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no As instituigdes tradicionais africanas le - uso porque vos sao." Ui aficano 3 r afin pelo grupo ~ a palavea “bo” ¢ ainda Fe Aprecisamence unde ~ 2 que pertence *Comuuitarismo” ou “eletivismo” é wr tomo que captara a esstncia deste valor radon. Ele servis tem aos eficanos no passa. Ele @ wna maldicio ro sculo XX? . =p ge ON tei in pO ain ‘A maloria dos estadiosos da Aiea tende citi trstemercionds OG Oe” ao coutmence ace e indica no somente que as iferenctsexsestes aye? 2 eu ab seltes ea ase que of acme cOmParsm, Introdugdo Prep, ma tamibern que estas diferengs sto algo itransponie), Cote vane ax dderengas ester. Els sio proniamentediscemireis nos niveis do (desenvolvimento econdmico € na multiplicidade das inguas. "A Nigh e o Quenia sf0 mals economicamente desenvlvidas do 406 somalia eo Chae. Botsunsa¢0 Senegal goarem de wma etabilidade politica erndvel, enquanto a Somalia ¢ = Republica Africana Cents} experimenta-" ‘meotMpownmamente wma guerra civil doloros Os paises afrcamos Possdest vMlcenesTinguna, declgias © wadigbes politica, Realmente, as Ungvas aa uropa ~ 0 ingles, o francs, 0 portugués ¢ © espunhol = conan ® ser sandas pelos paises ascanos que forum colonzados plas respesti™ agoes eropeae. A adogio das Kingias eopeins como linguas oft 5 deve 30 favo de que os exiados afeeanos sto policamentejncapazes fe decidir qual de suas proprias Kingnas indigenas deveria set adotada nacionalinente Quan do rentaivas foram sbordadas para langar Wm como Kagua Ly? oficial de won pais, um grave conflto nacional fFequentemente sssomava PO hhorizonte impedindo o debate nacional da questio, Ao adotar nove ages Os iiesnas como nguas ofcizis, am das utas dvas— ings eoaliciner que | {foram utlizadas por décadas, a Africa do S {oj vma desbravadore na questio da lingua. ‘Um amplo espectro idealogico se apresenta entre os estados aificanos Existiram antenticos estados manristas no passado, como a Etiopia de Men- spat Hale Mariam, a Replica do Congo de Marien Ngovabl ¢ Benin de Mathieu Kerekou, Os monarquistas em Uganda anseiam pelo retorno dese nos tadicionais que foram desmantelados Jogo depois que os ingleses conce- dleram a independéncia de Uganda sob a ideranca de Apollo Milton Obote Existem monarcas que reinam na Suaztlandia, ‘no Lesoto ¢ em Marroces, com poderes consitcionais dverseados. Ao mesmo tempo, et mods Pars Ie eee afrcanos reivindicareni o fato de eles serem socialists. A maioria eles, ‘naturalmente, ndo era. Até que 0 comunismo tc seus sistemas socialists co- vnegaram a se desfzer na Europa Oriental no fra dos anos de 1980, aqucles cctados afticanos aos quais caberia 0 rotalo de “socialists” inchuiam Gana ¢ 0 ‘Congo. Quenia ¢ Costa do Marfim, durante anos, estavamn claramente entre os proponentes conservadores do mercado livre no eontinente. Outros paises siraia como Zambia, Zimbabue e Argelia seguiram modelos bastante compl ‘cados, talvez mais benn-referides como economias mistas. ‘Ag relagSes entre 0s pases africans individuais ¢ as nagdes europea ‘que 05 colonizaram variam de acordo com a proximidade. E bem sabido, pars cexemplo, que 0s, ximos com a acos mais pro- ete com a Ing Co} ser explorado com mais detalhes quando a experiencia ‘colonial africana for saltenda) Estas diferencas nso somente desempenham um papel nas discas- ses de questdes importantes atinentes & Afric a, mas tazabém levaram alguns tstudantes da Africa a afirmar que os estados afttcanos ttm mais em commun com os seus primeiros senhores coloniais do que consigo prdprios ‘Ene capitulo procura primeiro discutir com algum detalhe aqueles valo- tiulebes e caracteisticas que 0-povo africano ¢ os seus palss fm em coau ERE TOG, ele ‘examina as suas diferencas, como estas dife- renga surgram e 9 modo como ela influenciam no soménte as tntereGes ture os pases africanos, mas também a sua politica interna 8 ae ‘Alguns desses valores compertilhados pelos africanos filo sao muito facil-, OS | besa meaees oa titoe eee de como os afticanos se sentem psicologicamente em relagio aqueles valores ese identificam reciprocamente Quando, depois de me graduar na escola secundaria, eu logo me aventusei para fora do mew Quenia native para visitar a Tanzdnia, uma afinidade com © povo da Tanzania me pos & vontide. © fato de que eu pudesse falar Suatl com as pessoas comuns da Tanzania judou muito, Eu descobri que ndo havia nenhum novo protocolo social « aprender. Este ndo eta certamente 0 caso quando, na busca de um ensino superior, ex vim para a América do Norte, onde as tradigdes sociais eram enormemente diferentes Esta afinidade racial cultural se mostra de muitas maneiras interessante. ‘Numa tarde, muitos anos atrés, enquanto passeava no centro de Ayr, na costa este da Escécia, eu vi um homem negro acenando freneticamente para mim do outro lado da rua. Eu parei. Quando ele atravessou a rua e se dirigit para mim, ele disse que podia me dizer de longe que eu era africano, Ele disse aque nfo havia nenum outro africano em Ayr e que cle estava morrendo de vontade de falar com “um irmio". O cavalheiro era da Nigéria. Conversamos como se nos conhecéssemes hi anos. Nésbaning! Sithole de Zimbibue des- creve um Incldente semelkante que ocoreu em 1955, quando estava a cami- tho dos Estados Unidos: ‘Quando eu estava em Napoles (Ilia) em feverezo de 1955, a cami- sho dos Estados Unidos, ex assustl seis dos meus amigos missiona- "os brancos quando de repente mandel o motorsta de tnd par, “Qual 0 problema, Ndaba?”, o Reverend john Matsh me perguntou, ye "Hd um amigo men ali", ¢ fo logo eu disse isto, bati a porta do taxi i aur de mim eatravesst rapidamente a rua para vero meu amigo que ‘amber tinha me visto. Logo nos abragamos. Eu estava muito fez or vio, Ele estava muito fez por me ver. A sini palavra que eu ppude entender dele fot Somalia’, e quando eu respondi a ele "Rodé- sia", ele aparentemente me compreenceu, e gritou “Africa. Eu repet “Sim, Africa”, Apertamos as mios novamentee indicamos por gestos ‘que estavamos bem e que a Africa estava crescendo, crescendo, cres- ccendo. Agitamos as nossas cabegas indicando que ela nlo estava mais ‘aindo,caindo, caindo, Eu the disse adeus. Eu inks de veltar depres- 58 para o nosso taxi, que eu tinha sera-cerimonia parado « que estava ‘unpacientemente esperande o meu retomno “=O que foi isto, Ndaba?”, pergumtow © ‘Reverendo John Marsh. “pu so sel que ele €um africano como en”, en disse. nts echamos que ele era uin amigo set", gto Reverendio John ‘Marsh com surprest. sim, ele €,embora en nunca o divesse visto ants” siihole eno continuo & explear 0 episédio, em termes aust espiitoss: © que acomecen fl ss, Por quae semanas cu 10 wi wn STOR ogo, stv complesamente perdido neste vaso oxen de tos brancos. Quando de 0 Tost neste vasto vpeemo de rostos brancos§*conscncia da espe me PEBOL € ME den ase eeu vod pela rus, © me ual com a al o,apesar da dficsldade da lnguaenre més, 0 me coraao ¢ 2 8 ‘elscio ot wniram, Comonicos o calor dos nosis cores Grae if quando eu fi pela primeira vex para o exterior ¢ me encom nto afennos, semti que tinha de aprender novos pinetpios ulrorais nase desde verse Quis eam op camprimentos adequadat? Que tipo de PSE se poi fazer no jatar? Quaisassuntos exam adequados Dart # ‘conversa, & Gqais ng era? Una advertncia evental qe me fob dada - quando se esti aaa ca ent falar sobre pica, sexo regio em companied PF oss educadas —ndo era totalmente infomdada, Como era a ¢Stiiry familiar? rem se esperava que os joves se relaclonassem com as PESSOES AS velhas ce com pessoas do sexo oposto, assim por dante? Na Aict tradicional, wm emprimento events! como o "i" americana sri consdea9 rade ¢ mal sada, © camprimento normal Eongp esper-se TEU SObTE 2 sade, via a fama, a colheta das outos et. Nio ae cham as pessoss PS Te Sho ploe seus preprioe nomes. Ac pessoas vel tats com TO pita, Bum costume deum comida pao ent hooray MES anfitrido ou meena pr uma excelente refecio depois que refeleto tens sido comida do que antes ou durante efecto, Eamuito rapidement deseobri que, qa20- df nao dia o quanto estava delicosa a reeigho, oa mesino Some cla estava rae oe Wists Nene eee Teimioik ws AficanNalnatar. 2nd Nove Yor: Oxford Univer rest, SEP 2.6758, 2 bid, p68 0 raravilhosa, 0 meus anfitrides americanos admitiam que eu nao estivesse satisfeito, ou que eu nio tinha gostado da refeico. O fato de que eu estivesse ‘comendo ou tivesse comido com prazer ndo transinitia adequadamente a mi nha avaliagto. Era mmportante que en dissesse isto, Valores culturats e normas sociais como estas, junto com os valores espitituais ¢a estrutura familar, sto compartlhades pelos africanos em todo o continente. Com a chegada aos Es- tados Unidos, quando, pela primeira ver, conhect africans de fora da Africa Oriental, quel surpreso em descobrir como éramos todos parecidos. (0s valores cultaras sto poderosos e enteavam em cena quando os africa- nos coletivamente estavam sendo atacados. Em 1965, durante a Conferencia sobre 2 Muther das NagSes Unidas em Nairdbi, no Quenia, as mulheres de 1) © fora da Aisice queram fla sobre a poligas, costume de homens qué + ‘ham mutta esposas, o que as mulheres ndo africanas viam como ume marca da opressio das mulheres aficanas. Algummas delastinham uma agenda pr6- pris: uma discussio sobre orlentagto semual com esperanca de convencer a comunidade mundial de que @ intimidade do mesmo sexo era simplesmente 5 um esto de vide alternativo, As mulheres aftcanas, pelo contririo, conside- ravam 2 intimidade do mestno sexo mais como uma perversto do que come 4 tmestile de vide alternative certamente este ndo era um assunto vilide de iseussio nema confertncia intemacional. Evidentemente, havia um choque de cultura, # verdade que muitas mulheres africanas nlo gostam da poliga- mis, Connuda, elas nfo a veem como uma questio que requeira intervenga0 de suas immas em todo 0 mundo, Um compromisso foi elcangado, Nem a po- ligemis nem a ortentapio sexual seriam assuntos de discussio na conferéncia Acrcuncisto feminina, amplamente condenada pelas prépras mulheres eii- canas e vista como uma Inceparicagao sexual das malheres totalmente desne- cessrig fol discutida na conferéncia. Aue agora, a Repiblica da Afica do Sul €o unico pais africano que gerante na sua constiigio as liberdades politicas ¢ cis bisicas para todas as pessous, sem releréncia A sua crientagdo sexual ‘A saPaplicesto, contido, ¢ ambigua, Além das comunidades cultura, as ‘experitncizs de eseravidio © da colonizaggo exiaram para os afficanos uma histSria companithad de sofrimento, dor e alienacio que depois servirama ara manté-los juntos ‘Yeros comegar coma discussio dos grupos sociais, que final de conta, formam os ediicis bastcos de qualquer soeiedade. Jéfalamos dos maiores “1 grupos curacterzados por urs lingua coum e cera prticas culturis. E> tes grupos carregam nomes como Tbo, loruba, Ewe Baganda. Mas qual ¢ 0 grupo de referencia imediata para um individuo afrcano? Na Africa, como em frande parte do mundo menos industrializado, h xs tipos de grupes socials fondamentais: aqueles baseados no parentesco; aqueles baseades tm outros crtérios como idade, habiidade ou perica; e aqueles baseados na residéncia ou localidade- Parentesco ‘ma relagdo de parentesco ¢ aquela que vinculaindividues azavés do seu nascimento ou casamento, As relagbes de sangue sto chamadas relagdes con- Sanyatnea, e agalas baseadas no casamenio so chamadas de flag. As re- lacoes consanguiness dizem respeto ao seu ancestral ou descendente ¢ como isto € determinado através das geragdes. Hs quatro modos bésicos pelos quals a descendencia ¢ determinada, O meétodo mais comum é0 de tragar a descen- dancia através de seu pal e de outros ancestrats masculinos. Esta € chamada ide descendencla patraral. O segundo tipo de descendéncia, a descendencla mmatrilinear, reslta em tracar a descendéncia através dos parentes machos pelo lado da mde. Quando um grupo traga a sua descendencia a partir de wm fado somente, ou seja, ou do pai ou da mie, dizemos que 0 grupo tem umn sistema de descrndencia wrilinear. A grande maiotia das socledades afticanas ‘nila a descendéncia patriarcal. 0 terceio tipo de descendencia, chamado de fuolinear ou bilinear, éestabelecido através de ambos os pais. As pessoas nos Fstados Unidos normnalmente tagam 2 sua descendéncia de maneira dohi- near, embora elas geralmente tenkaa 0 nome de familia do sea pai. O dime tipo, descendéncia bilateral, envelve tragar os seus ancestrais através de dois conjantos de avés, isto ¢, de ambos os lados do seu pai e de sua mae. A des- tcendéncia bilineae. que é mais diftell de trilhar em qualquer evento, ¢wtizeda de alguna forma pelo Povo Haussa da Nigra. ‘Avdescendéncia-€ importante nas sociedades afrcanas porque cla deter- ymin questOes como a heranga, a idemidade, « identidade de uma eranga nascida num casamento (aids, ou fora do casamentc), ¢ mesmo # lcalidade rides NBC SSRR SSE earner cee ee 3 SMITH, M.G."The Hausa of Northern Nigerian: GIBBSIR, JL oc) Peoples of Ais. Inova York Hol, Rinohart Winston, 1968, 9. 128, 2 ce uma nova casa para um recém-casado, No Quénia, tanto 6 Povo Luo quan to 0 Povo Lubya possuem sistemas de descendéncia patriarcal. Por exemplo, se um bomem Luo casasse com uma mulher Luhya, a cianca nascida neste casamento seria identificada como sendo membro de uma comunidade Luo. Em sistemas de descendéncia patriarcal, os meninos tém direitos de heranca; as meninas ndo, a menos que seu pai queira que clas especificamente tenham. proptiedade. Nos sistemas de descendéncia matrilinear, como no Povo Akan de Gana, as criancas herdam a propriedade do seu tio materno,néo do seu pai ‘Uma das madancas que ocorrem na Africa atalmente & que, como as pessoas se casain mais, os seus filhos estio comecando ter identidades dupls, refe- rindo-se como pertencentes a ambos os grupos étnicos das seus “pais”. Eles estto se tormando o que eu chamo de africanos “hifenizados” (hyphenated) CContudo, os direitos de heranca no devem provavelmente ser afetados por esta dupla identidede mica ainds por algum tempo. 4s linhas de descendencia séo chamadas linhagens, e muitos grupos afr- canos foram conhecidos por remeter a sua Linhagem a um ancestral comum. ‘Duas ou mais inhagens que podem remeter as suas referéncias a win ancestral comum constituem, entéo, um clé, Quando um cla se toma muito grande, quando uma porcdo dele € realocada, ou quando um memibro poderoso de tum olf, por 1a26es poiticas ou outras, decide fugis, levando novos seguidores com ele, entio, requentemente, oconem novas divisses que dao surgimento annoves els, Este processo de mutagto permite um conhecimaento devalhado da linhagem que consolida as relagSes em primeiro hugar. (© segundo tipo de parentesco esté baseado no casamento, uma instituicde de primordial importincia em todas as sociedades humanas. Na Africa, devide talvez 4s cconomias agrérias¢ dética coletiva das comunidades, o casamento adquire provavelmente uma significagdo societiria muito maior do que nas sociedades ocidentais. Quando perguntado por que as pessoas se casam, um individuo numa sociedade ocidental deve provavelmente responder que as pessoas se casam por amor ou pela necessidade de compartilhar as suas vi- das com alguém especial. Um africano deve provavelmente responder que as pessoas se casam porque esta ¢ uma radigdo social vital, porque eles querem ter uma familia efilhos. O casamento esta intimamente igado reproduz0, a tec ilhos, para a propria sobrevivencia da comunidade.E te filhos é uma im- Portante contribuigio que se espera que cada individuo dé 4 sua sociedade. A sociedade reconhece esta contriligio elevando o status de uma pesson castda cima daquele de uma pessoa nio casada. (© casamento é wumbém concebido mais como uma relagto entre duas familias extensas do que entre um homem e uma mulher. A paretpacdo da fir lia no casamento mca € completamente enfatizada até que algo de errado ro casemento, em cujo momento se toma da obrigacdo de todes tentar salvar D easemento « convencer o casil a continuar no castmento. Esta idia social do casemento€ geral na Africae foi passada de geracio a geragdo, Além disso, te casamentos tadicionais costumam Ser srranjedos pelos mais velhos da fa ceca, Ito esta mudando agora, Relavamente poucos castmentos sto sinda iranjedos, e soments nas dreas ruais remotas, longs da sedatora infvencia das cidades © das aldeias. AS proprias pessoes jovens agora preferem e5co~ Ther os seus proprios futuros parcelros, embors se espere que elas busquet a pense de seus pas, 2 maicia clas sco. A comunidad sins fa tavolvida durante as fases preliminares, quando smn de ser feitos os prepara tives para ceriminia real do cassmento¢ par atransferéncia de proprtdade Chameda de dote de easamento, O dote de casamento, na forma de gado, ca~ tas, carneros eon dinhelro,€ wansferido da fami do noivo pare familia de poiva, O dote de casamento (ol frequentemente chamado prego da noiva, «am esta sltma locucio conota a compra de uma noiva, o que nfo é uma re- endo cuidadasa sobre o verdadeiro significado do costome, O.dote, como wm ‘presente para a noiva vindo da sua propria fami, € muito raro, Na ions vias comunidades africanas a transfertncia de propriedade, frequentementt ‘ocorrendo thais em prestagoes do que apenas de uma s6 vec, sea alegalidade 1 validade do easamento. Em alguns cas0s no passado, quando 0 noivo emt perspectva exa muito pobre para dispor do dote de casamento sperido, ee Dassava vos anos trabathando para o seu fara sogro como tua forma de pagamento. Esta forma de trabalho era também referida como dote de casa- taento, Entre 9 Povo Kung no sul da Africa, o casl reénm-casado ficava com 4 famafia da noiva, enquanto o noivo trabalhava para os seus sogras, Quando © servigo de noivado era completado, geralmente depois de varios anos, ocasal centio ia viver com a comunidade do notvo. parece haver quatro raz6es para a existencia do dote de casamento, Pr rmeiro, ele é uma expressto de gratidio da familia do noivo pela famflia da moive, por eles teem dado origem a uma exposa para © neivo, Segundo, ele 4 compensa a familia da mulher pela perda do seu wabalho, na medida em que fda abandona a sua propria familia para st juntar a familia do seu marido. Sereeto, de acordo com as sociedades patrareas, ele garante os direitos do rhomem e do seu grupo familar sobre os flhos que vso nascer do casamento. Finalmente, ele serve para fortalécer 0 casamento € a relacHo entre as dus familias ¢ as dues comunidades envotvides. O costume ditava que, se 0 casa- mento fracassass, alguma coisa da propriedade devia retomar & familia do voto, dependendo do miero de filhos no casamento. Na prétice, conmedo, dots de casamento era gasto logo depois de ter sido pago, Frequentemente, ostumava-se pagar pelo dote de casamento das esposis dos irmaos da noiva on pelos custos eductctonais dos imdos da noiva, ou era investido de outs vnaneiras, Como se pode bem imaginar, sea riquezatinha sido gasta, como era (qase sempre o caso, havia muita pressio da familia da mulher sobre 0 easal (que contemplava um rompimento para que ela permanscesse csaéa ‘Eo amor? Os africanos se apaixonam, ou casamn por amor? Sim, realmen te, cles se apaixonam, O fleloreafrcano estd ceo de historias romantica. A smisica africana est repleta de cangSes sobre coragbes partidos e lamentos de ‘pmantes, Alguns americans podem estar acostumados com umna cancio Suai- ti incmulada "Malaika", significando “anjo", cntada pela cantora sul-africana 5. Miriam Makeba, Ela € um lamento de um homem apaixonado por uma bela | uther, Ele deseja motto poder casar com cla, mas ele nfo tem o dote de cass- sento para realizar este desejo, Uma ammpla pesquisa de antropélogos mostra que oamorreaimente¢ importante em decisbes que pertencers binimidade ¢ do cistmento. Come Gibbs afirma na sua discussio sobre o noivado no Povo Kpelle da Liberia: ‘um homem que desea casar dard de presente & saa namorada (grifo nosso) wm wel sen (inal de amor), ow sea, vinte« cinco ou quarenta centavos em moeda ou um bracelet, dizendo, or exemplo: “Eu amo ‘yoce, en quero que voce seja 2 minha esposa”, Elz entio dard isto de ‘presente a seus pais, pedndo a sua permissio para casar como preten- dente Se les casentirem,o homem ara prosseguimentoa seu pedido dando de presente a eles uma pequena soma de dinheizo, oiyeeina sen (algo da sua mio") queafrma a honradez de suas intencSes" cf Libera In: GIBBS J, J. fo. Peoples of Africa. Op. 41888 JR, JL, The Kor i, p20, | s 4 fagh de amantes era bastante comm ern muita socedaes aficanas sradicionais, Havia yiris raz0es para a sua ocorréncia, uma das quais ef trposdibiidade de tex de pagar umn dete de casamento ms also, Mas, rein dos casos, o casa fugitive era de pessoas jovens que nham se enc7%- edo na danga ou que am sido apresentados por amigos, “#paixonads” ceedos a fogir ese casar. Em algans cazos, a faga de amantss ere wm to Ge desafio contra as cbjecbes dos pais ou da cormuntdade 20 namoro. Mevs ris fogiram depois que mea pal ejeltou a muller que tia sido escolhida Fars le por seus propos pais. As demonstragbes publics de amor «#119 ome belare dar as mas erama desaprovadas pelos africanes. No ¢ preciso dsr qu ist esd mudando na Africa modema, Nom sentido mais amplo © sear to afetos¥0vistos em temos de compromsiss espltoecuidado peas mreseidades daqueles que Sto préximes de voce ¢ wna afirmacdo de sus res onsabiidade em rlage sua esposa clos. Nao tanto uma atragho oma Freeelo eservadas a dois individuos, Alem disso, as normassocais oidensis ‘querer eesperam fdeidadesenual po parce de ambos os ares 9 ast sna, As normas africanss n4o, embora o eistianismo defends isto, Alguns omens afieanos, por razbes religiosas ou pragmdticas, observa a fielida- de, mins muites nao. Realmente, como a iecidencia da poligamia decline ‘cr Aivea enquanto aumenta s urbanizagio, com homens deixando as suas Sldeias para encontrar trabalho pago nas cldades, es Tgasbes extramarils parece estar trsando oIngar ds casamentos formats, Como Kayongo-Male Ponyango observam: *Muites homens podem estar mantendo mulheres nas Cidades sem pascar por cerimOnias formas e sem informar 8 esposa & espeito src elaroor?, Nao surpreende gue Se presuma que a natreza patriaral dae sociedades alsicanas e existincia do doce de casamento deem 20s ho- srcos sbealute controle sobre as aividades semuais das mulheres, Os homens sfrieancs, portanto, sto poscessivos em relaclo as suas esposas ¢esperam due Slashes sejam sexualmente fils. Alem disso, ds tndiscricoes sexuais por parte ddas mulheres, e quando deseaberta,eram motivo de divério ou pelo me- pos exgiam que a familia da mulher avaliasse alguns danos compensstoros © serem pagos a0 homem. Ha um evidado definido ¢ um carinho palpével entre os parceiros nos casomentos africanos, Hi uma visio largamente compartilhada de que esta Aes Se ] KAVONGOAMALE,D. & ONYANGO, Phe Sociology ofthe Acar Famiy. Nove York ongman, 1384.9 psa chamata “amor” mn sentimento que cescee€alimentado ao longo do tempo. Nao se pode simplesmente cir fora do amor, da mesma forma que ele 4} (eet nto podem simplesmente se apaixonat. Com o passar do tempo, 08 ¢4- sraas ot tofmam bons e querides amigos, paceiros,colegas de trabalho, cada vi com sesponsabllidades e comportamenta carameste defnides. Devido & |) Runa de manietagies pleas eisea de afeo 2 asta de un ae Go enito de fidelidadesemsl, alguns observoresocdentas afrmaram que vo ha amor envolvido em casamentos ou em relaes intimas entre homens v mulheres afrcanos, Por exeraplo, num Livro longo sobre esterestipos raciais, ‘ins lamentavelmente curto sobre 4 percepgao ot a compreensdo, David Lamb sem esitagdo escreve: “Nas cidades, as moralidades seuss sto mais frouxas Tras o afeto entre homens ¢ mulheres € apenas raramente manifestado ou presto, Vocts nunca (pio nosso) verdo um jovers case na Alsi Oren {ai wocando toques ou simplesmente sentados num restaurante, olkando wm para outro, Os africanos pulam as preliminaes conhecidas no Ocidente vixle um casal europea devia beijzr, os afticanos copulam’®. Esta afirmagso ers simplesmenteerrada e€ grosseiramente etnoctntrica, Ela faz jmaginar se | Dyvid Lamb ndo foi a Afticasimplesmente para confirmar aquilo em que cle | jacreditava a respeto do povo aicano, Formas de casamento Como a discussio acima sagere, a poligamia ¢ encontrada virtaalmente em todas as sociedades africanas. A poligamia pode ser ou a poligenia (na qual um homem tem duas 94 mais esposis) ov « poliandria (na qual ba uma epoca e dois ou mais maridos), A poligenia¢ praticada na Aftica, enquanto + pollandria nao, Devia ser afirmado que a grande maloria de casamentos oa Africa ¢ monogimica. A pritica da poligenia varia grandemente na Afvice. Ela praticamente ndo existe na Tunisia, que prot esta prtica, enquanto na Ni- ira cerca de 30% dos casamentos sio poligenicos. Uma pesquisa atl sobre

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