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REVISTA DE PROCESSO ISSN 0100-1981, SUMARIO ALGUNS ASPECTOS DA AGAO DECLARATORIA DE CONSTITUCIONALIDADE— Arnoldo ‘Wald Direito Processual Civil ERICACIA E AUTORIDADE DA SENTENCA NO JUIZO DEMARCATORIO DIVISORIO — ‘Cindido . Dinamarco sensor ASSISTENCIA LITISCONSORCIAL NO MANDADO DE SEGURANGA CONTRA ATO JUD: CIAL — J. Carreira Alvin TUTELA JURISDICIONAL MERAMENTE DECLARATORIA — Flivi ¥ to Processual Tributrle [ASPECTOS DA COISA JULGADA EM QUESTOES TRIBUTARIAS — Hu (0 SALDO REMANESCENTE NA EXECUCAO FISCAL — Ante INSTRUMENTOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE — Leon Frejda Seklarowsky Brito Machado Ramos de Vasconcelos ATUALIDADES NACIONAIS [EFETIVIDADE E PROCESSO CAUTELAR — Carlos Alberto Alvaro de Oi oo ESTADO CONDENADO A INDENIZAR MORTE EM ASSALTO — Lair R. Nufes Padilla AGOES COLETIVAS EM MATERIA TRIDUTARIA — James Marins = ‘A MULHER FO PODER JUDICIARIO —- Maria Berenice Dias. a ATUALIDADES INTERNACIONAIS COINCIDENCIAS Y DIFERENCIAS DEL NUEVO CODIGO PROCESAL SRENTE ALA LEOISLACION PROCESAL BRASILENA = Moreira a ‘CONFERENCIAS PROVAS ATIPICAS — Jos6 Carlos Barbosa Morsira LEGITIMIDADE PROCESSUAL E AGAO POPULAR NO DIREITO DO AMBIENTE — Miguel tacra de Sous, a REFLEXOES SOBRE © ONUS DA PROVA — Teresa Artuda Alvi 20 ss 07 CONFERENCIAS PROVAS ATIPICAS* JOSE CARLOS BARBOSA MOREIRA vista, E repito também que todos os jules jé devem ter tido a oportunidade de valer-se para a aquisigao de conheci- 'mentos sobre fatos, de fontes no expres- samente previstas na lei, ou pelo menos dde_ forma especificamente (O tema escolhido para esta © das chamadas provas al fesse tema tem importancia pr maior do que revela o tratamer nario a ele dado até agora. Esj evidencia que todos nés, ju vvezes, sengo mus tunidade de utilizar provas ai ima atengo mai intensa, mais constante e profunda, para Certos casos, até sem consciéneia ‘melhor sistematizagdo da maté- niftida do que estavamos fazendo naquele ia. Se se trata de instrumento utilizado com freqiiéncia na pritica, como penso {que ficard claro, no & , bem come 0s moral inda que nio especi ago ou a defesa’ jamos, izacdo de provas, de O legislador de 1973, com esse dispo- meios'de conhecimentos sobre 05 fatos ivo, tomou posigdo hitida, clara com —relevantes, 6, em regra — ninguém igno- ncia 2 um problema que jé era ta —, um ponto crucial do processo. A discatdo m0 plano ‘grande maioria dos por meio das aro utn proceso em levantes sejam pura- Em regra, a cruz nos fatos e, portanto, nas provas. ia referéncia expressa nem di para a inspegao judi sso ela era estranha & pr judicigria desenvolvida sob a vigéneia - "Como. se (pode concetuar a prova daguele diploma at Eidstemen, por poe 8 me ves 10 coneeito de e or do que pressupie 0 i primeira tipieidade © define-se por oposgao a cle Hi dois possiveis modos de opasigao. Por duas diferentes perspec tes pontos de 9.8.93, na Associag40 dos Mai lado do Rio de a ort. pica , por issp, merega ser co CONFERENCIAS 5 atfpica. Essa dualidade de_modos de festar-se do fendme! processo civil. O Prof. Taruffo, em tra balho jé no muito recente, dos anos 70, mostrou que essa divergéneia, essa dis- tincia, essa oposi¢io da prova atipica & ie desde logo se A primeira modalidade: pica que o fosse por cons: ‘quelas reguladas ccar em que consi des de aul sobre fatos, no cimentos sobre os fatos re solugio de de pessoas {que sejam mesmo de fendmenos rovocados, como & 0 cas e Iaboratério. Nao hi outras possibilidades. Nag odemos contar com outras. fontes. E Cero que € até possivel conceber que pre uma diivida sobre a verds reza desse fen6meno, Entfo: pessoas, coisas ou fendmenos as provas tipicas cobrem, de, a fonte do conhecimento & sempre & mesma, € um documento. © que € que distingue, o que € que se pode imaginar que justifiue 0 tratamento separado Indes? Exatamente a nto chega a0 documento -xibiggio mas, m0 mpre de analisar’ um especificagio obedece a 6gicos. Se ot isso de acordo com: ie opico, no . porque a fi conhecimento é Sempre a mesma, O que varia — rep 6a forma, €a maneira pe tem acesso a essa recimentos dos fatos relevantes. Assim, & principalmente por este angu- se prefere hoje es tanto por af que se pode e se deve estudar preferéncia, pelo angulo da forma. Como € que podemos ter acesso a fc informagio por mados diferentes dak Tes expressamente previstos e regulados? Essa colocagao, por sua vez. suscita, desde logo, uma objeca0 de, tem sido feita. Fol veeméncia, na It {gue eu consideraria mais importante da critica felta por esse jurista — sem a ia daquelas garantias estabelece para a colheita das cl jamos num terreno pos dida em que nos aventurdssemos a pro- curar ter acesso as mesmas f zes de fornecer-nos. informa por forma diversa daguela pre preservar certas garantias para as partes, otadamente, acima de tudo, a garar do contraditério. Como poderfamos ima- ginar que o juiz tivesse a liberdade de explorar essas mesmas fontes por formas lferentes, despojadas de tais gara ‘A conclusso de Cavallor ica falar em prova REVISTA DE PROCESSO — 76 dade, estar de provas ilegalmente colhidas, Sucede que essa € uma das matérias ainda quando uma argument sa tena certa aparér igico, prevalecem as necessidade as, as exigncias de ordem pragm , sobretude, 0 que € também importante, 0 desejo de nio desperdi Indes outras de ter acesso & mos diante de provas ilegais, de rigor mente justificavel e até desejsvel, 0 juiz deve, sem davida, preocu ndar, tanto quanto possfvel, os seus proprios conhecimentos sabre os fatos, fim de que possa, afinal de contas, ju com justiga. Uma das condigdes basicas para que se possa julgar com justica é o conhecimento, quanto. possivel, aprofundado e completo, dos vantes para a solugao do Essa visio pritica, esse enfoque prag- par melhor acaba por predo- F sobre certos escripulos de ordem mesmo de ordem dogmitica, idade esté diante de nés; em todos os paises se em maior ol senor grau, essa possibilidade de acesso a fontes de’conhecimento por forma di versa daquela especificamente previ ei para determinada prova utvina, por exemplo, a despeito das abjegdes de Cavallone e de outros, pre domina larg de de. las, embora no ex ‘iloga 4 do nosso (Nao se confunda com 0 Cédigo de Canénico, que tem uma parte de sposigbes de ordem processual), Trt se de cOdigo que deve ser mu tusado, na prética, Imaginem os CONFERENCIAS de ordem civil, ndo de ordem candnica, no Estado do Vaticano: devem ser pougufssimo. de perdas e di a de Sto sua Vez, Se inspirou, em grande parte, rum famoso projeto dos anos 20, feitos por Francesco Camnelutt, com vistas a luma reforma da legisla¢30 processual, {que se frustou naquela época. Mas esse projeto, a despeito de ndo ter produzido frutos no pais de.origem, c influenciou legislagdes posteriores, clusive 0 nosso Cédigo, em parte direta- ‘mente, ¢ em parte por meio da influéncia aque ele jf havia exercido no Cédigo de Proceso Civil do Vaticano, (© art. 332, como dezenas de outros jos Eno ¢ una ertca porque fo! bom que © nosso ese insprado 20 contriio So i, 2 despeito da inexistncia de ua norma como esa, temse admitdo a utleago de provas aupicas, prinepalmente no sentido que fea de expiar, Tso € no sentido da 0 delcontecimentos sobre fatos or formas diversas cagucla pre para as prov chara em na Alemanha, prineipalnente por const jursprodental, e tem sd joa charhada Freibewets, ieralmente sobre no & apuraciio de fat 7 tomados em oon por exe matéria,, come sabe rs suje Sicial Ora, dade ela ‘Se nesses paises, mesmo Dressa que consagre tal possi la, a fortiori nfo ha porque nds, Estarfamos até desobedecendo 20 endessemos que 0 elenco possibilidade de provas atipicas;, do contrétio, esvaziarfamos totalmente © contetido do art. 332. far um pouco da ae ver alguns casos em essa temiética, por assim dizer, sa” na nossa pritica, idicidria. O prime’ cimentos que podemos obter de tercei- as que no séo partes forma tradicional, que 1s, isto & de pesso: ra causa. Qual €a Jogo nos vem mente, conhecimentos relevantes nossa conviegio. a. res necessarios a0 deslinde do eiro que informa alguma coisa é inqui fade de testemunha, icontece, nfo ha divida nenhuma de que as formas consagradas na lei devem ser obedecidas, porque essas for- smalidades sio inspiradas no propésito de que se preservem determinadas garanti- smo processual, que € algo, fran- 1, obsoleto; mas a dobservncia de certas formas € requi ispensivel para o resp nnadas garantias fi pode pensar num pracesso int informal, porque cada jui idamentais. N30 se ra que logo nos acode 20 ando pensamos na necessida- ros. informagbes antes, & a prova tes- 8 Ns, julzes, jd ob- 18 REVISTA DE PROCESS — 76 tivemos de terceiros informagoes por ‘utras formas; tenho a certeza disso. Vejam que em al abre expressame! imposto de dades em que 0’ devedor trabalhe, para obte sobre as possibifidades que ele tem imentos ao credor. Ora, essa se a repavtigies publ para delas requis & prova das alegasies di i, também, meno no. se permitem uma no do 1975, regulou expressa tion a0 lado da pro 0 a pessoas ju Jacques Normand, em artigo recente. ‘mente publicado, informa que essa mo. alidade vai predominando na prética Judicidria sobre a inquirigdo da testemu- ‘nha pelo mstodo tradi aragas & prego, tempo, Tenho a cerieza, também, de que no Brasil pelo menos’ mai presentes jé teve oportunidade dt se de informagdes fora das hipéteses legalmente previstas e fora também do i pedide de informagio a um sobre fatos que possam ter ocor- 10 com enfermo ali internado, Penso todos nds 108 a oportunidad tos ou do informagbes sobre o compet tamento das partes ou fe durante todo o perio- da judicatura, Tratava-se de saber se esses menor CONFERENCIAS no _me como relator j& em grau de embargos infringentes. E eu, sinceramente, nao conseguia saber qual era a melhor solu- ra dos autos nio era me — contrariando praxe —a chamar os meno- res € ouvielos. Achei que a melhor fonte feram 0S proprios menores. Eram dois conversar com adolescentes. Chamei aqui, levei-os primeiro ao bar, dei-Ihes sorvete, mostrei-Ihes a paisagem, a pon- i, para, ganhar confianga. Depols, falei sobre futebol... Levei uma tarde, mas feriam (udo a passar as férias em casa fs, Os menores. no eram partes. no nem foram ouviios como testemu- nas foi uma oportunidade magni- has; ica para mim de obter informagBes im- rescindiveis para que se pudesse dar uma solugso Grupo, evidentemente, expus © gue ouvido dos menores, © a solugio foi reduzir ao minimo possivel a exemplo que, provavelmen ido andlogos na experiénci dos que esto agui presentes, Essa disposigao tem amplitude. mui grande. Ela estabelece, eu até dever para todos os terceiros do mundo, “iments em relagdo terminado litfgio, de informs-los a0 As vezes até relutam bastante quando sio iadas para depor como testemunhas; Imaginem querer que venham esponta: rneamente... Mas, de certa maneira, 0 que ortantes a respelto deste informar. Como fazer? E claro que, sempre que possivel, essa pessoa deve ser ouvida como testemu- com observancia de todas as forma- incipio da "preferéncia, pouco o que melhor estaria colocado na parte final da exposigao. pode receber comunicagdo iém que esté informando ‘alguma causa sob a sua Mas escrita fat Siio dados que vao chegar a0 juiz, por assim dizer, de segunda mio, © perito ‘eeu certas informagées, das quais ele nio dispunha. E preciso que essa pessoa seja depos reingusita peo juzou poe ete ‘ainda que nfo tenha tido sas formas, que A margem dela. Vejam bem, 0 processo, esse: as necessidades praticas jo modalidades de explora- ‘glo das fontes de conhecimento ainda onsagrads:E pou 120 REVISTA DB PRoCESSO — 76 conFeRENcias. 1 Sabiamente, © legislador introduziv venia, nfo tem sentido, Entio, jivuma elaosula genérica, que, portan- 0 fax? Se se tem {a nfo coloca uma “camisa de fora” no irpete. E possivel emb novidades. tecnoldgicas da experiéncia pra a, vai incorporando ois bem. A presungio judi cessas modalidades a lei; em conseqlién- te em extrait, a partir do. in cia, a prova, que era atipica, passa a ser conhecimento novo. Essa aquisiclo & tfpica, porque jé agora consagrada em procedimento que no esté alguma disposigao legal © Cédigo nao se refere Retomo 0 ‘Outro tépico importante, sempre men- 10S usamos esse Bes. A despe ciongdo quanto se trata da matéria, 6-0 do me oss atividad do document dos indiciose presungdes. O nosso CPC 'Nao_poderiamos prescind) a inclusdo des gia moderna nos vai pro empre possfvel que sok iuo. E sempre possivel que inado instrumento nao possa, de vigente, ao contrério do anterior, que dele; nem conseguimos imaginar a pos, dedicava ao assunto algumas poucas dis- sibilidade de exercer a nossa atividade posigdes, éi lencioso a res- sem empregar esse m: de indicios © presungSes. Todos Ha outra problemitica, que se abre a a. Imaginem urn sabemos, todavia, que & absolutamente partir da verificacdo de que 2 moderna passado, urgentemen: inconcebivel que’ tent feenologia poe & nossa disposico uma {de um escrit6rio para outro. Hoje em todo, a relevaiia de ini si ‘© fax € um instrumento de trabalho sungies, iteis na cotidiano em tantos setores da atividade ges judi Comegou-s pelo telegra smana, Vai-se reconhecer a firma no iginal? Isso. no tem sentido. E descilpem se agora faco aqui um e critica — a mim me surpres muito que certos tribunais hesitem em ses, por exemplo, no art. 319, com legals; refiro-me as pre: forma com base gio judicial consiste Thecimento nove a pi to novo assim € est Depois veio! extragio de co- 0 chamado “documento informs 1S © que mais vird, porque o previsio na 0 fax; temos al faz referéncia a isso em poucas ir de fato que € sabe np diferente, que nfo se confunde com 0 © 0 progresso da técnica receber, & distincia, petigdes e recursos, stengdo em apresentar defesa; e fato relevante para a solugio dk tag. A fencaminhados por meio de fax. Acho aquela conseqiineia, que sabe Entio, ha na verdade dois fatos: 0 fato- ue & uma manifestagio — desculpem 9 mos que no é absoluta, da presungio de indicio e 0 fato a cujo res, mo, com todo 0 respeito. — de veracidade para os fates narrados pelo formar con ici, O Prof. Moniz de autor. A lei também alude aesse fendme. ‘Vamos aqui ulilizar um exemplo que & - falov no no art, 343, § 2° a respeito da sho ficta, que é uma ira do fato de a parte para prestar depoim ‘mais do processo penal, mas que também indo deixa de ser relovante para o proces- idade desses instrumentos. Se tia queremos ficar ‘comparecer a depor. ide a essa questo res no momento em {que 0 fato foi praticado. So dois fatos distintos. Uma coisa é atropelado al ou nao em Itaperuna no momenta em q) idente ocorreu no Rio. Sao 0s fatos que, por meio dda coisa, a parte pre- tendia provar: se 0 requerido nio efetuar a tos, mas hi entre el %palavra, pensamos de prefe: nem fizer qualquer declaracso dada a nossa impo: réncia, subscrito. Esse € 0 documento do art. 357; dois lugares ao mesmo tempo, nés «ue com o qual estamos mais familiarizad preferiu usar esse mei il — se a recusa for havida por se conhega do recurso, por le se digas € preciso que se Coma se v8, a recusa ilegitima em © original. Interpde-se 0 recurso exibir o documento é um tipo de con fax, porque € urgente, e depois se da parte no processo, inal. Agora, exigir passivel de fornecer a0 j nal seja feita para formar convicgho a respel sposiglo do re relevantes. Portanto, aqui a somos desprovidos do dom da ubiqlida- _seja ele pablico ou particular. Mas, pot de, se demonstro que estava em Raper 0 a pouco, as coisas mudam. Entio, ‘ipso facto fornego a0 juiz um meio pelo propria lei adota conceito mais amplo de ual ele vai chegar a conclusio segura de documento, Vejam, por exemplo, 0 art ‘que no fui eu que atropelei a vitima no 383: “Quaiquer reprodugio mecaniea, Rio de Janeiro, naquele mesmo dia e como fotografica, cinematogrd naquela mesma hora. fonografiea ou de outra espéci 122 REVISTA DE PROCESSO — 76, courerencias 123 éu, em que ele se esforgava, em termos aque consiste na necessidude de saber- Talmude? A minha hipétese € a de eu veementes, por desprestigiar 0 aspecto ‘mos até onde podemos ir nesse terreno. estar lidando com uma pessoa que, se- -ordena), que o juiz.e da semelhanga fisiondmica, Vinha com gundo eu se, professa, presumivelmente minada conseqiéncia de certo tipo de varios exemplos histori idade, determinada f& religio- ' ‘comportamento que a parte adotou no do sésia do entdo Presid rocesso. Mas estaremos nds, Iitados a essas hipoteses, exp 8 eujo respeito falara a imprensa. Que prova emprestada é legitima se no outro lava semelhante atitude? Essa prec rocesso as partes eram as mesmi previstas, ou ficamos aut pitagao, vis rada por gran- ‘maneira geral, a ext de preocupae recortes de ‘mento das partes no processo elementos jommais para me demonstrar que nem de conviegio? Por exemp Sempre a semelhanca fisiondmica tem recusa, se Significagto nesse contexto, tido signi cexame de tipo hematolégico em cas a que o r€u ¢ 0 advogado haviam sido para ser versado dentro de alguns mi investigagio de paternidade. Pode idos pela extrema semelhanga da- tos, quando chegarmos & parte fi basear-se’em tal recusa para formar sua _quele com o menor, e a estavamn reconhe. ‘conviceio? ccendo e proclamando. Im que eu, até para quebrar um Era ou nfo rizodvel que eu me dei pouco a aridez desta exposicio, me refira ‘casos concretos. Fui, certa ver, relator, ago de paternida: laglo, e procedi a uma hamei a meu gabine= tado pai do menor, a mife ¢ 0 F6prio menor. Chamei-os e observel ‘A mim me parece que nto € proibido. 0 que seria proibido é compelir. nto tenho meios de compel 0 juramento. E até imp sriipar do Por que? Ea preocupacio, do tiverem divida sobre a veracidade de vatiagdo no mado, na forina de obter conhecimen- 10s a custa de pessoas, de coisas,e de conversa. Espero que com ela eu tenha fendmenos; se a propria podido 108 que me deram aqui 4 honra de ouvir-me, a nogio clara da i do tema, ‘Quais sto os principais problemas que se suscitam com referéncia as provas chamadas atipicas? © respect importar estabelecer dessa poss nao deve rnenhuma sistematizagio, como na pr iecendo, justamente por f ho esse modo de comportar-se {da pare. Repito que nio foi s6 nisso que ime baseei. Havia virios da prova que foi processo e 6 transportada ‘que esta sendo objeto de problema jé se poe ha enquanto iso, observava, por exempl feitio da orelha, que é mato sign 45 pontas dos dedos e varias 0 ‘sions, que chamaram mi Set que nao se pode, nem ar $6 com base nesse 8, «ie, evidentemente, compor- esse pr jade muito grande. Hi pessoas emprestada € cer ‘ponte de Endo, se supuséssemos ‘que se assemelham enormemente © nao uma prova alipica, porque ¢ tem nenhum parentesco, Mas, a respeito deste processo adquire um cone- legitima, o problema, dessas pessoas, no ha processor nde (© que no Ihe chegou pelas vas, se pode fazer. E ilegal_propor surge 0 problema. No caso, niio era s6 por assim dizer, habituais. Chegou-lhe 1ém que jure? E moralme 7 de segunda mio: ele o obtém aproveltan- imo? Eu penso que o se do algo que acontec io. Mas perpuntar a ‘A douttina © dotecatdico, por hipotese, ov a oso mugulmano, ou Se estd disposto a presar juramento de das proves sobre a Biblia sobre 0 Corto ou sobre 0 ditames de ordem ética, © digo, ele ‘mento? Seria, norma? Vejam q) © art. 332: “Todos os Ora, a prova como os moralmente leg espera de quem se widade que merece © a Publicar uma monografia a respeito, Eu diria que ha és py © ponto a que eu desejava chegar, orém, é 0 seguinte: no dia subseqiiente, da ingresso nos autos uma petigio do 124 REVISTA DE PROCESO — 76 mesmo, exclui a possibilidade de provas atipicas que sejam ilegais, no no sentido de provas no previstas na lei, mas no _lariam o que revelaram, de modo que eu sentido de provas que conflitem com ia a mesma possibilidade de es alguma regra Ex: a tortura de recer 0s meus colegas no instante em que alguém para © feito cheg: amento. Vejo-me caldeitinha. De um lado, Se eu fosse ouvir aqueles dois rapazinhos na presenga da av6, eles nunca me reve. trio, mas, de OUtrO lado, Sei cla nao pode ser levada a tal excesso te, uma prova ime impega de fazer justicn. At vai igo, hoje, profoe a tortura ‘como tinica maneifa de’ reso E verdade que deste ponto se irradiam — mentoso problema, a pradéncia do outros problemas que, e Nao hd uma regra geral que ev posse loferecer aos senhores, do tipo "Tagam assim sempre ou "numa fagam assim Cabe a0 juiz, no momento de a as ser pporgue até a Cons- 04 compressdes ccontraditério, desde que se conven; {éria, eventualmente, para outra palestre, solidamente, de que. esse € 0 m ‘eu teria prazer em fazer, mas estou males. Temos de adotar af a vel ia sobre se alguém teria prazer de que entre dois males é preciso, por veves, escolher, e devemos escolier 0 Jé fiz alusio a ele ¢ preciso que as panes tenham sem: pre igual oportunidade de participar da Formagao da prova, Hoje jé nao esereve Fia isso com as mesmas palavras. Acl ea formagao da prova pode, em certos 505, ser legitima mesmo escapando a ‘nos puxam uma para cada lado, © ame- confortau, porque ‘agam despedagar-nos. De um lado, sabe- im livro desse eminente lado, sabemos que as ‘vezes, em determinadas circul presenga da parte atrapalha, prejudica, igo Civil, fez-se um volume relative 3 prova no Tratado de Di teve-se 0 bom senso de Pois bem: a certa altura, diz Taruffo: a ‘marca de uma freiada no asfalto ndo fot ita sob contraditorio e. no entanto, nao pode deixar de apresentar valor como prova, em muitos casos. Todos sabemos que, realmente, nll & possfvel exigir que 4 prova pré-con pre formada sob ‘a forma que melhor atenda a ‘Voltemos ague- imeiro easo que mencionei, Sempre {que possivel, o melhor € ouvir o terceiro como testemunha, com a presenca partes, dos advogados, com a possi dade de reinguiri¢do. Entio, se vem aos ites documento’ em que ‘determinada soa di uma informacao sobre fatos levantes, eu, sempre que possivel, devo ordenar que essa pessoa seja ouvida por im, juiz, na qualidade de testemunha, incipio fundamental na valoragio das provas, dade do juiz, € 0 apreciagao das pr CONFERENCIAS. 125 I, que € coisa ‘lo podemos deixar de observar na apre- ciagdo das provas. Ha leis da natureza {que no podemos desconhecer, e ha as maximas de experiéncia, as quais © Co- ‘digo. mesmo faz referencia, em outro dispositive. Uma dessas méximas de experidncia ensina que a prova colhida sob contraditério, geralmente, € mais vveraz. Se uma pessoa depde na pr das partes e dos ‘sab 0 crivo do cor — nfo estou dando Tax que nada disso rmulagdo, por assim sa, O maximo que se exatamen vado aguclas formalidades impse certa desconfianga, digamos assim. Nao acar- reta a impossibilidade de utilizar-nos ras sim anecessidade de 126 REVISTA DE PRcESSO — 76 ‘ocasido de falar, mas a cujo respeito nunca é demais insistir. Refiro-me 3 necessidade, — esta, sim, impostergavel = de o juiz, em qualquer nivel, par o ‘maior enipenho possivel na fundamenta- (940 da sua decisdo, sobretudo no tocante A matéria de fato e, portanto, a valoragzo das provas. Infelizmente, essa dire nem sempre é observada de modo cabs As vezes o juiz. acha mais interessante estender-se tim pouco mais na questao de direito, porque ela permite, as vezes, um Ihareco”, u 8s, em espan uma’ tenga; entdo, ela é examinada con carinko, No vezes, para a solugdo do pporta muito menos do que a questo de ato. E, quando vamos procurar na se enga uma justifieagao cabal da posig gue ojulz tomou em face de cade una las provas, nao raro nos decepcionames. E nese momento que temos de ccaprichar, se me permitem o verbo: n0 momento de revelar, na fundamentagio Ja sentenga, como foi que farmamos convencimento sobre cada uma das ques- {es de fato relevantes, Nao podemos “passar por cima” delas, assim como ato sobre brasa, como as vezes aconte- ce, dizendo: “A prova colhida nos autos convenceusme de que a versio correta é a do autor”. Mas como? Isso no basta. Porque tal ou gual fato nao ficou 10? Sabemos € de que jamais chegaremos Ii. O ideal € que na sentenca as provas fossem dissecadas, elemento por elemento; eno Apenas aquelas que nos convenceram de alguma coisa, mas também aquelas que 1ndo nos convenceram. A rigor, se estamos do a versio do autor e ndo estamos ido a versdo do réu, nfo bastaria ssemos porque fol que achamos 8 a8 provas oferecidas pelo autor. Precisarfamos dizer, também. por, ‘que ndo achamos convincentes as provas oferecidas pelo réu. E claro que, com ‘montanhas de autos 3 nossa frente © com a8 condigdes nem sempre favordiveis de trabalho em que vivemos, nao é possivel cxigir do julz que proceda a esse exame iosfssimo; todayia, repito, € isso que devia acontecer. E essa imagem que devemos ter dianie dos nossos ols, ainda que sabendo da nossa imperfeigdo, da nossa impossibilidade de plenamente. Mas isso € que de adotar como bussola, como roteiro, como guia da nossa fungia, naguele entre todos delicado, em que vamos proferir e fundamentar a nossa decisdo, Se a delicadeza ji € sempre grande, ela se torna aqui isnensa e deve ‘merecer de nés um cuidado exttemo, Dizia eu, e com isso termino, que, se aquele cuidado deve estar sempre pre~ sente em nosso espirito, particularmente presente e particularmente intenso ele deve ser, todas as vezes que entendermos far meios diferentes dos tradicio= nais. dos especificamente previstos ¢ A preocupagdo com o estado do meio ambiente constiui hoje — felizmente, deve dizer-se — um sentimento com alguma expresso nas sociedades moder- ras: — quem nao fica impressionado com a rarefag3o da camada do ozono & 80 aumento de radiagio tas tropicais?; — com as causas © as consegi esastre nuclear de ‘Tschemnobyl?; — a quem é indiferente a degradacao do meio ambiente e da qu {que constantemente se cotidiano? Nesta matéria do ambien jade de vida resia. aper bem pode reconhecer- saber se ainda & possivel recuperar as situagdes de degradagao ou se, pelo con- Itatio, ja se aleangou um ponto de nao retorno que apenas permite, quando muito, adiar catéstrofes iminentes, © tema da presente exposigio incide sobre a legitimidade processual ea acgio popular na biente, um assun ‘mesmo, uma problem: ia jurisdicional do am- que envolve, em si ‘muito vasta io, quer num afvel legislativo e de fica legistativa, Houve, no entanto, a preacupagdo de procurar tornar esta ex- posigZo acessivel nfo s6 ao especialista + Texto elaborado ap a tanscrigdo da ligdo pre Direito do Ambiente CONFERENCIAS LEGITIMIDADE PROCESSUAL E AGAO POPULAR NO DIREITO DO AMBIENTE* MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA uns e outros. 66.", n. 1, da Consttuigao da epublica Portuguesa (= CRP) estabele- ‘ce que “todos tém direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamer ado eo dever de o defend Iago que também se encontra no "0.1, Ja Lei de Bases do Ambien- te (LBA, Lei n, © objeto desse ue 6, naturalmer 0 piSprio ambiente definido no art. 5,0. 2a Fisicos, quimicos, bi gbes e dos Factores ‘laramente a atrib ‘a0 ambiente, em ps iplementar dever de levantes para a presente andlise sobre a imidade processual e @ acgd0 popu: iF em matéria de ambiente: 0 direito a0 ambiente concretiza-se na faculdade de ‘exigir a terceiros determinadas condutas, activas ou omissivas; o dever de defesa ‘do ambiente tem um contetido mais com- plexo, porque dele decorre niio s6 a

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