You are on page 1of 16
142 Pundamenios de Metodologia Cientifica + Marconi e Lakatos 8.2.2 Fases da pesquisa 8.2.2.1 Escolha do tema Tema é 0 assunto que se deseja estudar ¢ pesquisar. © trabalho de definir ade- quadamente um tema pode, inclusive, perdurar por toda a pesquisa. Nesse caso, deverd ser frequentemente revisto. Escolher o tema significa: a) selecionar um assunto de acordo com as inclinagdes, as possibilidades, as aptidées ¢ as tendéncias de quem se propée a elaborar um trabalho cien- ico; b) encontrar um objeto que merega ser investigado cientificamente e tenha condigées de ser formulado e delimitada em funcao da pesquisa © assunto escolhido deve ser exequivel e adequado em termos tanto dos fatores externos quanto dos internos ou pessoais. A disponibilidade de tempo, o interesse, a utilidade e a determinacao para pros- seguir o estudo, dpesar das dificuldades, e para terminé-lo devem ser levados em consideragao; as qualificagées pessoais, em termos de background da formacio uni- versitdria, também séio importantes. Aescolha de um assunto sobre o qual, recentemente, foram publicados estudos deve ser evitada, pois uma nova abordagem torna-se mais dificil. O tema deve ser preciso, bem determinado e especifico. Responde a pergunta: O que ser explorado? 8.2.2.2 Levantamento de dados Para obtencao de dados podem ser utilizados trés procedimentos: pesquisa docu- mental, pesquisa bibliografica ¢ contatos diretos. A pesquisa bibliografica ¢ um apanhado geral sobre os principais trabalhos jé realizados, revestidos de importancia, por serem capazes de fornecer dados atuais ¢ relevantes relacionados com o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificacaio do trabalho, evitar publicagdes e certos erros, ¢ representa uma fonte indispensavel de informagées, podendo até orientar as indagagdes. A soma do material coletado, aproveitivel ¢ adequado variara de acordo coma habilidade do investigador, de sua experiéncia e capacidade em descobrir indicios ou subsidios importantes para 0 seu trabalho. Antes de iniciar qualquer pesquisa de campo, o primeiro passo ¢ a andlise minu- cosa de todas as fontes. documentais que sirvam de suporte & investigacao projetada. Pesquisa 143 A investigagao preliminar —estudos exploratérios - deve ser realizada através de dois aspectos: documentos e contatos diretos. Os principais tipos de documentes sao: a) Fontes Primérias ~ dados histéricos, bibliogréficos e estatisticos; infor- mages, pesquisas ¢ material cartografico; arquivos oficiais e particulares; registros em geral; documentagéo pessoal (didrios, memérias, autobiogra. fias); eorrespondéncia publica ou privada etc, b) Fontes Secundari: —imprensa em geral e obras literdrias Qs contatos diretos, pesquisa de campo ou de laboratério sao realizados com pessoas que podem fornecer dados ou sugerir possiveis fontes de informagées titeis, As duas tarefas, pesquisa bibliogréfica e de campo, podem ser executadas con- comitantemente. 8.2.2.3 Formulagao do problema Problema ¢ uma dificuldade, teérica ou prdtica, no conhecimento de alguma coisa de real importdncia, para a qual se deve encontrar uma solugio Definir um problema significa especificd-lo em detalhes precisos ¢ exatos. Na formulacao de um problema deve haver clareza, concisio ¢ objetividade. A colocacio clara do problema pode facilitar a construgdo da hipotese central, O problema deve ser levantado, formulado, de preferéncia em forma interroga- tiva ¢ delimitado com indicagSes das varidveis que intervém no estudo de possiveis relagdes entre si. E um processo continuo de pensar reflexivo, cuja formulagao requer conhecimen- tos prévios do assunto (materiais informativos), ao lado de uma imaginagao criadora. A ptoposicao do problema é tarefa complexa, pois extrapola a mera identifica- Ao, exigindo os primeiros reparos operacionais: isolamento e compreensao dos fato- res especificos, que constituem o problema no plano de hipéteses e de informagdes. A gravidade de um problema depende da importancia dos objetivos e da eficdcia das alternativas. ‘A. caracterizacao do problema define e identifica 9 assunto em estudo”, ou seja, “um problema muito abrangente torna a pesquisa mais complexa"; quando “bem delimitado, simplifica e facilita a maneira de conduzir a investigacao” (Marinho, 1980:55), ‘Uma vez formulado o problema, devem-se seguir as etapas previstas, para se atingir 0 proposto. © problema, antes de ser considerado apropriado, deve ser analisado sob 0 as- pecto de sua valoracao: 144 Fundamentos de Metodologia Clentifis * Marconi e Lakatoe a) Viabilidade. Pode ser eficazmente resolvido através da pesquisa. b) Relevancia. Deve ser capaz de trazer conhecimentos novos. ©) Novidade. Estar adequado ao estddio atual da evolugao cientifica. d) Exequibilidade. Pode chegar a uma conclusdo vilida. ©) Oportunidade, Atender a interesses particulares ¢ gerais. ‘Uma forma de conceber um problema cientifico é relacionar varios fatores (va- ridveis independentes) com o fenémeno em estuda, Tipos de Problemas. O problema pode tomar diferentes formas, de acordo com o objetivo do trabalho. Pardinas apresenta quatro tipos (1977:121-125): 1. Problema de Estudos Académicos. Estudo descritivo, de cardter informa- tivo, explicativo ou preditive. 2. Problema de Informagéo. Coleta de dados a respeito de estruturas ¢ con- dutas observaveis, dentro de uma area de fenémenos. 3. Problemas de Agdo. Campos de aco onde determinados conhecimentos sejam aplicados com éxito. 4, Investigagao Pura ¢ Aplicada, Estuda um problema relativo ao conheci- mento cientifico ou & sua aplicabilidade. Podem chamar-se problemas de diagnéstico, de propaganda, de planificagao ou de investigacio. Responde as perguntas: © qué? Como? 8.2.2.4 Definigéo dos termos O objetivo principal da definicdo dos termos € tornd-los claros, compreensivos € objetives e adequados. E importante definir todos os termos que possam dar margem a interpretacdes erréneas. O uso de termos apropriados, de definigées corretas, contribui para a me- lhor compreensao da realidade observada. Alguns conceitos podem estar perfeitamente ajustados aos objetives ou aos fatos que eles representam. Outros, todavia, menos usados, podem oferecer ambiguidade de interpretacao e ainda ha aqueles que precisam ser compreendidos com um signi- ficado especifico. Muitas vezes, as divergéncias de certas palavras ou expressées sfio devidas as teorias ou areas do conhecimento, que as enfocam sob diferentes aspectos. Por isso, os termos devem ser definidos, esclarecidos, explicitados. Se o termo utilizado nfo condiz com ou nao satisfaz ao requisite que Ihe foi atri- bufdo, ou seja, ndo tem o mesmo significado intrinseco, causando duividas, deve ser substituido ou definido de forma que evite confusao de ideias. Pesquisa 145 O pesquisador nao est4 precisamente interessado nas palavras em si, mas nos conceitos que elas indicam, nos aspectos da realidade empirica que elas mostram. Hé dois tipos de definigées: #) Simples, Quando apenas traduzem o significado do termo ou expresso menos conhecida, b) Operacional. Quando, além do significado, ajudam, com exemplos, na com: Prensa do conceito, tornando clara a experiéneia no mundo extensional, 5 Construgio de hipéteses Hipétese ¢ uma proposicdo que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. E uma Suposicao que antecede a constatacio dos fatos e tem como caracteristica uma formulagdo provisoria: deve ser testada para determinar sua validade, Correta ou errada, de acordo com ou contraria a0 senso comum, a hipdtese sempre condu a uma verificagéo empirica, A funcde da hipstese, na pesquisa cientifica, é Propor explicacdes para certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras informacées, Aclareza da defin: dos termos da hipétese é condicao de importéncia funda- mental para o desenvolvimento da pesquisa Praticamente nao hé regras para a formulacao de hipéteses de trabalho de pes- fluisa cientifica, mas é necessério que haja embasamento tedrico ¢ que ela seja formu. lada de tal maneira que possa servir de guia na tarefa da investigagao, Os resultados finais da pesquisa poderiio comprovar ou rejeitar as hipéteses; neste caso, se forem reformuladas, outros testes terdo de ser realizados para sua comprovagio. Na formulactio de hipéteses titeis, hi trés dificuldades principais, apontadas por Goode Hatt (1969:75): “a) auséncia ou 0 desconhecimento de um quadro de referencia teérico claro: b) falta de habilidade para utilizar logicamente esse esquema tedrico: ©) desconhecer as téenicas de pesquisa existentes para ser capaz de expressar adequadamente a hipétese.” No inicio de qualquer investigagao, devem-se formular hi jteses, embora, nos estucos de carter meramente exploratérios ou descritivos, seja dispensdvel sua ex. Plicitagio formal. Nesse ponto, € comhecida como hipdtese de trabalho. Entretanto, § utiliza de uma hipdtese ¢ necessdria para que a pesquisa apresente resultados Uteis, ou seja, atinja niveis de interpretacao mais altos. Apés a coleta dos dados, realizada de acordo com os procedimentos indicados anteriormente, eles sao elaborados e classificados de forma sistematica. Antes da andlise e interpretagio, os dados devem seguir os seguintes passos: selecio, codifi- cagio, tabulacdo. a) Selegao. E o exame minucioso dos dados. De posse do material coletado, © pesquisador deve submeté-lo a uma verificagdo critica, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informagGes confusas, distorcidas, incompletas, que podem prejudicar o resultado da pesquisa. Muitas vezes, o pesquisador, nao sabendo quais aspectos siio mais impor- tantes, registra grande quantidade de dados; outras vezes, talvez por ins- trugées mal compreendidas, os registros ficam incompletos, sem detalhes suficientes, A selecdo cuidadosa pode apontar tanto 0 excesso como a falta de informagées. Neste caso, a volta a0 campo para reaplicacao do instru- mento de observacao, pode sanar esta falha. A selecSo concorre também para evitar posteriores problemas de codificacio. ) Codificagio. E a técnica operacional utilizada para categorizar os dados que se relacionam. Mediante a codificacio, os dades sao transformados em simbolos, podendo ser tabelados € contados. A codificacdo divide-se em duas partes: 1. classificagio dos dados, agru- pando-os sob determinadas categorias; 2. atribuicdo de um cddigo, nui- mero ou letra, tendo cada um deles um significado. Codificar quer dizer transformar 0 que € qualitative em quantitativo, para facilitar nio sé a tabulagio dos dados, mas também sua comunicacio. | A técnica da codificaciio nao é automitica, pois exige certos critérias ow nor- mas por parte do codificador, que pode ser ou nio o proprio pesquisador. ¢ Tabulagao. E a disposicaia dos dados em tabelas, possibilitando maior faci- lidade na verificagdo das inter-relagées entre eles. E uma parte do processo Pesquisa 151 ‘écnico de andlise estatistica, que permite sintetizar os dados de observa- Sto, conseguidos pelas diferentes categorias e representi-los graficamen, ‘s: Dessa forma, poderao ser melhor compreendidos e interpretados mais rapidamente, Os dados so classificados pela diviséio em subgrupos e reunidos de modo que as hipéteses possam ser comprovadas ou refutadas. lida com pequeno niimero de casos e com poucas tabulagdes mistas, sendo menos ‘ispendioso. Em estudos mais amplos, com niimeros de casos ou de tabulages mis- tas bem maiores, o emprego da tabulagtio mecdnica é o indieado: economiza tempo, esforgo, diminui as margens de erro e, nesse caso, fica mais economica 8.2.3.3 Andlise « interpretagao dos dados Uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados, 0 passo seguinte é a anilise ¢ interpretagée dos mesmos, constituindo-se ambas no nucleo central da pesquisa, Para Hest (1972:152), “representa a aplicacdo légica dedutiva e indutiva do pro- cesso de investigagio”. A importancia das dados est nao em si mesmos, mas em Proporcionarem respostas as investigagdes. Analise ¢ interpretacao so duas atividades distintas, mas estreitamente relacio- nadas e, como proceso, envolvem duas operagées, que seriio vistas a seguir, J. Anélise (ou explicagéo). Ea tentativa de evidenciar as relagGes existentes Entre o fenémeno estudado e outros fatores. Essas relagdes podem ser “estabelecidas em fungao de suas propriedades relacionais de causa-efeito, Produtor-produto, de correlagbes, de anillise de contetido etc. (Trujillo, 1974:178), Em sintese, a elaboracioda andlise, propriamente dita, é realizada em trés niveis: a) Interpretacao, Veri ficagdo das relagdes entre as varidveis independente e dependente, ¢ da variavel interveniente (anterior a dependente e Posterior 4 independente), a fim de ampliar os conhecimentos sobre o fenémeno (variével dependente). >) Explicagdo, Esclarecimento sobre a origem da varidvel dependente e ne- cessidade de encontrar a varidvel antecedente (anterior is varidveis inde- pendente e dependente). ©) Especificagtio, Explicitagdo sobre até que ponto as relagées entre as varid- vels independente e dependente sio validas (como, onde e quando), 152 Fundamentos de Metodologia Cientifica * Marconi e Lakatos Na andlise, o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatistico, a fim de conseguir respostas as suas indagagdes, e procura estabelecer as relagdes necessdrias entre os dados obtidos e as hipdteses formuladas. Estas so comprovadas ou refutadas, mediante a andlise. 2. Interpretagao. E a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo as respostas, vinculando-as a outros conhecimentos, Em geral, a interpretacdio significa a exposigaia do verdadeiro significade do material apresentado, em relagao a0s objetivos propostos ¢ ao tema. Esclarece no $6 0 significado do material, mas também faz ilagdes mais amplas dos dados discutidos. Na interpretagdo dos dados da pesquisa é importante que eles sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessivel. Dois aspectas so importantes: a) Construco de tipos, modelos, esquemas. Apés os procedimentos esta- tisticas, realizados com as varidveis, ¢ a determinacao de todas as relages permitidas ou possiveis, de acordo com a hipétese ou problema, é chegado © momento de utilizar os conhecimentos teéricos, a fim de obter os resul- tados previstos. b) Ligagdo com a teoria. Esse problema aparece desde o momento inicial da eseolha do tema; é a ordem metedolégica e pressupde uma definicao em relagao as alternativas dispontveis de interpretagio da realidade social. Para proceder a andlise € interpretagéo dos dados, devem-se levar em conside- ragdo dois aspectos: + planejamento bem elaborado da pesquisa, para facilitar a andlise e a inter- pretagiio; * complexidade ou simplicidade das hipéteses ou dos problemas, que reque- rem abordagem adequada, mas diferente; a primeira exige mais tempo, mais esforgo, sendo mais dificil sua verificagdio; na segunda, ocorre 0 con- tririo. Mesmo com dados validos, é a eficdcia da andlise e da interpretagio que deter- minard o valor da pesquisa. Best (1972:150-152) aponta alguns aspectos que podem comprometer o éxito da investigacao: 1. Confusio entre afirmagGes e fatos. As afirmagdes devem ser comprova- das, tanto quanto possivel, antes de serem aceitas como fatos. 2. Incapacidade de reconhecer limitagdes. Tanto em relagdo ao grupo quanto pelas situagGes, ou seja, tamanho, capacidade de representacdo e a prépria composig&o, que pode levar a resultados falsos. Pesquisa 153 3. Tabulagdo descuidada ou incompetente. Realizada sem os cuidados ne- cessdrios, apresentando, por isso, tracos mal colocados, somas equivoca- das etc. 4. Procedimentos estatisticos inadequados. Leva a conclusées sem vali- dade, em consequéncia de conhecimentos erréneos ou limitagdes nesse campo. 5. Erros de célcuilo, Os enganos podem ocorrer em virtude de se trabalhar com um mimero considerdvel de dados e de realizarem muitas operagoes. 6. Defeitos de ldgica. Falsos pressupostos podem levar a analogias inadequa- das, a confusées entre relagao e causa e/ou a inversdo de causa ¢ efeito. 7. Parcialidade inconsciente do investigador. Deixar-se envolver pelo pro- blema, inclinando-se mais 4 omissio de resultados desfavoraveis & hipdte- se e enfatizando mais os dados favordveis, 8. Falta de imaginagao. Impede a descoberta de dados significativos e/ou a capacidade de generalizag6es, sutilezas que ndo escapariam a um analista mais sagaz. A imaginagao, a intuigao e a criatividade podem auxi pesqtiisador, quando bem treinadas. 8.2.3.4 Representagdo dos dados: tabelas, quadros ¢ gréficos Tabelas ou Quadros: é um método estatistico sistematico, de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais, que obedece & classificagdo dos objetos ou materiais da pesquisa. & bom auxiliar na apresentagdo dos dados, uma vez que facilita, ao leitor, a compreensio ¢ interpretagio répida da massa de dados, podendo, apenas com uma olhada, apreender importantes detalhes e relagdes. Todavia seu propésito mais im- portante é ajudar o investigador na distingdo de diferencas, semelhangas ¢ relagées, por meio da clareza e destaque que a distribuicao I6gica e a apresentagao grdfica oferecem As elassificagdes. Quanto mais simples for a tabela ou o quadro, concentrando-se sobre limitado niimero de ideias, melhor; ficam mais claras, mais objetivas, Quando se tém muitos dados, é preferivel utilizar um ntimero maior de tabelas para nao reduzir o seu valor interpretativo. O que caracteriza a boa tabela € a capacidade de apresentar ideias e relacdes independentemente do texto de informacées. . Regras para a utilizagéo das tabelas. No texto, a tabela deve identificar-se pela pa- lavra escrita com letra maitiscula, seguida de um algarisme romano, correspondente. © titulo se coloca a dois espacos abaixo da palavra TABELA € se ordena em forma de pirdmide invertida, nao se usando pontuacdo terminal. © titulo principal deve ser 154 Fundamentos de Metodologia Clentfiea + Marconi ¢ Lakator curto, indicando claramente a natureza dos dados apresentados; esporadicamente, pode aparecer um subtitulo. As fontes dos dados, representados na ilustragao, devem ser colocadas abaixe da tabela, com nome do autor, se houver, e a data. Para muitos autores, tabelas e quadros sfio sinénimas; para outros, a diferenca refere-se ao seguinte aspecto: a) Tabela. E construida, utilizando-se dados obtidos pelo préprio pesquisador ‘em niimeros absolutos e/ou percentagens, b) Quadro. E elaborado tendo por base dados secundarios, isto é, obtidos de fontes como o IBGE e outros, inclusive livros, revistas etc. Desta forma, 0 quadro pode ser a transcrigao literal desses dados, quando entdo necessi- tam indicagao da fonte. Finalmente, alguns autores denominam de tabela, independentemente da fonte dos dados, toda a representagao visual que requer ntimeros (absolutas e/ou em per- centagens), utilizando-se o quadro para agrupamento de palavras e frases. Grdficos. So figuras que servem para a representacdo dos dados. O termo é usado para grande variedade de ilustragdes: graficos, esquemas, mapas, diagramas, desenhos etc, Os gréficos, utilizados com habilidade, podem evidenciar aspectos visuais dos dados, de forma clara € de facil compreensio, Em geral, sio empregados para dar destaque a certas relagées significativas. A representagdo dos resultados estatisticos com elementos geométricos permite uma descricao imediata do fendmeno. Existem numerosos tipos de graficos estatisticos, mas todos eles podem formar dois grupos: a) Gréficos informativos. Objetivam dar ao piiblico ou ao investigador um conhecimento da situagao real, atual, do problema estudado, Devem ser feitos com cuidados tais que o desenho impressione bem, tenha algo de atraente, mas este cuidado artistico nao deve ser exagerado a ponto de pre- judicar o observador na apreensio facil dos dados. b) Graficos analiticos (histéricos, politicos, geogréficos). Seu objetivo, além do de informar, é fornecer ao pesquisador elementos de interpretacao, cél- culos, inferdncias, previsdes, Devem conter 0 minimo de construgGes ¢ ser simples. Podem ser usados também como graficos de informacao. Serdo vistos juntamente com as ta- belas de frequéncias. Tipos de gréficos: linear, de barras ou colunas, circular ou de segmentos, de setores, diagramas, pictéricos, cartogramas, organogramas etc. Pesquisa 155, 8.2.3.5 Conclusdes = Ultima fase do planejamento e organizagao do projeto de pesquisa, que explicita s resultados finais, considerados relevantes, AS conclusées devem estar vinculadas & hipétese de investigagio, cujo contetido foi comprovado ou refutado, Em termos formais, é uma exposigéo factual sobre o que foi investigado, anali- sado, interpretado; é uma sintese comentada das ideine essenciais e dos principais resultados obtidos, explicitados com preciso e clareza, Ao se redigirem as conclusdes, os problemas que ficaram sem solugao serao apontados, a fim de que no Futuro possam ser estudados pelo préprio autor ou por outros. Em geral, nao se restringem a simples conceitos Pessoais, mas apresentam i fertncias sobre os resultados, evidenciando aspectos edlides © aplicdveis a outros fenémenos, indo além dos objetives imediatos, Sem a coneluséo, o trabalho parece nao estar terminado. A introduc e a con- clusdo de qualquer trabalho cientifico, via de regra, sto as Ultimas partes a serem redigidas, Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos fundamentos de Metodologia Cientifica 7* Edigdio ‘As autoras e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar 0 devida crédito a todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possives acertos caso, inadvertidamente, a identificacso-de algum deles tenha sido omitida, No ¢ responsabilidade da editora nem das autoras a ocoméncia de eventuais perdas ou danos a pessoas ou bens que tenham origem no uso desta publicacio. Apesar dos melhores esforcos das autoras, do editor e dos revisores, é inevitével que surjam erros no texto, ‘Assim, so bem-vindas as comunicacdes de usuarios sobre corres des ou sugestoes referentes ao conteddo ou 20 nivel pedagdgico que auriliem o aprimoramento de edicdes futuras. Os comentérios dos leitares, podem ser encaminhados & Editora Atlas $.A. pelo e-mail editorialcsa@grupogen.com.br. Direitos exclusivos para a lingua portuguesa Copyright © 1985 by Editora Atlas S.A, Uma editora integrante de GEN | Grupo Editorial Nacional 1. ed, 1985; 2. ed. 1990; 3, ed. 1991; 4. ed. 200175. ed. 2003; 6. ed. 2005; 7. ed. 2010 (8 impressdes) Reservados todos 0s direitos, € proibida a duplicagao ou reproducao deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meins (eletrénico, mecdnico, grava¢ao, fotecopis, distribuigsona internet ou outros), sem permissdo expressa da editora, Reservados todos os direitos. £ proibida a duplicardo ou reproducao-deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrEnico, meciinico. gravaciio, fotocépia, distribuicso na internet eu outros), sem permissio expressa da ed Run Conselheiro Nébias, 1384 Campos Elisios, So Paulo, SP ~ CEP 01203-904 Tels.: 21-3543-0770/1 1-5080-0770 editorialcsa@grupogen.com.br \wwrw.grupogen.com. br Designer de capa: Paulo Ferreira Leite Projeto Grafico e Editoracao Eletronica: Lino Jato Editoracae Grafica Dados Internacionais de Catalogacao na Publicacdo (CIP) (Cdmara Brasileira do Livro, SP; Brasil) Lakatos, Eva Mara. Fundamentos de metodologia cientifica / Marina de Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos. Paulo : Atlas, 2016. Fed. = S80 Bibliografia ISBN 978-85-224-97598- Ciencia - Metadotogia 2. Pesquisa ~ Metedologia |. Marconi, Marina de Andrade. I. Titulo indices para catélogo sisternatica 1, Método cientifiea 501.8, 2, Metadologia cientfica 501.8, 3. Metodologia da pesquisa 001 42. 4. Pesquisa : Metodologia 001.42 91-1926 001.42 00-501.8

You might also like