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asin Theshuvah ym DOS TERMOS mais importantes e originais do Pensamento oral judaico, theshuvah, tem sido muito inadequadamente atri- puida @ traducdo ‘arrependimento. Arrepender-se é se afastar do do e buscar o perdao. Theshuvah envolve um conceito mais amplo, que atinge a propria raiz da existéncia humana. Nao é de ad- nirar que 0 Thalmud* relacione o poder da theshuvah entre aque- lessete elementos que existiam antes que Deus criasse 0 mundo. A vida humana é inconcebivel sem theshuvah. A primeira pessoa a assumir a theshuvah foi também o primei- mhomem no mundo. Adio percebeu a magnitude de seu pecado noJardim, segundo o Midrash*, e tentou se reconciliar com Deus. Theshuvah, neste caso, significaria 0 ato de restabelecer a relacao de intimidade e confianca que existia entre Deus e Suas amadas criatu- rsantes da expulsao do Eden. Theshuvah, nessa historia emblema- tica, nao poderia significar a recriacao da inocéncia. Esse aspecto ‘nfantil do Eden perdera-se para sempre. Mas 0 objetivo de Adao “uma nova forma de relacdo, mais madura por ter enfrentado ; ‘wperado um momento de diivida e de traigao. Esta fe or que emerge da luta do individuo consigo mesmo, 0 objetivo 4a val {blica de Jo- Outro grande paradigma da theshuvah ¢ 2 - Smee “Sr isso, é lida na sinagoga NO servico da tarde o ; do 0 periodo especial de theshuvah se — fé. i 0 profeta Jonas a nao ser cinico. @ ter seal © profeta, Us, na possibilidade da transformasae © i Ne ansiava ‘ese a iniqua cida Por que Deus destruisse kn cal o evi "ado de que na cidade havia “mais de cent 147 PIRITUAL Parte IV: AVIDAES am distinguir sua mao avg da esquerda, © muity pee ona ne eee ee ete nados, ou criangas, que nao distinguem a _ a da esquerda, nj, mais culpados do que 0 gado. Seu Criador nao quer destruj-lo, mas sim vé-los transformar suas vidas ao se voltarem para Deus, A qabalah* vé na theshuvah um processo cdsmico, que se estende para além dos humanos e compreende tudo que vive e que existe F identificada com binah, a terceira das dez sefiroth*, e a forca ma- ternal dentro de Deus. Todas as criaturas provém do utero divino,e encerram dentro delas um profundo anseio pela volta aquela origem. O desejo humano de alcancar Deus é tao completo e natural quantoo esticar da arvore que quer crescer em direcdo a luz do sol, ou 0 apro- fundar da raiz cada vez mais fundo no solo, em busca de agua. que nio sabi Dy: Selecio O grupo comega a se estabilizar sob dois aspectos. O primeiro € a selec&o de pessoas para as quais o grupo nao é adequado; e o segundo é a lenta acumulacao e sintese do material sendo estudado e praticado. O primeiro Processo acon- tece espontaneamente, e o ultimo, com deliberada consciéncia. Aqui comegamos a observar a alquimia do inicio do trabalho de um grupo. Como um sdbio observou: “Kabbalah atrai ou repele”. Assim, une os que estdo sintonizados e expulsa os que nao estado. Um exemplo do processo de rejeico é visto nos que chegam ao grupo para adquirir poderes psiquicos, porque a Kabbalah tem reputagdo de se ocupar de tais assuntos. E ver- dade, mas fazem parte do processo de crescimento interno, e nao so uma habilidade especial a ser aprendida. Isso é magia. As pessoas que chegam procurando este tipo de treinamento sao, em geral, personalidades inadequadas, buscando compen- sar suas deficiéncias adquirindo estranhos talentos, e as vezes aparecem em reunides de Kabbalah esperando ganhar algum entendimento sobre como obter poderes psiquicos. Logo des- cobrirao que nao irao aprender nada sobre o culto como eles © compreendem, e partem para procurar um compromisso Mais préximo ao seu desejo. Outro tipo de pessoa que rapidamente se retira de amt 8rupo moderno é 0 erudito, Acha as reunides decepel onesies Porque de modo algum estao de acordo cam dlls ra tradicional do que é a Kabbalah. A maioria, senao ce) a membros, nao 1é hebraico; nenhum texto original € Beck ies €, assim sendo, nao existe a referéncia de nenhuma ante falta de uma conexdo ébvia com a Tradig¢ao ¢ aS Kab- embora muito do que é discutido e executado seja pa ae balah. Tais pessoas acham que nao tém outra op¢ao, 139 e buscar um professor reconhecido e provado, Myj inam em uma instituigao académica, ou em um Ae yeshivot ortodoxos que eae -Soreommedag da Kabbalah’ Ha, ainda, um outro tipo ce p oo Parte, 0 tipo sonha. dor, que vagueia de grupo em grupo. E muitas vezes bastante inteligente e sempre obtém éxito no en Na verdade, quas, sempre conduz os _estudantes, recorrendo as suas &xPeriéncias anteriores, impressionando os que nao sabem a diferenca entre informagéo e conhecimento. A separagéo comega a se mani. festar quando a pessoa esgota o seu material € repete o que ja disse. Lentamente todos compreendem que ha pouca Subs- tancia por tras do que esta sendo mostrado, e a pessoa per- cebe isso, & medida que a integridade do grupo aumenta, 0 processo requer absoluta honestidade por parte de todos, de modo que se torna aparente caso alguém exagera uma observa- ¢&o ou distorce uma afirmacao. Este fendmeno é o primeiro sinal de que 0 grupo esta saindo do estagio da “Tua-de-mel”, e € muitas vezes neste ponto que os que nao deveriam estar ali comegam a se sentir desconfortaveis e partem; muitas vezes criticando 0 grupo por uma variedade de razées, e desa- provando o tutor, justificando assim sua partida. Os esperta- Ih6es seguem entao adiante, como sempre fizeram, exatamente no momento em que poderiam derrubar suas préprias barreiras internas. Um tipo peculiar é 0 eterno estudante, que prefere ser sempre o brilhante prodigio, recusando-se a se tornar adulto por receio de perder as luzes da ribalta Para os capazes de supera-lo. Antes que isto aconteca, ele parte. A Kabbalah nao € para aqueles que nao tém coragem de mudar. Um exemplo bem diferente dos motivos pelos quais as pessoas partem € 0 doente psicolégico. Nem sempre sao logo identificdveis, pois, muitas vezes, sdo pessoas de alta sensibili- dade que esto, de fato, procurando uma solucdo para seus problemas, Contudo, em vez de procurar uma anilise, ou titans y pape com as dificuldades causadoras de seus a Embora i cam evitar a realidade atingindo a espiritualidade se a et uma abordagem bastante legitima, nao sera valida deseja saber Ne, for capaz de se defrontar com o que na0 peapenias ‘ lada pode ser feito por qualquer um que esteja Na verdade Pnere, Surdo e cego no plano psicoldgico- tudo o que i descobrirem nao serem basicamente honestos, certas idéias ‘ sorverem sera distorcido, de modo a virarem mulher que ano Pelo avesso para apoiar suas neuroses: que escolhe o celibato como uma forma de espiritua- 140 ser partir vezes term! - a de esté, muitas vezes, evitando ; ee intimidade com homens, dntiumtto.: — Sexualidade apenas a perfeigéo est4, em geral, fugindo on que busca gombra psicoldgica. Ambos, © muitos outros, sie propria com a propria humanidade, € com a dos outros # Tepugnam dade destituida da dimensdéo humana pode wens dence prada quanto 0 demonjaco, que despreza os outros aul apenas a auto-satisfagéo. Se existir um pouco de oneeae em tais pessoas, entéo permanecerio. Do contrArio logo. tirfio, porque no s&o capazes de encarar o crescente wasnene de sua egocentricidade, enquanto o resto do grupo deixa a responder aos jogos que eles querem que todos joguem. Existem muitos outros tipos de pessoas que caem fora de um grupo quando a fase da “lua-de-mel” ultrapassa seu apogeu. Estes tipos vao desde o preguigoso até o entediado quando a novidade passa; da pessoa que carece de sufi- ciente experiéncia interior pata utilizar o grupo, até os que possuem-na em demasia, e necessitam um nivel mais alto de instrugéo. & raro mas acontece, e neste caso um tutor reco- mendarA ao estudante que se dirija a outro grupo, ou que contate seu proprio professor. Tal caso pode acontecer quando a pessoa veio de um outro pais ¢ busca uma conex4o esotérica, e 0 grupo € 0 tinico caminho que surgiu. Aqui esta uma cir- cunstancia onde a discriminagéo e¢ a discrigéo do tutor sao mais necessarias, porque ele nao deveria enviar aos superiores da Tradigio um candidato nao-qualificado. & quando tem inicio 0 lado positivo da selecao. Até este ponto, quase todos os que desejam podem entrar no grupo. A razdo disto é que o grupo est. em Malkhut, isto é, no nivel da rua. Assim é chamado em algumas Tarde cées, como uma “escola preparat6ria”, que admitt poset e todos os niveis sem muita avaliagdo. No infcio isso oneote sdrio, nfo s6 para atrair membros, porque mais da are logo’ partiré, mas também para encorajar os due sooimen Procuram contato com uma escola esotérica, mas oes <_ entio, nfo tém acesso direto. Apés 0 grupo ter acl ae sua fase geral de inscrigéo, pode se tornar mals ad é feito fechando-se suas portas ¢ determinando a po de novos membros seja s6 por convite. Assim, co visitantes pessoas possam ainda entrar para © ee jo anment’ @ especiais, ou membros em perspectiva. Essa a intensidade do trabalho 'e eleva @ qualidade do 8 141 dai, o modo pelo qual as pessoas chega —, sera através da recomendagiio de male rey da determinagho de Outro BrUPO 20 tutor, O rites sncipal para admissiio é © grau de seriedade e dedicagiig ns assuntos espirituais € a0 autodesenvolvimento, Assim, Apesar de entrar menos pessoas, O nivel do grupo se eleva, Enquanto a nova fase continua, as reunides se tornam mais sobrias embora nunca devessem perder © senso de humor. O aprofunda. mento, crescendo & medida que os elementos inadequados dimi. nuem, intensifica o processo de integragio do grupo, agora comegando a emergir, Aos poucos, os relacionamentos indivi. duais e sociais comecam a tecer uma textura sutil, formando a base de um veiculo coletivo proprio para carregar todos ¢ conter tudo aquilo que desce do Céu. Este “célice”, como tem sido chamado, é também a “C&mara Superior”, que corresponde a triade da alma na Arvore do grupo. Neste estégio nfo passa de uma forma fragil, mas existe. As vezes, visitantes nio-envolvidos, mas perceptivos, sentem isso, embora, em geral, sé o tutor e os estudantes mais sensiveis percebam sua crescente presenga. é A formacdo do veiculo interior é mais que uma identi- dade de grupo, muito embora este nivel esteja presente. Sua qualidade é tal como uma bela sala de estar em que todos os membros do grupo podem vir a qualquer hora, durante uma reuniao, quando estiverem sozinhos, ou 14 fora, no mundo. Esta possibilidade de acesso é ampliada pelo exercicio habitual de Iembrar do rosto de cada membro do grupo as 10horas, 12horas, e IShoras. Através disso, uma imagem cada vez mais nitida € formada, nfio apenas na psique de cada membro, mas também na mente coletiva do grupo, & medida que sua estrutura e dinamica comecam a se estabelecer na Arvore arquetipica de todos os grupos. Este modelo preexiste, © 8 auton, Ser conscientemente ativado. O processo é como um ae uma vez concebido se desenvolve de acordo com as leis inferion -? 28 formacio e da materialidade, sendo o nivel mals » © da reunido propriamente dita. mera ee de selecdo e sintese do grupo é absolutament® com diligencia ra a teoria e a prdtica possam ser executad® dentro da connigets, S8mana, se nfo houver uma integracd mente se escong uci cOmum, a substincia obtida simples- fechado ao pabling Wue &, 4M Outro motivo para o grupo SF Public. Nao significa se tornar exclusivo — sei# 142 _— ee um corte — mas que um relacionamento judicioso seja formado entre OS mundos superior e inferior, pois enquanto a poten- cialidade do grupo aumenta, Os que se opdem ao Trabalho surgirao de todas as diregdes para testar, destruir e até mesmo para se apossar do que est se transformando em um onto de acesso entre os mundos. Neste est4gio, entramos no Jano do sobrenatural, onde outros elementos, além dos huma- nos, se interessam pelo que esta acontecendo. Contudo, antes de examinarmos esta dimensao, vamos resumir 0 que se passou até agora, a fim de tornar claro o estudo e o esquema. Primeiro, um individuo que tenha atingido um certo nivel na Kabbalah é designado para assumir um grupo. Este grupo é composto de pessoas encaminhadas até o tutor, ou guiadas pela Providéncia 4 reuniao preliminar. Segue-se, entdo, a fase de excitacdo e de confusio, com a perda gradual dos que nao desejam, ou nao podem, trilhar o Caminho. Agora temos um grupo inicial de pessoas seriamente dedicadas ao trabalho, que através de esfor- cos e consideravel Graca chegaram a um estAgio onde emerge uma distinta entidade comunal. Este delicado veiculo, mantido por trabalho sdlido e pelo Ensinamento, se torna um foco nao s6 de conhecimento e de amor, mas também de energia, e essa mesma energia pode ser utilizada para objetivos bons ou maus. E quando, pela primeira vez, as pessoas travam contato direto com o Mal. 143

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