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INSTALACOES ELETRICAS INDUSTRIAIS 72 EDICAO Joio MAMEDE FILHO Engenheiro eletricista Diretor de Planejamento e Engenharia da Companhia Energética do Gear (1988-1990) Ex-Diretor de Operaciio da Companhia Energética do Ceard — Coelee (1991-1994) Ex-Diretor de Planejamentoe Engenharia da Companhia Energética do Ceara (1995-1998) Ex-Presidente da Comité Coordenador de Operagies do Norte-Nordeste — CCON Ex-Presidente da Nordeste Energia S.A. — Nergisa (1999-2000) sAtual Presidente da CP: — Consultoria e Projetos Elétricas Professor de Hletrotécnica Industrial da Universidade de Fortaleza — Unifor (desde 1979) LTC EDITORA cAPITULG DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELETRICOS 1 INTRODUGAO O dimensionamento de um condutor deve ser precedido de uma andlise detalhada das condigies. de sua instalagao e da carga a ser suprida ; Um condutor mal dimensionado, além de implicar a operagio inadequada da carga, repre- senta um elevado tisco de incéndio para o patrimOnio, principalmente quando esté associado a um projeto de protegiio deficiente, Os fatores basicos que envolvem o dimensionamento de um condutor so + tensio nominal; + freqiiéncia nomi + poténcia ou corrente da carga a ser suprida + fator de poiéncia da carga; + tipo de sistema: monofisico, bifiisico ou trifésico; + méiodo de instalagao dos condutores; + natureza de carga: iluminagdo, motores, eapacitores, retificadores ete; + distncia da carga ao ponto de suprimento; + corrente de curto-circuito, Para que um condutor esteja adequadamente dimensionado € necessério projetar os elementos de protegio a ele associados de maneira que as sobrecargas e sobrecorrentes presumidas do si tema ndo afetem a sua isolagdo, FIOSECABOS CONDUTORES ‘A maioria absoluta das instalagdes industriais emprega 0 cobre como o elemento condutor dos fios © cabos elétricos. uso do condutor de aluminio neste tipo de instalagio € muito reduzido, apesar de o prego de mercado ser significativamente inferior aos dos correspondentes condutores de cobre. A propria norma brasileira NBR 5410/2004 restringe a aplicagao dos condutores de aluminio, quando somente permite o seu uso para segdes iguais ou superiores a 16 mm De fato, os condutores de alumninio necessitam de cuidados maiores na manipulacdo e instala- do, devido as suas caracteristicas mecdnicas, No entanto, o que torna decisiva a restri¢ao ao seu maior uso é a dificuldade de se assegurar uma boa conexiio com os terminais dos aparelhos con- sumidores, 4 que a muioria destes & propria para conexdo com condutores de cobre De maneira geral, as conexdes com condutores de aluminio sao consideradas o ponto vulnerdvel de uma instalagio, & medida que requerem mio-de-obra de boa qualidade ¢ técnicas apropriadas. Neste livro, somente serio consideradas as instalagdes com condutores de cobre. Os fios e cabos so isolados com diferentes tipos de compostos isolantes, sendo os mais empre- gados 6 PVC (cloreto de polivinila), o EPR (etileno-propileno) eo XLPE (palietileno reticulade), cada um com suas caracteristicas quimicas, elétricas e meednicas proprias, acarretando, assim, 0 seu emprego em condigdes especificas para cada instalacdo, posteriormente detalhadas ‘Ademais, 05 condutores.séio chamados de isolados quando dotados de uma camada isolante, sem capa de protege, Por outro lado, so denominados wripolares os condutores que possuem 96 3.3 SISTEMAS DE DISTRIBUIGAO 3.3.1 Sistema de Condutores Vivos Captruta TRES Condutor Isolante indagem Capa de Proteeao Capa de Protecdo FIGURA, Cabo FIGURA 3.2 FIGURA 3.3 Cabo unipolar Cabo tripalar uma camada isolante, protegida por uma capa, normalmente constituida de material PVC. Figuras 3.1 ¢ 3.2 mostram respectivamente um cabo de cobre isoladoem PVC e um cabo de c unipolar, também com isolago em PVC. 1 Para efeito da norma NBR 5410/2004, os condutores com isolagio de XLPE que atendam NBR 7285, compreendendo condutores isolados ¢ cabos multiplexados, siio considerados cat unipolares e cabos multipolares, respectivamente. Os cabos unipolares ¢ multipolares devem atender as seguintes norma: = cabos com isolagao em PVC: NBR 7288 ou NBR 8661; = cabos com isolagdo em EPR: NBR 7286; * cabos com isolagao de XLPE; NBR 7287, Os eabos ndo-propagadores de chama, livres de halogénio & com baixa emissio de furnaga s téxicos podem ser condutores isolados, cabos unipolares e cabos multipolares. ‘Quando um cabo é constituido por varios condutores isolados e o conjunta é protegido uma capa externa, é denominado multipolar, como mostrado na Figura 3.3 (cabo tripolar). fios ¢ cabos séo conhecidos ¢ comercializados normalmente através da marca de seus tespectin fubricantes, Certos condutores, devido & sua qualidade e a0 forte esquema de markedng, jé naram suas marcas extremamente populares, como é 0 caso dos fios € eabos pirastic (condul isolado em PVC) e, também, do sintenax (condutor unipolar com isolagie em PVC}, ambos fabricagiio Pirelli Os cabos de media e alta tensao tem uma constituigao bem mais complexa do que os de bi tensio, devido principalmente aos elevados gradientes de lenséo de campo elétrieo a que sao: metidos, No Capitulo 9 serd tratado adequadamente este assunto, A isolacao dos condutores isolados € designada pelo valor nominal da tenséio entre fases suportam, padronizada pela NBR 6148 em 750 V. Jia isolagio dos condutores unipolares < de nada pelos valores nominais das tensOes que suportam respectivamente entre fase e terrae fases, padronizados pela NBR 6251 em 0,6/1 kW para fios € cabos de baixa tensio e em 3,646] — 6/10 ~ 8,7/15 ¢ 12/20 KY para cabos de média tensdo. Dependendo da grandeza da carga da instalagdo ¢ do seu tipo, podem ser utilizados ¥ sistemas de distribuig&o, a saber: Considerando-se somente os sistemas de corrente alternada, ten . | ma monofisico 35 monofaisico a trés DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELETRICOS 97 3.3.1.1 Sistema monofasico a dois condutores ( F — N) Eo sistema comumente utilizado em instalagdes residenciais isoladas ¢ em prédios comerciais ¢ residenciais com um nlimero reduzido de uniclades de consumo e de pequena carga. Sua configuragtio € apresentada na Figura 3.4. 17 220. ‘Secundario| do Transtormador Aterramente 3.3.1.2 Sistema monofasico a trés condutores E empregado em pequenas instalagdes residenciais ¢ comerciais onde hi carga de iluminagao € motores, Seu uso é limitado, Na Figura 3.5 esta apresentada sua configuragao. ‘Secunda go Transformer Aterramento 3.3.1.3 Sistema trifasico a trés condutores (3F) Eo sistema secundirio que pode estar conectado em tridngula ou estrela com © ponte neuro isolado, Seu uso se faz sentir principalmente em instalagdes industriais onde os motores representam a carga preponderante do sistema, As Figuras 3.6 ¢ 3.7 mostram as duas configuragdes utilizadas: ridnguloe estrela. zaav | 220% saov | Say wav | day, ii FIGURA 3.6 FIGURA 3.7 Sistema triffésico a 3 condutores Sistema triffisico a 3 ema condutores em Y SE ie 98 FIGURA 5.8 Sistema triffésico a 4. condutares emY FIGURA 3.9 Sistema tifsivo a.cinco condutores 3.3.2 Sistema de Aterramento CAPITULO TRES sico a quatro condutores (3F — N) £ o sistema secundério de distribuigdio mais comumente empregado nas instalagdes elétricas comerciais ¢ industriais de pequeno porte, Normalmente, ¢ utilizada a configuragio estreta coma ponto neutro aterrado, conforme a Figura 3.8, podendo-se obter, na prética, as seguintes variedades de circuitos: + a quatro condutores: 220Y/127V; 380Y/220V; 440 Y/254V; 208Y/1 204; + atrés condutores: 440V, 380 ¥, 220 V; + adois condutores: 127 V, 220 V. ‘Aterramano) = da ‘Alimentagao 3.3.1.5 Sistema trifésico a cinco condutores (3F — N —T) Eo sistema secundario de distribuig’o mais comumente empregado nas instalagGes elétrics industriais de médio ¢ grande portes. Normalmente, & utilizadaa configuragae estrela com 0 pon neutro aterrado, conforme a Figura 3.9, podendo- apresentadas no item anterior. ‘obter as mesmas variedades de circuit do ale Massa Pe J Rranamanto ds Alimentagio A NBR-5410/2004, para classificar os sistemas de aterramento das i ges, utiliza a segul simbologia: a) Primeira letra; situagdo da alimentagdo em relagdo i terra: + Tum ponta diretamente aterrado: + [-isolagao de todas as partes vivas em relagio a terra ou aterramento de um ponto atr de uma impedancia, b) Segunda letra: situagao da * T-massas diretamente aterrade de alimentaciio: + N—massas ligadas diretamente ao ponto de alimentagao aterrado, sendo que em coi altrnada o ponto de aterramento normalmente € 0 ponto neutro. sas em relagdo 2 terra: . independemtemente do aterramento eventual de um DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELETRICO: 99 c) Qutras letras (eventuais): disposigdo do cendutor neutro ¢ do condutor de protegao: + S—fungdes de neuro e de protegio assegurudas por condutores distintos; + C= fungées de neutro e de protecdo combinadas cm um tinico condutor (condutar PEN). As instalagdes, segundo a mesma norma, devem ser executadas de acordo com um dos seguintes sistemas: 4.3.2.1 Sistema TN Os sistemas’TN Lm um ponto diretamente aterrado, no qual as massas so ligadas aeste ponto através de condutores de protegdo. De acordo coma disposigao do condutor neutro e do eondutor de protegio, consideram-se trés tipos de sistemas TN, a saber; TN-S, TN-C ¢ TN-C-S. a) Sistema TN-S E aquele no qual condutor neutro ¢ © condutor de protegdo so distintos, Sao comumente conhecidos coma sistema a cinco condutores, Neste caso, 0 condutor de protege conectado 2 matha de terra na origem do sistema, que é 0 secundério do transformador da subestagao, interliga todas as massas da instalagiio compostas principalmente pela carcaga dos motores, transformadores, quadiros metilicos, suporte de isoladores ete. O condutor de protegaa é responsivel pela condugao das correntes de defeito entre fase e massa ¢ est representado exquematicamente pela Figura 3.9. As massas solidérias ao condutor de protego PE (protection earth) podem sofrer sobretensies, devido a elevagao de potencial do ponto neutro do sistema quando este candutor é pereorrido por uma corrente de defeito, conforme se observa na Figura 3.10. Merrammento da Alimentagao ‘Todas as massas de uma instalagao devem ser ligadas ao condutor de proteco, “Todas as massas de um sistema'TN-S devem ser equalizacas por um condutor de protecao, que deve ser interligado ao ponto da alimentagio atetrado, O condutor de protege pode ser aterrado em tantos pontos quanto possfvel Os dispositives de proteciio © as segées dos condutores, segunda a NBR 5410/2004, deve ser escolhides de forma que, ocorrendo em qualquer ponto uma falta de impedancia desprezivel enire um condutor de fase e 0 condutor de protec ou uma massa, 0 seccionamento acorra auto- maticamente em um tempo maximo igual ao especificado, Isto pode ser atendido se for cumprida a seguinte condigiio: Z.% Ia = Vy GB.) mpedancia do percurso da corrente de defeito, isto é, as impedancias da fonte, do condutor de fase, até o ponto onde ocorren a falta, e do condutor de protegao em toda a sua extensio; V,,— tensdo nominal entre fase ¢ terra ou fase ¢ neutro; T,— corrente de defeito entre fase ¢ terra que assegura o disparo da protege, num tempo miiximo igual aos valores estabelecidos na Tabela 3.1 ou a 5 s em condigdes previstas pela NBR 5410/2004 em 5.1,2.2.4.1. + Sitwacao I: pode-se considerar que uma pessoa esta submetida a situago | quando sujeita A passagem de uma corrente elétrica conduzida de uma mao para outra ou de uma mio para 100 FIGURA 5.11 ‘Conente de defeito num sistema TN Captruco Tees um pé, com pele timida, podendo estar nesse instante em locals néio-condutores, ou estar-em. locais ndo-condutores mas contendo pequenas elementos condutores, cuja probabitidade de contato seja desprezada, ou ainda estar em superficies condutoras eu em contato com elementos condutores. Para tensGes entre fase ¢ neutro os tempos maxinios de contato esto relacionados na Tabela 3,1. Sitwapao 2: pode-se eonsiderar que uma pessoa esta submetida & situacto 2 quando sujeita passagem de uma corrente elétrica conduzica entre duzas maos ¢ os dois pés, estando com, 1s pés molhados, de forma a se poder desprezar a resistencia de contato e, ao mesmo tempo, em contato com elementos condutores ou sobre superticies condutoras ou, ainda, em contato permanente com paredes metélicas com possibilidades limitadas de interromper os contatos. Para tensdes entre fase ¢ neutro, os tempos maximos de contato constam da Tabela 3.1 ‘TABELA 3.1 “Tempos de seccionamento maximo do sistema'TN + Sitwagao 3: pode-se considerar que uma pessoa estd submetida a situagdo 3 quando sujeita >passagem de uma corrente elétrica, estando a pessoa imersa em agua, tais comoem pisci ¢ banheiras. A impedincia Z, vista na Equagao (3.1) pode ser determinada a partir da Equagio (3.2 identificada na Figura 3.11. Z=R +R +R, + IK, +X 4X) GB — resisténcia vista do secundiirio do transformador da subestagao, em 0; reatancia vista do secundario do transformador da subestagio, em 0: até o ponto de falta, em 0; — reatiineia dos condutores de fase que se estendem desde 0 secundiirio do transform: até 0 ponto de falta, em 0; resistencia do condutor de protegtio, em Q; reatiineia do condutor de protegao, em 02. x, x, R.~ reatincia dos condutores de fase que se estendem desde 0 secundrio do transform: a DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELETRICOS 101 Para que a pessoa esteja protegida contra contatos indiretos estando em uma das sitwaces anteriormente definidas nao pode ser submetida aos valores superiores da tensdo de contato limite V,, dados na Tabela 3.2 ‘TABELA 3.2 ‘Tensao de contato limite (V) Alternada: 15 a 100 Hz 3 2 Continua sem onddulagao 120 60 30 A tensio de contato V, a que poderia ficar submetida uma pessoa que estaria tocanda uma car Be caga energizada acidentalmente pode ser dada pela Equagao (3.3). 4 Vp XZ, ey) G3) Sendo que: Z, = R, + jXp- A corrente de choque que poder ficar submetida a pessoa nas condigdes anteriores pade ser dada pela Equagio (3.4). Ga) #.4— resisténcia do corpo humano, normalmente igual a 1.000 0; X,,~ resisténcia de contato da pessoa com 0 solo, em &; ‘éncia da malha de terra, APLIcAGAO (3.1) Determinar a tensdo de contato limite e a corrente de choque a que pode ficar submetida uma pessoa que, acidentalmente, toque 9 CCM (Centro de Controle de Motores), conforme masirado na Figura 3.12, Sabe-se que nesse instante est ocorrendo um defeito monopolar. A poténcia nominal de transformador da subestago 6 de FSOKVA ~ 13,800/380 V ea perda no cobre é de 8.500 W. Os valores das resisténcias e reatancias dos Condutores podem ser obtidos na Tabela 3.22. A pessoa referida estd na condicAo da sitwagao J. CO diagrama elétrico da Figura 3.13 eorresponele 2 representagio dos eomponentes de resistencia e rea tlncia detinidos na Figura 3.12. Gr coh de defeito For Pea | 81 = 240 mi [| Sel ‘ | t p= am 102 FIGURA 3.13, Diagrama elétrico conrespondente & Figura 3.12 + Tmpedéncia equivatemte do transformador referida ao seu prim: + Impediincia dos condutores de fase (veja Test >) lose] } | a,=0 E oe (Contatacnre 2 cet = aaa * fh CaboiGarcage) = é Crpiruto TRES Perda no cobre por fase do transformador ie 2.833, 3W ~ Corrente nominal priméria do transtormador 750 Te actaee BIA i + Resisténcia equivalente do transformador referida ae scu primario, em 9 Py _ 2833.3 PO ae 89 1 + Tensto de curtecireuito 2, = 5.5% = 0,055 pu (impedincia nominal do transformador ~ valor de placa) 13.800 0.085 = 498,2V a jo, em OL a= 14,00 i + Reatincia equivalente do transformadar referida ao seu primiitio, em 0 x, a = (14,08 = 2,897 = 13,69.0 + Resisténcia ¢ reatiincia vistas do secundario do transformador 2 n-( wo } % 2,89 = 0,00219.0 ) 913,69 = 0,01038 + Impedincia vista do enrolamento secunlério do tansformador Z,~ B, + jX, = 0,00219 + j0,01038 0 0.0958 X20, 0.4450 x 40 1.000 1.000 01,1070 x 20 0.1127 x 40 _ 1.000 1.000 R= Ry t Ra = =X, +X, 0,00664 0 0.01971 + 70,0664 9 DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELETRICOS 103 + Resistneia e reatincia dos condutores de protecao 0.1868 % 20 #1 0.8891 x 40 Ry = Ry + Ry = = 0,03930 0 1.000 1.000 0 Kay + Mg = A290 OSE 8, c0680.0 . 1.000 1.000 2, = 0,03930 + 70,006802 2, = 0,03988 1 + Impedincia do percurso da corrente de defeito +2, +2, + 2, = 0,00219 + j0,01038 + 0.01971 4+ 70,0066 + 0,03930 + j0,00680 = 0,06120 + 0,02382 2 — 2, =0,06567 1 + Tensao de contato Da Equagdo (3.3), tem-se: Yi, %2, _ 3803 0.03988 Zz 0,06567 Vv, = 1932 Observa-se que V, estd muito acima do valor maximo que &a tensio de contato limite ¥, = SOY. No caso em questo, 0 tempo de seccionamento da protegiio deve ser de, no miximo, 0.40 s conforme Tabela 3.1, Se a circuito Fosse protegido pelo disjuntor 3VF32 — 160 A (Figura 10.15), ajustado em 160.4 e instalado no CCM para um tempo de 0.40, a corrente de atuagio seria de 13% 1, isto é, J, = 2.080 A. Aplicando-se a Equagao (3.1), pode-se determinar 0 estado de seguranga da pessoa, on seja’ Z%4, yn —* 0.06567 X 2.0805 220 —> 136,5 = 220V Logo, existe protego contra choques ¢létricos no CCM para eontatos in + Corrente presumida de chogue 13) +R, 1000+ b) Sistema TN-C B aquele no qual as fungGes de neutro € de protegao sao combinadas em um tnico condutor ao longo de todo o sistema, E comumente conhecido como sistema a quatro condutores, Neste caso, 0 condutor neutro conectado & malha de terra na origem do sistema, que & secundiirio do transformador subestagio, interliga todas as massas da instalagao. Desta forma, © neutro, além de conduzira corrente de desequilibrio do sistema, € responsive! também pela condugiio da corrente de defeito, © sistema TIN-C € um dos mais utilizados em instalagoes de pequeno porte, devido principalmente & reducao de custo com a supressio do quinto condutor. A Figura 3.14 mostra esquematicamente o sistema TN-C. E importante observar que 0 rompimento do condutor neutro (PEN) no sistema TN-C coloca as massas dos equipamentos no potencial de fase, conforme se pode abservar na Figura 3.15. Nos sistemas TN, se existirem outras possibilidades de aterramento, além do aterramento nas. proximidades do transformador, deve-se ligar 0 condutor de protegio a maior ntimero de pontos possivel. De qualquer forma, deve-se garantir que, no caso de falta de fase para a massa.ou para a ———* FIGURA 3.15 (ae 8 ema TN—C em curto- @ 0 cirevito monopolar 2 © u lL a a ‘Nimantago Alimentagso ‘Riewamento 104 FIGURA 3.16 Sistema TN-C-S FIGURA 3.17 Sistema TT Capiruco TES terra, 0 potencial resultante do condutor de protegiio € das massas correspandentes permanega @ mais aproximado possivel do potencial da terra, Para a utilizagdio do sistema TN-C, a NBR 5410 estabelece que a segaa minima do condutor em cobre é de 10 mm’, niio permitindo ainda o uso de dispositivos DR c) Sistema TN— E aquele no qual as fungdes de neutro ¢ de protegao so combinadas num tinico condutor em uma parte do sistema, conforme ilustrado na Figura 3,16. wasn 3.3.2.2 Sistema TT F aquele que tem o ponto de alimentagdo-da instalagao diretamente aterrado, sendo as massas, ligadas a eletrodos de aterramento independentes do eletrodo da alimenticio, A Figura 3.17 mostra o esquema TT. Para assegurar que, na ocorréncia de uma falta entre fase ¢ massa, o dispositive de protegia, seccione o circwito de alimentagdo, a tensdo de contato presumida nao deve ser superior a tenséig de contato limite. Para isto deve-se estabelecer a seguinte condigao: Ran X ty SV) oy) de ater lento das massas, i: aterramento ¢ dos condutores de protegiia; corrente diferencial-residual nominal; — tensio de contato limite. to , a soma das resistencias do eletroda de) No caso de ser utilizada uma protego diferencial-residual de 30 mA, a resisténcia de aterrame R,,, tera valor maximo de: zone ienrarvento 33 ‘Alimantagan ria tocando, io (3.6), ou seja: ‘A tensio de contato limite a que poderia ficar submetida uma pessoa que carcaga energizads acidentalmente num sistema TT pode ser dada na Equa Vo @ DIMENSIOMAMENTO DE CONBUTORES ELETRICOS 105 V, “tensiio de contato; R,, —resisténcia de terra da subestagio ou do inicio da instalagdo, podendo eompreender a resisténcia da malha de terra R,, e do resistor de aterramento ‘EXEMPLO DE APLIcAcAo (3.2) Calcular a tensio de contato a que ficard submetide um individue, sabendo-se que a tenisio entre fases Ede 380W ea resistencia de aterramento no ponto de alimentacao de 15 $8, Nao i resistor de aterramento inserido entre © neuteo do transformador ¢ a malha de terra. A resisténcia de aterramento das massas 6 de 3.0, Observar o diagrama da Figura 3.18 correspondente ao enunciado da questia, 380 Ve =20V Ry Is 40-150 220 v 15 36.6 ¥ 3.18 de defeito num sistema yore 3.3.2.3 Sistema IT F aquele em que panto de alimentagao nao esté diretamente aterrado. No esquema IT, Figura 3.19, as instalagdes so isoladas da terra ou atertadas por uma impedancia Z de valor suficientemente elevado, sendo esta ligagio feita no ponto neutro da fonte se ela estiver ligada em estrela, ou a um ponte neutro artificial. Para se obter um ponto neutro artificial, quando o sistema for ligado a configuragdo tridngulo, ¢ necessério utilizar um tansformador de aterramento, A corrente de defieito a terra na configuragao estrela, com ponta neutro aterrado com uma impedancia elevada, 6 de pequena intensidade, nao sendo obrigatério o seccionamente da alimentacéio. No caso da ocorréncia de uma segunda falta & massa ou 2 terra, simultaneamente & primeira, as correntes de defeito tornam-se extremamente elevadas, pois transforma-se num curto-circuito entre duas fases ec terra, O sistema IT é caracterizada quando a corrente resultante de uma tinica falta fase-massa no possui intensidade suficiente para provocar o surgimento de tensdes perigosas. As massas devem ser aterradas individualmente, conforme Figura 3.19, ou em grupas, devendo satisfazer a seguinte condigiio para que nie seja imperativo o seccionamento automatico por ocasitio da primeira falta: Ray by V, Ba Rog — Fesisténcia do eletrodo de aterramento das massas, em Q; Jy — corrente de defeito entre fase e massa do sistema na condi¢ao de uma primeira falta direta. 106 FIGURA 3.19 Sistema 1 3.4 CRITERIOS BASICOS PARA A DIVISAO DE CIRCUITOS Captruco Tres aterramento da instalagao. finalidade indicar a ocorréncia do primeiro defeito entre fase € massa ou entre fase « terra, devendo 6 DSF atuar sobre um dispositive sonore ou visual, de forma a alertar @ responsdvel pela opert- do do si uma impedancia Z seja reconhecido como sistema IT, & necesséirio que 0 dancia scja extremamente elevado. No entanto, quando € necessério inserir uma impedancia 2 ho ponto neutro de manecer, no entanto, estas correntes ainda com valor elevado, capaz de sensibilizar as protegdes de sobrecorrentes de neutro — o sistema nao € caracterizado como sistema IT. A utilizagio do sistema IT deve ser restrita a casos especificos, como os a seguir relacionados, de acordo coma NBR 5410/2004. 5410/2004. De forma geral, pode-se adotar as seguintes pre A corrente /, considera tanto as correntes de fuga naturais como a impedincia global de Deve-se prever no sistema IT um dispositive de supervisiio de isolamento (DSI) que tem por m7 E.bom lembrar que, para que um sistema em estrela com 0 ponto neutro aterrade atray or da referida impe- stema para reduzir as cortentes de curto-eireuite fase-terta — devenelo per- a) Instalagdes industriais de processo continuo, com tensao de alimentagao igual ou superior a 380 V. desde que verificadas as seguintes condigdes; + continuidade de operagao seja essencial; + amanutengito e a supervisio da instalacdo estejam a cargo de pessoa habilitada de acordo com as curacteristicus BAd ¢ BAS (NBR 5410/2004), + exista um sistema de deteccao permanente de falta a terra; + ocondutor neutto ndo seja distribuido, b) Instalagdes alimentadas por transformador de separagiio com tensiio priméria inferiora 1,000 V, desde que verificadas us seguintes condigdes: + a instalagio ¢ utilizada apenas para circuito de comando: + acontinuidade de alimentagao de comando seja essencial; + a manutengao ¢ a supervise esto a cargo de pessoa habilitada, de acordo com a) varacteristicus BAd ¢ BAS (NBR 5410/2004); + exista um sistema de detecgao permanente de falta & terra, ©) Cireuito com alimentacao separada, de reduzida extensfio, em instalagdes hospitalares, onde a continuidade de alimentagao ¢ a seguranga dos pacientes sejam essenciais, d) Instalagdes exclusivamente para alimentagao de fornos a arco, Para que uma instalagio elétrica tenha um desempenho satisfatirio, deve ser projetada leva se em consideraeao as boas técnicas de divisio e seccionamento de circuitos previstas na > as a) Toda instalacao deve ser dividida de acordo com as necessidades, em vérios circuitos, forma a satisfazer as seguintes condigtes: + Seguranga — evitar qualquer perigo e limitar as conseqliéncias de uma falta a uma rea restrita; ~ evitaro risco de realimentagio inadvertida através de outro circuito; + Conservagtio de energia DimensionamenTo De ConDUTORES ELETRICOS: 107 ~ evitar os inconvenientes que possam resultar de um circuito Gnico, tal como um 86 eireuito de iluminagao; — fucilitar o controle do nivel de iluminamento, principalmente em instalagdes comerci industriais; — outras fungées, ver Capitulo 15 + Funcionais ~ criar cireuitos individuais para tomadas e iluminagao; — criar cireuitos individuais para os diferentes ambientes de uma instalagio, tais como refeitério, sala de reunio, eseritérios etc, = criar circuitos individuais para motores € outros equipamentos, conforme estudado no Capitulo |. + Produgio ~ criar circuitos individuais para diferentes setores de produgio, conforme estudado no Capitulo | * Manutengio — facilitar as verificagdes e os ensaios. b) Deve-se criar circuitos especificos para certas partes da instalugiio, de modo que esses circuitos no sejam afetados por defeitos em outros circuitos. ¢} Deve-se criar condigées nos quadros de comando € nos condutos que permitam futuras ampliagée d) Deve-se distribuir de forma equilibrada as cargas monofasica e bifasica entre as fases, 5 CIRCUITOS DE BAIXA TENSAO Compreende-se par condutores secundéirios aqueles enquadrados nas seguintes condigdes: + dotados de isolagdo de PVC para 750 V, sem cobertura; + dotados de isolagaio de PVC ou EPR para 0,6/1,0 kV, com capa de protegiio em PVC; + dotados de isoluedo de XLPE para 0,6/1,0 k¥, com capa de protegao em PWC, TABELA 3.3 Métados de referéncia (Condutores isolados em eletroduto de segao cireular embutido em parede termicamente isolate 8 Cabo multipolar em eletroduto de segao circular embutide em parede termicamente 4 isolante BL Condutores isolados em eletrodute de sego circular sobre parede de madeira B2 Cabo multipolar em eletroduto de seco circular sobre parede de madeira ec ‘Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira D Cabo multipolar em cletroduto enterracto no solo, gE Cabo multipolar ao ar livre E ‘Cabos unipolares justapastos (na horizontal, vertical ou em trifélio) an ar livre G Cabos unipolares espagados ao ar livre Para a determinagao da seca dos condutores de um circuito em cabos isoladas & necessé- rio conhecer os Métodos de Referéncia de instalagdo dos cabos elétricas, estabelecidos na NBR 3410/2004 e mostrados na Tabela 3.3. No entanto, o conhecimento da capacidade do condutor depende dos tipos de linhas elétrieas que poderdo ser ndotadas na sua instalagda, estabelecidos na NBR 5410/2004 e identificados na Tabela 3.4.

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