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INTRODUCGKO Acha-se em construgao, no rio Jacui, a barra- gs aciusada de Amarépolis. Esta obra est& localizada no Mu nicipio de General Camara, no estado do Rio Grande do Sul. Distendc 74 km de Porto Alegre, por via fluvial, trecho es- te, onde a navegagdo seré mantida através de dragagens. Esta barragem propiciara a navegagio até 200 km da Capital posto que as demais obras da la. etapa do sistema de canalizagao previsto, situadas 4 montante, j4 se acham concluidas. Seu estirao é da ordem de 103 km garanti- dos por uma queda maxima de 5,50 m (Ver prancha I). © projeto prevé, essencialmente, uma barragen mével, com algas, com dois passos navegéveis de 84m cada um, uma eclusa de 120 mx 17 m Gteis, um dique submersivel, em terra ¢ enrocamentos, com 1900 m de extensao, no leito maior da margem direita e, finalmente, outro dique igualmen te constituido, embora mais largo, com extensSo de 400 m e situado junto 4 margem esquerda. 0 dltimo dique referido se %& também submersivel e sera o acesso normal 4 obra para as equipes de operagdo e manutengao. Este dique, designado "di gue espesso" pela sua grande largura no projeto, ser& im - plantado no leito menor natural do rio dado que o leito fu- turo estar& modificado para que o escoamento transponha a obra que serd construfda 4 seco. QBJETIVOS DO ESTUDO © estudo, em modelo, que sera descrito desti- -se 4 andlise hidrdulica do ante-projeto de autoria do j6rcio franco-brasileiro SGTE-LASA. Tendo a construgao do modelo coincidido com a Ye inicial da construgao da obra protétipo, os {tens visa 8 no estudo limitaram-se aos seguintes aspectos: Comportamento hidréulico da obra com especial aten¢io - &s velocidades nos passos navegaveis(e reguladores) ; - ao efeito local sobre os niveis d'Agua; - Gs trajetérias superficiais do escoamento nas imedia gdes da obra; - aos niveis d'agua junto aos diques laterais 4 barra- gem e & eclusa. Forma e extensio dos muros-guardas da eclusa. Forma do dique espesso. Estudo puramente qualitativo de eros’o e assoreamento ocalizados Estudo preliminar para estabelecimento de regras de ma nobras. Além do "dossier" do ante-projeto vale citar as plantas basicas 116/B43, 116-E-2, 116-B37, 116-B72 da firma respons4vel pela construgao, Brasilia Obras Pibli- cas S.A. (BOPSA), as quais detalharam ou modificaram as ini ciais. A prancha II, desenho do modelo, d& uma visao conjunto da obra em estudo. ANALISE DO PROBLEMA E ESCOLHA DE ESCALAS © rio Jacui, no trecho em estudo, apresenta a acteristica de leito maior freatientemente inundavel devi a pequena altura de suas barrancas. ~Na falta de uma andlise estatistica de fre- cia de niveis maximos anuais, vale dizer que as cotas wriores 4 de infcio de inundagao (4,5 m em Amarépolis, respondente a 1670 m?/s) das areas ribeirinhas tém uma fagao de 33 dias num ano médio. Analisando a obra e o meio ffsico pode verifi ear-se que, para cheias de perfodos de retorno elevados, 0 escoamento pelo leito maior e & montante podera, mesmo apés @ implantagao da obra, apresentar velocidades aprecidveis (0,80 m/s) que traduziriam uma reduzida influéncia da barra gem sobre os niveis d'dgua no reservatério e a distribuigao das descargas no leito maior. Bm vista disso, a reprodugio do conjunto dos leitos menor e maior j4 seria desejavel. Além disso, ha ainda uma caracter{stica na Srea de influén- cia da obra que impede qualquer esquematizacao tendente a reduzir a area a reproduzir. Trata-se da disposigao do lei- to menor na planicie aluvial, que passa da encosta da mar- gem direita para a da margem esquerda no sentido de montan- te para jusante. A conseqiiéncia disso serd a grande comple- xidade da interagio dos escoamentos dos leitos maior e me- nor que determinaré um escoamento nitidamente tridimensional, em regime permanente, com trocas de descargas da planfcie inundada para a calha fluvial e vice-versa. A necessidade de reproduzir uma area de, aproxi madamente, 13 km? passou a se constituir numa limitacdo da es cala geométrica a ser fixada em presenga das disponibilidades de espago no IPH, a qual se torna ainda mais rigida pela obri- gatoriedade de adotar escala geométrica unica. Tratando-se de escoamentos 4 superficie livre, @evera ser obedecido o critério de semelhanga de Froude (® = 07/f = 1, sendo f a escala de comprimentos, 0 a de velo- cidades e Pado niimero de Froude, todas elas definindo a re- lagao grandeza protétipo sobre grandeza modelo). A exigéncia suplementar de que o niimero de Reynolds no modelo nao baixe além de 10000, para que a influéncia parasita da viscosidade nao se faca sentir, 6 uma condi¢gao que afasta a possibilidade do uso de escala geométrica grande (escala definida na forma acima referida), que poderia resolver a dificuldade de limita gao de rea disponivel para implantagao do modelo, mesmo quan do as dimensSes menores da obra ou das protegées com enroca- mentos pudessem ser reproduzidas. Finalmente, julgamos ainda oportuno salientar que a necessidade de garantir velocidades no modelo capazes de por em movimento sedimentos, para estudos qualitativos de erosao assoreamento, leva-nos a evitar também redugées geo- métricas consideraveis. A escala geométrica dnica definitivamente adota da foi f = 80, tendo entao resultado 0 = 8,94 e @ = 57243 (es cala de descargas 1iquidas). Mesmo para esta escala de compri de aspectos que se apresentem para desce gas inferfores 20 limite inferior acima referido, o recurso 2 um modelo de de oe dificuldade de origem talhe sera a inica solugao via para adcg&o de uma escala maior provén do fat de se ca Yizar o rio Jacui por baixas declividade ¢ velocidade. A escala us2da conduz ainda a velocidades que permitem o uso de uma hulha m Gisponivel apresentando a granulonetria expressa na prancha IIT ¢ ux peso especffico real de 1,48 g/cm’. vale salientar neste ponte que o sedimen is limitadas do to modelo se destinou exclusivamente a parte: Jeito future do rio, por onde se escoard uma parceila conside ravel das descargas apés a ini ao da obra Na mesma prancha apresentamos curvae granulomé tricas de duas das 13 amostras de sedimentos colhidas no rio Jacui, nas proximidades do local da obra. A amostra M3 se a@proxima da média de todas as amostras colhidas e a Mé repr: Senta © sedimento mais gratido dos analisados. 3. CONSTRUGKO DO MODELO Antes da construgéo do modelo pr to, foi necessaria uma yeplenagem da dea, ao ar livre, @scolhida para sua implantcac jage,’ armada para absorver cedimentos diferenciais possi- veis, estendendo-se até as camaras de tranquilizacao, 4 mon tante, e de decantagio, 4 jusante (ver fotos 1 a 8). Nessa lage foi, apés, implantada a quadrfcula @e refer€ncia do terreno e da obra a construir, a qual per- maneceu definitivamente amarrada ds muretas de contorno do modelo. A topografia do leito maior da drea em estudo foi reproduzida 4 partir de curvas de nivel, materializadas por fitas de folhas de flandres, com excegao da superficie que seria alterada no momento de implantagao da obra, na qual foram utilizados perfis de madeira. Quanto ao leito menor do rio Jacui, s6 nao fo ram utilizados perfis transversais, mas sim curvas de nf- vel, nos trechos da ilha do Facdo e 4 montante. No braco morto, por seu turno, sé foram utilizados perfis transver- sais na reprodugdo da batimetria. Além de termos implantado uma passarela eleva da no modelo (foto 24), para a tomada de fotografias aéreas em zona restrita, dotamo-lo de um reticulado de caminhos, elevado de 50 cm e acompanhando a quadricula de teferéncia, destinado 4 livre circulagio de observadores em toda a area em estudo (ver fotos 17, 18 e 29). 4, LIMITES E DESCRIGKO DO MODELO. Lateralmente, em ambas as margens, a area re- produzida no modelo foi limitada pela curva de nivel de - Como pode ser observado na prancha IV, onde é apresen @ topografia na Area do modelo, houve partes onde nao possivel alcang&-la devido ou ao seu afastamento verti- 0 da area de interesse ou em vista da falta de cobertu | topografica disponivel, o que nos obrigou a adotar um li ficticio compativel com o comportamento presum{vel dos ’amentos de enchente. Como extremo de montante buscamos uma sec¢ao icientemente afastada do local da obra e onde a orienta- do escoamento pudesse ser inferida da andlise da planta hidrografica bdsica. Assim, o leito do rio foi reprodu do em quase 500 m além do extremo de montante da ilha do eGo, trecho reto, e o brago morto (chamado lagoa de Xar- cada) na sua quase totalidade pois por ele deverao ser Hculadas descargas de monta. Esta nossa interpretagao foi tada pela andlise da prancha V e das descargas de cheias timadas nos cAlculos hidrdulicos (caderno 23) do "dos- ier" do Consércio SGTE-LASA. Quanto ao limite de jusante, este foi locali- zado a, aproximadamente, um quildémetto 4 jusante do eixo da obra a estudar e orientado mais ou menos paralelamente ao dique do leito maior da margem direita. Nesta secgio limi- te, apds ensaios preliminares, foram construidos quatro mé- dulos hidrdulicos, trés além do relativo ao leito menor, pa ra produzirem o efeito do trecho do rio a jusante. A camara de jusante foi dimensionada de forma a veicular a descarga maxima prevista sem influir nos nf- veis d'@gua na area itil do modelo e, ao mesmo tempo, garan tir correntes de aproximagao favor4veis 4 ndo formagao de vortices no pogo de sucgao da casa de bombas que ela alimen- ta. A cosa de bombas foi equipada com dois grupos motor-bom ba que garantem, em conjunto, uma descarga de cerea de 340 1/s a uma altura manométrica de 15 m. A alimentagao em energie elétrica provém de um transformador instalado espe- cialmente para o modelo. © modelo funciona em circuito fechado, as bom bas recalcando as descargas necessfrias para dois vertedo - res situados no extremo de montante, um de 200 1/s e outro de 100 1/s, onde elas sao medidas e reguladas. As fotogra - fias 9 a 12 ilustram o tipo de tranquilizadores construfdos para garantirem uma alimentagao conveniente do modelo. © enchimento do modelo & feito por gravidade a partir de um reservatério existente para outros fins, de 600 m°, que possui capacidade suficiente para o suprimento dos, cerca de, 235 m* exigidos. 5. APERICGKO DO MODELO 5.1 DADOS DISPONIVEIS No infcio do estudo em modelo dispiinhamos ape nas dos dados fluviométricos constantes do "dossier" do con sdrcio SGTE-LASA, responsavel pelo ante-projeto. Limitavam- se estes a uma curva-chave e a declividades médias em gran des extensSes. A curva-chave proveio de muito poucas medi- goes em Amardpolis (1957), todas para nf{veis de estiagem,da transposi¢ao de medigées efetuadas 4 altura da _localidade de Trés Irm&os (1956) e de estimativas feitas através do f6rmula de Strickler. A descarga m4xima detetada em 1957 foi de f/e enquanto que a maxima alcangada em 1956 fo. de 3/s. Quanto aos cAlculos hidréulicos, julgamos inte referir terem-se baseado em declividades entre Rio © Amardpolis, localidades distanciadas de 71 km, e na dos valores 23 e 20, respectivamente, para os coefici, de rugosidade dos leitos menor e maior. Ainda na fase de contratagio do estudo fizemos Rosso cliente que nfo dispiinhamos de nenhum dado de lade ao longo do trecho de rio a estudar em modelo e ta poderia ser bastante diferente das que correspon- extensao de 71 km devido, ao menos, &s caracteristi- ias de vegetacdo e topo-hidrografia que poderiam dai consideravelmente das caracteristicas médias adotadas tivas acima referidas. Como veremos adiante, da deste dado depende diretamente a rugosidade a atri- 20 modelo e desta, por sua vez, a distribuigio da de: Pelos leitos menor e maior. Além disso, aludimos a ne- de contarmos com dados de descarga para est&gios altos de niveis d'agua posto que o modelo se destinaria cialmente ao estudo do comportamento da obra diante éncia de cheias. Foi ent&o fornecida ao DNPVN uma de dados a colher em campanha de campo. Uma campanha de campo foi finalmente contrata- jlo DNPVN com a Companhia de Pesquisas de Recursos Mine- (CPRM). Teve uma duragio de apenas seis meses e foi rea no segundo semestre de 1971. Lamentavelmente 0 pico ete 34 havia ocorrido quando a firma deu inicio as obser - A maior descarga medida foi 2320 m°/s. A prancha VI a localizagao das medi¢gdes da CPRM relativamente a ‘ave utilizada pelo consércio. Verifica-se, em primei- + que os pontos obtidos pela campanha de campo se si- em média, um pouco abaixo da curva acima referida para jas inferiores a 600 m°/; Para descargas superiores,no + & concordancia das medigdes da CPRM com a curva é boa. Considerando que o modelo tera sua faixa de uti restrita a descargas nunca inferiores a 1000 m?/s_ e dados da CPRM nio trouxeram subsidios para as descar- inundagao, fomos levados a adotar integralmente a cur- Jizada no ante-projeto da obra. Enbora limitada a descargas relativamente bai- campanha de campo forneceu dados de grande utilidade pa aferigao. Referem-se, estes, aos nfveis d'agua em quatro + trés das quais localizadas expressamente para o estu- modelo. Suas localizagées exatas acham-se indicadas na a II. As declividades resultantes relativas 4s réguas tante e de jusante variaram entre 8 @ 12,5 cm/km. A ta- da prancha VII fornece estes e outros dados de niveis Finalmente, cumpre-nos aludir a disponibilidade fumas velocidades medidas no brago morto (B.M.) ou lagoa "queada para dois niveis d'agua na régua de jusante, 4 5,4 m (Q = 2490 m°/s) e 5,74 m (Q = 2833 m?/s) ,ver pran x =Bio 5.2 AFERIGAO PROPRIAMENTE DITA A primeira providéncia no modelo fol a afericao médulos hidréulicos destinados a garantirem, para as des- jas a utilizar, os niveis d'agua (no limite de jusante do lo) ditados pela curva-chave adotada. Ao todo fol neces- 10 © uso de quatro médulos, um no leito menor e os demais, Jeito maior da margem direita, por onde escoam descargas Para essa afericio e para a verificagio das ru- idades nos leitos menor e maior foram utilizadas as onze jcargas e os nfveis correspondentes constantes da tabela Prancha VII. Além de 3000 m°/s, por nao dispormos de da- mais seguros (CPRM) colhidos com esse fim especffico, nao s outta alternativa senao usar as descargas estimadas e declividades médias num extenso trecho do rio. Como ilustrado pelas fotos 14 e 15, as rugosida adicionadas ao modelo foram materializadas por seixos ro- los de diferentes granulonetrias.Este material granular foi cialmente colocado no leito menor, fora do talvegue (foto ) ~@ controlado seu efeito sobre os niveis d'fgua nas trés jas restantes uma vez que a quarta régua, a de jusante, J achava regulada através da afericao dos médulos. Sua dispo o foi necessaria af por se tratar de um estudo a fundo fi » Um outro tipo de rugosidade foi utilizado nas barrancas curso d'agua (foto 15, ao fundo) e para representar as or- is de mato. Consistiu de gaiolas cilindricas preenchidas com + Quanto ao leito maior, valemo-nos de fotografias aé- da prancha VIII para classificar a superffcie em zonas ferentes densidades de seixos rolados. Esta andlise foi te detida para reduzir a margem de inseguranga resultan- precariedade de dados para os estagios de niveis d'agua dos. Para regular o infcio do escoamento no leito maior § apenas com as medigées de velocidade com flutuadores ago morto (foto 16), ja aludidas. 0 inicio desse escoamen Se d&, de acordo com os ensaios, para uma cota de, aproxima ite, 4,8 m no extremo de montante do modelo. A tabela da cha IX indica os resultados cbtidos neste particular e a a VII, j& referida, apresenta os niveis devidos e os re- te obtidos para todos os estagios explorados. £ bom insistir sobre o fato de que embora tenha- dispendido o maximo esforco possivel para tornar 0 modelo 1, o controle desta fidelidade ficou restrito ao reduzido ro de dados de que pudemos dispor. As fotos 17, 18, 27, 28 e 29 ilustram o aspecto al do modelo, apés aferigac. Durante a aferigao, embora s6 conhecessemos da- de velocidades no protétipo para uma secgao do brago mor- , efetuamos medigdes com flutuadores, no modelo, tanto no to menor como no leito maior, ver prancha XV. |. ENSATOS © quadro da prancha X designa, em algarismos ro- jos, as diferentes solugGes ensaiadas até o momento. As sete imeiras apresentam a estrutura geral do projeto original en- que as dez iltimas se baseiam na oitava, intitulada Dol Para uma perfeita compreensao das mesmas, pelo simples desse quadro, cada caracter{stica do conjunto relativo a solugo deve ser comparada 4 correspondente da solugao ba aque ela se refere (trés esquemas). As solugdes em ques~ ‘esto enumeradas em ordem cronolégica. Além disso, 0 qua- indica os tipos de resultados colhidos (ou medigdes efetua para as diferentes descargas padrao escolhidas, em niimero , resultados estes af designados apenas quanto ao tipo forma simplificada através de simbologia. Como complemento 4 prancha acima citada, apresen @ prancha XI, que contém os resultados mais sugestivos serviram de {ndice de comparagdo entre as diferentes solu- ou alternativas. Os indices escolhidos foram, portanto, Ses m&ximas, niveis d'Agua ou desniveis, velocidades e re~ de trajetérias ou de linhas de corrente. Com 0 objetivo de evitar possiveis confusdes ,dei aqui expresso que nem sempre a designagao de solugao no iro da fotografia concorda com a terminologia final adota apresentada nos quadros que acabamos de referir. tudo do projeto - Ro iniciarmos a fase de ensaios estudamos o pro- representado integralmente nos moldes referidos no item deste relatério (ver fotos 25 a 28 e 30 a 32). A implantagao obra no modelo obedeceu precisamente o documento Des. 116- a Alguns aspectos de detalhe indefinidos no proje leram ser decididos mediante consultas ao engenheiro fis DNPVN (8a. Regio) para o modelo. Os primeiros ensaios com o projeto foram efetua fundo fixo. Nestes, os fins foram medigées de niveis la e de velocidades e visualizagio e registro de linhas ente nas imediagdes da obra. Uma passarela montada a altura de 5,0 m, na area mais importante da obra, permi- a tomada de fotografias com elemento tragador bem como a za¢ao de cronofotografia (para medida de velocidades avés de fotografias). Para a cronofotografia foram utiliza flutuadores com pilhas elétricas com submergéncia de 2 cm modelo. Nesta primeira série de ensaios a obra foi sub- ida a sete descargas, respectivamente, 1000 m/s, m/s, 2558 m°/s, 3140 m?/s, 4885 m°/s, 8610 m?/s e 60 m/s, esta Giltima sendo a descarga maxima que o Consér- SGTE-LASA estimou para a cheia de 1941, maxima observada rio Jacui. Para as duas primeiras descargas, a orientagio "al do escoamento relativamente 4 obra foi boa. A partir a orientago do escoamento comegou a acusar um leve des- no sentido da margem direita, desvio este agravado princi Imente 2 partir de 3140 m?/s. As fotos impares de 33 a 40 e 41 e 42, indicam, além disso, o mau funcionamento hidraéuli- o do muro-guarda da eclusa (M.G.E.) do projeto. Nota-se,prin cipalmente & partir de 2558 m/s, ser ele sede de uma zona turbilhonaria bastante desenvolvida que chega a ocupar quase metade da largura do passo navegivel e requlador da margen erda, agravando assim o desvio geral do escoamento j4 re Hido. Como complemento aos resultados colhidos nas. 8 procedemos medi¢des de velocidades com micromolinete eixo da obra, nos passos navegaveis e reguladores, para 0 m?/s, 2558 m°/s e 3140 m/s. 0 resultado confirmou a ixa eficiéncia do vao da margem esquerda como secgio de va Go. Junto ao muro lateral da eclusa as fotografias indica- "am mesmo a ocorréncia de escoamento ascendente (sentido ju- te-montante). Para 2558 m?/s as velocidades atingiran 0 or de 3 m/s quando o limite previsto era 2,4 m/s (prancha 1). A contragao do escoamento na vizinhanga do en- tro da margem direita e & jusante do eixo da obra é apre- vel e agravada para a descarga de 4885 m?/s, para a qual desvio do escoamento, j4 aludido, & apreciavel e a descar- ja de transbordamento no encontro é insignificante. Para descargas superiores a 4885 m°/s, os en- jaios puzeram em evidéncia a m& orientagao do escoamento em lagio 4 obra) formando um Angulo de cerc¢a de 209 com a nor 1 ao eixo (ver prancha XIV). Por outro lado, 0 escoamento ‘vertente no dique do leito maior da margem direita é bem ori entado. A primeira vista poderfamos dizer que a situagao 44 seria bem conveniente se toda a obra tivesse um eixo nico orientado conforme ao dique da margem direita. Se o estudo pudesse ser realizado, isto &, se a obra nao estivesse em fa se de construgio, chegarfamos provavelmente 4 conclusio da necessidade de desloc&-1a para montante em decorréncia da mu eis danga do eixo citada acima, relativa 4 eliminac&o do eixo em forma de angulo. No decorrer destes ensaios can o projeto, fo- ram medidos niveis d'agua e determinados,portanto, desniveis para varias descargas em duas seccdes consideradas criticas. Estes resultados, apresentados na prancha XVI, mostram que, quando o nivel de jusante atinge a cota 5,60 m (para 2950 m°/s), 0 desnivel chega a 0,44 m, isto &, ultrapassa o valor maximo previsto de 30 cm. Com vistas, principalmente, a ensaios compara- tivos futuros e para o estudo das protegées de enrocamentos constantes do projeto e de outras que pudessem ser exigidas, dotamos o modelo de Areas 4 fundo mével. Numa primeira etapa nfo colocamos os tapetes de enrocamentos para podermos estu- dar melhor as reas suscetiveis de serem erodidas para os di ferentes estAgios de nivel d'agua no rio. Bmbora os ensaios de erosio sejam qualitativos Por razdes j4 expostas, apresentamos os resultados em grande zas protétipo obtidas na suposi¢lo de escala de erosées idén ticas 4 escala geométrica. Quanto &s duracdes (modelo) dos ensaios com ca da descarga testada, informamos terem variado de uma hora a cerca de trés horas e meia, tempos estes requeridos ou para a estabilizagio quase completa das erosées ou para a realiza gao de medigdes que se faziam necessarias. Inicialmente foi introduzida a descarga de 800 m°/s. Paraa hulha mofda que serviu de fundo nével sd ecorreu infcio de erosdo na antiga margem regularizada (A.M.R.), em sua extremidade. Ee Para a descarga seguinte, 1000 m°/s, comegou a notado um inicio de movimento dos sedimentos usados no lo, além de uma manifestagao de pequenos sinais de ini- > de crosdo localizada na antiga margem regularizada e jun a0 pilar central, ao encontro e ao muro-guarda da eclusa. 1400 m?/s essas manifestagées se tornaram mais sens{i- Com a descarga de 1800 m°/s os sedimentos ar- ttados passaram a transpor a soleira da barragem, com as ‘as totalmente abatidas como nos demais ensaios j4 cita- ; @ as erosées localizadas intensificaram-se ainda mais. ito & eclusa, os sedimentos comegaram a depositar-se devi- & correntes turbilhonarias e 4 corrente de retorno. Na iga margem regularizada as erosées se atenuaram na extre- dade e surgiram no seu coroamento, por onde comegou a ocor, escoamento. Para a descarga de 2150 m3/s 34 comegou a for- r-se um depésito apreciavel de sedimentos nas imediagdes e jusante do muro-guarda da eclusa, gragas ao material extra de sua extremidade. As algas de niimeros 75 a 84 comega~ a ser soterradas. Com a descarga de 2558 m?/s intensificaram-se stante os fenémenos erosivos nos locais j4 citados, tendo do observado um arraste consider4vel na antiga margem regu Jarizada. Para este estdgio foi notado um inicio de erosao no muro-guia da margem direita, a meia altura do talude in- ‘terno. Apés 3 horas e 55 minutos de duragao no modelo as ero _sdes m4ximas atingiam as cotas - 7,3 m no encontro da margem e - 8,3 me - 4,5 m no pilar central, respectivamen- ante e & jusante. © assoreamento, por seu turno, em extensdo (alcas 72 a 80) e em altura devido, 4 material proveniente nao sé da fossa de erosdo do la da eclusa mas também da antiga margem regulariza ta altura ja sensivelmente desgastada. Surgiu ainda mento na extremidade da escada de peixes, da penul ca para jusante, com o material origindrio da fossa zada 4 montante e junto ao encontro. Para 3140 m?/s foram ampliadas todas as ero- ificadas pelas cotas acima (foto 50). Também ocor- grande ampliacao, em altura, do depdsito de sedimen- montante. Os enrocamentos do paramento de jusante do do leito maior da margem direita, Gnicos reproduzidos lo nesta série de ensaios, mantiveram-se estaveis até . O banco de sedimentos provenientes da antiga margem re ‘idada progrediu para jusante, tendo sua extremidade de te ficado 4 cerca de 20m, para montante, da cabeca do arda da eclusa. Também os dados de assoreamento que 0s apresentando tém apenas um cunho qualitativo posto nenhuma aferigao, sobre este assunto, foi objeto de estu mem o material de fundo mével usado satisfaz as condigdes semelhanca que norteiam o fenémeno. Para 4885 m/s observamos infcio de arraste no do talude de montante do dique espesso, a uns 20 m do inf 0 da curva, para o lado do brago morto. Para estas condi- S$, 0 ataque & antiga margem regularizada j4 foi tao inten que o depésito de material resultante, situado 4 montante eae a do muro-guarda da eclusa, passou a reduzir esta fos. extensao sem, no entanto, avangar para a zona contida © muro e a estacada da eclusa. Foi notado inicio de do escoamento ao miro-guia da margem direita -D.), nas proximidades de sua extremidade de montante, do canal regularizado e pouco acima do meio do talu- PE do talude, do lado oposto, também comecaram a sur- sinais de erosdo. As fossas de montante do encontro da direita e do pilar central ainda sofreram uma pequena agao em extensao, no diltimo jA tendo sido atingido o fixo, ver fotos 51 a 53. Houve também ampliagao da ex- J20 da fossa de jusante do encontro da margem direita e, conseqtiéncia, pequena erosio junto 4s estacas centrais da ja de peixes. O assoreamento na sua extremidade, porém, ve-se inalterado. Na fossa A jusante do pilar central ampliag&o em extensfo e aprofundamento. Durante 0 ensaio com 7500 m?/s foi notada a gio de um canal, sobre a antiga margem regularizada, tando um pouco para a direita da cabega de montante do ar central. Em conseqténcia, os sedimentos desenvolveran da mais o banco resultante que se ampliou para a entrada eclusa e para além do muro-guarda, externamente, chegando ampliar a camada de sedimentos que passou a cobrir as al- (abatidas) de niimeros 69 a 82. No encontro da margom di- ita nfo houve ampliagio da fossa em extensio. No guia-cor- rente da margem direita foi ampliada a erosao no extremo de montante, no sentido do leito maior, e ocorreu transposi¢io de sedimentos,pelo talude, no extremo junto ao encontro, por

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