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Ciclo de politicas Publicas a proceso de elaborasio de politcas pibicas (policy-making Process) também acid como ciclo de politica pibticas (otic cyl. Este um exiema jevinulizagio interpretas20 que organiza a vida de uma politica pibica op fases sequenciais € interdependentes. Seu Proponente precursor foi Harold D. aswel no livro The Decision Process (1956), que depois foi revisto, criticado ¢ aqrinorado por diversos autores (JANN; WEGRICH, 2007). apssar de varias versbes jé desenvolvidas para visualizasio do ciclo de pol sas publicas, estringimos 0 modelo ais sete fases principais: 1) identificacio do problema, 2) formagao da agenda, 3) formulagio de alternativas, 4) tomada dedecisdo, 5) implementagao, 6) avaliagao e 7) extingao. Ociclo de politicas publicas, ainda que tenha utilidade heuristica, raramente rellete a real dinamica ou vida de uma politica publica. As fases geralmente Stapresentam misturadas, as sequéncias se alternam (Figura 3.1). Wildavsky (1979), por exemplo, sustenta que em alguns contextos a identificag4o do pro- blema esta mais relacionada ao fim do processo do que ao inicio, ¢ as fases de waliacio geralmente acontecem antes do escrutinio do problema. Cohen, March *Oken (1972) elaboraram o “modelo da lata do lixo”' para descrever que so- 1 ts 7 wali serve como metifora da anarquia decisoria nas organizagdes. Segundo Cohen, March e Olsen ats 2288S produzem muitos problemas € muitas solugBes para ests. Imimeros problemas <0- edie neo 2"2d0s diariamente em uma lata de lixo. Os tomadores de decisio recorrem a essa lata de lixo ‘sitam combinar Solugdes a problemas. Digitalizada com CamScanner Ciclo de politicas publica Iugdes muitas vezes nascem ue nio hé um ponto de ; ie fe que seu processo € Incerto, as decisBes e revisdes sio consta antes dos problemas. Alguns académicos a, Ja. um ponto de finalizasa0 de uma pot Pe Sy fronteiras entre as fases nio sio nitidas. ‘pest de todas esas ponderases,o ciclo de polities pibicas tam ya. grande utiade ajuda a organiar aides faz que complexidade deny Iitica publica seja simplificadae ajuda politicos, administradotes © pesquigyy. res criar um referencial comparativo para casos heterogéneos, Veremos, a seguir, cada uma das fases do ciclo de politica piblica sep, radamente. 3.1 IDENTIFICAGAO DO PROBLEMA. Um problema é a discrepancia entre 0 status quo e uma situagio ideal past vel. Um problema que fosse a realidade pili por exemplo, uma catéstrofe natural que afete a vida de pessoas de de éa diferenga entre 0 que é € aquilo que se gostarn_| Um problema piblico pode aparecer subitameate, " nada regido. Um problema piiblico também pode ganhar importincia aes pt os, como 0 congestionamento nas cidades ou a progressiva burocra car "TULO ~ cicto DE FoLtnicas FUsLicAS : €reflexo da deteriora fio de 1A percepsio do problema: um al Problema publ das pessoas. Um problema public, posbee as de formulagao das a ; s rpativas 'na implementacdo, os problemas piiblicos slo rede 6. prineipalmen cadaptados por «a publica. A avaliagio da possibilidade de solugio:costuma- sem listo nie éum problems Eda que tem seme ne 62s sto elaboradas para resolver completamente um problems ein ey Para mitigi-lo ou diminur suas consequéncas negativas. No = ‘ilmente um problema é identificado socialmente se ndo apresenta ron de solusio, na finidos Politicos, buroeratas eos propros destinatitios da politi. Os partidos politicos, os agentes politicos e as org mentals slo alguns dos atores que se preocupam Digitalizada com CamScanner ———E eee rts, CASS PRE yninicasPOBLICAS CF fe vista racional, €88€5 atores enca, sblemas piblicos. De ponto de v ram rene res matra-prima de trabalho, U™ PoUtCO enon, portunidade para demonstar SU trabalho, pro nos problemas puiblicos uma oF sina, una jotta para 2588 8 m= fauna entra em exting s a le criagdo de uma entidade de defesa daquela espécie, pportado comeca a atrapalhar um se, de defender os interesses desse se. uma espéci surge a oportunidade d partir do momento.em que um prod tor industrial surge a oportunidad tor industrial. ‘Se um problema é teresse na sua resolucio, este poderd ento lu na lista de priordades de atuagio. Essa lista de prioridades ¢ conhecida como ficado por algum ator politico, e esse ator tem in, star para que tal problema entre agenda. 3.2 FORMAGAO DA AGENDA ‘A agenda é um conjunto de problemas ou temas entendidos como relevantes, Ela pode tomar forma de um programa de governo, um planejamento orga- srio, um estatuto partidirio ou, ainda, de uma simples lista de assuntos, ment {que o comité editorial de um jornal entende como importantes. De acordo com Cobb e Elder (1983), existem dois tipos de agenda: agenda politica: também conhecida como agenda sistémica, é o conjunto de problemas ou temas que a comunidade politica percebe como merecedor de intervensio piblica;e agenda formal: também conhecida como agenda institucional, é aquela que clenca os problemas ou temas que o poder puiblico jé decidiu enfrentar. Exlste, ainda, a agenda da midia, ou seja, — ista de problemas que recebe "sio especial dos diversos meios de comunicacio, O poder que a midia tem sobre a opinido pbc em nnte Péblica€tamanho que, nao raras vezes, a agenda da midia com iciona as agendas politicas ¢ insti itucio Em uma abordagem multicéntrica de tam miltiplas ‘wabalhadores Politicas piblicas, entende-se que exis agendas dos policyma bak sas Policymakers. Uma confederagio de sindicatos 4¢ Benda, que pode ser bem diferente da agenda de ut ‘CAPTTULO 5 ~ ecto DE OLITICAS PLMLACAS 0 federagdo de ind ; ‘rias, em partes convergente com a agenda de um orgi- nismo internacional como a Organizagdo internacional do Trabalho (OIT). Os problemas entram ¢ ssem das agendas. Eles ganham notoriedade e rele- vincia, € depois desinflam, Como destaca Subirats limitagio de re [permanesam por muito tempo, ou nem consigam entrar nas agendas. ‘Uma das teorias mais referenciadas sobre a estabilidade e a mudanga das agendas é a teorla do equilibrio pontuado de Baumgartner ¢ Jones (1993) (Fi- _gura 3.2). Segundo esses autores, a agenda reveza periodos de es problemas e periodos de emergéncia de problemas. Os periodos de sio reflexos de pressdes politicas de manutengio do status quo e de restrigdes institucionais que coibem a mudanga da agenda. Os periodos de ruptura (a5- censio de novos problemas ou redefinigio de velhos problemas) sio reflexos da madanga da compreensio da esséncia do problema (informagoes empiricas), de novos apelos emotives em torno de algum problema, ¢ de empreendedores de politicas piiblicas que sio capazes de inserir ou inflarcertos problemas na agenda (Capella, 2007). fe Momentos de usanga na agen | Teoria do equilibrio pont Digitalizada com CamScanner sexs cone ASS PATI, QUESTS ECONCURSDS enmcas URUCAS-C o wood (1988) fzeram uma anise da ascensio ¢ declinio de te, es se oculm qv m dad i eee fase de deci sos sigh fa ema sre evident que ireas como defesa nacional ganharam enorme aten¢2o nog ‘anos 1940, por conta da Segunda Guerra Mundial, ¢ temas meio ambiente comesaram a ganar progressiva aten¢d0 a cscindalo de corrupslo descoberto ou 0 incéndio em um Museu. ‘como ocorreu no Rio de Janeiro em 2018 0s problemas increments sio aqueles que ganham espago progressivo na agenda como, por exemplo, o aumento gradual dos congestionamentos a8 ‘grandes cidade (incrementalidade positiva) (s problemas em declnio sto aqueles que, ao contréti, perdem espago pro- ‘Bressivamente na agenda, Exemplo distoé a melhoria do saneamento basico nas srandes cidades, causando declinio gradual dos problemas relacionados & hi- iene e doenga, como célera, diarrea, hepatite e amebiase, Problemas estiveis sto aqueles que nem avansam nem retrocedem na agenda 20 longo do tempo, Sio problemas contantes como, por exemple, a precaie dade das calcadas no Brasil. ae Os problemas ciclicos ganham ou perdem espaso na agenda de acordo com 4 ‘azonalidade, em algumas épocas s30 mais visiveis e em outras ‘entram em dor- (CAPHTULD ~ cio Du FOLITCAS PUBLICAS o = Problema Problema emdedinlo save! eee KEM ‘Tipos de problema e foranagdo da agenda rméncia. Exemplos de problemas cclicos lo a compra de votos, que acontecem ‘nos anos eletorals,e a inundagio sazonal das margens habitadas dos ris da re- sido amazOnica. Segundo Cobb ¢ Elder (1983), existem tréscondigées para que um problema centre na agenda politica: 1 atengdo: diferentes atores(cidadios, grupos de interesse, midia etc.) devem entender a situasdo como merecedora de intervengo. As vezes essa atengio pliblica, geral; outras a atengdo €levantada por grupos especializados ou mais sensiveis ao problema, mesmo sendo desconhecido pela populagSo em gera 1 resolutividade: as possives apis devem ser consideradas necessiriasefactivels 1 competéncia: © problema deve tocar respoasabilidades publica Geralmente, quando académicos ou jornalistas mencionam “agenda”, eles se referem 3 agenda formal, 3.3 FORMULACAO DE ALTERNATIVAS ‘A partir da introdugdo do problema na agenda, 0s esforsos de construsdo ¢ com saree slyps poe poten soca etal solugdes passa pelo estabelecimento de objtivoseestratégias e oestudo das por iva de solusdo. 9, p. 68), “a definigdo das alernativas & yernativas €a escolha tencials consequéncias de cada De acordo com Schattschnei co instrumento supremo de poder, porque a definicio de ah dos confit, ea escolha dos conflitsaloca poder"? 3 Wedgie deg em igh Digitalizada com CamScanner de solusto se desenv0}¥8 POF MEO de egy uéncas do problema, € dos Potengi cial do minicipio, diminui 0 nivel de desemprego) ou de maneira mais con, crea (por exemplo,reduzir em 20% o niimero de sequestros, NO munictpig x nos préximos ses meses). Quanto mais concretos forem os objetivos, mais fei! | seri verificara eficicia da politica piblica. No entanto, sabemos que em mujtag cases 0 estabelecimento de metas €tecnicamente ica piblica ndo conseguem mensurap fem que resultados quantitativos da elementos qualitativos mais important pode ser poiticamente indesejével, como nos casos em que as probabilidades i$ € as posteriores fases de tomada ficacia das politicas publicas. de decisi, implementagao e avaliagi0 ‘A etapa de construsio de alternativas & 0 momento em que sio elaborados étodos, programas estratégias ou ages que poderdo alcangar os objetivos ¢s- {abelecidos, Um mesmo objetivo pode ser alcangado de virias formas, por di- vversos caminhos. ‘ Para que cada uma dessa alternativas nasea, fa-se necessério wm esforjo o insist © Posteriormente, de imaginasio dos contornos e detalhes pri- ae roe Cada uma das alternativas vai requerer diferentes recursos fenicos, humanos, materiais e finan: ia ‘materials ¢ fnanceiros, além de ter chances diferentes de © policymaker tem a disposi sPosisio quatro éri woos quatro mecanismos genéricos para indusd0 3. As bases teas dsesmecanismos soa deg na nse ng me ee = lngugen medic ee PEE sonny, poeple ‘ete i a pea O estabelecimento de metas tambéry senegal ia vichadres postin expresses] ou exe oomrnomnes ae chadoes 8 desta verb pla cents posse iro patie reves idr os mves ooomeorene ne nea Mo aderenttox aoa omecnnt sae "ase meso problema poder deni domaine pcg uma ste problema etn ata de snide siete ppl See caveat ser ze caps de concent seco po polio pase a preter plea cano una rede ap 1 ~ Premiagdo: influenciar comportamento com estimules positives, como no ‘caso das alternativase, fe g do exemplo anterior. 2 ~ Coergao: influenciar comportamento com estimulos negatives, como no caso das alternativas a e b do exemplo dado. 3 ~ Conscientizagio: influenciar comportamento por meio da construslo € apelo ao senso de dever moral como nas alternativas d e j do exemplo anterior. ’ 4 ~ Solugdes técnicas: nio influenciar comportamento diretamente, mas sim lwenciar comportamento de for- aplicar solugdes priticas que venham a influenciar comportame ima indireta, como nos casos das alternativas ¢, he ido exeraplo dado, ses mecanismos também tem implicagBes nos custos de elabo- os tempos requesids para perceber efeitos prticos sobre ins mecanismos sio mais propicios em certas situa Cada um des ragio da politica ¢ 2 0s comportamentos. Algu Digitalizada com CamScanner PRATICUS, QUESTOES DE CONCURSog : coNCHITOS CASOS “ oLtracas PUBUCAS «usar mecanismo de premlagS0 Pa¥a a coleta gj. 1 ‘gdes e desastrosos em oul vria de energiaelétrca pode se demonstrar ep. tia de ix ou pa e000 ana eonscientizagbo COMO mecansmyg par, 34 ua polit pablie a6 % Te revelar absolutamentefrustrante, a 20 uma versio sintetizada dos instrumengg, ais frente, na discussio de implementago de poy, piiblicas, serdo demonstrados 08 instrumentos de mile Publicas maig utilizados para transformar’ diretrizes em agOes oon 1S. : ‘Aavaligdoex ante ou ailiseprescrtiva de politicas piblicas (policy ana, sis) € um taba de invesigas3o das possiveis consequéncias de cada alter. tativa com objetivo de trazerinformagbes que ajudem 0 processo decisério de politica pablica. Existem duas tradigdes de anilise prescritiva de politicas piiblicas: a analise racionalsta ea anilse argumentativa (SECCHI, 2016). A andlise racionalista 6 aquela que privilepia a investigagio de evidéncias, a énfase na competén- ca técnica e na comparagio de altemnativas quanto aos seus custos e benefi- ios de maneira estruturada (WEIMER; VINING, 2 a anilise argumen- tativa prefere a participacio, argumentagao e deli dos atores politicos de maneira a chegar numa formulago negociada da politica publica (FISCHER, 2015), Enquanto a anilise racionalista utiliza prevalentemente projesdes ¢ predi- ‘es, aandlise argumentativa usa outros métodos que se baseiam nas experién- ‘las dos atores, como as conjecturas pata a avaliacio ex ante de alternativa de politica pablica, ‘As projegdes se baselam na prospecsio de tendéncias presentes ou histor!- ‘camente identificadas, a partir de dados apresentados na forma de séries tero- anes nice empirico-indutivas, 0% stibe de palo pébties " atuais experimentados em determinado ee curs inns ghete similares. Esse trabalho depende de iaeieeelans eae ee tais como tendé Populacional, tendéncias de crescimento econdmico, te” ddéncias na arrecadagto tributiia, var ame variagbes no indice de desenvolvimento bu cartrnoy-Gerooeroiincasrimicas | 65 de frente e destinatirios da politica piblica que jétém experiéncia suff: «lente para entender as nuangas de dada érea de politica piblica, Reunides, de- bates e féruns sio os meios mais utilizades como suport para as conjecturas. A disponibilidade de técnicas para construgio ¢ avalagio ex ante de alter- nativas € notéria, como também sio notoros os custos e as dficuldades para a realizagio desse tipo de tarefa. Projegdes,predisBes conjecturassioutilizadis para conseguir melhor aproximasio dos acontecimentos de futuro por meio de um caminho menos adivinhatério ou baseado na sorte. Alguns dos maiores problemas para todo esse esforgo sio a instabilidade e complexidade das con- digoes sociais que dificultam qualquer trabalho de previsio, a falta de ifor- rmagées atualizadas, consistentes e conflives ea falta de recursos financeiros tempo para a realizagio de estudos mais elaborados. Por conta desses obsticulos, as conjecturas nioestruturadas acabam sendo.a técnica largamente utilizada quando nio estdo disponiveis suficientes recursos, « tempo para realizar predigdes ou projeges mais sistemdticas, 3.4 TOMADA DE DECISAO No processo de elaboragio de politica ‘como a etapa que sucede a formulagio de decisdo representa o momento em que dos ¢ as intengdes (objetives e métodos). blico sdo explicitadas. publica, a tomada de decisdes € vista snfrentamento de um problema pé- Digitalizada com CamScanner Je dininica deesclta de aternativag gg saxo tem problemas em mi0s € COFTEM atrig tyes de desi tm eri pase no estudo de aera et estudado, 0s objetivos ja definidos ¢ en, a va € mals apropriada em termos de sy” dade, equidide ov qualquer outro crtério parg a? 0 primeiro entendimento, ode que problemas nascem primeiro e depois slo FERUE DN Probiemas que buscam solugées. tomadas as decisdes, esti presente nos chamados modelos de racionalidade: 1 Modelo de racionalidade absoluta: proposto originalmente pelo matemitico Digitalizada com CamScanner 2 ~ Ostomadores de decisfo vio ajustando os problemas as solucdes, ¢as solu $s aos problemas: onascimento do problema, o estabelecimento de objet ‘os ea busca de solugdes lo eventos simultineos e ocorrem em um proces- sede “comparacdessucessivas limitadas” (LINDBLOM, 1959} (Figura 3.3) hholandés Jan Tinbergen, a decisio é considerada uma atividade puramente que custos e beneficios das alternativas sto calculados pelos ra encontrar a melhor opsio possivel (the one best ay). ‘Modelo de racional itada: proposto pelo economista Herbert Simon, ‘0 qual reconhece que os tomadores de decisio sofrem de limitagdes cogni- tivas e informativas, € que os atores nio conseguem entender a complexi- dade com que estdo lidando. “E impossivel para 0 comportamento de um individuo isolado alcangar um minimo grau de racionalidade. O nimero de de, ¢ as informagdes de que conceber qualquer aproximacio alternativas que ele deve explorar é io ia slo to vastas, que é di Je objetiva” (SIMON, 1947, p 9}? Portato,nesse model, a tomada de decisio € interpretada como um esforgo para escolher oppBes 8- tisfatrias, mas no necessariamente tims. 55 Tradugdo vedo orga em pe see osabetia8 0 cATOS OM COETEntes gy existe slustes nem sempre (04 quase nunca) ¢ py rao imparcial sobre alternativas de solugdo, nem sem, Sie arr ume mos pa tomadas de des estruturads, Bo maj gy” hi tempo ou recursos és serem tomadas as decisde, ia toda: frequentemente, apés $e ag ne dessa hstra toda Fre adas no momento do pj mento, sea por falta de : faa de legtimidade da decisio ou pela presenga de interesses antago; tre aqueles que interferem na implementacio da politica publica, Em contraste com os modelos racionais de tomada de d Lindblom propés um model inspirado no método mais corriqueiro que os t. smadores de decisio usam: o incrementalismo. © modelo incremental com. porta trés caracteristicas principais: 1) problemas e solugdes so definidos, re. visados ¢ redefinidos simultaneamente e em virios momentos da tomada de decisdo; 2) as decisdes presentes sio consideradas dependentes das decisdes 3). tomada de decisdes é um processo de imitagio ou de adapta- solusées jd implementadas em outros momentos ou contextos; 3) as de- cisdes so consideradas dependentes dos interesses dos atores envolvidos no Drocesso de elaboragio da politica pablica e, por isso, muitas vezes a solusio escolhida nto € melhor opsdo, mas sim aquela que foi poli mum proceso de consrusto de consensos ede au © modelo de Lindblom afasta-se do raci ionalismo, pois acredita que, em si- geralmente sio as situagdes que envolvem blica, 0 elemento politico fala mais alto que 0 isdo de tomada de decisio sobre determinada plo, no campo da prestacdo de servigos médi- tuagbes de alta complexidade, como [CAPITULO 3 ~ ecto De POLITICAS PORLICAS o talbado (vor etches dos unity ou us tars gute is favor da sustentablidade econdmca dos prestadares de servo), A pres de grupos de bresslo em uma arena deciséra a forg dos representantes de usuirios, de prestadores de servico ¢ de outros stakeholders vio influenciay em qual ponto do continuum “regulasto detalhada~reglastofovsa” serd ak. cangado um equilibrio ou consenso, A terceira forma de entender a dindmica de tomada de decsBes é aquela em ‘que 0s policymakers primeiro criam solugées para depois correr atris de um problema para solucionar. John Kingdon (1984) reforgou esse tipo de inter. pretagio com o aperfeicoamento do modelo dos fluxos mall tando que o nascimento de uma politica piblica é muito dependente da con- fluéncia de problemas, solugdes e condigdes politicasfavoriveis. Segundo esse modelo interpretative, ofluxo dos problemas é dependente da atenslo do piiblico. 0 fluxo das solucGes (policy) depende da atuacdo de em- preendedores de politicas piiblicas, pessoas que querem ver suas solugdes implementadas. 0 fuxo da politica (politics) vara de acordo com eventos espe- cials, como 0 desenho e a aprovasio de orcamento piblico, releicdes, substi- tuisdes de membros do Executivo, efinanciamento de programas piblicos etc. ‘Uma janela de oportunidade (policy window) é a possibilidade de convergén- cia desses trés fluxos, um momento especial para olancamento de solugBes em situagdes politicas favoriveis. Essas janelas de oportunidades sio considera das raras e permanecem abertas por pouco tempo (Figura 3.7}- Digitalizada com CamScanner esa oli, sem pestica: programas de renda minim, “te menores, pacotes de refOr™Ma admin, ssinas médio e superior. Empreendedores 4, 0 dos ens sejam ndo governamentais 5, i les governamen ra in dois pibles dead recon acevo] éapesenad una snee dot modelos de tomada de eg sto vistos anteriormente. ‘Sese des modelo de tomada de decist0 [ Toadies | halle das Modalidade | Critérode] | Modelos | copnitivas | alternativas | _ de escolha ails completa | racine jassuieomne : Sole | Certet (Bes i ale Otimizasao “=, |Comparagio das Fesquit[aternatvas com} Satisfydo = as expectativas [campuses T siustemituo | ay | Torkase | de interesses waa Encontro de iplos | ‘Nenbuma solugdes € Casual faba ee Jest: Abana [oat ee ll >-5 IMPLEMENTACAO DA PoLiTica PUBLICA A fase de imple; a dipsfaccce tomada de decisio e antecede os primeitos da femporal que sio produzidos os resultados ‘oncretos da politica pli | poli iblica. Plblea A fis de implementasio & aquela em que ree artruvo»~ cxevo be roLincas PORLICAS a ee 50S Socials slo convertidos de intengBes em ages (0TOOLE Estudos sobre Implementacio de politicas publicas ganharam especial no- toriedade apés as contribuicdesteoricas de Pressman e Wildavsky em um li vro, publicado em 1973, sobre Jue € como acc -m implementation gaps, Sia ate eee ee ivro € bastante sugestivo de seu con- tetido ¢ uma tradusdo livre para o portugués seria: “Implementasdo: como grandes expectativas em Washington sio frustradas em Oakland; ou, por que é incrivel que programas federais funcionem, sendo esta uma saga da Adminis- tragio de Desenvolvimento Econdmico contada por dois observadores simpi- ticos que tentam construir preceitos morais em uma plataforma de esperangas uinadas"* A grande sintese que olivo traz é que a implementaszo de poi- icas ndo se traduz apenas em problema técnico ou problema adminis- ‘sim em um grande emaranhado de elementos politicos que frus- intencionados planejamentos. ‘0s exemplos brasileiros de “leis que no pegam”, “programas que ‘do vingam” ou projetos de solusio a problemas publicos que acabam sendo totalmente desvirtuados no momento da implementasio. ‘A importdncia de estudar a fase de implementagdo esta na possibilidade de visualizar, por meio de esquemas analiticos mais estruturados, 0s obsticulos e as falhas que costumam acometer essa fase do processo nas diversas ireas de politica piblica (sade, educagio, habitagdo, saneamento, politicas de gestio ttc.) Mais do que isso, estudar a fase de implementacio também sigaifica vi- sualizar erros anteriores a tomada de decisio, a fim de detectar problemas mal formulados, objetivos mal tragados, otimismos exagerados.” Elementos bisicos de qualquer anilise sobre o processo de implementaglo so pessoas e organizagdes, com interesses. competéncias de gestio) e comportamentos variados. Também fazem parte desse caldeirio analitico as relagdes existentes entre as pessoas, as insttuig&es vigentes (regras Digitalizada com CamScanner cou uma Medida Proviséyi, longo das rodovias federaig No x i ‘ (04r) probindo a vends de be tasse a0s motoristas ingeri, (0 objetivo era crar a rm imediatas: 05 domos de bares € restay. “cool antes de dtigt legislagdo queixaram-se de queda dristicg antes que estava CUDPY tram com mandado de SegUuranga na Jy, mas vena, utes Ome cortcoentz0u com 2640 N0 SUPTEIO Triby ug Confedrat s livre concoréncg a ns seen? ne irvine as Je realizar os € de mantera rails ambém queixaram-se PE aneaaany das estradas. Viios po. aquaidade nos servis de asistind atuar como porta-vozes litcos perceberam a insatisfagio geral e passaram @ es a dos ones “Es MP um deste para comercantes” “em ez de pune aftr eto querendo punir os comerciants”, “muita gente vai perder sey posto de trabalho”, “existem muitos municipios nos arredores de rodovias fede. rao que tora esa medida um absurdo”, “os policiaisrodoviirios tém coisas suis imporates com que se precupar”.Fassados alguns meses da ediglo da 1p eava caro para todos que estaeratuma daquelas medidas que ndo dariam ania, Em jo do mesmo ano, o Congressoconcluiu a elaboragio de uma ibigfo da venda izadas em area ‘ural ¢deiando aos axincpiose ao Distrito Federal atarefa de estabelecer 0 ‘que etendem como ieasurbanas e ruras. Um ano apés a entrada em vigor da ‘ova li, bebidas aleodicascontimuaram sendo vendidas a0 longo de todas as ‘ovovis fleas, ncusve em teas ruras,sja por desdém dos comerciants, Jnceduldade da poi ou tas lepsativas dos municipios que passaram a ‘pla suas reas urbana para alvaguardar os donos de bares e restaurantes, coro) coserainesronas | 7 A fase de implementagdo €aquela em que a administragio piblicareveste-se de sua funcio precipua: executar as politica pblicas. Para tanto, o plicyma- ker necessita de instrumentos de politica piblica, ou seja, meios disponiveis para transformar as intengBes em ag8es politicas. Se compararmos a atividade do policymaker com a atividade do médico, o problema piblico é a doenga, a politica piblica é a prescrigdo médica, ¢o instrumento de politica publica é 0 {ratamento escolhido para tentar solucionar/amenizar o problema. A seguir sfo apresentados alguns instruments de politica piblica citados na literatura especializada (BARDACH, 2009; WEIMER; VINING, 2011; OL- LAIK; MEDEIROS, 2011; HOWLETT; RAMESH; PEARL, 2013; SECCHIL, 2014): 1 Regulamentagdo: instrumento regulatério que cria regras ou restrigées & li- berdade econdmica, social ou politica, como no caso da regulamentacio de Dregos em alguns setores, ¢ regras para processos lictatérios no setor pabli- co (Lei n, 8.66/93). : 1 Desregulamentagioe legalizagto: instrument regulatéro que extingue e- gras ou cria regras que descriminalizem alguns tipos de atividades, como a Digitalizada com CamScanner —_— 5 ennctsT08. ours pret iiportasso de prods i " ~ Ranbesrelativas ao ambiente politico (DeLEON, 1989} 4 ~ pressio da midia e da opinido piblica; >b entrada de novo governo ou administrasdo; < ~ mudansa nos valores, crenaseideologia predominante na popula; «d ~restrigBes ou imperativos orcamentitio-inanceiros; © ~ mudansas nas expectativas quanto a eficiéncia da politica. ituida por outra mais nova ou atua- A extingao de politicas pablicas é uma tarefa dficultosa por causa da relu- tancia dos beneficiados, da inércia titucional, do conservadorismo, dos obs- los legais e dos altos custos de iniciaglo (start-up costs) (DeLEON, 1978), iticas de tipo redistributivo sio dificeis de serem extintas em virtude do alto grau de conflito que geram entre grupos potencialmente beneficidtios ‘grupos pagadores. E possi nar os confltes que surgem de uma inicia- tiva de extinguir a a que instituiu décimo terceiro salirio ou, ainda, uma ii iva que mude a distribuicdo de royalties do petréleo entre os esta- dos federados. Politicas de tipo distributivo sio dificeis de serem extintas, em especial se considerarmos um dos its da légica da agdo coletiva proposto por Olson (1999). Segundo esse autor, pequenos grupos tém capacidade de organizagio Digitalizada com CamScanner roncas -aNeTTOS, CASOS PRATICS UIST HECONCUSg 6 | roumicas ronicas dos grandes BTUPOS. O grupo 4. consegue fazer que essa de interesses substancialmente supe! ea neficidrio de uma politica publica - fo cla se mostra contriria ao ini tica continue existindo, mesmo quando cla se Ietivo. Isso acontece porque a coletivid priticas de lutar contra interesses concer cis de serem trio esbarram na inércia i r nas politicas publicas que nao tém iodo de maturagio, iam vida propria. Ndo so raros os casos em que uma politica p rua viva mesmo depois que o problema que a gerara jé tenha sumido. ‘Pensio para filha de militares Em 1960 fol eriada uma lei que assegurava, entre outras coisas, a garantia de que fas de militares das Forgas Armadas recebessem pensio vitaliel enquanto nio contrassem matriminlo, A justiicaiva para tal beneficio era a especificidade ‘cumbénca de cuidar dos alazeres domésticos. Dentro dos padedes socloculturais

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