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INTRODUGAO A TRANSFERENCIA DE CALOR Eduardo Emery Cunha Quites Luiz Renato Bastos Lia APRESENTAGAO Este trabalho fornece aos alunos de transferéncia de calor os conceitos fundamentais basicos da mesma forma que so ministrados em sala de aula. Esta abordagem tem por objetivo permitir que os alunos se concentrem nas explanagdes dadas em aula, livrando- 0s da tarefa de reproduzir o que for escrito no quadro negro. Também estdo incluidos diversos exercicios resolvidos e propostos cujas respostas encontram-se em apéndice ao final deste trabalho. Os exercicios aqui apresentados, em sua grande maioria, fizeram partes das provas ministradas durante os tltimos anos. Nesta primeira edigao desta apostila certamente estarao presentes erros e imperfeigées. Entretanto, estamos certos de que os alunos nos auxiliarao apontado os erros, comentado @ sugerindo, de forma que nas préximas edig6es este trabalho possa ser aperfeigoado. Aproveitamos também para agradecer a todas as pessoas que de alguma forma contribuiram para a realizacdo deste trabalho. Eduardo Emery Cunha Quites Engenheiro Metaluirgico, M.Sc. Luiz Renato Bastos Lia Engenheiro Quimico, M. Sc. TRANSFERENCIA DE CALOR 1, INTRODUGAO .. 1.1, O QUE E e COMO SE PROCESSA?. 1.2, RELACAO ENTRE A TRANSFERENCIA DE CALOR E A TERMODINAMICA. . 1.3. RELEVANCIA DA TRANSFE! 1.4, METODOLOGIA DE RESOLUGAO DE PROBLEMAS EM TRANSFERENCIA DE CALOR.... 2. MECANISMOS DE TRANSFERENCIA DE CALOR... 2.1. CONDUGAO 2.2. CONVECGAO 2.3, RADIAGAO . 2.4. MECANISM! ADI 2.5, REGIMES DE TRANSFERENCIA DE CALOR. 2.6, SISTEMAS DE UNIDADES .... 3, CONDUGAO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE. 3.1. LEI DE FOURIER.... 3.2, CONDUGAO DE CALOR EM UMA PAREDE PLANA 3.3. ANALOGIA ENTRE RESISTENCIA TERMICA E RESISTENCIA ELETRICA .. _A7 3.4. ASSOCIAGAO DE PAREDES PLANAS EM SERIE 18 3.5. ASSOCIACAO DE PAREDES PLANAS EM PARALELO........19 3.6. CONDUGAO DE CALOR ATRAVES DE CONFIGURAGOES CILINDRICAS 23 3.7. CONDUGAO DE CALOR ATRAVES DE UMA CONFIGURAGAO ESFERICA.... 26 4, FUNDAMENTOS DA CONVECGAO..... 4.1, LEIBASICA PARA CONVECGAO. 4.2. CAMADA LIMITE .. 35 4.3. DETERMINACAO DO GOEFICIENTE DE PELICULA (h) 36 4.4, RESISTENCIA TERMICA NA CONVECGAO 38 4.5. MECANISMOS COMBINADOS DE TRANSFERENCIA DE CALOR (CONDUGAO E CONVECGAO).. 34 34 39 5. PRINCIPIOS DA RADIAGAO TERMICA.... 55 5.1, CORPO NEGRO e CORPO CINZENTO 56 5.2. LEI DE STEFAN-BOLTZMANN 57 5.3, FATOR FORMA... 57 5.5. EFEITO COMBINADO CoNDUGAO - CONVECGAO - RADIAGAO 59 6. ALETAS 6.1. DEFINIGAO .. 6.2. CALCULO DO FLUXO DE CALOR EM ALETAS DE SEGAO UNIFORME 6.3, TIPOS DE ALETAS ... 6.4, EFICIENCIA DE UMA ALETA. 7- TROCADORES DE CALO! 7.4 TIPO DE TROCADO! 7.2, MEDIA LOGARITMICA DAS DIFERENGAS DE TEMPERATURAS .... . 7.3. BALANGO TERMICO EM TROCADORES DE CALOR 91 7.4, COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERENCIA DE CALOR......92 7.5, FATOR DE FULIGEM (INCRUSTAGAO).... 7.6. FLUXO DE CALOR PARA TROCADORES COM MAIS DE UM 87 PASSE 8.- ISOLAMENTO TERMICO ... 108 8.1, DEFINIGAO 108 8.2. CARACTERISTICAS DE UM BOM ISOLANTE 108 8.3, MATERIAIS ISOLANTES BASICOS. 109 8.4, FORMAS DOS ISOLANTES... 109 8.5. APLICACAO DE ISOLANTES 110 8.6, CALCULO DE ESPESSURAS DE ISOLANTES.. 111 8.7. ISOLAMENTO DE TUBOS - CONCEITO DE RAIO CRITICO.....113 4. INTRODUGAO 1.1. © QUE E e COMO SE PROCESSA? Transferéncia de Calor (ou Calor) é energia em transito devido a uma diferenga de temperatura. Sempre que existir uma diferenca de temperatura em um meio ou entre meios ocorrera transferéncia de calor. Por exemplo, se dois corpos a diferentes temperaturas sao colocados em contato direto, como mostra a figura 1.1, ocorrera uma transferéncia de calor do corpo de temperatura mais elevada para o corpo de menor temperatura até que haja equivaléncia de temperatura entre eles. Dizemos que o sistema tende a atingir o equilibrio térmico. rT | |n => |r |r SeTy>Tz > T1>T>T2 [figura 1.1] Esta implicito na definigao acima que um corpo nunca contém calor, mas calor é indentificado com tal quando cruza a fronteira de um sistema. O calor é portanto um fendmeno transitério, que cessa quando ndo existe mais uma diferenga de temperatura. Os diferentes processos de transferéncia de calor sdo referidos como mecanismos de transferéncia de calor. Existem trés mecanismos, que podem ser reconhecidos assim : © Quando a transferéncia de energia ocorrer em um meio estacionario, que pode ser um sdlido ou um fluido, em virtude de um gradiente de temperatura, usamos o termo transferéncia de calor por conducdo. A figura 1.2 ilustra a transferéncia de calor por condugao através de uma parede sélida submetida a uma diferenga de temperatura entre suas faces. a: [figura 1.2] © Quando a transferéncia de energia ocorrer entre uma superficie e um fluido em movimento em virtude da diferenga de temperatura entre eles, usamos 0 termo transferéncia de calor por convecedo. A figura 1.3 ilustra a transferéncia de calor de calor por conveceao quando um fluido escoa sobre uma placa aquecida. © Quando, na auséncia de um meio interveniente, existe uma troca liquida de energia (emitida na forma de ondas eletromagnéticas) entre duas superficies a diferentes 5 temperaturas, usamos 0 termo radiagdo. A figura 1.4 ilustra a transferéncia de calor por radiagdo entre duas superficies a diferentes temperaturas. fluido em >To movimento Teo = ‘a /- [figura 1.3 } Se sq, \ % T =~! [figura 1.4 ] 1.2. RELAGAO ENTRE A TRANSFERENCIA DE CALOR E A TERMODINAMICA ‘Termodinamica trata da relagao entre o calor e as outras formas de energia. A energia pode ser transferida através de interagdes entre o sistema e suas vizinhangas. Estas interagdes sdo denominadas calor e trabalho. © A 1Lei da Termodinamica governa quantitativamente estas interagées ‘A 1* Lei da Termodindmica pode ser enunciada assim “A variago liquida de energia de um sistema é sempre igual a transferéncia liquida de energia na forma de calor e trabalho" © A 2*Lei da Termodindmica aponta a diregdo destas interagdes ‘A.2 Lei da Termodinamica pode ser enunciada assim “E impossivel 0 proceso cujo unico resultado seja a transferéncia liquida de calor de um regiao fria para uma regido quente’. Porém existe uma diferenga fundamental entre a transferéncia de calor e a termodinamica Embora a termodinamica trate das interagdes do calor e o papel que ele desempenha na primeira e na segunda leis, ela ndo leva em conta nem o mecanismo de transferéncia nem os métodos de célculo da taxa de transferéncia de calor, A termodinamica trata com estados de equilibrio da matéria onde inexiste gradientes de temperatura. Embora a termodinamica possa ser usada para determinar a quantidade de energia requerida na forma de calor para um sistema passar de um estado de equilibrio para outro, ela nao pode quantificar a taxa (velocidade) na qual a transferéncia do calor ocorre. A disciplina de transferéncia de calor procura fazer aquilo 0 que a termodinamica é inerentemente incapaz de fazer. 1.3. RELEVANCIA DA TRANSFERENCIA DE CALOR A. transferéncia de calor é fundamental para todos os ramos da engenharia, Assim como o engenheiro mecanico enfrenta problemas de refrigeragéo de motores, de ventilacéo, ar condicionado, etc., 0 engenheiro metalirgico nao pode dispensar a transferéncia de calor nos problemas relacionados aos processos pirometalirgicos e hidrometalirgicos, ou no projeto de fornos, regeneradores, conversores, etc. Em nivel idéntico, 0 engenheiro quimico ou nuclear necesita da mesma ciéncia em estudos sobre evaporagao , condensagao ou em trabalhos em refinarias e reatores, enquanto o eletricista € 0 eletrénico a utiliza no calculo de transformadores e geradores e dissipadores de calor em microeletrénica e 0 engenheiro naval aplica em profundidade a transferéncia de calor em caldeiras, maquinas térmicas, etc. Até mesmo o engenheiro civil e 0 arquiteto sentem a importancia de, em seus projetos, preverem 0 isolamento térmico adequado que garanta o conforto dos ambientes. Como visto, a transferéncia de calor é importante para a maioria de problemas industriais e ambientais, Como exemplo de aplicagdo, consideremos a vital area de produgao e conversdo de energia © na geragdo de eletricidade (hidrdulica, fusdo nuclear, féssil, geotérmica, etc) existem numerosos problemas que envolvem condugao, convecgao e radiagao e esta relacionados com 0 projeto de caldeiras, condensadores e turbinas. © existe também a necessidade de maximizar a transferéncia de calor e manter a integridade dos materiais em altas temperaturas © & necessario minimizar a descarga de calor no meio ambiente, evitando a poluigao térmica através de torres de refrigeragao e recirculagao. Os processos de transferéncia de calor afetam também a performance de sistemas de propulsdo (motores a combustao e foguetes). Outros campos que necessitam de uma andlise de transferéncia de calor séo sistemas de aquecimento, incineradores, armazenamento de produtos criogénicos, refrigeragdo de equipamentos eletrénicos, sistemas de refrigeragao e ar condicionado e muitos outros. 1.4. METODOLOGIA DE RESOLUGAO. DE PROBLEMAS EM TRANSFERENCIA DE CALOR De modo a se obter maior produtividade, a resolugo de problemas de transferéncia de calor deve seguir um procedimento sistematico que evite a "tentativa-e-erro". Este procedimento pode ser resumido em 5 itens 1, Saber : Leia cuidadosamente o problema 2. Achar : Descubra 0 que é pedido 3, Esquematizar : Desenhe um esquema do sistema. Anote o valor das propriedades 4, Resolver : Desenvoiver a resolugéo mais completa possivel antes de substituir os valores numéricos. Realizar os calculos necessarios para obtengao dos resultados. 5. Analisar : Analise seus resultados. Sao coerentes? Comente se necessario 2, MECANISMOS DE TRANSFERENCIA DE CALOR A transferéncia de calor pode ser definida como a transferéncia de energia de uma regio para outra como resultado de uma diferenga de temperatura entre elas. E necessario o entendimento dos mecanismos fisicos que permitem a transferéncia de calor de modo a poder quantificar a quantidade de energia transferida na unidade de tempo (taxa). Os mecanismos sao: © Condugao dependem somente de um AT © Radiagao © Convecgao => depende de um AT e transporte de massa 2.1. CONDUGAO, A condugao pode se definida como 0 processo pelo qual a energia é transferida de uma regio de alta temperatura para outra de temperatura mais baixa dentro de um meio (sdlido, liquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato direto, Este mecanismo pode ser visualizado como a transferéncia de energia de particulas mais energéticas para particulas menos energéticas de uma substancia devido a interagées entre elas. O mecanismo da condugao pode ser mais facilmente entendido considerando, como exemplo, um gas submetido a uma diferenga de temperatura. A figura 2.1 mostra um gas entre duas placas a diferentes temperaturas — —— Tt ai tat v4 y o why Te [figura 2.1] 1. O gas ocupa o espago entre 2 superficies (1) e (2) mantidas a diferentes temperaturas de modo que T4 > Tz (0 gas nao tem movimento macroscépico); 2. Como altas temperaturas esto associadas com energias moleculares mais elevadas, as moléculas préximas a superficie sao mais energéticas (movimentam-se mais rapido); 3. O plano hipotético X é constantemente atravessado por moléculas de cima e de baixo. Entretanto, as moléculas de cima estao associadas com mais energia que as de baixo. >Portanto existe uma transferéncia liquida de energia de (1) para (2) por condugao Para os liquidos 0 processo ¢ basicamente 0 mesmo, embora as moléculas estejam menos espacadas e as interagdes sejam mais fortes e mais freqlentes. Para os solidos existem basicamente dois processos ( ambos bastante complexos ) sélido mau condutor de calor : ondas de vibracao da estrutura cristalina © sdlido bom condutor de calor: movimento dos eletrons livres e vibracdo da estrutura cristalina, 2.2. CONVECGAO A convecgao pode ser definida como o proceso pelo qual energia é transferida das porgées quentes para as porgées frias de um fluido através da agéo combinada de : condugao de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. O mecanismo da convecedo pode ser mais facilmente entendido considerando, por exemplo, um circuito impresso (chip) sendo refrigerado (ar ventilado), como mostra a figura 2.2 ar ventilado To q t=a_/ [ figura 2.2 ] 1. A velocidade da camada de ar préxima a superficie é muito baixa em raz&o das forgas viscosas ( atrito ). 2. Nesta regiao o calor é transferido por condugéo. Ocorre portanto um armazenamento de energia pelas particulas presentes nesta regido. 3. Na medida que estas particulas passam para a regido de alta velocidade, elas sao carreadas pelo fluxo transferindo calor para as particulas mais frias. No caso acima dizemos que a convecgao foi forcada, pois 0 movimento de mistura foi induzido por um agente externo, no caso um ventilador. Suponhamos que o ventilador seja retirado. Neste caso, as particulas que esto proximas & superficie continuam recebendo calor por condugdo e armazenando a energia. Estas particulas tem sua temperatura elevada e, portanto a densidade reduzida. Ja que sdo mais leves elas sobem trocando calor com as particulas mais frias (e mais pesadas) que descem. DNeste caso dizemos que a convecgao € natural (é bvio que no primeiro caso a quantidade de calor transferido & maior). Um exemplo bastante conhecido de convecgdo natural é 0 aquecimento de agua em uma panela doméstica como mostrado na figura 2.3. Para este caso, o movimento das moléculas de agua pode ser observado visualmente. Placa Aquecida [figura 2.3 ] 2.3. RADIAGAO A radiagao pode se definida como o proceso pelo qual calor é transferido de um superficie em alta temperatura para um superficie em temperatura mais baixa quando tais superficies esto separados no espaco, ainda que exista vacuo entre elas. A energia assim transferida 6 chamada radiagdo térmica e ¢ feita sob a forma de ondas eletromagnéticas. O exemplo mais evidente que podemos dar é 0 proprio calor que recebemos do sol. Neste caso, mesmo havendo vacuo entre a superficie do sol ( cuja temperatura é aproximadamente 5500 °C ) @ a superficie da terra, a vida na terra depende desta energia recebida, Esta energia chega até nés na forma de ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas sdo comuns a muitos outros fenémenos: raio-X, ondas de radio e TV, microondas e outros tipos de radiagdes. As emissées de ondas eletromagnéticas podem ser atribuidas a variagdes das configuragées eletrénicas dos constituintes de atomos e moléculas, e ocorrem devido a varios fenémenos, porém, para a transferéncia de calor interessa apenas as ondas eletromagneticas resultantes de uma diferenca de temperatura ( radiagdes térmicas ). As suas caracteristicas sao: © Todos corpos em temperatura acima do zero absoluto emitem continuamente radiagao térmica © As intensidades das emissées dependem somente da temperatura e da natureza da superficie emitente © A radiagao térmica viaja na velocidade da luz (300.000 Km/s) 2.4. MECANISMOS COMBINADOS Na maioria das situagdes praticas ocorrem ao mesmo tempo dois ou mais mecanismos de transferéncia de calor atuando ao mesmo tempo. Nos problemas da engenharia, quando um dos mecanismos domina quantitativamente, solugdes aproximadas podem ser obtidas desprezando- se todos, exceto o mecanismo dominante. Entretanto, deve ficar entendido que variagdes nas condigdes do problema podem fazer com que um mecanismo desprezado se torne importante. Como exemplo de um sistema onde ocorrem ao mesmo tempo varios mecanismo de transferéncia de calor consideremos uma garrafa térmica. Neste caso, podemos ter a atuagao conjunta dos seguintes mecanismos esquematizados na figura 2.4 : Espago com Ar Frasco Plastico Espago com Ar Frases Plastion [figura 2.4 ] 1 : convecgao natural entre o café e a parede do frasco plastico 2 ; conducdo através da parede do frasco plastico 3 : convecgao natural do frasco para o ar ag : convecgao natural do ar para a capa plastica 5 : radiagdo entre as superficies externa do frasco e interna da capa plastica 6 : condugdo através da capa plastica 10 7 : convecgao natural da capa plastica para o ar ambiente 8 : radiagao entre a superficie externa da capa e as vizinhancas Melhorias estao associadas com (1) uso de superficies aluminizadas ( baixa emissividade ) para 0 frasco e a capa de modo a reduzir a radiagao e (2) evacuagdo do espago com ar para reduzir a convecgao natural. 2.5. REGIMES DE TRANSFERENCIA DE CALOR O conceito de regime de transferéncia de calor pode ser melhor entendido através de exemplos. Analisemos, por exemplo, a transferéncia de calor através da parede de uma estufa qualquer. Consideremos duas situagdes : operagao normal e desligamento ou religamento, Durante a operagao normal, enquanto a estufa estiver ligada a temperatura na superficie interna da parede nao varia. Se a temperatura ambiente externa nao varia significativamente, a temperatura da superficie externa também é constante. Sob estas condigées a quantidade de calor transferida para fora é constante e o perfil de temperatura ao longo da parede, mostrado na figura 2.5.(a), nao varia. Neste caso, dizemos que estamos no regime permanente. at, — ffgua25y SS Na outra situagao consideremos, por exemplo, o desligamento. Quando a estufa é desligada a temperatura na superficie interna diminui gradativamente, de modo que o perfil de temperatura varia com o tempo, como pode ser visto da figura 2.5.(b). Como consequéncia, a quantidade de calor transferida para fora é cada vez menor. Portanto, a temperatura em cada ponto da parede varia. Neste caso, dizemos que estamos no regime transiente Os problemas de fluxo de calor em regime transiente sao mais complexos. Entretanto, a maioria dos problemas de transferéncia de calor so ou podem ser tratados como regime permanente. 2.6. SISTEMAS DE UNIDADES As dimensées fundamentais s8o quatro : tempo, comprimento, massa e temperatura. Unidades so meios de expressar numericamente as dimensées. ‘Apesar de ter sido adotado internacionalmente o sistema métrico de unidades denominado sistema internacional (S.1.), 0 sistema inglés e o sistema pratico métrico ainda séo amplamente utiizados em todo o mundo. Na tabela 2.1 estao as unidades fundamentais para os trés sistemas citados : Tabela 2.1 - Unidades fundamentais dos sistemas de unidades mais comuns SISTEMA __|[ TEMPO, t | COMPRIMENTO,L| MASSA,m_| TEMPERATURA Su. segundo,s metro,m quilograma,kg Kelvin,k INGLES. segundo,s pé,ft libra-massa,lb | Farenheit,OF METRICO _|| segundo,s metro,m quilograma.kg | _celsius,OC "1 Unidades derivadas mais importantes para a transferéncia de calor, mostradas na tabela 2.2, ‘so obtidas por meio de definigdes relacionadas a leis ou fendmenos fisicos + Lei de Newton : Forca é igual ao produto de massa por aceleragao ( F = m.a ), entéo 1 Newton (IN) éa fora que acelera a massa de 1 Kg a 1 m/s2 + Trabalho ( Energia ) tem as dimensdes do produto da forga pela distancia ( T = F.x ), entdo: 1 Joule (J) é a energia dispendida por uma forga de 1 Nem 1m + Poténcia tem dimensdo de trabalho na unidade de tempo ( P = T /t), entao : 1 Watt (W) é a poténcia dissipada por uma forga de 1 Jem 1s Tabela 2.2 - Unidades derivadas dos sistemas de unidades mais comuns SISTEMA FORGAF ENEGIA.E POTENCIA,P Si. Newton,N JouleJ Watt, W INGLES fibra-forga,lbF Ibf-ft (Btu) Biu/h METRICO _|| kilograma-forca, kgf kgm (kcal) kcal/h As unidades mais usuais de energia ( Btu e Kcal ) so baseadas em fenémenos térmicos, e definidas como : @ Btu é a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de ‘lb de agua de 67,5 OF a 68,5 OF @ Keal é a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de 1kg de agua de 14,5 OF a 15,5 OF Em relagao ao calor transferido, as seguintes unidades que sao, em geral, utilizadas : q - fluxo de calor transferido (poténcia) : W, Btu/h, Keal/h Q- quantidade de calor transferido (energia) : J, Btu, Keal 12 3. CONDUGAO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE No tratamento unidimensional a temperatura é fungdo de apenas uma coordenada. Este tipo de tratamento pode ser aplicado em muitos dos problemas industriais. Por exemplo, no caso da transferéncia de calor em um sistema que consiste de um fluido que escoa ao longo de um tubo (figura 3.1 ), a temperatura da parede do tubo pode ser considerada fungao apenas do raio do tubo. Esta suposigao 6 valida se 0 fiuido escoa uniformemente ao longo de toda a superficie interma e se o tubo no for longo o suficiente para que ocorram grandes variagées de temperatura do fluido devido a transferéncia de calor. ui 4 [figura 3.1 ] 3.1. LEI DE FOURIER A lei de Fourier € fenomenolégica, ou seja, foi desenvolvida a partir da observagéo dos fendmenos da natureza em experimentos. Imaginemos um experimento onde o fluxo de calor resultante 6 medido apés a variagao das condiges experimentais. Consideremos, por exemplo, a transferéncia de calor através de uma barra de ferro com uma das extremidades aquecidas e com a area lateral isolada termicamente, como mostra a figura 3.2 AT-4,-T, [figura 3.2 ] Com base em experiéncias, variando a area da segao da barra, a diferenga de temperatura e a distancia entre as extremidades, chega-se a seguinte relagao de proporcionalidade A eq. 3.1 GA (eq. 3.1) A proporcionalidade pode se convertida para igualdade através de um coeficiente de proporcionalidade e a Lei de Fourier pode ser enunciada assim “A quantidade de calor transferida por condugo, na unidade de tempo, em um material, é igual ao produto das seguintes quantidades: 13 (eq. 3.2) onde, q, fluxo de calor por condugao ( Keal/h no sistema métrico); k, condutividade térmica do material; A, area da segdo através da qual o calor flui por condugdo, medida perpendicularmente a diregdo do fluxo ( m2); dTdx, gradiente de temperatura na segdo, isto é, a razdo de variagao da temperatura T com a distancia, na diregao x do fluxo de calor ( °C/h ) ." A razo do sinal menos na equagao de Fourier é que a diregao do aumento da distancia x deve ser a diregdo do fiuxo de calor positivo ( figura 3.3 ). Como o calor flui do ponto de temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa (gradiente negativo), o fluxo sé serd positive quando © gradiente for positivo (multiplicado por -1).. z 4 -(34) q— \ Kis [figura 3.3 ] O fator de proporcionalidade k ( condutividade térmica ) que surge da equagao de Fourier é uma propriedade de cada material e vem exprimir a maior ou menor facilidade que um material apresenta a condugdo de calor. Sua unidade é facilmente obtida da propria equagao de Fourier ( equagao 3.2 ), por exemplo no sistema pratico métrico temos : (eq. 3.3) 4 Keal Am? C No sistema inglés fica assim: —2/™ hfek No sistema internacional (SI), fica assim x m, Os valores numéricos de k variam em extensa faixa dependendo da constituigao quimica, estado fisico e temperatura dos materiais. Quando o valor de k é elevado o material ¢ considerado condutor térmico e, caso contrario, isolante térmico. Com relagao a temperatura, em alguns materiais como o aluminio e 0 cobre, 0 k varia muito pouco com a temperatura, porém em outros, como alguns agos, o k varia significativamente com a temperatura. Nestes casos, adota- 14 se como solugao de engenharia um valor médio de k em um intervalo de temperatura, A variago da condutividade térmica (no S.1.) com a temperatura € mostrada na figura 3.4 para algumas substancias. ‘Aluminio \ abtdat ‘ungsténio ‘Aco Inox Alumina too 300 500 20007000 «cog Temperatura (k] [figura 3.4 ] 3.2. CONDUGAO DE CALOR EM UMA PAREDE PLANA Consideremos a transferéncia de calor por condugao através de uma parede plana submetida a uma diferenga de temperatura. Ou seja, submetida a uma _fonte de calor , de temperatura constante e conhecida, de um lado, e a um sorvedouro de calor do outro lado, também de temperatura constante e conhecida. Um bom exemplo disto é a transferéncia de calor através da parede de um forno, como pode ser visto na figura 3.5, que tem espessura L, area transversal A e foi construido com material de condutividade térmica k. Do lado de dentro a fonte de calor mantém a temperatura na superficie interna da parede constante e igual a T4 e externamente o sorvedouro de calor ( meio ambiente ) faz com que a superficie externa permanega igual a Tz. 0 x KL [figura 3.5 ] Aplicado a equagéo de Fourier, tem-se: 15 Fazendo a separagdo de variaveis, obtemos gd =-k.AdT (29.3.4) Na figura 3.5 vemos que na face interna ( x=0 ) a temperatura é Ty ena face extema ( x=L) a temperatura é T. Para a transferéncia em regime permanente o calor transferido nao varia com © tempo. Como a area transversal da parede é uniforme e a condutividade k é um valor médio, a integracdo da equagao 3.4, entre os limites que podem ser verificados na figura 3.5, fica assim G40 =-kA®,-7, GL=k.A,-T, (eq. 3.5) Considerando que ( Ty - Tz ) é a diferenga de temperatura entre as faces da parede ( DT ), 0 fluxo de calor a que atravessa a parede plana por conducdo é (eq. 3.6) Para melhor entender o significado da equagao 3.6 consideremos um exemplo pratico. Suponhamos que o engenheiro responsdvel pela operagéo de um foro necessita reduzir as perdas térmicas pela parede de um forno por razées econdmicas. Considerando a equagao 3.6, ‘© engenheiro tem, por exemplo, as opgées listadas na tabela 3.1 : Tabela 3.1- Possibilidades para redugao de fluxo de calor em uma parede plana. OBJETIVO | VARIAVEL trocar a parede por outra de menor condutividade térmica al AL reduzir a area superficial do forno Ut aumentar a espessura da parede ATT reduzir a temperatura interna do forno Trocar a parede ou reduzir a temperatura interna podem agées de dificil implementagao; porém, a colocagao de isolamento térmico sobre a parede cumpre ao mesmo tempo as agées de redugao da condutividade térmica e aumento de espessura da parede. + Exercicio 3.1. Um equipamento condicionador de ar deve manter uma sala, de 15 m de comprimento, 6 m de largura e 3 m de altura a 22 OC, As paredes da sala, de 25 cm de espessura, sao feitas de tijolos com condutividade térmica de 0,14 Kcal/h.m.°C e a area das janelas podem ser consideradas despreziveis. A face externa das paredes pode estar até a 40 °C em um dia de verdo. Desprezando a troca de calor pelo piso e pelo teto, que estéo bem isolados, pede-se o calor a ser extraido da sala pelo condicionador ( em HP ) OBS : 1 HP = 641,2 Keal/h 16 T=40°C 7%=22°C k=0,14 Keal/hameC |< L=25cm=0,25m Tt sala: 6x 15x3m \ a Para o calculo da area de transferéncia de calor desprezamos as areas do teto e piso, onde a transferéncia de calor é desprezivel. Desconsiderando a influéncia das janelas, a area das paredes da sala 6 A= 2x x3 42x H5x3 = 126m" Considerando que a area das quinas das paredes, onde deve ser levada em conta a transferéncia de calor bidimensional, € pequena em relagdo ao resto, podemos utilizar a equagao 3.6 : ga FA a7, Si Realm’ C 126m" 499% = 1270Keal/h 025m =1270 Keal/,,_1__HP p = 1270 Keay, Fie = 979 HP h Portanto a poténcia requerida para o condicionador de ar manter a sala refrigerada ¢ : G=21P + Exercicio 3.2. As superficies intemas de um grande edificio so mantidas a 20 °C, enquanto que a temperatura na superficie externa é -20 OC. As paredes medem 25 cm de espessura , € foram construidas com tijolos de condutividade térmica de 0,6 kcal/h m OC a) Calcular a perda de calor para cada metro quadrado de superficie por hora. b) Sabendo-se que a area total do edificio € 1000 m2 e que o poder calorifico do carvao € de 5500 kcal/kg, determinar a quantidade de carvao a ser utilizada em um sistema de aquecimento durante um periodo de 10 h. Supor o rendimento do sistema de aquecimento igual a 50%. T=20°C 20°C k=0,6Keal/hm?C L=2Sem=0,25m 7 a) Desprezando 0 efeito do canto das paredes e a condutividade térmica da argamassa entre os tijolos, aplica-se a equagao de Fourier para paredes planas kA 0,6 (Keal /hm.® C)x 1m 0,25m Portanto, o fluxo de calor transferido por cada metro quadrado de parede é Para A=Im?, temos: @= x 20- €20 7c 4=96 Keallh fl mde area b) Esta perda de calor deve ser reposta pelo sistema de aquecimento, de modo a manter o interior a 20 °C. A perda pela area total do edificio A=1000m? — entéio, 4, = 96 1000 = 96000 Keal/h © tempo de utilizagdo do sistema de aquecimento é 10 horas. Neste periodo a energia perdida para o exterior é: 250 = Gt = 96000 Keal/h x 10h = 960000 Keal Com o rendimento do sistema é 50% a quantidade de calor a ser fornecida pelo carvao & _ 960000 n 05 Q,= 1920000Keal Cada quilo de carvao pode fornecer 5500 Kcal, entéo a quantidade de carvao é: _ 1920000 Keal rT. = = 49 Kg | Orie 5500 Keal / Ke $ 3.3, ANALOGIA ENTRE RESISTENCIA TERMICA E RESISTENCIA ELETRICA Dois sistemas sdo andlogos quando eles obedecem a equagdes semelhantes. Isto significa que a equagao de descrigao de um sistema pode ser transformada em uma equagao para outro sistema pela simples troca dos simbolos das varidveis. Por exemplo, a equagao 3.6 que fornece © fluxo de calor através de uma parede plana pode ser colocada na seguinte forma : (eq.3.7) KA © denominador e o numerador da equagao 3.7 podem ser entendidos assim © (AT), a diferenga entre a temperatura da face quente e da face fria, consiste no potencial que causa a transferéncia de calor © (L/KA) é equivalente a uma resisténcia térmica (R) que a parede oferece a transferéncia de calor 18 Portanto, o fluxo de calor através da parede pode ser expresso da seguinte forma (eq. 3.8) g= ee onde, AT é0potencial térmico ¢ R R éarresisténcia térmica da parede Se substituirmos na equagdo 3.8 o simbolo do potencial de temperatura AT pelo de potencial elétrico, isto é, a diferenga de tenséo AU, e 0 simbolo da resisténcia térmica R_ pelo da resisténcia elétrica Re, obtemos a equagao 3.9 ( lei de Ohm ) para i, a intensidade de corrente elétrica in AU (eq. 3.9) Re Dada esta analogia, é comum a utilizagao de uma notago semelhante a usada em circuitos elétricos, quando representamos a resisténcia térmica de uma parede ou associagdes de paredes, Assim, uma parede de resisténcia R, submetida a um potencial AT e atravessada por um fluxo de calor ¢, pode ser representada assim q T * R ar 4 [figura 3.6 ] 3.4, ASSOCIAGAO DE PAREDES PLANAS EM SERIE Consideremos um sistema de paredes planas associadas em série, submetidas a uma _fonte de calor , de temperatura constante e conhecida, de um lado e a um sorvedouro de calor do outro lado, também de temperatura constante e conhecida. Assim, havera a transferéncia de um fluxo de calor continuo no regime permanente através da parede composta. Como exemplo, analisemos a transferéncia de calor através da parede de um forno, que pode ser composta de uma camada intema de refratario ( condutividade k1 e espessura L1), uma camada intermediaria de isolante térmico ( condutividade k e espessura Lz) e uma camada externa de chapa de ago ( condutividade k3 e espessura Lg). A figura 3.7 ilustra o perfil de temperatura ao longo da espessura da parede composta rhe | I fr . 4 Ts butoete. [figura 3.7 ] 19 O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada uma das paredes planas individualmente kd, a= (= (eq. 3.10) Colocando em evidéncia as diferengas de temperatura em cada uma das equagdes 3.10 e somando membro a membro, obtemos: (h-%)= 2a (eq. 3.11) Colocando em evidéncia o fluxo de calor q @ substituindo os valores das resisténcias térmicas em cada parede na equagao 3.1 , obtemos 0 fluxo de calor pela parede do forno T-T=G(R, +R, +R) Rah R+R+k q (eq, 3.12) Portanto, para o caso geral em que temos uma associagao de paredes n planas associadas em série 0 fluxo de calor é dado por : (eq. 3.13) 3.5. ASSOCIAGAO DE PAREDES PLANAS EM PARALELO Consideremos um sistema de paredes planas associadas em paralelo, submetidas a uma fonte de calor , de temperatura constante e conhecida, de um lado e a um sorvedouro de calor do outro lado, também de temperatura constante e conhecida, do outro lado. Assim, havera a transferéncia de um fluxo de calor continuo no regime permanente através da parede composta. Como exemplo, analisemos a transferéncia de calor através da parede de um forno, que pode ser composta de uma metade inferior de refratario especial ( condutividade kz ) e uma metade superior de refratario comum ( condutividade ky ), como mostra a figura 3.8. Faremos as seguintes consideragées : © Todas as paredes esto sujeitas a mesma diferenca de temperatura; * As paredes podem ser de materiais e/ou dimensées diferentes; © —_ Ofluxo de calor total 6 a soma dos fluxos por cada parede individual 20 [figura 3.8 ] O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada uma das paredes planas individualmente a= KA ty (eq.3.14) (eq. 3.15) A partir da definigao de resisténcia térmica para parede plana ( equagdo 3.7 ), temos que L 1_k.A al Ree any kA ROL (eq, 3.16) Substituindo a equago 3,16 na equagao 3.15, obtemos Portanto, para o caso geral em que temos uma associagao de n paredes planas associadas em paralelo o fluxo de calor é dado por (eq. 3.17) Em uma configuragao em paralelo, embora se tenha transferéncia de calor bidimensional, & freqiientemente razoavel adotar condigdes unidimensionais. Nestas condigées, admite-se que as. superficies paralelas 4 diregdo x sao isotérmicas. Entretanto, a medida que a diferenga entre as 21 condutividades térmicas das paredes ( ky - kz ) aumenta, os efeitos bidimensionais tomam-se cada vez mais importantes. + Exercicio 3.3. Calcular o fluxo de calor na parede composta abaixo fo " " ee isolada =q 100°F onde, material a b c d e f g k (Btu/h.ft.OF) 100 40 10 60 30 40 20 Usando a analogia elétrica, o circuito equivalente a parede composta é Rp _— Re toon Ra Re 100°F ey Ra Para uma Area unitéria de transferéncia de calor (A = 1 ft2), as resisténcias térmicas de cada parede individual so 22 Para os circuitos paralelos = 40+40+ 60 =140=9R,,. = 0,00714 he F/Btu Loa RR 1 1 R x 60+30 =90=>R, = 0,01114 h2F/Btu Para os circuitos em série : R= R, + Rey + R, + Ry = 0,0025 + 0,00714 + 0,00833 + 0,0111 = 0,02907 2 F/Btu Portanto, 4000-100 °F R, 002907 F/Bau 1960 Brufh + Exercicio 3.4. Uma parede de um foro é constituida de duas camadas : 0,20 m de tijolo refratario (k = 1,2 kcal/h.m.°C) e 0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.°C), A temperatura da superficie interna do refratario 6 1675 °C e a temperatura da superficie externa do isolante 6 145 °C. Desprezando a resistencia térmica das juntas de argamassa, calcule a) calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede; b) a temperatura da interface refratario/isolante, t T, a parede de refratario : > L,=0,20m k, = 1,2 Kealfh.m2C parede de isolante : k Ts L,=0,13m ky = 0,15 Kealfh.m2C 2 1675°C 45°C ab, a) Considerando uma drea unitaria da parede ( A: =1 m2 ), temos T-T, T RR Ry +R, q, 1675-145 + kA kA 2x1 q = 1480,6Kcal/h $/m* b) O fluxo de calor também pode ser calculado em cada parede individual. Na parede de refratario, obtemos Roh _ ba 23 12d 675-7, 0 1480,6 = T, = 1428,2°C] + Exercicio 3.5. Obter a equacdo para o fluxo de calor em uma parede plana na qual a condutividade térmica (k ) varia com a temperatura de acordo com a seguinte fungao : k=atbT Partindo da equagao de Fourier, temos : Agora k é uma fungao da temperatura, portanto néo pode ser retirada para fora da integral. A integragéo da equagao acima, entre os limites que podem ser verificados na figura 3.5, fica assim af ae =-a" a+b aT 1 “rat | hn 3.6. CONDUGAO DE CALOR ATRAVES DE CONFIGURAGOES CILINDRICAS Consideremos um cilindro vazado submetido a uma diferenga de temperatura entre a superficie interna e a superficie externa, como pode ser visto na figura 3.9. Se a temperatura da superficie interna for constante e igual a T4, enquanto que a temperatura da superficie externa se mantém constante e igual a Tz, teremos uma transferéncia de calor por condugao no regime permanente, Como exemplo analisemos a transferéncia de calor em um tubo de comprimento L que conduz um fluido em alta temperatura rt b G) - Ma [figura 3.9 ] 24 O fiuxo de calor que atravessa a parede cilindrica poder ser obtido através da equagdo de Fourier, ou seja : q=-k.A, g onde a &0 gradiente de temperatura na diregao radial (eq, 3.18) ir Para configurag6es cilindricas a area é uma fungaio do raio : A=2.0r.1. (eq. 3.19) Levando a equagao 3.19 na equagao 3.18, obtemos : ant dr Fazendo a separagao de variaveis e integrando entre T, em re T2 em rp, conforme mostrado na figura 3.9, chega-se a side fh fae i k2a.LaT nn dr 2 aff Saka sf! al a{in 7 ") =-k2z u(r ) q-thr, —Inn, = -k.20.L. ©, -T, Aplicando-se propriedades dos logaritmos, obtemos : afm |-tan q-7 5 O fluxo de calor através de uma parede cilindrica sera entao : (eq, 3.20) Para melhor entender o significado da equagéo 3.20 consideremos um exemplo pratico. Suponhamos que o engenheiro responsavel pela operagdo de uma caldeira necesita reduzir 0 consumo energético através da redugao das perdas térmicas na tubulagdo que conduz vapor até uma turbina, Considerando a equagao 3.20, 0 engenheiro tem as seguiintes opgdes listadas na tabela 3.2: Tabela 3.2 - Possibilidades para redugdo de fluxo de calor em uma parede cilindrica. 25 OBJETIVO | VARIAVEL kL trocar a parede cilindrica por outra de menor condutividade térmica at uy reduzir 0 comprimento da tubulagao (menor caminho ) (Jn yt__[aumentar a espessura da parede cilindrica AT) | reduzir a temperatura do vapor Trocar a parede ou reduzir a temperatura do vapor podem agées de dificil implementagao; porém, a colocagao de isolamento térmico sobre a parede cilindrica cumpre ao mesmo tempo as agGes de redugdo da condutividade térmica e aumento de espessura da parede. é Resisténcia térmica na parede cilindrica : © conceito de resisténcia térmica também pode ser aplicado a parede cilindrica. Devido a analogia com a eletricidade, um fluxo de calor na parede cilindrica também pode ser representado como : 4a = onde, AT éopotencial térmico; e R éaresisténcia térmica da parede Entdo para a parede cilindrica, obtemos : (eq, 3.21) (eq, 3.22) Para o caso geral em que temos uma associagao de paredes n cilindricas associadas em paralelo, por analogia com paredes planas, o fluxo de calor é dado por (eq, 3.23) + Exercicio 3.6. Um tubo de ago (k=22 Btu/h.ft.OF) de 1/2" de espessura e 10" de diametro externo é utilizado para conduzir ar aquecido. O tubo é isolado com 2 camadas de materiais isolantes : a primeira de isolante de alta temperatura (k=0,051 Btu/h.ft.°F) com espessura de 1" a segunda com isolante a base de magnésia (k=0,032 Btu/h.ft.°F) também com espessura de 1". Sabendo que estando a temperatura da superficie interna do tubo a 1000 OF a temperatura da superficie externa do segundo isolante fica em 32 OF, pede-se : a) Determine o fluxo de calor por unidade de comprimento do tubo b) Determine a temperatura da interface entre os dois isolantes c) Compare os fluxos de calor se houver uma troca de posicionamento dos dois isolantes 26 T4=1000 OF r= 5" 1/2" = 4,5" = 4,512 ft r T4= 32 OF 12 =5"= 5/12 ft - . 73 =5"+1"=6"= 6/12 ft 4 kq= 22 Btuih fLOF "4 MST = TNH 5 k= 0,051 Btu/h.ft.OF Wf, k3= 0,032 Btulh.f.OF Le tft k 7 T-T 7 1000-32 O41” wai, nar, HATH nas nes nae + + 2aLk, 2aLk, 2ALK, 2xAxx2W~ 2xAx1x0,081 2xwx1x 0,032 G=722,4Bu/h p/ ft TT, 7-32 ba hale mA, ~ hye Ink, Dax 1x 0,032 [75 =587,46 *F] re 7 Of Ta ne bain mh aas BW QaLlk, IaLk, IALk, Qax1xI2~ Ixax1x G03 210051 7 =07,9BIyh (0 fluxo diminui em relagao ao caso anterio) 3.7. CONDUGAO DE CALOR ATRAVES DE UMA CONFIGURAGAO ESFERICA Uma das utilizages mais freqiientes de configuragées esféricas na industria é na armazenagem de fluidos em baixa temperatura. Devido a uma maior relagdo volume/superficie da esfera, os fluxos de calor séo minimizados. Consideremos uma esfera oca submetida 4 uma diferenga de temperatura entre a superficie intema e a superficie externa, como pode ser visto na figura 3.10. Se a temperatura da superficie interna for constante e igual a T, enquanto que a temperatura da superficie externa se mantém constante e igual a T2, teremos uma transferéncia de calor por condugao no regime permanente. Como exemplo analisemos a transferéncia de calor em um reservatorio esférico de raio r que contém um fluido em alta temperatura k, He [figura 3.10 } 27 © fluxo de calor que atravessa a parede esférica poder ser obtido através da equagdo de Fourier, ou seja : q=-k.A, a onde a &0 gradiente de temperatura na diregao radial (eq, 3.24) ir ir Para configurag6es cilindricas a area é uma fungaio do raio : A=4ar* (eq. 3.25 ) Levando a equagao 3.25 na equagao 3.24, obtemos : ur =-k ar q ar Fazendo a separagao de varidveis e integrando entre T, em r4 e T2 em rp, conforme mostrado na figura 3.10, chega-se a : (eq, 3.26) Para melhor entender o significado da equagéo 3.26 consideremos um exemplo pratico. Suponhamos que o engenheiro responsdvel por um reservatério esférico necesita reduzir as perdas térmicas pela parede por razées econémicas. Considerando a equagdo 3.26, o engenheiro tem as seguintes opgdes listadas na tabela 3.3 : Tabela 3.3 - Possibilidades para redugdo de fluxo de calor em uma parede esférica. OBJETIVO | VARIAVEL ACAO, KI trocar a parede esférica por outra de menor condutividade térmica al Y,— V3 | aumentar a espessura da parede cilindrica A 4 AT, | reduzir a temperatura intema do reservatério 28 Trocar a parede ou reduzir a temperatura interna do reservatério podem agées de dificil implementagao; porém, a colocagao de isolamento térmico sobre a parede esférica cumpre ao mesmo tempo as ages de redugdo da condutividade térmica e aumento de espessura da parede. > Resisténcia térmica na parede esférica : © conceito de resisténcia térmica também pode ser aplicado a parede esférica. Devido a analogia com a eletricidade, um fluxo de calor na parede esférica também pode ser representado como : onde, AT6 opotercial térmo; e R 6 a resbté ncia témica da parede Entao para a parede esférica, obtemos (eq, 3.27) 4ka (= (ioe Eliminado 0 AT na equagdo 3.27, obtemos a resisténcia térmica de uma parede esférica (eq. 3.28) Para 0 caso geral em que temos uma associagdo de paredes n esféricas associadas em paralelo, por analogia com paredes planas, o fluxo de calor é dado por : (eq, 3.29) + Exercicio 3.7. Um tanque de ago (k = 40 Kal/h.m.°C ), de formato esférico e raio interno de 0,5 me espessura de 5 mm, é isolado com 1%" de ld de rocha ( k = 0,04 Kcal/h.m.9C ). A temperatura da face interna do tanque é 220 OC e a da face externa do isolante é 30 °C. Apés alguns anos de utilizagdo, a [a de rocha foi substituida por outro isolante, também de 17" de espessura, tendo sido notado entao um aumento de 10% no calor perdido para o ambiente ( mantiveram-se as demais condigées ). Determinar a) fluxo de calor pelo tanque isolado com la de rocha; b) 0 coeficiente de condutividade térmica do novo isolante; c) qual deveria ser a espessura ( em polegadas ) do novo isolante para que se tenha o mesmo fluxo de calor que era trocado com a ld de rocha. 29 r= 05m 1 = 0,5 + 0,005 = 0,505 m 1 = 0,505 + 1,5 x 0,0254 = 0,5431 m k, = 40 Keal hme C ky = 0,04 Keal |h.m? C 220°C 1 1 05 05431, (0,04 4r 0,000039 + 0,276364 = 0,2764 A." C/Keal b) Levando em conta a elevagao do fluxo de calor 1,1xq =1,1x 687,41 = 756,15 Keafh Desprezando a resisténcia térmica da parede de ago (T2 =T4= 30°C ), temos : 220-30 11) “n) {aos 05431) Keg AT Keg XAT lk... = 0,044 Keal/h.m.°C] ¢) Para manter o fluxo de calor deve ser usada uma maior espessura isolante : 220-30 i (0,505 0,044 4 4 = 87,4) => rf =0,5472m 0,0422 m=4,22cm le=4,em=1, 66"| + Exercicio 3.8. Um tanque de oxigénio liquido tem didmetro de 1,20 m, um comprimento de 6 m © as extremidades hemisféricas. O ponto de ebuligo do oxigénio é -182,8 OC. Procura-se um isolante térmico que reduza a taxa de evaporagao em regime permanente a néo mais que 10 Kg/h. O calor de vaporizagao do oxigénio é 51,82 Keal/Kg. Sabendo que a temperatura ambiente 30 varia entre 15 OC (inverno) e 40 OC (verdo) e que a espessura do isolante ndo deve ultrapassar 75 mm, qual devera ser a condutividade térmica do isolante ? ( Obs : nao considerar as resisténcias devido a convecgdo ). 6m ye r= 0,6m = 15mm = 0,075m Yq =F +0 = 0,640,075 = 0,675 12m T, =-182,8°C T= 40°C mdximoAT m=10Kg/h AH = 51,82 Keal/Kg on © maximo fluxo de calor para o interior do tanque deve ser: {= WAH, =10 Kg/h 51,82 Keal/Kg =$18,2 Keal/h Este fluxo de calor atravessa a camada isolante por condugdo, uma parte através da camada esférica e outra através da camada cilindrica. Entao : _ 40~ €182,8 40-4 182,8 © 7S / (28 hs) 1 ) A Ae 0,675) k 248 7 __222,8 222, 7 Keal) 518,2= oe T 5 > k= 0,0072 Vy mec k 30,16 k 12,6 + Exercicio 3.9. A parede de um foro industrial ¢ composta com tijolos refratarios ( k = 0,3 Biu/h.fLOF ) por dentro, e tijolos isolantes por fora (k = 0,05 Btu/h.ft.9F ). A temperatura da face interna do refratario é 1600 OF e a da face externa do isolante é 80 OF. O forno tem formato de prisma retangular ( 8,0 X 4,5 X 5,0 ft) e a espessura total da parede é 1,3 ft. Considerando uma perda de calor de 36000 Btu/h apenas pelas paredes laterais, pede-se a) a espessura de cada um dos materiais que compéem a parede; b) colocando-se uma janela de inspegdo circular de 0,5 ft de diametro, feita com vidro refratario de 6" de espessura ( k = 0,65 Btu/h.f.°F ) em uma das paredes do forno, determinar 0 novo fluxo de calor c) qual deveria ser a espessura dos tijolos isolantes, no caso do item anterior, para que o fluxo de calor fosse mantido em 36000 Btu/h. 31 The 7, =1600°F —T, = 80°F aa hey =O3Btufh. fi. kgy = 0,08 Btufh. fi’ F Pd L=1,+L,=13ft Pd Ts A ttiteral = 2x &x5 42x 45x5 = 125 bsg a) A resisténcia térmica da parede composta a partir do fluxo de calor perdido pelas paredes e da diferenga de temperatura total : 47 ui q=——™ = 36000 = R 7 Em associagao em série a resisténcia total é igual a soma das resisténcias individuais Rk, sO 8 1,042. C/ Keal Lng L, R=Ry +R, fe +S = 0,0422 = 0,0267 x 1, +0,16x L, = Rey + Ro Ky-A hy-A 0,3x125 0,05 x 125 on Como existem 2 incégnitas, é necessério outra equagao. Como a soma das espessuras das paredes individuais 6 igual a espessura da parede composta, temos o seguinte sistema de equagées : = 1283 ft .057 fi (0,0422 = 0,0267 x Lyuy + 0,16% Li, Ly donde, I3=Ley +h, L, b) A janela de inspegao é uma parede que esta associada em paralelo com os tijolos. As éreas de cada parede sao area de vidro > 4, =0,45%0,30= 0,135 /? rea de tijolo > 4, = 125—0,135 = 124,865 fr?” DADOS: k,,, =0,65 Bru/h. ft?C Lg = 0,4" = A resisténcia total equivalente a esta associagao & 1 1 “1243 0,057 0,650,135 _0,3124,865 "0,05 124,865 Ry, Low Kaa Ana Ri=0,0381h F/ Bru O fluxo de calor pela parede com janela de inspegao é : 47 us _ 1600-80 Rx 0,0381 F = 39928, 8 Btufh ¢) Para que o fluxo de calor seja o mesmo, apés a colocagao da janela de inspegao, deve haver um aumento do isolamento. G=36000Btu/h = R,=0,0422h°F/ Btu 32 +| 1 1288 L _03%124,865 "0,05 «124,865 089 fi + Exercicio 3.10, Uma camada de material refratario ( k=1,5 keal/h.m.0C ) de 50 mm de espessura esta localizada entre duas chapas de ago (k= 45 kcal/h.m9C ) de 6,3 mm de espessura. As faces da camada refrataria adjacentes as placas sdo rugosas de modo que apenas 30 % da drea total esta em contato com o aco. Os espagos vazios séo ocupados por ar ( k=0,013 kcal/h.m.9C ) a espessura média da rugosidade de 0,8 mm. Considerando que as temperaturas das superficies externas da placa de ago séo 430 °C e 90 OC, respectivamente; caloule o fluxo de calor que se estabelece na parede composta. age Refratirio / Keggy = 45Keal hm.’ C Ty Key = 1,SKeal fhm? C k,, = 0,013Keal /hm.?C Lge = 50mm L gg = 6.3mm = 0,0063m L = (0.8mm = 0,0008m Rugosidade LL, =50— &x 0,8 = 484mm = 0,0483m 7 T,= 430°C T, =90°C 6 Jel] ee od oe 08 OBS : Na rugosidade, o ar esté parado (considerar apenas a condugdo) O circuito equivalente para a parede composta ¢ Ro Ra Ra Rg Ry CAlculo das resisténcias térmicas ( para uma area unitaria ) : 0,00014.°C/Keal _ 0,008 0013 @7«1 0,0008 15x @3x1 _ 0.0484 A 15x1 == 0,08791h! C/Keal 00184! C/Keal = 0,0323h°C/Keal 33 A resisténcia equivalente a parede rugosa ( refratario em paralelo com o ar ) & z irs! u ,00176 A.C) Keal 0,08791 * 0,0018. A resisténcia total, agora, é obtida por meio de uma associagao em série : Ay Fors Rg Poss Ry r1eteh —yre— Anh venen —Osn R= Rt Rayg + Ry + Roys +R, =0,0361h C/ Keal Um fluxo de calor é sempre 0 (DT)total Sobre a Rt , entdo 90 G=o418 Keath 87 a g= Sh R R0,0361 EXERCICIOS PROPOSTOS + Exercicio 3.11. Um tubo condutor de vapor de diémetro interno 160 mm e externo 170 mm & coberto com duas camadas de isolante térmico. A espessura da primeira camada 6 30 mm e a da segunda camada é 50 mm. As condutividades témicas Ry, Ro, R3 do tubo e das camadas isolantes s40 50, 0,15 e 0,08 kcallh.m.°C, respectivamente. A temperatura da superficie interna do tubo de vapor é 300 °C e a da superficie extema do segundo isolante 6 50 °C. Calculer : a) O fluxo de calor por unidade de comprimento do tubo, b) A temperatura nas interfaces das camadas. + Exercicio 3.12. Um reservatério esférico destinado a encerrar oxigénio liquido, tem raio interno igual a 1,5 m e € feito de vidro com espessura igual a 0,03 m ( k = 0,6 keal/h.m.°C ), O reservatério é revestido externamente por uma camada de la de vidro de espessura igual a 0,35 m (k= 0,03 kcal/hm.°C ). A temperatura na face interna do vidro é -180 °C e na face externa do isolamento 6 10°C. Calcular a) fluxo de calor através da parede b) temperatura na interface vidro/isolante + Exercicio 3.13. Em uma industria farmacéutica, pretende-se dimensionar uma estufa. Ela tera a forma cibica de 1 m de lado e sera construida de ago (k = 40 kcal/h.m9C), com 10 mm de espessura, isolada com ld de vidro (k= 0,08 kcal/h.m°C) e revestida com plastico (k= 0,2 kcal/h.m0C) de 10 mm de espessura. O calor sera inteiramente gerado por resisténcias elétricas, de 100 W, pelas quais passard uma corrente de 10 A. Nao pode ser permitida uma perda de calor superior a 10 % do calor gerado. Sabendo-se que as temperatura nas faces das paredes, interna e externa, sao respectivamente 300 OC e 20 °C, pede-se a) a resisténcia térmica exigida; b) a espessura da ld de vidro. + Exercicio 3.14. Um forno de formato cibico, com altura de 5 ft, esta isolado com 4" de um material isolante ( k=1 Btu/h.ftOF ), Nele sao inseridas 1500 Ib/h de uma liga metalica, que se funde a 1100 °F, com calor latente de fusao da liga de 300 Btu/lb. O forno se encontra em um ambiente onde a temperatura 6 75 OF e o coeficiente de pelicula é 2 Btu/h.ft.°F. Desprezando-se a resisténcia térmica do forno e admitindo-se que a liga ja entre a 1100 OF, pede-se : a) 0 fluxo de calor pelas 6 faces do forno b) quantos HP sao necessarios para fundir a liga e compensar as perdas ? + Exercicio 3.15. Um forno de 6 m de comprimento, 5m de largura e 3 m de altura tem sua parede constituida de 3 camadas. A camada interna de 0,4 m é de tijolos refratarios ( k=1,0 34 kcal/h.m.°C ). A camada intermediaria de 0,30 m tem a metade inferior de tijolos especiais ( ,20 kcal/h.m°C ) e a metade superior de tijolos comuns ( k=0,40 keal/h.m.9C). A camada externa de 0,05m é de ago ( k=30 kcal/hm C). Sabendo-se que a superficie interna esta a 1700 °C ea superficie externa esta a 60 °C . Pede-se : a) 0 fluxo de calor pela parede b) considerando que apés, alguns anos o fluxo de calor aumentou 10 % devido ao desgaste da camada de refratarios. Calcular este desgaste supondo que 0 mesmo foi uniforme em todo o forno. + Exercicio 3.16. Duas substancias so misturadas, reagindo entre si e liberando calor dentro de um tubo de didmetro interno 7,62 cm e espessura igual a 0,5 cm (k= 32 kcal/h.m.°C), O comprimento do tubo 10 m. Todo o calor gerado na reagao ¢ cedido ao ambiente, de modo que a temperatura da mistura, 180 °C, permanece constante. Por motivo de seguranga, sera necessério isolar a tubulagdo, de modo que a temperatura na face externa do isolante (k = 0,06 kcal/h.m®C ) nao ultrapasse 50 °C. O ar externo esta a 25 °C, com coeficiente de pelicula 12 kcal/h.m2.°C. O coeficiente de pelicula da mistura é 90 kcal/h.m2.0C. Pede-se a espessura minima necessaria do isolante, para atender a condigao desejada. + Exercicio 3.17. A parede de um forno é constituida de uma camada de 30 cm de um refratario cuja condutividade térmica 6 uma fungdo da temperatura (k = 0,15 + 0,0001T ) . A temperatura na face interna do refratario € 1050 °C e na face externa 250 °C. Calcular o fluxo de calor através da parede. 35

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