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LABORATORIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL COEFICIENTES DE TRANSMISSAO TERMICA DE ELEMENTOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFICIOS. Versao actualizada 2006 Carlos A. Pina dos Santos Investigadr Principal, INE Luis Matias Assstente de Investigago, LNEC LISBOA + 2006 ICT INFORMACAO TECNICA. EDIFICIOS - ITE 50 SANTOS, Pina dos Engenhiro Civ Departamento de Eidos MATIAS, Luts Mestre em Engenharia Fisica Departamento de Ediicos Feprodugo integral da edo de 2006 Copyright © Laboratorio Nacional de Engenharia Ci Dito de Eigbese tes raficas vas, 101 1700066 Lisboa ee: bwariaplnec pt roan Editor INEC Coleg: Infrae Cintas eTeeicas sie TESO 1 edi: 2008 24 edge: 2005 “ager: 200 exemplars Deserts: Coeficents 6 transmis térmica / Enolvente deedio Desolnor: Usralues / Bulging envelope elements re esr 972-49-2065-8 COEFICIENTES DE TRANSMISSAO TERMICA DE ELEMENTOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFICIOS RESUMO Na presente publicagdo que se destina a apoiar a realizagao de estudos no ambito do desempenho térmico dos edificios e a aplicagéo do Regulamento das Caracteristicas de Comportamento Térmico dos Edificios (RCCTE), apresentam-se, sob forma tabular, valores convencionais de calculo, por um lado, de condutibilidades térmicas de materiais e de resisténcias térmicas superfi is, de espagos de ar ndo-ventilados e de alguns elementos ‘opacos de construgao (Anexo !) e, por outro lado, dos coeficientes de transmisséo térmica de solugées correntes das envolventes opaca (Anexo II) e envidragada (Anexo Ill) dos edificios, Os vinte e dois quadros do Anexo I correspondentes aos elementos opacos da envolvente ~ paredes, pavimentos e coberturas inclinadas — so apoiados em figuras que ilustram, esquematicamente, os diversos tipos de solugdes consideradas. Num texto prévio, referem-se as fontes da informagao facultada nos Anexos, e definem-se @ descrevem-se as solugées construtivas objecto de caracterizacdo, justificando-se as opgdes tomadas, Esta nova e ampliada verso da anterior ITE 28, cuja primeira edigao data de 1990, justifica- se pela utilizagao de procedimentos de cdlculo mais detalhados de valores convencionais actualizados de caracteristicas relevantes (condutibilidades térmicas dos materiais, resisténcias térmicas superficiais e de espagos de ar), ambos entretanto consagrados em normalizagao europeia (e internacional) e j4 adoptados, ou em vias de adopgao, pelos diversos Estados-membros. U-VALUES OF BUILDING ENVELOPE ELEMENTS SUMMARY This publication, which intends to support studies in the scope of the thermal performance of buildings and the application of the Portuguese building thermal regulations, presents, in a tabular format, conventional design values, on the one hand, of thermal conductivities and thermal resistances of surface air film, non-ventilated air spaces and opaque structural elements (APPENDIX |), and, on the other hand, U-values of common opaque (APPENDIX Il) and glazed (APPENDIX II!) elements, Twenty two tables of APPENDIX II, corresponding to opaque building envelope elements = walls, floors and horizontal and pitched roofs - are illustrated by schematic figures representing adopted constructive solutions. Previously, data sources are referred to and solutions considered are defined and described, assumed options being justified. This new and expanded version of the previous ITE 28, whose first edition dates back from 1990, is justified by the use of more detailed calculation methods and updated conventional values of relevant properties (thermal conductivities of materials, surface and air spaces thermal resistances), both meanwhile prescribed by European (and intemational) standards) and adopted, or to be adopted, by the different Member-states. COEFFICIENTS DE TRANSMISSION SURFACIQUE DES PAROIS DE L'ENVELOPPE DES BATIMENTS RESUME. Cette publication, qui a été préparée avec l'objectif d’appuyer le développement d'études sur le comportement thermique des batiments et I'application du réglement thermique des batiments portugais, présente, dans divers tableaux, des valeurs conventionnelles de calcul, d’une part, des conductivités thermiques des matériaux et des résistances thermiques d’échanges superficiels, des lames d’air et de quelques éléments constitutifs des parois, opaques (ANNEXE 1) et, d’autre part, des coefficients de transmission surfacique des parois. courants de I'enveloppe opaque (ANNEXE Il) et vitrée (ANNEXE III) des batiments. Vingt deux tableaux de I'ANNEXE Il, correspondant aux parois opaques de l’enveloppe = murs, planchers et toitures horizontales et inclinées — sont accompagnés de figures schématiques illustratives des différents types e solutions considérées. Dans un texte initial, on référe les sources de l'information présentée, et on définit et décrit les solutions constructives qui sont objet de caractérisation, en justifiant les options pris Cette renouvelée et augmentée version de la précédente ITE 28, dont la premiére édition date de 1990, se justifie par I'emploi de méthodes de calcul plus détaillées et de valeurs conventionnelles actualisées des caractéristiques pertinentes (conductivités thermiques des matériaux, résistances surfaciques et de lames d’air), les unes et les autres prescrites dans les normes européennes (et internationales) adoptées ou qui deviendront adoptées par les divers Etats-membres. COEFICIENTES DE TRANSMISSAO TERMICA, DE ELEMENTOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFICIOS INDICE DE TEXTO Pag. 1— _ INTRODUGAO. - eee ee coopers 2~ CONDUTIBILIDADE TERMICA DOS MATERIAIS 2 2.1 — Valor declarado da condutibilidade térmica, 2 2.2 Valor de célculo da condutbilidade térmica 3 RESISTENCIAS TERMICAS, sn 5 3.1 Resisténcias térmicas superficais (interior © exterior). 5 I 3.2- _ Resisténcias térmicas de espagos de ar. i 3.2.1 Espagos de ar nao-ventitados .. 7 3.2.2~ Espagos de ar ventilados. 8 3.3- _ Resisténcias térmicas de elementos de construgao. 8 3.3.1 Resisténcias térmicas de elementos opacos da envolvente dos edificios............9 3.3.2— Resisténcias térmicas de vaios envidragados....... oe 10) 4 COEFICIENTES DE TRANSMISSAO TERMICA DE SOLUGOES CONSTRUTIVAS vesosooos 4 AA— — Generalidades ccm ee a 1" 42— Paredes de fachada iru Sere ent) 4.2.1 Paredes SIMBIOS seeerinensnmnnnnssinn oe od 4.2.2— Paredes duplas..ernnnees . cee ea) 43- — Pavimentos.... 44— Coberturas.. 4.4.1- Generalidades 4.4.2— Coberturas horizontais (em terrago).... 4.4.3~ Coberturas inclinadas.... 4.5- Vaos envidragados. 33 BIBLIOGRAFIA ..cocnsinnnmnenen = 39 ANEXOI - VALORES CONVENCIONAIS DE CALCULO : DE CONDUTIBILIDADES (A) E DE RESISTENCIAS TERMICAS (R)...... 43 ANEXO II - VALORES CONVENCIONAIS DE CALCULO DO COEFICIENTE DE TRANSMISSAO TERMICA (U) DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE ...0.0-ssnnsmmmnneunnnnerceccll3 ANEXO Il - VALORES CONVENCIONAIS DE CALCULO DO COEFICIENTE DE TRANSMISSAO TERMICA (U) DE VAOS ENVIDRACADOS....ccsoencoulll 3 aM COEFICIENTES DE TRANSMISSAO TERMICA DE ELEMENTOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFICIOS INDICE DE QUADROS ANEXO1 Pag. QUADRO!.1 — Condutibilidades térmicas. Isolantes térmicos 13 QUADRO12 — Condutibilidades térmicas. Diversos materiais 14 QUADROL3 - Resisténcias térmicas superfCials ..neeenoosooe. eld QUADRO I.4 — Resisténcias térmicas. Espagos de ar ndo-ventilados........ cece h A QUADROI.5 — Resisténcias térmicas. Paredes simples de alvenaria....... wh QUADRO 1.6 - Resisténcias térmicas, Paredes duplas 113 QUADROI.7 — Resisténcias térmicas. Pavimentos aligeirados. Blocos cermicos......1.14 QUADROLB — Resisténcias térmicas, Pavimentos aligeirados Blocos de betao normal... 115 QUADRO 1.9 — Resisténcias térmicas. Pavimentos aligeirados Blocos de betdo leve ae 115 ANEXO II PAREDES SIMPLES DE FACHADA QUADRO Il.t ~ Paredes simples de fachada, Sem isolamento t8¢MiC0 coo... M3 QUADROIL2~ Paredes simples de fachada. Isolamento térmico pelo exterior... ns QUADRO 3 ~ Paredes simples de fachada, Isolamento térmico pelo inteior.... ho PAREDES DUPLAS DE FACHADA QUADROIl4 — Paredes duplas de fachada. Sem isolamento t&rMiCO esos. 13 QUADRO IIS ~ Paredes duplas de fachada 'solante preenchendo totalmente 0 espago d@ AF eccesneeoneeneclhAS QUADROIL6 - Paredes duplas de fachada 'solante preenchendo parcialmente 0 espago de af oo.esemnecsoos24 v QUADROIL7 QUADRO ILE — QUADROII.9 — QUADRO II.10 — QUADRO II.11 — QUADRO 11.12 - QUADRO 11.13 — QUADRO 1.14 — QUADRO 11.15 — QUADRO 1.16 — QUADRO 11.17 — QUADRO 11.18 — QUADRO 1.19 — QUADRO 11.20 ~ QUADRO 11.21 — QUADRO 1.22 - PAVIMENTOS SOBRE ESPAGOS EXTERIORES, Pavimentos sobre espagos exteriores Sem isolamento térmico (fluxo descendente).. Pavimentos sobre espacos exteriores Isolamento térmico pelo exterior (fluxo descendente) Pavimentos sobre espagos exteriores Isolamento térmico pelo interior (fluxo descendente) Pavimentos sobre espacos exteriores ‘Sem isolamento térmico (fluxo ascendente) Pavimentos sobre espagos exteriores Isolamento térmico pelo exterior (fluxo ascendente)...... Pavimentos sobre espagos exteriores Isolamento térmico pelo interior (fluxo ascendente) COBERTURAS HORIZONTAIS (EM TERRAGO) Coberturas horizontais (em terraco) ‘Sem isolamento térmico (fluxo ascendente)..... Coberturas horizontais (em terraco) Isolamento térmico pelo exterior (fluxo ascendente) .... Coberturas horizontais (em terraco) ‘Sem isolamento térmico (fluxo descendente) Coberturas horizontais (em terrago) solamento térmico pelo exterior (fluxo descendente)..... COBERTURAS INCLINADAS Coberturas inclinadas ‘Sem isolamento térmico (fluxo ascendente) Coberturas inclinadas Isolante nas vertentes (fluxo ascendente) .... Coberturas inclinadas Isolante sobre a esteira horizontal (fluxo ascendente). Coberturas inclinadas Sem isolamento térmico (fluxo descendente). Coberturas inclinadas Isolante nas vertentes (fluxo descendente) Coberturas inclinadas Isolante sobre a esteira horizontal (fluxo descendente). Pag. N27 M34 437 M43 a7 163 N69 ell. 61 67 1.69 W758 W77 181 11.87 1.89 11.93 QUADRO IIL1 QUADRO II.2 QUADRO IIL.3 QUADRO IIL.4 QUADRO ILS vl ANEXO Ill VAOS ENVIDRACADOS — Vaos envidragados verticais. Caixilharia de madeira - Vos envidragados verticais. Caixilharia metalica .... — Vas envidragados verticais. Caixilharia de plastico — Vaos envidragados verticais Em contacto com local nao-aquecido = Vaos envidragados horizontais Pag. m3. m4 ANG ww? WL? Simbolo e a do p Abreviatura cE DA DH EOTA EPS ETA ETics IcB Ina LNEC lows mw PIR PUR Pvc RCCTE XPS Designagao Unidade 2 rea (de um pavimento ou cobertura) mi ‘comprimento (de uma parede) m resisténcia térmica (valor de calculo) (nm? CW resisténcias térmicas dum espaco de ar (mi CW resisténcia térmica (valor declarado) (mm? CW resisténcia térmica superficial exterior (m? CW resisténcia térmica superficial interior (mi? scyw area das aberturas de ventilagao (de um pavimento ou cobertura)_ mm? Coeficiente de transmissao térmica Wim. c) Coeficiente de transmissao térmica (de um elemento separando — W/m* “C) um espago util de um local ndo-aquecido) Coeficiente de transmissao térmica (de um envidragado vertical) W/(m?.°C) Coeficiente de transmissao térmica médio dia-noite (de um Wim. Cc) envidragado vertical) Coeficiente de transmissao térmica (de um envidragado wam?.*c) horizontal) emitancia de uma superficie - condutibilidade térmica (valor de célculo) wim.) condutibilidade térmica (valor declarado) wim. °C) massa volimica aparente gin? Deno! Comissao Europeia (marcacao CE) Documento de Aplicagao Documento de Homologacao Organizagao Europeia de Aprovagao Técnica (European Organisation for Technical Approvals) Poliestireno expandido moldado Aprovago Técnica Europeia (European Technical Approval) External Thermal Insulation Composite Systems aglomerado de cortica expandida local ndo-aquecido Laboratorio Nacional de Engenharia Civil (envidragado com) baixa emissividade | mineral espuma rigida de poli-isocianurato espuma rigida de poliuretano cloreto de polivinilo Regulamento das Caracteristicas de Comportamento Térmico dos Edificios Poliestireno expandido extrudido vil vit COEFICIENTES DE TRANSMISSAO TERMICA DE ELEMENTOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFICIOS 4- INTRODUGAO Na presente publicagao, que se destina a apoiar a realizagao de estudos no ambito do desempenho térmico dos edificios ¢ a aplicagdo do novo Regulamento das Caracteristicas de Comportamento Térmico dos Edificios (RCCTE) [1], apresentam-se os coeficientes de transmissao térmica de solucdes correntes da envolvente dos edificios e indicam-se ainda ‘os valores convencionais de célculo de condutibilidades térmicas de materiais e de resisténcias térmica superficiais, de espacos de ar nao-ventilados e de alguns elementos de construgao. A informagéo que € apresentada nesta publicacdo, incluindo os quadros dos Anexos, representa uma actualizagao (¢ ampliagéo) da anterior ITE 28 [1], cuja primeira edig&o, datada de 1990, se destinou a apoiar a aplicacao do anterior RCCTE [3], Entre os aspectos determinantes que levaram a preparagdo desta nova publicagao salientam-se a utilizagdo de procedimentos de calculo mais detalhados e de valores convencionais actualizados de caracteristicas relevantes (condutibilidades térmicas dos Materials, resisténcias térmicas superficiais e de espagos de ar), ambos entretanto consagrados em normalizagao europeia (e intemacional) [4 a 11] ¢ jé adoptados, ou em vias de adopgdo, pelos diversos Estados-membros " Pelas razées apontadas, e embora em alguns casos nao sejam evidentes diferengas Rotérias, todos as solugées quantificadas nesta publicagéo foram objecto de célculo especifico. No que se refere as solugdes de vaos envidragados (vd. 4.5) adaptou-se e complementou-se a informagao actualizada disponivel num outro trabalho do LNEC {13} Descrever-se, em termos gerais, as solugées construtivas caracterizadas, justificando-se algumas opgdes tomadas na sua escolha, e sistematizam-se os valores dos diversos Parametros considerados ‘sob forma tabular em trés anexos. Do ANEXO | constam 9 quadros com os valores convencionais tteis (valores de cdlculo) 8 sequintes caracteristicas: condutbilidades térmicas dos principais isolantes térmicos © 4° dlversos outros materiais © produtos de construgdo; resisténcias térmicas superficiais ¢ ee Nomeadamente no ambito da transposigao da Directva Europela relatva ao desempenho Snergético dos edificios [12] que entrou em vigor no inicio de 2006. de espagos de ar nao-ventilados; e resisténcias térmicas de paredes de alvenaria e de pavimentos aligeirados. No ANEXO II incluem-se 22 quadros com os coeficientes de transmisséo térmica de elementos opacos da envolvente dos edificios: paredes de fachada simples e duplas; Pavimentos sobre espacos exteriores; e coberturas horizontais e inclinadas, No ANEXO III apresentam-se 5 quadros com os coeficientes de transmissdo térmica dos vaos envidragados mais representativos das solugdes correntemente utilizadas em Portugal. Quando relevante, no texto desta publicacao, ou nos quadros dos anexos, presta-se informagéo complementar necessaria para a quantifiagio das seguintes situagées: resistencia térmica de espagos de ar com diferentes graus de ventilacdo; coeficiente de transmissdo térmica para outras condicées de transferéncia de calor, associadas, quer ao sentido do fluxo térmico (ascendente ou descendente), quer aos ambientes ou locais (interior/exterior ou interior/ocal néo-aquecido) que o elemento construtivo separa. 2 — CONDUTIBILIDADE TERMICA DOS MATERIAIS 2.1 — Valor declarado da condutibilidade térmica A condutibiidade térmica (4, expressa em [W/(m.K)] ou (W/(m.*C)}) 6 uma propriedade que caracteriza os materiais ou produtos termicamente homogéneos, e que representa a quantidade de calor (expressa em [WJ por unidade de drea [m*}) que atravessa uma ‘espessura unitaria ([m]) de um material, quando entre duas faces planas e paralelas se estabelece uma diferenga unitaria de temperatura (1 °C ou 1 K). No ambito da marcagao CE dos produtos de construgao, em particular no que respeita aos isolantes térmicos, os fabricantes declaram um valor da condutibilidade térmica ou da resisténcia térmica, que se denominam valores declarados (Ap ou Rp). © valor declarado dp (ou Re) representa [10] um valor expectavel da condutibiidade (ou a resisténcia) térmica de um material ou produto, nas seguintes condigées convencionais: — determinado com base em resultados de ensaios realizados em condigées definidas de referéncia (temperatura média e teor de agua de equilibrio em ambiente normalizado); ~ _ correspondente a um percentil e nivel de confianga definidos; — _fepresentativo de uma vida util aceitavel, em condigdes normais de utilizagao. ~ Na realidade, os fabricantes devem, obrigatoriamente, dectarar o valor da resistencia térmica (Ro) correspondente a cada uma das espessuras dos produtos colocados no mercado. No caso dos isolantes térmicos, os valores declarados pelos fabricantes no ambito da marcagao CE sao os valores da condutibilidade térmica que, com um nivel de confianga de 90 %, em média nao sao ultrapassados por 90 % do produto colocado no mercado. Os valores de base sao referenciados a uma temperatura média de ensaio de 10°C, e a um teor de gua de equilibrio num ambiente com 23°C de temperatura e 50% de humidade relativa, A vida util assumida 6 de 25 anos, pelo que o valor declarado, Rp ou Ap, de alguns produtos de isolamento térmico que perdem caracteristicas ao logo do tempo é definido com base em resultados de ensaios realizados sobre amostras submetidas a um “envelhecimento acelerado” prévio, nomeadamente definido em normalizacao europeia relevante. 2.2 — Valor de célculo da condutibilidade térmica ‘Alem do eventual “envelhecimento”, nas condigdes normais de utllizagdo, os produtos de construgao utilizados na envolvente dos edificios estdo sujeitos a condigées tipicas de temperatura e de humidade relativa (ou mesmo ao contacto intencional e prolongado com a gua) diferentes dos adoptados na determinagao do valor declarado, Ao. © valor calculado da resisténcia térmica dos elementos de construgéio deve, portanto, ter em consideragao os agravamentos resultantes das condigbes especificas da utilizacao prevista. Nesse sentido, utilizam-se valores convencionais de cé/culo da condutibilidade térmica, A, ©s quais podem ser obtidos a partir dos correspondentes valores deciarados (Ap) e do conhecimento das condigdes de utilizagdo previstas. Os valores convencionais de célculo, 4, da condutibilidade térmica dos principais materiais @ produtos de construgao so apresentados em duas tabelas distintas, correspondendo, respectivamente, aos seguintes grupos: - _ isolantes térmicos (quadro |.1 do Anexo |); — __festantes materiais e produtos de construgao correntes (quadro |.2 do Anexo 1). Convencionalmente [1], consideraram-se como isolantes térmicos os materiais e produtos Que apresentam uma condutibilidade térmica inferior a 0,065 W/(m.‘C) e uma resisténcia térmica superior a 0,030 (m?. C)/W. Todavia, outros materiais ou produtos nao incluidos no quadro |.1 do Anexo |, nomeadamente, grénulos leves soltos e betées leves (quadro 1.2 do Anexo I), podem contribuir de forma significativa para o nivel desejado de isolamento térmico dos elementos da envolvente opaca dos edificios, ou, mesmo, em casos particulares e recorrendo a espessuras superiores as dos produtos correntes de isolamento térmico, assegurar de per si aquele nivel No que respeita aos isolantes térmicos, os valores de cdlculo tabelados nesta publicagao foram definidos com base, quer na actividade desenvolvida pelo LNEC neste dominio nos Ultimos vinte anos “, quer em valores adoptados em outros paises comunitarios [14, 15,16]. Por sua vez, para os restantes materiais recorreu-se a valores consensuais constantes na recente normalizagao europeia [9, 11], os quais foram complementados com valores adoptados em outros paises comunitarios (14, 15,16] Os valores de céiculo (A) indicados no Anexo | so valores convencionais, em geral por excesso “!, da condutibilidade térmica dos materiais, que podem ser adoptados para a determinagao das resisténcias (R) ou dos coeficientes de transmissao térmica (U) dos elementos correntes da envolvente dos edificios. No entanto, sempre que se opte por recorrer a materiais, a produtos ou a sistemas colocados no mercado que estejam numa das circunstancias a seguir referidas: = produtos ou sistemas dispondo de marcagao CE; = _ sistemas detentores de uma apreciagdo técnica idénea, nomeadamente um Documento de Homologagao (DH) ou de Aplicagao (DA) emitidos pelo LNEC, ou uma Aprovagao ‘Técnica Europeia (ETA) emitida por um organismo membro da EOTA ©); = produtos ou sistemas objecto de certificago ou de comprovagéo de qualidade efectuadas por entidade reconhecida; 08 valores de calculo a adoptar podem ser, quer determinados a partir dos correspondentes valores declarados (produtos com marcagao CE ou com qualidade comprovada por terceira parte), quer 0 constantes nos documentos acima indicados (nomeadamente, DH, DA ou ETA), 3. Tiveram-se em consideragao_as caracteristicas dos isolantes térmicos comercializados em Portugal e ensaiados pelo LNEC, ¢ os procedimentos de calculo especificados na normalizagso ‘uropeia relevante (9, 10}, *- Para ter em consideragao a variabilidade e a dispersao dos valores correspondentes aos produtos colocados no mercado. 5 - Organizagao Europeia de Aprovagao Técnica (European Organisation for Technical Approvals) A determinacéo do valor de célculo, a, da condutibilidade térmica a partir dos valores declarados (4p), ou certificados, deve ser efectuada de acordo com os procedimentos constantes na normalizagao europeia relevante (9, 10, 11], considerando-se agravamentos realistas (devidos, designadamente, ao teor de agua, ao “envelhecimento”, & temperatura ‘média), que traduzam as condigdes de aplicagao e a vida util dos produtos nas obras. 3 — RESISTENCIAS TERMICAS 3.1 ~ Resisténcias térmicas superficiais (interior e exterior) Os valores convencionais das resisténcias térmicas superfciais, interior (Ru) @ exterior (Ree), @ adoptar no céilculo dos coeficientes de transmisséo térmica (U) de elementos de construgao correntes de edificios séo apresentados no quadro |. 3 do Anexo | Os valores das resisténcias térmicas superficiais indicados nesse quadro s4o os constantes na norma europeia EN 6946:1996 [4]; nas aplicagdes correntes, nomeadamente, no ambito da verificagao regulamentar, no se justifica 0 célculo mais detalhado de valores daqueles parametros, Em casos particulares devem ser adoptados os valores das resisténcias térmicas Superficiais que melhor traduzam as condigées registadas na superficie dos elementos a caracterizar (nomeadamente, em termos de velocidade do ar ou das caracteristicas de emissividade da superficie), apresentando-se a seguir os casos mais relevantes: a) elementos da envolvente que separam um espago uti interior © do ambiente exterior Os valores das resistencias térmicas superticiais exterior (Ree) € interior (Ry) a adoptar 40 08 indicados no quadro |.3 do Anexo |, correspondentes ao elemento considerado (Parede, vao envidragado, pavimento ou cobertura) e, se relevante, ao sentido do fluxo (ascendente ou descendente). 4) elementos da envolvente (paredes, vaos envidragados ou pavimentos) que separam um espago util interior de um local interior n&o-aquecido (nomeadamente, garagens, ‘Também por vezes denominade “espago aquecido” ou “espago habitado’, ‘Também por vezes denominado “espaco ndo-tti” (1] ou “espago néio-habitado’. armazéns, arrecadagdes, zonas comuns de circulagao, varandas ou marquises fechadas, ...) A resisténcia térmica superficial exterior (Rse) adopta um valor igual ao da resisténcia térmica superficial interior (Ri), Reo= Ri correspondente ao elemento considerado (parede, vao envidragado, pavimento ou cobertura) e, se relevante, ao sentido do fluxo de calor (quadro 1.3 do Anexo 1). ¢) pavimentos sobre espago de ar (ou espaco técnico) ventilado De modo idéntico ao caso anterior a resisténcia térmica superficial exterior toma um valor igual ao da resisténcia térmica superficial interior = 0,10 (m? °C/W Rai = 0,17 (m?.°C)/W fluxo ascendente ®!: Ry, = R fluxo descendente ™: Re qd) elementos de construcdo (verticais ou horizontais) que incluam um espago de ar fortemente ventilado com ar exterior ©, e esteiras inclinadas ou sob desvao ventilado (no-habitado) de coberturas inclinadas A resisténcia térmica superficial exterior (Rse) adopta um valor igual ao da resisténcia térmica superficial interior (Rei) Roe = Ra Neste caso particular, no calculo da resisténcia térmica do elemento de construgao considerado desprezam-se as resisténcias térmicas do espaco de ar fortemente ventilado (Rar = 0) € do revestimento exterior (vd. 3.2.2). O sentido do fluxo, ascendente ou descendente, depende das convengées apliciveis aos valores das temperaturas dos ambientes (ou das superficies) interior e exterior, nomeadamente definidas na regulamentacao relevante {1}. *- Por exemplo: uma parede com um revestimento exterior descontinuo independente formando um espago de ar fortemente ventilado (quadros Il1-B2 ¢ Il.2-B do Anexo Il); uma cobertura em terrago ‘com uma protecgao mecainica realizada por lajetas sobre apoios pontuais (quadros Il.13, I 14-A2 ©B, Il. 15 € 1116-2 B do Anexo Il).

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