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=SAO PAULO ater Te SEE a RY eT Sy Va US Tee any aT PLS SONIA REGINA CORREA FERNANDES AU See ON ECU E REC On elu de 1931, a supervisao escolar foi implanta- COU OSM Oem CL do Departamento Nacional de Ensino. Na época, era 0 6rgao responsavel pelo acompanhamento do cumprimento dos curriculos, da verificagao CRU C CaM cee ERT TC OM Cy Cemeencre etees VSR MCC C MEM AcE) CeCe oe MU el eee caso do Centro Paula Souza (CPS), se restringiu a uma instituigao de ensino técnico e profissional. Olivro Educacao Profissional e Supervisao Educa- COA CCM CLC TOMEI ETICL eC) MCC OC SE Oe ar) OE RSC) das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), nas di- CSE COS eC com Com um olhar critico, sobre o processo de ensino/ Ere UE cere Mura destas com as respectivas comunidades, 0 Grupo CONT Re Or RCE OEE D UC Cny didaticas e administrativas, discutiu e orientou projetos em cada regido, integrou as metas de female) CMO ECR OMIT) Médio e Técnico (Cetec) do CPS, na busca de BEM Cem CCU MCU Ue Cm CLL da formacao humanistica, cientifica e profissio- DPR eo CRI c le 0s autores, num esforco voluntario, registraram Oe REO MOO a PEC mec CMON CCL) Peete Se me Cae Ck) educacao profissional. DOM ee eT Ce bane sae) COOLERS) STE a RYU eT Sy Vat) 0 ee eat a ae bs SONIA REGINA CORREA FERNANDES OE Saeed GOVERNO DO ESTADO DE SAO PAULO Governador Joao Doria Vice-Governador Rodrigo Garcia CENTRO PAULA SOUZA Diretora-Superintendente Laura Lagana Vice-Diretora-Superintendente Emilena Lorenzon Bianco Chefe de Gabinete da Superintendéncia Armando Natal Mauricio Coordenadora da Pés-Graduacao, Extensao e Pesquisa Helena Gemignani Peterossi Coordenador do Ensino Superior de Graduacao Rafael Ferreira Alves Coordenador do Ensino Médio e Técnico Almério Melquiades de Araijo Coordenadora de Formagao Inicial e Educacao Continuada Marisa Souza Secretaria de Desenvolvimento Econémico Patricia Ellen da Silva Coordenadora de Infraestrutura em exercicio Bruna Fernanda Ferreira Coordenadora de Gestao Administrativa e Financeira Ana Paula Garcia Romero Coordenador de Recursos Humanos Vicente Mellone Junior Coordenadora da Assessoria de Inovacao Tecnolégica Emilena Lorenzon Bianco Coordenadora da Assessoria de Comunicagao Dirce Helena Salles Sendo todas as coisas causadas e causadoras, auxiliadas e auxiliantes, mediatas e imediatas, e sustentando- se todas mutuamente por meio de um elo natural e insensivel que liga as mais distantes e diferentes, eu assevero que é impossivel conhecer 0 todo sem conhecer particularmente as partes. (MORIN 2002, p. 491) 2021 Copyright© Sénia Regina Corréa Fernandes O contetdo desta obra é de responsabilidade do(s) autores e proprietario(s) do Direito Autoral. Dados Internacionais de Catalogagao na Publicacao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) FICHA CATALOGRAFICA Fernandes, Sonia Regina Corréa Eduucagao Profissional e Supervisao Educacional: desafios, concepeao, implantacao ¢ resultados./Sénia Regina Corréa Fernandes, Geraldo José Sant Anna, Amneris Ribeiro Caciatori; Revisdo: Yara Denadai Golfi, Tatiane Cristina da Costa e Cléber Mapeli Serrador; Ilustracdes: Camila Tamashiro, Fernando Franga, Marta Maria Mendonca de Almeida, Renata Fermino Ferrari. - Sao Paulo: CPS, 2021. 184 p. : il., mapa. Inclui bibliografia ISBN: 978-65-87877-23-5 1. Educacao Profissional Técnico. 2. Supervisao Educacional. 3. Gestao Pedagégica. 4. Indicadores Institucionais Pedagégicos. 5. Acompanhamento de Resultados. I. Sant’ Anna, Geraldo José. II. Caciatori, Amneris Ribeiro. III. Centro Paula Souza. IV. Titulo. Tatiane Silva Massucato Arias - Bibliotecaria - CRB-8/7262 Revisao: Yara Denadai Golfi, Tatiane Cristina da Costa e Cléber Mapeli Serrador Capa: Fabio Gomes da Silva e Marta Almeida Projeto Gréfico: Marta Almeida Diagramagao ¢ Ilustragées (graficos e tabelas): Camila Tamashiro, Fernando Franga, Marta Almeida e Renata Ferrari Impressao: Rettec Artes Graficas Agradecimento Prefacio Introdugio 1. Supervisi Ll. 14. . Estrutura organiz Educacional: conceitos e diretrizes Breve histérico do Centro Paula Souza A agao supervisora ¢ sua relagao com a gestao escolar Construgao de uma nova concepgao da agao supervisora Uma proposta de reorganizagio de Supervisio Educacional cional do Grupo de Supervisio Educacional e Unidades Escolares 21. Atividades das areas de Gestio Pedagégica, Legislagao ¢ Informacio, Pessoal, Vida Escolar e Ambiente Escolar 2.1.1. Gestio Pedagégica (Geped) 2.1.2. Gestao de Legislagao e Informagao (Geslinf) 2.1.3. Gestio de Vida Escolar (Geve) 2.1.4. Area de Gestio de Ambiente Escolar Estrutura das Escolas Técnicas Al 43 AA 46 47 3. Acoes alicercadas por indicadore: estratégias para uma Supervisao mais presente ¢ eficiente ducacional 38.1. Indicadores Institucionais . Aarticule eaatua » entre indicadores institucionai do Grupo de Supervisio Educacional 0 3.3. Estratégias do Grupo de Supervisio Educacional para melhoria dos indicadores institucionais 3.4. Atuagao da Area de Ge: melhoria de proces ‘io Pedagégica na ‘os e resultados Contribuigdes do Grupo de Supervisio Educacional nos resultados qualitativos e quantitativos das Unidades Escolares Ontem ¢ hoje: avancos da acdo supervisora nos resultados das escolas O impacto sinérgico da regionalizacio na 6tica das Supervisoes Regionais ¢ Areas de Gestao 6.1 Apreciacao do contexto educacional e gestio de resultados frente & regionalizacao da Supervisio Pedagégica Educacional - Areas ¢ Regionais Para (nao) Finalizar Referéncias Anexos 73 79 93 lll 133 135 149 163 Agradecimento sta publicaco tem como objetivo contribuir com os pro- fissionais da Educa¢ao Profissional, que desejam apri- morar sua pratica docente, ou capacitar sua equipe para oportunizar ensino de qualidade aos cidadaos que almejam for- macio técnica. Agradecemos a Professora Laura Lagané pela visao inspira- dora, motivadora e positiva dos trabalhos realizados no Centro Paula Souza. Agradecemos ao Professor Almério Melquiades de Araujo pela oportunidade de socializarmos o trabalho realizado no Gru- po de Supervisao Educacional (GSE) da Cetec. Agradecemos aos Diretores de Etecs que compartilharam neste livro suas vivéncias na estrutura nova do GSE. Aos colegas do GSE que nao mediram esforcos para concreti- zacao desta publicacao. Prefacio m qualquer trabalho, quando se busca determinado resulta- do, o acompanhamento e a avaliacaéo tém um papel impor- tante. Assim, a supervisao critica, que vai além do controle do cumprimento das normas legais, precisa abranger principalmen- te essas responsabilidades participar da definicéo da oferta e permanéncia dos cur- sos técnicos; * deter informacées atualizadas sobre frequéncia e desem- penho dos alunos; participar da construgao das metas do Projeto Pedagégico das Escolas Técnicas (Etecs) e apoiar seu desenvolvimento; * promover a socializacao das boas praticas nos planos administrativos e pedagégicos; analisar a documentacao relativa a situacdo funcional dos professores e, quando necessario, propor sua regularizacao; * verificar registros escolares ¢ orientar a Secretaria Académica. Diante desse conjunto de atribuicdes e do crescimento do nt- mero de Etec e Classes Descentralizadas (CDs), a Unidade do En- sino Médio e Técnico (Cetec) do Centro Paula Souza (CPS), para definir a estrutura ¢ o funcionamento da Supervisdo Educacional, tinha um caminho a seguir: construir uma equipe central com di- visGes que respondessem pelas quatros vertentes da Supervisao (Pedagégico, Legislacdo e Informacao, Vida Escolar e Pessoal) e ampliar a regionalizacao, para melhorar 0 acompanhamento dos. processos pedagégicos de cada Etec. A vida média dos cursos técnicos no CPS, depende, principal- mente, de dois fatores: demanda pelas vagas dos cursos e indice de concluintes, que refletem a imagem da Etec e possibilidade de trabalho ou melhoria na carreira profissional. Logo, o acompanha- mento desses parametros pela Supervisdo, é fundamental para Prefacio g 3 3 & @ z g = & € = z 5 6 g a que a escola sempre contribua para 0 desenvolvimento profissio- nal, tecnolégico e social. A gestao de cada Etec pode ser avaliada, entre outros aspec- tos, pela capacidade da equipe dirigente de interagir com as co- munidades, interna ¢ externa e, analisando seus interesses, ir ade- quando a oferta de cursos nos diferentes periodos e modalidades. Essa proximidade da Supervisao com as Etecs permite o intercam- bio das melhores praticas, nos planos administrativo e pedagégi- co, permitindo mais precisao nas definigdes de metas. A conviccao que a boa formagao profissional passa por um corpo docente capacitado, para 0 adequado desenvolvimento do curriculo, requer a atengdo continua da Supervisdo ao atendimen- to dos requisitos tecnolégicos e didaticos dos professores, de cada curso técnico. O Observatério Escolar, o Sistema de Avaliacao Institucional (SAI), 0 Banco de Dados da Cetec (BDCetec), gestados na Cetec, bem como as visitas e reunides das Supervisdes Regionais com as equipes gestoras das respectivas Etecs, tém fornecido dados e in- formacGes que, apés andlises e encaminhamentos, tém permitido um constante aperfeigoamento do trabalho de todas as Etecs. Almério Melquiades de Aratijo Sao Paulo, 09 de marco de 2020. Introducao ste livro se faz importante por duas razdes principais: de estruturar-se no relato de uma experiéncia notavel e exi- tosa da equipe de Supervisdo Educacional do Centro Es- tadual de Educacao Tecnolégica “Paula Souza”, e porque podera inspirar agdes propulsoras que venham ampliar o campo de atua- cao da Supervisao nas escolas em diferentes instituicdes. Sem a pretensao de delinear um caminho a ser seguido ¢ nem buscar assegurar que as aces assumidz s, tendo-se em vista o respeito a diversidade, que caracteriza 0 ensino em nosso pais. Antonio Francisco de Paula Souza “4... ]cumprir rigorozamente com os seus deveres, de proceder sempre com hombridade, lealdade e firmeza.” (Paula Souza, Revista Polytechnica, 1918) Fonte: httpy/fwww.saopauloinfoco.com.br/tay/ antonio-francisco-de-paula-souza/) O Centro Paula Souza é uma autarquia do Governo do Estado de Sao Paulo, vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Econd- mico, Ciéncia, Tecnologia e Inovacao do Estado de Sao Paulo, ge- renciando 223 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e 73 Faculdades de Tecnologia (Fatecs), abrangendo cerca de trezentos municipios. A autarquia foi criada pelo governador Roberto Costa de Abreu Sodré em 1969, portanto, neste ano ~ 2019 - celebrando seus 50 anos de existéncia, esta obra assume relevante significado, uma g g g & g g Z 2 8 5 oe E & g Z g g a vez que narra a edificacao da supervisao delegada na instituicao e seus impactos na melhoria continua de resultados de aprendiza- gem, formacao profissional e permanéncia dos alunos nos cursos técnicos oferecidos. O patrono da instituicdo é Antonio Francisco de Paula Souza, nascido em Itu, Estado de Sao Paulo, em 6 de dezembro de 1843, filho primogénito do médico Anténio de Paula Sousa e Maria Ra- faela de Aguiar Barros. E valido comentar sobre o espirito impe- tuoso ¢ irrequieto de Paula Souza. Viajou para a Alemanha, poste- riormente, ingressou na Escola Politécnica de Zurique, onde teve seus primeiros contatos com a engenharia e, principalmente, pode integrar uma organizacdo estudantil e tornar-se simpatizante dos ideais politicos liberais. Essa simpatia teve profunda influéncia em seus valores e concepgées. Tanto que chegou a estar em Milao para defender a independéncia italiana. De volta a Alemanha, matriculou-se na Faculdade de Quimi- ca da Escola Politécnica de Karlsruhe, mas é provavel que somen- te tenha concluido sua formagao no Brasil. Publicou um panfleto, logo no inicio de 1869, intitulado A Republica Federativa no Bra- sil, onde defendia ideais republicanos, a liberdade religiosa e 0 fim da escravidao. Chegou a alforriar os escravos de sua avé, a Baronesa de Piracicaba. Em sequéncia a viagens aos Estados Unidos e Europa, retor- nou ao Brasil onde chefiou a implantacao da ferrovia Rio Claro-Sao Carlos e em 1889, assumiu o cargo de diretor da Superintendéncia de Obras Pablicas em Sao Paulo. Em marco de 1892 tornou-se de- putado estadual e no final do mesmo ano, em dezembro, passou a exercer 0 cargo de Ministro das Relaces Exteriores Ja em 1893, assumiu a direco da Escola Politécnica de Sao Paulo, assim permanecendo até o final de sua vida, apesar de de- senvolver varias outras atividades como Secretario da Agricultura, Comércio, Viacao e Obras Pablicas de Sao Paulo e fundacao do Ins- tituto de Engenharia de Sao Paulo, por exemplo. Faleceu na cidade de Sao Paulo em 13 de abril de 1917, as duas horas da madrugada, promovendo grande comocao a todos. Entendemos pertinente tracar esse breve hist6rico da vida de Paula Souza, e podemos notar seu perfil pautado pela ousadia, es- tando sempre a frente de seu tempo, democratico, altamente par- ticipativo, de alguma forma moldou o jeito de ser da Instituigao. E isso podera ser percebido ao discorrer os capitulos que dao vida a esta obra. O leitor podera observar que a experiéncia aqui narrada se vincula a acdes especificas da Unidade de Ensino Médio e Técnico (Cetec), portanto, evidencia a experiéncia do trabalho da Supervi- sao Educacional junto as Etecs que integram o Centro Paula Souza. A construgao da atual estrutura da Superviso no Centro Pau- la Souza partiu de uma visdo centralizada para sua regionalizacao, ramificando-se em doze Regionais, assim como a definigao de cinco Areas de Gestao que pudessem direcionar, orientar, acompanhar e instruir o trabalho em cada regiao. Nessa perspectiva, foram sendo organizadas as Areas denomi- nadas Gestao Pedagégica, Gestao de Vida Escolar, Gestao de Legis- lacdo e Informacao, Gestao de Pessoal e Gestao de Ambiente Esco- lar, que sdo estruturas fundamentais para o trabalho pedagégico, académico e administrativo nas Unidades Escolares. As Escolas Técnicas possuem organizacdo setorial que abrange, de maneira geral, a Direcdo da Etec, a Diretoria de Ser- vico Administrativo, a Diretoria de Servigo Académico, Assis- tente Técnico Administrative (ATA), Coordenacao Pedagégica, Coordenagao de Orientacgaéo e Apoio Educacional e docentes, além do Conselho de Escola, Grémio Estudantil, Associacao de Pais e Mestres (APM) e Cooperativa-Escola, esta tiltima nas esco- las com caracterfsticas agricolas Naturalmente, a dindmica cotidiana é bem complexa e intera- tiva, uma vez que a Coordenacao Pedagégica, por exemplo, pode, conforme o gerenciamento da demanda, estabelecer o contato com a Area de Pessoal ou de Legislacao e Informacao. Cada Area apresenta atribuicdes especificas que poderao ser conhecidas ao longo do livro e assim ampliar e aprofundar-se em sua atuacao. As orientacées pedagégicas, por meio da orientacao da area de Gestdo pedagégica, so realizadas pelas Supervisées Regio- nais, que buscam o contato préximo, intensivo e presencial com as Unidades Escolares. Essas interacées se estabelecem via visitas 1 Das 223 Etecs, 34 possuem cursos na rea agricola (Eixo Tecnolégico de Recursos Naturais) Introducéo g z 3 & o 8 5 a E € . g g y a técnico-pedagégicas, reunides presenciais e online, producéo de material de apoio, orientagées técnicas e outros mecanismos que se fizerem cabiveis para melhor direcionar, roteirizar e acompa- nhar as atividades nas escolas. Assim, a estrutura regionalizada mantém as escolas préximas da Administragao Central da Instituicéo, compartilhando celere- mente informacées, esclarecendo situagGes e sinalizando procedi mentos que fomentam a unidade de praticas e normatizagée Um outro aspecto relevante foi a insercao do estudo de indi- cadores na pratica escolar objetivando monitorar e garantir resul- tados relacionados a aprendizagem, frequéncia e permanéncia dos alunos nos cursos. O estudo de demandas, base de dados e estatis- ticas passou a integrar as acGes escolares, gradualmente, incorpo- rando-se ao cotidiano escolar. A intencionalidade da proposta foi construir uma rede corresponsdvel pelo sucesso escolar associando andlises, interpretagao de resultados e definigao de metas assumi- das pela Direco da Etec, docentes e qualquer membro da equipe pedagégica, académica e administrativa. Essa diretriz gerou uma nova dinamica ao processo educacional conduzindo os membros das Unidades Escolares a planejarem, acompanharem e replaneja- rem seu trabalho com consciéncia e estratégia. A Supervisao Educacional é a mola propulsora da qualidade do ensino, da atuacaéo harménica dos agentes escolares, organizagao escolar e o alcance de resultados de aprendizagem significativos, além de - no contexto das escolas técnicas - assegurar a conexao da escola com sua missaéo educacional tendo-se em vista a formacdo Profissional Técnica. Para estruturacao desse trabalho, a Supervisio abandona o conceito de inspe¢ao para assumir um papel politico, pedagégico e de lideranca, atuando como dinamizador e articula- dor do processo pedagégico. Na tica de Glickman (1985) a super- visdo escolar deve funcionar como um instrumento que reforga e estimula a coesdo pedagégica do trabalho realizado na escola. Existe aqui um conceito fundamental de co-construgao da pratica educativa mobilizada, de forma integrada e articulada, pela Cetec, Areas de Gestao do Grupo de Supervisio Educacional, Supervisées Regionais, Etecs e seus integrantes. Acreditamos que o leitor interessado no trabalho escolar sentir-se-4 empolgado e encorajado a impulsionar mudangas e melhorias no sistema educacional no qual encontra-se inserido, alcangando estes ou ainda melhores resultados que os aqui apre- sentados. As experiéncias compartilhadas nesta obra produzem uma linha do tempo em que se sequenciam os procedimentos que con- duziram a concepcao, implantacao, desenvolvimento e avaliacao de um modelo de Gestao da Supervisao Escolar. O livro comecou a ser escrito em 2018, sendo alimentado e atualizado por infor- mac6es que visaram a manutencao de um material que pudesse refletir a sua contemporaneidade. No tramite de publicacao desta obra, jé em 2020, fomos sur- preendidos pelo surto de contagio de COVID-19 e uma pandemia que impés a reconfiguracao dos processos de ensino e de apren- dizagem, das relacées interpessoais na escola, no desafio das ati- vidades por meio de teletrabalho e na reorganizacao das praticas académicas, documentais e comunicacionais para que o trabalho escolar nao fosse maculado. Um exemplo importante foi a alteracao do modelo oficial de Planejamento do Trabalho Docente, que foi adaptado para Plano de Orientagao para aprendizagem a Distancia (POAD), considerando migracao para o ensino remoto, em decorréncia da pandemia de COVID-19 e sustentado pelo Decreto n° 64.864, de 16/03/2020, Decreto n° 64.994, de 28/05/2020, a Deliberagao CEE n° 177/2020, e nos termos do que prevé também as Resolucdes CNE/CEB n° 06/2012, CNE/CEB n° 03/2018, além do indicado no Parecer CNE/CEB n° 05/97, tal como o Parecer MEC/CNE/CP n° 05/2020. De certa forma, a estrutura edificada e que se consolidou como Grupo de Superviso Educacional (GSE) foi testada quanto a sua funcionalidade perante as mudangas emergenciais que eclo- diram a todo instante, requerendo rapidas tomadas de decisao, adequagées, direcionamentos e apoio as Unidades Escolares em suas necessidades pedagégicas, académicas, amparo legal e juri- dico ¢ procedimentos na gestao dos profissionais. Nesta severa avaliagdo, 0 arcabouco do GSE evidenciou sua solidez, possibilitando a manutencao de um trabalho integrado, ativo, proficuo e assiduo mesmo com seus membros desassocia- dos e isolados em suas respectivas residéncias. Aguardar esse momento, mesmo que nao propositadamente, 1 Introducéo g 3 3 & @ z g = & € = z 5 6 g a um vez que nao seria possivel prever a pandemia, tornou-se salu- tar para comprovar a qualidade e relevancia do trabalho realizado. Nessa perspectiva, é que incentivamos o leitor a conhecer, es- tudar e desfrutar desta obra e, quem sabe, adotar suas propostas, respeitadas as adaptacdes que podem ser exigidas perante peculia- ridades locais, utilizando o modelo aqui proposto para dinamizar, ainda mais, a gestao supervisora em varias instituicées brasileiras. Para a escrita dos capitulos, contamos com a participacdo e interacdo da supervisora responsdvel pela Area de Gestdo Pedagé- gica, Professora Amneris Ribeiro Caciatori e do responsdvel pela Supervisao Educacional Pedagégica Regional das Etecs de Sao José do Rio Preto, Professor Geraldo José Sant’ Anna. A sintonia entre as diretrizes emanadas pela Area Gestao Pedagégica e a execucao dos trabalhos nas 12 regionais foi primordial para ao alcance dos resultados que serao apresentados no livro, principalmente os re- lacionados aos indices de permanéncia dos alunos. 7 SUPERVISAO EDUCACIONAL: COG TTS ava ee muito comum a percepgao entre educadores e gestores, quando falamos sobre supervisao educacional, de este ser um 6rgao fiscalizador, regulador e até mesmo punitivo. Nesta perspectiva, a propria palavra supervisao perde seu sentido, afinal, entendemos que o ato de supervisionar é nos determos aos detalhes, por meio da anilise de atividades, processos e procedi- mentos, possibilitando sempre a busca pela qualidade. E assim é a supervisdo educacional das escolas técnicas estaduais, um olhar atento, cuidadoso e, principalmente, orientador sobre a dinamica escolar e o processo de ensino e aprendizagem. Este primeiro capitulo apresenta, historicamente, como a su- pervisdo educacional das escolas técnicas estaduais do Estado de Sao Paulo, pertencentes ao Centro de Educacao Tecnolégica Pau- la Souza, foi se desenvolvendo ao longo dos anos e se consolidou como referéncia técnica pedagégica na gestao ptiblica de Educacao Profissional. Um caminho de estudos, experiéncias e boas praticas, permeados pela constante expansio da autarquia, fez com que a Unidade do Ensino Médio ¢ Técnico, por meio do Grupo Supervi- sao Educacional (GSE), adotasse concepcdes pedagégicas diferen- ciadas para atendimento a uma clientela diversificada e inserida nas mais distintas realidades do Estado de Sao Paulo. 1.1 BREVE HISTORICO DO CENTRO PAULA SOUZA O Centro Estadual de Educacéo Teenolégica Paula Souza (Ceeteps), também denominado Centro Paula Souza, é uma autar- quia do Governo do Estado, tendo sido criado pelo Decreto-Lei de 6 de outubro de 1969, com a denominacao de Centro de Educacao Tecnolégica de Sao Paulo, com a finalidade de articular, realizar e desenvolver a educacao tecnolégica, nos graus de ensino médio e tecnolégico. Desde seu inicio, foi concebido como autarquia do Governo do Estado de Sao Paulo, hoje vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Econémico, Ciéncia, Tecnologia e Inovacao. Em 1970, foram instaladas as duas primeiras Faculdades de Tecnologia: Fatec Sorocaba e Fatec Sao Paulo. Inobstante tenha sido prevista na sua criacdo a oferta do en- sino técnico de nivel médio, este foi implantado a partir de 1981, 8 g @ z z 5 3 a 2 3 3 ° 5 2 5 B g g Z 2 8 5 oe E & g Z g g a quando o Centro Estadual de Educacao Tecnolégica de Sao Pau- lo - Centro Paula Souza, incorporou seis unidades de ensino, até aquele momento denominadas escolas conveniadas, a partir de um convénio entre setores empresariais (prefeitura do municipio- sede da escola e governo do estado). Essas seis unidades de ensino compreendiam: Colégio Técnico Industrial Conselheiro Anténio Prado (1962), em Campinas; Colégio Técnico Industrial de Jun- diai, em Jundiai; Colégio Técnico Industrial Joao Baptista de Lima Figueiredo (1962), em Mococa; Colégio Técnico Industrial Jorge Street (1970), em Sao Caetano do Sul; Escola Técnica Industrial Lauro Gomes (1957), em Sao Bernardo do Campo; Colégio Poliva- lente de Americana (1976), em Americana. Além dessas seis primeiras escolas, em 1982, com o fim do en- to 2° grau de Profissionalizacdo compulséria, anunciado pela Lei 7.044/82, 0 Governo do Estado voltou a discutir o destino das tra~ dicionais escolas técnicas e transferiu para o Centro Paula Souza mais seis colégios técnicos da rede estadual: Gettilio Vargas (1911) e Professor Camargo Aranha (1968), em Sao Paulo; Presidente Vargas (1953), em Mogi das Cruzes; Julio de Mesquita (1935), em Santo André; Rubens de Faria e Souza (1965); Fernando Prestes (1929), em Sorocaba. Em 1988, a instituicao criou duas escolas técnicas: a Escola Téc- nica Estadual de Sao Paulo (Etesp) na capital, e Dr. Adail Nunes da Silva, em Taquaritinga, totalizando, assim, as primeiras catorze Escolas Técnicas Estaduais do Centro Paula Souza. Em 1993, 0 Governo do Estado, por meio do Decreto 37.735, de 27/10/1993, com a finalidade de reunir em rede tinica as Esco- las Técnicas Estaduais, até entéo pertencentes a Secretaria de Edu- cacao do Estado e ao Centro Paula Souza (CPS), transferiu, a partir de 01/01/1994, 35 (trinta ¢ cinco) escolas agricolas ¢ 48 (quarenta € oito) industriais da rede estadual (SEE) para o Centro Paula Sou- 2a, por tratar-se de uma autarquia de regime especial, vinculada e associada a Unesp ¢ criada justamente com a finalidade de manter 0 ensino técnico e tecnolégico. Assim, a partir de 1994, o Centro Paula Souza amplia quanti- tativamente suas unidades de ensino e expande geograficamente sua atuacao para outras cidades, pois, até entao, as unidades ini- ciais localizavam-se mais préximas da capital. Esse crescimento permitiu a criacdo de novos cursos nas areas de agropecuaria, sati- de e mineracao. No 2° semestre de 2010, o Centro Paula Souza contava com 198 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), das quais 163 urbanas e 35 com laboratorio de producao agropecuaria, acrescidas de 104 clas- ses descentralizadas’, localizadas em municipios ¢ bairros cuja po- pulacao nao comportava, a época, a criacdo de uma Etec e também para ocupar espacos ociosos das escolas da Secretaria Estadual de Educacao. Diante dessa diversidade de oferta da educacao pro- fissional, jovens e adultos puderam ser inseridos no programa de expansao da Educacao Profissional promovida pelo governo do Estado. Nessa época, as Faculdades de Tecnologia (Fatec) soma- vam 49 unidades distribuidas em 46 diferentes cidades do Estado. Em 2016, o Centro Paula Souza passou a contar com 220 Es- colas Técnicas Estaduais (Etecs) e 65 Faculdades de Tecnologia (Fatecs), atendendo mais de 283 mil alunos em cursos técnicos de nivel médio e superior em tecnologia, em mais de 300 municipios. As Etecs atendem cerca de 212 mil estudantes nos Ensinos Téc- nico, Médio e Técnico Integrado ao Médio, totalizando 171 cursos (98 Habilitacdes Profissionais ~ modalidade concomitante ou subse- quente ao Ensino Médio ~ 37 Habilitacdes Profissionais Integradas ao Ensino Médio ~ 32 Especializagdes Técnicas ~ 4 cursos de For- macdo Inicial e Continuada e Educagao de Jovens e Adultos ~ EJA) para os setores industrial, agropecuario ¢ de servicos, nas modali- dades presencial e semipresencial, além da modalidade totalmen- te a distancia (EaD). As Fatecs somam mais de 73 mil estudantes matriculados em 72 cursos de graduagao tecnolégica, nas seguintes 4reas: Constru- cao Civil, Mecanica, Informatica, Tecnologia da Informacao, Turis- mo, entre outras, Também sao oferecidos cursos de pés-graduacao, atualizacao tecnolégica e extensao. Nos tiltimos dez anos, o ntimero de alunos triplicou, com a criagao de novas unidades e cursos, levando a oferta de ensino Pro- fissional gratuito a todas as regides do Estado de Sao Paulo. intralizadas so extenses das Escolas Técnicas Estaduais (consideradas das a partir de convénios do Centro Paula Souza com a Secretaria Estadual de Educacao, Prefeituras Municipais, visando a oferta de ensino técnico, S g Aa @ g & 6 a 2 3 3 ° 2 5 a g g Z 2 8 5 oe E & g Z g g a O Grupo de Supervisao Educacional (GSE) é um departamento pertencente a Unidade do Ensino Médio e Técnico e estruturalmen- te, o Centro Paula Souza, em sua Administracao Central, apresenta a seguinte organizacao funcional: * Diretor Superintendente; * Vice-Diretor Superintendente; * Chefe de Gabinete da Superintendénci: * Coordenador da Pés-Graduacao, Extensao e Pesquisa; * Coordenador do Ensino Superior de Graduagao; * Coordenador de Ensino Médio e Técnico; * Coordenador de Formacao Inicial e Educacao Continuada; * Coordenador da Assessoria de Inovacao Tecnolégica; * Coordenador da Assessoria de Desenvolvimento e Planejamento; * Coordenador de Infraestrutura; * Coordenador de Gestéo Administrativa e Financeira; * Coordenador de Recursos Humanos; * Assessora de Comunicacao; * respectivos departamentos e areas. 1.2 AAGAO SUPERVISORA E SUA RELAGAO COM A GESTAO ESCOLAR Muitos sao os trabalhos que exploram diferentes angulos da acao supervisora e, a partir das atribuic6es a ela referenciadas, é ela- borada e definida a caracterizacao do perfil Profissional do Super- visor Educacional. Evidentemente, de acordo com o que se entende como objeto de trabalho da Supervisao, sao estabelecidos seus ob- jetivos e, a partir deles, a estrutura para que se possa atuar junto as escolas promovendo a melhoria de seus processos e resultados. Partiremos aqui dos conceitos construfdos pelo Centro Paula Souza quanto ao perfil ¢ atribuigées do Superviséo Educacional, para que se compreendam os ramos de sua atuacao, conforme ser abordado ao longo desse livro, delineando um conceito de Superviséo Educacional que se organiza em areas articuladas, de maneira a se obter uma gestdo escolar produtiva e alinhada aos princfpios da Instituicao. A definicdo apresentada por Cury (2002, p.165) sobre gestdo escolar muito se adequa aos nossos pressupostos: gestao “ geracdo de um novo modo de administrar uma realidade e é, em si mesma, democratica ja que traduz pela comunicagao, pelo desenvol- vimento coletivo e pelo didlogo”.. Logo, compreende-se que a gestao escolar e a gestao supervisora, por consequéncia, sustentam-se pela comunicacao, pela interatividade e pelo diélogo sempre presentes, estabelecendo elos consistentes de orientacao, sinalizacao e reflexao sobre praticas e procedimentos, saberes e competéncias essenciais para o desenvolvimento de um proficuo trabalho pedagogico. E importante destacar que a Gestao Escolar se sustenta por trés dreas ou setores, muito bem articulados, a considerar: a Ges- tao Pedagégica, a Gestéo Académica e a Gestéo Administrativa. Ea visao sistémica do gestor que promoverd o desencadeamento de acées consistentes e alicercaré a tomada de decisées, direcio- nando a Unidade Escolar para 0 desenvolvimento e cumprimento do seu Projeto Politico Pedagégico (PPP). O pensamento sistémico ou visdo sistémica’ é responsdvel pela uniao e articulacao dos trés setores da Gestao Escolar, fazendo com que os individuos perce- bam a inter-relacdo e interdependéncia entre suas acées ¢ as dos demais membros da escola, conceito que pode ser ampliado se in- serirmos no contexto a gestéo supervisora. Retomando a caracterizacao da Supervisdo Educacional en- quanto mobilizadora da integracao entre os processos de gestao e 0 direcionamento de acGes na escola, podemos compreender que o Profissional que a exerce deve apresentar condicées para o desen- volvimento de uma série de atividades junto as escolas de maneira a fomentar e alinhar suas metas educacionais. Nessa perspectiva, estabelece-se que o perfil do Supervisor Educacional do Centro Paula Souza é aquele Profissional que pla- neja, orienta, acompanha e avalia o cumprimento da legislacao, di- retrizes e normas educacionais ¢ institucionais; implementa politi- cas ptiblicas; orienta e acompanha a construcao do Projeto Politico Pedagégico; propée diretrizes e normas para o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem a partir de diagnésti- cos e indicadores; representar aos érgaos competentes assuntos 3 SENGE, Peter. A Quinta Disciplina: arte e prética da organizacao que aprende. 19 eds. Rio de Janeiro: Best Seller, 2005 5 g A @ g & 6 £ s 5 Ez ¢ 2 5 B 24 z gz q 2 : a Z o E Ss g a g Z 5 Z 3 a a que nao tenha autonomia para resolver; participa de equipes de trabalho; orienta o desenvolvimento de suas atividades objetivan- do atingir metas da Cetec!. Ou seja, trata-se de Profissional que tece as inter-relacées dos processos de gestdo escolar, fundamen- tados pelas legislacGes e pelos indicadores das unidades escolares, orientando e intervindo de maneira a promover melhorias na edu- cacao Profissional das escolas. Para melhor entendimento desse conceito, recorremos a Ran- gel (2008) quando assim define “coordenar é organizar em co- mum, é prever e prover momentos de integracdo do trabalho”. A figura abaixo permite visualizar essas relacdes e outras ages advindas da coordenacao das principais atividades gestoras em uma Unidade Escolar. cosy cet artic) Administativa Ciel [asic t) [osiet Financeira }] Pessoal} Patrimonial Figura 1 ~ Dimensaes da Gestiio Escolar Fonte: Produgio dos préprios autores ern eran Aprendizagem | Escolar do Aluno +A Unidade do Ensino Médio e Técnico tem a funcao de orientar, coordenar 0 planejamento e acompanhar, controlar e avaliar a execucao das atividades de ensino meédio e técnico (Decreto n° 58.385, de 13 de setembro de 2012). Essa Unidade (Cetec) se organiza em Grupos de trabalho voltados & Educacao a Distancia, Formulacdo e Andlises Curriculares, Supervisao Educacional, Capacitacao Técnica, Pedagégica e de Gestao. Considerando o exposto e de acordo com a Deliberacao Ceeteps -3, de 30-05-2008°, o Supervisor Educacional tem como atribuicées: I I TL IV Vi VI VII IX estabelecer requisitos de habilitacao para fins deadmis sao e atribuicdéo de aulas de docentes e auxiliares de instrucdo nas Etecs, atendida a legislacao; orientar as Etecs na elaboracgdo de documentos e de registros escolares; controlar a expedicao e o registro de certificados e di- plomas, bem como de outros documentos escolares produzidos pelas Etecs, para garantir sua fidedigni- dade e autenticidade; orientar as Etecs nos assuntos relativos a legislacdo de ensino e sua aplicacao em geral e no que se refere a vida escolar do aluno; analisar documentos ¢ processos relacionados a Ges- tao Pedagégica, encaminhados pelas Unidades de Ensino, referentes a Supervisdo Escolar, emitindo pa- recer conclusivo; elaborar instrumentos de avaliagao de curriculo e do processo ensino-aprendizagem; propor pesquisas e estudos necessérios ao desenvol- vimento de suas atividades; executar a superviséo pedagdgica das unidades de ensino médio e técnico, assegurando o atendimento as normas legais emanadas dos érgaos competentes, bem como as diretrizes do Ceeteps; analisar conjuntamente propostas de criacao, instala- cao, extingdo e/ou suspensdo temporaria de Etecs e cursos de ensino médio e técnico, tendo em vista as diretrizes e normas estabelecidas bem como a legisla- cao vigente; desenvolver atividades exigidas pela legislacao e pela supervisao delegada’. 5 Deliberacdo Ceeteps - 3, de 30-05-2008 (Alterada pelas Deliberagoes Ceeteps 4/2009, 2/2010, 4/2010, 4/2011, 4/2013, 12/2015 e 16/2015), dispoe sobre a reorganizacao da ‘Administracdo Central do Centro Estadual de Educacao Tecnolégica Paula Souza (Ceeteps). Supervisao delegada pela Resolucdo SE n’ 78, de 07/11/2008, com fundamento no item 145 da Indicagio CEE 08/2000. 25 8 g Aa @ g & 6 a 2 3 3 ° 2 5 a g g Z 2 8 5 oe E & g Z g g a No decorrer dos capitulos, 0 exercicio dessas atribuicées fica- 14 mais claro, tornando-as mais concretas, uma vez que o Centro Paula Souza busca relacées mais préximas entre Supervisdo Edu- cacional e escolas. 1.3. CONSTRUCAO DE UMA NOVA CONCEPCAO DA ACAO SUPERVISORA A proposta de criacdo de um novo modelo de supervisao edu- cacional surgiu da necessidade de promover ages integradas entre Supervisao Educacional e Equipes Gestoras das Escolas Técnicas do Centro Paula Souza. Seu intuito foi aprimorar os processos de co- municagao intraescolar, alinhando as orientacdes e gerando elos que viessem articular competéncias, posturas, comportamentos e atitu- des ¢ se replicassem do gestor escolar aos educandos, permeando toda rede que compée a Unidade de Ensino. Dessa forma, o fomen- to do didlogo, das discussées produtivas, das reuniées elaboradas, das capacitacdes promovidas na propria escola e gerenciadas pelos seus responsdveis tendem a produzir uma rede dialgica proativa. Esse caminho alicerca-se pelo objetivo central da Gestao Su- pervisora: (...) 0 objetivo da supervisio niio é apenas o desenvolvimento do conhecimento, visa também o desabrochar de capacidades reflexivas e o repensar de atitudes, contribuindo para uma pritica de ensino mais eficaz, mais comprometida, mais pes- soal ¢ mais auténtica”. (Alarcito & Tavares: 2003, p. 119) Nessa abordagem compreende-se a importancia da percepcao de um conhecimento que é posto a servico de uma sociedade, que se insere nas praticas e as transforma, potencializando-as e geran- do acées significativas para aquele grupo, para aquela regiao ou para uma rede de escolas. Nao é incomum a Supervisio Educacional ser relacionada es- tritamente a pratica pedagégica. Sua atuacao, contudo, a extrapola largamente uma vez que integra aspectos que caminham associa- dos: 0 docente enquanto profissional e suas atribuicées, o aluno e sua hist6ria construfda na vivéncia da escola, o trabalho pedagégico propriamente dito, o cumprimento das legislagdes vigentes, 0 fluxo de informacGes e a comunicacao intraescolar. E também facilmente observada a identificacao estrita da Superviséo com a funcao ava- liadora, reguladora e controladora. Nesta proposta, busca-se am- pliar esse conceito e redirecioné-lo para que se atue “dentro da es- cola”, na posicao de orientador, sinalizador de diretrizes (Alarcdo e Tavares, 1987, p. 34), extrapolando a proposta de “vigiar, examinar, fiscalizar, corrigir, indagar, comparar e duvidar”. Além de orientar o Diretor da escola, a Supervisdo Educa- cional Regional exerce suas atividades junto ao Coordenador Pedagégico que, por sua vez, atua com os Professores, estabele- cendo-se, assim, uma ponte entre a supervisdo e a escola para a disseminacao de boas praticas. 1.4 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACAO DE SUPERVISAO EDUCACIONAL No periodo compreendido entre 1981 a 1994, a Supervisao de Ensino das 14 escolas técnicas em atividade no Centro Paula Souza esteve a cargo da Secretaria da Educacao, por meio de érgao pré- prio de supervisao das respectivas, entéo chamadas, Delegacias de Ensino da regiao onde essas unidades estavam inseridas. Em 1988, com a publicacao da Deliberacao n° 06 de 21/4/1988, foi criada a Coordenadoria de Ensino de 2° Grau, atual Unidade do Ensino Médio ¢ Técnico, que dentre as suas atribuicées previa: coordenar, controlar e avaliar a execugao das atividades de ensino; elaborar diretrizes para a supervisdo pedagégica das Etecs e para a avaliagao do desempenho do Professor ¢ demais Profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem; elaborar modelos de organizacdo curricular e reformular, em processo continuo, as propostas curriculares, tendo em vista scu aprimoramento. A refe- rida publicacao previa também que, para desempenho de suas atri- buicdes pedagogicas, a Coordenadoria poderia contar com pessoal técnico qualificado nas areas de supervisao pedagégica, orientacao educacional, administracao escolar, bem como nas ciéncias afins a educaciio, que foram distribuidas em equipes especializadas na me- dida das necessidades do trabalho desenvolvido. 5 g @ g z & 6 £ s 5 BE ¢ 2 5 B g z 3 & o 8 5 a E € . g g y a Com 0 advento da Deliberacao Ceeteps-5 de 28-7-93, que dis- pos sobre a estrutura interna dos érgaos do Ceeteps, a Coordenado- ria do Ensino Técnico (antiga Coordenadoria do Ensino de 2° grau) passou a compreender os seguintes grupos: I - Grupo de Planeja- mento Escolar; II - Grupo de Supervisao Escolar e III - Grupo de Atividades Técnico Culturais. A Secretaria da Educagao do Estado, por meio da Resolugdo SE. 210/93, delegou competéncia legal para que o Centro Paula Souza passasse a exercer as atividades inerentes A supervisao ple- na de todas as suas unidades de ensino. O Grupo de Supervisio Educacional (GSE) do Centro Paula Souza foi estruturado, entao, de acordo com a Deliberacao Ceeteps n° 06, de 16/3/1994, e compunha-se, a época, de uma equipe cen- tral, sediada na Administracaéo Central, em Sao Paulo, e de Na- cleos Regionais de Supervisao Escolar, um na Capital e os demais nas cidades sede regionais: Campinas, Marilia, Ribeirao Preto, Sao José do Rio Preto e Sorocaba. A constituicdo inicial da equipe supervisora contou com pessoal técnico pedagégico do proprio Ceeteps, que j4 vinha de- senvolvendo as atividades pedagégicas previstas pela Cetec, e admissao de pessoas da rede estadual: supervisores de ensino e delegados de ensino aposentados, sendo que a somatoria dessas experiéncias educacionais criou um clima organizacional favora- vel 4 implementacao do trabalho educacional dessa nova rede de escolas técnicas no Estado de Sao Paulo. A Supervisao Escolar desempenhou papel importante na in- tegracdo das 14 Etecs que ha mais de uma década ja estavam no Centro Paula Souza, com as 83 unidades de ensino que provinham da Secretaria de Educacao, uma vez que apresentavam diversida- de significativa tanto em scus aspectos culturais, quanto em estru- tura fisica e em recursos humanos. Diante deste quadro heterogéneo, houve significative em- penho por parte da Cetec, com apoio dos Grupos de Atividades Técnico Culturais, Supervisao Educacional e demais equipes da Cetec, para que ocorresse a atualizacao dos docentes em relacao a técnica e didatica, bem como para a introducéo da metodolo- gia de projetos, criando espaco para a pesquisa e producgao de materiais, fatores que permitiram a introducio, nas organizacoes curriculares, das disciplinas projeto e projetos interdisciplinares e institucionai Outro aspecto relevante foi quanto a realizacéo de concurso ptiblico para docentes, pela Coordenagao da Cetec, acompanha- do todas as fases de sua execucao. O concurso foi descentralizado por regido e, desta forma, alcangou grande ntimero de inscritos. Os docentes que até entdo lecionavam nas unidades de ensino oriundas da Secretaria da Educacao eram estatutérios e perten- ciam ao quadro da SEE. Para que continuassem a ministrar aulas, submeteram-se a novo concurso por se tratar de uma nova funcao publica no Centro Paula Souza e por esta se pautar no regime da Consolidacao das Leis do Trabalho (CLT). A partir do inicio de 1997, alguns supervisores foram transfe- ridos para diferentes setores do Centro Paula Souza, como: Siste- ma de Avaliacao Institucional (SAI), Area de Gestao de Parcerias e Convénios (AGPC), Unidade de Recursos Humanos (URH), Labo- rat6rio de Curriculo, bem como outros de ordem funcional, com- preendendo dispensa da funcdo, aposentadoria, falecimento. Isso tudo ocasionou a extingado de alguns Nuicleos de Supervisao Educa- cional Regional: Sao Paulo, Marilia e Sao José do Rio Preto, perma- necendo os demais em funcionamento: Nucleo Central, Campinas, Sorocaba e Ribeirdo Preto, os quais passaram a se responsabilizar pela supervisao das escolas dos nticleos extintos. A equipe com sete supervisores passou a atender 105 unidades. Gradativamente, a partir de julho de 2004, com a criagao de novas unidades de ensino, ampliou-se o ntimero de supervisores, com a inclusao de ex-diretores de escolas técnicas estaduais habi- litados para o exercicio da funcao. A significativa expansdo da oferta da educacdo Profissional pelo Governo do Estado, ocorrida principalmente no periodo compreendido entre 2006 a 2010, propiciou consequente aumento no numero de unidades de ensino no Centro Paula Souza, prin- cipalmente considerando a expansao do Ensino Técnico e Médio por meio de parcerias com a Secretaria de Estado da Educacao (SEE) e Prefeitura Municipal de Sao Paulo (PMSP), para o ofere- cimento da Educagao Profissional em Classes Descentralizadas. Os supervisores também eram responsaveis pela organizacéo e orientacao dos processos envolvidos na gestao escolar dessas clas- 29 8 g @ z z 5 3 a 2 3 3 e 5 2 5 B ses. Houve, dessa forma, a necessidade de reorganizar a estrutura € a composicao da equipe supervisora, fato ocorrido a partir de 2009, conforme graficos a seguir. NUMEROS DE ETECS 250 m4 BNO R_22B 20 ‘186 157 150 100 30 so Desafios, Concepcao, Implantacao e Resultados 2009-2010 201120122013. 2014-2015 «201620172018 2019 NUMEROS DE CLASSES DESCENTRALIZADAS 2009 2010 «-2011«-2012«2013.«2014_-«2015-«2016-—«2017«2018 2019 Para a reorganizacao da Supervisao Educacional, foi conside- rado a experiéncia da equipe de supervisao de outras instituic6es que ja atuava no Centro Paula Souza e do estudo dos seguintes documentos: * Resolugdes SE n° 210/1993 e SE 78/2008, que dispdem sobre a delegacdo de competéncias ao Centro Paula Souza para exercer a superviséo de ensino das Escolas Técnicas Estaduais sob sua jurisdicao; * Deliberacao Ceeteps n° 03/2008, alterada pela Deliberacao Ceeteps n° 04/2011, que dispde sobre a reorganizacao da Administracao Central do Centro Estadual de Educacao Tecnolégica “Paula Souza”; * Legislacao especifica de supervisao educacional. Enquanto o néimero de escolas possibilitou 4gil acesso aos super- visores oferecerem suporte e orientacao, exigindo-se sua reconfigu- racéo mediante a ampliacéo de Unidades Escolares para dar suporte e orientacao sobre as atividades fim (pedagégica) e meio (matricu- las, atribuicdo de aulas, autorizacao de curso e outras atividades). A nova organizacéo ocorreu quando houve expressivo au- mento de unidades escolares, para oferecimento de acompanha- mento e orientacdo mais préxima as escolas no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem. A partir da sistematizacao de todas as atividades, foi proposta a reorganizacdo da Supervisao Educacional em 4reas, para o redirecionamento das atividades, definicao do perfil Profissional, exigéncias de formagao, experién- cia Profissional, local de trabalho, competéncias gerais e especifi- cas e atividades da Supervisao Educacional. O desenvolvimento da nova proposta de organizagao da Su- pervisaio Educacional permitiu o acompanhamento das demandas da Administracao Central e Etecs ¢ possibilitou a implantacao de procedimentos operacionais padronizados, assim como a especia- lizacdo das areas de acordo com sua atuacao. Apés a sistematizacao das atividades, tornou-se possivel uma melhoria nos procedimentos e, consequentemente, nas atividades, otimizando a atuacdo dos servidores e o uso dos recursos mate- riais e financeiros disponiveis, com maior celeridade, presteza e desempenho dos envolvidos. Com a reorganizacao, as atividades foram revistas para melhoria continua, a fim de agregar valor as praticas de gestao dos supervisores. Considerando a necessidade de agrupar as atividades o Grupo de Supervisdo (GSE) foi organizado em cinco areas: Gestao de Le- 8 g @ z z 5 3 a 2 3 3 e 5 2 5 B z g g 2 : a Z o E Ss g a g Z é Z ‘3 g a gislacdo e Informacao, Gestéo de Ambiente Escolar; Gestao de Vida Escolar; Gestao de Pessoal; Gestéo Pedagégica. Vinculada a area de Gestao Pedagégica, criaram-se doze Supervisées Pedagégicas Re- gionais correspondentes as regides administrativas do Estado e a estrutura do GSE passou a ter a seguinte configuracao: DCE Iosg rr Gestio de erect) re Area Escolar nt) Cer ce) eres | | Mier Pessoal Figura 2 - Areas Gestoras da Supervisio Educacional Fonte: Produgio dos préprios autores As Areas do GSE, naturalmente, relacionam-se entre sie atuam em conjunto com a Unidade de Ensino Médio e Técnico, bem como com outras instancias que integram o Centro Paula Souza, a saber: Gabinete da Superintendéncia (GDS); Unidade de Gestao Administrativa e Financeira (Ugaf); Unidade de Recursos Humanos (URH); Unidade de Infraestrutura (UIE); Unidade Processante (UP); Ouvidoria; Setor de Convénio; Assessoria de Comunicacao (AssCom); Centro de Gestao de Documentagao (CGD). A forca de trabalho do GSE tem variado conforme aumenta 0 numero de unidades e, embora nao seja proporcional, houve um aumento de regionais e servidores. Para a composicao das equipes das Regionais, os critérios utilizados para definicao da carga hord- ria de seus membros sao calculados a partir do ntimero de Etecs e Classes Descentralizadas (CDs), distancia entre unidades e ntimero de turmas. O grafico abaixo ilustra a variacao: DADOS GSE 1 Nimero de Unidades 7 mn 470 IN Classes Descentralizadas “a 1H Nimero de Regionals HE Nimero de Servidores Areas 3 1293 260 B37 a 197 151 a6 7 Fal . 2 6 n oso oso Mosse Meme MMs Bie Bees 5 195319982006 20092o)as 20am Gréfico 1 Fonte: Produgiio dos préprios autores E a ° 5 UU E 3 g 3 ‘g E 5 & pa ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO GRUPO DE SUPERVISAO Ue Nate Vs UNIDADES ESCOLARES ee estrutura do Grupo Supervisao Educacional em dreas ocorre em funcao da organizagao das atividades meio e fim. As dreas de Legislacao e Informagao, Vida Es- colar, Ambiente Escolar e de Pessoal sao entendidas como ativi- dades-meio e desenvolvem suas atividades com todas as Etecs; a area de Gestio Pedagégica, como atividade-fim, tem como ob- jetivo o processo de ensino e aprendizagem e atua por meio das equipes regionais. Considerando a existéncia de 221 Escolas Técnicas Estaduais e 249 Classes Descentralizadas em todo o Estado de Sao Paulo, a Area de Gestao Pedagégica, organizada em 12 regides definidas a partir das regides administrativas do Estado, e a sistematizacdo das atri- buicdes de cada uma das cinco 4reas, compostas por supervisores educacionais, coordenadores de projeto, auxiliares e/ou assistentes técnicos administrativos, consolidou uma dindmica relacéo com as escolas e possibilitou um acompanhamento mais préximo. No decorrer do trabalho das SupervisGes Regionais, um im- portante vinculo entre a Supervisio Educacional e a Unidade de Infraestrutura (UIE) estabeleceu-se. A partir de 2015, passou a inte- gtar as supervisGes regionais o Coordenador de Projetos Respons4- vel pela Gestdo do Espaco Fisico, para atuar nas escolas e realizar a articulagao entre os ambientes de aprendizagem, infraestrutura, equipamentos e mobilidrios necessérios ao trabalho pedagégico, para a efetiva formacao Profissional dos alunos. Esta gestao tem se mostrado imprescindivel para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, inclusive, gerando a criacao da quinta area no GSE, a Gestao de Ambiente Escolar. Devido a esta efetividade, ha estu- dos para a descentralizacao de atividades de outras coordenadorias da Administracao Central. O organograma das relacées entre a Unidade de Ensino Médio e Técnico, Areas e Regionais do GSE, assim como o mapa das re- gionais, permite melhor entendimento da estrutura do GSE: 3 g & 2 z a 2 é 5 § a ; £ 5 & 3 3 g P 3 3 é 2 § § & 3 z z Legenda [Bauru e Aracatuba Campinas Norte [icampinas sul GSP Leste, GSP Noroeste, GSP Sul e Baixada Santista [Bi ttapeva e Registro []/Marilia e Presidente Prudente [Bp Ribeirao Preto e Franca Sao José do Rio Preto, Central e Barretos [Bserecaba [Bf Vale do Paraiba e Litoral Norte [lf Niicleo Regional de Administracao sasojny soudoad sop ovSnporg :2yuog sruosBry saostaipqng 2 ovstasadng up suoxy sup ovswzsuv819 ~ ¢ anit vm | quan aren | a . Eom | eee | Rn eo on coe el ern OYsrcsg | Moc eaadey j} ainsaso |] as9 petri) Retin essa Pen) Peery fon Prec Pia Ps) Ce ere Tat) eo) Bry er) POT i Brot) ) sopeyinsay 9 opSejue[duy ‘ovddasu0> ‘Soyjesoq 2.1 ATIVIDADES DAS AREAS DE GESTAO PEDAGOGICA, LEGISLACAO INFORMACAO, PESSOAL, VIDA ESCOLAR E AMBIENTE ESCOLAR A partir do estudo para implantacao da reorganizacao da es- trutura do GSE, explicitada anteriormente, também foram defini- das as competéncias e atividades para cada uma das cinco areas ja citadas e supervisao educacional pedagégica regional do GSE, que apresentaremos a seguir. E importante reconhecer que a atuacao das areas e regionais estabeleceram elos fundamentais entre esco- las e a Unidade de Ensino Médio e Técnico. Nao sera objeto deste livro, mas € importante citar que esta experiéncia de mapear as atividades impulsionou a ideia de clabo- rar a descrigéo da execucao das atividades das areas do GSE para facilitar o desempenho dessas atividades por novos servidores, quando em férias ou substituicdo, com objetivo de aumentar a in- tegracdo entre as dreas e evitar retrabalho. 2.1.1 Gestao Pedagdgica (Geped) A Area de Gestao Pedagégica estabelece diretrizes e normas as Unidades Escolares e, por meio das Supervisdes Educacionais Pedagégicas Regionais’, desenvolve as seguintes atividades: * acompanhar e avaliar os procedimentos pedagégicos (ava- liagdo e metodologias de ensino), objetivando a qualidade no processo de ensino e de aprendizagem, sempre em con- sonancia com as especificidades de cada Unidade de Ensino; orientar os coordenadores de curso e pedagégico das Uni- dades quanto a elaboragao e¢ acompanhamento do desen- volvimento dos Planos de Trabalho Docente e integracao entre os Componentes Curriculares; estabelecer subsidios para claboracao ¢ homologacao do Calendario Escolar e das Organizagées Curriculares; orientar os Diretores de Etecs e Pedagégicos quanto a ela- boracao, homologacao e desenvolvimento do Plano Pluria- Educacionais Pedagégicas Regionais’”, ao longo da obra, serao referenciadas ies Pedagégicas Regionais ou Supervisdes Regionais, conforme contexto. Estrutura Organizacional do Grupo de Supervisao Educacional e Unidades nual de Gestao (PPG) e do Projeto Politico Pedagégico, in- clusive dos projetos especificos de cada Unidade de Ensino; * orientar as Unidades Escolares sobre Est4gios Supervisio- nados e Trabalho de Conclusao de Curso; * gerenciar os processos das Divisées de Classes em Turmas’, eo controle das aulas previstas, dadas, nao dadas e repostas, para 0 acompanhamento e pleno cumprimento dos curriculos; * analisar registros escolares e indicadores institucionais para melhoria continua dos processos ¢ resultados pedagé- gicos da escola; * diagnosticar os impactos de diretrizes e medidas educacio- nais pedagégicas, a fim de melhorar a qualidade do ensinoe aprendizagem; * identificar principios e fundamentos teéricos do processo educativo ¢ os relacionar as situacdes reais do ato de apren- der e ensinar, integrando teoria e pratica; * estabelecer critérios e avaliar os resultados do processo de ensino e aprendizagem das Etecs e formular propostas educacionais, para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem; orientar a escola como espago de construcéo de competén- cias, formacao de identidades auténomas e compreendé-las por meio de valores, atitudes e sentimentos; + propor e colaborar, a partir da andlise de indicadores, com os programas de aperfeigoamento para docentes e coordenadores; * realizar visitas as Unidades, quando necessério, prestando orientacdo pedagégica; * atender as solicitacdes de outras instancias do CPS, sobre os assuntos relativos a Area; * acompanhar e avaliar o desempenho profissional da dire- cao e coordenacdo das Unidades, inclusive de suas Classes Descentralizadas; * analisar e assegurar a consonancia da concepgao de avalia- cao comas diretrizes da Proposta Pedagégica de cada Unidade; Desafios, Concepcao, Implantacao e Resultados * A divisao de classes em turmas ocorre quando, em aulas préticas, o namero de alunos é superior a trinta, A turma é dividida em duas, sendo que para cada uma haveré um. Professor que ministraré suas aulas no laboratério, setores produtivos ou outros ambientes didaticos onde se desenvolvem praticas Profissionais. E regulamentada, no Centro Paula Souza, pela Portaria Ceeteps GDS 905, de 22/12/2014, * orientar a sistematizacao dos registros pedagégicos; * assegurar o processo de avaliacao da aprendizagem esco- lar ea recuperacao dos alunos com menor rendimento, jun- tamente com os segmentos da comunidade escolar; * acompanhar e orientar as Unidades no que se refere a ¢ Progressao Parcial e a permanéncia de alunos; * manter-se permanentemente em contato com as Unidades Escolares sob sua responsabilidade, por meio de visitas e de reunides com diretores, coordenadores e docentes; 2.1.2. Gestdo de Legislacao e Informacao (Geslinf) A Gestao de Legislagao e Informagao, como a propria no- menclatura induz, assessora a Diretoria do Grupo de Supervisao Educacional, a Coordenadoria da Unidade do Ensino Médio ¢ Técnico e ao Gabinete da Superintendéncia em relacao a anilise, orientacao e gerenciamento dos assuntos juridico-legais voltados para a rotina escolar das Etecs, Como exemplo dessa assessoria podemos citar: abertura de cursos novos; Associacao de Pais e Mestres (APM); licitacao de cantinas; cessao de prédios; consul- tas sobre aspectos legais de demandas escolares, por meio das seguintes atividades: * analisar as solicitacdes para criacdes, instalacdes, extingdes e/ou suspensdes temporarias de habilitagdes das Escolas Técnicas Estaduais; * apreciar e emitir parecer sobre as condigdes necessarias para criacdo e funcionamento de Escolas Técnicas Estaduais; * analisar expedientes referentes a convénios para a instala- cdo de cursos em Classes Descentralizadas; + pesquisar e orientar legislacao sobre estégio supervisionado; * orientar a equipe gestora das escolas na constituicéo da APM, Grémio Estudantil, Conselho de Escola, Coopera- tiva-Escola e de outras instituicées auxiliares visando o envolvimento efetivo da comunidade e funcionamento regular, conforme normas legais e éticas; * analisar, elaborar e emitir documentos técnicos e orienta- c6es diversas pertinentes a Legislagao e Informacao; 3 3 zg 2 a 3 g 2 5 BZ < 5 Bg 3 & 3 3 2 z 3 3 g 2 s & & a & analisar pedidos de cessdo de prédio ¢ outros de ordem patrimonial; * estabelecer interface com os demais setores do Ceeteps; divulgar documentos novos produzidos pela equipe da Area de Legislacdo e Informacao. * assessorar as Unidades na interpretacdo e aplicagao da le- gislacao de ensino e do Regimento Comum das Etecs; Deli- beracées, Portarias, Instrucdes e demais normas do Ceeteps; * assessorar, respeitada a competéncia da Unidade Proces- sante - UP, nos expedientes de Sindicancia, bem como nos Processos Administrativos nos assuntos pertinentes 4 Su- perviséo Educacional; * atender as solicitacdes da Ouvidoria, Gabinete da Superin- tendéncia, e demais érgaos do Ceeteps sobre os assuntos relativos a Area; * subsidiar o Diretor Superintendente, por meio de andlise de Projetos de Leis relacionados com o Ensino Médio e Educa- cao Profissional Técnica de Nivel Médio. 2.1.3 Gestao de Pessoal (Gepes) A Area de Gestao de Pessoal atua em assuntos relacionados aos docentes, como: atribuicao de aulas; autorizacao para lecionar; assessoria na definicao de atribuigdes dos Coordenadores de Cur- so, Pedagégicos, Assistente Técnico Administrativo e Auxiliar de Docente e na proposta de programas de desenvolvimento pessoal para Diretores e Diretores de Servicos Administrativo, por meio das seguintes atividades: g g Z 2 8 5 oe E & g Z g g a + analisar e definir 0 processo de atribuicao de aulas, classifi- cacao e pontuacdo docente; * analisar e emitir pareceres, informacées e relatérios perti- nentes a Area de Gestao de Pessoal; * assessorar na definicdo de atribuicdes dos Coordenado- res de Curso, Coordenadores de Projetos Responsavel pela Coordenagao Pedagégica, Coordenador de Projetos Res- ponsavel pela Orientagdéo e Apoio Educacional, Auxiliar Técnico Administrativo I e Auxiliar Docente; * acompanhar e avaliar 0 desempenho dos Profissionais da diretoria de servigo administrativo, direcdo e coordenagao das Unidades, inclusive de suas classes descentralizadas; * identificar necessidades e propor programas de aperfeicoa- mento e atualizacao da equipe de direcao; * estabelecer procedimentos e organizar o processo de entre- vista de Diretor de Etec e Coordenador de Classe Descentra- lizada que sera Etec; * estabelecer interface com os demais setores do Centro Paula Souza no tocante aos assuntos de gestao de pessoal; * promover a divulgacao de documentos e orientacées diver- sos, relativos a Area de Gestao de Pessoal; * analisar a indicagéo de Coordenadores de Curso, Coorde- nadores de Projetos responsdvel pela Coordenacao Peda- gogica e de Orientacao e Apoio Educacional que nao preen- cham os requisitos exigidos na legislacao. 2.1.4 Gestao de Vida Escolar (Geve) A Area de Gestao de Vida Escolar atua em assuntos de Regis- tro escolares discentes, criando e aperfeicoando procedimentos e modelos relativos aos registros académicos, de orientacao sobre ca~ dastro de alunos, de concluintes nos sistemas estaduais e federais, entre outros, por meio das seguintes atividades: * relacionar normas legais as situacées reais; * formular propostas para a melhoria dos processos da Area de Gestao da Vida Escolar a partir da andlise de indicadores e das sugestes advindas das unidades; * diagnosticar dificuldades nos processos da secretaria acadé- mica a partir de indicadores e oferecer soluges factiveis; * definir procedimentos e modelos relativos aos registros administrativos e académicos de acordo com a legislacao; * analisar e emitir pareceres, informacées e relatérios perti_ nentes a vida escolar; * analisar e validar as solicitagdes de inclusao de Habilita- ¢Ges e de alunos concluintes, no sistema da SEE, de cadas- tro de alunos; Estrutura Organizacional do Grupo de Supervisdo Educacional e Unidades Escolares + gerir a inclusdo de matriculas ¢ concluintes no sistema da SEE, de cadastro de alunos; * elaborar orientacées, analisar os processos e controlar a ex- pedicdo e registro de diplomas, certificados e outros docu- mentos escolares; * acompanhar a emissdo de documentos referentes vida escolar, garantindo a sua fidedignidade e de autenticidade; * acompanhar os processos seletivos e de matriculas de alunos; * encaminhar as Unidades, impressos de diplomas, de acordo com a demanda; * propor e conduzir programas de desenvolvimento dos responsaveis pela secretaria académica; + regularizar a Vida Escolar de alunos; * analisar Equivaléncia de Estudos; * analisar e dar o Visto Confere em Histéricos Escolares, expedidos até 1999; * revalidar Certificados e Diplomas de Estrangeiros; * realizar levantamento e disponibilizar 4s outras areas da Supervisaéo Educacional indices de evasao e de concluintes, por Unidade e por curso; assinar, conjuntamente com o Diretor, declaracao aos érgaos regulamentadores de Profissao, do funcionamento das habi- litacdes oferecidas pelas unidades; * gerenciar a coleta de dados das unidades referentes ao Educacenso. Desafios, Concepcao, Implantacao e Resultados 2.1.5 Area de Gestao de Ambiente Escolar (Gaesc) A area de Gestéo de Ambiente Escolar atua por meio do siste- ma do Observatério Escolar, através das visitas realizadas nas uni- dades e andlises nelas efetuadas e fornece indicadores as unidades ea Administracdo Central para que, a partir deles, possam atuar, intervindo no desenvolvimento dos processos académicos, pedagé- gicos e administrativos. A rea desenvolve as seguintes atividades: * diagnosticar e auxiliar 4s Etecs sobre as necessidades de intervenc6es nos ambientes escolares quanto aos procedi- mentos de: consertos, manutengdes e adequacses; * orientar ¢ acompanhar a baixa de material permanente inservivel referente a maquinas, ferramentas, mobiliarios e demais itens patrimonidveis, com vistas a melhorar os am- bientes pedagdgicos das Unidades de Ensino; * orientar e acompanhar as unidades escolares quanto ao recebimento e a instalacéo de novos equipamentos; + promover apoio a Ufiec na implantacdo de cursos de qualifi- cacao Profissional no que tange a infraestrutura para atendi- mentos as necessidades pedagégicas dos cursos; * avaliar, orientar e sistematizar as praticas relacionadas aos diversos processos que norteiam o trabalho das Etecs por meio do Observatério Escolar; * estruturar projetos de implantacao e o de continuidade do 47 programa 5S. > Estrutura das Escolas Técnicas As Escolas Técnicas do Centro Paula Souza, em geral, possuem estrutura organizacional similar, coma diferenca para as que ofere- cem 0 laboratério de producdo Agropecuaria, que oferecem cursos no eixo de Recursos Naturais. Estas possuem Supervisao de Gestao Rural e da Cooperativa-Escola. Abaixo pode-se observar os organo- gramas das duas possiveis estruturas das Etecs: ORGANOGRAMA DEPARTAMENTAL DE ESCOLAS TECNICAS Conselho to Wh eco CO ScOry Cris etc Cr Or Eee Coordenagio oy Derry Descentralizada Figura 5 ~ Organograma Departamental de Escolas Técnicas Fonte: Produgio dos préprios autores & 3 5 a 5 3 z 2 ° £ 5 5 5 z z 3 5 3 2 g 3 3 B P Go 3 3 a g 2 g a 5 & 3 g 3 e a

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