You are on page 1of 28
We Pewues Arai’. tops) ()esmico 9 Wreweica Cannes Fes eo. CONTORNOS DE UMA POLITICA ESPACIALIZADA: VeEICULOS 30S SEM-TETO E PRODUCAO DE ESCALA GEOGRAFICA Neil Smith Krzyentof Wodicrko, um York, 0 veiculo foi exibido pela primeira vez em 1988. O protétipo foi constnufdo a partir ide ronsultas, primeiramente com homens e, posteriormente, com mulheres seri-teto; foi testado pela primeira ido Lower East Side de Nova York, e depois em outros lugares da cidade e em Filadeifia, Projeto wu por revisoes e modificagées continuts, ¢ comporta agor: quatro variantes. Seu projeto ., bem como pelo proprio vez nas em andamento, pa ‘envolvimiento fot financiado por varias galerias e conselhos piiblicos de art mtarse de mais do que uma simples obra de aute critica carregada de ironia simbdlica: 0 “Veiculo ftico, Com efeito, ele funciona como are critica somente na medida em. ibiose de objeto simbélico ¢ funcional, 0 “Veiculo do sem-teto” ia da escala. artist, os do sem-teto” € deliberadamente p que € ao mesmo tempo funcional.' N revela uma dimensio vital de uma politica espacializacla, 2 saber, a importa O-“Veiculo do sem-teto" de Wodiczko ¢ 0 “Paliscar", que veio depois, expressam vivamente ess politica eseala. Inicio com uma discussto esses projetos. Segue-se uma breve discussto em que afirmo de forma tue nto temos uma linguagem sofisticada de diferenciacto espacial; es8e projeto te6rico sa da produgao da escala da mais ampla o fato de 6 levado adiante na terceina seo, onde elaboro uma teoria esquemétic az wat fpabad orsionlmere em Neil Sith 1987, “Contours of «spa oles: Homeless vehicles and the proton of (orphial ca” American tues, Kanes: University of Kansas rp, $51. Traduo de Pro Maia Sous “vor Daniel, Krzysto sca Vitor (1988), Lariee Wodiczko 1988) ¢ Woseakoe Lari (1980), 1. Sobteo"Vereulo do sermtet 133 Veteulas dos sem-teto O-“Veiculo do sem-teto” basela-se na arquitetura vernacular do currinho de supermercado € proporciona 1 espaco e os meios para fucilitar algumas necessidades bisicas: wansportar, sentar, domi, abri lavar-se. A mobilidade espacial € um problema central part as pessoas expulsts dos espagos privados do mercado imobiliirio, Sem um lar ou outro lugar pura guartlar suas posses, € dificil andar pela cidade, pois ¢ preciso carregar todos os seus peitences consigo. No final da década de 1980, na cidade cle Nova York, com © niimero dlos sem-teto estimado entre 70.000 e 100.000 pessous ~ de 1a 1.4% da populagto da cidade ~, muitos passarim a usar carrinhos de supermercido ou carros de lona do correio para carrey as lntas © garrafis que podiam ser trocidas por um niquel? Wodliceko pensow nisso: © compartimento le baixo do veiculo foi projetaclo para carregar pertences ~ sacos, roupas, cobertores, comida, sigua, (Wer foto na p. 162). Encontrar um lugar para dormir € também um problema importante: o compartimento de cima, que pode ser usido para carregar coisas durante o dia, pode tam ém ser desdobrido emt drapejada com enceraca de plistico pesido ¢, quando expandido, esse compartimento forma um espago part donmir. Dessa forma, Wodiczko referiu: As ablucoes dliirias So igualmente um 2 ele também como “veiculo de abriga” (cr Wodiczko e Lusie 1990), roblema para os sem-teto: 2 pont conics de aluminio do vefculo, togia militar, dobre a fim de se tomar uma bacia. Em um modelo, Wodiczko tentou colocar uma toalete bioquimica na traseira do veicul essa idéia revelou-se impraticavel. aque lembra de modo satiric um foguete ou outro dispesitive de alta tec Uma resposta apropriadamente extre "noe = nem pretende ser — uma soluo. No “um lar, mas um bem imobilirio ilegal” A expulsito social em massa, 0 *Veiculo do sent egundo Papo Colo (1990), de recto, ou invasto © ataque’ squitetusa provocada pela pobreza, um missil, a indicagio de fug Coma aparéncia de um insirumento militar-incustrial cle alta precisio, ele expres 0 absurclo e a obscenidacte is da falta de moradia disseminada no coragio do capitalismo, mas o fiz somente na medida em que © veiculo é rigorosamente funcional. A utilidade pros desperdicio patotogico dle 300 bilhoes de dol wii ca da ponta cénica cont es pelo orgumento mi fa ubruptamente com 0 como se Mostrsse que Ist mais fade social numa simples baci do que em todo 0 arsenal nacional de lixo bigh-tech. O cartinho de 2 estimation made bina 0 mimers doe sem telo (7010) € de Peter Marcuse (6). A mais ta 100.000 fo val pla "Coals pos sem to” em 1987, embors ete ninero tanh sid sevist depos para 70 mim 1986, 3 cidade de Nova York emit mo mais pe moa sis, gndo on ican vulgar estasticas A expresso “expulos€ de Rosalyn Deutsche (1988), que sstent slarcer melhor “emtivs histeiesespcticos. ‘em gar dos mticos, par a presen dos tua Semteta” (9. 48), ro dos ea tt auentou clarament, no final d dod de 1980, a tories srplesme 134 tapernercado, um simbolo mais muve, mas feone dle umn consumisto emt Pan 1, torna-se um meio de produto tito quanto de consumo, uma tecnologia bisies Daft ‘conduzir a vida cotidiana. A absurdidade do reulo depende de sua pratcklade. Ele expressa ¢ expbe as relagbes de poder ¢ falta de poder que definem sto. (Ver foto p. 163) a situagio dos sem tapulsos dos espagos privados do mereido fmobiiro, os semeto OruPa OF cespagos pablices, mas sua presenga na paisagem urbana € contestda com fir ‘Sua visibilidade € constantemente apagads por Saforgosinttucionais de reniové-Tos para outros Lugares~ pas ADEROS, PA fora dos prédios e parques, para tines pobres, pam fora da cidade, @ em dlnegto a outros expacos MaTBEnS [As pessoas expulsas também io apagadis pels desesperadas campanhas pessoais dos que tem i Piet io verem os sem-teto, mesmo uando ropeqam em seus corpas mas calcadas, Fase apagmento 6 OS da visio pilblica € reforcado pelos serpmetipos a mid que ou culpam as wits ~ & portanto, uses) invisibilidade estudada ~ ou STogam-nos num fl sentimentaismo bigubre due faz deles atv sociais, desamparados, 0 patético Outro, o de pessoa negada. tesiimido de responsabilidad civica com sua condi CO "Veiculo do sem-teto” apagamento. Ele “retalis" tornan do pobre de mio ser isolado & y impertinent que dit aos expulsos o poder de apagar seu proprio Mo ov semateto visivels e ressltando sunt identidades, ¢ “drumatiza o dire c continuias dos perioddos histéricos no se repetem de forma alguma em relagio a0 espago. Nenhuma controvérsia desse tipo surgi sobre as eney ias € politicas ca diferenciagio espacial. Onde esto os debates politicos sobre a ese bairros sto construidos, os limites do usbano, o que faz uma regi que faz a escala global? Nao € que esses debates jams tenham ocortido ~ eles aconteceram, embora tenham 1 em que Os 1 escala do estado-nagio ~ ot, sind, 0 5) Em rehayio geonaie, ver esesanete a cba de Dovid Harvey (1973, 1982, 1985 e 1989). Vr também Grepory (1978), Wats 1983). Massey (1984, Smith (198), Soja (1989, Pet e Tif (L980), e Kase Kitby (1991). Do lao da tora social a “Uescobers” do sp4g06 cencitos sole espago fnzmapresentaos por Altussere Biba (1977), Giddens (1981), Fost (1980), Berman 1982). Pry (1950), Pra uma sbordagem mss istics, ver Genovese e Hochberg (1989). Da exe litera, ver Jameson (1984), Said (1978, 1990) ¢ Ross (1988). evdoote es eas categorise gvgraia, tenia soit ecrtie ira ao so seprasc envolvem ura considerivelecrescente sobreposigo, Ni si mehr exempt dies do qe aca ponelea de Her Lefebvre (1970, 1976. 1991). 128 | | divisto do mundo em Localidad mente obscurost mAs © PIEPER équea regibes, nagoes © slgente considerada natural ido 8 assim por diante € esse vocidental” de todo 0 SécH10 2% 4 subordinagio do espago 80 FerPO significou que # tots penetrava na teria socal somente A smedlida em Na teoria soc iferenga espacial fot ignorada OF tratadta como tt {que se podtam ver iflerentes processos soctis em IBBTES Phiferentes. Da mesma forma, 0 €SPI60 per se(em Prque acontectam “no” eshAgo Ct aaravés’ do espaco) era watacdo. com? Spasigto aos eventos, S0ckt ‘problemtico © sem neces nade de teorizagho, 08 BeeRraFOS, Oe QUANT cesperaria que a speratia quto-cvidente, 9 Tesonvolvessem uma Hngusgent rrrerenctagio espacial, tava de FXO preocupados com a8 que se de Forma aiguma inclinados eqaonsidetar © esPag0 ~ Mess SPST disso, alimentavam wm sep rpaca desastos em relia A eT san gers e uma rtuncia coOmplett 6) 1 escala geogrifica como Sa ne conuutcn. Com ates Ome Stes também trivia eSC28 sgeogeifica como uma MET jaa mais cara velo, sem david da questio de prefeencit omociologiea para 0 pesaueskion: © trivial oon parcicukirmente conservaO, “ls geografin regional que em™anou “gos Estados Unidos entre & dcact no edificio nao examinado di Tinh die 1930 © 0 comeco dos an08 60, € que se bases pe alismo do § Prrguntar "como se defines” 95 sSgnfos ameriennos aa mene dO SS lo recorriam a um eck angincelecual 408 PYOPUON novo que se queira define] ‘wm neokantismo alo XVIL’ Embont fosse certamente metit6rio ae menue noc, zindt enclZa2o © id Fe egronalizagdo quando respondlam ST tnarmonis texto «lo antienobrecimento & ee 9 Senitease do VeinIO 2 Ee jo" e do “Poliscxt”, 0 proposicdes & ‘ao envolvidus. Primeiram mreto, deveria ser mais evident en rua pelos direitos dos <3 Ma eonsiragio decals SORES en meio prmério mediante © UAL OT a diferenciagio espacial reemano da excl geourfien pouera 28 ‘proporcionar aa Tinguagem Tea segundo lugar, uma com ris plausivel da diferenc spacial. Em terceir tgif 2 conde Ja escala & um ptOS rvpeidade da socieaade que, POF SUA produz © jfica & vm lugar ce lure politica fal, ito &, a escalt a podurida na sociedad © MESES produzida por se ard pecerticas de serene So? Por fim, producto da eseala Be potenecialmente inten se essa proposigbes tem ume validade pelo menos parcish entho, UI exploragio tedriea da producto ta exeala ealvez possa ajudar a Fores © 1 inguiagem € wn corfu de onexdes para aratar da diferena spacial, Antes de seguir nes camino, no extant, € IMPORAME recer a que Tinguragem do espace € eae refi aqul pois sto tava » pacepgbes bastante diferentes Nest ampla redescoberta do esPasos p pss pane grasa debs SET ensuites eta os tes Us SE eens esas geogrieo peg oie foam nese cone odes rs eres eet PD. yee Horio, Maden Jey (1982) 4, ver Smith 24) Gould 199 439 € fundamental que fiquem explicitas. Como disse Foucault (1980, p, 68), tata-se dla tarefa de tomar preciso © espago em questo”. Em particular, 0s usos metaféricas do espago que se tornaram moda no discurso ltexixio e cultural parecem cada vex mais divergentes das concepgde a tnova” geografia das vas tii dle algo simples como uma disputs semantica entre concepgdes supostamente reais e ideais de espaco, mas de uma aproximago bastante contestada entre visdes politcas miliplas. Foi também Foucault, evidentemente, que afirmou que, enquanto as metiforss tempo penetravam nas quest@es cla consciéncia individual, o esfarco “de decifrar 0 discurso por meio de metiforas ‘espaciais estratégicas, permite perceber exatamente os pontos pelos quiais os discursos se transformam em, através de e a panir das religdes de poder" op. cit, pp. 69-70). No somente a1 produgio do espaco é um processo inerentemente politico, como o uso de metiforas espaciais, longe de proporcionar imagens inocentes € evocativas, na verdade, entra diretamente 1a al Boa parte da teoria social ¢ cultural das duas tikimas décadas dependeu fortemente de metaforas cespiciais!” A misiade de "descentramentos’ do modemismo e de agentes reputadamente modemos (por exempl mais liters cle espago que dominaram décadas, Nio set juestdes do poder sox 1 classe operitia), 0 “deslocamento” da economia politics pelo discurso cultural, € uma q de outros "movimentos” foram facilitados por um Iéxico muito fénil de metiforas espaciais: "posi¢io do sujeito”, “localidade”, "mapear’, “basear’,"viagem”, "(des/re)centramento”, “espago te6rico”, “espago ideols- Rico" Tespaco da significacio’, “terrtorializagio” e assim por diante Se essas metdforas funcionaram inicialmente de modo muito positive para comestar, arciar € ut pe: ratidade spago simbélico”, “espago conceit 1€ descart into indligesio, elas poclem agora ter assumido uma existeneia muito mais independente, que desestimula tanto quanto permite novas visbes politicas. Essas metiforas espackuis podem no estar ainda completamente fort de controle,” mas vilo nessa diregio ~ € um pouco de reflexio a tempo pode mo ser uma mi idéia, A reflextio fugaz de Foucault sobre os objetivos da metifors espacial € rant ~ ele nem & aprofundou -, pois a maior parte dessas m fforas € utilizacla de modo inconsciente. Amanel ra como apresentel a distingo entre concepgdes materiais e metafbricas do espago € obviamente ‘exagerada. O material ¢ © metaldrico esido, por definicio, mutuamente relacionados € nao hi fronteira clara entre os dois. As metiforas aumentam muito nosst compreenstio do espaco material — espago fisico, tertitério -, da mesma forma que nossas priticas espaciais e concepgbes clo espaco material Sio matéria-prim fecuncla pura metiforas. Nao pretendo estabelecer nenhum dualismo simples nem estou tentando descartar de alguma forn 1 metifora: esse seria um projeto absurdo. Em vex disso, penso ser necessirio articular as conexdes entre as duas concepsées do espago a fim de entender as Fontes e o poteacial da poder metaforico. 8. Para ura exploagto antrioe do espago metaGricoe material, sbre aqui se bareis a proseneviseuso, ver “Aftarwowt the beginning of _g2ograpy’s om Sith (1990), pp. 160-178 9. Ver Hebe (1939, 440 Somente des controle" 5 forma poderemos provavelmente evitr que os signfcados sigim as metiforas “for de "pani perige de uma iiasio eel das metfores espacial € que eas pan impvolienes areas inerentes 20 ests Sota aditonalf novamente Foucault CSSD, p. 7D ain &8 Fe ee gi ida “0 espavo era tatado como o mot, fixe, 0 nae-daltico, olmével 9 enh Ae aniio, ert iqueza,fecundidade, vida calc.” Essa relagto assimétria entre empe & Spies, supoe a ansrit como a varidvel independente, 0 ator, € a geografia como o dependente — § base sobre a qual 08 om acem,o campo onde 1 hist6ria se desenrola, Enquanto a geografia € evidentementt dado eventos ca simpkesmente €~, a hst6ria esconde todos os segredas da complexidade social. Se 0 florescimento das - cetforse espactais parece, 4 primeira vista, representar uma enervagao da historia ¢ reenergizado, 2 so o que parecem. Na verdade, precisamente esse amortecimento co espago, A metifors funciona dk defesa de urn espago sis tendem a reforcar ‘s coisas nem sempre 5 metéforas espa maneiras variadas, mas sempre envolve {ima afirmacao da alferidade. A diferenca expres ‘emethanga. Uma verdade ou um insight revelam-se pela afirmagio de que um objeto, evento ou situaso compreendido de modo incompleto ¢ outro, numa Peaado em que o outro é supestamente conhecido: a definicio social (Por rags, Pot cexemplo) é chama conexo entre experiéncia sociale lugar na estrutura social; diz-se de idling de “localizagio", porque revel femergentes que ocupam um “espago reérico” dstinto, porgue essa image poe a ba em outro ~espaga". Em todas essas mnetiforas @ afunda de idléias fexistentes e conipetitivas para lor espaco como um Outro nito problemitico, ft conhecido ~o que sugere a face de Jano da metifora. Na medida rn que apels continuamente pars alguma outra realidade vida como conhecida, a metifora disfarga isematicamente a necessidide de investigar o conhecido, As metdforas esp e contestada. Blas supdem como dado 0 que 05 gedgrifos,fisicos e il6sofos reconhecem como “espato absoluto". Nessa concepgio vaciais evocam uma representagio do espaco muito especifics bsoluta, © espago localizagto de t 6 espago mort fixo e invel de que falou Foucault = © ele ge apresenet hoje pa im toda a rigidez tomada fluida na teoria social pés-estruturals ycora que amasra as id Se esentado como um campo ou um recipiente, vazio inerente, dentro do qual & oer tow e eventos pode ser xada usando-se um siserna de coondenatlas simples F 16 servigo metaferico ae pésmodema, 3 s, de outro mod flutes, experienc veo absolto alamente righ, o espago mesafoicoabre “haga para erro onde se pode st fcundo, dilico, doador de vida. € dese cove gus 0 Fae Se oo nigeeas 2 oxia do epee aaa cup empobrecireno rea OOM Sf metafoieo gio somente pela etencio das concets esas modernists mais tadiconss« ola justamente porade, fixidez do espago absoluto proporcionst sterial, Refratado no espelho de um ¢s err medida em que problematizam a suposigio universal do espago absoluo, nogdes como a de odugao do espaco", de Hend Lefebvre, também tornam problemtien toda 2 ama de metiforas espaciais 4a fundadas na suposigio do espego absolute." Este no pode mais ser equiparado a algum *espaco real" ‘ngenvamente dado, mesmo com a finalidade de fundamentar metiforas altersativas. Uma discussto mais formal da escala geogrifica talvez proporcione algumas pistas para ligar as concepsoes de espaco material e metaforiea, a fim de chegar a uma linguagem da diferenciacho espacial A produgéo da escala — explorapao esquemética E possivel conceber a competi¢lo © cooper cala como uma resolugo geogritfica de processos sociais contraditérios de 30, A produgio e @ reprodugio continuas da escala expressa tanto a disputa quanto a geogrifica para estabelecer fronteiras entre diferentes lugares, localiza A constructo do lugar implica st producto da escala, na medida em que os lugares sto diferenciados uns dos outros; a escala € 0 critétio de diferenca, no tanto entre lugares como entre tipos diferentes de lugares. Quando comecei a pensar a e: social ss € sitios de experiénci 2 dessa maneini, concebi-a em termos em larga medida politicos ¢ econémicos (cf, Smith 1984, pp. 133-147). Para tomar um exemplo dbvio, € poss estado-nagho como uin compromisso tertitorial entre necessidades diferenciadas vel conceber a escrta do classe capitalista, De um lado, « competigio entre prociutores ¢ bvisica para a economia capitalist, mas a Competicio investrita ameacst ir anargu & classe capi a também coopera in smamente 2 fim de criar as condicoes adequacias part a acumulagio de capital € a reprodugio social, e para enfrentar os desalios a seu poder. pensido com um voluntirismo to explicito ou des Embora nao ado quando da formacio nacional, 0 representa uma solucio territorial duradoura ~ porém, em dima instincia, tempor especifica — dessa contradigao entre compet estado-nat radlo-nagio, it © histor nent 0. Dentro das fronteiras geogrificas do 10, «4 classe dominante nacional coopera amplamente em quest6es como as condigoes de reprodugio da mio-de-obra, a constitui¢lo legal dx economia, a provisto de inf siruturas de produgio © cireulacio, ¢ certas instituicdes ideoldgicas, mesmo como capitals separados, competem por mercaclos, capital, into-de-obra, tecnologia, terras. Hi também coopericio ocasional entre diferentes mercados nacionais, mas 4 competicio ccondmica prevalece. Em The production of pace Lefebvre (1991) apres sigieados dus etter espciis,Deve-ecbservar um argamento muito semethante sobre a nocesidade de investigar as rinse para Lefebvre, Faacaul er um ds prncpsicupados do wo opounisia dessas nett 1, Parn um anti rs mpc da produ da escla, ver Sith € Demis (1987). debate sobre esata surgi prinipalente na evs ‘Aniipoe, com pte de um debe ais amplo sobre etdos de oaliass. Ver Sith (1987), Coxe Mai (1989), Duncan Savage (1989) 192 ‘A solugio dessa contradigto particular gia em tomo i estruura do estlo-nagao, Que nfo hs frome ramente demareada entre competistio € coopers abrupta e cl 10, que seja Sbvio que os produtores de produtos e servigos semelhantes compliam dentro do estdo-nagio, encanto a ages podem também Cpoperir ~ isso nto desmente uma tal conceituacio do extco-nasio; antes, confirm coormals da excala eacional fizem surgic @s vezes de modo debi, as vezes fortemente) um alinhamento As fronteiras te ordenado de relaghes econdmicas eooperativa fixidez na pais ce competitivas. Sea conseqienteterritorializagio da resolugto cm ~ fronteiras nacionais, por exemplo ~, ela tumbém € tnurendh por uma fluidez de fongo prazo, A medi que « escila dx acum de conflitos assume uma cei » econdmica se expande e, om eb a necessiria escala da competigio © coopericlo, a formes tenitorialmente institucion 10 worne-se cada vez mais obsolete des la de savolven-se formas espacinis alterativas. Esse o signiicado Jonais dle comércio como a Asean e 0 Comecon, de urna Europa resol das Nagde eaten unificc, do Nafta: todos proporcionam escakis geogrificas (mais ats) alremativas em auc e558 Unidas, de cooperativas intern sendigie especifica @ esolvia ~ Je novo, presume-ss que temporariimente, Mas & também o significado da lugostivie & sntiga Unido Soviética, onde a imposicio da unidade nacional por motives econdmicos ¢ politicos revelou-se insustentivel em termos sociais e cult Na outra ponta da hi escalas, 0 “Veiculo do semvteto” ¢ 0 “Polis destacam 0 modo como In, Embort hajt uma Sbvia dimensio econdmica na funcionalidade do, ampla, envolve o pago da comunidade, slo, st sig em como sua produgio; ele poe em questa definicto Kleotgica de comuniade. O “Vetta do semtcto" eo-Poliscar” ent iio entre os detalhes cotidianos da reproducao social e a constructo do espago em escukis diferentes." fen selacio entre producao ¢ reprodus jnismo voltours fe hi muito tempo para o lir ¢ part a comunidade como meio de compreencler sho social; mais recentemente, 08 escritos feministas tm explorudo t escals tanto metaforica quanto n do corpo. Fundada na apropria terial do espago, € enfatizando os proces sociais.e culturais, esst obra teGrica sobre o corpo liga-se cle muitas Formas diferent i po liga 10 foco mais geogrifico de, por exemplo, discusses sobre 0 estdo-nasio, Una polities expactilizact cocrente tert de encontrar um ss de expo essns conexdes. Como sustena Lefebvre (1970, p. 167), “hoje, qualquer projeto revolucton- fo, seh utépico ou realisa, deve, se quiser evitr a banalidadle, fazer dh respropsigao do corpo, em ssociagto com a reapropriagao dio espago, uma parre no negod iivel de seu programa”, A construgio da + ou materializagao espacial de forgas © process socials contestados; © corolirio também € valido, A escala € um progenitor ative de processos soc sala no € apenas uma solidificag Gr Babsn has pra corto poten d xa, Andrew Herd (991 efatia que a prog eral um gett mato mie unless do que pode er abratgdo por ur ais poitn-esondmica suc 143 especificos, De um modo tanto literal quanto metaférico, a escala comfém a atividade social ¢, 10 mesmo tempo, proporciona uma geografia ji dividida em compartimentos, na qual a atividade social fem ugar. A scala demarea 0 sitio da disputa social, tanto objeto quanto a resolucio dessa disputa, Vist dessa forma, a producio da escala pode comear a fornecer a linguagem que torna possivel uma politica espacial mais substantiva e tangivel. Como diz Iris Young (1990, p. 36), "a ordenacio da respeitabilicade significa que as coisas esto sob controle, tudo esti no seu lugar, mio atravessando os limites". F a escala geourifica que define as fronteitas e limita as identidudes em torno clas quais 0 controle ¢ exercido ¢ contestado. , examinando uma seqiiéneia de escalas especificas: corpo, casa, comunidade, cidade, regido, nacéo, globo. Quero concentrar-me um pouco em pelo menos quatro aspectos de cada escala: (1) a identidade, ou as caracteristicas que tomam cada escala coerente; (2) as diferencas internas; (3) as fronteiras com outras escalas; © G4) as possibilidades politicas de resistencia inerentes: 3 produgio de esculas especificas, a revogs Quero explorar mais a fundo esse ten 0 de fronteiras, o *saltar escalas’ Sho necessirias algumas advert kes de encerar ess discussio esquemitica e explortoria. Coat essa tipologia de escalas diseretamente dliferentes, espn ida de esferss jo esiou supondo uma separacio 1 is. Como sugere 0 "Ve mas no temos uma linguagem sulo do sem-ieto", ¢ justamente conexia social ativa das esc que € vital, orentes escala rente ow criticamente pensada para 2s di sgue vai, portanto, na direg’ de © vigs esttatégico las. Contudo, das diferen« ss, em ver de homologias, entre mente distintas, sua confu ipologia € proposal e reflete um juizo antes pritico do que filoséfico, Nio estou de Forma alguma propondo algun sistema ontoligico de esca contrdrio, a escala geogrifi econémicas ¢ politicas do cup isto € anu 10 deliberadas. Em segundo lugar, 0 é hierarquicamente produzic como parte das al stamente nto “congelar” um canjunto cle escalas como blocos de uma politica es paisagens sociais e cultura mo e do patriarcalismo contemporineos. A falizada, mas Js € 05 propésitos politicos mediante os quals e para os quis esse congelamento nente. E melhor conceber essas diferentes escalas como ordenacio hierirquica ‘Ao discutir 0s desafios e as disputas politicas sobre esca adas em vez de hierarguizadas, pois las escalas € séria candidats 4 aboligao as especificas ~ satando escalas spero indicar modos como isso pode ser acontecer, Por fim, embora se estenda da esc zztlo, lugares a partis dos quais isso pode do corpo & escala global, ess2 tipo leta e aberta. E dificil que fosse diferente, pois, como afirmei, a es melhor das hipéteses, esst tipologia fornece urn partir dla anilise da clferenga espacial weit € inerentemente la € produzida ativamente. Na mokdura para orgenizar um pensamento mais cocrent 14 Corpo © local fisico prinvrio ca identidade pessoal, a escila do corpo, € socialmente construido. © lugar do corpo marca a froneita entre 0 eu € 0 outro em um sentido tant fisico quanto soc de um “espaco pessoal”, a cultural de significados de ‘envolve a consrucio n cle um espaco fisiolégico literalmente definidlo. © compo € também um “locus wnero”, segundo Judith Butler (1986, p. 129), € isso sugere que, mais do que a vrnforia das escals, aidentidace do corpo feseestéintimamente entselagada com suas diferengas intemas ‘A dinlética da identidade e da diferenca & central A definigto de la, mas em nenhum lugar € mais importante do que com 0 corpo. Com efelto, Simone de Beauvoir (1952) afitma na que a cultura mascul iWanuificava as mulheres com a esfera do corpo, 10 mesmo tempo em que reservava 30s homens o privilégio Gr desincorporiqdo, de uma entidade no corpdres.” No apemss o género, obviamente, mas outras formas de diferenga social Sto construidas le do corpo. Young (1990, pp. 122-155), em particular, sustenta que so dos compos” reserva tuma variedade de diferengas corporeas além do sexo vrais obvia é a raga, mas eambém idade e capacidace ~ como base putativ para opressio sociale para co “imperialismo cultural em tomo da identi ‘Como olugar da reprodugio biol6gica, 0 corpo tem necessidades especificas ~ que sto igualmente sociais ahémy tem vonticles, clesejas © medias, @ 6.0 on ‘hiolégico em tomo do qual as definigdes de doenca e satide 2 construidas, O cuidade com 0 corpo, ceeseo fisice 20 corpo € pelo corpo € 0 controle sobre © corpo sio as avenids centras da disp nessa ceeala, Se as mulheres ro monopolizim necessariamente a escala do corpo, como Beauvoir augers, as 16 todavia dominadas pelo genero. As politicas do aborto, do estupro, da prostituiglo, da reprodugio € dos cuidados com o corpo Gt provist abrigo, calor, no trabalho que as mulheres fazem com seus compos a romeira entre o controle individual e estatal sobre o corpo. © manual Ouer Bodies, Ourseies ajudow 3 falvanizar um movimento emergente feminists no inicio da década de 1970, precisamente pordue Perniia Conquista da escalt do corpo; ele afiemava 0 Corpo como um lugar de luta fortemente reivindiesdo pelas feminisas. A mesma fronteira entre controle ‘relvidual e estat do corpo é contesala na potica do abort e da preferéacta sexual, As politicas do corpo rho ato delineadas apenas por género, evidentemente, por mais que o genero seja dominante nessa es disputas nessa escala a prepanigio de comida, roupa, bel ) concentramse no acesso 20 corpo das mulhere que as mulheres reclamassem seus corpos e controlassem a Tir Tih eagowemene, um debuccosiertvel sobre a forma de Benet Ver em eps snes de Maia Wiig UST a reer ra ré-saci qu saee consis sco pc, A rede ae (98,p. 138) de qe “a ulaies ee ae esr morta ries una vero can a ierdae desncarnata” pace eseiinensaroprias Com oo soo pesooir rv elegar as mulheres iste prs no esage do core, em conase cma ierdade do homens ne eFe estilo corporal eas roupas medeiam as construgdes pessoais de iclentidade com culturas regionais, nacionais © globais, além de proporcionar acesso a0 corpo pela inckistria internacional da moda: a Benetton lidera 0 ‘mundo na conquista cultural dos corpos em ago, Embora marcado pelo genero, o estilo corporal & também ‘uma questio de classe, © descaramento do “Veiculo do sem-tefo" e do “Poliseas” demonstra a import a espagos mais amplos ~ acesso corporal como meio de saltar escalas -, mas a historia revela exemplos menos 'strunhos, Sallie Marston interpreta de modo semelhante 0 mavimento de “maternidlade voluntéria” da virada do século, Decidlicas a controlar 2 ferilidade e © nimero de filhos, as ativista 1 do avesso pelo corpo fe lidade ¢, no processo de construir um movimento pelo “feminismo doméstico”, esaflaram virios pressupostos € idéias sobre os papéis sociais mais amplos das mulheres. Sucintamente, ton (1991) pergunta: "De que modo as mulheres constrairam as varias lar € & comunidad, ao Estado © a0 estado-nagio, e de que modo foram © conhecimento ¢ o significado tracuzidos entre as escalas (..), levando por fim a transformagdes das fr da dferenga com 0 mundo social mais amplo dominado pelos homens?” Essis mulheres, sustenta, recusarar Uiferengas ce escala impos nininas trinsformaram as 1s de resisténcia do corpo 0 tas entre corpo, la € comunidad Desde o surgimento da Aids, no inicio da década de 1980, a dispute travou-se em escala global. Primeiramente romukida de Grid (Detici pela clas nais sem precedentes pelo corpa jmunol6gica rekicionacki aos gays) ‘médica, € remontada as origens na Africa central © nc Haiti, a Aids aincls & come resuiltacle vol rulmente consider fos que aiguem milige 0 proprio corpo. A reagio politica e profissional 3 Aids envolveu um endurecimento das fronteiras espaciais em todas as escalas espaciais, Os Estados Unidos recusam-se t admitir nfo cidadaos com teste de HIV positivo; govemos nacionais defendem, testes compulsrios de Aids; Cuba encarcer alas vitimas dat doenga, enquanto muitos outros governos nacionais Jastimam no poder fzer © mesmo; comunidades expulsam estudantes HIV positives tle escola locals; forcas policiais ganham luvas cindrgicas para usar em manifestacdes de hhomossexuais € Ié imbém sofrem ataques fisicos, ao mesmo tempo cm que cresce © cac:uejo mort] contra as drogas e a favor da abstingncia sexual. A contengio da Aids é uma estratégi cesealas, reforga as ia altamente espacial que, ao policiar as fronteiras de dliferentes ferencas socisis como diferencas es} cs lugares a que © corpo possa it representados por org ais. As fronteiras mi > 86 do corpo, mas de todos fo submetidas a una vigitineia redobracla, A reagio dos ativistas ct Ail, como ACT UP (Aids coalition fo unleash power ~ Coalizio da Aids part Des homossexuais e Iéshic ial sob o pretesto cle contiole m dleseneadear poder) € organiza 4s escilis, a contengo so como a Queer Nation, foi de recusar, em todas ico. A recuse mais simboli da contengao pode ter vindo com o apelo desafiador de Douglas Crimp (1987) a favor da promiscuichale baseads em principios. 146 Casa Lugar da reprodugio pessoal e familiar, a cas ‘ou tempor ‘uma localizagio fisica ¢ talver. uma estrutura, permanente 8. Os atos rolineiros de reproducao social ~ comer, dormir, fazer sexo, limpar, criar fithos ~ esto baseados (mas nao so exclusivamente praticados) no externa ¢ localizagio sto, en ¢ em tomo dele. Se 0 tamanho da cass, sua larga medida, uma Fungo da dlferenca de classe e, em algumas arene sociedhdes, da diferenga de raga, 1 casa per se é um lugar fortemente marcado pelo género em muitas socicdades, e é considerada o Jocrisda atividade Feminina, contrastando com um reino masculino mais amplo, A forma assumiida por essa dleterminagiio ce genero difere muito, em parte como conseqii@ncia de definigoes muito diferentes de “familia” e lar, Intemamente, « diferenciacho da casa pode variar de uma dicotomia simples dentroyfora até uma divisto mais elaborada; ela representa uma espacializagio de diferentes experiéncias, atividades © fungdes sociais, ou combinagdes delas, e @ mobiliada de acordo com essa expacitlizagio, A inter-relagio de dliferencas de classe & ugerida pelo estudo de Witold Rybezynskt (1986) sobre « formacao da identidude do lar burgués: “A feminizacto da casa na Holanda do século XVI" (p. 7, que foi pioncira da domesticidace burguesa, sfirma ele, “foi um dos eventos mais importantes cvolucio do interior doméstico”. A formagio dla familia nuclear na classe operivia europe fh separicio do tae do tethatho p: fabsll (cf, Ba também dependew it 1980). 8 11 fungao social também dividem a casa em diferentes usos © I lifer tar, esidio, salt de fumar, sata de jog ra cultura euro-americana recente, A diferenciagio da casa pode também assumir a aparéncia mais simples de polaridades geométricas como frente/fundos o em cima/embaixo."* sgares que, to cas dle classe e género — quarto, cozinha, banheiro, sala de As fronteitas da cast podlem ser bem definidas, como paredes de uma estrutur propriedace privada que incltem outro espaco privado, como um jardim ou qui fou as marcas da = ums invengio relitivamente recente e geogrificamente especifict -, ou definidas de maneira mais Mluida, na medida em que 6 espaco da casa funde-se com o espago da comunicace, Internamente, a casa é um espaco em disput, especialmente em termos de género, com a autoridacle mais ampla ¢ socialmente sancionada do homem centrando em choque, em numerosis cultura, com o tanto de autoridade doméstica clas mulheres enraizadas ta rotina do lar. Se o interesse dos homens esti, em ampla medida, em conter as mulheres centro de casa, © interesse das mulheres esti mais em estender © poder e orgulho sentidos dentro de _geogrificas mais alias, Ao mesmo tempo castela e prisio, o lar es sa para esca ii soctalmente, senio fisicamente, murado TH A deseoberta de Anthony Giddens (1984) do espace soca e d stanciamewo tempo-espago gra em tomo de uma generalizago desas ‘vides mais elementares dentro da casa, Por nena rrRo sparen, cass tors a ase pata uma “regonaliayao" metfiea que surie ods as iferengas desea espacial 147 # © 0 acesso para fora, bem como para dentro, é controlado de vtrias formas, Como meio de controlar 0 acesso 0 corpo clas mulheres, por exemplo, o Ambito da mobilidade, especialmente das mulheres jovens, pode ser severamente restrto as cercanias d casa, seja de modo formal, como em muitas culturas ist regides centrais de muitas cidades dos Estados Unidos (ver Katz. 1993). nieas, ou menos, imbora se tenha sugerido que a escala do compo define © lugar da identidade pessoal, a escala da cast oferece 0 contexto mais imedisto onde isso ocorre, A falta de ens: € uma perda dramética de poder sobre « maneita como identidacle € construida, pois, para 0 sem-teto, no hf mais eas: pars protegé-lo do olhar piblico. Wodiczko capturt ¢ invere isso brilhantemente, com 0 “Poliscar", De modo mais geral, a iavasio realima o direito a privacidade social contra os litames da privacidade econémica protegidos pelo mercado imobilidtio. A propria casa & definida dentro de um contexto mais amplo e, por mais qi separe as casas umas das outras, esses limites sempre cetem a fronteiea fisiea alguma porosidade. As mudanc: a desvalorizagio imobiliitia de baittos inteiros ou « expansio ou contragho dos sistemas de transporte, por ‘exemplo, podem afetar seriamente o valor da propriedacle, ind Individuais, A porosidade € igus ndentemente dat agio dos proprie nente marcada na direclo oposta, na medida em que a eas tornies gcogrifica da luta e da mobilizagio politica. Em um estudo de caso do movimento pel Harlem, Leavitt ¢ 1. moradia operiria no segert (1989) descobriram que as mulheres predominavam nas organizicdes de inquilinos. € de bairo, em larga medida porque se recusavam a reconhecer os limites fisicos da casa © tratavam a comunidide como uma extensio praticamente sem fronteiras do lar, O-°V sulo do sem Comuniad A comunidade & adequiclamente concebids como o lugar da reproducdo social, mas a envolvidas nessa reproducio sio tio difusas que a identickide e as fronteiras espac freqilentemente indistintas. Alem de um grupo de cas sociais e cultura atividades is ch comunidade sto 14 mirfade de instituigoes centrek 8, 4 comunidad incorpora us inter-relacionadas ~ educacio seligiosas, recreativas ~, clas mest Estado local, Ela inclui também locais de trabalho, dlo lar’ filbrica, assumem uma forma fixa, essas instituigdes tor » eseritGrio 8 ofa. Na medickt em qu 1m-se lugares distintos dentro da comunidade. Es Portanto, a escala espacial menos especificamente definich; o significado vago, mas, em geral, afirmativo € nutritivo atribuido @ “comunidade” toma-a uma das metiforas da qual hi mais apropriagio ideolégiea no discurso publico contemporineo. Da “comunidade das nagdes” fazendo um ataque assassino ao Inique 2 ‘comunidade empresarial", que tenta justificar a exploragio de classe, apropria-se da idéia de comunidade sever realidades menos salubres. As identidades estabelecidas em outris ¢ 1s mas Totas pela comunidade, para re envolvi las sito facilmente ‘As comunidades sho socialmente definidas € poclem assumir formas espaciais muito diferentes. As comunidacles operirias em cidades do capitalismo avangado podem ser homdlogss aos limites espaciais de tim bairto, A identidade do bairco © da comunidad podem sobrepor-se de fonna significativa, com base em cameteristicas da classe como tipo de trabalho, etnia, rag, origem nacional ou alguma continuidlade mais vaga 20, propinqtiidade socia ‘ou identificacto de propriedade com lugar. Isso descreve certamente muitas comunidlacles rus, ms também o Lower East Sicle de Nova York. A “aldeia wibana” de Herbert Gans (1962), no exiremo norte cle Boston, é talvez 0 exemplo clissico, As classes altas, enq\ tem um tipo de comunicace muito diferente, em geral com um alcance espacial multo mais amplo, rramente Confinante com qualquer baisro espacialmente contiguo, € definida de moclo mais difuso: dlficilmente moram num baitro irlandés, Além das cercanias ct santo isso, constroem e vivem Kennedy as comunidades de classe alta poclem Ist de vertio situada a centenas ou mesmo milhares de quilometios, a escola privad fem que estudam os filhos,€ toda um dzbita de lugares nto contiguos, mas habtualmentevisiedos.” Nao se ir apenas do fato de que os Fcos expressann sul berdude com su eapacidade de superar 0 espago, tenquanto os pobresficam mais provavelmente presos. ele: Oacesso clferenciadlo 20 espaco leva cliferenca de porler na consinicto da escala espacial da vida cotiana, semana e sazonal incluir 0 local de uma Aesp: 6 fundamental para a identidacle social da comunidade, No w de 1989, Yusel K, Hawkins, um adolescente negro, foi comprar um carro em Bensonhurst, ma parte quase cializagao ds lutas nessa e fue ttalimeme branca e faliana do Brooklyn, Uma turba de adolescentes brancos, clizendo que ele amorado arrependido de uma menint do baitro, akacou-o € matou-o. Nesse caso, a defes cavolveu meio apenas a violéncia reacioniria, mas a combinaglo de varias escalas em que onsrruda; nao apenas uma -defesa” do bairro contra o3 nto-brancos, mas tamixém urna defess patriareal de tuma “propriedaile kt comuniacle” ~ 0 corpo «la mulher. {As lutas haseadas no lugar podem também galvanizar uma respost ‘eriormente fragmentados se unem num comuni is progressisia, na med grupos social lade

You might also like