ligao pratica, indicaremos uma experiéncia que comprovara o efeito da auto-induco. 3- Indutancia Nas ligoes anteriores de nosso ourso, mostramos que 0 que caracteriza um corpo, quanto a sua propriedade de Ser atravessado pela corrente elétrica, 6 a resisténcia. Vimos, também, que a Ccaracteristica de um corpo de armazenar cargas elétricas 6 a capaciténcia, ‘Agora, diremos que um condutor ou um enrolamento, quanto & sua auto- inducao, € caracterizado por uma grandeza que chamamos de cooficiente de auto-inducdo ou simplesmente indutancia, De fato, a forga eletromotriz de indugao em cada enrolamento nao 6 ‘a mesma para todos, pois vimos, em uma experiéncia de item anterior, que essa forga eletromotriz depende do nimero de espiras. Além disso, depende de outros falores, como indicaremos mais abaixo. Sendo assim, ha que existir um meio de podermos descobrir, entre enrolamentos, aquele que provoca em si mesmo a maior {orca eletromotriz de indugdo. Esse meio 6 exatamente a indutancia, Fatores que influem na indutanci Se oaluno raciocinar um pouco, nao tera dificuldade em concluir que a indutancia depende dos seguintes fatores: a) Do numero de espiras do enrolamento. Realmente, quanto maior 0 niimero de espiras da bobina, maior é a forca eletromotriz induzida nela mesma e, portanto, maior sua indutdncia, ) Da forma do enrolamento, De fato, as linhas de forga de uma espira podem atingir ou nao a outra espira, dependendo, naturalmente, da forma df enrolamento. ©) Do diametro das espiras. AAinfluéncia do diametro das espiras ‘© aluno podera veriicar observando a figura 92, onde representamos, para facildade de exposi¢ao, uma s0 espira, de pe. Se imaginamos que a corrente entra pela esquerda, ela provoca um campo magnético, cujas linhas de forca t8m 0 sentido que ingicames pela ponta de seta. No ramo da iret, ou seja, por onde a corrente sal, 0 ‘campo tam 0 sentido contrario ao da entrada; consequentemente, se o dimetro for pequeno os campos se subtrairao @ a forca eletromotrz induzida sera menor, o que equivale a dizer que a indutancia sera ‘menor. Assim, a indutdncia depende do diémetro da bobina e, quanto maior esse ‘démetro, maior sera a indutancia, Figura 32 - inflvénda do diameto da espa na Indutdncia de uma bobina d) Da permeabilidade magnética do nucleo. Como a permeabilidade tem a propriedade de juntar ou expandir as linhas de forga do campo, resulta que a indutancia também dependera da Permeabilidade © quanto maior for esta, maior sera aquela. Na licdo pratica, 0 aluno vera que se usam nicleos de elevada permeabilidade para se conseguir grande indutancia com poucas espiras. 4-Indutores Como chamamos de resistor 0 cor- po _cuja_propriedade elétrica Predominante @ a resisténcia 0 do Capacitor 0 corpo cuja propriedade redominante € a capacitancia, também chamaremos de indutor 0 corpo cuja propriedade eletrica principal seja a Indutancia, 10 © aluno deve ter em mente {que nao existe um corpo que tenha, exclusivamente, resisténcia, capacitancia ou indutancia, pois todo corpo possui as’ trés propriedades, mas ele sera Classificado de acordo com a propriedade predominante. Uma bobina, por exemplo, apresenta resisténcia, que é aquela do fio de que é feita; indutancia, decorrente dos fatores que estudamos anteriormente e capacitancia resultante da diferenca de potencial que existe entre as espiras. 5 - Unidade de medida da indutancia Sendo grandoza olétrica, a indutancia ¢ medida em uma unidade propria.que tem o nome de Henry, em homenagem ao fisico inglés que tinha esse sobrenome, (© Henry ¢ uma unidade grande; portanto, na pratica se usam além dela, ‘seus submiltiplos, que sao: a) Milihenry, representado por mH fe que vale a milésima parte de um henry, b) Microhenry, cujo valor ¢ a milionésima parte do henry, isto é, um henry dividido por um milngo, O Imicrohenty é representado por wh. Observacées finais: Para encerrar esta importante ligao de nosso curso, que remos fazer as sequintes observagoes: a) A forga eletromotriz induzida @ chamada de forca Porque 0 seu sentido 6 tal que s@ ope a forca eletromotriz que a produziu. Note 0 aluno: Isso 6 0 mesmo que afirmar que a corrente induzida tem sentido contrario ao da corrente que a produziu. b) A diregao das linhas de torga de um campo magnético, criado por corrente elétrica, pode jser determinada por diversas regras praticas, sendo uma delas conhecida como regra da mao {direita: Colocando-se 0 polegar da mao direita na direcdo e sentido da lcorrente, 08 outros quatro dedos, fe- [chados, em tomo do fio indicardo 0 sentido das linhas de forca. Se 0 faluno aplicar essa regra a figura 31, lcomprovara que 0 sentido das linhas de forca , de fato, 0 que i indicamos. ‘0) Quando ha indugéo métua, lacontece a transferéncia magnética ide energia de um circuito para outro. Esse processo de transferir lenergia. @ chamado da lacoplamento indutivo. CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 5° LICAO PRATICA OS INDUTORES NA PRATICA - Introdugao 0 terceiro elemento passive de freqdente utilizagéo_ em circuitos eletronicos, principalmente em receptores do radio e televisao 6 0 indutor ou bobina. Nesta licdo, faremos um apanhado das. principais caracteristicas dos indutores, Sobretudo do ponte de vista pratico, exatamente como fizemos para os rasistores @ capacitores. 1- O que é um indutor? Sob o ponto de vista construtivo, podemos afirmar: indutor é um fio enrolado lem espiras, cuja principal carac- teristica 6 a indutancia. Figura 93 - Inutor(bebina) com nucleo a ar Na figura 98, mosiramos um indu: tor bastante elementar ‘A induténcia como o aluno aprendeu na ligao teérica, s6 aparece quando 0 indutor 6 percorrido por uma comrente variavel Para que fique bem claro que a indutancia so existe para corrente variavel, vamos considerar 0 seguinte: ‘Suponhamos que em um carretel de 2 cm de diametro e 5 cm de comprimento, Sejam enroladas 1.000 espiras de fio de ‘cobre, isolado, que tenha dizmetro de 0,2 mm. Em outras palavras, construimos uma bobina (ou indutor) de 1.000 espiras. ‘Agora, se medirmos a resistencia ‘ohmica dessa bobina, o que pode ser feito Utiizado-se 0 ohmimetro, por exemplo, vamos encontrar um valor aproximado de 32,50 . Pois bem, facamos agora as sequintes experiéncias 4# experiéncia Liguemos 0 indutor a uma fonte de corrente continua quo, para faciidade de resultados, vamos admitir seja de 32,5 V, em série com instrumento de corrente (amperimetro), camo mostramos na figura 34, em esquema e em fisionomia real Figura 04 Croullo de teste 1" experiencia Nestas condigdes, observamos que amperimetro indicara corrente de um ampere, 0 que era de se esperar, pois tendo o indutor resistencia dhmica de 32,50 sendo ligado a uma fonte de CC (corrente continua) de 92,5 V. Para calcular a corrente que passa pelo fio do indutor basta dividir a tensao pela resistencia (volts por ohms), o que dara 1 A, porque 32,5 V » 32,5=1 A. Podemos observar também que, . se aproximarmos um objeto de ferro ou ‘ago, como uma faca ou chave de fenda, por exemplo, de uma das extremidades do carretel de bobina, esse objeto sera atraido, do mesmo modo como ‘aconlecerd com um ima natural. Desta pratica, podemos tirar as seguintos conclusdes: ‘@) Um indutor, quando ligado a uma fonte de corrente continua, comporta'se, para a corrente, como se fosse um resistor puro, ou seja, somente a resisténcia hmica do fio limita o valor da corrente que passa pelo indutor. ) Quando atravessado por corrente continua, 0 indutor se comporta, magneticamente, do mesmo modo que um ima natural 4 2 experiéncia Nesta nossa segunda _pra- tica,vamos substituir a fonte de corrente continua por uma fonte de corrente alternada, que tenha 0 mesmo valor elicaz de tenséo, ou seja, 32,5 Vem nosso exemplo, o amperimetro de corrente continua por outro que permita a observagao de corrente alternada. Como Conseguir a fonte de corrente alternada ao vem ao caso, no momento, mas poderia ser, por exemplo, um resistor {visor de tensao ligado aos 110 V da rede domiciliar, ou um transformador abaixador de tensao. Na figura 35, mostramos a fonte, usando um resistor varidvel para abaixar a tensao, em esquema e aparéneia fsica, 'Nestas circunsténcias, observamos. ‘que a corrente indicada pelo amperimetro ‘mudou bastante, ou seja, nao € mais um ampere, mas abaixou para 0,14 A (calorze centésimos de ampere). ‘Alem disso, notamos também que, tencastando um objeto de ferro ou ago nas extremidades do carretel da bobina, ele nao sera atraido como anteriormente, mas vibrara de acordo com a frequencia, da rede, As conclus6es que podemos tirar, agora sao: a) A resisténcia que a bobina oferece a passagem da corrente alternada é maior que a oferecida @ ‘corrente continua. Esta conclusao & bvia, pois como a fonte foi mantida com a mesma tensao, para que a corrente tenha abaixado, 6 necessario que a resistencia tena aumentado, b) A bobina ndo se comporta ‘mais como um ima natural, pois 0 objeto ‘metalico ¢ atraido e repelido de acordo ‘com a pulsacao (Irequencia) da rede ‘© que 6 importante gravar, desta experiencia é que a resisténcial que uma bobina oferece a corrente| iternada é diferente e maior do que, \quela que ela oferece a corrente continua. Figura 35 - Circuito de taste - 2 experineia. Para que nao se faga confusao entre resisténcia a corrente continua © corrente alternada, esta ultima recebe 0 nome particular de reatancia indutiva, Assim, define-se a reatancia indutiva de uma bobina como sendo “a resisténcia que o indutor oferece & passagem da corrente alternada.” De imediato, surge a pergunta: Por que a teatancia indutiva ¢ maior do que a resisténcia dhmica e qual a razao de sua existéncia? Essas questoes podem ser respondidas, facilmente, lembrando-nos do que estudamos na ligdo teérica sobre a auto-inducao. Realmente, quando a bobina é ligada a corrente continua, $6 existe auto-inducao no instante em que a corrente ¢ ligada (ou desligada), ou seja, durante 0 pequeno intervalo de tempo em que as linhas de forca comecam a ser criadas (ou findam). A Pattir dai, ndo ha mais variagao das linhas de torca e, consequentemente, nao existiré também forca contra- eletromot induzida. Como consequéncia, a corronte se mantém constante e igual a divisdo da tensao pela resistencia ohmica do fio. Alimentemos, agora, a bobina pela corrente alternada, Sabemos que essa corrente aumenta e diminui perio. dicamente, ou seja, no mesmo ritmo da frequencia. Por conseguinte, ha constante expansdo e contragao das linhas de forca, 0 que determina, como vimos na liga teérica, a inéugao de uma {orga eletiomotriz que se opde a forca eletromotriz (tensdo) _aplicada, Raciocinemos: se ha uma tensao aplicada e outra induzida em sentido contrério, a resultante das duas da uma tensao menor. Ora, diminuindo a tensao, e como a resisténcia éhmica do fio variou, 6 claro que a corrente deve ‘diminuit. Tudo se passa, entdo, como se a resisténcia do indutor tivesse aumentado. Por esse motivo, a reatancia indutiva, muitas vezes, também © chamada, de resisténcia aparente da bobina. Ficam, assim, respondidas nossas porguntas iniciais, ou seja 7) A reaiancia indutiva aparece: devido a variagao da corrente,a qual provoca a auto-inducdo. 2) A reatancia indutiva ¢ maior que a resisténcia dhmica, porque a forga contra-eletromotriz induzida se opse a tensao aplicada e tudo se passa como se a resisténcia da bobina tivesse aumentado, Il - De que depende a reatancia indutiva? Para responder a esta nova indagagao, podemos, de imediato, alirmar que a reatancia indutiva depende da freqdéncia da tenséo alternada aplicada & bobina. Esta conclusao 6 imediata, pois, como a forca contra-eletromotrz induzida aumenta, quando se aumenta a frequén cia, segue-se que a reatancia indutiva também aumenta Por outro lado, a reatancia indutiva depende da indutancia da bobina, o que se verifica facilmente se tomarmos iversas bobinas com mesma resisténcia Shmica,mas com indutancias diferentes, @ as ligarmos como sugerimos na 2° coxperiéncia. Constatamos que as cor- Fentes variam e que so menores para as. bobinas de maior indutancia. Em outras palavras, aumentando a indutancia, aumenta- se também reaténcia indutiva. A esta mesma conclusao 0 aluno chegaria se desenrolasse completamente 0 fio da bobina da 2" experiéncia, Para melhor caracterizar a dependencia da reatancia indutiva com a indutdncia, poderia ir desenrolando aos poucos, as espiras. Notaria que, a medida que se vai desenrolando, a corrente vai aumentando, Porque a indutancia vai diminuindo. Em resumo, a reatancia depende: 12 a) da frequéncia | b) da indutancia L ©) de um fator numérico igual a 6.28 (ou soja, 2.7}, Portanto se quisermos determinar a reatancia indutiva numericamente, poderemos utilizar a formula onde X_ representa a reatdncia indutiva Note-se que, para termos o resultado em ohms, a frequéncia deverd ser considerada em Hertz a indutdncia fem Henry, IN Impedancia Linhas antes, mostramos que reatancia indutiva depende de um fator ‘numérico, da frequéncia e da indutancia, mas nas nossas experiéncias, consideramos tambem a resisténcia Shmica do fio, que nao apareceu no célculo da reatancia. Vamos, entao estender 0s nossos conceitos, afirmando que a soma dos efeitos da resistencia Ghmica e da reatancia indutiva chama-se de impedancia da bobina Destarte, na experiéncia n? 2 do segundo item, 0 que medimos na realidade, foi a impedancia. Note que isto ‘em nada altera 0s conceitos, porque a resistencia ohmica permaneceu constante. Quando a resistencia 6hmica da bobina ¢ muito paquena em relagdo a sua reatancia, 0 que comumente acontece rnas bobinas de radio TV, la pode ser desprezada, e a impedancia pode ser confundida com a reatancia. WV - Classificagao da bobina Na pratica, as bobinas sao ‘constituidas das seguintes partes: a) uma forma, que ¢ 0 elemento ‘ue suporta as espiras do enrolamento: ) © enrolamento, que 6 0 nome dado as espiras de fio enroladas na forma. €, eventualmente; ) um nucleo, que é 0 material ‘que preenche a forma da bobina e no qual circulam as linhas de forca; d) uma blindagem, que ¢ um elemento destinado a evitar que campos externos atetem o funcionamento da bobina, ‘As bobinas costumam. ser classiticadas segundo os trés primeiros ‘elementos constitutivos, ou seja, tipo da forma, tipo do enrolamento e tipo do nadcleo. 1 Quanto @ geometria da f6rma Segundo a geometria da térma utiiizada na construgéo de uma bobina, ela pode ser: a) Cilindrica - 6 0 tipo mais comum de bobina, onde 0 suporte do enrolamento 6 um tubo isolante oco, ou seja, um cilindro. Na figura 36, mostramos uma bobina cilindrica, = _b} Plana - 6 um tipo de bobina que teve muita utilizacao como bobina de antena de receptores do “radio de cabeceira’ antigos. O suporte dessa bobina & narmalmente um cartao, no plano do qual se enrolam as espiras. Na figura 37, mostramos o aspecto de uma bobina plana. ¢) Toroidal - esse tipo de enrolamento € muito utilizado nos potenciémetros bobinados, que o aluno estudou na ligao sobre resistores, num tipo de autotransformador (mais tarde jeremos 0 que é isso) conhecido como 'VARIAC” @ em bobinas para finalidades industria's. Nas bobinas usuais de radio © TV, ndo se usa 0 enrolamento toroidal Figura 36 - Bobina clinica. fa Figura 97 -Bobina plana, Bobina toroidal Figura 28 -Bobina toroidal devido a dificuldade construtiva do fenrolamento com maquinas. Na figura 38, ‘mostramos uma bobina toroidal 2 - Quanto ao numero de camadas. Em relagao ao numero de camadas de enrolamentos, as bobinas podem ser: a) "de uma camada: b) de mais de uma camada, Nas aplicagdes de eletronica, principalmente em radio e TV, usam-se Tanto bobinas de uma camada como de varias camadas. Quando se necessita de pouca indutancia, como acontece para as bobinas de alta frequéncia de TV e para as de ondas curtas dos receptores de radio, usam-se bobinas de uma so camada, Ja os enrolamentos para frequéncias baixas ou médias, como é 0 caso das bobinas de ondas médias dos receptores de radio, transformadores de ampitficadores de som, etc, em que se necesita de muita indutancia, emprega- 50 0 enrolamento de varias camadas. Na figura 39, mostramos a bobina de uma camada ena figura 40, a de varias camadas, Figura 38 - Bobina de uma camada, Figura 40 - Bobina de varias camadas, 3 - Quanto ao numero de enrolamento Pademos ter uma s6 f8rma, um ou mais de um enrolamento e, de acordo com esse cfitério, as bobinas podem ser 13 Figura 41 - Bobina de onvolamento tic classificadas em bobinas de: 4) enrolamento nico b) varios enrolamentos Usam-se bobinas de enrolamento Unico nos choques de radiotrequéncia bobinas cuja finalidade 6 deixar passar orrente continua e bloquear a corrento alternada de treqiéneia elevada; em bobi nas de “agugamento" (veremos 0 que isso significa nas ligdes sobre televiséo) usa das em TY, otc, Na figura 41, apresen tamos uma bobina de enrolamanto Unico. As bobinas de’ mais de um enrolamento so muito usadas em radio twlevisao. Geralmente, ha uma interagao eletromagnetica entra os enrolamentos e, neste cago, as bobinas sao chamadas de Figura 42 - Bobina de mas de um envolamento transformadores. Um exemplo tipico € 0 transformador de trequéncia interme- diaria, que mostramos na figura 42. aluno nao sabe, ainda, o que seja_ choque de radiofrequéncia transformador de frequencia intermediaria, bobina de agucamento, ftc., que temos indicado como exemplo dos'indutores. Entretanto, nao se deve importar-se com isso no momento, pois a nossa intengao é tao somente a de lustrar com indutores reais os itens de classiticagéo. No momento oportuno, explicaremos com minucias os significados de todas as denominacoes ‘que temos citado, 4 - Quanto ao tipo de suporte Podemos classificar as bobinas, também, quanto 2o tipo de suporte isto 6, da forma que elas utilizam. Segundo esse critério, as bobinas podem ser

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