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Politicas de Formacao Profissional Continua em Portugal: Convergéncias e Divergéncias entre os Sectores Publico e Privado 4 Antnio José de Amida antonio almeido@esceps acs Empresriais/IPSotibal cae Supwir de oto Alves rohes@ioul gt Insitute de Educa /ULsboa Resumo: As polities de fornagio peofissonal ttm vindo a mezecer ums atencdo especial 20 Jongo das kimas décadas nao si devido aos novos desfoe com ques organizagées se tim vindo 4 deparar numa sociedade cada ver mais marcada pela importincia do conhecimento mas também fem virtude de uma cada vex maior conscineia socal e politica reatiramente ao direto &formacio is desigualdades que eravesram o aceso a essa mesa formacio, Neste conteto, pretendemos om esta comuaicagto, a partir ds andie de fonts extatiticas secundiras,procede 3 dscussio dos Drincpaistagoe que ertuturam as polices organizaionas de formario profissional em Portugal ‘homesdamente no que respeiea ts principsr convergéncias edivrgtncias entre os sectorespiblico € privada. Os resultados obtidos parecem evidenciara extenca de polliase priticas de formagio Aisintasealgumas formas diferencadas de estraruraio das desigualdades no 2cesso&formayio, ras ‘que 2 uma anise mais detalhada poderd confirma Paloes che: Formacio profssioslconau,poicas de formato, sector prtado, sector piblic, sminisreco plc. Investigagio ¢IntervengZo erm Recursos Humanos 20] - gest para cidadania 709 Introd [Nas iltimas décadas, a formacio profissional continua tem vindo a assumir uma importincia crescente no quadro das politcas de gestio de recursos humans. De uma funcio que se esgotava na tentativa de corrigir os resultados do modelo escolar de produgio de qualifcagses, a formacio profissional continua é, actualmente chamada ‘a contribuir para aumentar a competitividade das empresas ¢ das organizecSes, para facilitar os processos de desenvolvimento ou mudanca organizacional e pare aumentar a empregabilidade individual. Acrenganas virtulidadesda formacio profissionalno quadro do capitalismo flexivel, veiculada pelas instancias supranacionais e, em particular pela Comissto Europela, ¢ incorporada nos discursos dos decisores politicos e gestores nacionals, transforma a formacio “num tema dominante do discurso gerencialista (...) instituindo-se como uma filosofia de gestio, visando o éxito da organizagio por um processo continuo de aprendizagem” (Estevao, 2001, p. 186), ‘Todavia, 20 consenso discursivo generalizado sobre a importincia da formacéo profissional continua para o desenvolvimento da economia, das organizacSes ¢ dos trabalhadores contrapée-se uma enorme diversidade de priticas. Com efeito, a literatura dispontvel sobre esta tematica d conta da multiplicidade de paliticas e de priticas no seio das empresas portuguesas (Bernardes, 2011, 2008; Almeida etal, 2008; ‘Neves, 2007; Parente, 1996; Estevao, 2006 e Moura, 2001). No entanto, se as empresas privadas se t2m constituido no abjecto de estuco empirico de eleicio o mesmo jé no se verifica relativamente & administragdo piiblica. Aliés, a subalternidade a que tem estado votada a andlise da formagio profissional na administracdo piiblica esti patente quer na pouca literatura disponivel! sobre @ tematica quer na producdo de dados estatisticos. Com efeito, ao contririo do que se verifica com a formacio realizada pelas empresas, a produgio sistemtica de dados estatisticos por parte dos orgznismos do Estado 56 se comesou a realizar a partir de 2007. Desde meados da década de oitenta que 0 Ministério do Trabalho tem vindo a publicarinformacio estatistica sobre as necessidades de formacdo das empresas e sobre 1 execugio eo impacto das acces de formagio realizadas, ainda que de ama forma irregular ¢ descontinuada. Em contrapartida, apenas a partir de 2007, 9 Direcgao- Geral da Administracio e do Emprego Pablico comeca 2 disponibilizar anualmente informacio sobre as actividades de formasio na administracio piiblica, ‘Neste texto pretendemas, com base nos dados oficais disponiveis, proceder a uma analise comparativa da formacio profissional relizada pelas empresas privadas ¢ pela administracio publica, concretamente os servigos ¢ organismos da Administragio Directa e Indizecta do Estado (ADIE). ‘formas pofssional continua e « re)producio dos desigucldades Claude Dubar (1990) foi 0 primeiro sociélogo @ discutir © papel da formagio profissional continua na producéo ¢ reproducio das desigualdades nos contextos de trabalho, na sociedade francesa. Depois do seu trabalho pioneiro muitos outros se seguiram e é actualmente possivel ter um retrato pormenorizado sobre os factores que cexplicam, por um lado, a oferta diferenciada de formacio profissional por parte das empresas ¢, por outro, 0 acesso desigual dos trabalhadores & formacio. A dimensio da empresa éum dos factores mais potentes para explicar a participacio {das empresas na formacdo profissional (Checcaglini, 2008; Cardim, 2005; Perez ¢ “Thomas, 2004; Moura, 2001) Dubas, 1990), Existe assim une selayao dicectamente proporcional entre o nlimero de trabalhadores ao servigo ea realizacio de acgdes de formacio, sendo as empresas de maior dimensio aquelas que mais promovem formacio, Um segundo factor explicativo € 0 sector de actividade (Almeida et al, 2008; Fournier, 2006; Descamps, 2005; Dubar, 1990; Rodrigues, 1998), Neste caso, a principal diferenca reside entre os sectores de capital intensivo e os de mo-de-obra intensiva. Com efeito, sio as empresas que operam nos sectores das telecomunicagbes, banca e seguros, producao e distribuicdo de electricidade e gas as que mais formagio profissional realizam, ‘Acestesfactores de cariz mais estrutural, acrescem outros denatureza organizacional. Inserem-se neste grupo as transformagées no sistema técnico-organizacional (O° Connell, Byrne, 2009; Cruz, 1998; Rodrigues, 1998; Smith e Hayton, 1999), 0 maior ou _menor envolvismento da gestio de topo (Smith e Flayton, 1999) e das chefs intermédias na formago (Cruz, 1998) ou ainda as alteragdes na estratégia de negécio (Bélanger, Larividre e Voyer, 2004; Cruz, 1998). Se 2 participagio das empresas na formacio profissional esta relacionada com uma diversidade de factores, © mesmo acontece ‘quando a analise recai sobre a populacdo trabalhadora. Também neste caso, s40 varios (0 factores que explicam 0 seu acesso diferenciado formagao continua. A categoria profissional é, sem divida um dos mais importantes. No que respeita a este atributo sociogrifico, os estudos sio undnimes em demonstrar que sio os trabalhadores mais aualificados os que mais acesso tém & formacio (Canério et al, 2002; Dubar, 1990; Fernandez, 2005; Méhaut, 2009). ‘Um segundo atributo que explica as desigualdades no acesso & formagdo & 2 idade. Neste caso, sio 0s trabalhadores mais velhos, com idades superiores a 50 anos (Fournier, 2010, 2003) ¢ os mais jovens (Dubar, 1990) os que menos participam na formacio continua. ‘A natureza do contrato de trabalho apresenta-se como um outro factor explicativo do acesso diferenciado dos trabalhadores & formagao. Neste caso, sio os trabalhadores efectivos aqueles que beneficiam das acqSes promovidas pelas empresas (Perez € Thomas, 2004; Perez, 2003; Dubar, 1990) Investigaso eIntervengio em Recursos Ukamanos 2011 -gestio para cidadania, m ‘Um itimo aspecto que importa realcar éa diminuigSo das desigualdades em funcio do sexo (Bernardes, 2011; Lambert, Marion-Vernoux e Sigot, 2009). Com efeito, a diferenca na participagdo dos homens e das mulheres trabalhadores na formagio tem. se vindo a atenuar desde o inicio da década de 90 o que revela uma malor equidade no acesso & formacéo por parte destes dois grupos de trabalhadores.. atodolgi: Fontes eindicadores Para procedermos 4 anilise da formagio profissional nos sectores privado e piblico recorremos a dados estatisticas secundarios. No caso do sector privado utilizémos (0 “Inquérito & execucio das acces de formaclo profissional -2004", elaborado pela DGEEP do MTSS eaplicada a uma amastra de 5 500 empresas com 10 ou mais pessoas, ao servigo. Para analisar a formagio profissional na administragio publica baseérno- nos nos dados do "Relatério de Actividades da Formagio na Administragio Péblica 2006” produzido pela Direcsio-Geral da Administracéo e Emprego Pablico, com base nos relat6rios elaborados pelos servicos e organismos dos catorze ministérios e da Presidéncia do Conselho de Ministros, correspondendo a 41,53% dos servigos e organismos da Administraslo directa e indirecta do Estado. “Apesar de utilizarem metodologias de recolha de dados diferentes, ambos os cestudos consideram estar perante amostras representativas do universo, razio pela qual adoptamos estes relatrios come fontes de dados secundérizs no nosso estudo, ainda ‘que tenhamos presente que o facto de se reportarem a anos diferentes pode introduzir algum enviesamento na anélise. Contudo,o facto de os anos em causa corresponderem, a um periodo pré-crise de 2008 e de a larga maioria da formaczo ser financiada por recursos préprios, no estando por isso sujeita a potenciais alteragdes das regras de financiamento dos fundos comunitirios, leva-nos a admitir que ndo deverdo ter cexistido alteragies significativas nas politias e nas priticas de formacio profissional nos dois sectores, entre 2004 e 2006. ‘A questio das variéveis e dos indicadores utilizados em ambos estudos afigura- se-nos mals problemtica colucando, inclusivasnente, IimitayGes & andlise que nos propomos realizar. Existe, actualmente, uma bateria de indicadores relativamente estabilizada para analisar @ formagio profissional nas organizages quer em termos dda execucio material quer financeira e que vai desde a contabilizagao do mimero de ‘acces e horas de formagio ao cileulo de indicadores como a taxa de participacio na formacio, a taxa de cobertura da formacio em fungio do grupo/categoria profissional, do género, do tipo hordrio de trabalho ou do vinculo contratual, 0 custo médio da hora de formacio, o custo médio da formagio por participante ou a percentagem da ‘masta salarial afecta& formagao, entre outros. O problema que se coloca na anilise que realizdmos reside no facto de que ou.a maior parte estes indicadores nao écalculada ou, quando o pretendemos fazer, somos confrontados com ainexisténcia de varidveis que o possibilitem. A esta situacdo, acresce ainda a utlizacio de nomenclaturas diferenciadas m2 por parte dos diferentes organismos da administragao piblica, responsivels pela producio de dados oficiais. ‘Oexemplo mais paradigmético reside na descoincidéncia entrea tipologia de grupos profissionais utilizados no Inquérito & execucio das acgbes de formagio profissional 08 que sé0 utllizados no Balango Social e no Inquérito 20 Emprego. Enquanto no primeiro caso se utilizam as categorias de “Dirigentes e Quadros superiores’ “TKenicos’, “Pessoal administrativo © dos servigas” © “Operarios’, nos segundos a tipologia contempla “Dirigentes’, “Quadros Superiores”, “Quadros Médios’ “Quadros Intermédios” “Profissionais Qualficados e ltamente qualficados" *Profissionais Semi- Qualifcado’, “Profissionais nao qualificadas” e “Praticantes e aprendizes’, o que torna invidvel qualquer tentativa de correspondéncia entre ambas. Bove caracriaro dos Recursos Humanos do seco privadoe da administra directa © indirecta do Estado |A comparagio da estrutura de qualificagées académicas dos recursos humanos em ambos os sectores mostra-nos que estamos perante trabalhadores dotados de perfis escolazes radicalmente diferentes. Com efeito, enquanto no sector privado mais de metade da populagio trabalhadora possui uma formacio igual ou inferior a0 3° ciclo do ensino basico e apenas 13,5% ¢ detentora de uma formacio académica de nivel superior, na ADIE a situagao é a inversa. Quadro 1 strutura de qualificagdes académicas das RH na ADIE e no sector privado (%) ADIE 2005), Paivado (2008) 2 3Gide 385 652 [Easino Secundirio 2s 213 > Lieencieura 450 138 Foe Cael Braco (208), GEF (05) Convém, todavia, notar que a ADIE corresponde a0 subsector do Estado onde (8 profissionais mais qualificados exercem a sua actividade profissional (professores, ‘miédicos, enfermeiros, juizes, magistrados, tc.) ¢ que a administragao central foi, até ‘um passado recente, 6 principal empregador dos licenciados em dreas de formasao tidas como indispenséveis& edificaglo e consolidagio do Estado Social (Alves, 2008). 2a ent cr Cate res 200) mut ogi ples pot opin esr hoe pce tes aes rca node seni ADTNea Investigaso¢ Intervengo em Recursos Humanos 201 ~gestdo para a cidadania ns Quadro 2 Composiglo sexual dos RH na ADIE e no sector privado (96) ADE GOOF) Pavado 008) omens 390 543 Mulheres 60 57 Fonte: Cast ance 08), GEP GOO) A composigio sexual dos trabalhadores do sector privado e da ADIE ¢ mais um dado que corrobora as diferencas entre estas duas populagbes trabalhadoras. A clevada taxa de feminizagio na ADIE, para a qual contrbut, de uma forma signifcativa, os Ministérios da Trabalho e Seguranga Social, da Educagio, da Saude ¢ da Cultura (Castel-Branco, 2008, p.29), éreveladora de ume éupla diviséo sexual do trabalho. (0 acess i formagéo profisional continua A taxa de participagio na formacéo é um dos indicadores mais comummente utilizado para avaliar o investimento das organiaagSes no desenvolvimento dos seus trabalhadores. Quando comparamos os valores destas taxas na ADIE e no sector privado constamos que o acesso & formacio continua é consideravelmente diferente. Assim, enquanto a taxa de participagao na ADIE foi de 41,9% a do sector privado situou'se nos 22% Estes dados sio reveladores da existéncia de politicas e praticas de formacao profissional diferenciadas ¢ indiciam a existéncia de concepgdes também. las distintas da sua fungio no quadro das organizagdes, as quais nfo serao certamente estranhas as especificidades dos campos profissionais onde operam, Esta dela € reforgada se tomarmos em linha de conta 0 nimero médio de pparticipagdes em acces de formagio por trabalhador e que foi de 0,68 na ADIE e de 0,25 no sector privado e o mimero médio de accées frequentadas por cada formando que foi de 1,8 nas empresas e de 2,2 na ADIE. ‘A taxa de participagdo por gémero é um dos indicadores que nos permite analisar a (des)igualdade no acesso & formagao. Também neste caso as diferencas entre a ADIE ¢ o sector privado no deixam margens para dividas. Investigacio « Intervengio em Recursos Hamanos 201) ~ gest Grificot Taxas de participagdo masculina e ferinina na ADIE e no sector privada aove empresas Tae ede Partcipagse pariipacio feminina —"maseuina Bout Lamas, Cava Lope (2008), GP (2008) ‘A anilise do Grifiol revela-nos uma assimetria de género no acesso & formagio. Com efeto, enquanto no sector privado as homens so os principais beneficidrios da formagio promovida pelas empresas, na ADIE regista-se 0 oposto, Estes sitimos dados so particularmente iateressantes na medida em que contrariam duas das tendéncias, que se tm vindo a registar nos iltimos anos, no que respeita a0 acesso a formato, contribuindo para reforsar a especificidade da ADIE, Com efeito, nao s6 sio os homens {que tradicionalmente se tém apresentado como os principais beneficiérios da formasio loferecida pelas empresas (Dubar, 1990), mas também as diferengas no acesso, em fungio do sexo, se tm vindo a atenuar (OCDE, 2010). © que se verifica neste caso ‘que sio as mulheres cuem mais benefica da formacio na ADIE e a diferenga entre as taxas de partieipacdo masculina e feminina é, neste caso, francamente superior A que se regista no sector privedo, Com base nestes dados, somos levados a admitir que existe ‘uma maior equidade no acesso & formagio no sector privado do que na ADIE. A taxa de participacéo na formagio por grupo/categoria profissional € um dos indicadores mais expressivos para analisar o papel da formagio na producto e/ou reproducio das desigualdades no seio das organizagbes. Virios estudos mostram existéncia de fortes assimetrias no acesso a formacio em funcio da categoria profissional (Dubas, 1990; Fernandez, 2006; Perez Gwenaelle, 2004; Fournier, 2006), Embora os dados disponiveis nfo aos permitam calcular este indicador para o sector privado, em virtude da descoincidéncia da tipologia utilizada no Inquérito a execugio das acgbes de formagio e os quadros de pessoal, nio queremos deixar de apresentar 0s valores desta taxa, relativos & ADIE. para cdadania ns Grifico 2 ‘Taxa de participagao na formasdo por grupo profssional na ADIE ont: Lama, Carvalho Lope (208), GEP Cn08) {A taxa de participacio na profissio por grupo profissional éreveladara deum acesso —n5 187 Escolas/Uatvesidade [2 Ba Empresas de Formacio 31 22 Sindieton/Axe. Profisonais a3 37 INAICEFA 27 00 [ERP — Centos de Formagio 00 3a insides sem ns lcrativor 00 6a Fornecedor de equipamento 00 95 [Associaeio Patopal 09 | a [Outros iss [107 se La, Carvalho © Lage (D6), GEP (0B) Séo virias as explicasoes que podemos evancar para a existincia destes dois perfs, ‘mas detenhamos em apenas duas; 9 mercado e a formalizacao da funcio formacio. Com efeito, 0 mercado fortemente concorrencial onde as empresas privadas operam pode explicar a sua maior necessidade em recorrerem a uma rede de parceiros que lhe permita aceder a0 conhecimento ¢ a0 desenvolvimento de competéncias estratégicas ne ‘para as suas dreas de negécio (Almeida et al 2008). Por outro lado, e na medida em {que o maior grau de formalizagio da fungio formagio, medido através de um servigo proprio de formacio, parece estar associado a uma maior participacio da empresa na oferta da formacio (Almeida et al, 2008; Lamas, Carvalho e Lopes, 2008) é de admitir ‘que o maior peso dos organismos da ADIE enquanto entidades promotoras seja 0 resultado da presenga mais disseminada de servicos de formaglo no interior das suas estruturas organizacionais. No que respeita ao financlamento quer 2 ADIE quer as empresas recorrem rmaioritariamente a financiamento préprio, A comparticipacio do FSE é claramente residual, sittando-se em 7.5%, no caso dos organismos da ADIE e em 8.9% no sector privado. [A principal diferenga entre estes dois sectores reside no custo médio da formacio por participante que corresponde a 358,02€ na ADIE ea 262,04€ no sector privado. Concuséo ‘A anzlise que desenvolvemos permite-nos concluir que sio mais as diferengas do ‘que as semelhangas nas priticas de formagio entre a ADIE e 0 sector privado. No ‘que respeita as convergéncias, ambos os sectores partlham as mesmas modalidades de organizagao da formacio, privilegiam a formacio em horirio pés-laboral e nao diferem quanto as fontes de financiamento, Em contrapartida, distinguem-se no que se refere & participagio e a intensidade da formacio, superior na ADIE, a diversidade das entidades formadoras que é superior no sector privado © aos custos médios da formacio por participante que atinge valores mais elevados na ADIE. Estes dados parecem indiciara existéncia de um contexto mais propicio a formacio nna ADIE, & semelhanga do que se verifica na sociedade francesa (Perez e Gwenaelle, 2004), mas que s6 tum estado mais aprofundado permitiré confirmar, Investigasio ¢Intervengio em Recurros Humanos 2011 ~gestio para cidadania ns Bibliografia ALMEIDA, Antnio José; ALVES, Notlic; BERNARDES, Alds e NEVES, Alda dos Santos (2008) “Estrumras e priticas de formario profssloral nas médlas e grandes empresas em Portugal Actas do VI Congresso Portugués de Sociologia. (Consult. 20 Outubro] Disponivel a Internet: beplhevncape pt vicngreseo/pdl!731 pdf SBELANGER, Pal, Larvice, Mais € Voyer, Brigite (2004) - Les pratiques et organisation dela formation enentreprise au Québec. Frade exploratoire. Montréal: CIRDEP/UQAM. [BERNARDES, Alds (2008), "Politica epritica de formacio em grandes empresas -Stuago actual € erepectiva future” Siifo, Revista de Cigncias da Educagée, 6, p.$7-70 [BERNARDES, Alda (2011). 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